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OCORRÊNCIA DE BARITA NO GRUPO BARREIRAS - LITORAL NORTE DO ESTADO DA BAHIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS 
CURSO DE GEOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRISTIANE MACIEL DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OCORRÊNCIA DE BARITA NO GRUPO BARREIRAS - 
LITORAL NORTE DO ESTADO DA BAHIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2008 
 
 
 
 
 
 
 
CRISTIANE MACIEL DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OCORRÊNCIA DE BARITA NO GRUPO BARREIRAS - 
LITORAL NORTE DO ESTADO DA BAHIA 
 
 
 
 Monografia apresentada ao Curso de Geologia, 
Instituto de Geociências, Universidade Federal da 
Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau 
de Bacharel em Geologia. 
 
 
 
 
 Orientador: Prof. Dr. JOSÉ HAROLDO DA SILVA SÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR 
2008 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRISTIANE MACIEL DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
OCORRÊNCIA DE BARITA NO GRUPO BARREIRAS - 
LITORAL NORTE DO ESTADO DA BAHIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel 
em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
Prof. Dr. José Haroldo da Silva Sá 
 
Prof. Dr. Aroldo Misi 
 
Prof. Dr. Sérgio Augusto de Morais Nascimento 
 
 
Salvador, Dezembro de 2008 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta monografia aos meus pais, 
que sempre me apoiaram. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço em primeiro lugar àquele que sempre foi e sempre será o primeiro, ao 
meu Pai Celestial, Jesus Cristo, o qual é a minha rocha principal, bendito seja o meu 
rochedo, Ele que sempre me amou, mesmo antes de o conhecer e ainda se fez 
como um de nós para que um dia tivéssemos acesso ao seu trono para lhe dar 
honra e graça, pois só Ele é merecedor! 
 
À minha família, na pessoa do meu pai Timoteo Maciel de Lima (in memoriam), que 
sempre me amou e ensinou muito do que sou hoje, à minha mãe Hilda Carlota de 
Almeida Lima, pela paciência e amor, aos meus irmãos: Stella(Teta), Ana Sueli(Su), 
Mary Grace(Gal) e João Paulo(Jhow), que sempre estiveram do meu lado, de uma 
forma ou de outra, aos sobrinhos: Lorena, Álvaro, Ana Paula, Felipe e Raul, que 
sempre trazem alegria e ingenuidade. 
 
Aos meus irmãos em Cristo, pessoas que me ajudam a caminhar perseverando na 
fé, sempre com muito amor, companheirismo e orações. 
 
À Universidade Federal da Bahia, conquista alcançada através de uma longa 
caminhada no ensino público, desde a infância. Ao Prof° José Haroldo da Silva Sá, 
pela paciência e dedicação em me orientar. Aos professores, Osmário Resende, 
Iracema Reimão, Flávio Sampaio, Antônio Marcos, Maria José Rego, Cícero Paixão, 
Vilton Fernandes, Ernandes, Sergio Nascimento, Joana Luz, Olivar Lima, Telésforo 
Marques, Aroldo Misi, José Castro, Simone Cruz, Johildo Barbosa, Abílio Bittencourt 
e Ângela Beatriz, pelos incentivos sempre prestados. 
 
Aos funcionário Joceane Cristina, Aldaci, Mércia, Alcilene, Deraldo, Claudionor, 
Edgar, Nea, Sales e Mônica, pela dedicação e paciência em servir. 
 
A CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral), pelo apoio nas análises 
químicas, na confecção das lâminas delgadas e impressão desta monografia. 
 
As minhas amigas “Lúcias”, Uyara Cabral Machado, Leila Tatiane, Ramille Daniele, 
Patrícia Campinho, Ana Maria, Joilma Santos, Ana Carolina, Andressa Tessari, 
Sâmia Silva e Rosenilda Paixão, descontração e aprendizado na medida certa. Aos 
amigos, Carlos Emanuel, André, Jofre e todos os colegas que de uma forma ou de 
outra colaboraram na construção deste trabalho. 
 
Que o Senhor Jesus Cristo abençoe a todos. 
RESUMO 
 
A ocorrência da Barita de Conde aflora num corte de estrada ao longo da BA-099 
(Linha Verde), no km 142, no sentido Salvador Aracaju e esta inserida em uma lente 
de argilito do grupo Barreiras. Esta ocorrência de barita no grupo Barreiras é um fato 
inédito na metalogênese do Estado da Bahia, uma vez que nesta unidade geológica, 
até então, não se conhecia a presença de barita, o que trouxe questionamentos 
quanto às condições ambientas para a gênese desta ocorrência. O grupo Barreiras 
que já foi estudado por diversos autores, que ao descreverem a estratigrafia das 
suas unidades litológicas em diversos locais na costa do Brasil, observaram que 
seus ambientes de sedimentação podem variar desde continental, fluvial e lacustrino 
até o ambiente marinho. Além de acrescentar uma novidade à metalogênese do 
período Terciário no Estado da Bahia, os resultados deste trabalho também 
contribuem para a caracterização e evolução de parte dos ambientes geológicos 
durante a deposição do grupo Barreiras. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Barita; Grupo Barreiras; Ambiente de Sedimentação e 
Argilominerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The occurance of barita of Conde occurs in a road section, on the BA-099 (Linha 
Verde), in the km 142, in the direction Salvador Aracaju and it is inserted in lens of 
“argilito” in the Barreiras group. These barite’s occurance in the Barreiras group it is a 
new fact on the metallogeny in the Bahia state, once in this geological unit, which has 
brought questions about the environmental conditions to this barite genesis. The 
Barreiras group, what has already been studied by a number of authors, who 
describes the stratigraph of their litological units in a lot of places in the Brazil cost, 
they observed that it’s sedimentation environment could vary from continental, river 
and lake united to marine environment. Besides to adding a new about the 
metallogeny of the Tertiary period in the State of Bahia, the results of this study also 
contribute to the characterization and evolution of geological environments during the 
deposition of the part of Barrieras group. 
 
 
KEY WORDS: Barite; Barreiras group; Sedimentation environment and Clay Minerals 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Mapa de situação e localização da área estudada 16 
 
Figura 2 - Modelo Digital do Terreno. Fonte: Squivel (2006) 17 
 
Figura 3 - Mapa da Tipologia climática do Estado da Bahia 20 
 
Figura 4 - Carta Estratigráfica da Bacia do Recôncavo. Fonte: Caixeta et. al. 1994)29 
 
Figura 5 - Mapa Geológico entre a foz do Rio Itariri e a foz do Rio Itapicuru. Fonte: 
Vilas Boas et. al. (2005) 32 
 
Figura 6 - Esquema de evolução do grupo Barreiras lato sensu na costa do Norte 
do Brasil. Arai. M. (2006) 42 
 
Figura 7 – Desenho esquemático do afloramento do grupo Barreiras no local da 
ocorrência da barita, mostrando a posição relativa das camadas 53 
 
Figura 8 - Difratograma da amostra CCH 1 normal 55 
 
Figura 9 - Difratograma da amostra CCH 1 glicolada 55 
 
Figura 10 - Difratograma da amostra CH 1 aquecida 55 
 
Figura 11 - Difratograma da amostra CH 5 normal 55 
 
Figura 8 - Difratograma da amostra CH 5 glicolada 55 
 
Figura9 - Difratograma da amostra CH 5 aquecida 55 
 
Figura 10 - Difratograma da amostra CH 6 normal 56 
 
Figura 11 - Difratograma da amostra CH 6 glicolada 56 
 
Figura 12 - Difratograma da amostra CH 6 aquecida 56 
 
Figura 13 - Difratograma da amostra CH 8 normal 56 
 
Figura 14 - Difratograma da amostra CH 8 glicolada 56 
 
Figura 15 - Difratograma da amostra CH 8 aquecida 56 
 
Figura 20 - Difratograma da amostra CH 2 normal 56 
 
Figura 21 - Difratograma da amostra CH 4 normal 56 
 
Figura 16 – Esboço de um modelo genético para a barita de Conde 58 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Estratigrafia e origem do Grupo Barreiras em Pernambuco, Paraíba 
e Rio Grande do Norte. Mabesoone et. al. (1972) 40 
 
Tabela 2 - Resultado da análise química dos sedimentos do grupo Barreiras, 
na área da ocorrência da barita. As amostras grifadas de cinza são da 
encaixante da barita 57 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO 15 
1.1 HISTÓRICO 15 
 
