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CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 1 Estado Limite Último na Flexão Composta Normal Atenção: texto de acordo com nbr 6118:2004. Não vale para concreto de alto desempenho, 50<fck<=90MPa 1 Introdução No presente texto examina-se a flexão composta normal originada pela combinação de força normal e de momento fletor. Nesta modalidade de solicitação os esforços solicitantes N e M – advindos de tensões normais – situam-se no plano perpendicular à seção transversal, formando com esta um eixo principal passante pelo centro de gravidade, como mostra a Fig. 1 Fig. 1.1 Examina-se o caso freqüente de seção retangular. A diferença de tratamento para outras formas de seção refere-se à integração das forças e momentos elementares das tensões normais, para obter os esforços resistentes. A Fig. 1.2 mostra as diferentes modalidades de solicitações normais, estendendo-se desde a tração uniforme até a compressão uniforme. Indicam- se nesta figura a distribuição linear de deformações (hipótese de Bernoulli), e a distância x da linha neutra (LN) à borda 1 mais comprimida ou menos tracionada. Os casos extremos correspondem à tração e compressão com distribuição uniforme de deformações – sem curvatura –, para os quais −∞→x e +∞→x , respectivamente. Imprimindo curvatura à peça a partir do estado uniforme de deformação na tração, Fig. 1.2a, a LN aproxima-se da borda 1, Fig. 1.2b, e há na peça somente banzo tracionado. Neste caso, diz-se que a seção transversal está solicitada à flexo-tração com pequena excentricidade. Prosseguindo com aumentos de curvatura, a LN passa a localizar-se na seção, Figuras 2c, 2d, 2e, quando então há na seção duas zonas distintas, uma comprimida e outra tracionada. A peça tem 2 banzos CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 2 distintos, e diz-se haver flexão composta com grande excentricidade. Por fim, a LN sai da seção, tendendo agora para ∞+ , significando que há na seção encurtamento uniforme, sem curvatura. Nestes três últimos casos há somente banzo comprimido na peça, e diz-se haver na seção flexo-compressão com pequena excentricidade. Fig. 1.2: Estados de deformação sob solicitações normais. O Estado Limite Último (ELU) por solicitações normais introduz os coeficientes de segurança parciais fγ das ações, cγ e sγ dos materiais concreto e aço. Uma vez efetuada a análise da estrutura com as ações representativas reprF , (com seus valores característicos kF , ou convencionais excepcionais lexcepcionaF ou, ainda, reduzidos 2kFψ quando combinados com outra ação principal 1kF ) ponderadas por fγ , segue-se o dimensionamento das seções críticas de cada elemento estrutural (laje, viga, pilar, etc.), dividindo-se localmente as resistências características dos materiais concreto e aço, por cγ e sγ , respectivamente. Providencia-se em seguida a extensão da armadura dimensionada nas seções críticas para outras seções da peça, de modo a resultar sempre esforços resistentes de cálculo (calculados com resistências características divididas por cγ e sγ ) iguais ou superiores aos esforços solicitantes de cálculo (obtidos com as ações majoradas por fγ ), ou seja: )(),85,0( reprfd s yk c ck d FSS ffRR γ γγ =≥= (1.1) onde R e S representam os esforços resistente e solicitante. Por outro lado, há casos em que é necessário obter-se a capacidade portante de uma dada estrutura existente, com a finalidade de confirmar sua segurança ou falta de segurança. Com isto o problema deixa de ser o de dimensionamento, e passa a ser o de verificação. 2. Hipóteses adotadas CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 3 As duas modalidades de cálculo – dimensionamento e verificação – podem ser feitas através das três ferramentas fundamentais da Mecânica das Estruturas, a saber: (a) Equações de equilíbrio: os esforços solicitantes S (vindos das ações, ou cargas) são iguais aos esforços resistentes R (vindos das resistências dos materiais aço e concreto). (b) Equações de compatibilidade: referem-se a deformações na seção transversal, e decorrem da hipótese de Bernoulli (seções planas permanecem planas após a deformação), acoplada à hipótese de aderência rígida (sem deslizamento) entre o aço e o concreto vizinho. (c) Leis constitutivas estabelecidas para o concreto e para o aço. Supõe-se que o concreto tenha resistência à tração nula ( 0=ctf ), e o aço resiste igualmente na tração e na compressão. Ver a Fig. 4.1. O ELU por Solicitações Normais baseia-se em deformações limites convencionais, cf. a Fig. 4.2, e iguais a 10−=sε ‰ , alongamento máximo do aço, e 5,3=cε ‰ e 2 ‰, encurtamentos máximos no concreto, na flexão e na compressão uniforme, respectivamente. 3. Convenção de sinais. Definição dos adimensionais Conforme se vê nas Figuras 1 e 5, são positivos os encurtamentos, as forças e tensões normais de compressão. O momento fletor é positivo se tracionar a borda inferior 2. A profundidade x da LN, medida a partir da borda superior 1, é positiva adentrando na seção e indo além da sua altura h (seção parcial ou totalmente comprimida), e negativa no sentido oposto (seção totalmente tracionada). Nas equações do problema adotam-se os seguintes adimensionais: h x =ξ profundidade relativa da linha neutra h d ′ =′δ relação entre o cobrimento da armadura e a altura total da seção, positivo ou nulo, mas não superior a h5,0 , ou seja, 210 ≤′=′≤ hdδ h d =δ relação entre as alturas útil e total da seção εε 310= deformação multiplicada por mil r 1 =κ curvatura da seção, inverso do raio r de curvatura r h310 =κ curvatura relativa multiplicada por mil (adimensional) bhf N cd d d 85,0 =ν força normal relativa de cálculo CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 4 285,0 bhf M cd d d =µ momento fletor relativo de cálculo bhf N cd c c 85,0 =ν força normal relativa de cálculo resistida pelo concreto 285,0 bhf M cd c c =µ momento fletor relativo de cálculo resistido pelo concreto bhf N cd s s 85,0 =ν força normal relativa de cálculo resistida pela seção metálica 285,0 bhf M cd s s =µ momento fletor relativo de cálculo resistido pela seção metálica bh As s =ρ taxa geométrica da armadura, referente a uma camada de área sA bh A tots tots , , =ρ taxa geométrica da armadura total cd yd s cd yds d f f f f bh A 85,085,0 ρω == taxa mecânica da armadura, referente a uma camada de área sA yd sd f 1 1 σ α = , yd sd f 2 2 σ α = tensões relativas de cálculo das armaduras 1 ( mais comprimida ou menos tracionada) e 2 (mais tracionada ou menos comprimida) 4. Leis constitutivas. Domínios de deformação De acordo com a NBR 6118-2004, podem ser adotadas as leis constitutivas no ELU por flexão composta mostradas na Fig. 4.1. A Fig. 4.2 mostra os domínios de deformação que definem o presente ELU. Nos domínios 1 e 2 toda reta de deformações passa pelo polo A, para o qual no banzo tracionado 10−=sε ‰; nos domínios 3, 4 e 4a, o polo das retas de deformações passa a ser o ponto B, para o qual 5,3=cε ‰; e finalmente, no domínio 5 o polo das retas de deformações é o ponto C, distante h 7 3 da borda mais comprimida, no qual se tem o encurtamento 2=cε ‰ . Com isto, há uma transição contínua da flexão simples à compressãouniforme, e a deformação limite da borda 1 decorrente é dada pela equação (4.6) da Tabela 2: 2 7 3 hx x c − =ε ‰ ou 7 32 − = ξ ξ ε c quer dizer, para hx = tem-se 5,3=cε ‰, e para ∞→x resulta 2=cε ‰. A Tabela 1 mostra os limites da profundidade da LN para cada domínio. CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 5 Fig. 4.1 Fig. 4.2 CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 6 Fig. 4.2 Tabela 1 Domínio Deformação limite (‰) Limites da profundidade relativa da LN, h x =ξ Observação 1 10−=sε 02/1 =≤ ξξ 2 idem δξξ 5,13 5,30 3/2 =≤≤ δδ ′−== 1hd 3 5,3=cε δ ε ξξδξ yd+ =≤≤= 5,3 5,3 5,13 5,3 4/33/2 A divisa dos domínios 3 e 4 depende do aço, e vale δ628,0 para o CA-50 e δ585,0 para o CA-60. 