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ARTIGO FINAL

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Prevalência, tipologia, local e modelos de exercícios associados ao aparecimento de lesões em praticantes de crossfit®: um estudo transversal
Leonardo de Brida¹, Luciano Accordi¹
1Laboratório de Psicofisiologia do Exercício/Grupo de pesquisa em exercícios aquáticos avançados GPEAA/Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC
Secção/Tipo de Artigo: artigo original
Fontes de financiamento: CNPq, FAPESC e UNESC.
Luciano Acordi da Silva, Universitário 08800-300- Criciúma, SC – Brasil luciano_acordi@unesc.net
RESUMO
O objetivo do estudo foi verificar a prevalência, tipologia, local e modelos de exercícios associados ao aparecimento de lesões em praticantes de Crossfit em boxes de Criciúma. Participaram do estudo 52 indivíduos com idade média de 28.9 ±7.5 anos de três boxes² de Crossfit da cidade de Criciúma/SC, responderam um questionário adaptado do estudo de Almeida et al,(2017) e Rombaldi et al, (2014). Nossos achados demonstram que a prevalência é 30,8% dos participantes se lesionaram pelo menos uma vez durante a prática. A lesão que mais apareceu foi estiramento, luxação e distensão. Em relação ao seguimento corporal mais lesionado foram ombro lombar e joelho. O modelo de exercício que mais lesionou foi o LPO. A prática do Crossfit possui uma prevalência de lesões média. A tipologia mais frequente foi o estiramento e o exercício que mais lesiona é o LPO. 
Palavras-Chave: Crossfit; Lesões; Incidência de lesões; Prevalência de lesões.
Prevalence, typology, site and exercise models associated with crossfit® practice injury: a cross-current study[1: ² Plural de Box. Box é o local utilizado para a prática do Crossfit.]
ABSTRACT
Introduction: One of the fastest growing fitness programs in the world is Crossfit. Objective of the present study was to verify the prevalence, typology, location and exercise models associated with the appearance of injuries in Crossfit practitioners in Criciúma pits. Methodology: A cross-sectional study comprised 52 individuals, 30 of whom were males and 22 females, with a mean age of 28.9 ± 7.5 years from three Crossfit boxes in the city of Criciúma / SC. All subjects answered a questionnaire adapted from the study of Almeida et al. (2017) and Rombaldi et al. (2014). Results: Our findings demonstrate that the prevalence is 30.8% (average level) of the participants who were injured at least once during the practice. The most frequent lesion was stretching (23%) followed by dislocation (11%) and distension (11%). Regarding the most injured body follow-up were shoulder and lumbar with 34% followed by knee 13%. About the model of exercise that most injured was the Olympic weightlifting. Conclusion: We conclude that the Crossfit practice has an average lesion prevalence. The most frequent typology was stretching. The most damaging exercise model is the Olympic weightlifting.
Keywords: Crossfit; Injuries; Injury incidence; Prevalence of lesions.
Prevalencia, tipología, local y modelos de ejercicios asociados al aparecimiento de lesiones en practicantes de crossfit®: un estudio transversal
RESUMEN
Introducción: Uno de los programas de entrenamiento de fuerza y ​​acondicionamiento físico general que más crece en el mundo es la modalidad de Crossfit. El objetivo del presente estudio fue verificar la prevalencia, tipología, lugar y modelos de ejercicios asociados a la aparición de lesiones en practicantes de Crossfit en boxes de Criciúma. Metodología: Participaron del estudio transversal, 52 individuos, de los cuales 30 eran del género masculino y 22 del género femenino, con edad promedio de 28.9 ± 7.5 años de tres boxes de Crossfit de la ciudad de Criciúma / SC. Todos los sujetos respondieron a un cuestionario adaptado del estudio de Almeida et al, (2017) y Rombaldi et al (2014). Resultados: Nuestros hallazgos demuestran que la prevalencia es 30,8% (nivel medio) de los participantes se lesionaron por lo menos una vez durante la práctica. La lesión que más apareció fue estiramiento (23%) seguido de luxación (11%) y distensión (11%). En relación al seguimiento corporal más lesionado fueron hombro y lumbar con el 34% seguido por la rodilla el 13%. Sobre el modelo de ejercicio que más lesionó fue el levantamiento de peso olímpico. Conclusión: Concluimos que la práctica de Crossfit posee una prevalencia de lesiones medias. La tipología más frecuente fue el estiramiento El modelo de ejercicio que más lesiona es el levantamiento de peso olímpico.