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 15 
 
1.2.1 Localização 15 
 
1.2.2 Geomorfologia 16 
 
1.2.2.1 Geomorfologia Regional 16 
 
1.2.2.2 Geomorfologia Local 17 
 
1.2.3 Clima 19 
 
1.2.4 Vegetação 20 
 
1.2.5 Hidrografia 23 
 
1.2.6 Potencial Hidrogeológico 23 
 
1.3 OBJETIVOS 24 
 
1.4 METODOLOGIA 24 
 
1.5 TRABALHOS ANTERIORES 25 
 
2 GEOLOGIA DA ÁREA 27 
 
2.1 GEOLOGIA REGIONAL 27 
 
2.1.1 Cinturão Salvador-Esplanada 27 
 
2.1.2 Bacia Sedimentar da Recôncavo – Tucano 28 
 
2.1.3 Sedimentos Terciários 29 
 
2.1.4 Sedimentos Quaternários 30 
 
2.2 GEOLOGIA LOCAL 32 
 
2.2.1 Grupo Barreiras 32 
 
2.2.2 Leques Aluviais Coalescentes 33 
 
2.2.3 Aluviões 33 
 
2.2.4 Sedimentos de Praia 34 
 
2.2.5 Dunas 34 
 
2.2.6 Terraços Marinhos Holocênicos 34 
 
2.2.7 Arenitos de Praia 34 
 
2.3 GEOLOGIA ESTRUTURAL 35 
 
3 O GRUPO BARREIRAS 36 
 
4 AMBIENTES DE FORMAÇÃO DOS DEPÓSITOS DE BARITA 44 
 
4.1 INTRODUÇÃO 44 
 
 
4.2 GEOLOGIA DA BARITA 45 
 
4.3 AMBIENTES DE FORMAÇÃO DA BARITA NO BRASIL 46 
 
4.3.1 Ambientes de depósitos hidrotermais associados com o magmatismo 
alcalino-carbonático 46 
 
4.3.2 Ambientes de depósitos vulcano-sedimentares 46 
 
4.3.3 Ambientes de depósitos sedimentares exalativos 47 
 
4.3.4 Ambientes de depósitos hidrotermais filoneanos 47 
 
4.3.5 Ambientes de depósitos associados à circulação de fluidos conatos 47 
 
4.3.6 Ambientes de depósitos residuais 48 
 
5 UMA PROPOSTA PARA O MODELO GENÉTICA O DA BARITA 
 DE CONDE 49 
 
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA BARITA DE CONDE 49 
 
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA ROCHA ENCAIXANTE 52 
 
5.2.1 Características Mineralógicas e Químicas 53 
 
5.3 ESBOÇO DE UM MODELO GENÉTICO PARA A BARITA DE 
 CONDE 57 
 
6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES 60 
 
 
 
 
LISTA DE FOTOS 
 
 
FOTO 1 - Barita botroidal 50 
 
FOTO 2 - Barita estalactitica 50 
 
FOTO 3 – Barita placóide 50 
 
FOTO 4 - Todos os tipos de amostras 50 
 
FOTO 5 - Barita placóide (in situ), onde pode-se observar o crescimento dentro de 
pequenas fendas no argilito. 50 
 
FOTO 6 - Barita estalactitica (in situ), mostrando crescimento vertical, também 
dentro de pequenas fendas no argilito50 
 
FOTO 7 - Barita placóide (in situ), vista lateralmente, preenchendo uma fenda no 
argilito 51 
 
FOTO 8 - Barita estalactitica (in situ), onde pode-se observar o crescimento 
Vertical 51 
 
FOTO 9 - Barita botroidal (in situ) associada com hidróxido de ferro 51 
 
FOTO 10 - Afloramento do argilito com a barita na parte 
Inferior da foto, as setas indicam a posição de algumas concreções de barita 51 
 
LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS 
 
 
FOTO 11 - Amostra CH 53 52 
 
FOTO 12 - Amostra CH 53 52 
 
FOTO 13 - Amostra CH 52 52 
 
FOTO 14 - Amostra CH 55 52 
 
FOTO 15 - Afloramento do grupo Barreiras no local da ocorrência da barita, 
mostrando a posição relativa das camadas 53 
 
 
 15
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Capítulo I - Introdução 
 
1.1 – Histórico 
 
 Este trabalho é fruto da curiosidade gerada durante a disciplina Geologia 
de Campo II, no semestre 2006.1, quando, ao fazer a descrição geológica do Grupo 
Barreiras num corte de estrada da BA 099 (Linha Verde), nos deparamos com 
formas exóticas de cristais numa fácies argilosa desta formação e, depois de 
diversos questionamentos durante o semestre e algumas discussões e análises, 
concluiu-se que se tratava de uma ocorrência singular de barita no Grupo Barreiras, 
o que estimulou a busca por respostas aquele fato observado em campo. 
 
1.2 – Caracterização da Área 
 
 1.2.1 – Localização 
 
 A área pesquisada está localizada no Litoral Norte do Estado da Bahia, no 
município de Conde, a cerca de 150 km de Salvador, tendo seu ponto médio as 
coordenadas x = 645555 e y = 8682122. O principal acesso é pela BA 099 (Linha 
 16
Verde), partindo de Salvador até Conde; outro acesso é por Alagoinhas pela BR 101 
até Esplanada e depois até Conde pela BA 233. (Figura 1) 
 
 
 
 
 Ocorrência da Barita 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Mapa de situação e localização da área estudada 
 
1.2.2 – Geomorfologia 
 
1.2.2.1 - Geomorfologia Regional 
 
Segundo Bittencourt et al (1979), as características fisiográficas e 
geomorfológicas do Litoral da Bahia foram divididas em 6 setores, sendo a região de 
Itapoan até Conde denominada de setor I, que é caracterizada por uma planície 
litorânea descontinua, representada pelo Grupo Barreiras. Nas zonas escavadas 
desta unidade encontram-se os depósitos quaternários. Neste setor ocorre também 
uma linha de arenitos de praia, praticamente continuo. Quanto ao retrabalhamento é 
possível reconhecer dois modelados distintos, um de dissecação e outro de 
acumulação. As altitudes variam desde o nível do mar até 154,9m, porem na área da 
ocorrência a altitude é de aproximadamente 85m, como mostra o mapa abaixo 
(Figura 2) 
 
 
 
 
 
 
 17
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2 – Modelo Digital do Terreno. Fonte: SQUIVEL (2006) 
 
1.2.2.2 - Geomorfologia Local 
 
 Na região estão definidas as seguintes unidades geomorfológicas Lima et. al. 
(2006): 1-Praias; 2- Dunas; 3-Terraços marinhos holocênicos; 4-Leques aluviais; 5-
grupo Barreiras, descritas a seguir: 
 
Unidades Geomorfológicas 
 
Praia 
Esta unidade esta relacionada com os processos morfogenéticos de origem 
marinha, o modelado é o de acumulação em toda a extensão mapeada, exceto na 
foz do rio Itariri, onde o modelado é o de dissecação sujeito a erosão moderada a 
 18
forte. O relevo é aplainado, porem com declividade de aproximadamente 4º. E 
subdividi-se em três zonas morfológicas distintas que são: 
• Antepraia, localizada na parte submersa no nível da maré baixa e se 
estende até o limite da plataforma continental. O relevo predominante é plano com 
uma declividade muito pequena. 
• Praia, zona que está localizada na porção intermaré, o relevo apresenta 
uma declividade maior que a anterior, mas esta zona ainda se configura como uma 
região plana. 
• Pós-praia, zona que se localiza a partir da maré alta até o cordão de 
dunas I, tendo esta a maior declividade que é de aproximadamente 4º. 
 
 Dunas 
Ocorrem por toda a extensão da área estudada, margeando as praias, são 
separadas em dois cordões, um atual, que esta sofrendo retrabalhamento eólico das 
areias vindas da praia, e um outro cordão de dunas já imóveis (paleodunas). Este 
esta sofrendo dissecação e apresenta um relevo ondulado. 
 
Terraços Marinhos Holocênicos 
Nesta unidade, observa-se uma baixa altitude, em torno de 5 m, no máximo. 
É composta por sedimentos inconsolidados, com presença de matéria orgânica, 
possui um alto grau de infiltração devido a sua porosidade. É proveniente da 
acumulação marinha, nos locais onde afloram o nível estático tem-se a presença de 
lagoas. 
 
Leques Aluviais Pleistocênicos 
Unidade onde ocorre o modelado de dissecação homogênea, apresenta topos 
convexos, com vertentes convexas, essas formas dos topos decorrem do processo 
de denudação intenso responsável pelo rebaixamento da área e pela formação de 
morros caracterizados por pequenas elevações. Com cotas em torno de 50m. É uma 
área que esta sujeita a antropização. 
 
 Grupo Barreiras 
 Composto basicamente de sedimentos areno-argilosos e arenosos, 
dissecado homogeneamente pelos brejos e drenagens principais que formam a 
 19
bacia do rio Itariri, formando vales em ‘U’, com vertentes convexas e topos também 
convexos. Nesta unidade ocorrem alguns indicadores de erosão, como sulcos e 
ravinas, localizados ao longo da Linha Verde. Estão associados a forte antropização 
com a retirada quase que total da vegetação natural, o que diminui a 
sustentabilidade dos solos e sedimentos. 
Como sinais da ação antrópica, foram observados: cortes e aterros ao longo 
da Linha Verde, e nas estradas secundárias. O modelado é uma resposta aos 
processos de escoamento laminar difuso, este vinculado às zonas de baixa e média 
declividade, com vegetação natural ainda preservada, e as zonas sujeitas a erosão 
fraca á moderada; e escoamento laminar severo, em vertentes de alta declividade. 
 
