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[RESENHA] Escola da Ponte Rubem Alves

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CONSERVATÓRIO BRASILEIRO DE MÚSICA - CENTRO UNIVERSITÁRIO 
Professora: Maria Manuela​. 
Aluno​: ​Silvio Luiz Matias da Silva – Licenciatura em Música. 2º período, noite. 
Rio de Janeiro, 30 de novembro, 2017. 
Avaliação do livro: ALVES, RUBEM. ​A escola com que sempre sonhei sem imaginar que 
pudesse existir​. Papirus Editora, Campinas, SP, 2001 e Edições Asa, Porto, 2001. 
 
O título do livro se refere a uma escola que fica em Portugal. Sim, ela existe sim, não 
é um sonho. Escola da Ponte, nº 1, Vila das Aves (concelho de Santo Tirso). O leitor irá 
encontrar diversas contribuições e testemunhos de docentes, alunos e de jornalistas 
portugueses para entender essa escola, não só na teoria, mas na práxis. 
Primeiramente, o livro fala da descoberta de uma escola onde os mestres são alunos e 
os alunos são mestres; onde o projeto preza a comunhão, afetos e o melhor de uma vida em 
sociedade, e que os alunos aprendem com a vivência. Fica claro que a participação e 
entretenimento que os alunos se deparam na escola, Escola da Ponte, será em seu cotidiano ou 
em futuras profissões de grande utilidade. Coisas que, uma vez aprendidas, jamais serão 
esquecidas. 
O prefácio abre a leitura com um enérgico texto de Ademar Ferreira dos Santos, 
escritor e professor português, exaltando a educação e, ainda mais, o projeto de educação da 
Escola da Ponte. Aprendizado, cidadania, fraternidade, ambiente amigável e solidário, 
experiência cotidiana... São palavras chave para se resumir este prefácio, onde o escritor se 
torna também um personagem, como visitante, de uma escola que ele sempre sonhara, sem 
imaginar que ela pudesse existir. 
O próximo capítulo vem com um texto da crônica de Fernando Alves, jornalista, 
português, onde o mesmo esteve com Rubem Alves na Escola da Ponte. Ele nos traz uma 
história,- na verdade é um poema de Ruy Belo (poeta português), contado, então, pelo Rubem 
Alves - que faz uma parábola sobre pássaros que voam livremente, que encantam e se 
encantam por onde passam. Suas diversas cores representam o acúmulo de visitas aos lugares 
e que, ao partir, sente muitas saudades, - mas que está ciente de que pode retornar quando 
quiser; o pássaro, que “pousa no ombro”, trecho do poema, também é um símbolo à mágica 
maravilhosa que impede o “olhar do bruxo”, que possui um olhar doente e contamina a todos. 
Este poema faz uma analogia à educação atual e a educação na Escola da Ponte. E ainda, o 
autor se dedica a um trecho de um poema de Vinícius de Moraes, “O operário em 
construção”, - outra exemplificação de elevação individual - serve como reflexão. 
No primeiro, dos sete capítulos relatados por Rubem Alves, ele usa uma narrativa 
alegórica, comparando muitas situações do dia-a-dia, fazendo analogias para situar bem o 
leitor na Escola da Ponte e a filosofia empregada lá. Logo de início ele introduz ao leitor a 
incrível teoria do “desensinar”. Este capítulo tem como base o ensinamento Zen budista. O 
autor também associa este raciocínio à psicanálise: que se resume em um bom resultado da 
“elevação” do indivíduo, ou, para a filosofia budista, a iluminação do discípulo. Desaprender, 
ou seja, esvaziar-se de lições mundanas modernas, para então encher-se de novos 
ensinamentos úteis. 
Nos seis capítulos adiante, vêm as publicações no jornal, onde o autor fazia suas 
crônicas periódicas. As crônicas expostas neste livro foram relatos vividos por Rubem Alves, 
em Portugal, durante sua visita à Escola da Ponte. Um misto de emoção à escola de Portugal e 
crítica ao ensino atual das demais escolas e sistemas de educação, principalmente brasileiro. 
