Buscar

Formas Farmacêuticas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DE 
FARMACOTÉCNICA
Keline Lang 
Formas farmacêuticas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Classificar as formas farmacêuticas líquidas.
  Identificar diferentes formas farmacêuticas semissólidas.
  Explicar as formas farmacêuticas sólidas.
Introdução
O desenvolvimento de uma formulação requer conhecimento sobre as 
características físicas, químicas, físico-químicas e biológicas dos fármacos 
a serem utilizados, assim como dos excipientes que serão utilizados. A 
partir daí, vem a escolha da forma farmacêutica mais apropriada para essa 
formulação, levando em conta também as características do paciente e 
o objetivo da formulação. 
Neste capítulo, você vai estudar a classificação das formas farmacêu-
ticas líquidas, identificar as diferentes formas farmacêuticas semissólidas 
e entender as formas farmacêuticas sólidas.
Classificar as formas farmacêuticas líquidas
As formas farmacêuticas líquidas são preparações que utilizam um veículo 
farmacêutico (parte líquida da fórmula, em que serão dissolvidos ou dispersos o 
fármaco e os outros componentes da formulação) que pode ser aquoso, solvente 
orgânico ou uma mistura de meio aquoso com solvente orgânico. O fármaco 
utilizado pode estar completamente solúvel nesse veículo ou fi car suspenso, 
se for insolúvel no meio, ou até mesmo ser incorporado em uma das fases de 
uma emulsão de óleo em água (O/A) ou de água em óleo (A/O), conforme Allen 
Jr. (2016). Vejamos as diferentes formas farmacêuticas líquidas existentes.
Solução
A solução é uma preparação líquida que contém uma ou mais substâncias dis-
solvidas em um solvente ou uma mistura de solventes miscíveis (USP 41, 2018). 
Veja as definições de miscível e imiscível, conforme Thompson e Davidow (2013):
  Miscível: quando dois líquidos são solúveis um no outro, em todas as proporções. 
Por exemplo: água e álcool; óleo de oliva e óleo de semente de algodão.
  Imiscível: quando dois líquidos são solúveis, porém de forma imperceptível, entre 
um e outro. Ou seja, são visivelmente insolúveis. Por exemplo: água e óleo mineral; 
álcool e óleo mineral.
A solução pode ser classificada conforme a via de administração, como: 
  solução oral;
  solução auricular;
  solução nasal;
  solução oftálmica; 
  solução tópica;
  solução parenteral.
Com relação ao uso e à composição, a solução ainda pode ser classificada 
como:
  Xarope: é uma forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta vis-
cosidade, que apresenta não menos que 45% (p/p) de sacarose ou outros 
açúcares na sua composição. Os xaropes geralmente contêm agentes 
flavorizantes. Quando não se destina ao consumo imediato, deve ser 
adicionado de conservadores antimicrobianos autorizados.
Formas farmacêuticas2
Xarope também é um termo utilizado para descrever uma preparação líquida de 
uso oral, edulcorada (sabor doce) e viscosa, podendo ser uma suspensão, conforme 
Thompson e Davidow (2013). 
  Elixir: é uma preparação farmacêutica líquida, límpida, hidroalcoólica, 
de sabor adocicado, agradável, apresentando teor alcoólico na faixa de 
20% a 50%. 
  Espírito: é uma forma farmacêutica líquida alcoólica ou hidroalco-
ólica, contendo princípios aromáticos ou medicamentosos, podendo 
ser classificado como simples ou composto. Os espíritos são obtidos 
pela dissolução de substâncias aromáticas em etanol, geralmente na 
proporção de 5% (p/v).
  Água aromática: é uma solução aquosa clara saturada de óleos voláteis 
ou outras substâncias aromáticas ou voláteis. Deve-se armazenar em 
recipiente fechado e protegido da luz para retardar a evaporação dos 
componentes voláteis.
