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Fundac¸a˜o Universidade Estadual de Maringa´ Centro de Cieˆncias Exatas Departamento de F´ısica FI´SICA Para os Cursos de Agronomia e Zootecnia Prof. Irineu Hibler Maringa´ 05 de fevereiro de 2007. Reviso˜es: outubro de 2008. fevereiro de 2010. Suma´rio 1 MEDIDAS E ERROS 4 1.0.1 Experimento: Medidas, algarismos significativos e erros 18 2 GRA´FICOS 20 2.1 Escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2.2 Gra´ficos cartesianos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2.3 Identificac¸a˜o da varia´vel dependente e a independente. . . . . 21 2.4 Linearizac¸a˜o de gra´ficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 2.5 Tipos de ajuste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 2.6 Gra´ficos da forma ⇒ Y = b+ aX. . . . . . . . . . . . . . . 25 2.7 Ajustamento anal´ıtico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.8 Determinac¸a˜o gra´fica dos coeficientes. . . . . . . . . . . . . . 31 3 MECAˆNICA 34 3.1 Cinema´tica de translac¸a˜o em uma dimensa˜o . . . . . . . . . . 34 3.2 Velocidade escalar me´dia (v) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.3 Movimento retil´ıneo com acelerac¸a˜o constante . . . . . . . . . 36 3.4 Movimento em queda livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 3.5 Movimento no plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 3.6 Leis de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3.7 Primeira lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3.8 Segunda lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3.9 Terceira lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 3.9.1 Experimento: Queda livre . . . . . . . . . . . . . . . . 42 3.10 Forc¸as de atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 3.11 Movimento Circular Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 3.12 Forc¸a centr´ıpeta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 3.13 Aˆngulo hora´rio ou fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 3.14 Velocidade angular me´dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 3.15 Acelerac¸a˜o angular me´dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 3.16 Movimento Circular Uniformemente Variado . . . . . . . . . 47 3.17 Peˆndulo simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 3.17.1 Experimento: Peˆndulo simples . . . . . . . . . . . . . 52 3.18 Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 3.19 Poteˆncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 3.20 Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3.20.1 Energia cine´tica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3.20.2 Energia potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 3.21 Princ´ıpio da conservac¸a˜o da energia . . . . . . . . . . . . . . 55 2 4 HIDROESTA´TICA 57 4.1 Princ´ıpio fundamental da hidrosta´tica . . . . . . . . . . . . . 58 4.2 Princ´ıpio de Arquimedes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 4.2.1 Experimento: Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . 64 5 HIDRODINAˆMICA 67 5.1 Equac¸a˜o de Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 5.2 Escoamento viscoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 5.2.1 Experimento: Viscosidade. . . . . . . . . . . . . . . . 82 6 ELETRICIDADE E MAGNETISMO[20] 86 6.1 O ohmı´metro, volt´ımetro e amper´ımetro . . . . . . . . . . . . 86 6.1.1 Experimento: ohmı´metro, volt´ımetro e amper´ımetro . 89 6.2 Elementos resistivos lineares e na˜o lineares . . . . . . . . . . . 91 6.2.1 Experimento: Elementos resistivos lineares e na˜o line- ares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 6.3 Induc¸a˜o eletromagne´tica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 6.3.1 Experimento: Induc¸a˜o eletromagne´tica . . . . . . . . . 98 7 TERMODINAˆMICA 100 7.1 Transfereˆncia de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 7.1.1 Experimento: Conduc¸a˜o de calor em so´lidos . . . . . . 104 7.2 Energia adicionada e consumida pelo corpo f´ısico em um dia. 107 7.3 Primeira Lei da Termodinaˆmica . . . . . . . . . . . . . . . . 112 7.4 Segunda Lei da Termodinaˆmica . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 8 O´TICA[37] 117 8.1 I´ndice de refrac¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 8.1.1 Experimento: I´ndice de refrac¸a˜o . . . . . . . . . . . . 121 8.2 Espelhos esfe´ricos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 8.2.1 Experimento: Espelhos . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 8.3 Lentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 8.3.1 Experimento: Lentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139 Refereˆncias 146 I´ndice Remissivo 149 3 1 MEDIDAS E ERROS Introduc¸a˜o a` medida Medir e´ algo importante e fundamental. Muitas das realizac¸o˜es da cieˆncia e da tecnologia dependem ou dependeram em algum esta´gio do seu desen- volvimento de resultados experimentais obtidos atrave´s de cuidadosas me- didas. O progresso da tecnologia esta´ diretamente ligado a` possibilidade de realizar-se medidas cada vez mais e mais apuradas que permitam, por exemplo, a manufatura em se´rie de aparelhos que ira˜o servir-nos em nossos lares, indu´strias, hospitais, escolas, etc. Medida Entende-se por medida direta o valor obtido por comparac¸a˜o da gran- deza f´ısica que se quer medir, com outra de mesma espe´cie de valor conhecido ou pela leitura direta na escala de um medidor ( V, R, i, t, etc.). Por exem- plo: Medir o comprimento de uma mesa. Medida indireta - Quando o valor obtido e´ por meio de uma equac¸a˜o f´ısica (leis, definic¸o˜es, modelos) que relacione valores conhecidos de outras grandezas. Por exemplo: Calcular a a´rea da superf´ıcie da mesa. Maneira de exprimir uma medida G = Xu ( grandeza escalar) onde: G = grandeza f´ısica; u = unidade; X = valor nume´rico (limitado pelo nu´mero de algarismos significativos). Esta maneira de escrever seria correta se na˜o houvesse incerteza (erros ou desvios) na medida; mas sempre ha´. Sendo assim, o sinal de igualdade colocado entre o G e o produto Xu e´ bastante critica´vel. O correto seria escrever: G = (X ± incerteza)u; onde o sinal ± se impo˜e porque nunca se sabe se o erro cometido foi por excesso ou por falta. Mas tambe´m essa maneira de escrever e´ critica´vel pois na˜o se conhece o erro cometido. So´ nos resta enta˜o contornar o problema da seguinte maneira : 4 Para uma u´nica medida Faz-se a medida e avalia-se o desvio cometido (incerteza na medida). Este processo recebe o nome de desvio avaliado, o qual sera´ visto mais adi- ante. Para uma se´rie de medidas • Mede-se va´rias vezes a grandeza. • Determina-se o seu valor mais prova´vel (M )tambe´m denominado de valor me´dio. • Calcula-se o erro que podemos estar cometendo (desvio me´dio, desvio padra˜o ou desvio padra˜o do valor me´dio ) ( ε ). G = (M ± ε) (1) Figura 1: Intervalo que se verifica uma grande probabilidade de ser encon- trado o valor verdadeiro da grandeza f´ısica. Algarismos significativos E´ praxe convencional em F´ısica so´ escrever as grandezas ate´ a u´ltima casa conhecida. Os algarismos corretos e a u´ltima casa conhecida (algarismo duvidoso) sa˜o chamados algarismos significativos. Os algarismos significativos de uma medida devem ser considerados como sendo os algarismos exatos mais o primeiro algarismo duvidoso. Por exem- plo: Ao fazermos uma medida do comprimento de qualquer objeto, a escala graduada do instrumento vai limitar o nu´mero de algarismos significativos. Algarismo mais significativo - e´ o algarismo na˜o nulo mais a` esquerda. 5 Algarismo menos significativo - na˜o havendo v´ırgula, e´ o algarismo na˜o nulo mais a` direita. Havendo v´ırgula, e´ o algarismo mais a` direita mesmo sendo zero. Entre os algarismos mais e menos significativos, todos sa˜o significativos. Exemplos e exerc´ıcios:Resultado Algarismos significativos 0,0243 3 1,2340 5 1080 3 1, 080x103 1832,70 2573 Resumo: O nu´mero de algarismos a conservar, apo´s a v´ırgula, depende da precisa˜o do processo de medic¸a˜o que produziu o resultado. Regras ba´sicas a) Constantes nume´ricas: Sa˜o fatores como: π = 3, 141592 ; e = 2, 71828 e √ 2 = 1, 4142 , etc., que aparecem nas fo´rmulas. Por exemplo, o per´ıodo de um peˆndulo e´ dado por T = 2π √ l g . Estes nu´meros sa˜o tidos como exatos, pois sa˜o sempre melhor conhecidos que as grandezas f´ısicas, e nas contas devem ser tomados com um algarismo significativo a mais que o fator mais pobre em significativos. b) Constantes f´ısicas : Sa˜o grandezas f´ısicas, em geral obtidas de tabelas de constantes f´ısicas ( como o Handbook of Chemistry and Physics ) e que sa˜o bem precisamente conhecidas. Elas foram obtidas por medidas f´ısicas e a precisa˜o com que sa˜o conhecidas e´ limitada, mas em geral e´ muito maior que as que afetam nossas medidas ( atingem em geral seis ou sete casas decimais ). Devem, nas contas, como as constantes nume´ricas serem tomadas com um significativo a mais que a grandeza mais pobre conhecida. Como exemplo destas constantes, temos: c = 2,99793 x 108 m/s ( velocidade da luz ); h = 6,6254 x 10−27 erg.s ( constante de Planck ); g = 9,80665 m/s2 ( acelerac¸a˜o da gravidade ). c) Arredondamento : 6 Depois de verificarmos qual e´ o u´ltimo algarismo significativo de um resul- tado experimental, devemos eliminar os algarismos situados a` direita deste