1.2.3 – Clima 
 
A região apresenta, segundo PROJETO RADAMBRASIL (1983), um clima 
tropical megatérmico, fato este reforçado pelas baixas altitudes do seu relevo, que 
poucas vezes ultrapassam 100m na área de estudo. A ação reguladora do Oceano 
Atlântico é exercida sobre a extensa área costeira, que se estende de Salvador ao 
Conde, e se manifesta não apenas nos índices térmicos, mas, sobretudo, na 
intensidade das chuvas e no regime pluvial, sendo marítimos os ventos que trazem 
os sistemas meteorológicos portadores de chuvas. 
O clima predominante na região é o tropical chuvoso, com seca na primavera-
verão. Sua estrutura pluvial modela-se de sul para norte e de leste para oeste. A 
intensidade das chuvas decresce de Salvador (2.099mm anuais) para Conde(1.450mm anuais). O grau decrescente de pluviosidade na direção sul-norte não 
altera o regime das chuvas, que é o mesmo em toda a área, sendo o outono-inverno 
o período mais chuvoso, isto nos mês de maio e a primavera-verão o mais seco, isto 
nos meses de setembro e janeiro. 
Habitualmente, a região é dominada pelos ventos alísios de SE, que 
assumem também a direção E ou NE, no verão, estes são ventos reguladores e 
constantes (brisas), com velocidade fraca. As variações térmicas não são relevantes 
e as isotermas anuais de 25ºC e 24ºC se distribuem por toda a região. Pelas suas 
relações com a temperatura, às variações dos elementos umidade relativa, 
nebulosidade, evaporação e insolação são pouco relevantes (Figura 3). 
 
 20
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Mapa da Tipologia climática do Estado da Bahia 
 
1.2.4 – Vegetação 
 
Na área de estudo foram encontrados IV domínios fitoecológicos: I Floresta 
Ombrófila e Mata Ciliar, II Restingas, III Áreas Antropizadas, IV Vegetação de água 
Doce e Salobra, descritos detalhadamente a seguir : 
 
Domínio I – Floresta Ombrófila e Mata Ciliar 
 
Florestas Ombrófilas 
Na área está localizada, segundo Lima A. C. S. (2005), numa faixa de Mata 
Atlântica que passou a fazer parte da Reserva da Biosfera pela Unesco, desde 
1993, através do programa MaB13 UNESCO, que a incluiu nesse patamar 
internacional deveras importante em termos de conservação ambiental, ocupam 
pequenas áreas, associadas aos sedimentos areno-argilosos do grupo Barreiras. 
Esta Vegetação funciona como importante fornecedor de nutrientes que 
alimentam os cursos de água. Funciona também como um importante estabilizador 
de nível de erosão, protegendo a qualidade hídrica e biota. Caracterizada por uma 
fisionomia arbórea fechada, formada por várias espécies com altura media de 120 a 
20 metros. 
 
 Mata Ciliar 
 21
Representa uma pequena parte da vegetação natural da área, representando 
as mesmas características e variedades de espécie encontrados na Floresta 
Ombrófila, sendo diferenciada apenas em termos de localização e função, já que 
esta localizada apenas nas margens do rio Itariri e seus afluentes. Atua como área 
de proteção contra a erosão, funcionando como corredores de fauna entre áreas 
entre a montante e a jusante da bacia. 
As raízes das árvores que compõe esta mata ajudam a fixar o solo evitando o 
assoreamento e fazendo com que os mananciais hídricos subterrâneos sejam 
constantemente realimentados pela infiltração das águas pluviais, contribuindo 
diretamente com o volume de água e da alteração da temperatura do ecossistema 
aquático. A mata serve como habitat de várias espécies da fauna, 
 
Domínio II – Restingas 
 
 Restinga em Duna 
 Esta unidade representa um compartimento próprio por sua distribuição 
territorial restrita, estando associadas aos cordões de dunas I e II. Essas áreas são 
de difícil sobrevivência para os vegetais por uma série de fatores tais como, falta de 
água, devido a excessiva porosidade, escassez de nutrientes das areias quartzosas, 
alta salinidade, temperatura e forte ações dos ventos marinhos. Apresentam uma 
mistura de tipologia herbácea e arbustiva. 
 Predominando arbustos de ramos retorcidos formando moitas intercaladas com 
espaços abertos ou em aglomerados contínuos com plantas de até 3 metros de 
altura, poucas plantas epífitas, representadas por liquens, samambaias, bromélias e 
orquídeas. Trepadeiras ocorrem com mais abundância e diversidade e o estrato 
herbáceo também é freqüente. 
 
 Restinga de Praia 
 Esta unidade de vegetação vai desde o nível de maré mais alta e o continente, 
até o limite com o terraço marinho holocênico abrangendo não só essas faixas 
arenosas, como também o pós-praia, representado pelos cordões dunas. 
A vegetação possui um porte herbáceo, de caules longos e prostados que 
funcionam como barreira à movimentação da areia. A unidade é constituída por 
 22
plantas herbáceas altamente adaptadas a salinidade, ainda apresenta uma 
distribuição esparsa ou recobrindo totalmente a areia. 
 
Domínio III - Áreas Antropizadas 
 
Coqueiral 
Predominam nas áreas mais próximas à praia já que a cultura de coco se 
adapta especialmente bem aos solos baixos, arenosos e pouco férteis dos terraços 
marinhos, associados aos sedimentos do quaternário costeiro, apresenta uma 
distribuição espacial bastante definida e nítida. 
O impacto dessa atividade esta relacionado apenas na total eliminação da 
cobertura vegetal de restinga, os coqueirais representam elemento típico da costa 
do litoral norte, historicamente integrados à paisagem e à economia regional. 
 
Área ocupada por pastagem 
Abrange uma área extensa, que foi desmatada para construção de pastos e 
plantação em pequena escala de agricultura de subsistência. Os impactos 
ambientais dessa atividade esta associada ao aumento do nível de erosão 
produzindo progressivo assoreamento dos cursos de água, principalmente quando 
desenvolvidas em vertentes com alta declividade e onde ocorre a remoção das 
matas ciliares originais. 
 
Capoeira 
A vegetação local encontra-se em diversos estágios de recuperação, desde a 
fase final até a avançada. No campo foi observado áreas de vegetação natural 
queimadas para serem transformadas em pastagens ou cultivos agrícolas. 
As queimadas provocam um aumento na acidez do solo, ocasionada pela 
queima de matéria orgânica e destruição dos organismos, ocasionando uma 
modificação drástica na paisagem. 
 
Domínio IV - Vegetação de água Doce e Salobra 
 
Este domínio é formado por áreas cobertas temporariamente por água doce e 
salobra, formadas a partir da exudação de águas subterrâneas associadas a 
 23
aqüíferos formados nos sedimentos Tércio-Quaternários arenosos e fluxo das 
marés, onde sobrevivem espécies vegetais bastantes características desses 
ambientes. Neste domínio foram encontradas as seguintes unidades: 
Brejos 
Representam áreas potencialmente inundáveis dos cursos de água ao longo 
da área, cortando o Tabuleiro Costeiro e a Planície litorânea. Apresentam vegetação 
hidrófila com fisionomia herbácea e com pequena altura podendo chegar até 2 
metros no caso. 
 
Manguezais 
 
O manguezal da área esta compreendido desde a foz do rio Itariri até o limite 
maxímo de atuação da água do mar. Um número pequeno de espécies forma 
associações muito densas, apresentando forma arbustiva e arbórea, de raízes 
aéreas, com árvores de cerca de 4 m de altura. 
 
1.2.5 – Hidrografia 
 
A área estudada esta inserida na sub-bacia do Rio Itariri, que esta contida na 
bacia hidrográfica do Rio Inhambupe. Os limites desta bacia hidrográfica encontram-
se nas Áreas de Proteção Ambiental (APAs), ou seja, APA do Litoral Norte e de 
Mangue Seco A área de drenagem do Rio Inhambupe corresponde a um total de 
aproximadamente 36.440 km2. 
Já a sub-bacia do Rio Itariri possui uma área de 367 km2, é estreita e não 
possui afluentes expressivos. O índice pluviométrico é de 1.6000 mm/ano. Tem 
como rio principal o Rio Itariri e como principal afluente o rio Mucambo com 22,2 km 
de extensão. Com sua foz no Povoado de Barra do Itariri. 
 
1.2.6 - Potencial Hidrogeológico 
 
A bacia do rio Inhambupe apresenta condições bastante privilegiadas no que 
diz respeito à ocorrência de água subterrânea, considerando que se encontra num 
ambiente geológico extremamente favorável. Esta bacia mostra um potencial 
 24
hidrogeológico que se caracteriza com um dos melhores do Estado da Bahia, tanto 
em quantidade como em qualidade. 
Na área de estudo predominaos sedimentos do grupo Barreiras sobre o 
embasamento cristalino conferindo localmente a esse sistema melhores condições 
de alimentação, qualidade da água e vazão. Tal aspecto o classifica como um 
aqüífero misto Granular/Fissural. Neste domínio a ocorrência de água subterrânea 
está associada aos sedimentos do grupo Barreiras e os depósitos aluvionares, que 
funcionam como alimentadores para o aqüífero fissural cristalino. 
 
1.3 – Objetivos 
 
 Esta monografia tem como objetivo geral descrever e investigar as condições 
de formação da ocorrência de barita e propor o modelo genético da barita no grupo 
Barreiras no Litoral Norte do Estado da Bahia. 
 
1.4 – Metodologia 
 
 Durante a pesquisa houve o desenvolvimento das seguintes fases: 
 
→ Levantamento bibliográfico, sobre o tema e formulação da proposta de trabalho, 
onde foram consultados artigos científicos, textos e alguns livros que abordam 
assuntos sobre as formas de ocorrência da barita no Brasil, formação Barreiras e 
dados relativos à área, como: fotografias aéreas, mapas, poços (CERB, 1973). A 
partir de então a pesquisa tomou diversos enfoques, em diferentes escalas de 
observação, apoiadas principalmente, nas características e propriedades geológicas, 
mineralógicas e geoquímicas da ocorrência da barita. 
 