Protagonistas, as crianças deixam o visitante, no caso o próprio autor, Rubem Alves, 
maravilhado com todo detalhe durante o período letivo. Desde métodos de ensino, de 
recreação, à disciplina dos alunos, - inclusive, até a hora retornarem para seus lares. 
O relato, em primeira pessoa, no presente, nos faz ter ciência do dia-a-dia dos alunos 
e docentes e a impressão causada nele mesmo, Rubem Alves. Vários são os trechos em que 
ele cita que todos ali são alunos e professores, mutuamente. 
O interessante é a percepção, da estrutura física até a filosofia em si, propagada pela 
escola: ele nos atenta ao fato deste método de ensino dar resultado e faz uma comparação 
entre aprendizado e adestramento. A Escola da Ponte, mesmo diferente de todo sistema de 
ensino no mundo, no que diz respeito à infra estruturas, educa, ensina de forma leve, gostosa e 
muito produtiva. 
No último capítulo, da sequência escrita pelo autor, Rubem Alves fala com pesar, seu 
grande desejo em se dedicar mais, e conforme o método de ensino da Escola da Ponte, às 
crianças. Sua experiência, em relato, beira ao encantamento, pois as crianças, - ainda segundo 
ele - têm gosto para o aprender e para o ensinar; elas têm olhos para o invisível, enxergam um 
mundo muito além de nós, desde alunos à professores brasileiros. 
A obra tem como objetivo expor as narrativas e os depoimentos reunidos e 
publicados, no jornal do ​Correio Popular de Campinas ​, pelos meados do ano 2000, pelo 
próprio autor, sobre o modo de educação peculiar que a Escola da Ponte possui e quais seus 
impactos. 
É um olhar focado ao ensino a ser cumprido, aos planos de aulas atuais, que tornam o 
ensino mecânico, forçado e desinteressado, nas escolas tradicionais. “Professores que ensinam 
saberes”, programas que devem ser cumpridos, estabelecidos por uma “autoridade superior 
invisível” e sua imposição, - é uma clara crítica à infraestrutura, ao ensino moderno, que torna 
inútil a lição social, onde todos deveriam partilhar, conviver, e não competir mutuamente. 
A exaltação ao aprendizado, que também vem da vivência, que não seguem 
programas, ditames ou qualquer coisa que venha do “você tem que”, é bem notório. As 
analogias expostas pelo autor servem a nos guiar, elucidar-nos à sua forma de pensar e ver 
uma escola ideal, onde todos aprendem e ensinam de forma salutar e até mesmo divertida. 
A inclusão: Escola para todos. O livro relata alunos com necessidades especiais, - 
síndromes de Down por exemplo - que estão adequadamente incluídos naquele saber, junto 
com todos os demais alunos sem distinção. Desta forma percebe-se que há uma interação, 
uma integração tão natural, que é notório o prazer nestas crianças ao estarem juntas 
estudando, aprendendo e ensinando. 
No livro não há uma condenação, veementemente, mas fica claro que deveria haver 
algo mais flexível no ensino moderno. E esse “quê” a mais, é exposto ao leitor como que seria 
o ideal: o “espaço”. Ou seja, no ensino atual há espaços sim, óbvio, mas para grupos. Seletos 
grupos. Salas fechadas, separadas, provas, trabalhos “valendo nota”, uns alunos em cima de 
outros, - escolas com andares: nos andares superiores, alunos mais antigos/ graus avançados - 
isso gera competição entre as turmas, entre alunos,inferiorizam outros; saberes separados. 
Na Escola da Ponte o espaço é partilhados, e por todos, para todos, sem separação de 
turmas, sem campainhas anunciando início/ fim de cada disciplina; professores não ensinam, 
somente orientam; cooperação, companheirismo, compreensão e o que é tão importante: o 
saber. Essa é a reflexão: são as crianças, - que vêm da tenra idade - que estabelecem os 
mecanismos para a convivência pacífica e uma exemplar vivência em democracia na 
sociedade. 
