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LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 1 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Introdução Tanto indivíduos como a sociedade precisam tomar uma série de decisões econômicas, de forma a conciliar o uso dos recursos escassos com as infinitas necessidades e desejos. É importante estudar Economia para entender o mundo que nos cerca e as escolhas necessárias que fazemos e perceber o objeto do estudo da Economia. Economia é: “uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade escolhem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e os grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas da melhor maneira possível” Para satisfazer o maior número dessas necessidades, a sociedade conta com recursos ou fatores de produção como: Terra; Trabalho; Capital. Desejos de consumo da sociedade Objetivando apenas em nós, seres humanos, as necessidades representam os desejos de consumo da sociedade. Observa-se que são ilimitadas e diversificadas. De um modo geral, quando as necessidades básicas (alimentação, moradia, vestuário) são atendidas, o indivíduo passa a ter outras como educação, lazer, melhoria do seu padrão de vida (maior casa, melhores roupas, automóvel etc.). A definição de Economia sugere que existem dois lados a serem conciliados. A disponibilidade de cursos produtivos escassos; As necessidades humanas ilimitadas. As questões econômicas fundamentais, escassez e necessidades A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os chamados “problemas econômicos fundamentais”: O que e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir? Como já foi dito, essas questões só existem porque há escassez e necessidades a serem atendidas. O modo como as sociedades tentam resolver os problemas econômicos fundamentais dependendo da forma que cada país organiza sua economia, ou seja, do sistema econômico. Um sistema econômico pode ser definido da seguinte maneira: “Forma política, social e econômica pela qual está organizada a sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e no bem- estar”. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 2 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Problemas econômicos fundamentais A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os chamados “problemas econômicos fundamentais”: O que e quanto produzir – a sociedade terá que escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais os produtos a serem produzidos e em que quantidades. Como produzir – a sociedade terá que escolher quais os recursos ou fatores de produção serão utilizados para gerar os produtos e que tecnologia utilizar. Para quem produzir – a sociedade deverá decidir o mercado consumidor se pretende atingir. Grupos de sistemas econômicos De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos. Sistema econômico planificado ou centralizado: Organizado diretamente por uma agencia de Estado, onde tudo e qualquer planejamento das condições econômicas esta vinculado diretamente com as decisões desta entidade e onde os meios de produção pertencem, de uma maneira geral, a ela. Sistema econômico capitalista ou de mercado: O funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. Fatores de Produção e Agentes econômicos Pela existência da escassez dos fatores ou recursos de produção, a produção total de um país tem um limite máximo, ou seja, há uma produção potencial quando todos os recursos disponíveis estão empregados. Precisamos de um modelo que de forma simplificada, mas suficientemente exata, represente esses dilemas na alocação de recursos, incorporando, necessariamente as noções de eficiência e de crescimento em um sentido econômico. A curva de possibilidades de produção é que nos permite conhecer e operar, em bases simplificadas, um modelo que retrate essas condições, e o custo de oportunidade, ou custo da escolha, ou custo alternativo. Para entender o funcionamento do sistema econômico há necessidade de analisar os fluxos reais e monetários assim como os agentes econômicos e os fatores de produção. Consideram-se fatores de produção os meios disponíveis para se gerar os produtos que a sociedade necessita. Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção. Outra característica é a versatilidade, significando que um mesmo fator de produção possui a capacidade de poder ser utilizado em vários processos produtivos. Fator de produção terra ou recursos naturais: Tratam-se das reservas naturais; LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 3 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Fator de produção trabalho: A parcela da população apta a desenvolver uma atividade econômica é considerada de fator trabalho. Fator de produção capital: Vem a ser o somatório de construções, máquinas e equipamentos. Isso significa dizer que é considerado como fator de produção capital de uma economia as suas disponibilidades para a geração de novas riquezas. Fator de produção capacidade tecnológica: O conjunto de conhecimentos e habilidades que uma sociedade possui. Fator de produção capacidade empresarial: Vem a ser a capacidade de organizar o fluxo de produção, ou seja, a capacidade de gestão. Em última análise, é a forma de administrar da melhor maneira possível a utilização dos quatro primeiros fatores de produção no processo produtivo. Custo de Oportunidade Sempre que escolhemos produzir determinado bem devemos abrir mão de recursos que poderiam ser empregados na produção de outros bens, significando o custo de oportunidade na produção de um bem. Curva de Possibilidades de Produção Deslocamento “para fora”: O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma escolha, nem ao custo da produção do que foi escolhido, mas corresponde ao que se deixou de ter ou ao sacrifício do que se deixou