Palabras clave: Crossfit; lesiones; Incidencia de lesiones; Prevalencia de lesiones.
INTRODUÇÃO
A modalidade de Crossfit é uma atividade física que abrange um dos programas de treinamento de força e condicionamento físico geral que mais cresce no mundo (Barbosa, 2017). O Crossfit foi criado em 1995 por Greg Glassman, visando desenvolver o condicionamento de forma ampla, preparando os praticantes para qualquer contingência física necessitada (Glassman, 2003).
O Crossfit é formado por três tipos básicos de movimentos, os cíclicos, os de levantamento de peso e os movimentos de ginástica. As sessões de treino iniciam com um aquecimento, seguido de uma atividade para desenvolver força ou melhorar a habilidade em algum movimento, e por fim são realizados alongamentos e relaxamentos. Esses componentes juntos constituem o treinamento do dia ou “Workout Of the Day”, conhecido nos boxes como “WOD” (Heinrich et al., 2014). 
Todavia o conhecimento da ocorrência de lesões musculoesqueléticas em atividades que se tornam cada dia mais populares, como o Crossfit, é de grande importância para que possíveis medidas preventivas sejam realizadas com maior efetividade (Souza et al., 2015). Paleska (2005) afirma que praticantes de atividades físicas estão sujeitos a lesões musculoesqueléticas, associadas à prática do esporte ou modalidade. Salientamos que isto pode ser potencializado por fatores como execução do exercício incorreta ou forma de treinamento desequilibrada. Contudo não temos conhecimento de estudos específicos em nossa região com praticantes da modalidade de Crossfit sobre incidência, tipologia, local e modelos de exercícios associados ao aparecimento de lesões.
Sendo assim, o estudo objetivou verificar a prevalência, tipologia, local e modelos de exercícios associados ao aparecimento de lesões em praticantes de Crossfit em boxes de Criciúma. Nos hipotetizamos de acordo com as falácias em nossa região que a incidência seja alta, o tipo de lesão mais frequente, as luxações, o segmento mais lesionado o ombro e por fim o modelo de exercício mais comum para lesões, o levantamento de peso olímpico.
Metodologia
Caracterização do estudo: A pesquisa caracterizada como um estudo transversal. Estudos transversais ou de corte transversal são estudos que visualizam a situação de uma população em um determinado momento (Almeida; Rouquayrol, 2006).
Comitê Ética: Todos os procedimentos foram realizados de acordo com a lei nº 11.794/08 resolução 196/96 com a utilização de seres humanos e aprovados pelo Comitê de Ética local.
Desenho do Estudo: Durante uma semana foi entregue o inventário, no período de 02 a 09 de Abril, nos boxes da cidade. Foi solicitado que os praticantes respondessem em 24 horas e entregassem o mesmo no dia seguinte. Após o recolhimento os inventários foram analisados de acordo com os critérios do estudo e após a seleção, foram incluídas e rodadas as estatísticas para análise e desfecho final.
Instrumento de estudo: Para o estudo foi utilizado um inventário adaptado do estudo de Almeida et al, (2017) e Rombaldi et al, (2014), contendo 16 perguntas abertas e fechadas, relacionadas a prática de Crossfit e lesões.
Randomização: A população do estudo foi de 200 clientes totais, que treinavam em três boxes de Crossfit da cidade. Foram entregues 200 inventários em todos os Box. Destes retornaram 65, sendo que 13 foram excluídos de acordo com os critérios pré-estabelecidos, restando 52 indivíduos que compuseram a amostra. 
AMOSTRA: Participaram do estudo 52 indivíduos, voluntários nãoatletas, de ambos os sexos, com idade média de 28.9±7 anos. Os participantes foram selecionados pelo método de conveniência não probabilística, obedecendo aos seguintes critérios excludentes: a) não aceitaram assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. b) que não aceitaram participar voluntariamente do estudo; c) não devolveram o questionário dentro do tempo estabelecido. 