algarismo. Entretanto, na˜o se trata de suprimir simplesmente estes algaris- mos, e sim, de um processo de arredondamento, cuja regra e´ a seguinte : Examinamos o algarismo situado imediatamente a` direita do u´ltimo algarismo a ser conservado, ou seja, o primeiro algarismo da parte a ser suprimida. Se este algarismo for inferior a 5, supri- mimos o algarismo e todos os subsequentes a ele. Se, entretanto, ele for igual ou superior a 5, suprimimos este algarismo e todos os subsequentes a ele, e aumentamos de uma unidade o u´ltimo algarismo conservado. Exemplo: Temos o resultado experimental 12,32475, e sabemos que o u´ltimo algarismo significativo e´ a casa dos cente´simos. Portanto, o alga- rismo 2 e´ o u´ltimo a ser conservado. O algarismo situado a` sua direita e´ 4. Sendo este algarismo inferior a 5, suprimimos os algarismos 475, e obtemos o resultado 12,32. Exerc´ıcio : Temos o resultado experimental 32,32621, e sabemos que o u´ltimo algarismo significativo e´ a casa dos cente´simos. Escreva o resultado experimental na forma correta. d) Poteˆncia de dez: Para a notac¸a˜o de grandezas muito grandes ou muito pequenas, se re- comenda o uso de poteˆncias de dez, sendo o nu´mero registrado com apenas um algarismo antes da v´ırgula ( notac¸a˜o cientifica ). Outra possibilidade ainda mais recomenda´vel e´ o uso dos mu´ltiplos e submu´ltiplos ( Mega, Kilo, mili, micro, etc.). Exemplos: 0, 00000150A = 1, 50x10−6A = 1, 50µA 11650000mm = 1, 165x107mm = 11, 65km e) Sistemas de unidades : O sistema de unidades legalmente vigente no Brasil e´ o Sistema Internacio- nal de Unidades (SI), que se esta´ estendendo por toda a parte por consenso universal, sendo oficial no Brasil desde 1962. Base das Unidades SI 7 Grandeza Nome S´ımbolo Comprimento metro m massa quilograma kg tempo segundo s intensidade de corrente ele´trica Ampe`re A temperatura termodinaˆmica Kelvin K intensidade luminosa candela cd quantidade de mate´ria mol mol O uso demu´ltiplos e submu´ltiplos e´ recomenda´vel para evitar ou reduzir as poteˆncias de dez. Estes mu´ltiplos sa˜o prefixos Tera = 1012= T ; Giga = 109= G; Mega = 106= M; Kilo = 103= K , escritos com maiu´sculas e como tal abreviados, exceto km e kg. Os submu´ltiplos sa˜o tambe´m prefixos mili = 10−3 = m ; micro = 10−6= µ; nano = 10−9= n; pico =10−12= p, escritos ou abreviados com minu´sculas. Determinac¸a˜o dos algarismos significativos Apesar do grande nu´mero de regras, “macetes”e tratados sobre o assunto de erros e algarismos significativos, este esta´ longe de ser padronizado ou empregado com uniformidade, pelos va´rios autores. O melhor tratamento dos dados e´ atrave´s da teoria dos erros e suas leis de propagac¸a˜o, mas as regras de algarismos significativos sa˜o aproximac¸o˜es mais fa´ceis de utilizar e aceita´veis em boa parte de trabalhos como os que iremos realizar. Por exemplo: Com uma escala milimetrada faz-se a medida do compri- mento de uma mesa, obtendo-se 930 mm. O erro que afeta a medida e´ de 1 mm. O resultado deve ser dado com o erro afetando a u´ltima casa, obtendo-se: = ( 930 ± 1 )mm . Regras pra´ticas para ca´lculos com algarismos significativos Regra 1: Quando aparecem constantes f´ısicas ou nume´ricas como fa- tores nas fo´rmulas basta toma´-las com um significativo a mais que o mais “pobre”(menos algarismos significativos) dos fatores. Por exemplo: Deter- minar a circunfereˆncia C de uma polia com diaˆmetro D = 4,25 m . Temos 8 que C = π D. Donde C = 3,142 .4,25 . Regra 2: Na multiplicac¸a˜o o produto tem o mesmo nu´mero de significa- tivos que o fator mais pobre, ou, as vezes, um a mais que este. Por exemplo: 3 x 4 = 12; 5 x 5 = 25, etc. O valor da circunfereˆncia do exemplo acima e´ C = 13,35m ou 13,4m. Devemos portanto, fazer as contas normalmente e arredondar o resultado . Regra 3: Na divisa˜o o quociente tem o mesmo nu´mero de significativos que o fator mais pobre, ou as vezes, um a menos que este. Por exemplo 803,407 : 13,1 = 61,3 e´ o resultado ja´ arredondado. Regra 4: O resultado de uma soma ou subtrac¸a˜o na˜o deve conter mais algarismos significativos a` direita do que o nu´mero de maior erro absoluto ( de menor precisa˜o ). Por Exemplo: 12441 + 57,91 + 1,987 + 0,0031 + 119,2 = 12620,1001. Como das parcelas o nu´mero de maior erro absoluto e´ o 12441 ( cujo erro incide na casa das unidades ), arredondando teremos 12620 o resultado final. Regra geral: Usando calculadoras eletroˆnicas devemos fazer as con- tas com todos os algarismos significativos ou na˜o e representar o resultado conforme as regras pra´ticas acima. Em operac¸o˜es sequ¨enciais (seguidas) de- vemos aplicar as regras pra´ticas acima apo´s cada operac¸a˜o. Exerc´ıcio Calcular o per´ıodo de um peˆndulo cujo comprimento e´ 1,000m. O conceito de algarismo significativo Um algarismo significativo, num resultado experimental, e´ um algarismo efetivamente relacionado com a medic¸a˜o feita, e que tem pois, um significado f´ısico. Vejamos um exemplo muito simples. Suponhamos que um mo´vel tenha percorrido a distaˆncia de 10 cm em 3 segundos. Para sabermos a distaˆncia percorrida em 1 segundo, dividimos 10 por 3. Do ponto de vista matema´tico, nada nos impede de prosseguirmos a divisa˜o indefinidamente. Portanto, po- der´ıamos obter os quocientes: 3,3 cm; 3,33 cm; 3,333 cm; 3,3333 cm; 3,33333 cm; etc., ja´ do ponto de vista f´ısico, so´ o resultado 3,33 cm tem sentido pois, com os me´todos usuais de medic¸a˜o de distaˆncias, obtemos no ma´ximo uma precisa˜o de de´cimos de mil´ımetros, de modo que so´ ate´ o segundo algarismo apo´s a v´ırgula sa˜o realmente significativos. Erros ou desvios de medidas 9 Introduc¸a˜o Todas as grandezas f´ısicas, que resultaram de medic¸o˜es, esta˜o afetadas de uma incerteza que se convencionou chamar erro, desvio, imprecisa˜o ou incerteza da medida. O erro (que conte´m um certo grau de subjetividade), e´ afetado pela per´ıcia do operador, pela qualidade dos instrumentos uti- lizados, pelo controle exercido sobre as condic¸o˜es ambientais (tais como: temperatura, pressa˜o, interfereˆncias ele´tricas ou mecaˆnicas, etc., que afetam os instrumentos de medidas), pelo nu´mero de reiterac¸o˜es (repetic¸o˜es) das medidas, e e´ normalmente dado com apenas um algarismo significativo. Classificac¸a˜o dos errosOs diversos tipos de erros que podem ser cometidos numa medic¸a˜o cos- tumam ser divididos em treˆs categorias: • erros grosseiros ( ou enganos ); • erros sistema´ticos (ou constantes); • erros acidentais( ou fortuitos ). Erros grosseiros: decorrem da falta de cuidado ou da falta de ex- perieˆncia do observador. Exemplos: Erros de ca´lculo, erros de leitura, erros oriundos do manuseio incorreto do instrumento de medic¸a˜o, erros de para- laxe. De um modo geral os erros grosseiros podem ser evitados pela repetic¸a˜o cuidadosa das medic¸o˜es. Erros sistema´ticos: decorrem de imperfeic¸o˜es do observador, do ins- trumento de medic¸a˜o e do me´todo usado na medic¸a˜o. a - Erros induzidos pelo observador: Atraso ou adiantamento ao aci- onar um cronoˆmetro. Erro cometido por deficieˆncia de visa˜o. b - Erros introduzidos pelo instrumento: Utilizac¸a˜o de uma escala em temperatura diferente daquela em que foi aferida. Deslocamento do zero do instrumento. c - Erros introduzidos pelo me´todo: Determinac¸a˜o do peso de um corpo no ar, em lugar de fazeˆ-lo no va´cuo ( o empuxo do ar falseia o resultado ). Para eliminar os erros pessoais devemos substituir, quando poss´ıvel o observador humano por outro mecaˆnico ou ele´trico, ou fotoele´trico, ou fo- togra´fico, etc.) Os erros instrumentais variam geralmente ao longo da escala 10 do instrumento. Por essa raza˜o, antes de usa´-lo, devemos calibra´-lo ( com- para´-lo com outro padra˜o ). Erros acidentais: Decorrem de va´rias causas, conhecidas ou na˜o que se superpo˜em, de maneira imprevis´ıvel. Os erros acidentais na˜o podem ser evitados, nem corrigidos, nem ao menos diminu´ıdos. Ocorrem sempre, intei- ramente ao acaso, qualquer que seja o observador, o instrumento e o me´todo. Erros acidentais, sa˜o tambe´m chamados de erros casuais, erros estat´ısticos, erros estoca´sticos ou erros aleato´rios. Por sua natureza podem e devem ser tratados estat´ısticamente ( teoria dos erros ). Por estas razo˜es (erros) que uma medida nunca e´ exata. ( e´ sempre imprecisamente conhecida ). Medic¸o˜es e tratamento dos erros acidentais Vimos que a medic¸a˜o de uma grandeza f´ısica pode ser feita atrave´s dos me´todos direto ou indireto. Medic¸o˜es diretas Para uma u´nica medida • Com erro fornecido pelo fabricante do instrumento de medic¸a˜o: Por exemplo: Paqu´ımetros com erro de 0,05 mm, paqu´ımetros com erro de 0,02 mm, microˆmetros com erro de 0,01 mm, etc. • Com erro avaliado: De acordo com a maioria dos autores, chamamos de erro avaliado ou desvio avaliado de um instrumento de medic¸a˜o, a` metade da menor divisa˜o da escala do aparelho utilizado. Chamando de ∆x o desvio de uma medida da grandeza (x) a mesma devera´ ser expressa da seguinte forma: (x±∆x) [unidade de medida] (2) Por exemplo: Se medirmos um comprimento com um paqu´ımetro de precisa˜o igual a 0,05mm e, encontrarmos 51,50 mm, a forma correta de apresentar o resultado sera´: (51, 50 ± 0, 05)mm. Desta forma, teremos mais confianc¸a na medida, pois seu valor verdadeiro estara´ dentro da faixa (51,45mm e 51,55 mm). Exerc´ıcio: Fac¸a um esquema gra´fico do resultado obtido