4 idem δξξδ ε ξ =≤≤ + = a yd 4/44/3 5,3 5,3 4a idem 15/44/4 =≤≤= aa ξξδξ 5 27/3, =cε 15/4 =≥ aξξ CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 7 Fig. 4.3 Conforme se vê na Fig. 4.3, as deformações obedecem às seguintes equações de compatibilidade, em termos dimensionais: hxdxdxxr cssc 7 3 1 7/3,21 − = − = ′ − === εεεε κ (4.1a) E em termos adimensionais: 7 3 10 7/3,213 − = − = ′ − === ξ ε δξ ε δξ ε ξ ε κ cssc r h (4.1b) A Tabela 2 mostra as equações de compatibilidade para os diferentes domínios de deformação, conforme seja a deformação limite fixada. Exemplo 4.1: Considere-se, no ELU – Solicitação Normal, uma seção de altura mmh 140= e cobrimentos das armaduras mmd 10=′ , e armada com CA-50. Sendo a deformação positiva se encurtamento, verificar quais dentre os estados de deformações seguintes estão no ELU, ou aquém do ELU, ou além do ELU: a- 1000/8,21 =cε (borda superior) e 1000/7,02 =cε (borda inferior) b- 1000/31 =cε (borda superior) e 1000/5,32 −=sε (armadura inferior) c- 1000/5,22 −=sε , e a armadura 2 dista mm50 da LN, a qual corta a seção d- 1000/5,32 −=sε , e a armadura 2 dista mm65 da LN, a qual corta a seção Solução: Seja ELU ou não é válido escrever para a curvatura: CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 8 hxdxdxhxxr csscc 7 3 1 7/3,2121 − = − = ′ − = − === εεεεε κ a- )140( 7,08,2 140 7,08,2 −− − = − = xxxx ou 67,186140333,1 =×=x , donde 1000/21000/9,1 67,186 )1000/8,2()140 7 367,186(7/3, <=−=cε aquém do ELU b- 1000/5,31 <cε e 1000/102 <sε aquém do ELU c- ) 50 1000/5,2( 50130 1 − −= − cε ou 1000/41 =cε além do ELU d- ) 65 1000/5,3( 65130 1 − −= − cε ou 1000/5,31 =cε no ELU 5. Seção Retangular, Armadura Dupla e Simétrica 5.1 Introdução A resistência da seção provém das parcelas do concreto e do aço, através dos esforços ),( cc MN e ),( ss MN , cujas somas são iguais aos esforços resistentes de cálculo, todos referidos ao centro de gravidade (CG) da seção transversal, ou seja: scd NNN += (5.1.1a) scd MMM += (5.1.2a) Para obter as correspondentes equações adimensionais divide-se a primeira por bhfcd85,0 e a segunda por 285,0 bhfcd , donde: sc cd d d bhf N ννν +== 85,0 (5.1.1b) sc cd d d bhf M µµµ +== 285,0 (5.1.2b) CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 9 Tabela 2: Deformações limites e equações de compatibilidade. hd=δ , hd ′=′δ , 0>ε alongamento Domínio Limites da profundidade relativa da LN, h x =ξ Deformação limite (‰) Demais deformações =cε =1sε =2sε 1 −∞→infξ 0sup =ξ 102 −=sε ξδ ξ − 10 ξδ δξ − ′ −10 -------------- 2 0inf =ξ δξ 5,13 5,3 sup = (4.2) (4.3) 3, 4 e 4a δξ 5,13 5,3 inf = 1sup =ξ 5,3=cε -------------- ξ δξ ′−5,3 ξ ξδ − − 5,3 (4.4) (4.5) 5 1inf =ξ ∞→supξ 27/3, =cε 7 32 −ξ ξ 7 32 − ′ − ξ δξ 7 32 − − ξ δξ (4.6) (4.7) (4.8) No que segue, examina-se a contribuição de cada material em separado. A hipótese de distribuição linear de deformações, acoplada a uma deformação limite estabelecida no ELU conforme seja o domínio, Fig. 4.2, reduz a determinação do estado de deformação ao conhecimento apenas de uma incógnita, a profundidade da LN. Em outras palavras, dado x (ou ξ ) no ELU, sabe-se imediatamente qual o domínio correspondente, e por conseqüência a deformação limite fixada. Logo, as deformações da seção ficam todas conhecidas. Como há duas equações de equilíbrio, em caso de armadura simétrica, é possível dimensionar sua área, ou sua taxa mecânica, uma vez que se tem duas incógnitas – a área da armadura e a profundidade da LN – para duas equações de equilíbrio. Já no problema de verificação, são incógnitas as solicitações dN e dM , e é preciso conhecer a função )( dd NM , dada pelo diagrama de interação, conhecidas a área e a posição da armadura, e as resistências dos materiais. CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 10 5.2 Esforços resistentes do concreto Considere-se a seção transversal da Fig. 5.1, em que o concreto está parcialmente comprimido. Fig. 5.1 O concreto simples, tendo em vista que 0=ctf , só pode contribuir para a resistência da seção se esta estiver parcial ( hx <≤0 ) ou totalmente comprimida )( hx ≥ . A força resultante das tensões de compressão transportada para o CG da seção leva aos seguintes esforços: byfN cdc 85,0= (5.2.1a) ) 85,0 1( 2 )( 2 bhf NhNyhNM cd ccc c −=−= (5.2.2a) onde, na segunda equação, substituiu-se a altura y do bloco retangular de tensões tirada da primeira. As correspondentes equações adimensionais são: h y bhf N cd c c == 85,0 ν (5.2.1b) )1( 285,0 2 c c cd c c bhf M ν νµ −== (5.2.2b) A equação (5.2.1b) mostra que a força relativa do concreto é igual à altura relativa do bloco de tensões. Portanto, seu valor máximo ocorre para hy = , e vale 1=cν , donde bhfN cdc 85,0= . Note-se que a altura y desacopla-se da profundidade da LN para hx 25,1> , e nesta condição permanece constante e igual a hy = . A equação (5.2.2b) mostra que o momento resistido pelo CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 11 concreto varia de acordo com uma parábola do segundo grau em função de sua força resistente. Fig. 5.2 Este momento só é possível se a força for de compressão, pois a resistência à tração do concreto é desconsiderada, i. e., 0=ctf . Como o momento é nulo para 0=cν e 1=cν , e desenvolve-se de acordo com uma parábola do segundo grau, seu máximo se dá para 2 1 =cν , ou bhfN cdc 85,02 1 = , quer dizer, o bloco de tensões ocupa metade da altura da seção. Logo, para esse valor da força no concreto, tem-seo máximo momento possível na seção de concreto simples (sem armadura) igual a 8 1 85,0 2 == bhf M cd c cµ . Ver a Fig. 5.2 5.3 Esforços resistentes da armadura A Fig. 5.3 mostra a seção metálica constituída de duas camadas de armadura, de mesma área sA e distantes d ′ da borda mais próxima. As forças resistidas pelas armaduras transportadas para o CG da seção resultam em: )( 21 sdsdss AN σσ += (5.3.1a) ) 2 )(( 21 d hAM sdsdss ′−−= σσ (5.3.2a) CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 12 Lembre-se que 0>sdσ se for compressão. Dividindo-se a primeira por bhfcd85,0 , a segunda por 285,0 bhfcd , e introduzindo as tensões relativas yd sd f σ α = e a taxa mecânica cd yds d f f bh A 85,0 =ω referida a uma camada de armadura, vêm: )( 21 ααων += ds (5.3.1b) ) 2 1)(( 21 δααωµ ′−−= ds (5.3.2b) Fig. 5.3 Tendo em vista a lei bilinear )( ssd εσ sem encruamento (patamar horizontal) adotada para o aço, determina-se a seguir as condições impostas à profundidade relativa da LN e ao cobrimento da armadura para que haja plastificação. O cobrimento da armadura, o mesmo em ambas camadas, está no intervalo 210 ≤′=′≤ hdδ . No que segue tem-se em vista principalmente o aço CA-50. As equações serão dadas preferencialmente na forma adimensional. A armadura inferior 2, tracionada ou menos comprimida, plastifica-se em tração nos domínios 1, 2 e 3. A determinação do início da plastificação da armadura superior 1, mais comprimida ou menos tracionada, apresenta maior dificuldade. As condições para seu escoamento são calculadas a seguir, fazendo-se a LN percorrer os domínios, do 1 ao 5. No domínio 1, a armadura 1 escoa no intervalo ];[ max,1ξ−∞ , onde max,1ξ CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 13 yd yd ε δεδξ − − ′ = 10 10 max,1 se yd yd ε εδ + ≤′≤ 10 0 (5.3.3) é profundidade relativa da LN, para a qual no domínio 1 resulta yds εε −=1 . Impondo-se 0max,1 ≤ξ para que a LN não ultrapasse a divisa dos domínios 1 e 2 resulta a condição do cobrimento mostrada na Equação (5.3.3). Repetindo o raciocínio sucessivamente para os domínios 2 e 3, ainda na tração, resultam os seguintes valores de max,2ξ e max,3ξ , bem como os respectivos intervalos de δ ′ : yd yd ε δδεξ − ′ − −= 10 10 max,2 se yd yd yd yd ε εδ ε ε + + ≤′≤ + 17 5,3 10 (5.3.4) δ ε ξ ′ + = yd5,3 5,3 max,3 se 2 1 17 5,3 ≤′≤ + + δ ε ε yd yd (5.3.5) Ver a Tabela 3a, a qual resume todas as condições de escoamento em