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O Capital - Livro 1 - Cap. 21

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Seção VII – O PROCESSO DE ACUMULAÇÃO DO CAPITAL
Circulação do capital (fases):
1. Transformação de uma soma de dinheiro em meios de produção e força de trabalho via mercado (circulação)
2. Meios de produção transformados em mercadorias cujo valor supera o valor de seus componentes (portanto a mercadoria é capital adiantado + mais-valia) (produção).
3. Venda, realização do valor da mercadoria em dinheiro e retransformação em capital para ser novamente jogada na esfera da produção (circulação).	Comment by Natália S. Lisbôa: Quantum de valor -> Capital
Pressupostos da acumulação:
1. O capitalista deve ter conseguido vender suas mercadorias e transformado a maior parte do dinheiro recebido em capital. A partir daí o capital percorre o processo de circulação.
2. O capitalista que produz a mercadoria a vende por seu valor.
3. O produtor capitalista é o proprietário da mais-valia inteira (não se consideram as diferentes categorias de mais-valia).
“A acumulação é um mero momento do processo direto de produção”. Conforme a acumulação ocorre o capitalista vende a mercadoria, a retransforma o dinheiro recebido em capital. “Qualquer que seja a proporção da mais-valia que o produtor capitalista retém para si mesmo ou cede a outros, ele sempre se apropria dela em primeira mão.”	Comment by Natália S. Lisbôa: Marx não se preocupa com a volta da mercadoria ao mercado, nem com as novas formas que o capital assume na esfera de circulação, nem com as condições concretas da reprodução ocultas nessas formas.
“O capitalista que produz a mais-valia, isto é, extrai trabalho não-pago diretamente dos trabalhadores e o fixa em mercadorias, é, na verdade, o primeiro apropriador, mas, de modo algum, o último proprietário dessa mais-valia. Tem de dividi-la, mais tarde, com capitalistas que realizam outras funções na produção social como um todo, com o proprietário fundiário etc. A mais-valia divide-se, portanto, em diferentes partes. Suas frações cabem a categorias diferentes de pessoas e recebem formas diferentes, independentes umas das outras, tais com lucro, juro, ganho comercial, renda da terra, etc.”	Comment by Natália S. Lisbôa: Formas mudadas da mais-valia.
Fracionamento da mais-valia
Movimento mediador da circulação Obscurecem o processo de acumulação
CAP. 21 – REPRODUÇÃO SIMPLES
“Qualquer que seja a forma social do processo de produção, este tem de se contínuo ou percorrer periodicamente, sempre de novo, as mesmas fases. Uma sociedade não pode parar de consumir, tampouco deixar de produzir. Considerado em sua permanente conexão e constante fluxo de sua renovação, todo processo social de produção é, portanto, ao mesmo tempo, processo de reprodução.
As condições da produção são ao mesmo tempo as condições da reprodução”.
P/ que a sociedade produza (e se reproduza) continuamente ela deve transformar continuamente parte de seus produtos em meios de produção ou elementos da nova produção. A sociedade só pode reproduzir ou manter a riqueza na mesma escala se substitui os meios de produção consumidos durante o ano por outros, em mesma quantidade, que são incorporados novamente ao processo de produção. Portanto, determinada parte do produto gerado num período por uma sociedade já é destinado desde a origem ao consumo produtivo (não consumo individual – forma mercadoria, final).	Comment by Natália S. Lisbôa: Meios de trabalho, matérias-primas e materiais auxiliares.
“Se a produção tem forma capitalista, então a terá a reprodução”. 
Processo de trabalho como um meio para o processo de valorização.
Processo de reprodução como um meio para reproduzir o valor adiantado como capital, isto é, como valor que se valoriza. 
“Uma pessoa só encarna a personagem econômica do capitalista porque seu dinheiro funciona continuamente como capital”.
 
A quantia (capital) que uma pessoa adianta para a produção p/ produzir mais-valia deve garantir a repetição no mínimo na mesma escala no período seguinte. A mais-valia é uma renda/receita/incremento que provém do capital (considerada apenas como fundo de consumo do capitalista).