Análise estatística: Para a análise estatística foi montada uma planilha eletrônica para elaboração do banco de dados, a partir da coleta de dados realizada nesta pesquisa. As variáveis quantitativas foram apresentadas em média ± desvio padrão e as qualitativas por frequência e porcentagem. Para todas as análises estatísticas foi adotado o valor de p < 0,05 para indicar diferença estatisticamente significativa ou associação entre os grupos. As variáveis quantitativas foram avaliadas quanto à normalidade por meio da aplicação do teste de Shapiro-Wilk. A verificação da existência de associação entre as variáveis qualitativas foi realizada por meio da aplicação dos testes qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher, seguidos de análise de resíduo quando observada significância estatística. As análises foram realizadas no pacote estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 20.0.
RESULTADOS 
Caracterização da amostra: Dos 52 participantes (Tabela 1) 57% (30 sujeitos) eram do sexo masculino e 42% (22) do feminino, com idade média de 28 anos ±7 anos e peso 70 kg ±13 kg, com um tempo de pratica médio de 12-24 meses (23%). A maioria dos praticantes (65%; 34 participantes) apresenta uma alta frequência (5 vezes/sem), treinando no período vespertino (53%; 28 praticantes). Sobre a avaliação pré-participativa (63%; 33 praticantes), não fizeram. Em relação a prática de outro exercício regular (57%; 30 participantes) realizam outra atividade paralela. Por fim (51%; 27 participantes), às vezes sentem dor durante o treino.
Dor e lesões relacionadas ao crossfit: Durante os treinamentos, a tabela 2 demostra que (44% e 34%) dos participantes representando (23 e 18 alunos) apontam sentir dor leve a moderada. Após os treinamentos (46% e 38%) apontam sentir dor raramente e às vezes. Em relação à frequência de dor relacionada ao treino, (36% e 23%; 19 e 12 participantes), relatam sentir dor uma ou duas vezes por semana. Sobre a prevalência da lesão, 30,8% (representando 16) dos alunos, se lesionaram pelo menos uma vez durante a prática de Crossfit. O tipo de lesão que mais apareceu foi estiramento (23%; 12 participantes), seguido de luxação (11%; 6 participantes) e distensão (11%; 6 participantes). Em relação ao seguimento corporal mais lesionado tivemos ombro e lombar (34%; 34% 18 participantes) e joelho (13%; 7 participantes). 
Tipos de Exercícios x Lesão de ombro: Em relação à tabela 3, dos 100% dos alunos de crossfit (18 alunos) que lesionaram o ombro, 55% (10 participantes) se machucaram realizando exercícios de levantamento de peso olímpico e 45% (8 participantes), realizando exercícios ginásticos.
Tipos de Exercícios x Lesão de joelho (Tabela 04): Em relação à tabela 4, dos 100% dos alunos de Crossfit (7 alunos) que lesionaram o joelho, 71% (5 participantes) se machucaram realizando exercícios de levantamento de peso olímpico e 29%% (2 participante) realizando exercícios cíclicos.
Tipos de exercícios e Lesão lombar (tabela 5): Dos 100% dos participantes de Crossfit que lesionaram a lombar (18 alunos) durante sua pratica, 66% (12 participantes) dos alunos foi realizando exercícios de levantamento de peso olímpico, 5% (1 participante) realizando os cíclicos e 16% (3 participantes) exercícios ginásticos.
DISCUSSÃO
Nossos resultados apontam que a prevalência de lesão em praticantes de Crossfit é de 30,8%, o tipo de lesão mais frequente é o estiramento (23%), seguido de luxação (11%) e distensão (11%), sendo que o local mais acometido é o ombro (34%), seguido de lombar (34%) e joelhos (13%). Os exercícios que mais lesionam o seguimento ombro são levantamento de peso olímpico (55%) e ginástico (45%), o seguimento do joelho foi o levantamento de peso olímpico (71%) e exercícios cíclicos (29%) e no seguimento da lombar são levantamento de peso olímpico (66%) e os exercícios ginásticos (16%).
O estudo de Smith et al (2013) foi um dos primeiros a apontar o índice de lesão entre praticantes de CrossFit. Este estudo, por ser um dos pioneiros, foi usado desde então como base para diversas outras pesquisas realizadas na área que investiga acerca de lesões no esporte. Nosso estudo demonstrou que os praticantes de Crossfit da cidade apresentam uma prevalência de 30,8% de lesões. Comparando com as lesões no futebol, Ribeiro et al, 2007 apontou que mais de 78% dos participantes apresentaram algum tipo de lesão durante o período analisado. Já a respeito das lesões na musculação, Souza, Moreira & Campos (2015) demonstra que 44% dos praticantes apresentaram algum tipo de lesão.
