Buscar

Aula 8

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Aula 8 – Revoluções Inglesas
Conforme vimos nas aulas anteriores, a característica formadora da Idade moderna, no campo da política, foi a centralização de poder dando origem aos estados nacionais europeus. Essa centralização só foi possível graças à aliança entre o rei e a burguesia, na qual essa classe apoiaria o monarca em troca do desenvolvimento comercial de que os burgueses necessitavam para se desenvolver. Isso acabaria por atingir os Estados absolutistas, que conferiam todo o poder decisório nas mãos do monarca. Mas, conforme a classe burguesa se estruturava, o absolutismo tornou-se um empecilho ao pleno desenvolvimento comercial.
Se, no século XV, vimos a consolidação desses Estados, dois séculos depois o que temos é uma crise do modelo absolutista e da sociedade do antigo regime. Uma série de fatores agregados acabaria por terminar com o poder absoluto dos reis, proporcionando o nascimento do Estado contemporâneo. Um destes fatores foram as ideias iluministas, que estudamos nas aulas anteriores. A concepção de estado, a divisão de poderes e os princípios de cidadania e participação política, defendido pelos iluministas iam de encontro aos interesses da classe burguesa. Na Inglaterra, teremos no século XVII, a primeira das revoluções burguesas.
Cenário Europeu no século XVII
Quando falamos em revolução burguesa pensamos, quase de imediato, na Revolução Francesa. Isso acontece tanto devido ao absolutismo francês ter se tornado praticamente um modelo desse tipo de Estado, quanto ao fato das ideias iluministas terem sido aplicadas em diversas fases dessa revolução. Mas a França não foi a primeira a passar por esse processo. Ele ocorre antes na Inglaterra. Sobre a conjuntura europeia do século XVII, vejamos o que nos diz o historiador Christopher Hill: “Durante este período, a Alemanha e a Itália não conseguiram consolidar Estados nacionais baseados em um único mercado nacional, e ficaram para trás na corrida. O mesmo sucedeu com a Espanha, onde o poder dos interesses agrários e da Igreja se contrapôs ao ímpeto inicial que a conquista da América do Sul parecia ter desencadeado. Na França, após uma série de convulsões na primeira metade do século, a unidade nacional foi assegurada pela monarquia, com aquiescência das classes comerciais, que aceitaram uma posição de reconhecimento, apesar de subordinada, na estrutura de poder do país. Apenas na Inglaterra ocorreu uma ruptura decisiva no século XVII, a qual assegurou que, daí por diante, os governos haviam de conferir grande peso a decisões de natureza comercial. As decisões tomadas durante este século possibilitaram a Inglaterra tornar-se a primeira grande potência imperialista industrializada, e garantira que ela fosse governada por uma assembleia representativa.”.
De fato, foi a Revolução Inglesa que criou as condições favoráveis para que no século seguinte a Inglaterra fizesse a Revolução Industrial que alteraria todo o sistema produtivo e se alastraria pelo mundo, alterando para sempre não só as relações de produção, mas também as condições sociais com o nascimento de uma nova classe: a operária. Durante muito tempo, os livros didáticos e o conhecimento produzido pelos historiadores convencionou referir-se a este período como revoluções inglesas (Com o avanço dos estudos e pesquisas sobre o tema, percebemos que entender esse momento como três revoluções diferentes não fazia sentido, já que cada uma dessas fases está interligada e faz parte de um todo maior, cujo resultado final foi a reestruturação do Estado inglês. Dessa forma, o termo no plural caiu em desuso e as mudanças ocorridas no século XVII são consideradas como uma única revolução.). Isso acontecia porque este processo passou por 3 fases distintas: A Revolução Puritana, a República de Cromwell e a Revolução Gloriosa.