de produzir ao se fazer determinada escolha. Esse dilema nas escolhas é representado pela Curva de Possibilidades de Produção (ou Curva de Transformação da Produção). A curva é um bom exemplo de um modelo utilizado para, de forma simplificada, representar a realidade. Essa curva, que é uma representação simplificada de uma economia, é sempre côncava e, em cada eixo, há um produto. Deslocamento “para dentro”: Havendo menor produtividade ou disponibilidade, o deslocamento é para a esquerda (“para dentro”). Sempre para se produzir mais de um produto é necessário se produzir menos de outro, até a situação limite em que toda a capacidade produtiva da economia está voltada para a produção de apenas um produto. Fluxo circular de renda e produção A contrapartida da utilização dos fatores de produção no processo produtivo é sua remuneração. No caso do trabalho, a contrapartida são os salários, e no caso do capital são os lucros. História do Pensamento Econômico Há um consenso em que a teoria econômica foi sistematizada, em 1776, com Adam Smith. As duas principais ideias de Adam Smith permanecem no debate econômico atual: a “mão invisível” e a “divisão de trabalho”. Mão Invisível: Segundo Adam Smith, somos todos individualistas e procuramos, no mundo econômico,sempre o que é melhor para nós. Só que ao fazer isso, como que guiados por uma mão invisível, estamos contribuindo para o melhor LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 4 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA da sociedade. Ou seja, imagine a costureira, ela fará a melhor costura possível; assim como o padeiro fará o melhor pão. No final das contas, a sociedade terá a melhor costura e o melhor pão, pelo melhor preço. A ideia de Smith era a menor intervenção do governo na economia, mas não uma ausência de governo. O governo tinha um papel importante, por exemplo, nas áreas sociais e de infraestrutura. Divisão do Trabalho: Traz a especialização, uma maior produção por trabalhador (maior produtividade) e, consequentemente, o barateamento do produto, pois se produz mais com o mesmo número de trabalhadores. O crescimento do mercado é o que impulsiona a especialização. O trabalho de Adam Smith foi aperfeiçoado pelo discípulo David Ricardo. A maior contribuição de Ricardo à teoria econômica foi provavelmente a teoria das vantagens comparativas, apresentada no livro Princípios de Economia política e tributação. Para Ricardo, o país deveria se especializar no produto em que tem mais vantagens comparativas. O que significa isso? Um país tem vantagem comparativa em um produto, quando o outro, com quem compete, tem alto custo de oportunidade ao fabricar produto, mesmo sendo mais eficiente na produção. A Economia Neoclássica Podemos destacar como o principal economista da corrente neoclássica, Alfred Marshall (1842-1924). Ele escreveu o livro Princípios de Economia, que foi a base conceitual fundamental da Microeconomia nas suas fórmulas matemáticas e apresentação gráfica. Escola Keynesiana O destaque é para John Maynard Keynes (1883-1946), citado como o criador da Macroeconomia. Na sua obra, Teoria geral do emprego, juro e moeda, ele criticava o pensamento dominante da época, a Lei de Say. Para essa “lei”, toda oferta gera sua demanda. Para Keynes, a demanda da economia é composta pelo consumo das famílias, o investimento e os gastos do governo, em uma economia fechada. Em épocas de recessão, caberia ao governo gerar a demanda através de gastos públicos. Divisões da Economia Microeconomia: Analisa o comportamento individual das unidades econômicas. Macroeconomia: Analisa o funcionamento da Economia como um todo, de um país. Realiza uma visão simplificada e abstrata da Economia. Sistemas Econômicos Sistema econômico capitalista ou de mercado o O funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, predominando a livre-iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 5 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Sistema econômico centralizado ou planificado o Organizado diretamente por uma agência de Estado, onde todo e qualquer planejamento das condições econômicas está vinculado diretamente às decisões desta entidade e onde os meios de produção pertencem, de uma maneira geral, a ela. Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas. As trocas econômicas são vantajosas para os agentes econômicos perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e especialização da produção, da distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica. Abordagem Microeconômica O mercado é o local onde atuam as forças de demanda e oferta em busca de um equilíbrio. As trocas econômicas são realizadas nos mercados interno e externo. Nestes mercados, atuam conjuntamente as forças da demanda e da oferta por mercadorias ou produtos. A Microeconomia utiliza a hipótese de “tudo mais constante” (coeteris paribus, em latim) na construção dos seus modelos. Como exemplo, sabemos que a demanda (ou a procura) de um bem é afetada pelo preço e pela renda dos consumidores. Em um determinado momento, precisamos analisar o efeito do preço sobre a demanda. Para analisar o efeito dessa variável (preço) sobre a demanda, manteremos a renda dos consumidores constante (coeteris paribus), faremos a alteração do preço e saberemos o resultado na demanda. Por que precisamos adquirir bens de serviço? Porque nos são úteis, ou seja, há uma satisfação de nós, consumidores, proporcionada pelo consumo. Podemos, então, hierarquizar nossa cesta de consumo. A demanda (ou a procura) de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas por um determinado produto indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas desejam consumir, a dado preço, esse produto em um determinado período de tempo. Em microeconomia, a empresa (ou firma) é o local onde fatores de produção são combinados, segundo um processo de produção escolhido, gerando os produtos, com o objetivo de maximizar seus resultados em termos de produção e lucro. A oferta (de uma mercadoria em um determinado mercado) é a quantidade de um produto X que um produtor ou conjunto de produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um período de tempo. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 6 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Interferência externa Estabelecimento de impostos o Um imposto sobre bens e serviços vai recair em um aumento de custos para a empresa. Se quiser manter a quantidade ofertada, a empresa deverá aumentar o preço do seu produto (repassando o imposto para o consumidor), ou reduzir o custo em outra área de produção. Ou então, reduzir a quantidade ofertada. Política de preços mínimos na agricultura o A finalidade é garantir preço para as atividades agrícolas, pecuárias e extrativas. O governo pode comprar os produtos dos produtores (atualmente menos utilizado) ou conceder empréstimos para produtores ou cooperativas para estocar seu produto e vender em um período mais favorável. Tabelamento o Intervenção do governo na tentativa de coibir abusos de preços por parte dos ofertadores e frear um processo inflacionário. Já foi utilizado aqui no Brasil no Plano Cruzado, por exemplo. Abordagem Macroeconômica A forma como os preços são determinados varia de acordo com as características do mercado. Essas características é que fornecem base para uma classificação genérica dos diversos tipos de mercados. As estruturas de mercado dependem, fundamentalmente, de três características: Número de empresas que compõem o mercado; Tipo de produto; Possibilidade de acesso a novas empresas no mercado. Concorrência perfeita O mercado de concorrência perfeita é aquele onde a concorrência entre os agentes econômicos, devido ao seu grande número, é a mais significativa. A consequência lógica desse número excessivo de participantes é que cada um deles se torna incapaz de, sozinho, alterar as condições de mercado. Assim, tanto consumidores como produtores não conseguem afetar os níveis de oferta e procura do produto e o seu preço de equilíbrio. Nesse tipo de mercado existem as seguintes premissas: Existência de um grande número de compradores e vendedores, refletindo uma situação de mercado atomatizado, como se fossem “átomos”; Produtos homogêneos, ou seja, não há diferença entre os produtos ofertados pelas outras empresas. São substituídos perfeitos entre si, inviabilizando preços diferentes no mercado; Transparência do mercado, os agentes possuem completa informação e conhecimento sobre o preço do produto. Ausência de barreiras à entrada ou à saída de novos concorrentes, ou seja, há livre entrada e saída de firmas no mercado. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 7 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Racionalidade por parte dos agentes, ou seja,a visão da empresa que faz com que as empresas sempre maximizem o seu lucro e que os consumidores maximizem a satisfação ou a utilidade derivada do consumo de um bem. Monopólio É uma estrutura com condições totalmente opostas à concorrência perfeita. Assim, monopólio representa o caso limite de um mercado onde só existe um único produtor (ou fornecedor) de um bem ou serviço. Por esse motivo, preço e quantidades produzidas serão determinadas pela empresa monopolista. Normalmente, os produtos vendidos, nesse tipo de mercado, costumam exigir altíssimos níveis de investimento, fazendo com que o acesso de algum concorrente seja muito difícil. Uma empresa detém 100% da produção de um determinado mercado; Produto sem substituto próximo; Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes. Oligopólio É uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio. O número de ofertadores é reduzido, mas essa quantidade pode ser variável. Como são poucos, as ações de uma das empresas podem afetar as demais. Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: Pequeno número de ofertadores; Produto pode ser homogêneo ou diferenciado; Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes. Concorrência Monopolística É um mercado que, apesar de ter um grande número de ofertadores e consumidores, há uma heterogeneidade dos produtos. Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: Grande número de ofertadores; Produto é diferenciado, seja pelas características físicas ou pela propaganda e prestação de serviços complementares, mas há substituto próximo; Não há barreiras à entrada de novos concorrentes. PIB A principal medida do Sistema Nacional de Contabilidade é o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB de um país representa a produção de todas as unidades da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, governo etc.), em um determinado período de tempo, a preços de mercado. Essa medida consegue, de uma forma abrangente, medir o porte da economia. Existem três diferentes óticas de mensuração do produto da Economia: Ótica de produto LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 8 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA o O cálculo do PIB pela ótica do produto mede o valor agregado em cada etapa do processo de produção de bens e serviços. Ótica de Renda o A medida do PIB pela ótica da renda consiste em somar todos os pagamentos efetuados como: Salários (remuneração pelo trabalho); Aluguéis (remuneração pela propriedade); Lucro (remuneração ao capital de risco); Juros (remuneração ao capital). Ótica de Despesa o Por fim, a mensuração do PIB pela ótica da despesa considera que, em contas nacionais, toda produção de bens e serviços é destinada ou para gasto corrente (consumo) ou gasto em formação de capital (investimento). PIB per Capita Uma das maneiras para medir isso é o PIB