Entre os 137 praticantes da modalidade Crossfit de duas academias de Belo Horizonte-MG, 56% lesionaram devido a essa prática de atividade física. É um índice elevado, que demonstra que o Crossfit realmente provoca lesões musculoesqueléticas (Xavier; Lopes, 2015). 
Com base em nossos resultados e estudos levantados, podemos especular que aqueles que treinam Crossfit exaustivamente e com frequência no limite do corpo, poderão ser acometidos por lesões decorrentes da modalidade, em algum momento da vida. Infelizmente no esporte de rendimento isto é um fato comum, haja vista que corredores de elite, desportistas e levantadores de peso competitivos apresentam histórico de lesão de 41,6% (Tavares; Oliveira, 2010).
O tipo de lesão que mais apareceu em nosso estudo foi estiramento (23%), seguido de luxação (11%) e distensão (11%). Estudos demonstram que as lesões musculoesqueléticas mais acometidas no esporte são as distensões e os estiramentos (Dragos, 2006; Avila, 1992). Nós acreditamos que a explicação para o maior aparecimento do estiramento em praticantes de Crossfit esteja relacionado a amplitude total, onde os atletas vão além do seu limite, o que acarreta a lesão musculoesquelética, gerando incapacidade, comprometendo a funcionalidade. 
Em relação ao local mais acometido das lesões, nosso estudo encontrou como ombro e lombar (34%) seguido pelo joelho (13%). No estudo de Montalvo (2017) os locais lesionados com mais frequência foram o ombro e a lombar. Entanto no estudo de Xavier e Costa (2017), os locais mais acometidos foram o ombro 44,2%, a coluna 40,3% e o joelho 35,1%. Quando comparados os resultados obtidos no presente estudo com os estudos de Montalvo et al (2017) com relação à localização da lesão, o estudo do mesmo indicou que o ombro, joelho e a parte inferior das costas foram os locais mais frequentemente lesados, corroborando com os nossos achados. Uma explicação para o aparecimento de lesões nestes locais talvez seja pelo fato de executarem os movimentos repetidamente até a fadiga principalmente, relacionando as lesões no segmento do ombro, efetuados com membros os superiores em abdução e/ou flexão nas posições acima de 90°, sobrecarregando a articulação e musculatura (Silva, 2015).
Sobre os exercícios que mais lesionam os seguimentos do ombro e lombar, obtivemos um resultado de 55% associado ao levantamento de peso olímpico e 45% associado aos exercícios ginásticos. Na lombar 66% obtiveram lesões associado ao levantamento de peso olímpico, 16% aos ginásticos. A literatura tem apontado que durante a hiperextensão dos exercícios ginásticos e nos levantamentos de peso, são momentos cruciais identificados como potencializadores de gatilhos de lesão nos praticantes (Silva, 2015). 
Sobre os exercícios que mais lesionam o seguimento do joelho, obtivemos um resultado de 71% para o levantamento de peso olímpico e 15% para exercícios cíclicos. Nossos resultados são semelhantes aos achados de Weisenthal et al (2014) que apontou o joelho como um dos locais mais frequentemente lesados. Keogh e Winwood (2016) descobriramque halterofilistas olímpicos feriam mais frequentemente o joelho. Weisenthal et al (2014) descobriu que o levantamento de peso e o levantamento de peso olímpico foram responsáveis por 40% de lesões nos joelhos em seu estudo.
Por acreditarmos que no Crossfit muitas das lesões encontradas em praticantes brasileiros especificamente em nossa cidade estejam relacionadas aos que praticam a modalidade sem uma preparação prévia específica. Observando deste ângulo, consequentemente trará lesões, acompanhadas de dor, desconforto e até mesmo incapacidade de continuar na modalidade. 
CONCLUSÃO 
Podemos concluir que 30,8% dos praticantes de Crossfit na cidade de Criciúma apresentaram lesões durante a sua prática. A tipologia mais frequente é estiramento e o local de acometimento é a região do ombro e lombar. Os exercícios que mais lesionam são os levantamentos de peso olímpico e exercícios ginásticos (segmento ombro), levantamento de peso olímpico e exercícios cíclicos (segmento lombar) e levantamento de peso olímpico e exercícios ginásticos (segmento joelho). Como limitação, apontamos a falta de estudos até o momento, que associam a prática do Crossfit associado ao acometimento de lesões em nosso país. 
TABELAS
Tabela 01. Dados sobre os praticantes de crossfit.
	Variáveis
	Média ± desvio padrão ou n(%)
	