tração das armaduras 1 e 2, com valores numéricos particularizados para o aço CA- 50. Considere-se agora o escoamento em compressão. A armadura 2 não escoa em compressão para os aços cuja deformação de escoamento supera o máximo encurtamento do concreto em compressão uniforme, ou seja, 2>ydε . Para o CA-50 admite-se na compressão uniforme da seção 2≅ydε , o que ocorre para ∞→x . A armadura superior 1 pode iniciar seu escoamento em compressão nos domínios 2, 3 e 4 conforme seja o seu cobrimento. Em cada um destes domínios, fazendo-se yds εε ≥1 , decorre o valor mínimo de ξ para o qual se dá o início do escoamento da armadura 1. Impondo-se em seguida que esse mínimo ocorra no domínio em questão (i. e., não passe ao domínio seguinte), obtém-se a condição referente ao cobrimento δ ′ . Usando-se as equações da Tabela 2, obtém-se: yd ydyd ε εδεξ + +′− = 10 )10( min,2 se yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 (5.3.6) ydε δξ − ′ = 5,3 5,3 min,3 se 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε − ≤′≤ − − (5.3.7) ydε δξ − ′ = 5,3 5,3 min,4 se 5,3 5,3 7 5,3 ydyd εδε −≤′≤− (5.3.8) CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 14 A Tabela 3b resume as condições referentes à plastificação em compressão de ambas armaduras, conforme seja o valor de δ ′ . Note-se nessas Tabelas 3a e 3b que ambas armaduras podem escoar simultaneamente, uma em tração, outra em compressão, tanto no domínio 2 quanto no 3, conforme seja o intervalo do cobrimento δ ′ . Neste caso, é nula a força total na seção metálica. A Tabela 3c reúne os resultados numéricos das duas tabelas anteriores para o aço CA-50, explicitando, para a linha em questão, os valores máximos e mínimos da variável ξ correspondentes aos valores extremos do intervalo de δ ′ . A obtenção da função )( ss NM , ou )( ss νµ , é feita percorrendo-se igualmente os domínios de deformação, do 1 ao 5, observando-se os resultados resumidos nas Tabelas 3. No intervalo ];[ max,1ξ−∞ da LN, ambas armaduras escoam em tração, donde 1−== yd sd f σ α . Portanto, das equações de equilíbrio resultam: d cd s s bhf N ων 2 85,0 −== e 0 85,0 2 == bhf M cd sd sdµ Note-se que há infinitos estados de deformação naquele intervalo para uma única combinação de força normal e momento fletor. Isto corresponde na curva de interação (ou curva de plastificação) a um ponto anguloso. Note-se ainda que, se a armadura não for simétrica e −∞→ξ , há momento fletor não nulo para curvatura nula, pois a deformação é uniforme. Ver na Fig. 1.2 os dois casos extremos, representados com força normal e momento fletor. Progredindo com o aumento da profundidade da LN em direção aos domínios 2 e 3, a armadura 1 deixa de escoar em tração, anula sua tensão e passa a compressão. Com isto sua colaboração para o momento resistente da seção se dá no mesmo sentido da colaboração da armadura 2, que continua em escoamento até a divisa dos domínio 3 e 4. Tirando-se 1α de (5.3.1b) e substituindo-se em (5.3.2b), e pondo 12 −=α , resulta: )21)( 2 ( δνωµ ′−+= sds (5.3.9) Como se vê, na seção metálica o momento resistente é linearmente crescente com a força resistente até a divisa dos domínios 3 e 4. Se a armadura 1 também entrar em escoamento, então a força na seção metálica será nula. Portanto, pondo-se 0=sν nesta equação resulta: )21( δωµ ′−= ds CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 15 Tabela 3a: Condições de escoamento em tração das armaduras 1 e 2. Aço CA-50, hd=δ , hd ′=′δ , 0>ε para alongamento, yd sd f σ α = Dom. 1 Dom. 2 Dom. 3 Dom. 4 e 4a Dom. 5 Armadura 1 yd yd ε εδ + ≤′≤ 10 0 171,00 ≤′≤ δ CA-50 yd yd ε δδεξ − ′ − −= 10 10 max,1 11 −=α ξ Armadura 1 yd yd yd yd ε εδ ε ε + + ≤′≤ + 17 5,3 10 292,0171,0 ≤′≤ δ CA-50 yd yd ε δδεξ − ′− −= 10 10 max,2 11 −=α ξ Armadura 1 2 1 17 5,3 ≤′≤ + + δ ε ε yd yd 5,0292,0 ≤′≤ δ CA-50 δ ε ξ ′ + = yd5,3 5,3 max,3 11 −=α ξ Armadura 2 4/3max,3 ξξ = 12 −=α ξCTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 16 Tabela 3b: Condições de escoamento em compressão da armadura. Aço CA-50, hd=δ , hd ′=′δ , 0>ε para alongamento, yd sd f σ α = Dom. 1 Dom. 2 Dom. 3 Dom. 4 e 4a Dom. 5 Armadura 1 yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 096,00 ≤′≤ δ CA-50 yd ydyd ε εδεξ + +′− = 10 )10( min,2 11 =α ξ Armadura 1 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε − ≤′≤ − − 204,0096,0 ≤′≤ δ CA-50 ydε δξ − ′ = 5,3 5,3 min,3 11 =α ξ Armadura 1 5,3 5,3 7 5,3 ydyd εδε −≤′≤− 408,0204,0 ≤′≤ δ CA-50 ydε δξ − ′ = 5,3 5,3 min,4 11 =α ξ Armadura 1 2 1 5,3 5,3 ≤′≤ − δε yd 50,0408,0 ≤′< δ CA-50 ξ No caso de aço CA-50 não há escoamento da armadura 2 em compressão (exceto para ∞→ξ e com a aproximação 2≅ydε ). CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 17 Tabela 3c: Condições de escoamento em compressão e em tração das armaduras. Aço CA-50, hd=δ , hd ′=′δ , 0>ε para alongamento, yd sd f σ α = Dom. 1 Dom. 2 Dom. 3 Dom. 4 e 4a Dom. 5 Armadura 1 096,00 ≤′≤ δ − − = 115,0 261,0 max,1ξ 11 −=α = 234,0 172,0 min,2ξ 11 =α ξ Armadura 1 171,0096,0 ≤′≤ δ − = 0 115,0 max,1ξ 11 −=α = 420,0 234,0 min,3ξ 11 =α ξ Armadura 1 204,0171,0 ≤′≤ δ 11 −=α = 050,0 0 max,2ξ = 500,0 420,0 min,3ξ 11 =α ξ Armadura 1 292,0204,0 ≤′≤ δ 11 −=α = 184,0 050,0 max,2ξ = 715,0 500,0 min,4ξ 11 =α ξ Armadura 1 408,0292,0 ≤′≤ δ 11 −=α = 257,0 184,0 max,3ξ = 000,1 715,0 min,4ξ 11 =α ξ Armadura 1 50,0408,0 ≤′< δ 11 −=α = 314,0 257,0 max,3ξ ξ Armadura 2 12 −=α ξ Note-se que este valor do momento é o máximo que pode ocorrer, no caso de escoamento simultâneo das 2 camadas de armadura, uma em tração, outra em compressão. Novamente, tem-se aqui também infinitos estados de deformação para o mesmo par );( ss µν , com o que a função )( ss νµ apresenta outro ponto anguloso. O momento máximo simultâneo com a força normal nula é atingido sempre que o cobrimento verificar a condição: CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 18 7 5,3 ydεδ −≤′ cf. a segunda linha da Tabela 3b. Para o CA-50 este limite vale 204,0 , um valor do cobrimento relativo poucas vezes superado na prática. As seções transversais de pequena altura h com grandes cobrimentos relativos ocorrem, p. ex., nos pilares de residência e nos pilares-parede de edifícios. Pondo-se as alturas da seção transversal de tais elementos estruturais respectivamente iguais a cmh 12= e cmh 20= , resultam os cobrimentos cmd 4,2=′ e cmd 4=′ , que geralmente atendem os valores mínimos exigidos por norma. Ainda para esta mesma condição do cobrimento, nos domínios 4 e 5 só a armadura 1 está em escoamento ( 11 =α ). Logo, eliminando-se 2α nas equações de equilíbrio, (5.3.1b) e (5.3.2b), resulta: )21)( 2 ( δνωµ ′−−= sds (5.3.10) Como se vê, agora o momento resistente da seção metálica é linearmente decrescente com sua força. Este momento se anula para ds ων 2= , o que corresponde à compressão uniforme. (Adota-se simplificadamente 2≅ydε para o CA-50, na compressão uniforme). A Fig. 5.4 mostra graficamente as funções )( ss νµ apresentadas para o cobrimento 7 5,3 ydεδ −≤′ , quando ocorre o escoamento simultâneo das duas camadas de armadura. Esta solução coincide com a obtida na Teoria da Plasticidade (ver Heyman, 1971), se for adotado também para o aço comportamento rígido-plástico ( ∞→sE na Fig. 4.1), e cobre, como se disse, boa parte dos casos da prática. Completando-se o diagrama de interação para momentos resistentes negativos, obtém-se um losango, cujos ramos ascendentes e descendentes têm inclinações respectivamente iguais a ) 2 1(:1 δ ′− e )] 2 1([:1 δ ′−− , cf. as Equações (5.3.9) e (5.3.10). CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 19 Fig. 5.4 Se o cobrimento superar 7 5,3 ydε− , a função )( ss νµ também é linearmente crescente até a divisa dos domínios 3 e 4, quando se terá as tensões relativas 12 −=α na armadura inferior, e 1α na superior obtida com 1sε conforme a Tabela 2, com ydε δξ + ′ − = 5,3 15,34/3 (da Tabela 1, divisa dos domínios 3 