Dinastia Tudor
Quando falamos anteriormente, sobre o absolutismo inglês, vimos a ascensão da dinastia Tudor ao trono inglês e o reinado de Henrique VIII que rompeu com a igreja católica e fundou a anglicana, eliminando assim a sua enorme influência nas decisões do Estado. Muitas terras pertencentes à Igreja passaram a ser propriedade do Estado, que também confiscou boa parte da riqueza dessa igreja. Após um breve período de restauração católica, depois da morte de Henrique, quando sua filha Mary I assume o trono, a Inglaterra volta a ser protestante, durante o reinado de Elizabeth I. A chamada Era Elisabetana também ficou conhecida como Era de Ouro, pois a rainha consolidou seu domínio, mas, optou por não se casar, sendo conhecida como a Rainha Virgem.
A opção de não se casar teve muito mais implicações políticas do que simples escolha pessoal. Sem o casamento, não era necessário firmar nenhuma aliança com o país de origem do futuro marido, não resultando, portanto, na divisão do poder. Ao ser conhecida como Rainha Virgem, Elizabeth pode identificar sua imagem com a da Virgem Maria, figura religiosa importante tanto para os católicos quanto para os anglicanos, o que ajudou a pôr fim nas guerras de religião que assolaram o reino durante o governo de sua irmã, Mary I. Essa estratégia permitiu que a rainha consolidasse seu poder e unificasse definitivamente seu reino. Mas essa escolha teve um preço. Não se casando, a rainha não deixou herdeiros e encerrou consigo a dinastia Tudor. Após sua morte, em 1603, sobe ao trono o Rei Jaime I, rei da Escócia e da Irlanda e descendente de Henrique VIII.  
A Economia Inglesa
Embora a economia mercantil tenha se destacado na Inglaterra moderna, sendo estimulada através das práticas mercantilistas adotadas pelo coroa, a economia agrária ainda guardava resquícios do período feudal. Com o desenvolvimento do comércio, a gentry (Camada da nobreza que partilhava dos interesses burgueses.) e os yeomen (Pequenos e médios proprietários rurais.) passaram a cercar suas terras e dedicá-las à pastagem, especialmente de ovelhas, interessados no lucrativo comércio de lãs, que abasteceria as tecelagens inglesas. Esse processo, conhecido como enclousure ou cercamento dos campos, expulsou os camponeses de suas terras, causando um êxodo rural e provocando o inchaço das cidades e a insatisfação da população. Isso ocorre, sobretudo, devido à necessidade de matéria-prima para abastecer a indústria e podemos considerar esse um passo importante para a Revolução Industrial que ocorreria no século XVIII.
A migração do campo para a cidade permitiu a existência de um exército de mão de obra que trabalharia nas indústrias, formando a classe operária. Os enclousures ocorrem no século XVII e se intensificam no XVIII. Por outro lado, além de perderem suas terras, os camponeses eram obrigados a viver nas cidades que não estavam preparadas para recebê-los. Assim, há o aumento do desemprego, seguido de miséria e fome, o que acabaria por caracterizar as péssimas condições de vida a qual os operários seriam submetidos durante a Revolução Industrial.
A política Inglesa
Quando a Rainha Elizabeth I morre, em 1603 e Jaime I é coroado rei, a Inglaterra já era uma monarquia que contava com um parlamento. Esse sistema vigorava desde 1215, com a assinatura da Carta Magna pelo Rei João Sem Terra (Garantia os direitos inalienáveis dos nobres e limitava o poder real, mas permitia que o rei convocasse o parlamento de acordo com a sua vontade ou quando as circunstâncias o exigissem.). De acordo com a Carta Magna, o rei não podia, por exemplo, criar nenhum imposto sem a anuência das câmaras, mas não estava disposto a respeitar as vontades do parlamento. Ele tinha claras aspirações absolutistas e acreditava na centralização de poder nas mãos do rei como forma de governar mais livremente. Para isso, valia-se das teorias absolutistas, como a de direito divino, para justificar suas aspirações. Ademais, a Escócia e a Irlanda, não haviam adotado o anglicanismo, enquanto a Inglaterra havia consolidado o protestantismo no reinado anterior.