neste exemplo. O desvio avaliado podera´ ser aumentado ou diminu´ıdo, conforme a maior ou menor confiabilidade que temos, em relac¸a˜o a` resoluc¸a˜o ( precisa˜o ) do 11 instrumento utilizado. O conceito de resoluc¸a˜o de um aparelho se liga ao menor valor que pode ser estimado de sua escala. Assim uma escala mi- lime´trica tem resoluc¸a˜o de 1 mm, um volt´ımetro com escala de 0 a 100 V e com 100 diviso˜es tem resoluc¸a˜o de 1 volt, e assim por diante. A resoluc¸a˜o de um instrumento e´ importante, pois em geral seu erro e´ tomado como a da menor divisa˜o. Nos instrumentos digitais, o desvio e´ tomado como a menor divisa˜o. Normalmente nestes instrumentos, o nu´mero de d´ıgitos apresentados e´ maior. Para va´rias medidas Quando em uma experieˆncia obtemos va´rios dados para o valor de uma grandeza, e´ frequ¨ente usarmos o valor me´dio como o nu´mero que melhor representa esta grandeza. M = 1 N N∑ i=1 Mi (3) onde: Mi = va´rios dados obtidos N = nu´mero de dados M = valor me´dio Como ja´ vimos, ao representar uma grandeza, na˜o estamos interessados apenas no valor me´dio, que e´ o valor mais prova´vel, mas tambe´m no erro que podemos estar cometendo. Para uma se´rie de medidas, a melhor estimativa deste erro e´ obtida atrave´s do ca´lculo do desvio me´dio, do desvio padra˜o ou do desvio padra˜o do valor me´dio. Desvio me´dio (ou erro me´dio): E´ a me´dia aritme´tica dos valores absolutos dos desvios. ∆x = ∑N i=1 |Mi −M | N (4) Onde: |Mi −M | = δ e´ chamado de desvio absoluto de uma medida. Sa˜o as flutuac¸o˜es individuais em torno da me´dia, que ocorrem igualmente numa e noutra direc¸a˜o. E´ claro que se calcularmos o valor me´dio dos desvios nor- malmente obteremos zero. Exemplo: Em treˆs determinac¸o˜es consecutivas da massa de uma amostra foram obtidos os seguintes valores: 12 m1 = 7,4 g; m2 = 7,7 g; m3 = 7,7 g. O valor mais prova´vel da massa e´ m = 7,6 g. O desvio dos treˆs resul- tados individuais da massa sa˜o: δ1 = - 0,2 g; δ2 = + 0,1 g; δ3 = + 0,1 g. O desvio me´dio sera´ ∆m = 0,1. Portanto o resultado da se´rie de medic¸o˜es sera´ apresentado na forma: m = (7, 6± 0, 1)g. Desvio padra˜o: σm = √∑N i=1(δxi) 2 N − 1 (5) Este valor mede, o espalhamento das medidas. Ao quadrado de σm , da´-se o nome de variaˆncia (σ2m). Quanto menor for o valor de σm, mais precisa e´ a se´rie de medidas. Toda medic¸a˜o afetada de erro maior que 3(σm), que seria o erro to- lera´vel, deve ser rejeitada. Desvio padra˜o do valor me´dio: σm = √∑N i=1(δxi) 2 N(N − 1 ) (6) E´ a flutuac¸a˜o do valor me´dio em relac¸a˜o ao valor real da grandeza. OBS: O valor me´dio das medic¸o˜es diretas e´ que indicara´ o nu´mero de casas decimais a serem consideradas no erro. TAREFA:Num laborato´rio, foram efetuadas cinco medic¸o˜es do diaˆmetro de um fio, por meio de um microˆmetro, tendo sido obtidos os seguintes re- sultados: 0,1132 mm; 0,1125 mm; 0,1130 mm; 0,1128 mm e 0,1127 mm. Calcular o desvio padra˜o do valor me´dio e exprimir corretamente o re- sultado da medic¸a˜o. Respostas: x = (0,1128 0,0001)mm. EXERCI´CIO: Numa experieˆncia de queda livre, atrave´s da utilizac¸a˜o de um cronoˆmetro que fornecia leituras de ate´ cente´simos de segundos, foram obtidos os seguintes resultados: 2,35; 2,25; 2,28; 2,32; 2,38; 2,31; 2,32; 2,27; 2,33; 2,30 (s). Calcular: a) O valor mais prova´vel do tempo; b) O desvio me´dio; 13 c) O desvio-padra˜o. Exprimir corretamente o resultado da medic¸a˜o. Respostas : a) t = 2,31s; b) ∆t = 0,03; c) σm = 0,04; t = (2,31 ± 0,04)s. Medic¸o˜es indiretas Sa˜o os resultados obtidos para uma grandeza f´ısica, atrave´s de operac¸o˜es matema´ticas de duas ou mais medidas diretas. Propagac¸a˜o de erros: A propagac¸a˜o de erros surge naturalmente quando vamos calcular a medida indireta de uma grandeza, atrave´s de uma equac¸a˜o, utilizando as medidas diretas realizadas. Por exemplo: Supo- nhamos que queremos calcular a intensidade (I) da corrente ele´trica que atravessa um resistor de resisteˆncia (R), submetido a uma diferenc¸a de po- tencial (V). Temos que, I = V R (7) Sendo a medida da tensa˜o (V ±∆V ) e da resisteˆncia (R ±∆R), as in- certezas ∆V e ∆R ira˜o acarretar uma incerteza ∆I, no ca´lculo da corrente. Para o ca´lculo desta incerteza existem va´rios me´todos, nas cieˆncias experi- mentais. Descreveremos aqui o me´todo das diferenciais logar´ıtmicas, o qual e´ mais comumente usado e o faremos, atrave´s de um exemplo pra´tico. Consideremos a medida da superf´ıcie de um retaˆngulo de lados (A) e (B). Temos: S = A×B. (8) Sendo A = (a±∆a) e B = (b±∆b) as medidas experimentais dos lados. Enta˜o tomando o logar´ıtmo neperiano da Eq.(8),ln S = lnA+ lnB Diferenciando, temos: dS S = da a + db b (9) ( da / a ) e ( db / b ) sa˜o os erros relativos cometidos em ( a ) e ( b ) en- quanto ( da ) e ( db ) sa˜o os erros absolutos. Em uma primeira aproximac¸a˜o faremos tender os erros infinitesimais ( da ) e ( db ) para os erros finitos (∆ a ) e (∆ b ). Pode ocorrer que as parcelas do segundo membro da Eq.(9) sejam po- sitivas ou negativas ( faz-se um erro para mais ou para menos ), mas como na˜o se pode calcular sena˜o o erro ma´ximo poss´ıvel que se pode cometer, colocar-nos-emos na posic¸a˜o mais desfavora´vel em que estes dois erros sejam 14 de mesmo sinal, caso em que se adicionara˜o. Tomaremos, enta˜o a soma dos valores relativos, em mo´dulo:∣∣∣∣dSS ∣∣∣∣ = ∣∣∣∣daa ∣∣∣∣ + ∣∣∣∣dbb ∣∣∣∣ (10) ∆S S = ∆a a + ∆b b (11) Por exemplo se ∆a = ∆b= 0,5 mm, com a = 20,0 mm e b = 40,0 mm, teremos para o erro relativo ma´ximo de S : ∆S S = 0, 5 20 + 0, 5 40 = 1, 5 40 donde ∆S = S · 1, 5 40 = 800 · 1, 5 40 = 30mm2 logo, a superf´ıcie ( S ) estara´ compreendida entre (800− 30)mm2 e (800 + 30)mm2. Teremos, portanto S = (800 ± 30)mm2. A representac¸a˜o usual deste resultado e´ S = (80 ± 3)× 10mm2. Repetindo novos exemplos e, aplicando as diferenciais logar´ıtmicas, chega- r´ıamos aos seguintes resultados: Sejam A e B duas grandezas a serem medidas, onde a ⇒ melhor avaliac¸a˜o de A; b ⇒ melhor avaliac¸a˜o de B; ∆a ⇒ desvio de A; ∆b ⇒ desvio de B, ter´ıamos, enta˜o, para : a ) Soma: A+B = (a+ b)± (∆ a+∆ b) b ) Subtrac¸a˜o: A−B = ( a− b)± (∆ a+∆ b ) c ) Produto : A · B = (a · b )± ( a · ∆ b+ b · ∆ a ) 15 d ) Quociente: A B = a b ± ( b · ∆ a + a · ∆ b b2 ) e ) Poteˆncia : An = an ± n · an−1 · ∆ a OBS : Nas medic¸o˜es indiretas, o erro calculado e´ que indicara´ o nu´mero de casas decimais que deveremos considerar. Exerc´ıcio: Consideremos uma resisteˆncia R = (100 ± 1)Ω , submetida a uma tensa˜o V = (20 ± 1)V . Calcular a intensidade da corrente que a atravessa, com o respectivo desvio. Exerc´ıcio: Usando uma trena, determine a a´rea do tampo da mesa. Desvio relativo percentual Quando comparamos medidas da mesma grandeza ( x ), obtidas em escalas diferentes, a medida mais precisa sera´ aquela que apresentar menor desvio relativo percentual (δr). O desvio relativo percentual e´ obtido por: δr = ∆x x 100 (12) Desvio percentual O desvio percentual e´ calculado quando se conhece o valor verdadeiro ( valor teo´rico ) da grandeza a ser medida, e´ definido como sendo o mo´dulo da diferenc¸a entre o valor teo´rico e o valor experimental em relac¸a˜o ao teo´rico, vezes 100%, ou seja ∆ = ∣∣∣∣Vteor. − Vexper.Vteor. ∣∣∣∣× 100. (13) Exerc´ıcios: 1 - Quantos algarismos significativos existem nas seguintes quantidades ? a)4, 54 b)2, 21 c)2, 205 d)0, 3937 e)0, 0353 f)1, 00880 g)14, 0 h)9, 3x107 i)1, 118x10−3 j)1030 k)125000 l)10003 2 - Qual e´ o resultado de cada uma dessas operac¸o˜es ? 16 a) 703 + 7 + 0.66 = f) 72,4 x 0,084 = b) 18,425 + 7,21 + 5,0 = g) 97,52 : 2,54 = c) 7,26 - 0,2 = h) 14,28 : 0,714 = d) 34 - 0,2 = i) 32 x 10−8 : 4 x 10−8= e) 2,21 x 0,3 = j) 9,8 : 9,3 = 3 - Foram efetuadas as seguintes medidas do diaˆmetro de um cabo : 12,2; 12,3; 12,1; 12,2; 12,2; 12,1; 12,4; 12,2 (cm). Calcule o valor mais prova´vel de sua medida e seu respectivo desvio. 4 - Na medic¸a˜o do comprimento de um objeto com o aux´ılio de um paqu´ımetro, efetuaram-se as seguintes medidas: 4,11; 4,13; 4,12; 4,11; 4,11; 4,14; 4,12; 4,11; 4,10; 4,12 (cm). Qual e´ o valor mais prova´vel e seu respectivo desvio ? 5 - Em treˆs medic¸o˜es de distaˆncia entre dois trac¸os foram obtidos os seguintes valores : 66,473; 66,468; 66,475 (mm). Achar a maneira correta de apresentar o resultado. 6.- Depois de efetuar uma se´rie de medic¸o˜es da densidade de uma substaˆncia, um experimentador adotou o valor me´dio 1,34, tendo obtido o valor 0,07 para o desvio padra˜o. Pergunta-se: (a) De que maneira deve ser expresso este resultado? (b) Qual e´ o erro relativo cometido ? (c) Quanto vale o erro relativo percentual ? 17 1.0.1 Experimento: Medidas, algarismos significativos e erros OBJETIVOS: • Familiarizac¸a˜o com o paqu´ımetro e sua utilizac¸a˜o. • Determinac¸a˜o experimental do nu´mero π. • Determinac¸a˜o do volume de um cilindro meta´lico. • Fazer leituras em instrumentos com escalas graduadas, utilizando a noc¸a˜o de algarismos significativos. • Aplicar a teoria dos erros. MATERIAL UTILIZADO: Paqu´ımetro; re´gua transparente e flex´ıvel e cilindro de metal. PROCEDIMENTO: • Determine as dimenso˜es externas do cilindro e registre os valores na tabela(1). • Determine as dimenso˜es do vazio (furo) de cada cilindro e registre seus valores na tabela(2). DADOS: Per´ımetro de uma circunfereˆncia: C = π D Volume de um cilindro: V = π D2 4 H (14) Figura 2: Volume de um cilindro . 