Já que se trata de um livro sobre educação escolar, - educação infantil, para ser mais 
exato - e toda forma de ensino, ao ler sobre a Escola da Ponte, meu pensamento trabalhou em 
paralelo com diversas obras. A dos mestres Zen Budistas, no que se refere a esvaziar a mente, 
ou seja, “desaprender” toda filosofia, todo dogma, toda cultura moderna que paira por sobre 
nós, alcançando um sadio encontro consigo mesmo. Como neste trecho do livro “Sublime 
Vazio”, de Osho - líder religioso, de uma seita religiosa, mestre na arte da meditação e 
filósofo: “... mas todo esforço é inútil, porque só a experiência pode lhe dar a resposta, não o 
pensar. E se você continuar pensando, você vai ficar cada vez mais louco, e a resposta estará 
ainda mais longe - mais longe do que nunca. [...] Buda diz: Quando a mente para de 
questionar, a resposta acontece”. Talvez foi um dos motivos de Rubem Alves ter se referido 
ao “desaprender” e ao “Koan”, ou seja, “estar vazio”, entrar na escola sem questionamentos, 
isto não deve existir a priori. Os paradigmas e pré-julgamentos devem ser findados no portão 
da escola. Que haja um sublime vazio, antes de se querer aprender qualquer coisa na Escola 
da Ponte. 
Outra obra contígua, qual pude ter maior noção do que era realmente a Escola da 
Ponte, foi a “Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire. Somente pelo título da grande obra 
“pedagogia do oprimido”, fez-me lembrar o que poderia ser evitado, ao futuro de milhões de 
pessoas, se estas tivessem acesso à uma digna educação, - uma educação libertadora e não 
domesticadora. E diga-se de passagem, umas das dez medidas escritas por Karl Marx e 
Friedrich Engels, em “O Manifesto Comunista”, página 58: “10. Educação pública e gratuita 
de todas as crianças; abolição do trabalho das crianças nas fábricas tal como hoje se pratica. 
Combinação da educação com a produção material, etc”. Isso deveria ser adotado o quanto 
antes. Tardando-se mais e mais a esta premissa, toda a esperança na educação se torna um 
pixel ​numa tela desligada. 
Se não fosse por uma coerção, atualmente, no ensino às crianças e, essa imposição da 
classe dominante aos adolescentes, e também, se não houvesse a exclusão social nas escolas, 
os reflexos nos dias de hoje (e daqui para frente) seriam muito brandos e a sociedade não iria 
estar tão retrógrada (no sentido pior) e desnorteada. A violência praticada por jovens, 
adolescentes, que nos assola hoje, teria seu número nas estatísticas bem reduzido. 
“Aprender versus adestrar”: o que realmente os alunos fazem em aula? O que as 
crianças na Escola da Ponte, realizam? Com certeza os pequenos portugueses estão um 
bocado à frente em respeito à comunidade, democracia, respeito e entendimento sobre 
qualquer assunto. Duarte Jr, em seu livro “Por que Arte-educação?”, critica tais métodos de 
ensinos, onde alunos se sentam, escrevem uma “pá de coisas” sem significado para seu 
cotidiano e que tudo não passa de meros sinais que logo são esquecidos. E completa: “... 
sempre acreditei que a escola brasileira, nos dias que correm, está mais para uma ‘caixa de 
Skinner​’ do que para um local de real aprendizado…”. Alunos são preparados, são adestrados, 
para servirem ao mercado de trabalho. São úteis, não para si, mas para uma “entidade 
superior”. Há uma explicação bem coerente de Louis Althusser, no livro "Escola, Estado e 
Sociedade", de Bárbara Freitag: "A escola atua no interesse da estrutura de dominação estatal, 
em última instância, no interesse da dominação de classe. Essa dominação não se dá por via 
direta, através da aplicação explícita da violência, mas de maneira disfarçada, com 
consentimento dos indivíduos que sofrem a violência da "ação pedagógica". 