Se essa renda extra (mais-valia) serve ao capitalista apenas como fundo de consumo ou é despendida com a mesma periodicidade com que é ganha, então há reprodução simples (i.é., mera repetição do processo de produção na mesma escala).	Comment by Natália S. Lisbôa: “Se, por exemplo, a quantia adiantada de 100 libras esterlinas se transformou, neste ano, em capital e produziu uma mais-valia de 20 libras esterlinas, então terá de repetir a mesma operação no ano seguinte, etc.”
Processo de produção (fases)
1. Há compra da força de trabalho por um determinado período (mas o trabalhador só é pago depois que sua força de trabalho produz mercadorias - realiza seu próprio valor e gera a mais-valia). 
2. O trabalhador produz, então, mais-valia (fundo do capitalista) e capital variável (produto de seu próprio trabalho; fundo do trabalhador que será transformado em salário). O trabalhador não recebe em espécie as mercadorias que produziu, mas sim DINHEIRO (forma transformada do produto de seu trabalho). “Enquanto o trabalhador transforma parte dos meios de produção em produto, retransforma-se parte de seu produto anterior em dinheiro”. 
3. “A classe capitalista dá constantemente à classe trabalhadora, sob forma monetária, títulos sobre parte do produto produzido por esta e apropriado por aquela. Esses títulos, o trabalhador os restitui, do mesmo modo constante, à classe capitalista e retira-lhe, com isso, aquela parte de seu próprio produto que é atribuída a ele. A forma mercadoria do produto e a forma monetária da mercadoria disfarçam a transação”.	Comment by Natália S. Lisbôa: Enquanto o trabalhador trabalha, a mercadoria produzida por ele (seu direito) se apresenta p/ ele na forma de salário. “É com seu trabalho da semana anterior que seu trabalho de hoje será pago”.
*Capital variável: parte do capital empregada no pagamento de salários. Tem valor aumentado no processo de produção porque o valor gerado pela força de trabalho excede o custo de reprodução da existência dos trabalhadores. O excesso é a mais-valia, apropriada pelo capitalista.
“O capital variável é portanto uma forma histórica particular em que aparece o fundo do trabalho, que garante a manutenção e reprodução do trabalhador e que ele mesmo produz e reproduz. O fundo de trabalho só flui constantemente para ele sob a forma de meios de pagamento de seu trabalho porque seu próprio produto afasta-se constantemente dele sob a forma de capital”.
Ex. um camponês que trabalha com seus próprios meios de produção nas terras de um senhor feudal e que gasta 3 dias produzindo pra si mesmo e 3 dias pagando corveia para o senhor é igual ao caso de o senhor feudal se apoderar dos meios de produção e submeter o camponês ao assalariamento. O fundo de trabalho apareceria sobre a forma de capital somente na sociedade capitalista, com trabalho voluntário e pago.	Comment by Natália S. Lisbôa: O trabalhador recebe uma parte do valor do seu trabalho (uma parte pois há uma parte que não volta pra ele pois foi apropriada pelo capitalista) para adquirir uma parte de seu próprio produto (que corresponde à cesta de subsistência. O que o trabalhador produz em espécie é maior que seu salário – pois há surgimento de mais-valia).
Isto quer dizer que o trabalhador trabalha uma parte da jornada de graça para o capitalista, mas a forma dinheiro da mercadoria obscurece esse fato.	Comment by Natália S. Lisbôa: O que o trabalhador produz	Comment by Natália S. Lisbôa: salário
Capitalista se torna possuidor de dinheiro em virtude de uma acumulação primitiva independente de trabalho alheio não-pago e por isso pode comprar força de trabalho (pra gerar acumulação depois). 
“Em geral, o valor do capital adiantado dividido pela mais-valia consumida anualmente dá o número de anos, ou de períodos de reprodução, ao cabo dos quais o capital adiantado originalmente foi consumido pelo capitalista, e, portanto, desapareceu. (...) Ao final de um tempo, o valordo capital que o capitalista possui é igual a soma da mais-valia apropriada (gratuitamente) durante o mesmo número de anos, e a soma do valor consumido por ele é igual ao valor do capital original”. A continuidade do processo de reprodução simples (sem acumulação) transforma após um período todo o capital investido em capital acumulado/mais-valia (trabalho alheio não-pago). 	Comment by Natália S. Lisbôa: Isso é, usou seu próprio dinheiro pra investir.
