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1 DISCIPLINAS NORTEADORAS – CURSO SERVIÇO SOCIAL Desenvolvimento Econômico Gestão do Sistema Único de Assistência Social - SUAS Instrumentos e Técnicas de Atuação Profissional Planejamento e Gestão em Serviço Social Política de Seguridade Social (Previdência, Saúde e Assistência) Alunos/ Autores: Adriana Alves Ferreira Gundmann – RA 5056602393 Kátia Cristina Ferrante – RA 6092651163 Rejane Maria Malheiro de Almeida – RA 8501494025 Valdeci Nonato dos Santos – RA 5013476215 Cristina Azevedo Rezende Miguel – RA 6099662974 Marta Lúcia Vaz Cruz – RA 1234426442 DESAFIO PROFISSIONAL - TÍTULO Desenvolver habilidades de análise de realidade e pesquisa e de gestão participativa para o planejamento e a implantação da Política Pública de Assistência Social em uma cidade fictícia de 20 mil habitantes, onde a população atendida fica a mercê da vontade dos políticos, do assistencialismo e da caridade. O município corre o risco de perder recursos da União... diante disto o Prefeito convocou nosso grupo para formular uma proposta de implantação desta Política. Tutora Presencial: Simone Belarmino Tutor on-line: Danilo Aparecido Mendonça Pereira Sertãozinho-SP - Maio/2018 2 Alunos/ Autores: Adriana Alves Ferreira Gundmann – RA 5056602393 Kátia Cristina Ferrante – RA 6092651163 Rejane Maria Malheiro de Almeida – RA 8501494025 Valdeci Nonato dos Santos – RA 5013476215 Cristina Azevedo Rezende Miguel – RA 6099662974 Marta Lúcia Vaz Cruz – RA 1234426442 DESAFIO PROFISSIONAL - TÍTULO Desenvolver habilidades de análise de realidade e pesquisa e de gestão participativa para o planejamento e a implantação da Política Pública de Assistência Social em uma cidade fictícia de 20 mil habitantes, onde a população atendida fica a mercê da vontade dos políticos, do assistencialismo e da caridade. O município corre o risco de perder recursos da União... diante disto o Prefeito convocou nosso grupo para formular uma proposta de implantação desta Política. Trabalho de Desafio Profissional Acadêmico do 4º e 5º Semestres do Curso de Serviço Social da Faculdade Anhanguera de Sertãozinho-SP, requisito obrigatório e avaliativo do 1º Semestre de 2018. Sertãozinho-SP - Maio/2018 3 I – RESUMO Resumo: Esta Proposta fictícia de implantação da Política Pública de Assistência Social no Município que batizamos de “Escondido” irá apresentar os dados da população e sua demanda social, as legislações que autorizam esta política e suas respectivas diretrizes com participação popular democrática, além do trabalho de gestão, monitoramento e avaliação. Palavras-chave: Política Pública de Assistência Social , participação popular, direitos, responsabilidade pública. II – INTRODUÇÃO A partir da Constituição Federal de 1988, novos conceitos e modelos de assistência social passaram a vigorar no Brasil, em 1993 com a regulamentação da Lei nº 8.742 - Lei Orgânica da Assistência Social, foram instituídos benefícios, serviços, programas e projetos destinados ao enfretamento da exclusão social dos segmentos mais vulneráveis, sendo que o centro de ação desta Política é a família. O Estado brasileiro, isto é, o poder público, seja ele Federal, Estadual ou Municipal tem o dever de formular políticas e realizar ações e atividades que protejam e promovam a cidadania à população vulnerável. O município é o local privilegiado do fazer e acontecer socioassitencial, na medida em que é a instância mais próxima da população. A Política Nacional de Assistência Social (2004) apresenta uma classificação dos municípios brasileiros de acordo com seu porte demográfico, associados aos indicadores sócioterritoriais disponíveis, a partir dos dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE, com maior grau de desagregação territorial. Usando o critério de quantificação da população municipal, a PNAS (2004) classifica e prevê o número de Centros de Referência de Assistência Social – CRAS/equipamentos no município e segundo esta classificação estão divididos entre pequeno porte I, pequeno porte II, médio porte, grande porte e metrópole. Essa classificação de porte dos municípios brasileiros é importante já que institui uma referência inicial para desenvolver ações voltadas ao financiamento dos sistemas e para a implantação e funcionamento dos serviços. Porém, é preciso considerar que esta classificação se baseia apenas em dados populacionais e não considera a diversidade e heterogeneidade dos 4 municípios no que se referem às diferentes bases econômicas, contextos regionais e rede urbana da qual fazem parte. III – DESENVOLVIMENTO O Prefeito do município fictício de Escondido, interior de São Paulo, DRADS de São José do Rio Preto nos convidou para