18 Tabela 1: Elementos do per´ımetro da circunfereˆncia. N C Ci − C (Ci − C)2 D Di −D (Di −D)2 (mm) (mm) (mm)2 (mm) (mm) (mm)2 C = ∑ = D = ∑ = D = ( ± )mm π = ( ± ) h = ( ± )mm d = ( ± )mm Tabela 2: Cilindro interno - (VAZIO) Vi . N h hi − h (hi − h)2 d di − d (di − d)2 (mm) (mm) (mm)2 (mm) (mm) (mm)2 h = ∑ = d = ∑ = Vi = ( ± )mm3 H = ( ± )mm D = ( ± )mm Vt = ( ± )mm3 V=Vt - Vi = ( ± )mm3 Tabela 3: Cilindro externo - Vt N H Hi −H (Hi −H)2 D Di −D (Di −D)2 (mm) (mm) (mm)2 (mm) (mm) (mm)2 H = ∑ = D = ∑ = 19 2 GRA´FICOS Os gra´ficos desempenham na F´ısica Experimental um papel preponde- rante. Mais facilmente pelos gra´ficos do que pelos nu´meros pode-se tomar conhecimento de um determinado fenoˆmeno, verificar a validade de uma certa lei, etc. Por este motivo impo˜e-se o estudo dos mesmos. 2.1 Escalas Iniciaremos o nosso estudo pelas escalas que veˆm a ser segmentos de reta sobre os quais vem marcados pequenos trac¸os e aos quais correspondem nu´meros ordenados. Esses nu´meros sa˜o chamados argumentos da reta e representam os poss´ıveis valores de uma grandeza f´ısica. Chama-se PASSO de escala, a distaˆncia, arbitra´ria, medida em unida- des de comprimento, geralmente em cm, que separa dois trac¸os quaisquer da escala. Chama-se DEGRAU de escala, a variac¸a˜o da grandeza f´ısica apresentada na escala correspondente ao passo. DefinimosMO´DULO DA ESCALA, como o valor absoluto da relac¸a˜o entre passo e o degrau. ME = ∣∣∣∣ PASSODEGRAU ∣∣∣∣ ME ≤ ∣∣∣∣ Espac¸o dispon´ıvel no papel milimetradoMa´xima variac¸a˜o entre os valores obs. no laborato´rio ∣∣∣∣ . 2.2 Gra´ficos cartesianos Quando em um determinado fenoˆmeno f´ısico temos a variac¸a˜o de duas grandezas tal que, para os estados u1, u2, u3, ..., un de uma delas corres- pondem respectivamente v1, v2, v3, ..., vn da outra, fazemos a utilizac¸a˜o de gra´ficos cartesianos em que os eixos cartesianos sa˜o suportes de escalas, con- venientemente escolhidas. Para a confecc¸a˜o de um gra´fico cartesiano, como mostraremos em um exemplo adiante, deve-se proceder do seguinte modo: 1. No papel milimetrado que dispomos, devemos saber o comprimento c dispon´ıvel no eixo dos x e qual o comprimento d dispon´ıvel no eixo dos y. 2. Conhecendo os valores das varia´veis que se deseja lanc¸ar no gra´fico, determinemos as ma´ximas variac¸o˜es das abcissas e ordenadas, chamando U e V cada uma dessas variac¸o˜es, portanto: U = un − u1 20 e V = vn − v1. 3. Os mo´dulos das escalas devem ser tais que: Mu ≤ ∣∣∣ c U ∣∣∣ e Mv ≤ ∣∣∣∣ dV ∣∣∣∣ . Os mo´dulos calculados pela relac¸a˜o acima geralmente da˜o nu´meros fra- ciona´rios. Estes mo´dulos na˜o devem caracterizar a escala, e sim outros, pouco menores aos obtidos, os quais permitem uma fa´cil localizac¸a˜o das grandezas a representar. 4. Procedemosa marcac¸a˜o das escalas, mediante sua graduac¸a˜o. 5. Sobre o papel marcamos os pontos: (u1; v1),..., (un; vn), envolvendo-os por um pequeno c´ırculo. 6. Finalmente procuramos passar uma reta ou curva cont´ınua a mais pro´xima poss´ıvel por esses pontos. 2.3 Identificac¸a˜o da varia´vel dependente e a independente. Para identificar qual a varia´vel que e´ a independente e que devera´ ser disposta no eixo X, observemos alguns casos: 1) A segunda lei de Newton a qual e´ representada pela equac¸a˜o F = ma, esta´ grafada numa forma de fa´cil memorizac¸a˜o. Entretanto se dispomos de um corpo de massa ( m ), para que ele se mova ou seja freiado, isto e´, altere seu estado de movimento, e´ condic¸a˜o fundamental que alguma forc¸a externa ( F ) atue sobre o corpo. Enta˜o a varia´vel forc¸a (F) e´ a que produz a alterac¸a˜o no movimento do corpo e produzira´ uma acelerac¸a˜o ou desacelerac¸a˜o. • F e´ a varia´vel independente ( eixo X ); • ( a ) acelerac¸a˜o, varia´vel dependente ( eixo Y ), conforme a Fig.(3), a = ( 1 m )F, (15) onde 1m e´ o coeficiente angular. 2) Um circuito composto de um resistor ( R ) e uma fonte de tensa˜o ( V ), Fig.(4-a), no instante que a chave for fechada Fig.(4-b ), os terminais 21 Figura 3: Identificac¸a˜o da varia´vel independente na segunda lei de Newton do resistor estara˜o submetidos a uma diferenc¸a de potencial, resultando no deslocamento de cargas ele´tricas no circuito que e´ denominado de corrente ele´trica. Este evento e´ representado pela lei de Ohm: V = R i. (16) Figura 4: Circuito ele´trico: ( a ) a chave esta´ aberta; ( b ) a chave esta´ fechada e circula corrente O agente que produzira´ o deslocamento das cargas ele´tricas ( corrente ) sera´ a voltagem ( V ). • A voltagem ( V ) e´ a varia´vel independente e devera´ ser lanc¸ada no eixo X. • A corrente ( i ) e´ a varia´vel dependente e, ira´ para o eixo Y. A eq.(16) tera´ a seguinte forma: i = 1 R V, (17) 22 onde 1R e´ o coeficiente angular. Exemplo nume´rico Consideremos a experieˆncia de deslocamento de um l´ıquido em prove- tas, quando nas mesmas sa˜o introduzidas esferas de diaˆmetros varia´veis, conforme a tabela(4), onde (V) e´ o volume do l´ıquido deslocado para uma esfera de diaˆmetro, (D), isto e´ : V = f(D). N V (cm3) D (cm) 1 0,1 ± 0,1 0,595 ± 0,005 2 0,2 ± 0,1 0,712 ± 0,005 3 0,3 ± 0,1 0,800 ± 0,005 4 0,4 ± 0,1 0,871 ± 0,005 5 0,4 ± 0,1 0,952 ± 0,005 6 0,6 ± 0,1 1,029 ± 0,005 7 0,7 ± 0,1 1,110 ± 0,005 8 0,9 ± 0,2 1,198 ± 0,005 9 1,0 ± 0,2 1,201 ± 0,005 10 1,2 ± 0,2 1,347 ± 0,005 Tabela 4: Volume em func¸a˜o do diaˆmetro das esferas A folha de papel milimetrado deve ser disposta de forma que o lado maior corresponda ao eixo das abcissas (D), isto e´, a varia´vel independente e, o menor ao das ordenadas (V), varia´vel dependente. Deixa-se uma margem a` esquerda e abaixo dos respectivos eixos. Dispondo no eixo das abcissas 20 cm e, no eixo das ordenadas 15 cm, as ma´ximas variac¸o˜es observadas, no laborato´rio devem estar dentro das limitac¸o˜es impostas ( 20 x 15 cm ) . Os respectivos mo´dulos de escala sera˜o: MD ≤ ∣∣∣∣ 20cm(1, 347− 0, 595)cm ∣∣∣∣ ≤ 26, 59cm/cm. (18) MV ≤ ∣∣∣∣ 13cm1, 4cm3 ∣∣∣∣ ≤ 9, 20cm/cm3. (19) onde 1,4=( 1,2 + 0,2 ). Adotemos como mo´dulo de escala no eixo das abcissas MD = 26cm/cm e no das ordenadas MV = 9cm/cm 3. A posic¸a˜o de cada ponto no papel milimetrado sera´ dado por: xi =MD(Di −D1), (20) e yi =MV (Vi − V1). (21) 23 As unidades de xi e yi deste exemplo sa˜o em cm. Assim a posic¸a˜o do 1 o ponto a partir da origem sera´: x1 = (26 cm cm ) . (0, 595− 0, 595)(cm) = 0 cm, y1 = (9 cm cm3 ) . (0, 1 cm3) = 0, 9 cm. Os erros correspondentes a este 1o ponto sera˜o dados por: εD =MD . (Erro do instrumento)D, εD = (26 cm cm ). (± 0, 005cm) = ±0, 13 cm e εV =MV . (Erro do instrumento)V , εV = (9 cm cm3 ) . (±0, 1 cm3) = ± 0, 9 cm. De forma ana´loga, sera˜o calculados os outros pontos e lanc¸ados no papel milimetrado. Observe-se que na˜o e´ necessa´rio que todas as graduac¸o˜es nos eixos sejam numeradas; no presente trabalho faremos de 5 em 5 cm. Feita esta graduac¸a˜o, escreve-se o significado de cada escala, diaˆmetro em cm e volume em cm3. Marcar no fim das escalas os seus mo´dulos. Esta marcac¸a˜o e´ dispensa´vel quando se trata de um gra´fico de simples verificac¸a˜o de lei ou quando as graduac¸o˜es das duas escalas sa˜o iguais. Por fim, lanc¸a-se no gra´fico os pontos, envolvendo-os de um pequeno circulo. Podemos em seguida trac¸ar uma curva (ou reta) que melhor se adapte a estes pontos, ver Gra´fico(1). 2.4 Linearizac¸a˜o de gra´ficos Frequ¨entemente nos gra´ficos de um trabalho experimental e´ poss´ıvel pre- ver a natureza da func¸a˜o matema´tica que une as duas varia´veis, ao inve´s de trac¸ar uma curva no gra´fico, efetua-se uma transformac¸a˜o em uma das varia´veis ou em ambas de tal forma a obter uma reta[8]1. Este procedimento e´ tambe´m utilizado quando se deseja verificar experimentalmente uma lei ja´ conhecida. Essas transformac¸o˜es podem ser realizadas nas escalas, usando-se escalas funcionais, as quais sa˜o chamadas anamorfoses ou, o que e´ mais comum fazer-se alguma operac¸a˜o sobre as varia´veis conforme pode-se verificar nos Gra´ficos(01),(02) e (03) deste texto. 1O nu´mero entre colchetes representa a refereˆncia bibliogra´fica. 24 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 15 10 5 0 2015 10 5 100 V (cm3) MV=9 cm/cm 3 D (cm) MD=26 cm/cm GRÁFICO (01): Volume x Diâmetro Os gra´ficos anamorfoseados possuem uma importaˆncia fundamental, pois dessa forma consegue-se ajustar, mais facilmente, uma reta a` pontos ali- nhados, do que em uma curva nos pontos, ainda mais levando em conta que os pontos origina´rios de uma determinac¸a˜o experimental na˜o esta˜o rigoro- samente sobre uma curva. As operac¸o˜es devem ser realizadas de tal modo que as duas grandezas, apo´s as operac¸o˜es, sejam diretamente proporcionais, o que consiste numa operac¸a˜o contra´ria a` lei. Vejamos alguns exemplos: 1o Na verificac¸a˜o da lei do peˆndulo:– O per´ıodo de oscilac¸a˜o de um peˆndulo simples e´ diretamente proporcional a` raiz quadrada do comprimento (T = k √ L g ); neste caso devemos elevar ambos os membros da equac¸a˜o ao quadrado e teremos no gra´fico uma reta. Lanc¸ando no eixo dos X, as variac¸o˜es de (L/g) e, para o eixo do Y, o quadrado dos per´ıodos. 2o Na verificac¸a˜o da lei de Boyle-Mariotte:– Sob temperatura constante, os volumes ocupados por uma mesma massa gasosa sa˜o inversamente proporcionais a`s presso˜es que suportam [V = k( 1P )]; neste caso, devemos fazer um gra´fico tomando para X o inverso das presso˜es determinadas e, para Y, os volumes. 