  Extrato fluido: é uma preparação líquida obtida de drogas vegetais 
ou animais por extração com líquido apropriado ou por dissolução do 
extrato seco correspondente, em que, exceto quando indicado de maneira 
diferente, uma parte do extrato, em massa ou volume, corresponde a 
uma parte, em massa, da droga seca utilizada na sua preparação. Se 
necessário, os extratos fluídos podem ser padronizados em termos 
de concentração do solvente ou teor de constituintes ou de resíduo 
seco. Se necessário, podem ser adicionados conservantes inibidores 
do crescimento microbiano. Deve apresentar teor de princípios ativos 
e resíduos secos descritos nas respectivas monografias.
  Tintura: é uma preparação alcoólica ou hidroalcoólica resultante da 
extração de drogas vegetais ou animais ou da diluição dos respectivos 
extratos. É classificada em simples e composta, conforme seja pre-
parada com uma ou mais matérias-primas. A menos que indicado de 
maneira diferente na monografia individual, 10 mL de tintura simples 
correspondem a 1 g de droga seca.
  Injetável: é uma preparação estéril destinada à administração parenteral. 
Apresenta-se como solução, suspensão ou emulsão.
3Formas farmacêuticas
Suspensão
É uma forma farmacêutica líquida em que o fármaco não está dissolvido, 
mas, sim, disperso em um veículo. Além disso, a administração dessa sus-
pensão é oral. O fármaco é defi nido como fase dispersa, o veículo como fase 
dispersante, e esse conjunto é denominado sistema disperso, conforme Allen 
Jr., Popovich e Ansel (2013). As partículas tendem a se depositar no fundo do 
recipiente, ou, se o veículo for oleoso, as partículas podem subir, se a densidade 
das partículas for menor do que a do veículo. Sendo assim, para que a dose 
administrada seja uniforme, deve ser realizada uma agitação moderada do 
recipiente, e essa informação deve estar no rótulo do medicamento, de acordo 
com Thompson e Davidow (2013).
Entenda a palavra “dispersão”: a suspensão é uma forma farmacêutica líquida em que 
o fármaco está disperso em uma fase líquida (veículo). Dependendo do tamanho 
da partícula dispersa, é possível classificar a preparação farmacêutica em solução 
verdadeira, solução coloidal ou sistema disperso.
  Solução verdadeira: as dimensões das partículas são menores do que 1,0 nm. As 
partículas são completamente solúveis no solvente.
  Solução coloidal: as dimensões das partículas são de 1,0 nm a 0,5 μm. Por exemplo: 
aerossol, espuma, gel. 
  Sistema disperso: as dimensões das partículas são de 0,5 a 50 μm. Sendo que, 
entre 0,5 e 10 μm, enquadram-se os magmas e os géis, e entre 10 e 50 μm estão 
as emulsões e as suspensões, segundo os autores Thompson e Davidow (2013) e 
Allen Jr., Popovich e Ansel (2013). 
Há diversas discussões sobre a classificação e suas nomenclaturas. Vejamos 
abaixo as tradicionais, que precisam ser de conhecimento do farmacêutico, 
segundo Thompson e Davidow (2013).
  Leite: é um termo tradicional utilizado para algumas suspensões aquo-
sas orais, em que o sólido está geralmente disperso em um composto 
inorgânico branco, fazendo com que a suspensão seja da cor branca.
  Magma: é um termo antigo utilizado para suspensões de sólidos inorgâ-
nicos com forte afinidade para hidratação, que resulta em uma suspensão 
com propriedade reológica (deformação e escoamento) semelhante a 
Formas farmacêuticas4
um gel, além de ser tixotrópica (alteração da viscosidade, do estado do 
gel para sol ou sol para gel — a viscosidade diminui quando é agitado).
As suspensões podem ser classificadas conforme a via de administração em: 
  suspensão oral;
  suspensão tópica;
  suspensão nasal;
  suspensão retal;
  suspensão oftálmica;
  suspensão auricular;
  suspensão injetável.
Emulsão
A emulsão é uma dispersão cuja fase dispersa é composta por gotículas de 
um líquido, na presença de um veículo, conhecido como meio dispersante, 
no qual é imiscível. A fase dispersa é conhecida como fase interna, e o meio 
dispersante caracteriza a fase externa ou contínua. Quando a fase interna é 
oleosa e a fase externa é aquosa, a emulsão é chamada de óleo em água (O/A). 