apresentar uma proposta de implantação da Politica Pública de Assistencial Social, De acordo com capítulo IV da PNAS 2004, nos municípios não habilitados nas condições de gestão inicial, básica e plena, a gestão dos recursos federais destinados ao co financiamento das ações continuadas de Assistência Social são de responsabilidade do Gestor Estadual, porém o Prefeito quer fazer a gestão com a efetiva implantação da Política. O objetivo consiste em gerar tipologias para este município com base em indicadores socioeconômicos e demográficos, sua diversidade local, regional, seus territórios urbanos e rurais, possibilitando o planejamento, organização e fiscalização desta Política. Escondido está classificado pela Política Nacional de Assistência Social (2004) como município de pequeno porte I, ou seja, aqueles cuja população não ultrapasse 20.000 habitantes, necessita de uma rede simplificada e reduzida de serviços de proteção social básica (2), pois os níveis de coesão social, as demandas potenciais e as redes socioassistenciais não justificam a execução de serviços de natureza complexa. Em geral, municípios como Escondido não apresentam demanda significativa de proteção social especial (3), o que aponta para a necessidade de contarem com a referência de serviços dessa natureza em sua região, mediante prestação direta pela esfera estadual, organização de (2) São considerados serviços de proteção básica de assistência social aqueles que potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos internos e externos de solidariedade, através do protagonismo de seus membros e da oferta de um conjunto de serviços locais que visam a convivência, a socialização e o acolhimento, em famílias cujos vínculos familiar e comunitário não foram rompidos, bem como a promoção da integração ao mercado de trabalho (PNAS, 2004, p.36). (3) A proteção social especial é a modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras. Os serviços de proteção especial têm estreita interface com o sistema de garantia de direito exigindo, muitas vezes, uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do Executivo (PNAS, 2004, p.37). 5 consórcios intermunicipais, ou prestação por municípios de maior porte da rede urbana na qual se inserem, com cofinanciamento das esferas estaduais e federal (PNAS, 2004). O Censo Demográficodo ano de 2010, que demonstra que os municípios com até 20.000 habitantes representavam 70,35% dos municípios brasileiros, ou seja, 3.915 municípios. A referida classificação tem o propósito de otimizar e hierarquizar a operacionalização do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, identificando as ações de proteção básica de atendimento que devem ser prestadas na totalidade dos municípios brasileiros e as ações de proteção social especial, de média e alta complexidade, que devem ser estruturadas pelos municípios de médio, grande porte e metrópoles, bem como pela esfera estadual, por prestação direta como referência regional ou pelo assessoramento técnico e financeiro na constituição de consórcios intermunicipais (SUAS, 2005). Segundo o último Censo Demográfico do IBGE de 2010, havia um total de 645 municípios, sendo que 401 eram de pequeno porte I , o que significa que 62% dos municípios do Estado de São Paulo tinha até 20.000 habitantes. Verificamos as seguintes informações sobre o município de Escondido: - População = 19.877 pessoas - População com menos de 15 anos = 21.4% - com 60 ou acima de 60 anos = 14% - Grau de Urbanização = 80,8% - Serviços de água potável, esgoto encanado e coleta de lixo atende 96% - Mães com menos de 18 anos (2017) = 4,5% - Taxa mortalidade infantil (nascidos vivos em 2017) = 0 - Analfabetos com 15 ou acima de 15 anos = 4,1% - Empregos formais (rural, indústria e comércio e serviços) = 39% - Renda per capita (2017) = R$ 582,00 Convocamos a população (compareceram os mais envolvidos com causas sociais e usuários) para uma reunião na principal escola da cidade para uma “mini conferência” sobre a implantação da Política. O projeto utilizou das seguintes técnicas: reunião (com objetivo de socializar os dados entre a população e os profissionais da Assistência Social para uma tomada de decisão sobre o projeto), levantamento de dados, pesquisa de campo e atendimento em grupo. Na reunião foi apresentado a importância da sociedade estar engajada no projeto, buscando conhecer o trabalho a ser realizado e serem coparticipantes para a contribuição de 6 levantamentos de dados e informação para aplicar para a implantação desta nova política pública no município. A pauta da reunião tratou dos seguintes assuntos: Fazer o cruzamento da lista de prioridades comunitárias e das oportunidades