e 4): )1( )21(5,31 1 δε δεδ ε ε α ′ − ′−′− == yd yd yd s P. ex., se 204,030,0 >=′δ , resultam 5374,01 =α , ds ων 4626,0−= e ds ωµ 3075,0= . Como se vê, o momento máximo neste caso ocorre para força normal de tração, não mais para força normal nula. Se o cobrimento obedecer a condição: 5,3 5,3 7 5,3 ydyd h d εδε −≤′=′≤− a armadura 1 escoa em compressão no domínio 4 para min,4ξξ ≥ . Portanto, ultrapassada a divisa dos domínios 3 e 4, o momento resistente )( ss νµ terá dois segmentos descendentes, o primeiro em que não há escoamento de nenhuma armadura, e cujo intervalo é CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 20 min,44/3 ξξξ ≤≤ e o segundo no qual só a armadura 1 escoa: min,4ξξ ≥ No primeiro, tendo em vista que se trata do domínio 4 e é válida a lei de Hooke, tem-se as tensões relativas, usando-se as equações (4.4) e (4.5) da Tabela 2: ξ δξ εε εσ α ′ − === ydyd sd yd sd f 5,311 1 ξ ξδ εε εσ α − −=== ydyd sd yd sd f 5,322 2 Substituindo-se estes valores nas Equações (5.3.1b) e (5.3.2b), e eliminando- se a variável ξ , obtém-se: 2)21)( 2 5,3( δνω ε µ ′−−= sd yd s (5.3.11) Esta função é, portanto, linearmente decrescente com a variável sν , prevalecendo as condições mencionadas. Se a condição do cobrimento δ ′ continuar válida, mas min,4ξξ ≥ , então 11 =α . Logo, tirando-se 2α de (5.3.1b) e substituindo-se em (5.3.2b), resulta novamentea equação (5.3.10), i. e., )21)( 2 ( δνωµ ′−−= sds A Fig. 5.5a mostra um exemplo deste último caso para o aço CA-50, com os parâmetros 30,0=′δ , 1=dω . O máximo momento resistido pela seção metálica ocorre na divisa dos domínios 3 e 4, mas com força resistente negativa (tração), não mais nula. Note-se que as duas retas extremas, se prolongadas, interceptam-se no eixo vertical, 0=sν . A reta intermediária representa o truncamento do losango obtido anteriormente na Fig. 5.4. CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 21 Fig. 5.5a Fig. 5.5b Aumentando-se o cobrimento relativo para a faixa 2 1 5,3 5,3 ≤′≤ − δε yd a armadura 1 superior não mais escoa, se 2>ydε , como é o caso do CA-50. Neste caso, as duas retas iniciais, Equações (5.3.9) e (5.3.11), permanecem válidas aqui também. Mas a partir do domínio 5 a Equação (5.3.10) não é mais válida pois mmmms ( nnnns ), 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 -2 -1,6 -1,2 -0,8 -0,4 0 0,4 0,8 1,2 1,6 2 nnnns= Ns / (0,85fcd bh) mm mm s = M s / (0 ,8 5f cd bh ^ 2) wwwwd = 1, CA-50, d'/h=0,45 mmmms ( nnnns ), 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 -2 -1,6 -1,2 -0,8 -0,4 0 0,4 0,8 1,2 1,6 2 nnnns= Ns / (0,85fcd bh) mm mm s = M s / (0 ,8 5f cd bh ^ 2) wwwwd = 1, CA-50, d'/h=0,30 CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 22 não há escoamento de nenhuma armadura. Nesse domínio, e com a validade da lei de Hooke, as tensões relativas são iguais a: 7 3 211 1 − ′ − === ξ δξ εε εσ α ydyd sd yd sd f 7 3 222 2 − − === ξ δξ εε εσ α ydyd sd yd sd f Substituindo-se estes valores em (5.3.1b) e (5.3.2b), e eliminando-se a variável ξ , obtém-se: 2)21)( 2 2(7 δνω ε µ ′−−= sd yd s (5.3.12) Ver na Fig. 5.5b um exemplo deste último caso, para o aço CA-50, com os parâmetros 45,0=′δ e 1=dω . 5.4 Esforços resistentes da seção transversal completa Tendo em vista o exposto nos itens anteriores, os esforços resistentes da seção completa são iguais a: )( 21 ααωνν ++= dcd (5.4.1) ) 2 1)(()1( 2 21 δααωννµ ′−−+−= dccd (5.4.2) onde se põe 0=cν nestas equações se 0≤ξ (seção toda tracionada), e 1=cν se 25,1≥ξ (seção toda comprimida). As variáveis cν , 1α e 2α são funções da profundidade relativa da LN. Assim, a superposição dos esforços resistentes do concreto e da armadura se faz através do mesmo valor de ξ para as duas seções distintas: a de concreto e a metálica. Percorrendo-se os 5 domínios e computando-se os pares );( dd µν para cada valor de ξ da seqüência escolhida, obtém-se os conhecidos diagramas de interação, cujos parâmetros são a forma da seção, o aço (através de ydε ), o arranjo e a quantia da armadura. Na Fig. 5.6 mostra-se um exemplo típico da curva )( dd νµ para uma seção retangular com armadura simétrica, apontando-se a tração e a compressão uniformes, a flexão simples, bem como a faixa da força normal onde é nula a soma das forças nas duas camadas de armadura )0( 21 =+αα , com o que a força normal de cálculo é resistida exclusivamente pelo concreto )( cd νν = . CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 23 Fig. 5.6 Indica-se também a curva )( cc νµ do concreto. A zona contida pela curva )( dd νµ , para a dada taxa de armadura, refere-se a pontos cujas coordenadas );( µν são uma combinação segura de força normal e momento fletor; os pontos diretamente na curva )( dd νµ representam combinações seguras e mais econômicas, e pontos fora dela são combinações inseguras de força normal e momento fletor. Note-se, ainda, que os diagramas de interação no ELU, por serem usados no dimensionamento da armadura, são obtidos com as resistências de cálculo dos materiais, cf. a Equação (1.1), )(),85,0( reprfd s yk c ck d FSS ffRR γ γγ =≥= . Se forem usadas as verdadeiras resistências do concreto e do aço, cf e yf , como num ensaio de laboratório para determinar a capacidade portante de uma peça, obtém-se uma curva )(νµ que envolve a de cálculo, dela mantendo uma distância originada justamente pelos coeficientes de segurança dos materiais e pelo fato de serem tomados os valores característicos das suas resistências. A Fig. 5.7 mostra o diagrama de interação momento fletor – força normal no ELU, para seção retangular de cobrimento relativo igual a 10,0=′=′ hdδ , e armada com aço CA-50. Note-se que a máxima taxa mecânica total é igual a 2 , com o que a taxa geométrica total é pelo menos igual a %4 435 4,1 1585,0 2 , ≅=totsρ , e este é o valor máximo permitido em caso de haver emendas por transpasse na seção crítica em exame. CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 24 Fig. 5.7 5.5 Exemplos Exemplo 5.5.1: Uma estaca de diâmetro mm300φ é armada com 5,128φ (área total = 21000mm ), com aço de resistência MPaf yd 400= , e concreto de resistência MPafcd 2085,0 = . Calcular sua capacidade de carga em serviço. Se esta mesma estaca estiver tracionada, qual é a máxima carga a que ela resiste, também em serviço? a- kNNfAAfN ydsccdd 181410)4001414(40010004 3002085,0 3 2 =×+=×+ × ×=+= pi ou tfKNNN f d k 13013004,1 1814 =≅== γ b- Na tração só o aço resiste. Logo, kNfAN ydsd 400−== ou tfkNNk 6,282864,1 400 −=−=−= Diagrama de Interação Momento - Força Normal. Seção Retangular, Armadura Dupla e Simétrica. Aço CA-50, d'/h = 0,10. Taxa Mecânica por Face: wd = (As fyd) / (bh 0,85fcd) 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Força Normal Relativa: Nd / (0,85fcd bh) M o m en to R el at iv o : M d / (0 ,8 5f cd bh ^ 2) wd=1 wd=0.9 wd=0.8 wd=0.7 wd=0.6 wd=0.5 wd=0.4 wd=0.3 wd=0.2 wd=0.1 wd=0 CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 25 Exemplo 5.5.2: Uma estaca quadrada de lado mm300 tem concreto de resistência MPafcd 2085,0 = , e deveria ter seu eixo alinhado com o de um pilar, a que ela dá apoio. Na obra verificou-se que a estaca foi locada indevidamente com uma excentricidade igual a mm30 paralelamente a seu lado. Sendo a força normal atuante igual a kNNd 1080= , verificar se a estaca possui segurança suficiente no ELU. Solução: Sem armadura só o concreto resiste. Logo, 6,0 30020 101080 85,0 2 3 = × × === bhf N cd d dc νν Havendo força normal de compressão, a seção de concreto pode resistir a momento, igual a: 12,0 2 )6,01(6,0 2 )1( = − = − = cc c ννµ ,ou NmmMM dc 63 108,643002012,0 ×=××== , donde a excentricidade máxima possível mmmm N M N M e d d c c 3060 101080 108,64 max 3 6 >= × × === Note-se, ainda que esta excentricidade também é maior do que a mínima exigida para pilares (cf. NBR6118, item 11.3.3.4.3), a saber, mmmhe 24024,030,003,0015,0)03,0015,0(min ==×+=×+= . Logo, a estaca