Quando a fase interna é aquosa e a fase externa é oleosa, a emulsão é água 
em óleo (A/O). As emulsões O/A podem ser diluídas em água ou em soluções 
aquosas, e as emulsões A/O, em algum líquido oleoso,conforme Allen Jr., 
Popovich e Ansel (2013).
Como a emulsão é formada por duas fases que são imiscíveis, é necessário 
utilizar um emulsificante. O emulsificante é um surfactante que se concentra 
entre as duas fases imiscíveis, reduzindo a tensão interfacial entre elas. Ele 
formará uma barreira ao redor das gotículas, prevenindo a coalescência (fusão) 
entre elas e, consequentemente, a separação de fases, pois a fusão em gotí-
culas maiores dificultaria a emulsificação. Alguns emulsificantes aumentam 
a viscosidade do sistema e, com isso, dificultam a agregação das gotículas, 
reduzindo a velocidade de cremagem (movimentação das partículas da fase 
interna para a fase externa da emulsão), segundo Thompson e Davidow (2013).
Na Figura 1 a seguir, veja as estruturas de uma emulsão água em óleo 
(A/O) e de uma emulsão óleo em água (O/A).
5Formas farmacêuticas
Figura 1. Estrutura de uma emulsão: a) água em óleo (A/O); b) óleo em água (O/A).
Fonte: Adaptada de Oliveira et al. (2004).
Água Óleo
As emulsões classificadas na forma farmacêutica líquida são:
  Loção: é uma forma farmacêutica líquida emulsionada. Ou seja, são 
substâncias líquidas imiscíveis no veículo, na presença de um emulsifi-
cante. Geralmente, os veículos são aquosos. A aplicação do medicamento 
é externa sobre a pele, conforme Thompson e Davidow (2013).
  Linimento: é uma emulsão oleosa ou alcoólica composta por várias 
substâncias com ação farmacológica. A via de administração é externa 
e, geralmente, é necessária a fricção, conforme apontam Allen Jr., 
Popovich e Ansel (2013).
A viscosidade das emulsões pode variar conforme os componentes da formulação, 
podendo estar na forma líquida ou semissólida. Se a emulsão for líquida, as vias de ad-
ministração mais comuns são via oral, tópica ou parenteral. Se a emulsão for semissólida, 
normalmente, a administração será tópica, conforme Allen Jr., Popovich e Ansel (2013). 
Formas farmacêuticas6
As diferentes formas farmacêuticas 
semissólidas
As preparações farmacêuticas semissólidas podem ser divididas em: pomadas, 
cremes, géis, pastas e colódios.
Pomadas
São preparações semissólidas para administração externa na pele e nas mu-
cosas. As indústrias farmacêuticas utilizam a forma farmacêutica pomada 
apenas para pomadas oleaginosas, conforme apontam Thompson e Davidow 
(2013). Conforme a USP 41 (2018), uma forma farmacêutica pomada geralmente 
contém menos de 20% de água e voláteis e mais de 50% de hidrocarbonetos, 
ceras e polióis como veículo. Exemplo: pomada de nistatina (antifúngico).
Conforme Allen Jr., Popovich e Ansel (2013), a base dessas pomadas, quando 
ainda não foi incorporado o fármaco, pode ser classificada em quatro grupos:
1. Bases de hidrocarbonetos: são bases oleosas, que não contêm água. 
As preparações aquosas só podem ser incorporadas nesse tipo de base 
em pequenas quantidades. Têm como características: efeito emoliente, 
permanência prolongada na pele, evita a perda de umidade da pele para 
o ambiente, é de difícil remoção, age como curativo oclusivo (fechado), 
não sofre ressecamento e nem envelhecimento perceptível. Exemplos: 
vaselina, óleo mineral.
2. Bases de absorção: são bases emolientes, com menor grau de oclusão 
em relação às bases de hidrocarbonetos. Também não são facilmente 
removíveis na lavagem. É possível incorporar uma solução aquosa 
contendo o fármaco em uma base de absorção; depois, essa mistura 
pode ser incorporada à uma base oleosa (hidrocarbonetos). Podem ser 
de dois tipos:
 ■ Bases que permitem a incorporação de soluções aquosas, formando 
emulsão de água em óleo. Exemplo: petrolato hidrófilo e lanolina 
anidra.