identificadas; Selecionar o problema-foco a ser enfrentado e transformado com o projeto; Discutir os elementos que têm contribuído para a sua manutenção; Refletir sobre como se pretende agir e enumerar melhorias esperadas; Definir objetivos gerais do projeto; Definir objetivos específicos a serem alcançados; Verificar quem tem o interesse de estar trabalhando na construção do projeto; “A participação social deve constituir-se em estratégia presente na gestão do SUAS, por meio da adoção de práticas e mecanismos que favoreçam o processo de planejamento e a execução da política de assistência social de modo democrático e participativo. Fortalecer os conselhos, realizar as conferências de assistência social, promover a participação dos usuário e valorizar da participação dos trabalhadores do SUAS e da participação das entidades e organizações de assistência social”. (Artigos 114 e 115 da NOBSUAS). Os dados da pesquisa documental foram obtidos a partir dos Relatórios de Gestão e dos Demonstrativos da Execução das Despesas do município nos último 5 anos. A pesquisa de campo teve como sujeitos Assistentes Sociais que atuavam nos órgãos gestores e/ou em Secretarias e Departamentos do Município com algum tipo de Política de Assistência Social (ainda na era do assistencialismo), e os dados foram coletados mediante a realização de grupos focais. Fizemos entrevistas, estudos sociais e visitas domiciliares em grupos e algumas individuais aos usuários identificados como deste “assistencialismo”, o que nos permitiu conhecer e analisar a situação, a estrutura e a dinâmica familiar, assim como levantar dados relativos às condições sanitárias e habitacionais, de emprego, de renda, de religião etc. Na análise de dados, primeiramente foi realizada a apreciação documental e na sequência procedeu-se a uma leitura e levantamento dos dados do município. Com intuito de captar estes dados para realizar um planejamento para mobilizar a politica social no município. Assim poderemos possibilitar maior articulação dos serviços assistenciais com as demais políticas de seguridade, em particular, e públicas, em geral. De acordo com a LOAS, a Assistência Social tem por objetivos a proteção social à famílias, maternidade, infância, à adolescência e aos idosos, a promoção da integração ao mercado de 7 trabalho, habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos, assim, nossa proposta terá os seguintes objetivos: - Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem; - Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais nas áreas urbana e rural; - Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. NOSSA PROPOSTA Teremos como diretrizes: a descentralização político-administrativa, a participação da população, por meio de organizações representativas, na formação das políticas e no controle das ações e a primazia da responsabilidade do Município nesta política. O Público usuário da Política de Assistência social serão cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e riscos, tais como: - famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; - ciclos de vida, desvantagens pessoais resultantes de deficiência; - identidades estigmatizadas em termos éticos, culturais e sexuais; - excluídos pela pobreza no acesso às demais políticas públicas; - usuários de substâncias psicoativas; - vítimas de diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar; - inseridos de forma precária no mercado de trabalho formal ou informal; - qualquer usuário que necessite fazer cumprir seus direitos como cidadão. Para a Proteção Social Básica será necessário a criação de 1 (uma) unidades do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) – GESTÃO BÁSICA - PORTE I - mínimo de 1 CRAS para até 2.500 famílias referenciadas: - rede de serviços socioeducativos direcionados para grupos gerenciais, intergerenciais, grupos de interesses, entre outros; - benefícios eventuais; - benefícios de Prestação Continuada; - serviços e projetos de capacitação e inserção produtiva; 8 Requisitos da Gestão Básica: a) atender aos requisitos previstos no art. 30 e seu parágrafo único da LOAS, incluído pela Lei nº 9.720/98, b) alocar e executar recursos financeiros próprios no Fundo de Assistência Social, como Unidade Orçamentária, para as ações de Proteção Social Básica; c) estruturar Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), de acordo com o porte do município, em áreas de maior vulnerabilidade social, para gerenciar e executar ações de proteção básica no território referenciado, conforme critério abaixo: d) manter estrutura para recepção, identificação, encaminhamento, orientação e acompanhamento dos beneficiários do BPC e dos Benefícios Eventuais, com equipe