→ Trabalhos de campo: 
• Para o reconhecimento das unidades do grupo Barreiras; 
• Coleta de amostras. 
 
→ Trabalhos de laboratório: 
• Identificação das argilas, com o uso da técnica de Difração de Raios-X, mais 
indicadas para a determinação de argilominerais, pois como alguns cristais tem os 
 25
átomos ordenados em planos cristalinos separados entre si por distâncias da 
mesma ordem de grandeza dos comprimentos de onda dos raios X; 
• Como também análise químicas ICP para “trinta elementos”, nos sedimentos, para 
a determinação das concentrações dos elementos químicos; 
• Estudos petrográficos em lâminas delgadas de amostras de agregados de barita. 
 
→ Trabalhos de escritório: 
• Análise, interpretação e integração dos dados e informações obtidas no campo e 
laboratório; 
• Elaboração do texto (em forma de monografia). 
 
1.5 – Trabalhos Anteriores 
 
A primeira referência conhecida ao termo Barreiras data de 1500, na carta de 
Pero Vaz de Caminha, “... traz ao longo do mar, em algumas partes, grandes 
barreiras, delas vermelhas e delas brancas... “. Segundo Chignone (1979). 
 Quanto à primeira descrição litológica do grupo Barreiras, foi feita por Branner 
(1902, apud Lima. C. C. U. 2002), utilizando a terminologia Barreiras, para nomear 
as camadas sedimentares expostas nos tabuleiros da costa atlântica do nordeste 
brasileiro. Inicialmente, essa denominação tinha apenas um caráter morfológico, 
pois foi denominado Barreiras os tabuleiros formados por sedimentos inconsolidados 
ou pouco consolidados que ocorrem ao longo do litoral. Que sugestivamente se 
apresentam como falésias (Barreiras), formadas pelo trabalho erosivo do mar. 
 Bigarella e Andrade (1964) propõem à denominação de Grupo Barreiras em 
substituição a nomenclatura antiga de “série” ou “Formação Barreiras” por 
concluírem um conjunto de formações pós-Formação Cabo e de uma superfície de 
discordância erosiva, observando que toda seqüência poderia ser subdividida em 
duas formações, a inferior de Formação Guararapes e a superior de Formação 
Riacho Morno. Constituídas dos materiais clásticos fornecidos pelos aplainamentos 
e pedimentos cenozóicos. 
 Mabesoone et al. (1972) propuseram a divisão do grupo Barreiras em três 
unidades estratigráficas distintas, que são: a formação Macaíba; a formação 
Guararapes e a formação Serra dos Martins, cada uma caracterizada por uma capa 
de intemperismo típico. 
 26
Vilas Boas et. al. (2005) observaram que o Grupo Barreiras é uma cobertura 
sedimentar terrígena, de idade Miocênica a Pleistocênica Inferior, que tem grande 
ocorrência ao longo do litoral brasileiro, e que apresentam características 
sedimentológicas indicativas de uma deposição por sistemas fluviais. 
Arai M. (2006) concluiu que o Sistema Pirabas/ Barreiras Inferior foi 
depositado durante a subida eustática ocorrida no intervalo Aquitaniano – 
Serravalliano (Eomioceno a Mesomioceno). Segundo este autor a unidade Barreiras 
Superior foi depositada no Plioceno, existindo, entre esta e a unidade Barreiras 
Inferior, a Discordância Tortoniana, ou seja, durante a evolução da deposição dos 
sedimentos conhecidos como Grupo Barreiras houve uma transgressão marinha, 
que deixou algumas evidências ao longo da costa do Brasil. 
 Squivel (2006) relata que a morfologia da “Formação” Barreiras corresponde 
às áreas de tabuleiros costeiros ou relevos de topos tabulares, encostas retilíneas e 
declivosas e vales alargados em forma de “U” e quando aflorante em sua base o 
embasamento apresentam-se como formações colinosas de topo convexo com 
vertentes do tipo convexas, convexo-côncavas e retilíneas, bastante dissecadas por 
vales em forma de “V” em diversos graus de aprofundamento que se destacam 
topograficamente das unidades integrantes da planície costeira (Squivel apud Nunes 
et al. 1981). 
 Domingues et. al. (2008) também propõem uma origem marinha para parte do 
grupo Barreiras, pois segundo estes autores, uma origem marinha para a “Formação 
Barreiras” é muito mais consistente que uma origem puramente fluvial uma vez que 
consegue explicar e conciliar várias observações a respeito desta unidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Capítulo II – Geologia da Área 
 
2.1 – Geologia Regional 
 
A geologia regional do Litoral Norte da Bahia está representada, pelas rochas 
Paleoproterozóicas do Cinturão Salvador-Esplanada, pela Bacia Sedimentar do 
Recôncavo-Tucano, pelos sedimentos do Terciário e pelos sedimentos do 
Quaternário. 
 
2.1.1 - Cinturão Salvador-Esplanada 
 
No Cinturão Salvador-Esplanada, Segundo Barbosa (1996), ocorrem rochas 
granodioríticas, graniticas, gnaisses e anfibolitos, que foram afetadas por uma 
sucessão de cisalhamentos dúcteis, transcorrentes, com as foliações variando de 
N45°E a N65°E, com mergulhos subverticais, alinhado na direção principal N45°E, 
onde as cidades de Salvador e Esplanada, estão inclusas. Segundo Barbosa (1996) 
apud Oliveira Júnior (1990), toda a região foi submetida ao metamorfismo da fácies 
anfibolíto alto a granulito, com posterior retrometamorfismo à fácies anfibolito médio 
a baixo (epidoto-anfibolíto), nas partes medianamente deformadas. A idade das 
rochas nas imediações de Esplanada foi determinada pelas isócronas Rb-Sr 
Barbosa, op. cit, como do Proterozóico Inferior. 
 28
 
2.1.2 - Bacia Sedimentar do Recôncavo-Tucano 
 
Esta Unidade litoestratigrafica, segundo Ghignone (1979), faz parte da Bacia 
Recôncavo-Tucano, que contém unidades de espesso pacote sedimentar 
pertencente ao Supergrupo Bahia, os quais na geologia regional incluem os 
sedimentos permo-triássicos/jurássicos do grupo Brotas, que é constituído pelas 
formações Aliança e Sergi. A formação Aliança é composta de folhelhos, calcários, 
evaporitos e conglomerados no membro Afligidos e arenitos vermelhos, pintalgados 
de branco no membro Boipeba, e a formação Sergi, que situa-se estratigraficamente 
acima da formação Aliança, é constituída de arenitos finos, médios e grosseiros, de 
coloração variada entre branco e amarelo. 
De idade cretácica inferior têm-se os grupos Santo Amaro, Ilhas e a formação 
São Sebastião. O grupo Santo Amaro é composto, da base para o topo, pelas 
formações Itaparica e Água Grande que é representado por arenito cinza 
esbranquiçadoa cinza-esverdeados, quartzosos às vezes feldspatico, fino a médio, 
raramente grosso a conglomerática, localmente com estratificações cruzadas. 
Formação Candeias é composta por folhelhos e siltitos, contendo intercalações finas 
de calcarias, dolomitos e espessos corpos de arenitos maciços. 
O grupo Ilhas é constituído, de baixo para cima, pelas formações Marfim, 
Taquipe e Pojuca. A formação Marfim constitui-se predominantemente de arenitos 
finos a silticos, raramente grossos, cinza-claro a esverdeado, com matriz argilosa, 
fragmento de carvão e de folhelhos, distribuídos por folhelhos cinza com 
estratificação paralela localmente piritoso, contendo níveis de marga castanha, mole. 
A formação Pojuca consiste em arenitos, folhelhos, siltitos e calcários intercalados. 
Por fim a Formação São Sebastião que é constituída de arenitos grassos a finos, 
amarelos-avermelhados, friáveis, feldspático, intercalados com argilas silticas, 
variegadas. 
De idade Albiano-Aptiano há a formação Marizal composta de arenitos, 
conglomerados, folhelhos e calcários. Os conglomerados, que ocupam a base da 
formação são médios a grossos apresentam-se maciços ou estratificados, possuem 
matriz dominantemente arenosa e podem conter seixos e calhaus de gnaisse, 
arenito, calcário, quartzo, sílex, siltitos, lamito, quartzito e rochas ígneas básicas. 
 29
Muitas vezes, os clastos apresentam-se imbricados, a seguir esta a carta 
estratigráfica da bacia do Recôncavo, (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Carta Estratigráfica da Bacia do Recôncavo. Caixeta et. al. (1994) 
 
2.1.3 - Sedimentos Terciários 
 
Fazendo parte dos sedimentos terciários tem-se a formação Sabiá e o grupo 
Barreiras. A formação Sabiá apesar de apresentar poucos afloramentos é 
identificada por ocupar terrenos baixos e planos, com vegetação de gramínea e é 
composta, segundo Bittencourt (1996) apud Viana at al. (1971) por folhelhos cinza-
esverdeados e amarelados, às vezes siltícos ricos em foraminíferos com 
 30
intercalação de arenitos finos a sílticos, de coloração amarela-clara, muito micáceos 
e finas lentes de calcários amarelos-alanrajados, argilosos muito fossilíferos. 
O grupo Barreiras é composto de areias finas a grossas, argilas com 
coloração de alterações vermelhas, roxa, amarelada e branca. Arenitos finos com 
níveis conglomeráticos, de matriz cauliníca, pouco consolidados, pobremente 
selecionados. As areias e argilas apresentam estratificações cruzadas planar, 
laminações plano-paralela, tendo na base um conglomerado maciço, e os arenitos 
com níveis conglomeraticos apresentam-se maciço. Ainda á observado uma 
discordância predominantemente erosiva entre as unidades de areia e argila e a do 
arenito maciço. 
 