per capita, ou seja, dividindo o PIB anual do país pela população residente no mesmo período de tempo. Apesar de muito utilizada, essa medida pode não ser considerada uma representação satisfatória do nível de qualidade de vida. O PIB per capita mede a renda média da população. De qualquer forma, a taxa de crescimento do PIB per capita é uma medida importante para qualificar o crescimento do PIB ao longo do tempo. Podemos ter uma taxa de crescimento do PIB positiva, porém um PIB per capita negativo. Renda Nacional Bruta Como foi visto pelo cálculo do PIB pela ótica da renda, parte da remuneração dos fatores de produção pode não ficar dentro do país, se, por exemplo, os fatores de produção forem de não residentes. O PIB de um país considera toda a produção em um território, independente da origem do recurso, e a RNB considera a remuneração à produção apenas aos residentes. Tendo o valor do PIB, para se chegar ao valor da RNB, é necessário calcular o saldo entre os pagamentos de rendas recebidas do exterior e o pagamento das rendas enviadas ao exterior. Se o saldo for positivo, ou seja, se o país recebe mais recursos como renda do que paga, então se soma ao PIB para se obter a RNB; se o saldo for negativo, ou seja, o país envia ao exterior mais recursos como renda do que recebe, então se subtrai do PIB e, neste caso, a RNB será menor do que o PIB. Emprego e Desemprego Desemprego o Para se chegar a uma medida é necessário calcular primeiro a população em idade de trabalhar, ou seja, do total da população exclui-se quem não está em idade de formação escolar básica (abaixo de 14 anos pela nova pesquisa do IBGE), os idosos, os incapacitados ao trabalho etc. o Taxa de desocupação (%) = (pessoas desocupadas/pessoas na força de trabalho) *100 LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 9 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Metas de curto e longo prazo da Macroeconomia Como vimos anteriormente, um sistema econômico se depara com algumas questões fundamentais, essas questões denominam-se: Conjunturais (no curto prazo); o Nível de emprego, combate à inflação. Estruturais (no longo prazo). o Crescimento econômico, desenvolvimento econômico. Instrumentos da política macroeconômica Ferramentas de política econômica que o governo dispõe para conduzir a economia e atingir as metas de longo e curto prazo. o Política Fiscal São instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas (política tributária e política de gastos públicos). o Política Monetária É a atuação do governo na quantidade de moeda, títulos de dívida pública e taxa básica de juros (SELIC). o Política Cambial e Comercial A política cambial é a atuação do governo no mercado cambial. A política comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transações com o exterior. Quanto maior a tarifa mais dificultadas se tornarão as importações e mais protegida da concorrência externa estará a indústria nacional e, consequentemente, seus empregados. Moeda O termo “moeda” é usado para denominar tudo aquilo que geralmente é aceito como meio de trocas de bens e serviços. Significa dizer, portanto, que a condição necessária para que algo possa ser aceito. Dificuldade da economia de escambo Exige uma permanente coincidência de interesses (o indivíduo “A” dispõe de arroz e quer trocar por carne; para se realizar essa troca, é imprescindível que ele encontre um indivíduo “B” que tenha carne e queira arroz!). Há a dificuldade de se estabelecer as relações ou preços de troca (valores entre dois bens bastante diferentes). Sistema de Trocas Direto o Escambo Indireto o Mercadorias moeda o Moeda metálica o Moeda papel o Papel moeda Numa classificação didática, temos, hoje, as seguintes espécies ou formas de moeda: Moeda Manual LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 10 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA o Vem a ser aquela emitida pela Casa da Moeda, representada pelas cédulas e moedas metálicas em circulação. Moeda escritural ou bancaria o Representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Vale lembrar que se trata das chamadas moedas fiduciárias (isto é, em que se tem fé ou se acredita), já que não possuem valor intrínseco, constituindo- se em moeda simplesmente porque têm aceitação generalizada nas transações econômicas. Funções da moeda Tendo aceitação generalizada como meio de pagamento nas transações, a moeda exerce sua função mais cristalina e fundamental – que é servir como instrumento ou intermediária de trocas entre os indivíduospara satisfação de ambas as partes. A moeda possibilita que todos os fatores de produção e os produtos (bens e serviços) possam ter seus valores expressos em unidades monetárias, propiciando a fácil avaliação e comparação de todos os recursos e produtos disponíveis na Economia. A moeda desempenha, também, a função de reserva de valor no sentido de que o indivíduo pode manter sua riqueza (ou parte dela) sob a forma de moeda, por um período de tempo, sabendo que, amanhã ou depois, esse ativo será aceito em qualquer transação por ter liquidez absoluta. Trata-se, no entanto, de uma função que merece duas ressalvas: primeiro, se o indivíduo prefere manter sua riqueza sob a forma de moeda, ele deixa de ganhar, pois a moeda em si não gera rendimentos; segundo, e ao contrário, em períodos inflacionários o indivíduo perde com a desvalorização da moeda. Inflação É definida como sendo um aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços, em outras palavras, uma perda progressiva do poder de compra da moeda. Em uma economia com inflação é necessário cada vez mais moeda para se comprar a mesma quantidade de bens e serviços. Inflação basicamente significa alta de preços. Mas uma alta de preços que têm algumas características próprias. É geral, sobem os preços de todos os