2.5 Tipos de ajuste Como ja´ se disse, os pontos representativos dos estados das grandezas na˜o esta˜o exatamente sobre uma curva. Impo˜e-se pois o problema da deter- minac¸a˜o da curva que melhor se adapte aos pontos do gra´fico. Estudaremos apenas o caso do ajuste de uma reta. O ajustamento de uma reta pode ser gra´fico ou anal´ıtico. O me´todo gra´fico e´ mais ra´pido, tendo no entanto duas desvantagens: primeiro requer habilidade para melhor ajustar a reta fazendo uma compensac¸a˜o dos erros e segundo, as determinac¸o˜es que se fa- zem a partir dessa reta sa˜o sempre grosseiras. O ajustamento anal´ıtico se faz empregando o processo dos mı´nimos quadrados o qual realiza simulta- neamente a compensac¸a˜o dos erros. Vejamos no item seguinte o estudo da reta, que sera´ posteriormente aplicado a estes dois tipos de ajustes. 2.6 Gra´ficos da forma ⇒ Y = b+ aX.Na Geometria Anal´ıtica a expressa˜o acima representa a equac¸a˜o de uma reta em que a e´ o coeficiente angular e b o coeficiente linear. Na F´ısica a e b geralmente teˆm um significado perfeitamente definido, raza˜o pela qual mesmo modificando o passo da escala do gra´fico, os valores para essas varia´veis devem continuar constantes. Uma vez feito o gra´fico, a e b podem ser determinados, tanto pelo me´todo gra´fico como pelo anal´ıtico. Atrave´s da Fig.(5), obteremos os paraˆmetros a e b da func¸a˜o y = (b+ax). Sejam Mx e My, respectivamente, os mo´dulos das abcissas e ordenadas. 25 Figura 5: Determinac¸a˜o gra´fica da equac¸a˜o da reta Como ja´ foi dito anteriormente, o mo´dulo representa a raza˜o entre a distaˆncia de dois pontos da escala e a variac¸a˜o correspondente da varia´vel. Logo: Mx = CP1 xn − x1 e My = PnC yn − y1 CP1 = Mx (xn − x1) e PnC = My (yn − y1). Da Fig.(5) obtemos: tan θ = PnC CP1 = My (yn − y1) Mx (xn − x1) = My Mx yn − y1 xn − x1 . (22) Recordando a Geometria Anal´ıtica, na qual o coeficiente angular de uma reta e´ dado pela relac¸a˜o a = yn − y1 xn − x1 . (23) Considerando esta expressa˜o e a Eq.(22) podemos escrever: tan θ = My Mx a, (24) 26 a = tan θ Mx My . (25) De modo semelhante, determina-se o valor de b My = BO yB . (26) A Geometria Anal´ıtica nos assegura que yB = b, logo: My = BO b , (27) b = BO My . (28) Desta forma a equac¸a˜o da reta obtida pelo me´todo gra´fico sera´: Y = BO My + ( Mx My tan θ)X. (29) 2.7 Ajustamento anal´ıtico O ajustamento anal´ıtico se faz, de posse dos valores x1, x2, ..., xn para os quais correspondem respectivamente y1, y2, ..., yn, aplicando o sistema de equac¸o˜es: { bN + a ∑N i=1 xi = ∑N i=1 yi b ∑N i=1 xi + a ∑N i=1 x 2 i = ∑N i=1 xi yi (30) que permite calcular a e b. Neste sistema N representa o nu´mero de medi- das. Exemplo 01 Determinar a equac¸a˜o do volume, relativo aos dados da Tabela(4), a qual sera´ representada por: V = b + a (D3), e os coeficientes a serem determinados a e b sera˜o obtidos do sistema:{ bN + a ∑N i=1(D 3 i ) = ∑N i=1 Vi b ∑N i=1 (D 3 i ) + a ∑N i=1 (D 3 i ) 2 = ∑N i=1 D 3 i Vi. (31) Obs.: A demonstrac¸a˜o da obtenc¸a˜o do sistema acima sera´ visto em Ca´lculo Nume´rico. 27 D3i (cm 3) Vi(cm 3) (D3i ) 2(cm6) D3i Vi(cm 6) 0,210 0,1 0,044 0,02 0,360 0,2 0,129 0,07 0,512 0,3 0,262 0,15 0,660 0,4 0,435 0,26 0,862 0,4 0,743 0,34 1,089 0,6 1,185 0,65 1,367 0,7 1,868 0,95 1,719 0,9 2,954 1,54 1,732 1,0 2,999 1,73 2,444 1,2 5,973 2,93 Tabela 5: Volume x Diaˆmetro3 Sendo N∑ i=1 D3i = 10, 955; N∑ i=1 Vi = 5, 8; N∑ i=1 (D3i ) 2 = 16, 597 e N∑ i=1 DGi3Vi = 8, 677. Substituindo os resultados da tabela no sistema, obtemos:{ 10 b + 10, 955 a = 5, 8 10, 955 b + 16, 597 a = 8, 677. (32) Resolvendo o sistema pelo me´todo de Cramer: detA = ∣∣∣∣ 10 10, 95510, 955 16, 597 ∣∣∣∣ = 45, 958; det∆1 = ∣∣∣∣ 5, 8 10, 9558, 677 16, 597 ∣∣∣∣ = 1, 199; det∆2 = ∣∣∣∣ 10 5, 810, 955 8, 677 ∣∣∣∣ = 23, 237; b = det∆1 detA = 0, 0261; (33) a = det∆2 detA = 0, 5056. (34) 28 Assim a equac¸a˜o da reta que reprentara´ o V = f(D), sera´: VC = 0, 0261 + 0, 5056D 3 i . (35) O ca´lculo dos desvios sera´ obtido δV = VE. − VC.. (36) D3i (cm 3) VE.(cm 3) VC.(cm 3) δV (cm 3) δ2V (cm 6) 0,210 0,1 0,031 + 0,069 0,005 0,360 0,2 0,208 - 0,008 6,586−5 0,512 0,3 0,285 + 0,015 2,259−4 0,660 0,4 0,360 + 0,040 0,002 0,862 0,4 0,462 - 0,062 0,004 1,089 0,6 0,577 + 0,023 0,001 1,367 0,7 0,717 - 0,017 2,977−4 1,719 0,9 0,895 + 0,005 2,279−5 1,732 1,0 0,902 + 0,098 0,010 2,444 1,2 1,262 - 0,062 0,004 Tabela 6: Ca´lculo dos desvios do V = f(D3). A soma dos desvios: N∑ i=1 δVi = 0, 101 cm 3. N∑ i=1 δ2Vi = 0, 027 cm 6. Ca´lculo do desvio padra˜o: σV = √∑N i=1 δ 2 Vi (N − 1) = ± 0, 0544 cm 3. Ca´lculo do desvio padra˜o do valor me´dio: σV = √ ∑N i=1 δ 2 Vi N(N − 1) = ± 0, 0172 cm 3. 29 - 5 - 4 - 3 - 2 - 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 - 3 - 2 - 101234567891011121314 15 10 5 0 20 15 10 5 0 V (cm 3 ) M V= 10 cm /c m 3 D 3 (cm 3 ) M D 3= 8 cm /c m 3 G R ÁF IC O (02 ): Vo lu m e x D iâ m e tro 3 Exemplo 02 Construir em papel milimetrado, um gra´fico, referente aos dados experi- mentais da Tabela(5) (V x D3 ), observe que os pontos esta˜o relativamente alinhados. Isto nos leva a trac¸ar uma reta por estes pontos, conforme pode se ver pelo Gra´fico(2). Supondo que a func¸a˜o que se deseja descobrir[32] tenha a seguinte forma: V = k Dα. (37) Aplicando o desenvolvimento logar´ıtmico a ambos os membros da equac¸a˜o acima, teremos: log V = log k + α log D. (38) Comparando esta u´ltima equac¸a˜o com a da reta y = b + a x, obteremos: y = log V, b = log k, a = α, x = log D. Ajustando pelo me´todo dos mı´nimos quadrados:{ N b + a ( ∑N i=1 log Di) = ∑N i=1 log Vi b ( ∑N i=1 log Di) + a ∑N i=1 (log Di) 2 = ∑N i=1 log Di · log Vi. (39) Utilizando-se os valores da Tabela(4) e, aplicando o logar´ıtmo conforme os elementos da Eq.(39), obte´m-se a Tabela(7). log Di (log Di) 2 log Vi log Vi · log Di - 0,225483 0,050843 - 1,0 + 0,225483 - 0,147520 0,021762 - 0,69897 + 0,103112 - 0,096910 0,009392 - 0,522879 + 0,050672 - 0,059982 0,003598 - 0,397940 + 0,023869 - 0,021363 0,000456 - 0,397940 + 0,008501 + 0,012415 0,000154 - 0,221849 - 0,002754 + 0,045323 0,002054 - 0,154902 - 0,007021 + 0,078457 0,006155 - 0,045757 - 0,003590 + 0,079543 0,006327 0,0 0,0 + 0,129368 0,016736 + 0,079181 + 0,010243 Tabela 7: Ca´lculo de paraˆmetros do sistema. 30 10-1 100 101 10-2 10-1 100 101 V ( c m 3 ) D (cm) GRÁFICO (03): Volume x Diâmetro N∑ i=1 log Di = − 0, 206152; N∑ i=1 (log Di) 2 = 0, 117477; N∑ i=1 log Vi = − 3, 361056; N∑ i=1 log Vi · log Di = 0, 408516. { 10 b − 0, 206152 a = − 3, 361056 − 0, 206152 b + 0, 117477 a = 0, 408516. (40) O sistema tem por soluc¸a˜o: a = 2, 99599 mas como a = α enta˜o α = 2, 99599, e b = −0, 27434 mas como b = log k, enta˜o k = 10b, isto e´, k = 0, 53169. A func¸a˜o que representa os dados experimentais sera´: V = 0, 53169D2,99599. (41) Veja o Gra´fico(3). 2.8 Determinac¸a˜o gra´fica dos coeficientes. Utilizando o transferidor, mec¸a o aˆngulo no gra´fico do Exemplo 2, que tu o fizeste. O aˆngulo θ sera´ de aproximadamente 33o. Aplicando na Eq.(25), os mo´dulos de escala e o aˆngulo, obte´m-se o valor do coeficiente angular. a = MD MV tan θ, a = 8 cm cm3 10 cm cm3 tan 33o ; a = 0, 5195; b = BO MV = 0, 24cm 10 cm cm3 = 0, 024 cm3. V = 0, 024 + 0, 5195 D3. 31 Figura 6: Pontos auxiliares sobre o Gra´fico(3). Observe-se a precisa˜o entre os valores de “a”determinados pelos dois processos com o teo´rico (a = pi 6 ). EXERCI´CIOS: 1) Usando o Gra´fico(3) , determine os paraˆmetros “k”e “α”daeq(37). Sugesta˜o: Marque dois pontos P1 e P2, conforme a figura(6), sobre a reta que passa pelos pontos experimentais. Determine o coeficiente angular a = logA− logB logC − logD , (42) a = α. Usando a eq.(38), isole o coeficiente linear log k = b, b = log V − α log D. (43) Novamente sobre a reta do gra´fico, marque um ponto P e substitua os valores correspondentes, b = log E − α log F. (44) como log k = b, enta˜o k = 10b. Dado a tabela Supondo que a lei que rege o fenoˆmeno seja do tipo: Q = A expαt . (45) 32 Q(c) 10,0 6,0 3,5 2,0 1,1 t(s) 0,0 16,0 32,0 48,0 64,0 Tabela 8: Observac¸o˜es relativo a calorimetria. 2) Determine os paraˆmetros “A”e “α”da equac¸a˜o(45), utilizando papel mono-log. 3) Fac¸a a mesma coisa do item 2, utilizando papel milimetrado. Lem- brete: Para determinar o “α’ e o “A”, use as equac¸o˜es(25 e 28). 33 3 MECAˆNICA Introduc¸a˜o A Mecaˆnica se ocupa com o estudo do movimento de corpos materiais. A parte que se dedica ao movimento e´ denominada de Cinema´tica; a que estuda o movimento e suas causas chama-se Dinaˆmica e a que estuda os corpos so´lidos em equil´ıbrio e´ a Esta´tica. 3.1 Cinema´tica de translac¸a˜o em uma dimensa˜o Uma bola de futebol, ao ser lanc¸ada em determinada direc¸a˜o, podera´ girar em torno de um eixo. Uma gota de chuva ao cair pode vibrar. As dificuldades causada pelo ato do corpo girar ou vibrar, podera˜o ser elimi- nados, considerando-se como se toda a sua massa estivesse concentrada em um pequeno corpo, que tende a um ponto. Denominado de ponto material. Para descrever o movimento retil´ıneo de um objeto, utilizaremos um ponto como referencial sobre um eixo e, medidas diretas e indiretas. Supondo que um corpo, em determinado instante se encontre no ponto A de um eixo OX, conforme a figura(7) e, em instante posterior se encontre em B, sobre a reta OX. O deslocamento do objeto de A ate´ B, sera´ representado pela diferenc¸a de coordenadas (x2−x1) e o tempo necessa´rio para se deslocar de A ate´ B, sera´ (t2 − t1). 