profissional composta por, no mínimo, um (01) profissional de serviço social;e) apresentar Plano de Inserção e Acompanhamento de beneficiários do BPC, conforme sua capacidade de gestão, contendo ações, prazos e metas a serem executadas, articulando-as às ofertas da Assistência Social e as demais políticas pertinentes, dando cumprimento ainda ao art. 24 da LOAS. f) garantir a prioridade de acesso nos serviços da proteção social básica, de acordo com suas necessidades, às famílias e seus membros beneficiários do Programa de Transferência de Renda, instituído pela Lei nº 10.836/04; g) realizar diagnóstico de áreas de risco e vulnerabilidade social; h) os Conselhos (CMAS, CMDCA e CT) devem estar em pleno funcionamento; i) ter, como responsável, na Secretaria Executiva do CMAS, profissional de nível superior, sendo que, para os municípios pequenos, portes I e II, o profissional poderá ser compartilhado com o órgão gestor. Responsabilidades da Gestão Básica: a) alimentar e manter atualizadas as bases de dados dos subsistemas e aplicativos da REDE SUAS, componentes do sistema nacional de informação; b) inserir no Cadastro Único as famílias em situação de maior vulnerabilidade social e risco, conforme critérios do Programa Bolsa Família (Lei nº 10.836/04); c) participar da gestão do BPC, integrando-o à Política de Assistência Social do município, garantido o acesso às informações sobre os seus beneficiários; 9 d) participar das ações regionais e estaduais, pactuadas no âmbito do SUAS, quando sua demanda, porte e condições de gestão o exigirem e justificarem, visando assegurar aos seus cidadãos o acesso aos serviços de média e/ou alta complexidade; e) instituir plano de acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações de proteção social na rede própria e na rede prestadora de serviços, em articulação com o sistema estadual e de acordo com o sistema federal, pautado nas diretrizes da PNAS/2004; f) identificar e reconhecer, dentre todas as entidades inscritas no Conselho Municipal de Assistência Social, aquelas que atendem aos requisitos definidos por esta Norma para o estabelecimento do vínculo SUAS; g) preencher o Plano de Ação no sistema SUAS-WEB e apresentar o Relatório de Gestão como forma de prestação de contas; h) elaborar Relatório de Gestão. Incentivos da Gestão Básica: a) receber o Piso Básico Fixo e Piso Básico de Transição, definindo a rede prestadora de serviços, respectivo custeio e os critérios de qualidade, tendo em vista as diretrizes definidas em âmbito nacional; b) receber recursos para Erradicação do Trabalho Infantil e para Combate do Abuso e da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, conforme critérios estabelecidos nesta Norma; c) proceder, mediante avaliação de suas condições técnicas, à habilitação de pessoas idosas e pessoas com deficiência, candidatas ao benefício, mediante realização de avaliação social de ambos os segmentos e encaminhamento em seguida ao INSS; d) receber recursos do Fundo Nacional da Assistência Social para as ações de revisão do BPC; e) participar de programas de capacitação de gestores, profissionais, conselheiros e da rede prestadora de serviços promovidos pelo Estado e pela União. O município não comporta a Proteção Social Especial (CREAS) não possui em seu território condições de oferecer serviços de alta e média complexidade. Será necessário continuar parceria com polo São José do Rio Preto, regional que garante o atendimento da sua população e de municípios vizinhos. Frente a essa realidade, de acordo com PNAS 2004, a cooperação é essencial em pelo menos duas hipóteses do desenvolvimento de serviços de referência 10 regional: a) nos casos em que a demanda do município não justifique a disponibilização, em seu âmbito, de serviços continuados nos referidos níveis de proteção social; b) nos casos em que o município, devido ao seu porte ou nível de gestão, não tenha condições de gestão individual de um serviço em seu território. Portanto, o Consórcio Público surge como uma opção para a otimização de recursos humanos e financeiros, com o objetivo de atender às demandas regionais e não como uma forma de tirar responsabilidade do município. Caberá ao Sr. Prefeito e à Secretaria de Assistência Social a definição do melhor instrumento de cooperação em cada caso, respeitada, em qualquer hipótese, a legislação federal, o disposto nesta NOB/SUAS e em suas regulações específicas. A ação da rede socioassistencial de proteção básica e especial é realizada diretamente por organizações governamentais ou mediante, ajustes ou parcerias com organizações e entidades de Assistência Social. A relação entre as entidades de Assistência Social e o SUAS se dá através de um