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Florianópolis 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA– UFSC ENGENHARIA DE MATERIAIS THAISY CORAL BORBA Número da matrícula: 17204941 GABRIEL DA ROSA TASIOR Número da matrícula: 17205495 Relatório sobre o estudo de ensaio de impacto em corpos de prova entalhados Florianópolis 2018 1. INTRODUÇÃO Nos primórdios da Revolução Industrial, vários materiais foram descobertos e aplicados nos mais variados ramos da indústria um deles foi o ferro, e seus derivados, que surgiram como um material em condições de competir com os materiais de construção e produção em larga escala, uma opção diferente dos já conhecidos e consagrados na época medieval, uma das suas maiores vantagens do ferro era o seu custo e benefício. Viu-se então a necessidade de estudar o comportamento dos materiais atuando em variadas situações. Um dos meios de se determinar a fragilidade do material a um tipo de esforço, é através do ensaio de impacto; que consiste em submeter um corpo de prova entalhado, de dimensões padronizadas, a uma flexão provocada por impacto por um martelo pendular com pesos e tamanho de haste variado; este tipo de ensaio permite determinar a energia utilizada para que haja deformação e ruptura de um corpo de prova. Neste relatório abordaremos os diferentes tipos de ensaio de Impacto, seus corpos de prova, influência de fatores externos, correção de ensaio, calibração do equipamento. 2. DESENVOLVIMENTO O ensaio de impacto é um dos mais conhecidos e utilizados mecanismos para se determinar uma fratura frágil, devido a rapidez, baixo custo, simplicidade do equipamento; que é composto por um martelo pendular um mostrador com ponteiro de equivalência de energia (se altera através da energia absorvida pelo martelo pendular ao se chocar com o corpo de prova) e de um corpo de prova com dimensões padronizadas e entalhado a fim de gerar um ponto concentrador de tensões, onde uma flexão provocada por impacto pelo martelo pendular, gerando uma fratura frágil. Este tipo de ensaio permite determinar a energia utilizada na deformação e ruptura do corpo de prova, Quanto menor for a energia absorvida, mais frágil será o comportamento do material àquela solicitação dinâmica. O resultado do ensaio gera apenas uma medida de energia absorvida e não fornece indicações seguras sobre o comportamento do material ao choque em geral, o que só seria possível se pudéssemos ensaiar uma peça inteira em condições de prática, ou seja, o ensaio de impacto deve-se restringir a apenas à comparação de materiais ensaiados nas mesmas condições. Para melhor compreensão do ensaio se gera um diagrama de analise de fratura dos materiais cujo qual se alterna uma propriedade que esta intimamente ligada a determinação de um material dúctil para frágil; que seria a temperatura em que o material irá atuar Florianópolis 2018 Figura-1 2.1 CORPOS DE PROVA O corpo de prova é entalhado para permitir que simule um concentrador de tensões e produzir um estado triaxial de tensões. Os corpos de prova geralmente utilizados para a realização do ensaio de impacto são: corpo de prova Charpy e corpo de prova Izod, ambos especificados pela norma ASTM E23. Tipos de Ensaio de impacto CHARPY IZOD Ambos tem a mesma dinâmica de ensaio, porém seus meios de fixação do corpo de prova e padroes de entalhe. Charpy Os corpos de prova Charpy são fixados apoiado de maneira centralizada; a distância entre apoios é de 40 mm. As dimensões dos corpos de prova são classificados em tipo A, B e C, com secção quadrada de 10mm, comprimento de 55mm e entalhes no centro do corpo de prova. O tipo A tem o entalhe na forma de V, o tipo B na forma de buraco de fechadura e o tipo C na forma de U. Izod O corpo de prova Izod sua fixação o corpo de prova é engastado na maquina de ensaio. As dimensões do corpo de prova tem secção quadrada de 10mm, comprimento Florianópolis 2018 de 75mm, entalhe a uma distância de 28mm de uma das extremidades, em forma de V. É engastado na sua área maior, e o entalhe fica próximo ao ponto de engaste. Os corpos de prova com entalhes mais agudos ou mais profundos,(como é caso e Charpy tipo A e do Izod), são utilizados para mostrar a diferença de energias absorvidas nos ensaios de metais de caráter mais dúcteis, ou com velocidades