3.2 Velocidade escalar me´dia (v) Definimos a velocidade escalar me´dia, como sendo: Figura 7: Localizac¸a˜o de um objeto no instante t1 no ponto A e no instante t2 em B na sua trajeto´ria retilinea 34 v = xi+1 − xi ti+1 − ti = ∆x ∆t (46) A unidade da velocidade no Sistema Internacional e´ metro por segundo (ms ). Observac¸o˜es: 1) Se o movimento do objeto em sua trajeto´ria for para a direita, teremos: x2 > x1 ⇒ ∆x > 0 e v > 0. 2)Se eixo estiver orientado como o da figura(7) e, o movimento do objeto em sua trajeto´ria for para a esquerda, teremos: x2 > x1 ⇒ ∆x = (x1 − x2) < 0 e v < 0. A equac¸a˜o (46), pode ser simplificada escrevendo: x2 − x1 = v(t2 − t1) (47) Quando se conhece a velocidade v poder-se-a´ determinar a nova posic¸a˜o do objeto atrave´s da relac¸a˜o: x2 = x1 + v(t2 − t1) (48) Pode-se simplificar a equac¸a˜o(48), supondo que ponto material esta´ na ori- gem do referencial e nesse instante t1 = 0 e x1 = 0 e substituindo x2 por x, teremos: x = vt (49) Exerc´ıcio Considerando os dados da tabela(9), determine as velocidades me´dias correspondentes aos intervalos. OBS.: Se o corpo percorre espac¸os iguais em tempos iguais, diz-se que ele possui velocidade constante, conforme pode-se canstatar pela figura(8). Exerc´ıcio Considerando os dados da tabela(10), determine as velocidades me´dias correspondentes aos intervalos. a) Construa o gra´fico [ v × t ], determine a equac¸a˜o da reta que passa pelos pontos. 35 Tabela 9: Deslocamento de objeto com velocidade uniforme. i t x v ( s ) ( m ) m/s 1 0 0 2 1 5 3 2 10 4 3 15 5 4 20 6 5 25 7 6 30 Figura 8: Movimento retil´ıneo em relac¸a˜o a um referencial 3.3 Movimento retil´ıneo com acelerac¸a˜o constante Ao afirmarmos que a velocidade me´dia de um objeto e´ de 100 km/h, isto na˜o quer dizer que, durante todo o intervalo de tempo ele se mantivesse com esta velocidade. Quando a velocidade muda uniformemente com o tempo, a velocidade me´dia em qualquer intervalo de tempo e´ igual a` me´dia aritme´tica das velo- cidades no in`ıcio e no fim do intervalo. De forma que a velocidade me´dia v entre t1=0 e t2=t e´, v = v0 + v 2 (50) Quando a velocidade de um corpo varia durante o seu deslocamento. 36 Figura 9: Movimento retil´ıneo com velocidade na˜o uniforme Diz-se que o corpo possui uma acelerac¸a˜o. A acelerac¸a˜o de um corpo e´ de- finida pela variac¸a˜o da velocidade dividido pela variac¸a˜o do tempo. a = v2 − v1 t2 − t1 = ∆v ∆t (51) A equac¸a˜o(50) na˜o seria correta se a acelerac¸a˜o na˜o fosse constante, por- que, enta˜o, o gra´fico v=f(t ), na˜o seria uma linha reta. Se a raza˜o entre a variac¸a˜o da velocidade pelo intervalo de tempo perma- necer constante, para quaisquer intervalos de tempo, diz-se que a acelerac¸a˜o Tabela 10: Deslocamento de objeto com velocidade na˜o uniforme. i t x v ( s ) ( m ) m/s 1 0,0 0,00 2 0,5 2,75 3 1,0 7,00 4 1,5 12,75 5 2,0 20,00 6 2.5 28,75 7 3,0 39,00 8 3,5 50,75 9 4,0 64,00 10 4,5 78,75 37 e´ constante. Sejam t1 = 0 e t2 um valor arbitra´rio qualquer do tempo t. Sejam v0 a velocidade escalar quando t=0, e v, a velocidade no tempo t. A v0 chamamos velocidade inicial. Com essas convenc¸o˜es, nossa equac¸a˜o anterior se transforma em a = v − v0 t− 0 (52) Ou seja v = v0 + at (53) Atrave´s da equac¸a˜o(49), pode-se obter o deslocamento x em qualquer tempo t de um ponto material que esta´ em movimento, substitu´ındo a equac¸a˜o(50) x = ( v0 + v 2 ) t (54) Isolando o t da equac¸a˜o(53) e substitu´ındo na equac¸a˜o(54), obteremos v2 = v20 + 2 a x (55) Para completar nosso sistema de equac¸o˜es, substitu´ındo v da equac¸a˜o(53) na equac¸a˜o(54), teremos; x = v0 t + a 2 t2 (56) Exerc´ıcios 1) Construa um gra´fico usando os dados da tabela(10) (Deslocamento × t ) e, usando o me´todo gra´fico, determine a velocidade para ( t = 1,5 s ) e ( t = 4,0 s ). Lembrete: (v = MtMx tanα ) Estas velocidades pontuais sa˜o denominadas de velocidades instantaˆneas. 2) Construa um gra´fico usando os dados da tabela(10) (v × t ) e, determine os coeficientes linear e o angular da reta, correspondente. Quais sa˜o as respectivas unidades ? 3.4 Movimento em queda livre Todo corpo em queda livre, a sua velocidade escalar varia uniformemente com o tempo e diz-se de que ele esta´ em de movimento acelerado. A ace- lerac¸a˜o e´ constante. 38 As equac¸o˜es para um eixo Y orientado para cima sa˜o semelhantes as anteriores vistas para o eixo X vy = vy0 − gt (57) v2y = v 2 y0 − 2 g y (58) y = vy0 t − g 2 t2 (59) Se o eixo Y aponta para baixo, tem-se: vy = vy0 + gt (60) v2y = v 2 y0 + 2 g y (61) y = vy0 t + g 2 t2 (62) 3.5 Movimento no plano Um ponto material que descreve uma trajeto´ria curva num plano, a velocidade resultante em qualquer ponto desta trajeto´ria tera´ valor diferente, devido a mudanc¸a de direc¸a˜o que o ponto material assume. A velocidade resultante num ponto qualquer sera´ dada por: v = √ v2x + v 2 y (63) Sendo a componente das velocidades segundo o eixo X dado por vx = vx0 + axt, (64) e a componente da velocidade segundo o eixo Y vy = vy0 + ayt. (65) Exerc´ıcios 1)As a´guas de um rio de 200m de largura - ver figura(10), deslocam-se para a direita com velocidade de 0,25 m/s. Um barco com velocidade de 5 m/s, devera´ atravessar o rio no menor tempo. a) Qual o aˆngulo que devera´ estar orientado o barco; b) Quando tempo de- morara´ a travessia? Respostas: a) 2,86o no sentido oposto ao deslocamento do rio; b) t = 40 s. 2) Um projetil e´ disparado com uma velocidade inicial de 5000 m/s. Deseja-se acertar um alvo no mesmo plano horizontal e que esta´ 1000 m de distaˆncia. Supondo a na˜o existeˆncia de correntesde ar na horizontal e na vertical. a) Qual a altura h acima do centro devera´ estar a arma apontada para acertar no centro ? b) Quanto tempo demorara´ para atingir o alvo ? Respostas: a) 19,6 cm; b) t= 0,2s. 39 Figura 10: Travessia do rio 3.6 Leis de Newton Massa e´ uma propriedade da mate´ria, a qual se opo˜e a` mudanc¸a do seu estado de movimento. Forc¸a e´ toda ac¸a˜o, capaz de provocar perturbac¸a˜o no estado de um corpo de massa m. 3.7 Primeira lei de Newton Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento re- til´ıneo uniforme a menos que uma ou mais forc¸as externas atuem sobre ele. 3.8 Segunda lei de Newton A resultante de uma ou mais forc¸as que atuam sobre uma massa m, na mesma direc¸a˜o do deslocamento produzira´ uma acelerac¸a˜o ou, desace- lerac¸a˜o se a forc¸a resultante, tiver a mesma direc¸a˜o, pore´m sentido oposto ao movimento do corpo. a = 1 m F (66) Quando sobre massas diferentes sa˜o aplicadas a mesma forc¸a F, pode-se concluir que: quanto maior a massa, menor sera´ a acelerac¸a˜o do corpo de massa m. Pode-se tambe´m representar a segunda lei de Newton por:∑−→ F = −→ F resultante. (67) A soma das componentes das forc¸as na direc¸a˜o de um eixo e, aplicadas sobre a massa m, e´ igual a forc¸a resultante, isto e´: Fx1 + Fx2 + Fx3 + ... = max. (68) 40 Figura 11: Massa suspensa 3.9 Terceira lei de Newton Pode-se enuncia´-la assim: A toda ac¸a˜o corresponde uma reac¸a˜o de mesmo mo´dulo de mesma direc¸a˜o pore´m de sentido oposto. Exemplo: Nosso corpo f´ısico, aplica sobre a Terra, uma forc¸a P=mg, de cima para baixo. A Terra reage aplicando sobre nossos pe´s uma forc¸a de mesmo valor com mesma direc¸a˜o e de sentido oposto. Exerc´ıcios 1) Uma massa de 50 kg, esta´ suspensa por dois fios conforme a figura(11). Determine as forc¸as FA e FB 2) O esquema da figura(12) representa um conjunto de treˆs blocos A, B, e C, de massas 4 kg, 3 kg e 2 kg, respectivamente. Deslizam em um plano horizontal, sem atrito. Sobre o bloco A e´ aplicado uma forc¸a horizontal F, de intensidade 20 N, que movimentara´ o sistema. a) Determine a acelerac¸a˜o do sistema; b) A intensidade das forc¸as que os corpos exercem um sobre o outro. 41 3.9.1 Experimento: Queda livre OBJETIVOS • Construir e interpretar os gra´ficos que expressam a lei do movimento dos corpos. • Expressar matematicamente as leis de Newton. PROBLEMA Determinar experimentalmente a acelerac¸a˜o da gravidade aplicando a 2a lei de Newton. MATERIAL UTILIZADO Tripe´ para queda livre; faiscador ele´trico; fitas termo-sens´ıvel; trena. Tabela 11: Queda livre. i t y vy ( s ) ( m ) ( m/s ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 1) Com os dados da tabela(11), construa em papel milimetrado, o gra´fico do [deslocamento x ti]. 2) Fac¸a o gra´fico da [velocidade × ti ]. 3)Pelo me´todo gra´fico, determine a acelerac¸a˜o respectiva. 42 Figura 12: Deslocamento de blocos 3.10 Forc¸as de atrito A interac¸a˜o entre duas superf´ıcies produz uma forc¸a que se opo˜e ao deslocamento de um dos corpos sobre o outro. Esta forc¸a e´ denominada de forc¸a de atrito. Antes de o corpo entrar em movimento e´ dito forc¸a de atrito esta´tico. E´ representado pela equac¸a˜o: fe ≤ µeN (69) sendo µe o coeficiente de atrito esta´tico e, N o mo´dulo da forc¸a normal. Quando em movimento e´ dito forc¸a de atrito cine´tico. E´ representado pela equac¸a˜o: fc ≤ µcN (70) Observa-se experimentalmente que fe > fc, isto e´, µe > µc. Exerc´ıcio Figura 13: Forc¸a de atrito entre duas superf´ıcies. 43 Figura 14: Determinac¸a˜o do coeficiente de atrito entre duas superf´ıcies. 1) Um bloco acha-se em repouso sobre um plano inclinado em relac¸a˜o a horizontal, conforme a figura(14). Este aˆngulo θ e´ varia´vel e faz que o bloco entre em movimento. Qual o coeficiente de atrito esta´tico entre o bloco e o plano ? 