	n=52
	Idade (anos)
	28,90 ±7,48
	< 25 anos
	19(36,5)
	25 a 35 anos
	25(48,1)
	>35 anos
	8(15,4)
	
	
	Peso (Kg)
	70,52±13,21
	
	
	Altura (m)
	1,71±0,09
	
	
	Sexo
	
	Masculino
	30 (57,7)
	Feminino
	22(42,3)
	
	
	Tempo de prática
	
	0 a 3 meses
	13(25,0)
	3 a 6 meses
	6(11,5)
	6 a 12 meses
	11(21,2)
	12 a 24 meses
	12(23,1)
	>24 meses 
	10(19,2)
	
	
	Frequência de treinos
	
	Uma vez por semana
	
	Duas vezes por semana
	2(3,8)
	Três vezes por semana
	10(19,2)
	Quatro vezes por semana
	6(11,5)
	Cinco vezes por semana
	34(65,4)
	
	
	Período do treino
	
	Matutino
	9(17,3)
	Vespertino
	28(53,8)
	Noturno
	15(28,8)
	
	
	Avaliação pré-participativa
	
	Não
	33(63,5)
	Sim
	19(36,5)
	
	
	Realiza outro exercício regular
	
	Sim
	30(57,7)
	Não
	22(42,3)
	
	
	Apresenta dor durante o treino
	
	Raramente
	17(32,7)
	Nunca
	6(11,5)
	Às vezes
	27(51,9)
	Quase sempre
	1(1,9)
	Sempre
	1(1,9)
Tabela 02. Dor e lesões relacionadas ao crossfit.
	Variáveis
	n(%)
	
	n=52
	Escala analógica da dor
	4,48±2,00
	Sem dor
	10(19,2)
	Dor leve
	23(44,2)
	Dor moderada
	18(34,6)
	Dor intensa
	1(1,9)
	
	
	Dor após o treino
	
	Raramente
	24(46,2)
	Nunca
	6(11,5)
	Às vezes
	20(38,5)
	Quase sempre
	1(1,9)
	Sempre
	1(1,9)
	
	
	Frequência de dor relacionada ao treino
	
	Não sente dor
	15(28,8)
	Uma vez por semana
	19(36,5)
	Duas vezes por semana
	12(23,1)
	Três vezes por semana
	4(7,7)
	Quatro vezes por semana
	1(1,9)
	Cinco vezes por semana
	1(1,9)
	
	
	Lesão mais séria durante o treino
	
	Nunca lesionou
	32(61,5)
	Uma vez 
	16(30,8)
	Duas vezes por semana
	3(5,8)
	Quatro vezes por semana
	1(1,9)
	
	
	Classificação da lesão de acordo com a dor
	
	Zero
	27(51,9)
	Um
	9(17,3)
	Duas
	8(15,4)
	Três 
	6(11,5)
	Quatro 
	1(1,9)
	Cinco
	1(1,9)
	