 ■ Bases que já são emulsões de água em óleo e que permitem apenas a 
incorporação de pequenas quantidades de soluções aquosas. Exemplo: 
lanolina, cold cream.
3. Base removível com água: são emulsões óleo em água (O/A) que são 
facilmente removíveis de roupas e da pele com água. São as chama-
das pomadas “laváveis em água”. São bases com a presença de lauril 
7Formas farmacêuticas
sulfato de sódio como agente emulsificante, além do álcool estearílico 
e a vaselina branca, como a fase oleosa. A fase aquosa é a água e o 
propilenoglicol.
4. Base hidrossolúvel: são bases contendo apenas substâncias hidrossolú-
veis (solúveis em água). Considerando que perdem a viscosidade com 
a adição de soluções aquosas, acabam não sendo utilizadas quando o 
fármaco deve ser incorporado a uma solução aquosa. Sendo assim, essa 
base é utilizada para incorporar componentes sólidos ou não aquosos. 
Exemplo: pomada de polietilenoglicol.
Cremes
São emulsões semissólidas do tipo óleo em água (O/A) ou água em óleo (A/O). 
Conforme a USP 41 (2018), a forma farmacêutica creme contém mais de 20% 
de água e menos de 50% de hidrocarbonetos, ceras ou polióis como veículo. 
A aplicação, geralmente, é externa, na pele ou em mucosas. Possuem uma 
consistência leve e de fácil espalhabilidade. 
Os cremes podem ser descritos como laváveis ou não laváveis. O creme 
será lavável quando a fase contínua (externa) for aquosa (O/A), sendo, portanto, 
mais facilmente removido com água, e não será lavável quando a fase externa 
for oleosa (A/O), conforme Thompson e Davidow (2013). Exemplos: creme 
de nistatina (antifúngico que pode ser em creme ou pomada, dependendo da 
área em que será aplicado). 
Géis
Os géis são sistemas semissólidos constituído de uma dispersão de molé-
culas grandes ou pequenas em um veículo líquido, que confere ao produto 
uma consistência semelhante à gelatina, devido à ação de substâncias como 
a carboximetilcelulose, segundo Allen Jr., Popovich e Ansel (2013). Essas 
substâncias são os agentes gelifi cantes, que fornecem consistência a uma 
solução ou dispersão coloidal. 
Podem ser tixotrópicos, ou seja, têm a forma semissólida em repouso e 
tornam-se menos viscosos na agitação. Embora sejam comumente baseados 
em água, os géis podem ser produzidos em meio alcoólico e oleoso (USP 41, 
2018). A administração do gel pode ser externa (pele e mucosa), oral, ocular 
ou vaginal. Exemplos: gel de hidroquinona (clareador de pele), gel de peróxido 
de bezoíla (tratamento de acne).
Formas farmacêuticas8
Pastas
As pastas diferem das pomadas por conterem maior percentual de material 
sólido e, com isso, são mais fi rmes e espessas. Essa alta percentagem de sólidos 
torna o produto mais absorvente e menos gorduroso do que as pomadas prepa-
radas com os mesmos componentes, de acordo com Allen Jr., Popovich e Ansel 
(2013). Contêm de 20 a 50% de sólidos fi namente dispersos em um veículo 
graxo. A pasta é aplicada em áreas externas, pele e mucosa (USP 41, 2018).
Devido às suas características de consistência e absorção, as pastas per-
manecem no local da aplicação com pouca tendência de amolecimento ou de 
escorrer. Com isso, são utilizadas para absorver secreções serosas do local 
da aplicação, sendo preferíveis, em relação à pomada, em lesões que formam 
crostas, vesículas ou exsudação (liberação de líquido orgânico pela pele). 
Porém, não são adequadas para aplicação em regiões pilosas do corpo, devido 
à rigidez e à impermeabilidade, conforme apontam Allen Jr., Popovich e Ansel 
(2013). Exemplo: pasta de óxido de zinco (protetor, adstringente).