Jaime I
As disputas religiosas que Elizabeth conseguira manobrar voltavam a rondar o trono de Jaime I. Durante seureinado, a Inglaterra envolveu-se em diversos conflitos pela Europa, como a guerra dos Trinta Anos. Internamente, as disputas entre católicos e protestantes provocaram uma fuga em direção as colônias da América. As finanças do reino iam de mal a pior e, em virtude da crise econômica, o rei foi obrigado a convocar o parlamento, depois de 7 anos sem fazê-lo. Mas a relação entre o monarca e as câmaras era de franca hostilidade. Os representantes do povo queriam a todo custo limitar o poder real e Jaime I insistia em governar despoticamente. Em 1625, quando ele morre, sobe ao trono seu filho, Carlos I, e se depara com uma Inglaterra ingovernável.
Carlos I
Por conta das guerras em que estava envolvido, o novo rei foi obrigado a convocar o parlamento, o que aconteceu em 1628. Valendo-se da fragilidade do rei, o parlamento fez uma série de exigências em troca de seu apoio, como o controle da política financeira e do exército. Carlos I entendeu a atitude parlamentar como uma afronta ao poder real e o dissolveu, governando sem o parlamento e com o apoio da chamada Câmara Estrelada (Tribunal formado por nobres de confiança e que consistia em um Conselho Real Privado.). Para tentar sanear a economia, passou a cobrar diversos impostos, em um claro desrespeito à Carta Magna. Havia também a questão do rei governar tanto a Escócia quanto a Inglaterra, que tinham interesses claramente distintos. Para tentar forjar uma unificação de seu reino, Carlos I tentou impor à Escócia católica a religião anglicana inglesa, provocando a fúria dos escoceses que se rebelaram e invadiram a Inglaterra.
Diante dessa situação, foi obrigado a convocar novamente o parlamento em abril de 1640. Mas os parlamentares estavam menos preocupados com os escoceses católicos e mais dispostos a frear as iniciativas absolutistas do rei e limitar definitivamente seu poder. Com essa atitude parlamentar, o rei o dissolveu novamente, no mês seguinte a sua convocação e por sua breve duração esse período ficou conhecido como “parlamento curto”.  Sem ter apoio, logo, sem ter como governar, o rei voltou atrás e, em novembro, convoca novamente o parlamento. Mas desta vez, os parlamentares não estavam dispostos a deixar que o rei dissolvesse a assembleia. Foi estabelecido o ato trienal, segundo o qual o parlamento seria convocado com ou sem o consentimento do monarca a cada 3 anos. Se as negociações não foram à frente no “parlamento curto”, o mesmo correu nesta nova convocação. O rei foi obrigado a fazer diversas concessões e as negociações se arrastavam.
A Guerra Civil Inglesa
Embora a guerra civil de fato tenha ocorrido em 1642, podemos localizar seu início em 1640, quando as tensões entre rei e parlamento tornaram-se insustentáveis. A impossibilidade de se conciliar não só os interesses financeiros do território governado por Carlos I, mas também a questão religiosa permitiria que, em 1641, a Irlanda se rebelasse contra do domínio inglês. O rei solicitou ao parlamento a atuação do exército, para lutar contra os irlandeses e sufocar a rebelião. Mas o parlamento temia que, uma vez de posse de um exército, o rei o utilizasse em causa própria e se voltasse contra os próprios parlamentares. Estava criado o impasse que levaria à luta armada em 1642.
O embate entre as forças do parlamento e os apoiadores do rei ficou conhecido como Revolução Puritana e trouxe grandes prejuízos para seus negócios. O monarca era apoiado por alguns membros da nobreza e por uma parte da burguesia financeira, que temia uma guerra civil. Embora tenha conseguido reunir forças que somavam alguns milhares de soldados, Carlos I não conseguiu derrotar as forças parlamentares e foi obrigado a fugir para Oxford. O conflito durou 3 anos e, em 1645, o rei foi finalmente derrotado na Batalha de Naseby. Diante da derrota, Carlos I fugiu para a Escócia, onde se julgava seguro. Mas estava enganado. O parlamento escocês tampouco tinha grande apreço com o rei e não criou grandes dificuldades em prendê-lo e devolvê-lo para a Inglaterra, onde foi decapitado em 1649.