	
	Tipo de lesão*
	
	Estiramento
	12(23,1)
	Luxação
	6(11,5)
	Distensão
	6(11,5)
	Contusão
	4(7,7)
	Entorse
	1(1,9)
	Não lesionou
	24(46,2)
	
	
	Parte do corpo lesionada*
	
	Ombro
	18(34,6)
	Lombar
	18(34,6)
	Joelho
	7(13,5)
	Outro
	6(11,5)
	Peitoral
	2(3,8)
	Cotovelo
	1(1,9)
	Nenhum
	20(38,5)
*Pode haver mais de um mesmo item.
Tabela 03.TIPOS DE EXERCÍCIOS X LESÃO NO OMBRO
	Tipo de atividade
	Lesão no ombro
	Valor-p
	
	Não
	Sim
	
	
	n=34
	n=18
	
	LPO
	
	
	
	Sim
	10 (29)
	10(55)
	0,065*
	Não
	24 (71)
	8(45,0)
	
	
	
	
	
	Cíclicos
	
	
	
	Sim
	0,(0,0)
	1(6)
	0,346**
	Não
	34(100)
	17(94)
	
	
	
	
	
	Ginásticos
	
	
	
	Sim
	1(3%)
	8(45)
	<0,001**
	Não
	33(97)
	10(55)
	
*Valor obtido após aplicação do teste qui-quadrado de Pearson
** Valor obtido após aplicação do teste Exato de Fisher
ANÁLISE DE RESIDUO: É esperado maior numero de indivíduos que praticam cíclicos e apresentam lesão no ombro.
Tabela 04. Tipos de Exercícios x Lesão de joelho
	Tipo de atividade
	Lesão no joelho
	Valor-p
	
	Não
	Sim
	
	
	n=45
	n=7
	
	LPO
	
	
	
	Sim
	15(33,0)
	5(71)
	0,092*
	Não
	30(77)
	2(29)
	
	
	
	
	
	Cíclicos
	
	
	
	Sim
	0(0,0)
	2(29)
	0,135*
	Não
	45(100)
	5(71)
	
	
	
	
	
	Ginásticos
	
	
	
	Sim
	9(20,0)
	0(00)
	0,331*
	Não
	36(80)
	7(100)
	
*Valor obtido após aplicação do teste Exato de Fisher.
Tabela 05. Tipos de exercício e Lesão lombar
	Tipo de atividade
	Lesão na lombar
	Valor-p
	
	Não
	Sim
	
	
	N=34
	n=18
	
	LPO
	
	
	
	Sim
	8(23)
	12(66)
	0,002**
	Não
	26(76)
	6(33)
	
	
	
	
	
	Cíclicos
	
	
	
	Sim
	0(0,0)
	1(5,5)
	0,346*
	Não
	34(100)
	17(95)
	
	
	
	
	
	Ginásticos
	
	
	
	Sim
	6(18)
	3(16)
	0,999*
	Não
	28(82)
	15(83)
	
*Valor obtido após aplicação do teste Exato de Fisher.
**Valor obtido após aplicação do teste qui-quadrado de Pearson.
ANALISE DE RESIDUO: Esperado maior número de indivíduos que praticam LPO e apresentam lesão na lombar.
REFERÊNCIAS
Almeida, Elson et al. Lesão muscular após diferentes métodos de treinamento de musculação. Fisioterapia em movimento, v. 19, n. 4, 2017.
Almeida, Naomar de; Rouquayrol, Maria Zélia. Introdução à epidemiologia. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Guanabara Kongan, 2006.
Ávila, F. Lesiones traumáticas em general que se producen durante la práctica deportivva. In: MARCOS BECERRO, J. F., editor. Medicina del deporte. Guía práctica, Cádiz, 1992.
Dragos, S. D. Incidência de lesões no tendão patelar em atletas praticante do exercício agachamento total. 2006. 63 f. Monografia (Educação Física) – Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2006.
Glassman, Greg. Metabolic conditioning. CrossFit Journal, v. 1, 2003.
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