tem segurança suficiente. Entretanto, este cálculo está longe de estimular ou induzir à tolerância de erros na locação de estacas. Problemas deste tipo devem ser minimizados o mais possível. Exemplo5.5.3: Seja, no ELU, uma seção quadrada e vazada, de paredes de mesma espessura, sujeita a flexão composta normal. Os quadrados externo e interno têm lados respectivamente iguais a mm1000 e mm700 . Conhecidas as resistências dos materiais MPaf yd 400= , MPafcd 2085,0 = , o módulo de elasticidade do aço GPaEs 200= , as áreas das armaduras 2 21 5000mmAA ss == , bem como suas distâncias às respectivas bordas da seção mmd 100=′ , pede-se: a – Determinar a profundidade da linha neutra, a qual corta a seção transversal, sabendo-se que a armadura 2 tem alongamento conhecido e igual a 00 0 /1 . CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 26 b – Determinar os esforços sN e sM , no CG da seção transversal, resistidos pela seção metálica. c – Determinar os esforços cN e cM , no CG da seção transversal, resistidos pela seção de concreto. d – Quais são os esforços dN e dM correspondentes ao estado de deformação dado? Qual é a excentricidade da força normal de cálculo? Solução: a- Como a LN está na seção, e a armadura 2 está alongada mas não em escoamento, o domínio só pode ser o 4, onde 5,31 =cε . Logo, xdx sc − −= 21 εε . Somando os numeradores e denominadores xd csc 121 εεε = − , ou x 5,3 900 15,3 = + , donde mmx 700= . b- A armadura superior 1 está em escoamento, pois 23 700 5,3)100700(1 =>=−= yds εε . Logo, os esforços da seção metálica são iguais a (usando a lei de Hooke para a armadura 2) NfAN sdydss 32 101000)1200400(5000)( ×=×−=+= σ NmmdhfAM sdydss 62 101200)100500)](1200(400[5000)5,0)(( ×=−×−−=′−−= σ c- Os esforços na seção de concreto consideram a altura do bloco de tensões mmxy 5608,0 == . Considerando-se a seção vazada como uma seção T de largura da alma igual ao dobro da largura da parede, e separando-se a área do flange fora da alma (área 1) da área da alma (área 2), vem NhbbfN flwflcdc 31 10210015070020)(85,0 ×=××=−= NmmhhNM flcc 6311 105,892)2 150500(102100)5,05,0( ×=−××=−= (no CG da seção) NybfN wcdc 32 1033605603002085,0 ×=××== NmmyhNM cc 63 22 102,739)280500(103360)5,05,0( ×=−××=−= (idem) kNNNN ccc 54603360210021 =+=+= kNmMMM ccc 7,16312,7395,89221 =+=+= CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 27 d- kNNNN scd 646010005460 =+=+= , kNmMMM scd 7,283112007,1631 =+=+= A excentricidade da força normal é igual a m N M e d d 438,0 6460 7,2831 === e situa-se dentro da seção, próxima à borda mais comprimida, dela distando mmm 62062,0438,050,0 ==− . 5.6 Dimensionamento em caso de escoamento simultâneo das armaduras tracionada e comprimida Como se mostrou antes, se o cobrimento das armaduras verificar a condição 7 5,3 ydεδ −≤′ e 204,0≤′δ para o CA-50 é possível o escoamento das duas armaduras, uma em tração, outra em compressão. Tabela 4: Intervalo da força normal onde 021 =+αα Intervalo do cobrimento hd ′=′δ Intervalo da LN Intervalo da força normal minξ maxξ =min,dν min8,0 ξ =max,dν max8,0 ξ yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 096,00 ≤′≤ δ CA-50 yd ydyd ε εδεξ + +′− = 10 )10( min,2 ydε δξ + ′ − = 5,3 )1(5,3 4/3 =2min,,dν yd ydyd ε εδε + +′− 10 )10( 8,0 =4/3max,,dν ydε δ + ′ − 5,3 )1(5,38,0 (5.6.1) (5.6.2) 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε − ≤′≤ − − 204,0096,0 ≤′≤ δ CA-50 ydε δξ − ′ = 5,3 5,3 min,3 ydε δξ + ′ − = 5,3 )1(5,3 4/3 =3min,,dν ydε δ − ′ 5,3 5,38,0 =4/3max,,dν ydε δ + ′ − 5,3 )1(5,38,0 (5.6.3) (5.6.2) Se isto ocorrer, será nula a força resultante na seção metálica, dado que 0)()( 21 =−=+ ydydssdsds ffAA σσ ou 01121 =−=+αα . Conseqüentemente, a força normal solicitante será resistida integralmente pela seção de concreto, e o cálculo da armadura se faz rapidamente, como se mostra a seguir. O intervalo da força normal em que ocorre o escoamento simultâneo das duas armaduras, uma em tração, outra em compressão, está dado na Tabela 4. Se a CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 28 força normal solicitante de cálculo dν estiver no intervalo [ 4/3max,,2min,, ; dd νν ] ou [ 4/3max,,3min,, ; dd νν ], a armadura é calculada considerando-se que cd νν = e 221 =−αα . Logo, da equação (5.4.2) resulta a taxa mecânica da armadura δ ννµ ω ′ − −− = 21 )1(5,0 ddd d (5.6.4) A profundidade da LN é, evidentemente, igual a dνξ 25,1= . Exemplo 5.6.1: Dada a seção retangular de dimensões mmdhb 50/1000/300// =′ , e resistências MPafcd 1785,0 = e MPaf yd 435= (CA- 50), pede-se obter a área da armadura por face, para atuação dos esforços solicitantes kNNd 2280= e kNmM d 25,1895= . A solução é obtida através dos seguintes passos: 1º. Passo: Cálculo dos esforços solicitantes adimensionais. 447,0 100030017 102280 85,0 3 = ×× × == bhf N cd d dν e 372,0 100030017 1025,1895 85,0 2 6 2 =×× × == bhf M cd d dµ 2º. Passo: Cálculo do intervalo do cobrimento. No caso tem-se 05,0 1000 50 ===′ h dδ , valor que é inferior a 096,0 17 5,3 = − − yd yd ε ε (1a. linha da Tabela 4). 3º. Passo: Cálculo do intervalo [ max,min, ; dd νν ]. Da Tabela 4, para 096,0≤′δ tem-se: 163,0 10 )10(8,02min,, = + +′− = yd ydyd d ε εδε ν e 478,0 5,3 )1(5,38,04/3max,, = + ′ − = yd d ε δ ν Como se vê, a força normal solicitante 447,0=dν está neste intervalo, e há, portanto, o escoamento em tração e em compressão das duas camadas de armadura. 4º. Passo: Cálculo da armadura. CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 29 Da Equação (5.6.4) e da definição da taxa mecânica resultam respectivamente: 276,0 05,021 )447,01(447,05,0372,0 21 )1(5,0 = ×− −×− = ′ − −− = δ ννµ ω dddd facemmf fbhA yd cd ds /3236435 171000300276,085,0 2=××== ω A taxa geométrica total é %16,2 1000300 323622 , = × × == bh As totsρ Este valor verifica os extremos exigidos pela NBR 6118-2004, item 17.3.5.3 que são: %4,015,0min,, ≥= yd d tots bhf Nρ e %8max,, =totsρ No valor máximo está incluída a justaposição da armadura em regiões de emenda. Assim, se na seção crítica em exame houver emendas por transpasse, deve-se respeitar o limite %4max,, =totsρ . Exemplo 5.6.2 (proposto): Dada a seção retangular de dimensões mmdhb 60/400/200// =′ , e resistências MPafcd 1785,0 = e MPaf yd 435= (CA- 50), pede-se obter a área da armadura por face, para atuação dos esforços solicitantes kNNd 476= e kNmM d 08,208= . Verificar se a taxa geométrica atende os limites da NBR 6118-2004. Exemplo 5.6.3: Considere-se, no que segue, uma seção retangular, armada simetricamente, de dimensões mmdhb 45/600/250// =′ e resistências MPafck 941,32= e MPaf yd 435= , para a qual se deseja obter pontos notáveis do diagrama de interação. Dada a área de armadura por face, igual a 21500 mmAs = , pede-se obter: a- As forças normais mínima,min,dN , e máxima, max,dN , do intervalo onde a força normal solicitante é resistida exclusivamente pela seção de concreto. Quais são os momentos fletores correspondentes a estas duas forças? b- Obter o par ),( dd MN para a LN mmdhx 45=−= . c- Obter o par ),( dd MN para a LN mmdx 555== . d- Obter os pares ),( dd MN para a LN, respectivamente, igual a ∞+ e ∞− . e- Esboçar o gráfico da função )( dd NM , usando os valores obtidos. CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 30 Solução: Sendo Nbhfcd 31030006002502085,0 ×=××= e Nmmbhfcd 622 1018006002502085,0 ×=××= , vem (a) Com 075,0600/45 ==′δ tem-se 1766,0 07,210 07,2075,0)07,210(8,0min, =+ +− =dν e 4650,0 07,25,3 )075,01(5,38,0max, =+ − =dν . Logo, kNNd 9,52830001766,0min, =×= e kNNd 13953000465,0max, =×= . Os momentos resistentes correspondentes a estas 2 forças normais resultam das contribuições das seções de concreto e metálica. A taxa mecânica vale: faced /2175,0)103000/(43561500 3 =××=ω . Logo; 1766,0min, =dν : 2576,0)075,021(2175,0)1766,01(1766,05,0 =×−×+−×=dµ , kNmM d 7,4632576,01800 =×= 4650,0max, =dν : 3093,0)075,021(2175,0)465,01(465,05,0 =×−×+−×=dµ , kNmM d 7,5563093,01800 =×= . (b) mmx 45= , LN na armadura superior, 01 =α e 12 −=α , e ainda 06,0600/458,0/ =×== hycν : kNNou dd 5,47230001575,01575,0)10(2175,006,0 −=×−=−=−+=ν kNmM ou d d 1,21718001206,0 1206,0)075,05,0)(10(2175,0)06,01(03,0 =×= =−++−=µ (c) mmx 555= , LN na armadura inferior, 11 =α e 02 =α , 74,0600/5558,0/ =×== hycν kNNou dd 5,287230009575,09575,0)01(2175,074,0 =×==−+=ν kNmMou dd 5,33918001886,01886,0)075,05,0)(01(2175,0)74,01(37,0 =×==−++−=µ (d) −∞=x , tração pura: kNNd 130530002175,02 −=××−= , (e) +∞=x , compressão pura: kNNd 430513053000 =+= . Fig. 5.8 0 100 200 300 400 500 600 - 1500 0 1500 3000 4500 M d (kN m ) Nd (kN) Armadura por face=1500 mm2 CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 31 Note-se nesta figura que bastam poucos pontos para ter sua configuração correta. 