vínculo – o vínculo SUAS –, pautado pelo reconhecimento da condição de parceiro da política pública de Assistência Social. Será estabelecido a partir desse reconhecimento pelo órgão gestor, da entidade, previamente inscrita no respectivo conselho de Assistência Social, da identificação de suas ações nos níveis de complexidade, definidos pela Política Nacional de Assistência Social/2004 e de sua possibilidade de inserção no processo de trabalho em rede hierarquizada e complementar. A forma de viabilização de tal procedimento deverá contemplar a definição de instrumental – base para sua operacionalização. Para a habilitação dos município de Escondido à condição de Gestão Básica dependerá do cumprimento de todos os requisitos e implicará responsabilidades e prerrogativas descritas no SUAS. Para comprovação de cada requisito para a habilitação, são necessários os seguintes Instrumentos: 11 REQUISITO INSTRUMENTO DE COMPROVAÇÃO Comprovação da criação e funcionamento do CMAS, CMDCA e CT. ® Cópia da lei de criação; ® Cópias das atas das 3 últimas reuniões ordinárias, exceto CT; ® Cópia da publicação da atual composição; ® Cópia da ata do CMAS que aprova os documentos comprobatórios de habilitação; ® Cópia do instrumento que comprove o regular funcionamento e/ou declaração de funcionamento emitida pelo Ministério Público ou Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente. Comprovação da criação e funcionamento do FMAS. ® Cópia do ato legal de criação do FMAS. Elaboração e apresentação do Plano Municipal aprovado pelo CMAS. ® Apresentação do Plano Municipal de Assistência Social com progra- mação física e financeira atualiza- da; ® Ata do CMAS que aprova o Plano Municipal de Assistência Social. Alocação e execução de recursos financeiros próprios no FMAS. ® Cópia da Lei Orçamentária Anual/LOA; ® Balancete do FMAS no último trimestre; ® Cópia da resolução do conselho, cons- tando a aprovação da prestação de contas do ano anterior. Instituição de CRAS no município em conformidade com o estabelecido nesta Norma no item critérios de partilha. ® Diagnóstico atualizado das áreas de vulnerabilidade e risco social; ® Descrição da localização, espaço físi- co, equipe técnica existente, área de abrangência (território) e serviços de proteção social básica existentes no território e proximidades. Manter estrutura para recepção, iden- tificação, encaminhamento, orientação e acompanhamento dos beneficiários do BPC e dos Benefícios Eventuais, com equipe profissional composta por, no mínimo, um (01) profissional de serviço social. ® Descrição da estrutura existente para o atendimento do BPC e dos Benefícios Eventuais; ® Número do CRESS do profissionalresponsável pelo atendimento. Elaborar Plano de Inserção e Acompanha- mento de beneficiários do BPC, seleciona- dos conforme indicadores de vulnerabilida- des, contendo ações, prazos e metas a serem executadas, articulan- do- as às ofertas da Assistência Social e as demais políticas pertinentes, dando cumprimento ainda ao art. 24 da LOAS. ® Apresentação do Plano com o número e porcentagem, contendo ações, pra- zos e metas a serem executados. 12 Estruturação da Secretaria Executiva do CMAS com profissional de nível superior. ® Declaração do CMAS, comprovando a existência da estrutura e técnico de nível superior responsável pela Secretaria Téc- nica do CMAS. Realização de diagnósticos de áreas de vulnerabilidade e risco social. ® Apresentação do estudo. Cumprir pactos de resultados, com base em indicadores sociais pactuados na CIB e deliberados no Conselho Estadual de Assistência Social (CEAS). ® Termo de Compromisso do Pacto de Resultados, firmado entre os gestores municipal e estadual, para o ano em curso. Instalar e coordenar sistema municipal de monitoramento e avaliação das ações da Assistência Social por nível de Proteção Social Básica e Especial. ® Descrição da estrutura e sistemática de o monitoramento e avaliação da PSB e PSE; ® Declaração do Conselho Municipal com-provando a existência da estrutura e de sistemática de monitoramento e avaliação da PSB e PSE. Gestor do fundo nomeado e lotado na Se- cretaria Municipal de Assistência Social ou congênere. ® Copia do ato normativo de nomeação e lotação do gestor do Fundo junto a Secre- taria Municipal de Assistência Social ou congênere. Elaborar e executar política de recursos humanos, com a implantação de carreira para os servidores públicos que atuem na área da Assistência Social. ® Apresentar proposta de política de recur- sos humanos, com implantação de car- reira especifica para servidores públicos que atuem na área de Assistência Social; ® Organograma do órgão gestor da Assistência Social. Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) Será necessário criação do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), instância deliberativa do Sistema Descentralizado e Participativo da Assistência Social, regulamentado na PNAS/2004, na forma do SUAS. Os conselhos municipais têm suas competências definidas na LOAS e complementadas por legislação específica e deverão, no cumprimento desta Norma: a) elaborar e publicar seu Regimento Interno; b) aprovar a Política Municipal de Assistência Social, elaborada em consonância com a Política Estadual de Assistência Social na perspectiva do SUAS, e as diretrizes estabelecidas pelas Conferências de Assistência Social; c) acompanhar e controlar a execução da Política Municipal de Assistência Social; 13 d) aprovar o Plano Municipal de Assistência Social e suas adequações; e) zelar pela efetivação do SUAS; f) regular a prestação de serviços de natureza pública e privada no campo da Assistência Social, no seu âmbito, considerando as normas gerais do CNAS, as diretrizes da Política Estadual de Assistência Social, as proposições da Conferência Municipal de Assistência Social e os padrões de qualidade para a prestação dos serviços; g) aprovar a proposta orçamentária dos recursos destinados às ações finalísticas de Assistência Social, alocados no Fundo Municipal de Assistência Social; h) aprovar o plano de aplicação do Fundo Municipal de Assistência Social e acompanhar a execução orçamentária e financeira anual dos recursos; i) propor ao CNAS cancelamento de registro das entidades e organizações de Assistência Social que incorrerem em descumprimento dos princípios previstos no art. 4º da LOAS e em irregularidades na aplicação dos recursos que lhes forem repassados pelos poderes públicos; j) acompanhar o alcance dos resultados dos pactos estabelecidos com a rede prestadora de serviços da Assistência Social; k) aprovar o Relatório Anual de Gestão; l) inscrever e fiscalizar as entidades e organizações de âmbito municipal. O financiamento dos benefícios se dá de forma direta aos seus destinatários, e o financiamento da rede socioassistencial se dá mediante aporte próprio e repasse de recursos fundo a fundo, bem como de repasses de recursos para projetos e programas que venham a ser considerados relevantes para o desenvolvimento da política de assistência social em cada esfera de governo, de acordo com os critérios de partilha e elegibilidade de municípios, regiões e, ou, estados e o Distrito Federal, pactuados nas comissões intergestoras e deliberados nos conselhos de assistência social. Após a promulgação da LOAS em 1993, algumas bandeiras têm sido levantadas em prol do financiamento da assistência social, construído sobre bases mais sólidas e em maior consonância com a realidade brasileira. Juntamente com a busca de vinculação constitucional de percentual de recursos para o financiamento desta política nas três esferas de governo, figuram reivindicações que, no debate da construção do SUAS, têm protagonizado as decisões do órgão gestor Federal. São elas: o financiamento com base no território, considerando os portes dos municípios e a complexidade dos serviços, pensados de maneira hierarquizada e complementar; a não exigibilidade da Certidão Negativa de Débitos junto ao INSS como 14 condição para os repasses desta política; a não descontinuidade do financiamento a cada início de exercício financeiro; o repasse automático de recursos do Fundo Nacional para os Estaduais, do Distrito Federal e Municipais para o cofinanciamento das ações afetas a esta política; o estabelecimento de pisos de atenção, entre outros. Com base nessas reivindicações e, respeitando as deliberações da IV Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em dezembro de 2003, nova sistemática de financiamento deve ser instituída, ultrapassando o modelo convencional e estabelecendo o repasse automático fundo a fundo no caso do financiamento dos serviços, programas e projetos de assistência social. Essa nova sistemática deverá constar na Norma Operacional Básica que será elaborada com base nos pressupostos elencados na nova política. IV – CONCLUSÃO Com a criação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), em dezembro de 1993, da Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre os princípios, diretrizes, organização e gestão, prestações e financiamento da Assistência Social, trazendo um novo significado para a Assistência Social enquanto Política Pública, prevendo também, um sistema de gestão descentralizado e participativo. O SUAS veio materializar o conteúdo da LOAS, tendo como eixos estruturantes a matricial idade sócio familiar, a descentralização político-administrativa e a territorialização, estabelecendo novas bases