bens, serviços etc. na mesma proporção, uns mais, outros menos, mas todos sobem. É durável, o movimento de elevação dos preços não é um ponto no tempo, não é feito de avanços e recuos estáticos, mas persistente (e às vezes, demorado). É progressiva ou acumulativa. A inflação alimenta-se a si mesmo e pode aos poucos, aumentar a sua velocidade de alta (ou até mesmo de baixa). As suas causas estão diretamente ligadas ao que podemos identificar e classificar como tipos básicos de inflação. Inflação de Demanda o A inflação de demanda é o tipo de inflação causada por um excesso de procura, dada a oferta disponível de bens e serviços na economia. o Entre os fatores que fazem aparecer este fenômeno, cabe destacar: O aumento da renda disponível das pessoas; LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 11 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Expansão dos gastos públicos (sendo que o governo é um dos agentes que demandam bens e serviços na economia, pressionando o nível da demanda agregada, que, dependendo de como o governo mexe com os seus gastos, ele pode até gerar um déficit público, e fazer gerar mais ainda um maior nível de demanda global do país); Expansão do crédito e redução da taxa de juros (aumentando a liquidez, a moeda em circulação e, por conseguinte, os gastos da sociedade) E as expectativas dos agentes econômicos. Inflação de custos (ou de oferta) o Uma determinada experiência brasileira demonstra que pode haver inflação, mesmo sem a presença de um excesso de demanda sobre a oferta: a demanda pode permanecer inalterada, isto é, não é excessiva em relação à oferta, e, não obstante, aparece a inflação, porque os custos (despesas com a produção) sobem, melhor dizendo, há a chamada inflação de custos (ou de oferta) Entre os fatores que fazem aparecer este outro fenômeno inflacionário, cabe destacar: A taxa de juros (ao mesmo tempo em que contribui para reduzir a demanda, gera um aumento dos custos de produção, pois as empresas muitas vezes pegam dinheiro emprestado em bancos) A desvalorização cambial (pois gera um aumento nos preços dos produtos importados que servem de matéria-prima) Os preços externos de determinados produtos (tais como o preço internacional do petróleo), Custo da mão de obra (devido a aumentos salariais) Aumento de impostos. Inflação inercial o O último tipo de inflação que pode ocorrer, independente de pressões de demanda e/ou de custos, é a inflação que está associada aos mecanismos de indexação da economia, melhor dizendo, a chamada inflação inercial. Ela é desenvolvida por meio da garantia que se tem de reajustar preços, a partir da constatação da existência de inflação, onde a inflação de hoje passa a ser o piso para a inflação de amanhã, mesmo não se tendo pressões de demanda e de custos, onde a inflação pode não ceder. A principal consequência de um processo inflacionário são as disparidades de preços, porque os preços dos produtos variam com taxas diferentes. Portanto, com a inflação, os preços relativos mudam: os preços de alguns insumos aumentam mais do que o de outros, as empresas tendem a variar a intensidade com que são usados. Por outro lado, estes tendem a gerar expectativas de que a inflação tenderá a subir no futuro (gerando expectativas de inflação futura), onde procurarão resguardar as suas margens de lucro, aumentando os preços dos seus produtos. E, ao mesmo tempo, um processo inflacionário provoca distorções sobre as finanças públicas; pois este processo acaba gerando uma defasagem entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto; assim, quanto maior a inflação, menor tende a ser a arrecadação do governo. E, ao mesmo tempo, um processo inflacionário provoca distorções sobre as finanças públicas; pois este processo acaba gerando uma defasagem entre o LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 12 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto; assim, quanto maior a inflação, menor tende a ser a arrecadação do governo. O quadro a seguir apresenta as importantes correntes econômicas sobre o tema inflação. Políticas Monetárias e seus instrumentos A política monetária refere-se à atuação do governo no sentido de controlar as condições de liquidez do país O governo atua sobre a quantidade de moeda na economia, sobre a capacidade de concessão de empréstimos por parte dos bancos e, por consequência, sobre os níveis das taxas de juros. Na realidade, o mercado monetário é como outro qualquer, onde existe demanda, oferta e preços de equilíbrio. Conceito de Moeda na Política Monetária Muitas coisas são usadas como dinheiro, inclusive o cartão de crédito. Mas o conceito de moeda que é usado na Política Monetária é o M1. M1 = papel-moeda em poder da sociedade + depósitos em conta corrente bancária Demanda por Moeda (M1) É a quantidade de moeda (M1) que a coletividade deseja deter em um determinado momento. As pessoas demandam moeda (M1): o Para Transações (compras/vendas); o Por Precaução (contra a incerteza na economia) e o Por Especulação (guardar provisão de moedas para quando aparecer um investimento interessante). Oferta de Moeda (M1) Quantidade de moeda disponível para a sociedade em um determinado momento; o Banco Central é o órgão do governo encarregado por controlar a oferta de moeda. Como o Banco Central controla a Oferta da Moeda (M1)? LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 13 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA o Emissão de papel-moeda o Percentual de depósito compulsório (ou reservas bancárias) o Linhas de Redesconto o Operações de Mercado Aberto Taxa de Juros SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) A oferta de moeda permite que o Banco Central determine a taxa de juros, que resulta da relação entre oferta e demanda de moeda. Supondo constante a demanda por moeda, a