5.7 Dimensionamento da seção para os casos em que só uma das armaduras está em escoamento. Seção retangular, armadura simétrica, CA-50. 5.7.1 Hipóteses No que segue examinam-se as equações que permitem o dimensionamento da seção fora da faixa em que há escoamento simultâneo das duas armaduras, uma em compressão, outra em tração. Admite-se aço CA-50 e cobrimento 2042,0 7 5,3 = −≤ ′ =′ yd h d εδ . Esta condição garante a existência da faixa em que é nula a soma das forças nas armaduras, ou seja, 01121 =−=+αα . Como se vê na Figura 5.6, a faixa em que 021 =+αα corresponde à zona do plano dos esforços resistentes ),( dd µν delimitada pelas retas verticais cted =min,ν e cted =4/3max,,ν . Esta última é a reta que separa os domínios 3 e 4, a primeira pode situar-se no domínio 2 ou no 3, conforme seja yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 ou 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε − ≤′≤ − − , respectivamente. Ver a Tabela 4, repetida a seguir. O dimensionamento para a força normal solicitante situada dentro dessa faixa, i.e., 4/3max,,3min,,2min,, dddd ou νννν ≤≤ foi mostrado no item 5.6. O dimensionamento fora dessa faixa fica facilitado se forem traçadas no plano ),( dd µν as retas que separam os domínios 1 e 2, os domínios 2 e 3 (neste caso, a reta é necessária só para 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε − ≤′≤ − − , ver adiante), e os domínios 4 e 5. Com esta separação, ao localizar no plano o ponto correspondente aos esforços solicitantes ),( dd µν que atuam na seção a ser dimensionada, sabe-se o intervalo onde deve ser procurada a linha neutra. Note-se que a separação entre os domínios 3 e 4 é dada pela reta vertical cted =4/3max,,ν , já determinada na Tabela 4. CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 32 Tabela 4: Intervalo da força normal onde 021 =+αα Intervalo do cobrimento hd ′=′δ Intervalo da LN Intervalo da força normal minξ maxξ =min,dν min8,0 ξ =max,dν max8,0 ξ yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 096,00 ≤′≤ δ CA-50 yd ydyd ε εδεξ + +′− = 10 )10( min,2 ydε δξ + ′ − = 5,3 )1(5,3 4/3 =2min,,dν yd ydyd ε εδε + +′− 10 )10( 8,0 =4/3max,,dν ydε δ + ′ − 5,3 )1(5,38,0 (5.6.1) (5.6.2) 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε − ≤′≤ − − 204,0096,0 ≤′≤ δ CA-50 ydε δξ − ′ = 5,3 5,3 min,3 ydε δξ + ′ − = 5,3 )1(5,3 4/3 =3min,,dν ydε δ − ′ 5,3 5,38,0 =4/3max,,dν ydε δ + ′ − 5,3 )1(5,38,0 (5.6.3) (5.6.2) 5.7.2 Retas )( dd νµ de separação dos domínios Os valores da profundidade da LN que separam os domínios estão dados na Tabela 1. As equações de equilíbrio (5.2.1b) e (5.2.2b) para o concreto e (5.3.1b) e (5.3.2b) para o aço, bem como as respectivas somas serão usadas a seguir, para cada caso particular. Estas retas são obtidas, isolando-se da equação da força normal a taxa mecânica da armadura, e inserindo-a na equação do momento fletor. Como a profundidade da LN, h x =ξ , da divisa em questão é conhecida, tem-se a deformação limite correspondente, bem como todo o estado de deformação. Logo, têm-se as tensões (relativas) nas armaduras. Com isto, o momento fletor depende linearmente apenas da força normal, como se mostra a seguir. Note-se, de novo, que para o cobrimento obedecendo à condição 7 5,3 yd h d εδ −≤′=′ , igual a 2042,0=′=′ h dδ para o CA- 50, sempre haverá, fora daquela faixa, apenas uma armadura em escoamento. Nos domínios 1, 2 e 3 escoa apenas a armadura 2 (em tração), donde 122 −== yd sd f σ α . Nos domínios 4 e 5, ao contrário, escoa apenas a armadura 1 (em compressão), donde 111 == yd sd f σ α . Para a armadura que não escoa vale a lei de Hooke, na forma: 2,1, === if yd sdi yd sdi i ε εσ α , onde 0>= s yd yd E f ε . CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 33 (a) Domínios 1 e 2 Com 02/1 =ξ , 0== cc µν , 122 −== yd sd f σ α , 1 1 10 1 −≥ ′− ′ −= δ δ ε α yd , ou seja, 11 ≤α , resulta a reta que separa os domínios 1 e 2: )21)( 1 1( 2 1 1 2/1, δα ανµ ′− − + = d d , com 11 10 1 −≥ ′− ′ −= δ δ ε α yd e 00704,2 210 15,1 500 103 >=== s yd yd E f ε (5.7.1) Esta reta passa a ser 02/1, =dµ , coincidente com o eixo horizontal dν , para 11 −=α , o que se dá para 1715,010 = + ≥′ yd yd ε εδ . Isto significa tração pura. Ver a Tabela 5. (b) Domínios 2 e 3 Tendo em vista que a faixa em que há escoamento simultâneo das armaduras em compressão e tração depende da faixa em que se situa o cobrimento, cf. a Tabela 4, é preciso considerar dois casos, mostrados a seguir. (b1) yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 ou 096,00 ≤′≤ δ para o CA-50 Nesta faixa de cobrimento, cf. mostra a Tabela 3c, ambas as armaduras estão em escoamento, com 11 =α e 12 −=α . Logo, a reta que separa os domínios 2 e 3 é vertical,e está contida na faixa em que 021 =+αα . Esta reta é dada por: cted =′−=′−×== )1(5,13 8,2)1( 5,13 5,38,08,0 3/23/2, δδξν , sendo yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 (5.7.2a) Dentro das hipóteses do cobrimento e aço CA-50, esta reta não tem utilidade, justamente por situar-se na faixa em que 021 =+αα , e a comparação se faz com 2min,dν , ao invés de 3/2,dν . Logo, se para a força normal solicitante e para o cobrimento valerem as desigualdades 2min,dd νν < e yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 34 tem-se o domínio 2, se 2/1,dd µµ > , ou o domínio 1, se 2/1,dd µµ ≤ . Notar que a força normal solicitante dν pode ser positiva ou negativa. (b2) 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε −≤′< − − ou 204,0096,0 ≤′≤ δ para o CA-50 Nesta faixa de cobrimento, a reta anterior deixa de ser vertical para o caso em que 3min,dd νν ≤ . Assim, tem-se: )1( 5,13 5,3 3/2 δξ ′−= , )1(2,8,0 3/2, 3/2, 3/2,3/23/2, c c cc ν νµξν −== , )(5,3 3/2 3/21 1 ξ δξ εε ε α ′ − == ydyd s , mas 11 ≤α , 122 −== yd s f σ α . Com estes dados, resulta a reta que separa os domínios 2 e 3: )21)( 1 1( 2 )( 1 13/2, 3/2,3/2, δα αννµµ ′− − +− += cdcd com )1( 5,13 5,3 3/2 δξ ′−= e )(5,3 3/2 3/21 1 ξ δξ εε ε α ′ − == ydyd s e 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε −≤′< − − (5.7.2b) (c) Domínios 3 e 4 Esta reta é vertical e, cf. a Tabela 4, é dada pela equação: cte ydyd dd = + ′− = + ′− == ε δ ε δ νν 5,3 )1(8,2 5,3 )1(5,38,04/3max,4/3, (5.7.3) (d) Domínios 4 e 5 Neste caso, valendo a condição 7 5,3 yd h d εδ −≤′=′ , igual a 2042,0≤′=′ h dδ para o CA-50, tem-se: yd cch x ε δ ααµνξ ′====== 5,3,1,08,0,8,0,1 215/4 . Logo, a reta é: )21)( 1 1( 2 )8,0(08,0 2 2 5/4, δα ανµ ′− + −− += dd com ydε δ α ′ = 5,3 2 (5.7.4) CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 35 5.7.3 Equações para o dimensionamento fora da faixa ),(),(),( 4/3max,,3min,,4/3max,,2min,,max,min, dddddd ou νννννν = Dado o par de esforços solicitantes ),( dd µν , correspondente a um ponto no plano dos esforços resistentes, compara-se a força normal com os valores extremos da faixa ),( max,min, dd νν em que há escoamento simultâneo das duas armaduras, uma em compressão, outra em tração. Se min,dd νν < , a solução está no domínio 1, ou 2, ou 3, e a armadura 1 não escoa em compressão. Se max,dd νν > , a solução está no domínio 4 ou 5, e