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MÉTODOS PARA O ESTUDO DA ANATOMIA

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MÉTODOS PARA O ESTUDO DA ANATOMIA
A anatomia é o cenário (estrutura) no qual ocorrem os eventos (funções) da vida. Este livro trata principalmente da anatomia macroscópica humana funcional — o exame das estruturas do ser humano que podem ser vistas sem a ajuda do microscópio. Os três principais métodos para o estudo da anatomia usam critérios regional, sistêmico e clínico (ou aplicado), que refletem a organização do corpo e as prioridades e os objetivos para seu estudo.
Anatomia regionalFIGURA I.1
	
A anatomia regional (anatomia topográfica) contempla a organização do corpo humano em partes principais ou segmentos (Figura I.1 - Principais partes do corpo e regiões do membro inferior. A anatomia é descrita em relação à posição anatômica ilustrada.): um corpo principal, formado por cabeça, pescoço e tronco (subdividido em tórax, abdome, dorso e pelve/períneo), um par de membros superiores e um par de membros inferiores. Todas as partes principais podem ser subdivididas em áreas e regiões. A anatomia regional é o método de estudo da estrutura do corpo por concentração da atenção em uma parte (p. ex., a cabeça), área (a face) ou região (a região da órbita ou do olho) específica; exame da organização e das relações das várias estruturas sistêmicas (músculos, nervos, artérias etc.) em seu interior; e, depois, geralmente prossegue para o estudo de regiões adjacentes em sequência ordenada. Com exceção desta Introdução, este livro segue a abordagem regional e cada capítulo é voltado para a anatomia de uma parte principal do corpo. Essa é a abordagem geralmente seguida em cursos de anatomia que tenham um componente laboratorial que inclua a dissecção. Ao estudar anatomia por esse método, é importante colocar rotineiramente a anatomia regional no contexto das regiões e partes adjacentes e do corpo como um todo. A anatomia regional também reconhece a organização do corpo em camadas: pele, tela subcutânea e fáscia profunda que cobre as estruturas mais profundas: os músculos, o esqueleto e as cavidades, que contêm vísceras (órgãos internos). Muitas dessas estruturas profundas são parcialmente notadas sob o revestimento externo do corpo e podem ser estudadas e examinadas em indivíduos vivos por meio da anatomia de superfície. A anatomia de superfície é uma parte essencial do estudo da anatomia regional. É especificamente abordada neste livro em “seções sobre anatomia de superfície” (fundo laranja) que fornecem informações sobre quais estruturas estão situadas sob a pele e quais são perceptíveis ao toque (palpáveis) no corpo vivo em repouso e em atividade. Podemos aprender muito observando a forma externa e a superfície do corpo e observando ou palpando os relevos superficiais de estruturas situadas abaixo de sua superfície. O objetivo desse método é visualizar (compor imagens mentais de) estruturas que conferem contorno à superfície ou são palpáveis abaixo dela e, na prática clínica, distinguir achados incomuns ou anormais. Em resumo, a anatomia de superfície requer conhecimento completo da anatomia das estruturas situadas abaixo da superfície. Em pessoas com feridas perfurocortantes, por exemplo, o médico tem de ser capaz de visualizar as estruturas profundas que possam ter sido lesadas. O conhecimento da anatomia de superfície também reduz a necessidade de memorização, porque o corpo está sempre disponível para ser observado e palpado. O exame físico é a aplicação clínica da anatomia de superfície. A palpação é uma técnica clínica associada à observação e à ausculta para examinar o corpo. A palpação dos pulsos arteriais, por exemplo, faz parte do exame físico. Estudantes das muitas áreas da saúde aprendem a usar instrumentos para facilitar o exame do corpo (como um oftalmoscópio para observar características dos olhos) e para ouvir a atividade de partes do corpo (um estetoscópio para auscultar o coração e os pulmões). O estudo regional das estruturas profundas e das anormalidades em uma pessoa viva também é possível atualmente por meio de imagens radiológicas e seccionais e da endoscopia. As imagens radiológicas e seccionais (anatomia radiológica) oferecem informações úteis sobre estruturas normais em indivíduos vivos, mostrando o efeito do tônus muscular, líquidos corporais e pressões, bem como da gravidade, que o exame cadavérico não proporciona. As técnicas de imagem mostram os efeitos do trauma, das doenças e do envelhecimento sobre as estruturas normais. Neste livro, muitas imagens radiológicas e seccionais são integradas aos capítulos, quando conveniente. As seções de imagem ao fim de cada capítulo apresentam uma introdução às técnicas de imagem radiológica e seccional, além de incluírem uma série de imagens seccionais pertinentes ao capítulo. As técnicas endoscópicas (que usam um dispositivo de fibra óptica flexível, introduzido no corpo para examinar estruturas internas, como o interior do estômago) também mostram a anatomia do indivíduo vivo. A melhor técnica inicial para alcançar o aprendizado detalhado e completo da anatomia tridimensional das estruturas profundas e suas relações é a dissecção. Na