3.11 Movimento Circular Uniforme Quando um ponto material percorre uma trajeto´ria circular, com veloci- dade constante em mo´dulo e se repetem na mesma unidade de tempo, diz-se que ele possue um MCU. O tempo dispendido pelo ponto material para realizar uma volta com- pleta e´ denominado de per´ıodo ( T ). O nu´mero de vezes que se repete na unidade de tempo e´ denominado de frequ¨eˆncia ( f ), assim f = 1 T (71) A unidade da frequ¨eˆncia e´: ( s−1= Hz) =⇒ (Hertz). 3.12 Forc¸a centr´ıpeta Um corpo que se move numa trajeto´ria circular e com mo´dulo da velo- cidade v constante, a sua acelerac¸a˜o estara´ em qualquer instantes dirigida para o centro do c´ırculo Fig.(15). E´ dada por ar = v2 R . Esta acelerac¸a˜o e´ denominada de radial. A forc¸a que atua sobre a massa m, e´ a causa- dora da acelerac¸a˜o e, esta´ orientada para o centro. Recebe o nome de forc¸a centr´ıpeta. De acordo com a segunda lei de Newton, o mo´dulo desta forc¸a sera´: F = mv2 R (72) 44 Figura 15: Movimento circular uniforme Nesse caso a velocidade muda continuamente de direc¸a˜o, pore´m seu mo´dulo permanece constante. Segundo a terceira lei de Newton, o elemento f´ısico que produz a forc¸a centr´ıpeta sobre a massa m, estara´ vinculado a ac¸a˜o de uma forc¸a de reac¸a˜o produzida pela massa sobre ele. Esta forc¸a de reac¸a˜o tera´ sentido oposto a` centr´ıpeta, deste modo, ela aponta para fora, segundo o raio de curvatura. E´ chamada de forc¸a centr´ıfuga. A a forc¸a centr´ıpeta e´ utilizada em aparelhos mecaˆnicos, para: secar roupas nas centrifugadoras; nas pesquisas qu´ımicas e biolo´gicas com as ul- tracentrifugadoras; no rotor, nos parques de diversa˜o. As forc¸as centr´ıpetas dos casos mencionados, variam somente em direc¸a˜o, assim como a acelerac¸a˜o, apontando sempre para o centro do circulo. 3.13 Aˆngulo hora´rio ou fase Um objeto percorrendo uma trajeto´ria circular de raio R, conforme a figura(16). A origem das posic¸o˜es e´ 0 e, P e´ a posic¸a˜os do objeto num instante t qualquer. Define-se como aˆngulo hora´rio ou fase - φ , a relac¸a˜o entre o arco da trajeto´ria OP pelo raio R. φ = S R (73) onde: φ e´ medido em radiano S e´ o arco da trajeto´ria. 45 Figura 16: Aˆngulo hora´rio ou fase 3.14 Velocidade angular me´dia Um objeto percorrendo uma trajeto´ria circular de raio R, conforme figura(17) descreve em relac¸a˜o a origem O, um aˆngulo φ1 no instante t1 e no instante t2 o deslocamento angular φ2. Figura 17: Trajeto´ria circular de um objeto. A velocidade angular me´dia e´ definida pela relac¸a˜o: ω = φ2 − φ1 t2 − t1 (74) A unidade de ω e´ radiano por segundo ( rad/s). 46 3.15 Acelerac¸a˜o angular me´dia Um objeto percorrendo uma trajeto´ria circular, conforme figura(17) no ins-tante t1 possue a velocidade angular ω1, e no instante t2 a velocidade angular ω2. Define-se a acelerac¸a˜o angular me´dia pela relac¸a˜o: α = ω2 − ω1 t2 − t1 (75) A unidade da acelerac¸a˜o angular e´ ( rad/s2). 3.16 Movimento Circular Uniformemente Variado Relac¸a˜o entre a velocidade: linear e a angular A equac¸a˜o(73)podera´ ser reescrita por: S = φR Quando o objeto material se desloca na trajeto´ria de um comprimento muito pequeno ∆S, implica tambe´m um deslocamento angular ∆φ. ∆S = R∆φ (76) Como este deslocamento aconteceu em um pequeno intervalo de tempo ∆t, divide-se a equac¸a˜o(76) pelo respectiva variac¸a˜o do tempo. ∆S ∆t = R ∆φ ∆t (77) onde: lim ∆t→0 ∆S ∆t = dS dt = v, ( velocidade tangencial ) e lim ∆t→0 ∆φ ∆t = dφ dt = ω ( velocidade angular ). Finalmente: v = ωR (78) Relac¸a˜o entre as acelerac¸o˜es: angular e a tangencial. A relac¸a˜o entre a acelerac¸a˜o tangencial no movimento circular at e an- gular α, quando o ponto material sofre uma pequena variac¸a˜o da velocidade tangencial ∆v e consequente variac¸a˜o davelocidade angular ∆ω. ∆v = ∆ωR (79) 47 Sendo que estas variac¸o˜es aconteceram em pequeno intervalo de tempo ∆t, tem-se: ∆v ∆t = ∆ω ∆t R (80) sendo: lim ∆t→0 ∆v ∆t = dv dt = at ( acelerac¸a˜o tangencial ) e lim ∆t→0 ∆ω ∆t = dω dt = d dt [ dφ dt ] = d2φ dt2 = α ( acelerac¸a˜o angular ). at = αR (81) O mo´dulo a acelerac¸a˜o resultante e´ dado por: Figura 18: Movimento circular uniformemente variado a = √ a2r + a 2 t (82) 3.17 Peˆndulo simples E´ o sistema constitu´ıdo por uma massa presa na extremidade de um fio inextens´ıvel e de massa desprez´ıvel, que ao ser afastado de sua posic¸a˜o de equil´ıbrio, oscila verticalmente, sem atrito, em torno do eixo que passa pela outra extremidade. Analisaremos as componentes das forc¸as que atuam nos pontos A, B e C, conforme a figura(19). 48 Figura 19: Peˆndulo simples No ponto A, segundo a direc¸a˜o do raio: T −mgcos(θ 2 ) = Fc (83) Quando a massa pendular atinge a elongac¸a˜o ma´xima, ela ira´ parar, isto e´, v=0, implica que a forc¸a centr´ıpeta em A e´ nula, ver equac¸a˜o(72). Somente a componente de trac¸a˜o ( T ), resultante na decomposic¸a˜o do peso segundo raio existira´. Substitu´ındo Fc = 0, na equac¸a˜o(83),obte´m-se: TA = mgcos( θ 2 ) (84) Perpendicular ao raio, ou tangenciando a trajeto´ria no ponto A, temos: Ft +mgsen( θ 2 ) = 0 (85) Observa-se que a forc¸a tangencial (Ft) e´ uma forc¸a restauradora, aponta sempre segundo o ponto de equil´ıbrio do sistema que e´ o ponto B. Substitu´ındo Ft = mat, na equac¸a˜o(85),obte´m-se: at = −gsen(θ 2 ) (86) No ponto B, se substituirmos na equac¸a˜o(86), ( θ 2 ) por φ e este por 0o, teremos a acelerac¸a˜o tangencial (at = 0). 49 Figura 20: Forc¸as que atuam no ponto A, no peˆndulo simples. Assim que a massa pendular iniciar o seu movimento oscilato´rio, a ve- locidade v tangencial a trajeto´ria ira´ crescer em mo´dulo, ate´ atingir um ma´ximo em B. As forc¸a que atuam no ponto ( B )- ponto de equil´ıbrio do sistema, sera˜o: Segundo a vertical: TB −mgcos(0o) = Fc (87) TB = m v2 L +mgcos(0o) (88) Na horizontal em B, qual sera´ a resultante ? Comparando as equac¸o˜es (81) com (86), substitu´ındo R por L, teremos: αL = −gsen(θ 2 ) (89) como α = d 2θ dt2 L d2θ dt2 + gsen( θ 2 ) = 0 (90) 50 A soluc¸a˜o aproximada, para aˆngulos menores que 15o e´: θ = θ0 cos( √ g L t), (91) resultando: T = 2π √ L g (92) e a soluc¸a˜o exata depende do aˆngulo, e sua deduc¸a˜o podera´ ser encontrada em[3, 33]. T = 2π √ L g {1 + (1 4 ) sin2( θ0 2 ) + ( 9 64 ) sin4( θ0 2 ) + ...} (93) 51 3.17.1 Experimento: Peˆndulo simples OBJETIVOS • Verificar atrave´s de gra´ficos a dependeˆncia da oscilac¸a˜o do peˆndulo simples; • Expressar matematicamente a lei do peˆndulo. PROBLEMA Determinar a as influeˆncias da massa e o comprimento e do aˆngulo na oscilac¸a˜o do peˆndulo simples. MATERIAL UTILIZADO Suporte fixo; fio; cronoˆmetro; trena. Tabela 12: Peˆndulo Simples. L constante i T L T θ 2 ( s ) ( m ) ( s ) (o) 1 5 2 10 3 15 4 20 5 25 6 30 7 35 8 40 1) Com os dados da tabela(12), construa em papel milimetrado, o gra´fico do [Ti × Li ]. 2)Pelo me´todo gra´fico, determine a acelerac¸a˜o da gravidade. 3)Fac¸a o gra´fico da [Ti × θ2 ]. 4) O per´ıodo depende da massa pendular ? 5) O per´ıodo depende do aˆngulo ? 52 3.18 Trabalho Trabalho e´ definido pelo produto da componente da forc¸a aplicada sobre o ponto material pela distaˆncia que o mesmo foi deslocado. W = Fd cos(θ) (94) Para: θ < 90o, o trabalho e´ positivo; θ = 90o, o trabalho e´ nulo; θ > 90o, o trabalho e´ negativo. A unidade do trabalho no Sistema Internacional e´ o joules (J). Figura 21: Trabalho. 1 J = N * m 3.19 Poteˆncia Define-se a poteˆncia como o trabalho realizado por uma forc¸a no inter- valo de tempo. P = W ∆t (95) Poteˆncia tem por unidade W (watt) W = J s . Usa-se tambe´m o quilowatt (kW) kW = 103W 53 Figura 22: Energia cine´tica. A poteˆncia tambe´m pode ser calculada por: P = Fd t = Fv (96) 3.20 Energia Diz-se que um corpo ou um sistema tem energia, quando tem capacidade de realizar trabalho. Existem va´rias formas de energia, tais como: energia te´rmica, energia ele´trica, energia potencial. Estudaremos energias sob a forma de: • energia cine´tica ou de movimento; • energia potencial. 3.20.1 Energia cine´tica Consideremos um corpo de massa m, inicialmente em repouso, atua sobre ele uma forc¸a de intensidade F constante, durante um intervalo de tempo t. Decorrido esse tempo, possue velocidade v e, foi deslocado de uma distaˆncia d. O trabalho e´: W = Fd = mad (97) Substitu´ındo x por d na equac¸a˜o(56), tem-se: d = a 2 t2. (98) Substitu´ındo a equac¸a˜o (98) na (97), tem-se: W = 1 2 mv2 = K (99) 54 Sendo K a energia cine´tica. Sua unidade tambe´m e´ o joule ( J ). Tomando a equac¸a˜o(55) e, substituindo x por d, isolando ad, teremos: ad = ( v2 − v2o 2 ) (100) substitu´ındo na equac¸a˜o(97) W = Fd = m( v2 − v2o 2 )d (101) W = Fd = 1 2 mv2 − 1 2 mv2o (102) “ O trabalho realizado pela forc¸a resultante que atua sobre um ponto ma- terial e´ igual a` variac¸a˜o da energia cine´tica do mesmo.”