a armadura 2 não escoa em tração (exceto no fim do domínio 5, para ∞→ξ e com a aproximação 2=ydε para o CA-50). Para saber em qual domínio a solução deve ser procurada, insere-se a força normal solicitante dν em uma das equações (5.7.1) a (5.7.4) e comparam-se os momentos da divisa e solicitante. Desta comparação resulta o domínio e, mais precisamente, a faixa da LN onde se deve procurar a resposta. Além disso, deve-se verificar, para força normal de compressão, se a força dν , identificada com cν , leva à condição para o momento resistente )1(2 d d d ν νµ −≤ . Se esta desigualdade ocorrer, isto significa que a armadura é nula, pois a seção de concreto apenas resiste aos esforços solicitantes. Valendo a igualdade, a profundidade da LN resulta igual a dνξ 25,1= . Valendo a desigualdade, a seção é superabundante e, portanto, não atinge o ELU, mesmo sem armadura. Na realidade, do ponto de vista construtivo, haverá sempre uma armadura, ainda que mínima, para caracterizar a seção como concreto armado. A seguir, indicam-se os caminhos para cada caso fora da mencionada faixa. (a) 0<dν (tração) e )21)(1 1( 2 1 1 2/1, δα ανµµ ′− − + =≤ ddd , Equação (5.7.1) Note-se na equação de 2/1,dµ que, sendo 11 10 1 −≥ ′− ′ −= δ δ ε α yd um valor negativo (tração, na divisa dos domínios 1 e 2), o seu coeficiente angular é negativo e a reta parte da origem, donde 0<dν para que 02/1, >dµ . Neste caso, o domínio é o 1 e só a seção metálica resiste aos esforços solicitantes. Tirando-se a taxa dω da equação do momento fletor e substituindo-a na da força normal, obtém- se a equação que leva ao valor da tensão relativa na armadura 1, ou seja, 1α , valor que determina a profundidade da LN. ) 1 1( 21 2 1 1 + − ′ − = α α δ µ ν dd ou )1 1(1 A A − + =α onde d dA µ δν 2 )21( ′− = (5.7.5) CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 36 com ) 1 (101 ξδ δξ ε α − ′ − ′− = yd . (Não confundir com o valor 1 1 10 1 −≥ ′− ′ −= δ δ ε α yd da divisa). Determinado 1α , volta-se à equação da força normal para obter a taxa mecânica referente a uma camada da armadura: 11 − = α ν ω dd (5.7.6) Como se vê, é desnecessário calcular a LN. Note-se, ainda, que esta equação contém a solução para tração pura, quando então 2 11 dde ν ωα −=−= . (b) 2min,,dd νν < e )21)(1 1( 2 1 1 2/1, δα ανµµ ′− − + => ddd Neste caso, como a força normal é inferior a 2min,,dν , valor que ocorre se o cobrimento verificar a desigualdade yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 , a procura da LN se dá apenas no domínio 2, igualmente pela equação da força normal, após tirar dω da do momento fletor, notando-se que o concreto também participa da resistência da seção. Assim, tem-se: ) 1 1)( 21 (2 1 1 + − ′ − − += α α δ µµ νν cdcd (5.7.7) com ) 1 (101 ξδ δξ ε α − ′ − ′− = yd , ξν 8,0=c e )1(2 c c c ν νµ −= funções de ξ . Resolvida esta equação (cúbica) em ξ , a taxa mecânica da armadura resulta igual a: 11 − − = α νν ω cdd (5.7.8) (c) 3min,,dd νν < , )21)(1 1( 2 1 1 2/1, δα ανµµ ′− − + => ddd e 3/2,dd µµ < (Eq. (5.7.2)) Esta comparação já se dá para o cobrimento na faixa 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε −≤′< − − . Este caso é resolvido como o anterior, pois o domínio é o 2 também. A comparação CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 37 do momento solicitante com 2/1,dµ é desnecessária se a força normal for compressão, i.e., se 0>dν . (d) 3min,,dd νν < e 3/2,dd µµ ≥ (Eq. (5.7.2)) Dadas estas condições, e ainda 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε −≤′< − − , o domínio é o 3. Alteram-se, portanto, as equações de compatibilidade. Sendo 12 −=α , os demais termos da Equação (5.7.7), funções de ξ , são: )(5,31 ξ δξ ε α ′− = yd , ξν 8,0=c e )1(2 c c c ν νµ −= Da mesma forma, a taxa mecânica é obtida de (5.7.8). (e) 4/3max,,dd νν > e 5/4,dd µµ ≥ (Eq. (5.7.4)) Neste caso, o domínio é o 4, e 11 =α , ) 1(5,32 ξ δξ ε α ′+− = yd , ξν 8,0=c e )1( 2 c c c ν νµ −= . ) 1 1)( 21 (2 2 2 α α δ µµ νν − + ′ − − += cdcd (5.7.9) Resolvida esta equação, obtém-se ξ . Deste valor resultam 2, αν c , e pode-se calcular a taxa mecânica da armadura: 21 α νν ω + − = cd d(5.7.10) (f) 4/3max,,dd νν > e 5/4,dd µµ < (Eq. (5.7.4)) Tem-se agora o domínio 5, e muda apenas a tensão relativa na armadura 2, que passa a ser ) 7 3( 2 2 − − = ξ δξ ε α yd . Observe-se, porém, que 18,0 ≤= ξν c e )1( 2 c c c ν νµ −= . Se ocorrer 25,1≥ξ tem-se 1=cν e 0=cµ . Com estas alterações, pode-se usar as Equações (5.7.9) e (5.7.10). CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 38 Lembre-se que, em caso de força normal de compressão no intervalo 10 ≤< dν , é preciso verificar se a seção de concreto apenas resiste às solicitações, com o que a armadura seria teoricamente nula, como já se disse. A solução no domínio 5 fica facilitada se for usada a reta )( dd νµ correspondente a 25,1=ξ . Para esta profundidade relativa da LN tem-se 11 =α , ) 41( 23 14 2 ydε δ α ′+ = , 1=cν , 0=cµ , donde, usando a (5.7.9): ) 2 21)( 1 1)(1( 2 2 25,1, δ α α νµ ξ ′ − + − −= = dd (5.7.10) A seguir, dão-se exemplos das retas que separam os domínios para dois cobrimentos relativos: 15,005,0 e h d = ′ =′δ . Ver a Tabela 5 e as Figuras 5.9 e 5.10. Tabela 5: Retas de separação dos domínios, aço CA-50 0704,2210 15,1 500 ==ydε yd yd h d ε εδ − −≤ ′ =′≤ 17 5,30 7 5,3 17 5,3 yd yd yd h d εδ ε ε −≤ ′ =′< − − Limites 0 05,0 096,009576,0 ≅ 10,0 15,0 20,0 2/1 dd νµ 5,02/1, −= dd νµ 2676,02/1, −= dd νµ 1307,02/1, −= dd νµ 1206,02/1, −= dd νµ 0279,02/1, −= 02/1, =dµ (*) 3/2 2074,03/2, =dν (**) 1970,03/2, =dν (**) 1875,03/2, =dν (**) d d ν µ 1294,23 3934,43/2, − = d d ν µ 1712,1 2791,03/2, − = d d ν µ 3386,0 1254,03/2, − = 4/3 5027,04/3, =dν 4775,04/3, =dν 4545,04/3, =dν 4524,04/3, =dν 4273,04/3, =dν 4021,04/3, =dν 5/4 d d ν µ 5,0 32,05/4, + −= d d ν µ 3799,0 2239,05/4, + −= d d ν µ 2916,0 1533,05/4, + −= d d ν µ 2843,0 1475,05/4, + −= d d ν µ 2084,0 0867,05/4, + −= d d ν µ 1484,0 0387,05/4, + −= (*) 02/1, =dµ para 1715,0≥′=′ h dδ . (**) Nestes casos usar a comparação de dν com 2min,dν , e não com 3/2,dν . CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 39 Fig. 5.9 CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 40 Fig. 5.10 CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 41 5.7.8 Exemplos Mostram-se a seguir a aplicação das equações anteriores, exemplificando o dimensionamento da seção nos domínios 1 a 5, mas fora da faixa ),( 4/3max,,2min,, dd νν se yd yd ε εδ − − ≤′≤ 17 5,30 ou 096,00 ≤′≤ δ ou ),( 4/3max,,3min,, dd νν se 7 5,3 17 5,3 yd yd yd εδ ε ε − ≤′≤ − − ou 204,0096,0 ≤′≤ δ O aço é sempre o CA-50 e o concreto tem resistência MPafck 20= . A seção considerada nos exemplos tem dimensões mmddhb ′=′ /1000/200// . Exemplo 5.7.8.1: Dados 05,0=′=′ h dδ , kNNd 57,728−= (tração), kNmM d 14,182= , resultam os adimensionais: 30,0 1000200143,12 1057,728 85,0 3 −= ×× ×− == bhf N cd d dν 075,0 1000200143,12 1014,182 85,0 2 6 2 =×× × == bhf M cd d dµ Na divisa dos domínios 1 e 2, tem-se 12542,0 1 10 1 −≥−= ′ − ′ −= δ δ ε α yd , e 080,0)30,0(2676,02676,0)21)( 1 1( 2 1 1 2/1, =−×−=−=′− − + = d d d νδα ανµ Como 080,0075,0 <=dµ o domínio é o 1. Da equação (5.7.5), isola-se ) 1 (101 ξδ δξ ε α −′− ′− = yd . Com 80,1 075,02 90,030,0 2 )21( −= × ×− = ′ − = d dA µ δν , obtém-se: 2857,0 80,11 80,11) 1 1(1 −= + − = − + = A A α Com ) 1 (101 ξδ δξ ε α −′− ′− = yd , pondo 0592,0 10 1 −== ydB εα , obtém-se a posição da LN (note-se que este cálculo serve apenas para conferência, e não influi na determinação da armadura): 0066,0 10592,0 05,095,00592,0 1 )1( −= +− +×− = + ′+′− = B B δδξ Da Equação (5.7.6), resulta a taxa mecânica: CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 42 233,0 12857,0 30,0 11 = −− − = − = α ν ω dd , donde menorfacemmAs /3,1303 15,1 500 143,121000200233,0 2=××= . O cálculo feito pode ser rapidamente conferido, observando-se que, dada a excentricidade da força aplicada, igual