prática clínica, a anatomia de superfície, as imagens radiológicas e seccionais, a endoscopia e a experiência obtida com o estudo da anatomia são associadas para propiciar o conhecimento da anatomia do paciente. O computador é um recurso útil no ensino da anatomia regional, pois facilita o aprendizado por meio da interatividade e da manipulação de modelos gráficos bi e tridimensionais. As peças anatômicas são cuidadosamente preparadas para demonstração de estruturas anatômicas e também são úteis. Entretanto, o aprendizado é mais eficiente e a fixação na memória é maior quando o estudo didático é associado à experiência da dissecção real — isto é, aprender fazendo. Durante a dissecção há observação, palpação, movimentação e revelação sequencial das partes do corpo. Em 1770, o Dr. William Hunter, eminente anatomista e obstetra escocês, afirmou: “Apenas a dissecção nos ensina onde podemos cortar ou examinar o corpo vivo com liberdade e presteza.”
Anatomia sistêmica
Anatomia sistêmica é o estudo dos sistemas que atuam em conjunto para realizar funções complexas. Os sistemas básicos e a especialidade responsável pelo estudo ou tratamento de cada um (entre parênteses) são:
O tegumento comum (dermatologia) consiste em pele (L. integumentum, revestimento) e seus anexos — pelos, unhas e glândulas sudoríferas, por exemplo — e na tela subcutânea situada logo abaixo dela. A pele, um órgão sensorial extenso, forma o revestimento protetor externo do corpo e seu receptáculo
O sistema esquelético (osteologia) é formado por ossos e cartilagem; é responsável pela forma básica e pela sustentação do corpo e é sobre ele que o sistema muscular atua para produzir movimento. Também protege os órgãos vitais como coração, pulmões e órgãos pélvicos
O sistema articular (artrologia) é formado por articulações e seus ligamentos associados que unem as partes ósseas do sistema esquelético e são os locais em que ocorrem os movimentos
O sistema muscular (miologia) é formado por músculos esqueléticos cuja ação (contração) move ou posiciona as partes do corpo (p. ex., os ossos que se encaixam nas articulações), ou por músculo liso e cardíaco que impulsiona, expele ou controla o fluxo de líquidos e substâncias contidas
O sistema nervoso (neurologia) é formado pela parte central do sistema nervoso (encéfalo e medula espinal) e pela parte periférica do sistema nervoso (nervos e gânglios, juntamente com suas terminações motoras e sensitivas). O sistema nervoso controla e coordena as funções dos sistemas orgânicos, possibilitando as respostas do corpo ao ambiente e suas atividades. Os órgãos dos sentidos, que incluem o órgão olfatório (olfato), o sistema ocular ou visual (oftalmologia), a orelha (audição e equilíbrio — otologia) e o órgão gustatório (paladar), costumam ser avaliados junto com o sistema nervoso na anatomia sistêmica
O sistema circulatório (angiologia) é formado pelos sistemas cardiovascular e linfático,que têm ação paralela no transporte dos líquidos corporais
O sistema cardiovascular (cardiologia) é formado pelo coração e vasos sanguíneos que impulsionam e conduzem o sangue pelo corpo, levando oxigênio, nutrientes e hormônios até as células e removendo seus resíduos
O sistema linfático é uma rede de vasos linfáticos que retira o excesso de líquido tecidual (linfa) do compartimento de líquido intersticial (intercelular) do corpo, filtra-o através dos linfonodos e o reconduz até a corrente sanguínea
O sistema digestório (gastrenterologia) é formado pelo tubo digestório, desde a boca até o ânus, com todos os órgãos e glândulas associados a ingestão, mastigação, deglutição, digestão e absorção de alimentos e eliminação de resíduos sólidos (fezes) após a absorção de nutrientes
O sistema respiratório (pneumologia) é formado pelas vias respiratórias e pulmões que fornecem ao sangue oxigênio para a respiração celular e retiram dele o dióxido de carbono. O diafragma e a laringe controlam o fluxo de ar pelo sistema, que também pode produzir o som na laringe, que depois é transformado em fala pela língua, dentes e lábios
O sistema urinário (urologia) é formado pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra, que filtram o sangue e, em seguida, produzem, transportam, armazenam e excretam urina de forma intermitente (resíduos líquidos)
O sistema genital (ginecologia para mulheres; andrologia para os homens) é formado pelas gônadas (ovários e testículos), que produzem oócitos e espermatozoides, pelos ductos que os transportam e pelos órgãos genitais, que permitem sua união. Após a concepção, o sistema genital feminino nutre e dá à luz o feto
O sistema endócrino (endocrinologia) é formado por estruturas especializadas que secretam hormônios, inclusive glândulas endócrinas individuais sem ductos (como a glândula tireoide), células isoladas e aglomeradas nas paredes do intestino e dos vasos sanguíneos, bem como terminações nervosas especializadas. Os hormônios são moléculas orgânicas transportadas pelo sistema circulatório até células efetoras distribuídas por todas as partes do corpo. Assim, a influência do sistema endócrino é tão ampla quanto a do sistema nervoso. Os hormônios influenciam o metabolismo e outros processos, como o ciclo menstrual, a gravidez e o parto.