2.1.4 - Sedimentos Quaternários 
 
Os sedimentos que fazem parte desta unidade são os terraços marinhos, os 
leques aluviais coalescentes, as dunas, os depósitos fluviolagunares e os arenitos 
de praia. 
 
Os terraços marinhos se dividem em pleistocenicos e holocênicos, Os 
Pleistocênicos são encontrados na planície costeira e foram formados pela 
progradação da linha de costa que ocorreu no período de regressão marinha, após o 
máximo da Penúltima Transgressão Squivel (2008) apud Bittencourt et al. (1979), a 
cerca de 120 mil anos atrás. Estes depósitos sedimentares apresentam-se sob a 
forma de terraços arenosos com altimetria máxima em torno de 7 a 10 metros acima 
do nível do mar atual, é constituído por areias quartzozas de coloração branca e 
textura variando de areia fina a média. 
Os terraços marinhos holocênicos são depósitos de areias litorâneas 
regressivas que constituem um terraço arenoso desenvolvido a partir do máximo da 
última transgressão, a cerca de 5.100 anos atrás Squivel (2008) apud Bittencourt et 
al. (1978). Estes depósitos são constituídos por areias quartzozas bem 
selecionadas, de coloração ocre-amarelada, contendo biodetritos e estão separados 
dos terraços marinhos pleistocênicos por uma área baixa ocupada por zonas 
úmidas. 
 
 31
Leques aluviais coalescentes são encontrados em diferentes locais da costa, 
normalmente encostados no sopé de elevações, e com topos situados de 15 a 20 m 
acima do nível atual do mar. Constituem depósitos de areias brancas mal 
selecionadas, e contendo seixos arredondados a angulosos. Tendo em visto a sua 
extensão, características sedimentológicas, posição aos pés das encostas e, em 
alguns casos, a forma em leque dos depósitos, esses sedimentos foram 
considerados por Vilas Boas et al. (1979,1985) como continentais, do tipo depósitos 
de leques aluviais coalescentes, o que implica, para a sua formação, condições 
climáticas totalmente diferentes das atuais, clima do tipo semi-árido com chuvas 
esparsas e violentas. 
 
As dunas foram identificadas baseando-se nas características macroscópica 
de suas areias, bem como as relações de contato com outros depósitos quaternários 
que ocorrem na região, foram observadas três gerações de dunas; as dunas 
internas, as dunas externas e os cordões de dunas. De uma maneira geral são 
constituídas de areias finas, bem selecionadas, predominantemente quartzosas, e 
com graus de arredondamento dependendo da área-fonte que, pode ter sido tanto 
os depósitos de leques aluviais anteriores à penúltima transgressão, quanto aos 
sedimentos dos terraços relacionados com a mesma ou, ainda, as praias atuais. 
 
Os depósitos fluviolagunares sãs compostos de sedimentos lagunares 
tipicamente argilo-siltosos, de cor cinza a preta, ricos em matéria orgânica e 
contendo conchas marinhas e lagunares. Esses sedimentos foram depositados em 
antigas lagunas formadas durante a parte terminal da última transgressão que, tendo 
cortadas suas comunicações com o mar na regressão subseqüente, foram 
colmatadas e evoluíram para os pântanos. Quanto aos terraços fluviais, são siltico-
argilosos, constituídos basicamente de sedimentos de diques marginais, barra de 
meandro e de canal abandonado. 
 
Os arenitos de praia localizam-se desde a zona de antepraia até dezenas de 
metros mar adentro, estando sempre alinhados paralelamente sub-paralelamente à 
linha de costa. Ocorrem formando corpos rochosos tabulares estratificados 
constituídos predominantemente por areias quartzosas e fragmentos de conchas por 
cimento carbonático apresentam fraturas ortogonais. 
 32
2.2 – Geologia Local 
 
Na área de estudo, é possível observar três unidades litológicas: As rochas do 
embasamento cristalino, representada pelo Cinturão Salvador-Esplanada; Os 
sedimentos terciários aqui representados pelo grupo Barreiras, foco principal desta 
pesquisa, que será detalhado a seguir e os sedimentos quaternários, abaixo 
observa-se o mapa geológico da área (Figura 5). 
 
 N 
 
 
 
OCORRÊNCIA DA BARITA 
 
 
 
 
 
 
 Figura 5 – Mapa Geológico entre a foz do Rio Itariri e a foz do Rio Itapicuru. Fonte: Vilas Boas (2005) 
 
2.2.1 - Grupo Barreiras 
 
É importante ressaltar, que neste trabalho se usa a denominação de grupo, 
ao sedimentos do Barreiras, apesar de que no Litoral Norte do Estado da Bahia não 
foi observado o perfil típico, estudado pelos autores, que se encontram no capítulo 
III. 
Foi observado em campo, que os sedimentos do Grupo Barreiras se 
apresentam da base para o topo composto de conglomerado, com pouca matriz de 
composição arenosa, sendo que os seixos apresentam forma sub-arredondados e, 
subindo na estratigrafia este conglomerado vai intercalando com camadas deargila 
ferruginosa. 
 33
Outra unidade é representada por um arenito de coloração branca a creme, e 
arenitos cascalhosos, os grãos são arredondados a sub-arredondados, com 
estratificação sub-horizontal e em alguns locais apresentam estratificação cruzada. 
Fazendo um limite gradual e lateral com o arenito ocorre uma fácies argilosa 
de coloração cinza esverdeada que não apresenta estratificação visível, suas 
dimensões são de no máximo 10m de espessura por 100m aproximadamente de 
comprimento, imediatamente acima há outra fácies argilosa, porém de coloração 
ferruginosa e estrutura planar sub-horizontal, todo este pacote esta sendo cortado 
por um superfície erosiva, onde na parte superior foi depositado um arenito 
conglomerático de coloração amarelada e grãos sub-arredondados a arredondados. 
 
2.2.2 - Leques Aluviais Coalescentes 
 
 Sobrepostos aos arenitos conglomeráticos, que estão no topo do Barreiras 
encontra-se em diferentes locais da costa, normalmente encostados no sopé de 
elevações, cujos topos estão situados de 15 a 20 m acima do nível atual do mar, os 
leques aluviais coalescentes. 
Constituem depósitos de areias brancas mal selecionadas, que contem seixos 
arredondados a angulosos. Tendo em visto a sua extensão, características 
sedimentologicas e posição aos pés das encostas e, em alguns casos, a forma em 
leque dos depósitos, esses sedimentos foram considerados por Vilas Boas et al. 
(1979,1985) como continentais, do tipo depósitos de leques aluviais coalescentes, o 
que implica, para a sua formação, condições climáticas totalmente diferentes das 
atuais, clima do tipo semi-árido com chuvas esparsas e violentas. 
 
2.2.3 – Aluviões 
 
 São sedimentos quaternários que ocorrem associados ao rio Itariri e seus 
afluentes. São mais desenvolvidos no delta do rio Itariri e regiões de restinga. 
Iniciam o seu desenvolvimento nos médios cursos, crescendo à medida que 
se aproximam dos baixos cursos e na embocadura do rio, alcançam larguras 
consideráveis nos vales e próximo à orla. Esses aluviões são representados por 
areias finas a grosseiras, de cores variadas, incluindo cascalheiras, argilas e matéria 
orgânica em decomposição. 
 34
2.2.4 - Sedimentos de Praia 
 
A praia é subdividida em três feições morfológicas: Ante-praia, praia e pós-
praia, que geral apresentam areia de granulometria média composta por quartzo, 
minerais opacos e carbonáticos, de coloração amarelado, branco, e preto dando um 
aspecto geral com tonalidade bege, os grãos são arredondados a sub-
arredondados, sendo que nos sedimentos do pós-praia há presença de organismos. 
 
2.2.5 – Dunas 
 
As dunas estão divididas em: Cordão de Dunas I que esta situado logo após a 
pós-praia adentrando para o continente, apresenta uma altitude média de dois 
metros e suas características são de areia com granulometria média, composto de 
quartzo, minerais opacos e carbonáticos, de coloração amarelado, branco e preto 
dando um aspecto geral com tonalidade bege, os grãos são arredondados a 
subarredondados; Cordão de Dunas II, que encontra-se logo após os terraços 
marinhos holocênicos, no sentido oeste, sua altitude é de aproximadamente oito 
metros e seus sedimentos arenosos de granulometria fina e de coloração superficial 
esbranquiçada que possui composição do Cordão de Dunas I, além de matéria 
orgânica provinda da vegetação de restinga típica dessa área. 
 
2.2.6 - Terraços Marinhos Holocênicos 
 
 Está localizado após o cordão de dunas I, apresenta uma área 
topograficamente baixa e plana, onde inclusive se observa formações de lagoas, 
resultantes de afloramentos do nível estático, a granulometria dos sedimentos 
arenosos varia de média a fina, com coloração superficial branca, é essencialmente 
composta de quartzo, minerais opacos e carbonáticos, além de matéria orgânica. 
 
