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DIREITO ADMINISTRATIVO II. CASO CONCRETO. SEMANA 1. ESTÁCIO. FIC. 2018

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DIREITO ADMINISTRATIVO II
CASO 1
(SERVIÇOS PÚBLICOS)
“toda atividade prestado pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob o regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade”
Caso Concreto: 
Maria, jovem integrante da alta sociedade paulistana, apesar de não trabalhar, reside há dois anos em um dos bairros nobres da capital paulista, visto que recebe do Estado de São Paulo pensionamento mensal decorrente da morte de seu pai, ex-servidor público. Ocorre que, após voltar de viagem ao exterior, foi surpreendida com a suspensão do pagamento da referida pensão, em razão de determinação judicial. Em razão disso, deixou de pagar a conta de luz de sua casa por dois meses consecutivos o que acarretou, após a prévia notificação pela concessionária prestadora do serviço público, o corte do fornecimento de luz em sua residência. 
Considerando a narrativa fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) À luz dos princípios da continuidade e do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão de serviço público, é lícito o corte de luz realizado pela concessionária? 
	Sim, tendo em vista que o serviço prestado pela concessionária, embora de caráter essencial e de utilidade pública (destina-se diretamente ao indivíduo), é de natureza delegável (O Estado pode conceder a execução a outras instituições), divisível ou singular (destinatários individualizados e mensuráveis a utilização) e ainda possui característica de serviço econômico, a qual se constitui pelo fato do prestador auferir lucros pela execução do serviço, percebendo deste modo remuneração mediante cobrança de tarifa.
Por isso, em razão da facultatividade do presente serviço público, do constate equilíbrio-financeiro que a presente avença carece, não há que se falar em possibilidade de continuação forçada quando o usuário encontra-se em débito com o pagamento da tarifa de energia elétrica consumida, por ocasião de manifesta quebra de dever contratual, sob pena de levar à ruína a concessionária caso permanecesse obrigada. 
Assim, resta-se válida a suspensão do serviço em tais casos, e nesse sentido é a disposição do artigo 6º, parágrafo 3º, II, da Lei nº 8.987/1995, a qual trata sobre o regime de concessão e permissão de prestação de serviços públicos previsto no artigo 175 da CF/88. 
 Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
        § 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
        § 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
        § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
        I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
        II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
Cumpre registrar entendimento da suprema corte a qual aduz sobre a essencialidade do serviço de prestação de energia elétrica quando seja o ente público em débito, devendo ser mantida o serviço em repartições em caráter de premência necessidade, quais sejam hospitais, repartições públicas e escolas. 
B) O Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado irrestritamente à relação entre usuários e prestadores de serviços públicos? 
	Não de forma irrestrita. Explico. Embora o usuário no presente caso, por assim ser, seja consumidor dos serviços públicos prestados quer seja diretamente pelo Estado, quer indiretamente por concessionária, merecendo por isso, em um primeiro entendimento, a proteção do CDC. Podendo-se até utilizarmos como fundamentação as exposições dos artigos 1º e 3º da lei nº 12.007 de 2009, que dispõe acerca da emissão de declaração de quitação anual de débitos pelas pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos e privados. Veja-se: 
 Art. 1º As pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos ou privados são obrigadas a emitir e a encaminhar ao consumidor declaração de quitação anual de débitos.
Art. 3º A declaração de quitação anual deverá ser encaminhada ao consumidor por ocasião do encaminhamento da fatura a vencer no mês de maio do ano seguinte ou no mês subsequente à completa quitação dos débitos do ano anterior ou dos anos anteriores, podendo ser emitida em espaço da própria fatura.
	Todavia, faz-se necessário mencionar que o conflito em questão é regulado de forma expressa na Lei nº 8.987/1995 (artigo 6º, parágrafo 3º, II.vide item anterior), a qual trata sobre o regime de concessão e permissão de prestação de serviços públicos previsto no artigo 175 da CF/88, aplicando-se ao presente caso de forma especial, afastando, em assim sendo, a norma genérica do código de defesa do consumidor, restando-o a sua aplicação de forma subsidiária. 
	Pelo exposto, pode-se concluir que o código consumerista não é aplicável de forma irrestrita às relações de consumos entre os usuários e prestadores de serviços públicos.

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