Nenhum dos sistemas funciona sozinho. Os sistemas esquelético e articular, passivos, e o sistema muscular, ativo, formam juntos um supersistema, o sistema ou aparelho locomotor (ortopedia), porque precisam trabalhar em conjunto para que o corpo se locomova. Embora as estruturas diretamente responsáveis pela locomoção sejam os músculos, ossos, articulações e ligamentos dos membros, também há participação indireta de outros sistemas. O encéfalo e os nervos do sistema nervoso estimulam sua ação; as artérias e veias do sistema circulatório levam oxigênio e nutrientes e retiram os resíduos dessas estruturas; e os órgãos dos sentidos (sobretudo a visão e o equilíbrio) são importantes na orientação de suas atividades em um ambiente com gravidade. Nesta Introdução, é apresentado um panorama geral de vários sistemas importantes para todas as partes e regiões do corpo antes que os Capítulos 1 a 8 exponham a anatomia regional em detalhes. O Capítulo 9 também apresenta a anatomia sistêmica ao fazer a revisão dos nervos cranianos.
Anatomia clínica
A anatomia clínica (aplicada) enfatiza aspectos da estrutura e da função do corpo importantes na prática da medicina, da odontologia e das outras áreas da saúde. Inclui os métodos regional e sistêmico de estudo da anatomia e enfatiza a aplicação clínica. A anatomia clínica costuma incluir a inversão ou reversão do processo de raciocínio normalmente seguido quando se estuda a anatomia regional ou sistêmica. Por exemplo, em vez de pensar “A ação desse músculo é...”, a anatomia clínica pergunta “Qual seria a consequência da ausência de atividade desse músculo?” Em vez de dizer “O nervo... é responsável pela inervação dessa área da pele”, a anatomia clínica pergunta “A dormência nessa área indica lesão de que nervo?” O aprendizado da anatomia clínica é empolgante por causa de seu papel na solução de problemas clínicos. Os boxes de correlação clínica (com fundo azul) presentes em todo o livro descrevem aplicações práticas da anatomia.
Pontos-chave
ESTUDO DA ANATOMIA
A anatomia é o estudo da estrutura do corpo humano. ♦ Para a anatomia regional, o corpo está organizado em segmentos ou partes. ♦ A anatômica sistêmica organiza o corpo em sistemas. ♦ A anatomia de superfície fornece informações sobre estruturas que podem ser observadas ou palpadas sob a pele. ♦ A anatomia radiológica, seccional e endoscópica permite observar as estruturas no indivíduo vivo, quando são afetadas pelo tônus muscular, líquidos e pressões do corpo, além da gravidade. ♦ A anatomia clínica enfatiza a aplicação do conhecimento anatômico à prática da medicina.