2.2.7 - Arenitos de Praia 
 
 Localizam-se numa estreita área no encontro do mar com o rio Itariri, estando 
sempre alinhados paralelamente sub-paralelamente à linha de costa. Ocorrem 
formando corpos rochosos tabulares estratificados constituídos predominantemente 
 35
por areias quartzosas e fragmentos de conchas, litificadas por cimento carbonático, 
apresentam fraturas ortogonais. 
 
2.3 - Geologia Estrutural 
 
Evidencias de neotectonismo foram observadas, segundo Santos et. al. 
(2006) apud Silva & Tricart (1980) nos sedimentos da Formação Barreiras, no litoral 
sul da Bahia. A primeira dela seria basculamento suave para sudeste que, segundo 
esses autores se prolongaria por toda a plataforma ocidental. Também foram 
observados vários alinhamentos de vales e áreas deprimidas que estão direcionados 
segundo as orientações dos afloramentos do embasamento pré-cambriano, o que 
representa uma reativação recente dessas linhas de fraqueza. 
Santos ap. cit. apud Lima & Vilas Boas (1999), estudando as falésias do 
grupo Barreiras no litoral sul da Bahia, citando algumas evidencias de neotectonismo 
associadas a esse complexo sedimentar, observou que o sistema de alinhamento 
dessa região, possui um paralelismo com a linha de costa, indicando provavelmente 
um controle estrutural na deposição de sedimentos como possível reativação de 
falhas pertencentes a esses alinhamentos. 
Do ponto de vista geotectônico, essas feições provam que apesar da 
estabilidade relativa do território brasileiro, existiu atividade tectônica na zona 
costeira, durante o Quaternário. Do ponto de vista geomorfológico fica evidente que 
o tectonismo atual é um dos principais mecanismos controladores dos processos de 
modelamento do terreno. 
Na área de estudo foram observados nos arenitos de praia, sistemas de 
fraturas ortogonais e perpendiculares à atual linha de praia. No grupo Barreiras, ao 
longo da Linha Verde, foram observados falhamentos escalonados e fraturas bem 
definidas, com direção predominante NNE, Santos et. al. (2006). 
 
 
 
 
 
 
 36
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Capítulo III – O Grupo Barreiras 
 
Este capítulo específico sobre o Grupo Barreiras fez-se necessário pois a 
ocorrência de barita aqui estudada, teria, em princípio, incompatibilidade com o 
ambiente geológico que normalmente se considera, na maioria da literatura anterior, 
para a formação desta unidade geológica. 
Os depósitos sedimentares reunidos no chamado grupo Barreiras vem sendo 
objeto de estudo desde o início do século passado, corresponde aos sedimentos 
siliciclásticos que afloram na costa do Brasil, de uma forma quase continua do 
Amapá até o Rio de Janeiro e apresenta uma grande variação litológica, que foi 
observada por Matoso e Robertson (1959). Admite-se ao Barreiras idade Pliocênica, 
porém é possível que haja segundo os autores (op. cit.) depósitos mais antigos e 
mais novos, num intervalo de tempo que vá desde o Cretáceo Superior até o 
Quaternário. Pelo fato destes sedimentos ocorrerem numa faixa muito extensa do 
território brasileiro e sua variedade litológica, os ambientes de deposição podem 
variar desde continental, fluvial e lacustrino até o ambiente marinho, Matoso e 
Robertson (op. cit.). 
 37
Bigarella e Andrade (1964) numa tentativa de subdividir as seqüências 
sedimentares do “Barreiras” por entenderem como impróprias as denominações de 
“Série” ou “Formação” realizaram uma pesquisa baseada na metodologia da 
estratigráfica moderna, aplicando conceitos geomorfológicos, morfoclimáticos, 
estruturais e texturais. Propuseram então a denominação de grupo Barreiras, por 
interpretarem duas formações distintas, na cidade de Recife, a saber: Formação 
Guararapes como sendo a porção basaldo grupo Barreiras, é uma seqüência de 
sedimentos de granulação fina a grosseira, pouco consolidada e variam desde 
sedimentos argilo-sílticos a arenosos, que são quase sempre mal selecionados e 
apresentam seixos de quartzo e feldspato. A deposição da formação Guararapes 
segundo Bigarella e Andrade (op. cit) ocorreu através de processos de 
deslocamento de fluido, com corridas de lama, alternando com corridas de areia, o 
que originou a falta de seleção. A origem desta formação esta relacionada a uma 
grande flexura regional na zona costeira, fazendo com que a juzante houvesse uma 
deposição dos sedimentos que foram erodidos anteriormente. Na sua porção 
superior há a formação Riacho Morno, que foi depositado em discordância erosiva 
sobre a formação Gaurarapes. Na secção tipo, duas litologias fundamentais 
ocorrem: i) – sedimento siltico-argiloso, até arenoso, de espessura muito variável 
lateralmente, com coloração cinza esbranquiçada e mosqueada, sem estratificação 
e com presença de grânulos esparsos; ii) – sedimentos arenosos mal selecionados, 
com linhas de seixos, sem estratificação, revelando acabamento incipiente só 
representando corridas de areia. 
Segundo Mabesoone (1966) o nordeste brasileiro é caracterizado por um 
relevo de vários pediplanos e os seus depósitos correlativos. Na região costeira o 
autor distinguiu pelo menos quatro formações diferentes, cobertas por vários 
depósitos de idade relativamente recente. Em seu trabalho em 1972 Mabesoone 
publicou um artigo intitulado “Estratigrafia e origem do Grupo Barreiras em 
Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte” com o intuito de oferecer uma 
contribuição local ao conhecimento sobre os sedimentos Barreiras e que servisse de 
base para interpretações futuras. Tendo como base os trabalhos feitos por Bigarella 
e Andrade (1964), como já foi citado, que designou ao Barreiras a nomenclatura de 
Grupo e o subdividiu em duas Formações, Guararapes e Riacho Morno, Mabesoone 
colocou em dúvida esta subdivisão, pois sedimentologicamente as duas formações 
não podem ser distinguidas, indicando assim um mesmo ambiente de deposição 
 38
apud Mabesoone (1966, 1967) e, no lugar do afloramento, a formação Guararapes é 
caracterizada por uma estratificação horizontal ou lenticular que coincide com a 
coloração das camadas. A formação Riacho Morno não mostra tal estratificação, 
possuindo manchas vermelhas em forma de infiltrações de óxidos de ferro. A 
superfície inferior dessa unidade parece ser uma discordância de erosão. Além 
disso, há numerosas dessas discordâncias através de ambas as formações, o que 
corresponde bem ao ambiente de deposição continental. O estudo pormenorizado 
das extensas falésias, entre Cabo Branco e Barra do Gramame, na Paraíba, 
mostrou que a unidade Riacho Morno acompanha a superfície, parecendo assim 
simplesmente uma capa de intemperismo intenso, até 6 m, da formação 
Guararapes. “Assim, as duas “Formações”, Guararapes e Riacho Morno, no sentido 
de Bigarella e Andrade (1964), não podem ser mantidas como formações 
autônomas e unidades estratigráficas, “A formação” Riacho Morno difere da 
“Formação” Guararapes somente por caracteres secundários, levando à conclusão 
de que a “formação” Riacho Morno é uma capa de intemperismo da subjacente 
“formação” Guararapes”. Mabosoone então propõem a seguinte subdivisão: 
- A unidade inferior, é constituída por uma seqüência arenosa até arenítica. 
Nas suas ocorrências nas chapadas do interior da Paraíba e do Rio Grande do 
Norte, possui, na base, uma seqüência arenosa, friável, bastante caulínica, às vezes 
dificilmente distinguível da capa de intemperismo caulínico do cristalino subjacente, 
de coloração branca com algumas camadas mais escuras, geralmente de cores 
roxas e amarelas; para cima, essas areias caulínicas tornam-se arenitos, localmente 
silicificados até quartzitos sedimentares; na parte superior, há uma seqüência 
arenosa até conglomerática, com cimento ferruginoso e bastante dura. Encerra a 
seqüência total um capa laterítica, de arenitos ferruginosos, seja em blocos soltos, 
seja ainda em forma de crosta. 
Na direção da costa: Serra de Mossoró, hosts de Tibau, host de 
Mamanguape, os sedimentos tornam-se melhor selecionados e menos duros; na 
subsuperficie, na região de Natal, existe uma seqüência essencialmente arenítica, 
que se torna em baixo quartzítica. Nessas regiões costeiras, a seqüência superior 
ferruginosa geralmente falta, talvez devido à erosão posterior. As cores são também 
claras. Na unidade média, que é composta por uma seqüência variegada, de 
sedimentos arenosos até argilosos, em camadas horizontais ou em lentes, com 
pequenas discordâncias de erosão local, marcadas por leitos de seixos. Assim, 
 39
corresponde à descrição inicial das "Barreiras", caracterizada por uma seqüência 
muito heterogênea, de maneira tal que não há, nem mesmo em localidades vizinhas, 
dois perfis iguais. No campo, os depósitos chamam a atenção pelas suas cores 
vivas e pela sua estratificação irregular. 
Essa irregularidade transforma-se, em alguns afloramentos, numa laminação 
perturbada. No topo, existe uma capa de intemperismo, que destruiu a estratificação 
original pela infiltração de óxidos de ferro. Esses óxidos de ferro apresentam-se em 
manchas ou colunas verticais, às vezes cimentando os arenitos ferruginosos. Essa 
capa segue mais ou menos a superfície atual, porém é truncada nos vales mais 
profundos. A unidade encontra-se ao longo da costa, constituindo as barreiras dos 
rios, inclusive do baixo Jaguaribe, e as falésias das praias, desde Recife até Aracati 
(CE). Na capa ocorre ainda uma unidade superior, constituída por uma seqüência 
essencialmente arenosa até argilosa, de coloração clara, com bastante caulim, 
tendo na base um horizonte de espessura variável de seixos de quartzo e rochas 
cristalinas. A granulação é bastante irregular e a estratificação muito indistinta. Toda 
a seqüência parece, assim, ser muito homogênea. Raramente ocorrem 
concentrações de óxidos de ferro, em forma de pequenas manchas alaranjadas até 
avermelhadas. A formação está separada da unidade subjacente por uma evidente 
discordância erosiva. Ela se encontra ao sul do Recife nos montes Guararapes, 
entre João Pessoa (Cabo Branco) e os topos dos tabuleiros do vale do baixo rio 
Jaguaribe, com sua melhor aparência na região de Natal e Macaíba, não 
constituindo, porém, uma ocorrência contínua. Capeia-a uma série de intemperismo, 
pouco espessa, de areias até siltes avermelhados. Esse capeamento pode estender-
se também sobre o intemperismo da unidade média, truncando-a. 
A unidade inferior foi denominada então como formação Serra dos Martins, 
para a unidade média foi mantido o nome de formação Guararapes e a unidade 
superior ficou com o nome de formação Macaíba, estas três formações formam o 
Grupo Barreiras, segundo Mabesoone et. al. (1972). 
Quanto a sua idade, Mabesoone (op. cit.), data o único indício certo de uma 
datação estratigráfica o fato de que as camadas do equivalente da formação 
Guararapes na região de Belém do Pará repousam sobre a formação Pirabas, cujo 
registro fossilífero é típico do Mioceno Inferior. No Rio Grande do Norte, os depósitos 
da mesma formação são mais recentes do que o vulcanismo basáltico do Cabugi, 
que, conforme datações geocronológicas, também é de idade miocênica. Dessa 
 40
maneira, pode-se supor que a formação Guararapes seja de idade miocênica 
superior ou pliocênica, O intemperismo Riacho Morno seria do Plioceno superior, 
formado num período relativamente longo, considerando-se a profundidade de 5-6 m 
da capa intemperizada, a (Tabela 1), resume as litologias e idades relativas do grupo 
Barreiras, segundoMabesoone et. al. (1972). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1 - Estratigrafia e origem do grupo Barreiras em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. 
Mabesoone et. al. (1972). 
 