menores de ensaio pois têm condições mais propícias para uma fraturas frágeis. A usinagem do entalhe pode ser feita por meio de brochadeira, plaina ou fresadora, e o seu perfil deve ser controlado por um projetor de perfil. Para ensaios de materiais frágeis, como é o caso do ferro fundido e fundidos sob pressão os corpos de prova não necessitam do entalhe devido sua característica porosa que acabam se tornando concentradores de tensão. A usinagem do entalhe pode ser feita por meio de brochadeira, plaina ou fresadora, e o seu perfil deve ser controlado por um projetor de perfil. No caso de materiais cujas dimensões não permitem a confecção de corpos de prova normais, é possível retirar os corpos de prova reduzidos que constam em métodos E 23 da ASTM. Figura -2 Florianópolis 2018 2.2PREPARAÇÃO PARA ENSAIO Alguns cuidados devem ser tomados quando da execução do ensaio de impacto. Porexemplo local de retirada de corpos de prova, quanto sua orientação e a direção para a confecção do entalhe, que implicam alterações significativas nos resultados do ensaio são normatizados. O zeramento do mostrador deve ser efetuado no início do ensaio, a máquina deve ser verificada por meio de uma oscilação livre do pêndulo, de modo que o pêndulo liberado em queda livre indique uma energia nula no mostrador da máquina. Se após este procedimento o mostrador registrar algum valor de energia, este valor deve ser subtraído do resultado obtido durante o ensaio com corpo de prova. A aferição da máquina é feita segundo os requisitos completos apresentados pela norma E 23. 2.2 DINÂMICA DO ENSAIO Com o corpo de prova devidamente fixado segundo o tipo de ensaio a se fazer(IZOD ou CHARPY), se posiciona o martelo pendular na extremidade do pêndulo,e ajustado para que sua queda seja retilínea, e sua energia cinética seja toda transferida para o ponto de impacto que seria o entalhe; produzindo assim um valor fixo e especificado. O martelo é solto e bate no corpo de prova entalhado já especificado. Depois do impacto corpo de prova martelo o martelo em movimento pendular ainda sobe alguma altura, essa altura é inversamente proporcional a energia absorvida pelo impacto. A energia utilizada para que haja uma fratura provém da medida da diferença entre a altura inicial do pêndulo h e a altura máxima atingida após a ruptura do corpo de prova h'. Quanto menor for a energia absorvida, mais frágil será o comportamento do material a o esforço semelhante exposto ao corpo de prova. O ensaio só é válido quando a uma fratura do corpo de prova isto é quando um corpo de prova é rompido no entalhe se transformando em 2 pedaços. O Mostrador com ponteiro localizado preso a máquina (que deve ser zerado no início do experimento) tem a função de mostrar a quantidade de energia absorvida. 2.3 TIPOS DE FRATURA Os tipos de fratura que podem ocorrer no material ensaiado por impacto podem ser frágeis ou dúcteis. As fraturas frágeis são caracterizadas por seu aspecto cristalino, e ocorrem com baixa absorção de energia, sendo característica de materiais de baixa tenacidade,(CFC). Já as fraturas dúcteis possuem superfície fibrosa, consequente da alta Florianópolis 2018 absorção de energia durante o impacto, e é característica de materiais que possuem alta tenacidade. Existem três fatores que contribuem para o surgimento da fratura frágil em materiais que são normalmente dúcteis à temperatura ambiente, os quais não precisam atuar ao mesmo tempo para produzir uma fratura frágil no material. São eles: 1. Existência de um estado triaxial de tensões; 2. Baixas temperaturas; 3. Taxa ou velocidade de deformação elevada. Entre as temperaturas em que ocorrem as fraturas dúcteis e frágeis, ocorre a transição dúctil-frágil (também definida por temperatura de transição, onde em uma certa temperatura o material sofre uma mudança de caráter de ruptura do material, passando de dúctil para frágil), que está relacionada com a temperatura através da energia de impacto medida no ensaio. Nessa faixa de temperaturas, o material pode romper tanto de maneira dúctil como de maneira frágil. Sabendo desta influência decisiva da temperatura sobre os resultados, deve-se portanto, mencionar nos resultados junto com o tipo de corpo de prova que foi ensaiado, e analisara composição, elementos de liga e inclusões, pois elas podem afetar a temperatura de transição do material. 