sua oferta passa a ser a maneira de influenciar a taxa de juros. Aumento de oferta de moeda (-) Juros SELIC Redução da oferta de moeda (+) Juros SELIC COPOM Quem decide qual será o melhor nível desta taxa é o COPOM (Comitê de Política Monetária). A cada 45 dias, o COPOM se reúne para decidir qual será a meta desejada. Nessa decisão, são consideradas as metas de inflação para o ano e o nível de atividadeda economia, entre outros. Política fiscal e seus instrumentos A Política fiscal é realizada pelo governo ao administrar seus gastos e ao decidir como vai financiá-los. Para dar conta de suas tarefas de forma sustentável, o governo deve cobrir seus gastos com sua receita, ou seja, por meio da cobrança de impostos ou tarifas. Exemplos de receitas do governo: Coleta de impostos diretos e indiretos; Contribuições à previdência social; Outras receitas: taxas, multas, aluguéis etc. Exemplos de despesas do governo: Gastos do ministérios, secretárias e autarquias; Gastos com transferência a população (como aposentadorias, bolsas de estudo, bolsa família etc.) Subsídios (transferências as empresas). A política fiscal pode ser contracionista, quando reduz a demanda agregada, e expansionista, quando expande a demanda agregada. Política Fiscal Contracionista: o Ocorre se o governo corta gastos com o setor privado, ou aumenta os impostos. Se o governo diminui gastos, também reduz a demanda agregada. Já se o governo aumenta os tributos, isto afeta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. Afinal, pagando mais impostos, o consumidor poderá reduzir o consumo e as empresas, eventualmente, reduzem o investimento. Os preços dos LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 14 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA exportados podem se tornar menos competitivos, devido aos impostos embutidos: o Os impostos sobem e os gastos governamentais caem, menos produção, menos emprego, consumo e produto. Política Fiscal Expansionista: o Ocorre se o governo aumenta seus gastos com o setor privado, ou reduz os impostos. Se o governo aumenta gastos, também aumenta a demanda agregada. Já se o governo reduz os tributos, isto aumenta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. A redução de impostos se reflete em mais capacidade de gasto, tanto para consumo quanto para investimento: o Impostos caem e gastos governamentais sobem, maior investimento na produção, em consequência aumento da taxa de empregos, consumo e produção. Para manter o equilíbrio fiscal, o governo pode se endividar junto à sociedade e também emitir moeda. Mas para que sua dívida não provoque pressão inflacionária, o governo não deve mais emitir dinheiro, seu endividamento deve ser financiado através da emissão de títulos da dívida pública. Os títulos são comprados por investidores institucionais, bancos etc. O governo paga os famosos juros da dívida pública, sendo que o total pago é fortemente influenciado pela taxa de juros dos títulos da dívida pública. Esta, por sua vez, está em grande parte vinculada à SELIC. São e 3 as formas de calcular o saldo entre receitas e gastos do Governo, em reais: Resultado Primário: o Receitas menos gastos, sem incluir, nesta conta, pagamento de juros e correção monetária pelo governo, ou seja, a dívida pública. Normalmente, o governo brasileiro tem buscado superávit primário. Resultado Operacional: o Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública. Neste conceito, o resultado mais comum é de déficit. Resultado Nominal: o Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública, mais a correção monetária ou cambial (alguns títulos têm rendimento correspondente à variação do câmbio). Este é o conceito mais completo; normalmente é um déficit. O financiamento do déficit nominal se dá através da colocação de mais títulos públicos no mercado, elevando, dessa maneira, a dívida pública. Política Cambial e Comercial Tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transações com o exterior As tarifas alfandegárias cobradas sobre os produtos importados retratam bem essa interferência. Quanto maior a tarifa, mais dificultadas se tornarão as importações e mais protegida da concorrência externa estará a indústria nacional e, consequentemente, seus empregados. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 15 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Cambio É o preço do dólar no país, mede quantas unidades da moeda nacional são necessárias para comprar U$1. De uma forma resumida, podemos dizer que a Política Cambial é a determinação da taxa de câmbio do país. Regime de Câmbio Fixo O Governo se compromete (oficialmente) com uma determinada taxa fixada. Isto significa dizer comprar e vender dólar a um valor por ele pré-estabelecido, por exemplo, pode estipular que U$1 = R$1,00. Vantagens: O preço do dólar não varia, portanto não encarece o preço dos produtos importados, não impacta sobre a inflação. Desvantagens: O governo precisa gastar as reservas internacionais para manter a taxa. E se a taxa for valorizada (baixa), a balança comercial fica deficitária. Se ocorrer uma crise financeira internacional, as condições do mercado cambial se deterioram, porque, nesses momentos, os investidores estrangeiros procuram retirar seus recursos do país; para isso, compram dólares no mercado de câmbio, levando a uma tendência à valorização da moeda americana. Regime de Câmbio Flutuante (Flexível) No regime de câmbio flutuante, o mercado determina a taxa de câmbio, ou seja, ela depende da demanda e da oferta de dólar no mercado. Oferta do Dólar: É a entrada do dólar no país. Exportações – o exportador recebe em dólares e troca no Bacen; Empréstimo do FMI; Venda de títulos do Brasil no exterior; Entrada de capitais financeiros, atraídos por nossos juros altos; Envio de lucros de empresas brasileiras atuando no exterior. Demanda por Dólar: É a saída da moeda em circulação no país. Importações – o importador compra dólar para pagar suas compras; Pagamento da dívida externa; Envio de remessa de lucro de multinacionais atuando aqui, para o país de origem; Saída de Capitais financeiros. Na verdade, nenhum governo (autoridades monetárias) de um país deixa de atuar para evitar flutuações consideradas excessivas na taxa de câmbio. Em tese, embora o regime cambial seja de taxa de câmbio flutuante, na prática, ele é chamado de flutuação suja. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 16 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA A Flutuação Suja Quando considera necessário, o Banco Central pode adotar medidas visando influenciar o comportamento do mercado de câmbio. Vantagens: O Governo não é obrigado a gastar as reservas internacionais para controlar a taxa de câmbio (mas pode fazê-lo eventualmente). A balança comercial tende ao superávit. Desvantagens: Toda vez que a taxa de câmbio sobe, encarece o custo de importar. Isto pode impactar sobre a inflação, caso um produto, aqui produzido, use componentes importados. Portanto, outra forma de tentar evitar desvalorizações cambiais é utilizando a política monetária, ou seja, elevar a taxa de juros, atraindo dólares para serem investidos no país em títulos da dívida pública. Efeito da Taxa de Câmbio sobre a Balança Comercial do país (exportação — importação) O exportador recebe em dólar e troca por reais. Ex.: Venda de U$100 Se a taxa de câmbio = R$2,90, a sua receita, em reais é = 100 x 2,90 = R$290,00 Se a taxa de câmbio = R$4,00, a sua receita, em reais é = 100 x 4,00 = R$400,00 O exportador fica estimulado quando a taxa cambial está desvalorizada porque a receita em reais vai ser maior. O importador gasta em dólar; para isto, usa reais para comprar dólares e pagar a encomenda. Ex.: Importação de mercadorias, no valor de U$100 Se a taxa de câmbio = R$2,90, seu gasto, em reais, é = 2,90 x 100= R$290,00 Se a taxa de câmbio = R$4,00, seu gasto, em reais, é = 4,00 x 100 = R$400,00 O importador fica estimulado quando a taxa cambial está valorizada, porque o gasto em reais vai ser menor. A taxa de câmbio valorizada (real valorizado frente ao dólar) desestimula as exportações, apesar de fomentar as importações, o que pode vir a causar uma balança comercial deficitária. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 17 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA Efeitos da Taxa de Câmbio sobre a Inflação no país. Se a taxa de câmbio aumentar, ou seja, o real desvalorizar, pode ocorrer uma inflação de custos. Isto porque a importação fica mais cara. Se o empresário brasileiro, que compra o importado, decidir repassar o custo maior ao preço da mercadoria final, realmente ocorrerá inflação. Se a taxa de câmbio reduzir, ou seja, o real valorizar, haverá uma queda nos preços dos produtos importados e uma menor pressão inflacionária. Em resumo: Política Monetária Restritiva > Aumenta a Taxa de Juros > Atraí dólares para o país > Provoca desvalorização do dólar > Valorização do real > Queda nos preços dos produtos importados > Menor pressão inflacionaria > Valorização do real > Aumento das importações / redução das exportações > Déficit na balança comercial. Política Comercial São medidas para influenciar as exportações e importações, sem que seja necessário mexer na taxa de cambio. Afetam as exportações O crédito mais barato; A isenção de impostos. Afetam as importações O estabelecimento de cotas (limites de quantidade) para a importação de um produto; Definir obstáculos burocrático Dar subsídio ao produto nacional, para que fique mais barato que o importado Colocar tarifas sobre os produtos importados Balança de Pagamentos É o registro mensal das transações entre residentes e não residentes do país. Contabiliza não só transações do governo, mas principalmente das empresas e cidadãos. As contas são feitas em dólares. As alterações no câmbio, embora visem primordialmente equilibrar as contas externas, tendem a trazer repercussões sobre outras variáveis. Assim, para obter resultados desejados, em relação à balança comercial, os governos tradicionalmente adotam políticas para incentivar as exportações e reduzir as importações, independentemente das variações que venham a ocorrer na taxa de câmbio. Crescimento e Desenvolvimento Econômico Crescimento Econômico é a evolução quantitativa da produção de bens de uma determinada economia dividida pelo número de indivíduos que formam a população do país, a chamada renda (ou produto) per capita. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 18 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA O ponto importante a destacar é que pode haver crescimento econômico sem, necessariamente, ocorrer o desenvolvimento econômico. Nesse caso, o crescimento estaria acontecendo, mas sem promover mudanças nos processos de produção e na distribuição da renda que levassem a uma maior inclusão social e redução das desigualdades de renda e riqueza. Crescimento da produção no longo prazo A teoria econômica inicia essa explicação apresentando uma função de produção agregada, que pode ser representada da seguinte fórmula: Y = f (K, L, T) Onde: K = estoque do capital; L = quantidade de mão de obra; T = conhecimento tecnológico disponível. Desenvolvimento Econômico O desenvolvimento econômico vai além de um aumento na quantidade de bens e serviços produzidos, em temos absolutos ou per capita, em um determinado período. Portanto, na análise do desenvolvimento econômico, incluem-se as mudanças de caráter quantitativo e qualitativo. De acordo com Gremaud (op.cit., 2006), para ocorrer o desenvolvimento econômico devemos observar se o crescimento econômico, que acontece ao longo do tempo, está provendo: Crescimento