A formação Serra do Martins cobre os topos das chapadas e serras em 
altitudes correspondentes ao pediplano superior da região (Pd2, de Bigarella e 
Ab'Sáber 1964 = superfície Sul-americana, de King, 1956) apud Mabesoone (1972). 
Dessa maneira, pode ser um depósito correlativo dessa pediplanização ou de um 
período um pouco posterior, como sedimento sobre uma planície já formada. O 
referido pediplano foi abaulado depois da sua formação. Segundo dados recentes, 
apresentados por Mabesoone (1972) apud Almeida (1969), esse movimento 
epirogenético aconteceu no Oligoceno Superior até o Mioceno Inferior, 
acompanhado pelo vulcanismo basáltico do Rio Grande do Norte (Cabugi). Isso 
significaria, para a formação Serra do Martins, uma provável idade oligocênica ou 
um pouco mais antiga. De qualquer maneira, sua ocorrência na faixa costeira em 
posição discordante sobre os calcários maestrichtianos do Grupo Apodi indica uma 
idade cenozóica. 
Para a determinação dos prováveis ambientes de deposição Mabesoone et. 
al. (1972) trabalhou com a composição granulométrica e o caráter morfoscópico e 
morfométrico dos grãos de areia. Das amostras cimentadas fizeram-se lâminas 
petrográficas, estudadas ao microscópio, concluindo então ambiente fluvial com 
períodos de corrida de lama. 
Na região Sul do Estado da Bahia o grupo Barreiras foi estudado por Lima 
(2002), que o interpreta como sendo um ambiente de deposição em sua maior parte 
 41
de origem fluvial, com predominância de rios entrelaçados, havendo ainda depósitos 
de planície de maré que são os ritmitos encontrados ao sul da Ponta de Corumbau 
Lima (2002) apud Domingues et al. (2000), ritmitos esses que se encontram sobre 
carbonatos de provável origem marinha, o que pode implicar numa incursão marinha 
para aquela região, o que segundo os autores reforça a idéia de que o mar 
influenciou a deposição dos sedimentos Barreiras, interpretando então a gênese dos 
ritmitos resultante de depósitos em ambiente lacustrino. 
Vilas Boas et. al. (2005) observaram que o grupo Barreiras é uma cobertura 
sedimentar terrígena, de idade miocênica a pleistocênica inferior, que tem grande 
ocorrência ao longo do litoral brasileiro, e que apresentam características 
sedimentológicas indicativas de uma deposição por sistemas fluviais. 
Arai M. (2006) concluiu que o Sistema Pirabas/ Barreiras Inferior foi 
depositado durante a subida eustática ocorrida no intervalo Aquitaniano – 
Serravalliano (Eomioceno a Mesomioceno). A unidade Barreiras Superior foi 
depositada no Plioceno, existindo, entre esta e a unidade Barreiras Inferior, a 
discordância Tortoniana, ou seja, durante a evolução da deposição dos sedimentos 
conhecidos como grupo Barreiras houve uma transgressão marinha, que deixou 
algumas evidências ao longo da costa do Brasil. 
 Este ultimo autor conclui, então, que antes do evento erosivo do Tortoniano, o 
cenário na margem continental brasileira foi dominado pela grande transgressão no 
intervalo Aquitaniano –Serravalliano (Eomioceno – Mesomioceno) que foi 
responsável pela acumulação de uma grande quantidade de sedimentos nas áreas 
hoje emersas do continente. E cita que se conhecem vários relictos de depósitos 
transgressivos e de mar alto (highstand tract) que se manifestam em forma de 
unidades litoestratigráficas quase contínuas como o grupo Barreiras, ou em forma 
mais ou menos isolada como as formações Sabiá, aqui no Estado da Bahia, entre 
outras. Estes depósitos foram formados em áreas extensas – sobretudo na faixa 
costeira que vai atualmente da Foz do Amazonas ao Estado do Rio de Janeiro –, 
onde a ausência de topografia elevada teria propiciado o avanço do onlap para 
continente adentro, mas, devido à erosão sofrida no Tortoniano, sua ocorrência atual 
é restrita. No Zancleano (Plioceno), ocorreu uma nova transgressão, e muitas das 
áreas erodidas receberam uma nova cobertura que viria a constituir o Barreiras 
superior. Mas para o interior – Alto Amazonas, Alto Xingu e Planalto de Borborema – 
o horizonte que representaria a Discordância Tortoniana se encontra exumado, ou 
 42
se encontra ampliado em forma de hiato entre o Pré-Tortoniano e o Quaternário, 
pois estas áreas não foram atingidas pela transgressão do Zancleano. 
Arai (op. cit.) propôs então um modelo de evolução para o Grupo Barreiras, 
para a costa norte do Brasil, conforme ilustrado na (Figura 6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 6 – Esquema de evolução do grupo Barreiras lato sensu na costa do Norte 
do Brasil. Arai M. (2006). 
 43
 
Squivel (2006) observou que na zona costeira do município de Conde o grupo 
Barreiras é encontrado na sua porção mais interna, ocupando uma área expressiva, 
cerca de 630 km2, o que representa 66% da área do município de Conde. Nesta 
área, encontram-se principalmente, depósitos de seixos, areias e areias argilosas 
pouco consolidadas. Morfologicamente esta unidade apresenta um relevo bastante 
dissecado e fortemente ondulado, com colinas de topo convexo a tabular com 
altitudes que variam de cerca de 50 metros, nas porções mais litorâneas, a cerca de 
120 metros nas porções mais interioranas do município. 
 Domingues et. al. (2008) observam que as altitudes médias do grupo 
Barreiras raramente ultrapassam os 100m, embora nas áreas mais interiorizadas 
possam alcançar até 400m, o que pode ser atribuído principalmente aos seus 
depósitos crono-correlatos, como a formação Sabiá. Estas altitudes médias são 
compatíveis com as estimativas do nível do mar eustático no Mioceno Médio-Inferior 
que alcançou um máximo entre 25 e 100 acima do nível atual Domingues (op. cit.) 
apud Miller et al. 2005, Haq et al.1988. Os autores concluíram ainda, que uma 
origem marinha para uma parte da “formação Barreiras” é muito mais consistente 
que uma origem puramente fluvial uma vez que consegue explicar e conciliar várias 
observações a respeito desta unidade: (i) sua morfologia em onlap sobre as 
unidades mais antigas, (ii) sua distribuição espacial e altitude média, estando 
ausente justamente naqueles trechos onde originalmente não havia espaço de 
acomodação para a sua deposição (p.ex. Serra do Mar), (iii) altitudes compatíveis 
com o nivel eustático do mar durante o Mioceno Médio-Inferior (ignorando-se 
movimentos verticais posteriores), (iv) o grau de incisão experimentado pelas 
drenagens que dissecam esta formação em decorrência da continuada descida do 
nível eustático desde o Mioceno Médio, acentuando-se no Quaternário, (iv) as 
ocorrências de sedimentos marinhos/transicionais com distribuição desde o Pará até 
pelo menos o sul da Bahia. 
 