Colódios
Os colódios são tradicionalmente considerados soluções, porém, devido à 
consistência bastante viscosa, podem ser classifi cados como preparações 
semissólidas, conforme apontam Thompson e Davidow (2013). Possuem em 
sua composição a piroxilina, que é um produto da degradação da celulose, 
dissolvida em álcool e éter, com ou sem fármacos. São altamente voláteis 
e infl amáveis, portanto, devem ser mantidos em recipientes bem fechados 
e em temperatura que não ultrapasse 30°C. São destinados ao uso externo, 
aplicados com o auxílio de um pincel. O solvente vai evaporar, deixando um 
fi no resíduo de piroxilina, que é uma camada protetora oclusiva. Na presença 
de um fármaco, esse colódio formará uma fi na camada do fármaco sobre a 
pele, conforme Allen Jr., Popoviche Ansel (2013). Exemplo: colódio de ácido 
salicílico (queratolítico — para calos e verrugas).
As formas farmacêuticas sólidas
As formas farmacêuticas sólidas se destinam, principalmente, à administração 
oral. São fáceis de serem administradas pelos pacientes, salvo crianças e idosos. 
As formas sólidas são mais estáveis do que as demais formas farmacêuticas, 
sendo, portanto, preferidas no caso da utilização de fármacos pouco estáveis. 
9Formas farmacêuticas
As formas farmacêuticas sólidas podem ser do tipo: pós, grânulos, cápsulas, 
comprimidos, pastilhas, pellets e pílulas. 
Pós
O termo “pó” traz duas conotações na área da Farmácia. Uma delas está rela-
cionada com a forma física das matérias-primas utilizadas, sendo substâncias 
secas constituídas de partículas fi namente divididas e que podem ser utilizadas 
na composição de medicamentos em todas as formas farmacêuticas: sólidas, 
semissólidas e líquidas. Porém, aqui estamos falando de forma farmacêutica, 
que é, portanto, a outra defi nição de pó. Com isso, enquanto forma farmacêutica 
sólida, o pó é uma mistura seca de fármaco e diversas outras substâncias, 
fi namente divididas, de uso interno (pó oral) ou externo (pó tópico), conforme 
Allen Jr., Popovich e Ansel (2013).
Os pós para uso externo são normalmente polvilhados na pele ou aplicados 
em bandagens ou roupas. Os pós para uso interno podem ser aplicados nas 
mucosas acessíveis ou são aspirados para aplicação no nariz ou pulmões. Há 
preparações em que o pó deve ser misturado em um veículo para ser admi-
nistrado via oral (USP 41, 2018).
Grânulos
São aglomerados de partículas menores. Geralmente, têm forma irregular e 
se comportam como partículas maiores. Na sua composição pode ter vários 
fármacos. É comum os grânulos serem reconstituídos em água, formando uma 
suspensão para administração imediata (USP 41, 2018). Também é comum 
granulados efervescentes, que são compostos por bicarbonato de sódio, ácido 
cítrico e ácido tartárico, que, em presença de água, resultam em efervescência. 
Esse tipo de preparação farmacêutica é utilizada quando se pretende mascarar 
o sabor desagradável do fármaco.
Os grânulos podem ser preparados por granulação via seca ou úmida. 
Pela via seca, é realizada a compactação e, em seguida, a passagem em um 
equipamento chamado granulador, que vai formar os grânulos, no tamanho 
uniforme desejável. Também podem ser comprimidos em uma máquina com-
pressora (que produz comprimidos) e granulados em um granulador. No caso 
da granulação úmida, o pó ou a mistura de pós é molhado, seco em estufa 
e, em seguida, granulado em um granulador, conforme apontam Allen Jr., 
Popovich e Ansel (2013). Os grânulos, muitas vezes, são utilizados na produ-
Formas farmacêuticas10
ção de comprimidos, uma vez que os grânulos auxiliam na fluidez do pó, no 
processo de compressão dos comprimidos.