2.4 PROPRIEDADE OBTIDAS NO ENSAIO Algumas propriedades podem ser obtidas através do ensaio de impacto, tais como ductilidade, absorção de energia e fragilidade. Todas sofrem influência da temperatura na qual são ensaiados. Porém o ensaio de impacto não fornece um valor quantitativo para a tenacidade, pois representa apenas a tenacidade para um dado estado de tensões causadas pela geometria do entalhe usado. A ductilidade provem da porcentagem de concentração no entalhe, tal como, a fragilidade além de ser possível também fornecer a superfície da fratura quanto ao seu aspecto, por um exame visual determinando se a fratura é fibrosa (dúctil), granular ou cristalina (frágil). 3 DETERMINAÇÃO DE TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO DÚCTIL- FRÁGIL (TTDF) Existem diversas metodologias para se determinar a temperatura de transição (T), a bibliografia escolhida como referência para este trabalho disponibiliza cinco métodos, dos quais três serão apresentados nesta secção. Florianópolis 2018 A primeira temperatura de transição (T1) é referente a um patamar superior.A partir desta temperatura a fratura é 100% fibrosa ou seja, uma fratura totalmente dúctil. T1 é obtida observando-se a extremidade direita do gráfico, quando a curva começa a apresentar um comportamento aproximadamente linear. Essa temperatura também é conhecida como FTP (transição plástica de fratura). O terceiro método para determinar T2 é análogo ao primeiro, só que ocorre na extremidade esquerda do gráfico, assim sendo o patamar inferior. Correspondendo que abaixo desta temperatura qualquer fratura será 100% frágil. T2 também chamada de NDT (transição de ductilidade nula). Para obter T3 calcula-se a média dos valores de energia absorvida correspondentes as temperaturas dos patamares inferior e superior. Com os dados obtidos foi plotado um gráfico de TTDF para determinar as temperaturas de transição, utilizando os métodos descritos acima. Obtendo assim T1 igual a 50° C, T2 (-100° C), T3 (-75° C). Segue o gráfico 1. Gráfico 1 4. DESLOCAMENTO DA CURVA TTDF Diversos motivos podem deslocar a temperatura de transição em um material, como a composição química, tamanho de grão, processamento do material e vários outros motivos, sendo os principais deles o carbono e o manganês. Sabendo disso podemos Florianópolis 2018 aumentar ou diminuir a TTDF de um material, em virtude das solicitações mecânicas presentes na realização de trabalho. Nos aços é comum observar esse deslocamento em função do percentual de carbono presente na liga. Observando oGráfico 2, pode-se notar que a temperatura de transição se move para a direita com crescimento percentual de carbono. Assim atingindo temperaturas de transição mais elevadas. Entretanto, a energia absorvida pelo material diminui no ensaio de impacto, fazendo com que o aço se torne cada vez mais frágil. Gráfico.2 Outro agente importante no deslocamento da TTDF é o manganês, só que ao contrário do carbono, o manganês move a temperatura de transição para a esquerda. Fazendo com que a tenacidade ao impacto aumente. 5.CONCLUSÃO O ensaio de impacto tem um auto custo benefício é capaz de apresentar diversas propriedades importantes para a classificação do material através da fratura. Embora sua classificação é dependente da temperatura e tipo entalhe (concentrador de tensões). A determinação da temperatura de transição pelos diferentes métodos se mostrou bastante sofista, assim não obtendo resultados muito confiáveis. Apesar de ser um ensaio bastante utilizado, não possui confiabilidade em seus resultados na utilização para projetos. Exigindo assim uma dependência de outro ensaios, com resultados mais exatos. Florianópolis 2018 6.REFERÊNCIA SOUZA, SÉrgio Augusto de. ENSAIOS MECÂNICOS DE MATERIAIS METÁLICOS: ENSAIOS MECÂNICOS DE MATERIAIS METÁLICOS. 4. ed. FlorianÓpolis: Edgard Blucher Ltda, 1979. 239 p. INFOSOLDA. ENSAIOS MECÂNICOS DE MATERIAIS METÁLICOS: Soldagem – Coleção tecnológica SENAI – 1ª ed.. 1997. Disponível em: <http://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros- senai/ensaios-nao-destrutivos-e-mecanicos/210-ensaio-mecanico- impacto.html>. Acesso em: 01 jul. 2018.
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