do produto por habitante; Redução dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdade social; Melhoria nas condições de vida, tais como: saúde, nutrição, educação, moradia e transporte. Assim, para analisar o desenvolvimento de um país é necessário obter não só indicadores de crescimento econômico, como a taxa de crescimento do PIB e do PIB per capita, mas por outros indicadores que reflitam mudanças na qualidade de vida da população de uma economia, os principais indicadores sociais atualmente são o índice de Gini e o índice de desenvolvimento humano (IDH). Índice de Gini É utilizado para medir o grau de concentração de renda de um país. O índice de Gini mostra a diferença entre a renda dos mais pobres e dos mais ricos de um mesmo país, e varia em uma escala de zero a 1. O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor 1 está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda riqueza. Dessa forma, quanto mais próximo de zero menor será a concentração de renda e desigualdade. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Unindo-se o conceito de produto per capita com indicadores sociais, tenta-se avaliar o bem-estar de uma população, ou o seu grau de desenvolvimento social. LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 19 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA A ONU criou um índice que agregou alguns indicadores sociais com o produto per capita. Esse índice é o IDH que vem sendo elaborado desde o início da década de 1990 e construído para mais de 170 países. O IDH é um índice que vai de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido o país é considerado, ele é a média aritmética de três indicadores: Um indicador de renda (produto interno bruto per capita); Um indicador que procura captar a saúde da população (longevidade: a expectativa de vida da população ao nascer); Um indicador que retrata as condições educacionais no país (uma média ponderada da taxa de alfabetização dos adultos e da matrícula nos ensinos fundamental, médio e superior). Políticas públicas para promover o desenvolvimento O governo, parte necessária desse processo, deve por seu lado desenvolver o aparato institucional e os instrumentos de política fiscal e econômica, de modo geral, que lhe permitem lidar com os desafios do desenvolvimento. Já foi mostrado que o padrão de vida da sociedade depende de sua capacidade de produzir bens e serviços, e que sua produtividade depende dos fatores de produção: do capital físico, do capital humano, dos recursos naturais e do conhecimento tecnológico. Mas o que os formuladores de política podem fazer para estimular o aumento do produto por trabalho, que traz efeitos positivos sobre a renda e a contínua melhoria do padrão de vida da sociedade? Incentivo a Acumulação de Capital o O incentivo à acumulação de capital produtivo nada mais é do que estimular o investimento na formação de capital fixo. Isso poderia ser feito, por exemplo, com uma política que concedesse vantagens tributárias para a empresa adquirir novo equipamento ou pelo desenvolvimento de um sistema financeiro (concessão de empréstimos bancários em prazos e condições razoáveis). Incentivos da Educação e do Direito de Propriedade o Para um país crescer e se desenvolver ao longo do tempo não basta acumular capital físico, mas também capital humano. Ou seja, são fundamentais políticas públicas que elevem o nível de educação da população. Gasto público para oferecer boas escolas e bolsas de estudos a alunos (ou à sua família), para mantê-lo na escola e evitar a evasão escolar. Quanto ao Direito de propriedade, é importante que o governo promova a eliminação dos obstáculos ao bom funcionamento do mercado, como garantir osdireitos de propriedade de todos os residentes e não residentes no país. A ineficiência do sistema de justiça, por exemplo, poderia desestimular a geração de investimento doméstico e estrangeiro. Incentivos ao Livre Comércio o O livre comércio contribui para a melhoria da qualidade e aumenta a quantidade de produto nacional, gerando mais empregos e renda para seus habitantes, bem como o comércio internacional pode melhorar o bem-estar dos cidadãos de um país. Mas é importante destacar que para possibilitar isso, isto é, para que o livre comércio coopere com o LUCAS M. P. FREITAS - 5° PERIODO ENGENHARIA CIVIL – 2014.2 20 FUNDAMENTOS DA ECONOMIA desenvolvimento econômico de um país em desenvolvimento, é preciso que o conhecimento e a tecnologia disponíveis sejam acessíveis para todas as nações. Incentivos a Pesquisa e Desenvolvimento o Outra política pública é o apoio à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O avanço do conhecimento técnico ao longo do tempo pode ser considerado a principal razão para a evolução da qualidade de vida. Assim, o governo poderá adotar políticas que estimulem o desenvolvimento tecnológico, não só criando incentivos para que a iniciativa privada (empresas e universidades particulares) incremente as pesquisas, como também estimulando o desenvolvimento tecnológico por meio das instituições públicas (como os institutos de pesquisa e as universidades públicas). As decisões tomadas pelas maiores economias têm forte influência sobre os países menos desenvolvidos. A condução do sistema político e econômico mundial, arranjados nos subsistemas de comércio, de pagamentos, entre outros, exerce forte influência sobre as economias locais. O objetivo genérico de desenvolvimento econômico e social requer que se o defina, antes de tudo. Os objetivos de desenvolvimento tecnológico, da elevação educacional do povo, do fortalecimento das instituições, da preservação ambiental, da afirmação de uma cultura brasileira, da distribuição de renda, entre tantos outros, devem surgir do debate democrático.
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