Comprimidos
Os comprimidos são formas farmacêuticas sólidas que, normalmente, possuem 
na sua composição adjuvantes farmacêuticos. Podem variar em tamanho, peso, 
forma, dureza e espessura, além de variar as características de dissolução, desin-
tegração e outras, de acordo com a fi nalidade de uso e o método de fabricação, 
segundo Allen Jr., Popovich e Ansel (2013). A mistura de pós é comprimida em 
um equipamento chamado compressora. Ou seja, há uma pressão exercida pelos 
punções do equipamento, dando forma aos comprimidos, na dosagem correta. 
A maioria dos comprimidos são administrados por via oral, mas é possível a 
administração sublingual, bucal, vaginal e retal. Sendo assim, há comprimidos 
que, obrigatoriamente, precisam ser deglutidos, outros são mastigáveis, e há 
os que são efervescentes.
É possível produzir comprimidos com múltiplas camadas, o que pode 
modular a liberação do fármaco ou separar substâncias farmacologicamente 
incompatíveis. Além disso, os comprimidos podem ser revestidos por uma 
variedade de materiais e técnicas, o que pode proporcionar: 
  mascaramento do sabor do comprimido; 
  modificação da aparência do comprimido; 
  proteção do(s) fármaco(s) à fotólise (degradação ocasionada pela luz); 
  liberação entérica, no caso de fármacos que são mais bem absorvidos no 
intestino ou que sofrem degradação na presença de ácido gástrico (estô-
mago), ou até mesmo quando o medicamento pode irritar o estômago;
  liberação modificada (retardada, prolongada, sustentada, repetida e 
controlada);
Quando não for realizada nenhuma modificação na taxa de liberação das 
substâncias presentes nos comprimidos, o comprimido é de liberação imediata, 
conforme definem Allen Jr., Popovich e Ansel (2013).
Cápsulas
As cápsulas são formas farmacêuticas sólidas que contêm um ou mais fárma-
cos e excipientes dentro de um pequeno invólucro de gelatina dura ou mole, 
segundo Allen Jr., Popovich e Ansel (2013). Esse invólucro é, geralmente, 
11Formas farmacêuticas
gelatina, mas também pode ser constituído por polímero de celulose (amido) 
ou outras substâncias (USP 41, 2018). 
As cápsulas duras são as mais utilizadas. Elas são produzidas em duas 
partes, o corpo e a tampa (menor). As duas partes se sobrepõem, sendo que 
a tampa se ajusta à extremidade do corpo, conforme Allen Jr., Popovich e 
Ansel (2013). As cápsulas moles são formadas de uma película de gelatina, 
contendo glicerina ou um álcool polihídrico, como o sorbitol, o que torna a 
gelatina elástica. 
Elas podem ser de vários formatos: oblongas, elípticas ou esféricas. Além 
disso, podem conter líquidos, suspensões, produto pastosos ou pós. Nesse 
tipo de formulação, geralmente, é feita a produção da cápsula ao mesmo 
tempo em que ela é preenchida com o fármaco e, finalmente, lacrada, ainda 
conforme Allen Jr., Popovich e Ansel (2013). Veja na Figura 2 exemplos de 
cápsula dura e cápsula mole.
Figura 2. a) Cápsula dura aberta; b) cápsula dura fechada; c) cápsula mole.
Fonte: Adaptada de Charless; Martin Spurny; Romariolen/Shutterstock.com.
COLÁGENO
(a)
(b)
(c)
Formas farmacêuticas12
Assim como os comprimidos, as cápsulas podem ser de liberação modifi-
cada, e a via de administração nem sempre é oral, podendo ser vaginal ou retal.
Pastilhas
As pastilhas são formas farmacêuticas sólidas destinadas a se dissolverem ou 
desintegrarem lentamente na boca, para efeito localizado, ou seja, irritações 
locais, infeções de boca e garganta. Podem também ter na sua composição um 
fármaco que seja de absorção sistêmica após a deglutição. Além do fármaco, 
há fl avorizante, aglutinante (mucilagem ou goma) e açúcar como base, de 
acordo com Allen Jr., Popovich e Ansel (2013).
