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DIREITO ADMINISTRATIVO II. CASO CONCRETO SEMANA 6. ESTÁCIO. FIC. 2018.

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DIREITO ADMINISTRATIVO II.
CASO CONCRETO. SEMANA 6
Caso Concreto:
O Estado “Y”, mediante decreto, declarou como de utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, em favor da concessionária de serviço público “W”, imóveis rurais necessários à construção de dutos subterrâneos para passagem de fios de transmissão de energia. A concessionária “W”,de forma extrajudicial, conseguiu fazer acordo com diversos proprietários das áreas declaradas de utilidade pública, dentre eles, Caio, pagando o valor da indenização pela instituição da servidão por meio de contrato privado. Entretanto, após o pagamento da indenização a Caio, este não permitiu a entrada da concessionária “W” no imóvel para construção do duto subterrâneo, descumprindo o contrato firmado, o que levou a concessionária “W” a ingressar judicialmente com ação de instituição de servidão administrativa em face de Caio. Levando em consideração a hipótese apresentada, responda, de forma justificada, aos itens a seguir. 
A) É possível a instituição de servidão administrativa pela via judicial?
	A servidão administrativa pode ser instituída plenamente pela via judicial, podendo citar como fato ensejador a ocorrência de possível desacordo entre ente dotado de poderes para instituição do referido instituto e o proprietário do bem atingido, bem como na hipótese em que há efetivo prejuízo ao proprietário e este passa a requerer, por vias judiciais, o pagamento de indenização. 
	O entendimento majoritário por parte da doutrina é no sentido de que o procedimento para instituição da servidão administrativa deve obedecer ao que se aplica para as desapropriações em geral, com fundamento no decreto-lei nº. 3.365/1941. Que a bem dispõe sobre a competência do poder judiciário em casos em que não há acordo entre as partes. Vejamos:
Art. 9º Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapropriação, decidir se se verificam ou não os casos de utilidade pública.
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. (Vide Decreto-lei nº 9.282, de 1946) 
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração.
Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público.
Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu convencimento e deverá atender, especialmente, à estimação dos bens para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e interesse que deles aufere o proprietário; à sua situação, estado de conservação e segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos cinco anos, e à valorização ou depreciação de área remanescente, pertencente ao réu. (...).
§ 2º A transmissão da propriedade, decorrente de desapropriação amigável ou judicial, não ficará sujeita ao impôsto de lucro imobiliário.
Art. 40. O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei.
B) Um concessionário de serviço público pode declarar um bem como de utilidade pública e executar os atos materiais necessários à instituição da servidão?
	Os entes concessionários de serviço público não possuem competência para declararem um bem como de utilidade pública, vez que é matéria restrita ao ente concedente, Contudo, desde que o poder público concedente outorgue poderes para execução de tal ato, os concessionários poderão executar os atos pertinentes a instituição de servidões administrativas, na ocorrência em que terá o ônus quanto ao pagamento de eventual indenização ao proprietário do bem atingido. Nesse sentido:
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, especialmente: (...).
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de servidão administrativa;
Art. 29. Incumbe ao poder concedente: (...).
IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, os bens necessários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis; 
(LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995.SOBRE O REGIME DE CONCESSÃO E PERMISSÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS PREVISTO NO ART. 175 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL)

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