a m N M e d d 25,0== , a resultante dista mdhe 70,045,025,0)5,0( =+=′−+ da armadura 1 e mdhe 20,045,025,0)5,0( =+−=′−+− da armadura 2. Logo, a força e a área da armadura 2, a única em escoamento, valem: 2 3 22 33,1303 15,1 500 10666,566 ,666,566 90,0 70,057,728 mmAkNN s = − ×− =−= × −= . Esta área é a mesma da armadura 1, por causa da simetria imposta à armadura. Como a força na armadura 1 é menor que o valor kNN 66,5662 = , sua tensão, para a mesma área da armadura 2, terá que ser menor também. De fato: MPakNN s 22,12433,1303 10904,161 ,904,161 90,0 20,057,728 3 11 −= ×− =−= × −= σ Portanto, 2857,0 15,1 500 22,12411 1 −=−=== yd s yd s f σ ε ε α Como se vê, o resultado está correto. Exemplo 5.7.8.2: Dados 05,0=′=′ h dδ , kNNd 29,364= (compressão), kNmM d 42,546= , resultam os adimensionais: 15,0 1000200143,12 1029,364 85,0 3 = ×× × == bhf N cd d dν 225,0 1000200143,12 1042,546 85,0 2 6 2 =×× × == bhf M cd d dµ Sendo 1635,0 10 )10(8,015,0 2min,, = + +′− =<= yd ydyd dd ε εδε νν tem-se, portanto, o domínio 2, pois a força normal é compressão (para comparar dµ e 2/1,dµ seria necessário que a força fosse tração, 0<dν ). Neste CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 43 caso, o concreto passa a colaborar. Inserindo ξ ξ ξδ δξ ε α − − = − ′ − ′− = 95,0 05,083,4) 1 (101 yd , ξν 8,0=c e )1(2 c c c ν νµ −= em (5.7.7), resulta a equação que permite obter a profundidade da LN: ) 1 1)( 9,0 225,0(215,0 1 1 + −− += α αµ ν cc Procura-se ξ no intervalo )20437,0;0();0( min,2 =ξ de modo que o segundo membro desta equação iguale 15,0 , a menos de um erro, p.ex., 0001,0 . Ver a tabela seguinte. ξ )1 1)( 9,0 225,0(2 1 1 º.2 + −− += α αµ νν ccmembro membroerro º.215,0 ν−= 18,0 1071,0 0429,0 19,0 1312,0 0188,0 20,0 1539,0 0039,0− 198,0 1495,0 0005,0 1982,015,014993,0 ≅ 00007,0 Com o valor de 1982,0=ξ resultam: 95212,0 95,0 05,083,41 = − − = ξ ξ α , 1586,0=cν e 0667,0=cµ , e a taxa 1788,0195212,0 1586,015,0 11 = − − = − − = α νν ω cdd , donde a área por face menor: menorfacemmAs /68,998 15,1 500 143,1210002001788,0 2=××= Confere-se a solução através das equações de equilíbrio: kNNs 42,4131015,1 50095212,068,998 31 =×××= − kNNc 07,38510)2,1988,0(200143,12 3 =××××= − kNNs 21,4341015,1 50068,998 32 −=××−= − kNkNNd 28,36421,43407,38542,41329,364 =−+≅= CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 44 kNmkNmM d 44,543)1982,04,050,0(07,38545,0)21,43442,413(42,546 =×−×+×+≅= Exemplo 5.7.8.3: Dados 15,0=′=′ h dδ , kNNd 14,607= (compressão), kNmM d 84,1092= , resultam os adimensionais: 25,0 1000200143,12 1014,607 85,0 3 = ×× × == bhf N cd d dν e 45,01000200143,12 1084,1092 85,0 2 6 2 =×× × == bhf M cd d dµ Sendo 2938,0 5,3 5,38,025,0 3min,, = − ′ =<= yd dd ε δ νν , na divisa dos domínios 2 e 3, com 22037,0)1( 5,13 5,3 3/2 =′−= δξ , 53982,01 10 3/2 3/21 1 = − ′ − ′− == ξδ δξ εε ε α ydyd s , obtém-se: 07261,0)1( 2 ,1763,08,0 3/2, 3/2, 3/2,3/23/2, =−=== c c cc ν νµξν , 122 −== yd s f σ α . De (5.7.2), vem: 01371,07,0) 46018,0 53982,1)( 2 1763,025,0(07261,0)21)( 1 1( 2 )( 1 13/2, 3/2,3/2, −=× − − +=′− − +− += δ α αννµµ cdcd Ver na Tabela 5 esta mesma reta: 01371,025,01712,12791,03/2, −=×−=dµ Como 01371,045,0 3/2, −=>= dd µµ , tem-se o domínio 3. Com as seguintes funções de ξ : )(5,31 ξ δξ ε α ′− = yd , ξν 8,0=c e )1(2 c c c ν νµ −= , usa-se a (5.7.7) ) 1 1)( 21 (2 1 1 + − ′ − − += α α δ µµ νν cdcd A profundidade relativa da LN deve ser procurada no intervalo )3672,0 5,3 5,3 ,2204,0 5,13 )1(5,3( min,33/2 = − ′ == ′ − = ydε δξδξ . Ver a tabela seguinte: ξ )1 1)( 7,0 45,0(2 1 1 º.2 + −− += α αµ νν ccmembro membroerro º.225,0 ν−= 30,0 1540,0 0960,0 33,0 2231,0 0269,0 35,0 2627,0 0127,0− 345,0 2532,0 0032,0− 3433,0 25,024995,0 ≅ 00005,0 512,051184,0 195186,0 27464,025,0 11 ≅= − − = − − = α νν ω cdd CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 45 menorfacemmAs /2859 15,1 500 143,12100020051184,0 2=××= Conferindo o equilíbrio, tem-se: kN kNNd 14,60704,124398,66620,1183 10] 15,1 5002859)3,3438,0(200143,12 15,1 50095186,02859[14,607 3 =−+ =××−×××+××≅= kNmkNmM d 1,1091)]3433,04,05,0(98,66635,0)04,124320,1183[(84,1092 =×−×+×+≅= Exemplo 5.7.8.4: Dados 15,0=′=′ h dδ , kNNd 43,1821= (compressão), kNmM d 84,1092= , resultam os adimensionais: 75,0 1000200143,12 1043,1821 85,0 3 = ×× × == bhf N cd d dν 45,0 1000200143,12 1084,1092 85,0 2 6 2 =×× × == bhf M cd d dµ Sendo 4273,0 5,3 )1(5,38,075,0 4/3max,, = + ′ − =>= yd dd ε δ νν e de (5.7.4), com 2536,05,32 = ′ = ydε δ α , obtém-se na divisa dos domínios 4 e 5: 45,00696,02084,00867,0)21)( 1 1( 2 )8,0(08,0 2 2 5/4, =<=+−=′−+ −− += dd d d µνδα ανµ Logo, o domínio é o 4, e a LN deve ser procurada no intervalo )1;5341,0 5,3 )15,01(5,3( 5/44/3 == + − = ξ ε ξ yd . Com 11 =α , ) 1(5,32 ξ δξ ε α ′+− = yd , ξν 8,0=c e )8,01(4,0 ξξµ −=c , usa-se a (5.7.9) para obter a profundidade relativa da LN. Ver a tabela seguinte. CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 46 ξ )1 1)( 21 45,0(2 2 2 º2, α α δ µ νν − + ′ − − += ccmembrod membroderro º.2,75,0 ν−= 60,0 6412,0 1088,0 80,0 4138,1 6638,0− 65,0 8133,0 0633,0− 63,0 7432,0 0068,0 6325,0 7519,0 0019,0− 632,0 75,07501,0 ≅ 0001,0− Obtido o valor ξ , dele resultam 2, αν c , e pode-se calcular a taxa mecânica da armadura de (5.7.10): 5863,0 5831,01 5056,075,0 1 2 = − − = + − = α νν ω cdd menorfacemmAs /6,3274 15,1 500 143,1210002005863,0 2=××= Conferindo o equilíbrio, tem-se: kN kNNd 42,182120,83088,122774,1423 10] 15,1 5005831,06,3274)6328,0(200143,12 15,1 5006,3274[43,1821 3 =−+ =×××−×××+×≅= − kNmkNmM d 41,1092)]632,04,05,0(88,122735,0)20,83074,1423[(84,1092 =×−×+×+≅= Notar que 094,0)75,01( 2 75,0)1( 2 45,0 =−=−>>= ddd ν νµ , ou seja, a seção de concreto simples (sem armadura) evidentemente não resiste às solicitações dadas. Exemplo 5.7.8.5: Dados 15,0=′=′ h dδ , kNN d 2550= (compressão), kNmM d 315= , dimensionar a mesma seção anterior. Adimensionais: 05,1 1000200143,12 102550 3 = ×× × =dν , 1297,01000200143,12 10315 2 6 = ×× × =dµ Da Tabela 5 obtém-se a reta de separação dos domínios 4 e 5: 13212,005,12084,00867,05/4, =×+−=dµ > 1297,0=dµ CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 47 O domínio é o 5. Para determinar com mais precisão o intervalo da LN, calcula- se de (5.7.10) a reta para 25,1=ξ . Com 15,0=′δ , aço CA-50, 4704,0)41( 23 14 2 = ′+ = ydε δ α : 0063,0)1(12606,025,1, =−== dd νµ ξ 1297,0=< dµ Desta inequação conclui-se que o intervalo da LN é )25,1;1( 5/4 == ξξ . Usando a (5.7.9), com as seguintes funções de ξ , a saber, )8,01(4,0,8,0 ξξµξν −== cc , ) 7 3 85,0(22 − − = ξ ξ ε α yd , obtém-se a Tabela seguinte: ξ )1 1)( 21 (2 2 2 º2, α α δ µµ νν − + ′ − − += cdcmembrod membroerro º.205,1 ν−= 1 03851,1 01149,0 1,1 34659,1 29659,0− 05,1 17973,1 12973,0− 02,1 0921,1 0421,0− 01,1 06484,1 01484,0− 005,1 05156,1 00156,0− 0044,1 05,104998,1 ≅ 00002,0 Para 0044,1=ξ resultam 07894,0,80352,0 == cc µν , 25902,0) 7 3 85,0(22 = − − = ξ ξ ε α yd . A taxa mecânica da armadura e a respectiva área da armadura por face menor são: 19577,0 25902,01 80352,005,1 1 2 = + − = + − = α νν ω cdd menorfacemmAs /52,1093 15,1 500 143,1210002001958,0 2=××= Confere-se o equilíbrio: kN kNNd 25504,1951)149,123445,475( 10)]4,10048,0(200143,12 15,1 500)25902,01(52,1093[2550 3 =++ =××××+×+≅= − CTU-Estruturas 6 TRU 006 Concreto Estrutural I Prof. Roberto Buchaim 48 kNmkNmM d 315)]0044,14,05,0(4,195135,0)149,123445,475[(315 =×−×+×−≅= OK. Exemplo 5.7.8.6: Dados 15,0=′=′ h dδ , kNN d 71,3885= (compressão), kNmM d 5,157= , dimensionar a mesma seção anterior. Adimensionais: 60,1 1000200143,12 1071,3885 3 = ×× × =dν , 06485,01000200143,12 105,157 2 6 = ×× × =dµ Da Tabela 5 obtém-se a reta de separação dos domínios 4 e 5: 2467,060,12084,00867,05/4, =×+−=dµ > 06485,0=dµ : domínio 5 Para determinar com mais precisão o intervalo da LN, calcula-se de (5.7.10) a reta para 25,1=ξ . Com 15,0=′δ , aço CA-50, 4704,0)41(
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