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GD Pomadas e Sistemas Transdérmicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO 
ESCOLA DE FARMÁCIA 
FARMACOTÉCNICA II – FAR615 
Profa. Gisele Rodrigues da Silva 
 
Ana Carla Nascimento 
Carolina Leroy 
Mariana Laiz 
Natalia Falco 
 
Estudo dirigido: Pomadas
 
Pomadas, cremes e géis são formas farmacêuticas semissólidas destinadas à aplicação tópica, sobre a pele, na superfície do olho ou, ainda, por via nasal, vaginal ou retal. Sendo, compatível o pH da forma farmacêutica escolhida com o pH da região onde será aplicada. Podem ser utilizados pelos efeitos dos agentes terapêuticos que contém, ou como preparações não medicamentosas que são utilizadas por seu efeito físico (protetores ou lubrificantes).
A aplicação de uma preparação tópica pode ter como objetivo efeitos locais ou absorção sistêmica. A diferenciação é importante quando se trata: de um produto dermatológico tópico libera o fármaco na pele para o tratamento de alterações dérmicas, sendo a pele o órgão-alvo. Ou de um produto transdérmico que libera o fármaco através da pele (absorção percutânea) para a circulação geral a fim de obter efeitos sistêmicos; nessa modalidade de administração a pele não é o órgão-alvo.
É importante o cuidado com preparações de absorção sistêmica quando utilizadas em gestantes ou mulheres amamentando, uma vez que o fármaco pode atingir a corrente sanguínea do feto ou chegar ao recém-nascido por intermédio do leite materno.
Pomadas:
São preparações semissólidas destinadas à aplicação sobre a pele ou membranas mucosas. As pomadas com ações medicamentosas são de antiacne, antifúngica, analgésico, e esteroides andrenocorticais. Já as pomadas não medicamentosas são usadas como protetoras e lubrificantes. 
As bases podem ser utilizadas por seus efeitos físicos ou como veículo para pomadas medicamentosas. As bases são classificadas em quatro grupos:
Bases hidrofóbicas ou de hidrocarbonetos: aplicada na pele causa efeito emoliente, protegem contra a perda de umidade, são efetivas como agentes oclusivos, podem permanecer sobre a pele por longos períodos sem se ressecarem e, por serem imiscíveis com água, são de difícil remoção por lavagem. Exemplos: Vaselina, vaselina sólida, pomada branca e pomada amarela.
Bases de absorção: são dois tipos, as que permitem a incorporação de soluções aquosas, resultando na formação de uma emulsão água em óleo, exemplo o petrolato hidrofílico, e aquelas que já são emulsões água em óleo, que permitem a incorporação de soluções aquosas, exemplo a lanolina. São utilizadas como emolientes, contudo não oferecem o mesmo grau de oclusão das hidrofóbicas. Úteis como adjuvantes farmacêuticos por possibilitarem a incorporação de pequenos volumes de soluções aquosas naquelas de hidrocarbonetos.
Bases removíveis por água ou laváveis por água: são emulsões óleo em água, sendo facilmente retiradas da pele com água. Essas bases podem absorver descargas serosas. Exemplo; pomada hidrofílica USP.
Bases Hidrossolúveis: não possuem componente oleoso. São utilizadas principalmente para a veiculação de substâncias sólidas. Exemplo: pomada de polietilenoglicol, NF. 
 
 A utilização da base selecionada depende de uma série de fatores, como velocidade necessária de liberação fármaco, se é absorção percutânea ou tópica, se quer a oclusão da umidade da pele, a estabilidade do fármaco na base e suas influências nas propriedades da base, se quer que seja removível por água e as características da superfície na qual será aplicada a pomada.
Preparação das pomadas:
 Ocorre por dois métodos gerais: a incorporação e fusão, dependendo principalmente da natureza de seus componentes. Em pequenas escalas usa-se grau com pistilo ou com espátula, já em lotes grandes são fabricados em tanques de aço inoxidável, com agitação planetária e um homogeneizador embutido (moinhos de rolos).
Incorporação de sólidos: a pomada é preparada triturando e misturando os componentes sobre uma superfície dura até que o produto esteja liso e uniforme. Os componentes sólidos previamente reduzidos a pó são misturados com a base até que seja obtida a mistura homogênea.
Incorporação de líquidos: substâncias líquidas são adicionadas a pomada apenas depois da devida consideração acerca da capacidade da base de pomada em aceitar o volume requerido. Por exemplo, somente uma quantidade muito pequena de solução aquosa pode ser incorporada em uma pomada hidrofóbica, enquanto uma pomada hidrofílica aceita facilmente soluções aquosas.
 