TERMINOLOGIA ANATÔMICA
A terminologia anatômica introduz e constitui uma grande parte da terminologia médica. Para se fazer compreender, é preciso se expressar claramente, empregando os termos apropriados da maneira correta. Embora você conheça bem os termos comuns e coloquiais que designam as partes e regiões do corpo, deve aprender a terminologia anatômica internacional, que permite a comunicação precisa entre profissionais de saúde e cientistas do mundo todo. Os profissionais de saúde também precisam conhecer os termos comuns e coloquiais que as pessoas usam ao relatar suas queixas. Além disso, deve ser capaz de usar termos que as pessoas compreendam ao explicar a elas seus problemas clínicos. A terminologia usada neste livro está de acordo com a nova International Anatomical Terminology. A Terminologia Anatômica (TA) lista os termos em latim e seus equivalentes em português (p. ex., o músculo do ombro é designado musculus deltoideus em latim e músculo deltoide em português). Infelizmente, a terminologia usada habitualmente na clínica pode ser diferente da TA. Como essa discrepância pode causar confusão, o texto esclarece termos que costumam ser confundidos colocando as designações não oficiais entre parênteses quando os termos são usados pela primeira vez — por exemplo, tuba auditiva (trompa de Eustáquio) e artéria torácica interna (artéria mamária interna). Os epônimos, termos que incorporam nomes de pessoas, não são usados na TA porque não indicam o tipo ou a localização das estruturas designadas. Além disso, muitos epônimos não são acurados, do ponto de vista histórico, na identificação da primeira pessoa a descrever uma estrutura ou sua função e não se adaptam a um padrão internacional. Ainda assim, os epônimos usados com frequência aparecem entre parênteses em todo o livro quando esses termos são usados pela primeira vez — como ângulo do esterno (ângulo de Louis) — pois certamente você os encontrará nos seus anos de prática clínica. Observe que os epônimos não ajudam a localizar a estrutura no corpo.
Estrutura dos termos. A anatomia é uma ciência descritiva e requer termos para as muitas estruturas e processos do corpo. Como a maioria dos termos provém do latim e do grego, a linguagem pode parecer difícil inicialmente; entretanto, à medida que se aprende a origem dos termos, as palavras passam a fazer sentido. Por exemplo, o termo gaster em latim significa estômago ou ventre. Consequentemente, a junção esofagogástrica é o local de união do esôfago ao estômago, o ácido gástrico é secretado pelo estômago, e o músculo digástrico é um músculo dividido em dois ventres. Muitos termos fornecem informações sobre o formato, o tamanho, a localização ou a função de uma estrutura ou sobre a semelhança entre duas estruturas. Por exemplo, alguns músculos têm nomes descritivos que indicam suas principais características. O músculo deltoide, que cobre a ponta do ombro, é triangular, como o símbolo de delta, a quarta letra do alfabeto grego. O sufixo -oide significa “semelhante”; portanto, deltoide significa semelhante a delta. Bíceps significa que tem duas cabeçase tríceps, que tem três cabeças. Alguns músculos são denominados de acordo com seu formato — o músculo piriforme, por exemplo, tem o formato de pera (L. pirum, pera + L.forma, formato). Outros músculos são designados de acordo com sua localização. O músculo temporal está na região temporal do crânio. Em alguns casos, os músculos são descritos segundo as ações — por exemplo, o levantador da escápula eleva a escápula. A terminologia anatômica emprega a lógica para designar os músculos e outras partes do corpo, e se você aprender seu significado e pensar nele quando estiver
lendo e dissecando, será mais fácil lembrar-se dos termos.
Abreviações. As abreviações dos termos são usadas para sintetizar a escrita nos prontuários e neste e em outros livros, como nos quadros de músculos, artérias e nervos. As abreviações clínicas são usadas nas análises e descrições de sinais e sintomas. O aprendizado dessas abreviações também acelera as anotações. As abreviações anatômicas e clínicas comuns são
incluídas no texto quando é introduzido o termo correspondente — por exemplo, articulação temporomandibular (ATM). Listas das abreviações comuns podem ser encontradas nos apêndices de dicionários abrangentes (p. ex., Stedman Dicionário Médico, 27a ed.).
Posição anatômica
Todas as descrições anatômicas são expressas em relação a uma posição anatômica constante, garantindo que as descrições não sejam ambíguas (Figuras I.1 e I.2). Ao descrever pacientes (ou cadáveres), é preciso visualizar mentalmente essa posição, estejam eles em decúbito lateral, dorsal (deitados de costas) ou ventral (de barriga para baixo). A posição anatômica refere-se à posição do corpo como se a pessoa estivesse de pé, com:
A cabeça, o olhar e os dedos voltados anteriormente (para frente)
Os braços ao lado do corpo, com as palmas voltadas anteriormente e
Os membros inferiores próximos, com os pés paralelos.
Esta posição é adotada mundialmente para descrições anatômicas. Usando essa posição e a terminologia apropriada, você pode relacionar com precisão uma parte do corpo a qualquer outra parte. No entanto, é preciso lembrar também que a gravidade causa deslocamento inferior dos órgãos internos (vísceras) quando a pessoa está em posição ortostática. Como as pessoas costumam ser examinadas em decúbito dorsal, muitas vezes é necessário descrever a posição dos órgãos afetados nessa posição, fazendo uma observação específica sobre essa exceção à posição anatômica.