“Quero uma escola retrógrada”, disse Rubem Alves, na página 35 do livro em 
questão. De pronto parece um tanto contraditório. Mas não é. Há um sentido simplista em que 
o autor enxerga a escola. Retroceder não é piorar o ensino, pelo contrário! É livrar-se de 
qualquer opressão dentro de sala de aula e que a escola caminha à contramão da modernidade. 
Que a escola emancipe-se dos moldes tradicionais - no sentido de cumprimentos de 
programas de uma “entidade superior invisível” (seja o estado ou a instituição privada). 
Neste caso o autor faz uma analogia a uma fábrica, onde há um processo na produção 
de um objeto. Este objeto seria o aluno, no fim de seu ano letivo. São todos (alunos) modelos 
produzidos em linhas de montagem. E o que seria a moderna linha de montagem? Um objeto 
sem “cara”, sem identidade, sem a assinatura do homem, (do artista, ou um professor) que a 
produziu. Na era da modernidade, a mercadoria é algo feito por máquinas, mas o aluno não é 
mercadoria. Então, o “retroceder”, segundo Rubem Alves, seria retornar ao “período 
medieval” da coisa. Esse é o entendimento, onde o artesão, ou o operário, faziam coisas 
únicas, que jamais se repetiriam. Ou seja, em cada objeto, a alma, a essência, o amor, de quem 
o produziu. Com isso é citado Karl Marx, no próprio capítulo, em referência ao sistema 
capitalista da época. O filósofo alemão estudou a sociedade publicando suas importantes 
obras entre 1848 - 1867 e definiu o antagonismo de classes, ainda mais com o advento da 
introdução das máquinas e, as indústrias, a revolução burguesa, no dia-a-dia da população, 
alterando todo o cenário social e econômico daquele período histórico. Se tomarmos este 
conceito e transferi-lo para uma sala de aula, veremos, hoje, que alunos estão como as 
mercadorias produzidas pelas máquinas e a força de trabalho da revolução industrial. Alunos 
são como resultados de linha de montagem. Eles são adestrados, tendo de ficarem iguais ao 
“modelo” imposto por uma “entidade superior invisível”. 
Aprender e ensinar devem ser atitudes de libertação, livres de quaisquer dogmas 
fechados, sem imposições. A Escola da Ponte, mostrou que isso é capaz. 
Até hoje em dia há questionamentos de muitos jovens, referente à questão do 
“aprender coisas inúteis”. Aprender um problema que não servirá para nada em sua vida; 
aprender fórmulas, ou definições de palavras, etc, não lhes serão úteis mesmo após sua 
formação. Exceto casos muito peculiares em que o aluno se dedique a alguma ciência 
específica. Fora isso, tão cedo os alunos se esquecerão todas essas imposições que sofreram 
em salade aula. Tempo perdido. 
Poderia haver um aprendizado útil, sadio, interessante, sem competições torturantes, 
sem “capacitação para o mercado”, na educação infantil. Ao invés disso deveríamos focar na 
“capacitação humana”, tornando o aluno desbravador de seu próprio intelecto. Por exemplo, 
um ensino com situações da própria vivência de cada aluno. Há isso na Escola da Ponte. Os 
alunos escolhem um tema e debatem tudo o que lhes vêm à mente. Daí surgem dúvidas, 
interesses, choques de realidade, sínteses de diversas ciências, novos conceitos, metodologias, 
incentivando o aluno a se aprofundar mais no caso, caso lhe haja interesse. Se não, haverá 
outros debates, outros assuntos, que mais lhe aprazem. 