O Surgimento de um Novo Líder
A guerra civil também criara uma cisão dentro do exército parlamentar inglês: a emergência de um novo grupo, os levellers (niveladores), formado por pequenos proprietários rurais que defendiam a igualdade política e o sufrágio universal, propostas muito avançadas para a época. Por outro lado, os camponeses formavam os diggers (verdadeiros niveladores), eles desejavam reformas além do mundo da política, mas também na economia, em especial, no tocante à posse das terras. Nas batalhas, destacou-se como líder Oliver Cromwell. Tanto diggers quanto levellers foram fundamentais para a vitória de Cromwell, em 1645, mas logo após a derrota e a deposição do monarca, surgiram diversos problemas sobre quem ocuparia o poder e que projeto político seria adotado pelo novo governo.
Cromwell era de uma família de origem nobre, mas que não detinha muitas posses, tendo sido eleito pelo parlamento em 1640. Comandou o exército parlamentar com enorme sucesso, sobretudo pelo novo modelo implantado, o “new model army”. Tradicionalmente, o acesso às patentes de oficiais estava destinado aos nobres. Dessa forma, um soldado oriundo das classes populares só poderia ascender até determinado ponto o que fazia com que a carreira militar não fosse interessante para as pessoas mais pobres que, de fato, constituíam o maior número de membros do exército. Um nobre jamais ingressaria no exército como soldado e, independente de suas habilidades, teria garantido o título de oficial.  
A mudança proposta no exército parlamentar por Cromwell foi simples e brilhante. Sob seu comando, estava estabelecida a meritocracia (Aquele que demostrasse bravura e se destacasse no campo de batalha faria jus ao título de oficial, independente de sua origem.). Embora pareça algo quase ingênuo aos nossos olhos contemporâneos, essa foi uma mudança de enormes proporções e implicações ainda mais profundas. Em primeiro lugar, diminuía drasticamente a diferença de classes dentro do exército. À medida que existia uma possibilidade de ascensão profissional e, consequentemente, ascensão social, a carreira militar tornou-se bastante atraente para as classes operárias e, por fim, Cromwell conseguiu de seus soldados nada menos que devoção e apoio incondicional. Com o suporte do exército e a eliminação do rei, o caminho óbvio para o parlamento era indicar Cromwell como seu líder. Ele assume o poder em 1649 e governaria até sua morte, em 1658.
As Contradições no Período Cromwell
O governo de Cromwell foi nada menos do que controverso, bem como ele próprio. Assim como outras figuras importantes da historiografia, as interpretações (Seja qual for a análise, nenhuma delas nega a importância de período, e que esteve no poder para a ascensão da Inglaterra como potência, ainda que para isso tenha recorrido a medidas autoritárias.) sobre ele variam desde herói, salvador da Inglaterra e gênio militar até vilão, tirano e ditador. Entre 1649 e 1653, embora ainda houvesse um parlamento que por direito deteria o poder executivo, todas as decisões de fato estavam centralizadas nas mãos de Cromwell. Essa fase ganhou o nome de República de Cromwell, pois o líder do Estado não era um monarca e, na prática, a monarquia estava abolida, mas a nobreza permanecia.
Como uma de suas primeiras medidas para acabar com as cisões entre os parlamentares, mandou executar os líderes dos grupos radicais que antes o haviam apoiado, como os levellers e os diggers. Sua política externa foi extremamente agressiva. O maior rival da Inglaterra, no comércio ultramarino, era a Holanda. Para diminuir o poderio holandês nos mares e garantir o predomínio inglês, em 1651, é publicado o chamado Ato de Navegação. Segundo esse ato, qualquer mercadoria que chegasse aos portos ingleses deveria ser transportada em navios de bandeira inglesa. Em 1652, foi estendido que o capitão e 3/4 da tripulação também deveriam ser compostos por ingleses. A medida foi um baque na economia holandesa.