Planos anatômicos
As descrições anatômicas baseiam-se em quatro planos imaginários (mediano, sagital, frontal e transverso) que cruzam o corpo na posição anatômica (Figura I.2 - Planos anatômicos. Ilustração dos principais planos do corpo. ):
O plano mediano (plano sagital mediano), plano vertical que corta o corpo longitudinalmente, divide o corpo nas metades direita e esquerda. O plano define a linha mediana da cabeça, do pescoço e do tronco, onde cruza a superfície do corpo. Muitas vezes o termo linha mediana é erroneamente usado como sinônimo de plano mediano 
Os planos sagitais são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano. Embora seja muito usado, o termo parassagital é desnecessário, pois todo plano paralelo ao plano mediano, situado a cada lado dele, é, por definição, sagital. Entretanto, um plano paralelo ao plano mediano e próximo a ele pode ser denominado plano paramediano
Os planos frontais (coronais) são planos verticais que atravessam o corpo formando ângulos retos com o plano mediano, dividindo o corpo em partes anterior e posterior
Os planos transversos são planos horizontais que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos mediano e frontal, dividindo o corpo em partes superior e inferior. Os radiologistas referem-se aos planos transversos como transaxiais, que costumam ser abreviados como planos axiais.
FIGURA I.2
Como o número de planos sagitais, frontais e transversos é ilimitado, é necessário empregar um ponto de referência (geralmente um ponto visível ou palpável ou um nível vertebral) para identificar a localização ou o nível do plano, como “plano transverso através do umbigo” (Figura I.2C). Os cortes da cabeça, pescoço e tronco nos planos frontal e transverso
precisos são simétricos, atravessando as partes direita e esquerda de estruturas pares e permitindo alguma comparação.
O principal uso dos planos anatômicos é descrever cortes (Figura I.3 - Cortes dos membros. Os cortes podem ser obtidos por seccionamento anatômico ou técnicas de imagem.):
Os cortes longitudinais são feitos no sentido do comprimento ou paralelos ao eixo longitudinal do corpo ou de uma de suas partes, e o termo é aplicado sem levar em conta a posição do corpo. Embora os planos mediano, sagital e frontal sejam os cortes longitudinais padronizados (mais usados), é possível fazer cortes longitudinais em uma gama de 180°
Os cortes transversos são “fatias” do corpo ou de suas partes perpendiculares ao eixo longitudinal do corpo ou de uma de suas partes. Como o eixo longitudinal do pé é horizontal, o corte transverso do pé está no plano frontal (Figura I.2C)
Os cortes oblíquos são “fatias” do corpo ou de qualquer uma de suas partes que não são feitas ao longo de um dos planos anatômicos já mencionados. Na prática, muitas imagens radiológicas e cortes anatômicos não são feitos exatamente nos planos sagital, frontal ou transverso; muitas vezes, são um pouco oblíquos.
Os anatomistas fazem cortes do corpo e de suas partes anatomicamente e os clínicos empregam tecnologias de imagem planar, como a tomografia computadorizada (TC), para descrever e exibir estruturas internas.
Termos de relação e comparação
Vários adjetivos apresentados como pares de opostos descrevem a relação entre as partes do corpo ou comparam a posição relativa de duas estruturas (Figura I.4). Alguns desses termos são específicos para comparações feitas na posição anatômica ou em relação aos planos anatômicos: Superior refere-se a uma estrutura situada mais perto do vértice, o ponto mais alto do crânio. Cranial está relacionado com o crânio e é um termo útil para indicar direção, que significa em direção à cabeça ou ao crânio. Inferior refere-se a uma estrutura situada mais perto da planta do pé. Caudal é um termo útil indicador de direção, que significa em direção à região dos pés ou da cauda, representada no homem pelo cóccix, o pequeno osso na extremidade inferior (caudal) da coluna vertebral. Posterior (dorsal) designa a superfície posterior do corpo ou mais perto do dorso. Anterior (ventral) designa a superfície frontal do corpo. Rostral é usado com frequência em lugar de anterior ao descrever partes do encéfalo; significa em direção ao rostro; entretanto, em seres humanos indica proximidade da parte anterior da cabeça (p. ex., o lobo frontal do encéfalo é rostral ao cerebelo).
FIGURA I.3

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