P/ transformar dinheiro em capital é necessário:
1. Produção e circulação de mercadorias
2. Existam possuidores de dinheiro (meios de produção e subsistência) e possuidores de substância criadora de valor (força de trabalho). 
3. Separação entre o trabalhador e o produto do seu próprio trabalho.
O processo de produção transforma continuamente a riqueza material em capital, meio de valorização para o capitalista enquanto o trabalhador sai do processo sempre como entrou: fonte de riqueza mas sem os meios para se apropriar dessa riqueza. 
“Como o processo de produção é, ao mesmo tempo, processo de consumo da força de trabalho pelo capitalista, o produto do trabalhador transforma-se continuamente não só em mercadoria, mas em capital, em valor que explora a força criadora de valor, em meios de subsistência que compram pessoas, em meios de produção que empregam o produtor. O próprio trabalhador produz, por isso, constantemente a riqueza objetiva como capital, como poder estranho, que o domina e explora, e o capitalista produz de forma igualmente contínua a força de trabalho como fonte subjetiva de riqueza, separada de seus próprios meios de objetivação e realização, abstrata, existente na mera corporalidade do trabalhador, numa só palavra, o trabalhador como trabalhador assalariado. Essa constante reprodução ou perpetuação do trabalhador é a condição sine qua non da produção capitalista”.	Comment by Natália S. Lisbôa: “Como, ao entrar no processo, seu próprio trabalho já está alienado dele, apropriado pelo capitalista e incorporado ao capital, este se objetiva, durante o processo, continuamente em produto alheio”.
Consumo do trabalhador: 
1. Consumo produtivo (consumo de meios de produção, mediante trabalho, e transformação em produtos de valor mais elevado que o do capital adiantado), que é simultaneamente consumo de sua força de trabalho pelo capitalista que a comprou. É bom p/ capitalista.
2. Consumo individual (uso do dinheiro pago pela compra da força de trabalho em meios de subsistência). São as coisas que o trabalhador consome, propriamente. 
Quando o capitalista compra força de trabalho, ele valoriza seu capital global pois lucra com a produção do trabalhador (extraindo mais-valia) e com o que lhe vende (o que o trabalhador compra p/ consumo individual e se reproduzir). O consumo individual da classe trabalhadora é portanto retransformação dos meios de subsistência (alienados pelo capital por força de trabalho) em força de trabalho, de novo explorável pelo capital. Mesmo que o trabalhador realize consumo improdutivo (acima da subsistência) ele é produtivo par o Capitalista, produzindo riqueza alheia. “A constante manutenção e reprodução da classe trabalhadora permanece a condição constante para a reprodução do capital”. Classe trabalhadora é acessório do capital. Seu consumo individual é apenas um momento do processo de reprodução do capital. A reprodução da classe trabalhadora implica transmissão e acumulação da habilidade de uma geração p/ outra. Trabalhadores fabris são acessórios das fábricas.	Comment by Natália S. Lisbôa: O trabalhador se abastece de meios de subsistência a fim de manter sua força de trabalho em andamento, ou seja, seu consumo individual é produtivo pois perpetua a classe trabalhadora para que o capitalista continue consumindo força de trabalho.
Processo de produção capitalista:
1. Produz mercadoria e mais-valia.
2. Produz e reproduz a relação entre
 capitalista (compra força de trabalho p/ enriquecer)
 assalariado (vende força de trabalho p/ sobreviver).
3. Produz e reproduz a separação entre força de trabalho e condições de trabalho -> perpetua exploração do trabalhador.
“É a armadilha do próprio processo que lança o trabalhador constantemente de novo ao mercado como vendedor de sua força de trabalho e sempre transforma seu próprio produto no meio de compra do primeiro”.

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