Um exemplo: o orientador, em sala de aula, pede que os alunos comentem sobre um 
avião. O que o faz voar; o que o mantém no ar; como ele aterriza; qual deve ser sua 
velocidade máxima; o céu, as condições climáticas, para que o vôo se torne possível e etc; os 
cuidados com os passageiros; a preocupação e precaução dentro do avião desde a decolagem à 
aterrissagem, etc… Este pequeno e simpático tema, poderá envolver ai diversas ciências, 
filosofias e com certeza entendimento sobre aeronáutica, meteorologia, física e também 
abertura para outras ideais. Aprende-se vivendo, aprende-se participando. Óbvio, que as 
crianças não terão de voar primeiro para comentarem sobre o avião. Essa é uma filosofia, 
segundo Immanuel Kant, de que o a “priori” são os elementos do conhecimento, como 
intuições, conceitos, juízos e etc, independentes da experiência. 
“...será possível um conhecimento 
independente da experiência e das impressões dos 
sentidos? Tais conhecimentos são denominados “a 
priori”, e distintos dos empíricos, cuja origem é a 
posteriori”, isto é, da experiência”. (KANT, I. ​Crítica da 
Razão Pura​. Tradução de Artur Mourão. Lisboa: 
Edições 70, 1986.) 
Com isso, diversos serão os assuntos a serem abordados em sala de aula. Caso, por 
decisão dos alunos, o assunto não transcorra de forma que lhes seja útil ou, no mínimo 
interessante, sempre haverá outros assuntos mais tocante do dia-a-dia dos alunos que poderão 
ser debatidos. 
Um trecho do livro “Por que Arte-educação”, de Duarte Jr., página 23, explica muito 
bem uma situação sobre o aprender vivendo (empirismo, experiência), - distinto do “a priori”: 
“... uma educação que apenas pretenda transmitir significados que estão distantes da vida 
concreta dos educandos não produz aprendizagem alguma […] este é o ponto fundamental no 
método de alfabetização do educador brasileiro Paulo Freire: ‘aprende-se a escrever quando 
as palavras se referem às experiências concretamente vividas’”. 
“A escola que sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir…” Foi uma surpresa 
tamanha em cada linha, cada parágrafo lido, cada história contada pelo autor. Além de ser 
uma escola frequentada por crianças e adolescentes, a Escola da Ponte dá aula, também a 
adultos, e à distância! Digo isso por que ao lê-lo, eu tive uma aula de vida. Uma aula que 
nunca tive em qualquer sala de nenhuma escola. Esse conceito de classe, de turma, 
professores (orientadores), o formato de ensino, o respeito mútuo, é tudo digno de reflexão. 
Esta obra não se destina somente aos pais, aos alunos, seja qual for a idade, mas 
também para os docentes, reitores, cientistas, filósofos… Métodos de ensino que dão 
resultados, para todas as crianças - e seria ótimo se a Escola da Ponte desse frutos em outros 
países e a inclusão de todos os alunos e sua metodologia de ensino fossem uma realidade. Aos 
não alunos de fato, esta escola marcou a vida de quem lá esteve, tanto como docente, quanto 
um mero visitante, como o mestre Rubem Alves. 
Psicanalista, educador, teólogo, escritor, brasileiro. Autor de livros educacionais, 
existenciais, teologia, crônicas, biografia e livros infantis. Um dos fundadores da Teologia da 
Libertação, presente ferrenhamente em debates sociais no Brasil, Rubem Alves, nasceu 1933 
e morreu aos 80 anos, em Campinas, deixando um legado na educação no mundo inteiro e 
deixando os brasileiros repletos de orgulho. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
DUARTE JÚNIOR, JOÃO-FRANCISCO. ​Porque Arte-Educação? Campinas/SP: 
Papirus, 1991. 
BAUMAN, ZYGMUNT. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001 
MARX, KARL; ENGELS, FRIEDRICH. ​O manifesto comunista​. Boitempo Editora. 
São Paulo, 2010. 
OSHO. ​Sublime Vazio​. Editora Cultrix. São Paulo, 2014. 
KANT, IMMANUEL. ​Crítica da Razão Pura​. Tradução de Artur Mourão. Lisboa: 
Edições 70, 1986.

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