Pellets
Os pellets são uma forma farmacêutica sólida composta de pequenas partículas, 
praticamente esféricas. São administrados via oral ou injetável (intradérmicos 
ou subcutâneos — implantados). Dentre as vantagens da utilização de pellets, 
está a separação física de componentes incompatíveis física e quimicamente, 
além de permitir a liberação modifi cada, uma vez que os pellets podem ser 
revestidos ou constituídos de diferentes insumos, assim como ocorre com 
os comprimidos. Os pellets podem ser implantados, principalmente no caso 
de hormônios, o que permite um tratamento efi caz prolongado por meses ou 
anos, já que os pellets permitem uma liberação prolongada do fármaco (USP 
41, 2018).
Pílulas
São formas farmacêuticas sólidas pequenas e arredondadas, de administração 
oral. Foram praticamente substituídas pelos comprimidos e cápsulas, portanto, 
são pouco utilizadas nos dias atuais (USP 41, 2018).
13Formas farmacêuticas
1. As características físicas do 
fármaco e dos excipientes, assim 
como as suas interações físico-
químicas, determinam a forma 
farmacêutica do medicamento. 
Sendo assim, responda: qual é 
a forma farmacêutica em que o 
fármaco fica completamente solúvel 
no meio em que se encontra?
a) Solução.
b) Gel.
c) Creme.
d) Suspensão.
e) Emulsão.
2. Os componentes das fórmulas 
para as preparações farmacêuticas 
variam conforme a forma 
farmacêutica. Sendo assim, qual 
é a forma farmacêuticasólida 
em que a base da formulação é, 
obrigatoriamente, o açúcar?
a) Pó.
b) Pellet.
c) Cápsula.
d) Comprimido.
e) Pastilha.
3. Forma farmacêutica é o estado final 
que as substâncias ativas apresentam 
depois de serem submetidas às 
operações farmacêuticas necessárias, 
a fim de facilitar a sua administração 
e obter o maior efeito terapêutico 
desejado. Com isso, responda: qual 
é a forma farmacêutica em que há 
uma grande quantidade de sólidos 
dispersos em um veículo oleoso?
a) Pasta.
b) Leite.
c) Creme.
d) Pomada.
e) Xarope.
4. A forma farmacêutica sólida é a 
forma mais prática e utilizada pelos 
pacientes, com exceção de crianças 
e idosos, devido à dificuldade 
de deglutição. Devido à grande 
utilização, pode ser encontrada em 
pó, grânulo, comprimido, cápsula, 
pellet, pastilha e pílula. Sendo assim, 
responda: qual é a semelhança 
entre as formas farmacêuticas 
comprimido, cápsula e pellets, 
além de todas serem sólidas?
a) O pó é comprimido antes de ser 
transformado na forma desejada.
b) O pó é formado por pequenas 
partículas praticamente esféricas.
c) A liberação pode ser 
prolongada e retardada.
d) A administração pode ser retal.
e) São partículas compactadas, 
pequenas e arredondadas.
5. A solução é uma preparação 
líquida que contêm uma ou 
mais substâncias dissolvidas em 
um solvente ou uma mistura 
de solventes miscíveis. Como é 
denominada uma preparação 
líquida obtida de drogas vegetais ou 
animais por extração com líquido 
apropriado ou por dissolução do 
extrato seco correspondente?
a) Elixir.
b) Espírito.
c) Água aromática.
d) Extrato fluido.
e) Tintura.
Formas farmacêuticas14
ALLEN JR, L. V. Introdução à farmácia de Remigton. Porto Alegre: Artmed, 2016.
ALLEN JR, L. V., POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação 
de Fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
OLIVEIRA, A. G. et al. Microemulsões: estrutura e aplicações como sistema de liberação 
de fármacos. Química Nova, v. 27, n.1, p. 131–138, 2004.
THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A prática farmacêutica na manipulação de medica-
mentos. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. cap. 37.
USP 41. The United States Pharmacopeia. Rockville: The United States Pharmacopeial 
Convention, 2018. 5. v. 
Leitura recomendada
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia 
brasileira. 5. ed. Brasília, DF: Anvisa, 2010. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/
documents/33832/260079/5%C2%AA+edi%C3%A7%C3%A3o+-+Volume+1/4c530f86-
fe83-4c4a-b907-6a96b5c2d2fc>. Acesso em: 15 jan. 2019.
15Formas farmacêuticas
Conteúdo:

Outros materiais