Paraentendermos sua extensão, basta lembrarmos que grande parte da mercadoria vinda das colônias, seja inglesa ou não, deveria vir nestes navios. A frota inglesa passou a dominar os comércios americanos, asiático e europeu o que, obviamente, deixou a Holanda extremamente insatisfeita, resultando na chamada Guerra Anglo-holandesa. Ainda que os demais países da Europa também fossem prejudicados pelos atos de navegação, não possuíam forças suficientes para fazer frente à poderosa armada inglesa, por isso, somente a Holanda, prejudicada diretamente pelo ato, iniciou uma guerra entre 1652 e 1654. Foi em vão e ela saiu derrotada, o que acabou confirmando a supremacia inglesa no domínio dos mares.
O Estabelecimento de uma Potência
Os atos de navegação transformaram a Inglaterra em uma potência definitiva, tanto comercial quanto financeiramente. A burguesia acumulou um enorme capital que, no século XVIII, seria investido na industrialização, sendo um dos fatores responsáveis pelo pioneirismo inglês na Revolução Industrial. Sob gestão de Cromwell, os cercamentos dos campos se intensificaram. Para diminuir as disputas agrárias, as terras dos partidários do antigo rei foram confiscadas e vendidas aos produtores rurais. O domínio inglês sobre a Escócia e a Irlanda foi consolidado sendo estabelecida a Commonwealth (grupo de estados governados por um só líder.).
Lorde Protetor
Cromwell reprimiu impiedosamente tanto as rebeliões quanto a oposição ao seu governo. Pode ser considerado um salvador para os ingleses tendo recebido, na época, o título de Lorde Protetor, contudo, o mesmo não se pode dizer em relação à Irlanda, onde a perseguição aos católicos gerou verdadeiros massacres. Sua gestão foi rígida e intolerante, não permitindo a existência de qualquer tipo de oposição e expandindo os princípios puritanos a todo custo. Em 1653, o parlamento foi dissolvido, eliminando o último entrave ao poder absoluto que ele de fato exerceu.
Poder
Embora Cromwell não fosse rei, seus poderes eram amplos e possivelmente maiores do que os de alguns monarcas permitindo, inclusive, que indicasse seu sucessor. O escolhido foi seu filho, Ricardo. Mas o filho não tinha a mesma habilidade política do pai nem era, como ele, amado pelo exército. Ricardo governou por menos de 1 ano e, em 1660, um novo parlamento foi eleito, buscando substituir Ricardo Cromwell do poder e restaurar a monarquia.
Estratégia
Devemos entender esta medida como estratégica e não como um retrocesso ao regime anterior, que havia sido definitivamente sepultado pela Revolução Puritana. A monarquia que se pretendia restaurar obedeceria agora às vontades do parlamento, sendo a ele submetido, o que gerou a famosa expressão para definir o poder do monarca inglês: “O rei reina, mas não governa”.
O Novo Sistema Monárquico Inglês
A assinatura da Declaração de Direitos, em 1689, criou o sistema de monarquia parlamentar inglesa que conhecemos hoje. A atual rainha, Elizabeth II, embora reine, não governa de fato, cabendo este papel ao primeiro ministro e ao parlamento inglês. A Declaração de Direitos consolidou inquestionavelmente os poderes do parlamento. O controle das finanças por parte das câmaras possibilitou o desenvolvimento comercial, já grandemente favorecido pelas políticas adotadas por Cromwell e pelos atos de navegação. A Inglaterra emergiu da Revolução Inglesa como um país pronto para implantar e fortalecer o sistema capitalista e com as condições propícias para que realizasse a Revolução Industrial do século XVIII.  
�PAGE \* MERGEFORMAT�2�

Outros materiais