para a relação entre Estado e sociedade civil; financiamento; controle social com participação popular e normas definidas para informações de monitoramento e avaliação, além de Política de Recursos Humanos própria. Estabelece também a organização da Assistência em dois níveis de proteção, divididos em proteção social básica, ofertadas nos CRAS e CREAS, cumprindo assim, as exigências para a realização dos objetivos e resultados esperados que devam consagrar direitos de cidadania e inclusão social. Para perfeita implantação da Política de Assistência Social em um município, com a oferta de serviços, planos, programas, projetos e benefícios em um sistema de rede, deve-sedispor de pessoal não apenas capacitado, mas também comprometido, para que os objetivos do SUAS sejam alcançados, de maneira integral pelos indivíduos e famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade e risco social. Deve-se atentar também, que a proteção primeira é a individual e a familiar, no entanto, quando as mesmas se apresentarem 15 insuficientes, o Estado deve intervir de maneira a desenvolver as potencialidades e garantir direitos. Na conformação do Sistema Único de Assistência Social, os espaços privilegiados onde se efetivará essa participação são os Conselhos e as Conferências, não sendo, no entanto, os únicos, já que outras instâncias somam força a esse processo. As Conferências têm o papel de avaliar a situação da assistência social, definir diretrizes para a política, verificar os avanços ocorridos num espaço de tempo determinado (artigo 18, inciso VI, da LOAS). Os Conselhos têm como principais atribuições a deliberação e a fiscalização da execução da política e de seu financiamento, em consonância com as diretrizes propostas pela Conferência; a aprovação do plano; a apreciação e aprovação da proposta orçamentária para a área e do plano de aplicação do fundo, com a definição dos critérios de partilha dos recursos, exercidas em cada instância em que estão estabelecidos. Os Conselhos, ainda, normatizam, disciplinam, acompanham, avaliam e fiscalizam os serviços de assistência social, prestados pela rede socioassistencial, definindo os padrões de qualidade de atendimento, e estabelecendo os critérios para o repasse de recursos financeiros (artigo 18, da LOAS). Nós, profissionais do Serviço Social, precisamos incentivar a participação popular, prevista na LOAS (artigo 5º, inciso II), ao lado de duas outras diretrizes, a descentralização político- administrativa para Estados, Distrito Federal e Municípios, o comando único em cada esfera de governo (artigo 5º, inciso I), e a primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo (artigo 5º, inciso III). O controle social tem sua concepção advinda da Constituição Federal de 1988, enquanto instrumento de efetivação da participação popular no processo de gestão político- administrativa-financeira e técnico-operativa, com caráter democrático e descentralizado. 16 V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOSCHETTI, Ivanete; SALVADOR, Evilásio. O financiamento da Seguridade Social no Brasil no Período 1999 a 2004: Quem paga a Conta? BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/92 a nº 28/2000 e Emendas Constitucionais de Revisão nº 1 a nº 6/94. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2000. BRASIL. POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS, aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social por intermédio da Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004, e publicada no Diário Oficial da União – DOU do dia 28 de outubro de 2004. COHEN, Ernesto & FRANCO, Rolando. Avaliação de projetos sociais. Petrópolis, RJ: Vozes,1993. COUTO, Berenice Rojas; YAZBEK, Maria Carmelita; SILVA, Maria Ozanira da; RAICHELIS, Raquel. O Sistema único de Assistência Social no Brasil. Cortez. CUNHA, Sheila Santos. O controle social e seus Instrumentos, 2003. Disponível em: Acesso em: 28 abril. 2018 GUERRA, Yolanda. A Instrumentalidade do Serviço Social 5ª Série. Londrina: 2017. LIMA, Ângela Maria de Lourdes Dayrell. Os desafios para a construção do Sistema Único da Assistência Social/SUAS in Revista Gestão Social: o que há de novo?/ organização Carla Bronzo Ladeira Carneiro e Bruno Lazzarotti Diniz Costa – Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 2004. 2 vol.: il. RIBEIRO, Maria de Fátima Queiroz & SOARES, Denise Amaral. Monitoramento e Avaliação dos Serviços da Assistência Social: uma experiência na SMAS. In Caderno de Capacitação, vol. 04, Prefeitura de Belo Horizonte, 2004. SPOSATI, Aldaíza. A menina LOAS: um processo de construção da Assistência Social. São Paulo: Cortez, 2004.
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