 
 
 
 
 
 44
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Capítulo IV - Ambientes de formação dos depósitos de barita 
 
4.1 - Introdução 
 
A barita é um mineral composto de sulfato de bário (BaSo4), onde 
teoricamente 65,7% é de monóxido de bário (BaO) e 34,3% de trióxido de enxofre 
(SO3). O termo vem do grego “barys”, que significa pesado, por conta da sua alta 
densidade, que varia de 4,3 a 4,6. Cristaliza-se no sistema ortorrômbico, classe 
bipiramidal-rômbica, apresentando clivagem perfeita 001 e menos perfeita 210, 
apresenta um brilho vítreo e uma dureza de 2,5 a 3,5 na escala de Mohs. 
O mineral foi descoberto, na Itália, no Século XVII Luz A. B. et.al. (2005) 
apud Velho et al., (1998). Um dos primeiros usos ocorreu, no século XIX, na 
indústria de tinta branca, como carga. A seguir, passou a ser usada na produção de 
um pigmento branco denominado de lithopone, constituído por uma mistura de 
sulfato de bário, sulfato de zinco e óxido de zinco. Depois surgiu a indústria química 
dos sais de bário e, por último, já no século XX, foi descoberto o uso da barita como 
 45
controlador de densidade de fluido de perfuração Luz A. B. et. al. (2005) apud 
Haines (1979). 
Atualmente, a barita é explotada em 66 países, sendo a China (3,5 Mt), a 
Índia (0,9 Mt) e os EUA (0,4 Mt) os maiores produtores e, também, os detentores 
das maiores reservas Luz A. B. et. al. (2005) apud Searls, (2004). Em termos 
mundiais, cerca de 90% da barita produzida destina-se ao uso na perfuração de 
poços de petróleo e parte significativa dos 10% restantes destina-se à manufatura 
de carbonato de bário para a fabricação de vidros de TV, Luz A. B.(op. cit) apud 
Griffiths, (1995), Harben, (2002). No Brasil o perfil típico de consumo da barita tem a 
seguinte distribuição: indústria química 50%; indústria petrolífera 35%; outros (tinta, 
papéis, borracha, vidros, abrasivos etc.) 15%segundo o mesmo autor. 
 
4.2 – Geologia da barita 
 
A barita ocorre em várias regiões do mundo, podendo ser encontrada em 
rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares. Os depósitos de valor comercial são 
classificados, geologicamente, em três tipos: camada, veios e depósitos residuais. 
Os depósitos em camadas ocorrem em rochas sedimentares e são 
considerados os de maior importância em termos comerciais, sendo normalmente 
constituídos de lentes ou níveis de barita, agrupados. O teor de BaSO4 é maior no 
centro das lentes, diminuindo em direção às extremidades. Nos depósitos do tipo 
veio, comumente, a barita ocorre em rochas carbonáticas, associada a sulfetos de 
chumbo e zinco. Esse tipo de ocorrência costuma apresentar volumes menores de 
minério se comparados com os do tipo camada. Os veios têm origem hidrotermal, 
sendo formados a partir da precipitação de sulfato de bário. Por último, têm-se os 
depósitos residuais encontrados em materiais não consolidados e que são formados 
pelo intemperismo de materiais preexistentes. Os depósitos residuais, normalmente, 
apresentam minério de baixo teor (6 a 10% BaSO4) e têm sido aproveitada como 
barita de grau químico Luz A. B. et. al. (2005) apud Coffman e Kligore, (1986); 
Brobst, (1994). 
Segundo Luz A. B. et. al. (2005) uma importante característica da barita é a 
de permanecer praticamente insolúvel em água e ácido, o que lhe confere a 
propriedade de inércia química. Na maioria dos depósitos comerciais ocorre como 
 46
concreções, massas e nódulos irregulares e como camadas laminadas e massivas 
de cristalinidade fina. 
Betekhtin, (1967) observou que em zonas de intemperismo, influenciados pelo 
clima árido, formam-se pequenos cristais de barita, provavelmente por grande 
evaporação de água e saturação de (BaSo4), com posterior precipitação de barita, 
frequentemente com habitus colunar, associados com gipsita e hidróxidos de ferro. 
 
4.3 - Ambientes de formação da barita no Brasil 
 
Segundo Dardene (1997) são conhecidos no Brasil seis tipos de ambientes 
geológicos para a formação da barita, estes ambientes foram separados em função 
da associação mineral como o magmatismo alcalino-carbonático, vulcanismo, 
exalações sedimetares, filões hidrotermais, circulação de fluidos conatos e de 
alteração supergênica. 
 
4.3.1 - Ambientes de depósitos hidrotermais associados com o 
magmatismo alcalino-carbonático 
 
No Brasil são conhecidos diversas ocorrências de barita neste ambiente que 
estão associadas á chaminés alcalino-carbonática, uma das ocorrências mais 
conhecidas é a de Araxá no Estado de Minas Gerais, que é constituído de 
piroxenitos, glimeritos e carbonatitos. Os carbonatitos do tipo beforsitos (dolomita 
predominante) ocupam a parte central do Complexo e é onde ocorre o foscorito, 
constituído por flogopita, apatita, magnetita, carbonatitos e pirocloro. A barita de 
Araxá esta associada à apatita e à magnetita em veios recortados por carbonatitos 
ou próximos de corpos de silexito na cobertura laterítica ou ainda nas encaixantes. 
 
4.3.2 - Ambientes de depósitos vulcano-sedimentares 
 
A barita de origem vulcano-sedimentar esta normalmente associada aos 
depósitos de sulfetos maciços de Cu-Pb-Zn. A formação se dá a partir de exalações 
sobre ou perto do fundo oceânico, que são produtos de células geotermais 
convectivas alimentadas pela água do mar, neste contexto a barita ocorre na forma 
de um horizonte externo, associada normalmente a óxidos de ferro e chert. No Brasil 
 47
um dos poucos exemplos são nos depósitos auríferos vulcano-sedimentar de Mara 
Rosa (GO), onde a barita aparece como um horizonte bem definido de origem 
exalativa, em associação com níveis de chert e de sulfetos. 
 
4.3.3 - Ambientes de depósitos sedimentares exalativos 
 
São depósitos extratiformes de chumbo-zinco, prata e subordinadamente 
cobre e barita, tectônicamente ocorrem em bacias intrecratônicas geralmente 
limitadas por falhas profundas com feições de meio-grabens, as mineralizações que 
ocorrem próximo as falhas são consideradas exalativas submerina. Dardene (op. cit) 
apud Large (1983) observou que esta descargas corresponde a soluções 
hidrotermais mineralizantes no fundo da bacia com precipitação de sulfetos e de 
barita . No Brasil o maior exemplo é da jazida de barita de Água Clara no Estado do 
Paraná. 
 
4.3.4 - Ambientes de depósitos hidrotermais filoneanos 
 
A mineralização de origem hidrotermal ocorre preenchendo fraturas de 
extensão, na maioria das vezes relacionadas a processos de rifteamento, são 
soluções constituídas de barita e quartzo por vezes associada à fluorita, sulfetos e 
óxidos de ferro na forma de hematita/magnetita. A origem dos fluidos se da através 
da infiltração de água meteórica ou marinha nas falhas, onde há o aquecimento, 
então os fluidos hidrotermais promovem uma lixiviação nas rochas encaixantes e 
precipitação das mineralizações, que apois a subida das falhas ficam próximo à 
superfície. No Brasil uma das ocorrências mais conhecida é em Santa Catarina, 
onde a barita ocorre associada nos filões de fluorita. 
 
4.3.5 - Ambientes de depósitos associados à circulação de fluidos 
conatos 
 
São formados quando os fluidos diagenéticos hidrotermais de baixa 
temperatura em soterramento de bacias, migram lateralmente e verticalmente em 
direção aos altos paleogeográficos, dissolvendo e substituindo rochas sedimentares. 
Este tipo de depósito é semelhante ao modelo MVT (Mississippi Valley Type) 
 48
quando há mineralizações de chumbo e zinco nas rochas carbonáticas e ao modelo 
Red Beds/Kupferschiefr quando há mineralizações de Cu-Pb-Zn em rochas 
clásticas. No Brasil os maiores exemplos estão na Bahia, na bacia de Camamu e na 
Bacia de Tucano, onde a barita ocorre em arenitos da Formação Marizal. 
 
4.3.6 - Ambientes de depósitos residuais 
 
As ocorrências de barita relacionada aos depósitos residuais são resultantes 
da alteração superficial de depósitos preexistentes, pois como a barita possui pouca 
solubilidade ela é encontrada como resistato em relação aos outros componentes do 
minério original que são lixiviados, Dardene (op. cit.) apud Brobst (1983). A barita de 
Araxá e de Camamu, que foram citadas acima, são bons exemplos pois nos seus 
depósitos há alteração residual, o que provocou, apesar da sua baixa solubilidade a 
formação de concreções supergênicas Dardene (op. cit.) apud Issa Filho et. al. 
(1984).

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