Fusão: neste método, todos os componentes são combinados e fundidos juntos e, em seguida, mantidos sob agitação constante até o esfriamento e a solidificação. Naturalmente os componentes termolabéis e voláteis serão adicionados depois, quando a temperatura da mistura for baixa o suficiente para não provocar decomposição ou volatização. Muitas pomadas medicinais e bases de pomadas contêm substâncias que não podem ser incorporadas por mistura, como cera de abelhas, parafina, álcool estearílico e polietilenoglicóis de alto peso molecular e, portanto, devem ser preparadas por fusão.
A USP preconiza requerimentos farmacopéicos para pomadas e outras formas farmacêuticas semissólidas. Testes para carga microbiana, conteúdo mínimo, acondicionamento e embalagem.
 As preparações tópicas, exceto pomadas oftálmicas que são estéreis, devem apresentar padrões aceitáveis de carga microbiana, e as formulações propensas ao crescimento de microrganismos devem conter conservantes. As preparações aquosas permitem crescimento microbiano maior do que as anidras. Os conservantes mais utilizados são metilparabeno, propilparabeno, ácido benzóico, ácido sórbico e os sais de amônio quaternário.
O conteúdo mínimo consiste na determinação do peso ou volume do produto contido na embalagem, para garantir que a quantidade seja equivalente àquela declarada no rótulo.
A embalagem devem ser frascos de boca larga ou tubos de metal ou plástico. Devem ser armazenadas em recipientes bem fechados para protege-las de possíveis contaminações e em local fresco para evitar a separação do produto por calor. Quando requerido, preparações sensíveis à luz são acondicionadas em frascos opacos ou resistentes à
Luz. 
Além de ensaios exigidos pela USP, o manipulador deve avaliar com frequência as preparações quanto à viscosidade e liberação in vitro do fármaco, para assegurar a uniformidade intra e interlotes.
 
Cremes: São preparações semissólidas que contém um ou mais agentes medicinais que contêm um ou mais agentes dissolvidos ou dispersos em emulsões óleo em água ou água em óleo ou em outros tipos de bases removíveis por água. São utilizados principalmente em produtos para aplicação tópica sobre a pele e em produtos de aplicação retal ou vaginal, neste caso são preferidos do que as pomadas por apresentarem maior facilidade de espalhamento e remoção.
Géis: São sistemas semissólidos que consistem em dispersões de pequenas ou grandes moléculas em um veículo líquido aquoso que adquire consistência semelhante às geléias pela adição de um agente gelificante.
 
Características e Uso das pomadas e géis oftálmicos
A principal rota de penetração no olho é a difusão simples através da córnea. A córnea possui três camadas: epitelial lipofílica, o estroma hidrofílico e o endotélio que é menos lipofílico. Portanto, fármacos lipofílicos têm maior capacidade de penetração. Em geral, a penetração dos fármacos oftálmicos tem curto tempo de permanência no olho, devido a remoção rápida pela constante produção de fluido lacrimal e outros mecanismos naturais. Comparadas as soluções oftálmicas, as pomadas proporcionam maior tempo de residência na superfície do olho, aumentando a duração dos efeitos e a biodisponilidade do fármaco até os tecidos internos.
A mistura de vaselinas brancas e líquidas (óleo mineral) é frequentemente empregada como base para pomadas oftálmicas medicamentosas ou não medicamentosas (lubrificantes).
 Outros testes que estas pomadas devem ser submetidas, de acordo com a USP, são o de esterilidade e para partículas metálicas.
É necessárioque o paciente seja informado sobre higienização das mãos e da região para sua aplicação, da manipulação correta da pomada e da forma como aplicar, e advertir que pode ocorrer visão borrada após a aplicação, sem motivo de alarme.
Referência Bibliográfica:
ALLEN JR, L.V.; POPOVICH, N.G.; ANSEL, H.C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 8.ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 775 p.

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