[26, cap. 8]. Esta equac¸a˜o e´ conhecida por teorema da energia cine´tica. 3.20.2 Energia potencial O trabalho necessa´rio para deslocar um corpo na vertical de um referen- cial a outro diferente, e´ dado pela equac¸a˜o(97). Substitu´ındo a por g e, d por h, teremos W = mgh = U (103) Exemplo: Para deslocar a massa pendular, figura(19), de B ate´ A, o deslo- camento vertical e´ dado por: h = L− Lcos(θ 2 ), substitu´ındo na equac¸a˜o(103), tem-se: W = mgh = mgL(1− cos(θ 2 )) = U. (104) A energia potencial de uma mola e´ dado por U = 1 2 kx2 (105) 3.21 Princ´ıpio da conservac¸a˜o da energia Um sistema e´ dito conservativo quando sua energia permanece constante. Depende somente do ponto inicial e o ponto final. Independe da trajeto´ria percorrida. A equac¸a˜o da energia mecaˆnica, para um ponto inicial e´ dada por: Ei = Ki + Ui (106) e para o ponto final Ef = Kf + Uf (107) 55 isto e´, Ef = Ei Kf + Uf = Ki + Ui (108) Somente na auseˆncia de forc¸as na˜o conservativas, ou quando se pode des- prezar o trabalho por elas realizado, e´ que podemos admitir a conservac¸a˜o da energia mecaˆnica. 56 4 HIDROESTA´TICA Densidade A relac¸a˜o entre a massa de qualquer material com o seu volume, e´ de- nominado de densidade ou massa espec´ıfica. Um material e´ dito ho- mogeˆneo quando possui a mesma densidade em qualquer lugar no seu corpo. ρ = m V (109) A unidade da densidade e´ g/cm3 = 103kg/m3 Tabela 13: Densidade de algumas substaˆncias a 0oC e 1 atmosfera. MATERIAL DENSIDADE (kg/m3) Ar 1,293 A´lcool et´ılico 0,81 x 103 Benzeno 0,90 x 103 Gelo 0,92 x 103 A´gua 1,00 x 103 A´gua do mar 1,03 x 103 Glicerina 1,26 x 103 Alumı´nio 2,7 x 103 Cobre 8,9 x103 Madeira (pinho) 0,42 x 103 Mercu´rio 13,6 x 103 Pressa˜o em um fluido Um ga´s ou um l´ıquido em repouso em um recipiente, exerce forc¸a per- pendicular na superf´ıcie que o conte´m. Reciprocamente podemos dizer que todo corpo imerso em fluido, sua superf´ıcie esta´ submetido a forc¸as perpen- diculares a ela no ponto considerado. Pela terceira lei de Newton, no lado oposto a superf´ıcie existira´ uma forc¸a de mesmo mo´dulo e direc¸a˜o pore´m de sentido oposto. Considerando-se uma pequena superf´ıcie de a´rea A e uma forc¸a F perpendicular a esta superf´ıcie. A ac¸a˜o desta forc¸a sobre a superf´ıcie do fluido exercera´ uma pressa˜o p, a qual e´ definidapor: p = F A (110) 57 Figura 23: Pressa˜o nas superf´ıcies de um cilindro, constitu´ıdo do pro´prio l´ıquido A unidade de pressa˜o no SI, e´ o pascal 1pascal = 1Pa = 1N/m2 outras unidades ainda em uso, relativo a` pressa˜o[35, Apeˆndice E]. 1Pa = 1, 450x10−4lb/in.2 = 0, 209lb/ft2 1bar = 105Pa 1atm = 1, 013x105Pa = 1, 013bar 1mmHg = 1torr = 133, 3Pa Na meteorologia e´ muito usado o bar = 105 Pa, e o milibar = 100 Pa. Observa-se que pressa˜o e´ uma grandeza escalar. 4.1 Princ´ıpio fundamental da hidrosta´tica “A diferenc¸a de pressa˜o entre dois pontos de um l´ıquido em equil´ıbrio e´ igual ao produto da diferenc¸a de n´ıvel entre os dois pontos pelo peso espec´ıfico do l´ıquido e pela gravidade.”[11, p.312], ver Fig.(24). p2 − p1 = hρg (111) Supondo-se um l´ıquido em equil´ıbrio. Isto e´, uma porc¸a˜o do l´ıquido de forma cilindrica dentro do pro´prio l´ıquido e que na˜o esteja em movimento 58 de translac¸a˜o ou de rotac¸a˜o, ver figura(23). Como o l´ıquido esta´ em equil´ıbrio, pela segunda lei de Newton, a resul- tante das forc¸as que agem sobre ele, e´ nula: As componentes das forc¸as verticais que atuam sobre ele sera˜o: F2 − F1 − P = 0 (112) onde: F1 −→ forc¸a aplicada no lado superior do cilindro; F2 −→ e´ forc¸a de reac¸a˜o aplicada no lado inferior do cilindro; P −→ peso do cilindro. F2 − F1 = P (113) Dividindo os dois membros pela a´rea da sec¸a˜o reta do cilindro ( supondo suficientemente pequena para que as bases horizontais possam ser tomadas por pontos), resulta: F2 S − F1 S = P S (114) resultando: p2 − p1 = mg S (115) Isolando m na equac¸a˜o(109) e substitu´ındo na equac¸a˜o acima, tem-se: p2 − p1 = ρ(Sh)g S (116) sendo h a altura do cilindro p2 − p1 = ρgh (117) ∆p = ρgh (118) Por outro lado: “Dois pontos situados no mesmo n´ıvel de um l´ıquido em equil´ıbrio suportam presso˜es iguais”[11]. Consideremos um l´ıquido em equil´ıbrio e duas forc¸as horizontais, tal como as da figura(23). Considerando ainda que a a´rea onde esta˜o aplicadas tendem para um ponto. Logo, a resultante das forc¸as horizontais que atuam no mesmo n´ıvel, deve ser nula para o sistema em equil´ıbrio. FA = FB (119) Dividindo esta equac¸a˜o pela a´rea onde as forc¸as esta˜o aplicadas FA S = FB S , (120) 59 Figura 24: Pressa˜o em dois pontos quaisquer no l´ıquido e usando a definic¸a˜o de pressa˜o equac¸a˜o(110), resulta: pA = pB. (121) Conclui-se que: em todos os pontos de mesmo n´ıvel em um l´ıquido, a pressa˜o e´ a mesma. Logo a diferenc¸a de pressa˜o entre os pontos 1 e 2 sera´: p2 − p1 = ρgh (122) Se considerarmos o ponto p1 na superf´ıcie do l´ıquido, ele assumira´ o valor da patm e a pressa˜o p2 sera´: p2 = patm + ρgh (123) Exerc´ıcios 1) Consideremos dois l´ıquidos imisc´ıveis em dois vasos comunicantes, figura(25), que conte´m mercu´rio (ρ = 13, 6g/cm3) e uma resina l´ıquida. O mercu´rio esta´ 3 cm da superf´ıcie de separac¸a˜o dos dois l´ıquidos; a superf´ıcie da resina l´ıquida esta´ 25 cm acima do mesmo n´ıvel de separac¸a˜o. Qual a densidade deste produto ? Soluc¸a˜o: Como os pontos A e B esta˜o no mesmo n´ıvel de refereˆncia, temos: pA = pB pA = p0 + ρ1gh1 (124) 60 Figura 25: Pressa˜o em dois l´ıquido que na˜o se misturam Figura 26: Pressa˜o em l´ıquido que na˜o se misturam. e pB = p0 + ρ2gh2 (125) Comparando e simplificando, resulta: ρ1h1 = ρ2h2 (126) Calcule o valor de ρ1. 61 Figura 27: Um corpo cil´ındrico dentro de um l´ıquido 2) Um tubo em U, figura(26-a), conte´m mercu´rio( ρ = 13, 6g/cm3). Os dois ramos do tubo possuem a mesma sec¸a˜o reta ( A= 1 cm2). No ramo da esquerda foi introduzido 25 cm3 de a´gua e tambe´m 15 cm3 de benzeno - ver tabela(13). a) Qual o desn´ıvel do mercu´rio ? b) Se fosse colocado benzeno em um dos ramos da figura(26-b)e a´gua no outro? 4.2 Princ´ıpio de Arquimedes “Todo corpo mergulhado em um l´ıquido fica submetido a` ac¸a˜o de uma forc¸a vertical, orientada de baixo para cima, de mo´dulo igual ao peso do l´ıquido deslocado, cujo suporte passa pelo ponto onde se encontrava o centro de gravidade do l´ıquido deslocado.”[11, p.324] Um corpo de forma cilindrica, imerso em um l´ıquido, conforme a figura(27), suas faces superior e inferior ficam submetidas a uma diferenc¸a de pressa˜o dada por: p2 = p1 + hρg (127) sendo ρ a densidade do l´ıquido deslocado pelo corpo. Multiplicando a equac¸a˜o(127) pela a´rea A da sec¸a˜o reta do cilindro Ap2 = Ap1 +Ahρg (128) onde Ap2 = F2, Ap1 = F1 e A h e´ o volume do l´ıquido deslocado. F2 − F1 = V ρg. (129) 62 F2 − F1 e´ denominado de empuxo E, isto e´ E = V ρg (130) onde: V ρ g representa o peso do l´ıquido deslocado pelo corpo e, V e´ o volume do corpo que se encontra submerso. Todo corpo mergulhado em um l´ıquido esta´ sujeito a ac¸a˜o de duas forc¸as: o pro´prio peso e o empuxo efetuado pelo l´ıquido. Aplicando a segunda lei de Newton, teremos as seguintes situac¸o˜es: a) O peso do corpo e´ maior que o empuxo F = P − E (131) implica que ρcorpo > ρliq. b) O peso e´ menor que o empuxo F = E − P (132) implica que ρcorpo < ρliq. c) O peso e´ igual ao empuxo P = E (133) e ρcorpo = ρliq. 63 4.2.1 Experimento: Densidade OBJETIVOS • Determinar a densidade de alguns so´lidos e l´ıquidos. PROBLEMA A constante ela´stica de uma mola e´ dada por: k = P ∆l (134) 6 ? l0 ? −→ Pa Liqu´ıdo 6 −→ E 6 ? l2 6 ? l1 ?−→ P1 6 −→ F Figura 28: Aplicac¸a˜o do Princ´ıpio de Arquimedes Um corpo suspenso por uma mola, exerce uma forc¸a vertical −→ P1 sobre a mola e cujo mo´dulo e´: P1 = k(l1 − l0) (Peso real do corpo) (135) O corpo suspenso quando mergulhado na a´gua tera´ um peso aparente (Pa) e sera´ dado por: Pa = k(l2 − l0) (136) 64 sendo (l2 ) a deformac¸a˜o da mola apo´s a introduc¸a˜o do corpo dentro do l´ıquido e (l0 ) o comprimento inicial da mola, conforme pode-se ver pela figura(28). Dividindo a equac¸a˜o(136) pela (135), obtemos: Pa P1 = k(l2 − l0) k(l1 − l0) (137) Pa = P1 (l2 − l0) (l1 − l0) (138) O peso aparente e´ resultado de Pa = P1 − E (139) onde P1 = m1g, e´ o peso real do corpo; E e´ o empuxo exercido pelo l´ıquido sobre o corpo. Por definic¸a˜o o empuxo E e´ igual o peso do volume do l´ıquido deslocado, ver equac¸a˜o(130). E = mliqg (140) mas a massa do l´ıquido sera´ obtido da eq.(109), mliq = ρV (141) assim o peso aparente dado pela equac¸a˜o(139), sera´: Pa = m1g − (ρV )g (142) Substitu´ındo a equac¸a˜o(138) m1g( (l2 − l0) (l1 − l0)) = m1g − (ρV )g (143) Simplificando e isolando ρ, obte´m-se: ρ = m1 V (1− l2 − l0 l1 − l0 ) (144) onde: ρ e´ a densidade do l´ıquido; m1 V = ρ1 e´ a densidade do corpo. ρ = ρ1(1− l2 − l0 l1 − l0 ) (145) Finalmente isolando ρ1, encontramos a equac¸a˜o para determinar a den- sidade do corpo mergulhado no l´ıquido: ρ1 = ρ( l1 − l0 l1 − l2 ) (146) 65 MATERIAL UTILIZADO: Suporte para prender a mola, mola, trena, massas, balanc¸a, proveta, a´gua, a´gua com sal, a´lcool. PROCEDIMENTOS: 1) Mec¸a o comprimento inicial da mola: l0= ( ± ) cm. 2) Mec¸a o comprimento da mola quando o corpo esta´ suspenso: l1= ( ± ) cm. 3) Determine o volume inicial do l´ıquido na proveta: V0= ( ± )cm3. 4) Mec¸a o comprimento da mola quando o corpo esta´ imerso: l2= ( ± ) cm. 5) Determine o volume final na proveta (com o corpo dentro do l´ıquido): V1= ( ± )cm3. 6) Determine a densidade (ρ1) do so´lido atrave´s da equac¸a˜o(146): ρ1= ( ± )g/cm3. 7) Determine o peso do l´ıquido deslocado ( empuxo ). Usar g = 978,9 cm/s2. E = ( ± )dina. 8) Substitua a a´gua da proveta por a´gua salgada (soluc¸a˜o 6:1 em peso). 9) Repita os itens 2 a 7, e preencha a tabela(14). 10) Substitua a a´gua
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