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Tema 1 – Libras
Percurso Histórico da Educação de Surdos: a Origem dos Mitos e Concepções
Profa. Ma. Kate M. Oliveira Kumada
LIBRAS
• LIBRAS é a Língua Brasileira de Sinais.
. Reconhecida pela Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002, como o sistema linguístico das comunidades de pessoas surdas do Brasil.
A LIBRAS e as Línguas de Sinais 
Ao redor do mundo existem outras línguas de sinais que, assim como a LIBRAS, representam a surdez em sua:
História
Cultura
Identidade
Estrutura linguística
Entre outras
Percurso Histórico da Educação de Surdos
 Cabe salientar que as línguas de sinais não foram recentemente criadas ou inventadas, como muitos acreditam.
Percurso Histórico da Educação de Surdos
Grécia
Egito
Roma
Antiguidade: sem direitos até o século VI.
Pelo Código Justiniano, surdos oralizados conquistam o direito de:
Herdar fortunas.
Unir-se em matrimônio.
Ter propriedades.
Idade Média: sem direito
a educação.
Idade Moderna:
Primeiros educadores
Ensino individual para filhos de nobres
Pablo Bonet e Pedro Ponce de Leon
Alfabeto manual
 Entre 1760 e 1880: Com abade Charles Michael de L’Épée:
Surgem as primeiras escolas para surdos.
Ensino individual passa a ser coletivo e público.
Método Visual através de sinais franceses.
Alunos surdos se tornaram educadores.
 Entre 1760 e 1880:
Primeiras escolas para surdos do Método Oral: 
- Thomas Braidwood (Inglaterra):
Escrita, alfabeto digital e oralidade
– Samuel Heinicke (Alemanha):
Oralismo puro
O Grande Conflito
Método Visual – Educação através da língua de sinais
Método Oral – Educação através da oralidade
Percurso Histórico da Educação de Surdos: a Origem dos Mitos e Concepções
Congresso de Milão 1880
Congresso Internacional de Milão - Educadores reunidos (exceto surdos)
Votação elegeu método oral
Demissão de professores surdos
Consequências no desenvolvimento educacional e linguístico dos surdos
Percurso Histórico da Educação de Surdos
• No Brasil:
Primeira escola para surdos:
Fundada em 1857, por Ernest Huet, no Rio de Janeiro.
Com mais de 150 anos, funciona até hoje como o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).
Era utilizado o Método Visual.
Após o Congresso de Milão, foi adotado o Método Oral.
Seguindo tendências mundiais, na década de 1980, foi inserida a Comunicação Total.
Abordagens de Ensino
Oralismo – insucesso escolar e linguístico
Comunicação Total – uso de vários recursos
Bilinguismo – reconhecimento da língua de sinais (L1)
Abordagens de Ensino 
- Comunicação Total
• Uso de escrita, sinais, oralidade, figuras, mímicas, gestos, entre outros
• Preocupação com a comunicação
- Bilinguismo
• Língua de sinais como L1
• Língua majoritária como L2
• Sujeito surdo como bilíngue
• Surdez como diferença linguística
Concepções de Surdez
Clínico-patológica
• Surdez como deficiência auditiva
• Tratamento ou cura para a surdez.
• Aparelhos de amplificação sonora individual, implante coclear.
Socioantropológica
• Surdez como diferença linguística
• Acesso a língua de sinais
• Construção da identidade surda
• Contato com a cultura surda
• O passar dos anos trouxe inúmeras conquistas para a educação de surdos, desde o reconhecimento da língua de sinais até a desconstrução da surdez como deficiência.
• Contudo, vários mitos continuam sendo reproduzidos ao longo da história até os dias atuais.
Desvendando alguns mitos
A língua de sinais é universal?
A língua de sinais é icônica?
A língua de sinais só expressa conceitos concretos?
E o surdo-mudo?
Percurso Histórico da Educação de Surdos: a Origem dos Mitos e Concepções
AGORA É SUA VEZ
1. Durante a mudança de administração do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), entre 1930 e 1947, a escritora Cecília Meirelles escreveu algumas crônicas sobre as crianças surdas que ela observou na referida instituição. Vamos analisar o excerto de uma de suas crônicas e, considerando a história da educação de surdos, identificar onde e em que período da história esse olhar de encantamento para a forma particular de comunicação dos surdos foi revelado.
•“[...] espreitando, curiosas, gesticulando, rindo, encolhendo-se com desconfiança pelos cantos, ou olhando passivamente ao acaso, umas doze crianças vestidas de azul, nos aparecem, com essa estranha physionomia dos que não ouvem e não falam, e que nos dão a impressão de os podermos, de repente, desencantar... (observadoras, curiosas, desconfiadas, de olhares passivos, vestidas de azul, uniformizadas, de fisionomia estranha, dão impressão que são encantadas)”
(COSTA, J. P. B. A educação do surdo ontem e hoje: posição sujeito e identidade. Campinas: Mercado das Letras, 2010. p. 62).
2. O paradigma da inclusão é o modelo de ensino apregoado atualmente; contudo, ao retroceder na história é possível observar que outros destinos foram reservados às pessoas surdas até Conquistarem o direito de serem respeitadas e incluídas no ensino regular.
(V ) Na Roma e Grécia antiga, os surdos não eram considerados educáveis,
por isso muitas crianças surdas foram destinadas à morte.
(V ) Até 1760, apenas filhos de nobres e famílias mais abastadas tinham direito e acesso ao ensino formal.
( F) Entre 1760 e 1880, o abade L’Épée criou o método oral e proibiu o uso da língua de sinais.
(V ) Entre 1760 e 1880, educadores surdos fundaram escolas em diversas partes do mundo.
(F ) Em 1880, o Congresso de Milão oficializou a língua de sinais como língua de instrução dos
surdos.
3. Na reportagem “ Casal britânico quer direito de escolher embrião surdo”, um casal de surdos britânicos criou polêmica ao desejar, através do tratamento de fertilização, escolher o embrião da criança para que ela também seja surda.
Disponível em:http://www.estadao.com.br/noticias/geral,casal-britanicoquer-direito-de-escolher-embriao-surdo,138871,0.htm. Acesso em: 1 mai.2013.
Qual concepção de surdez e de surdos é defendida pelo casal?
“A partir do século XVI surgiram as primeiras intenções na educação de surdos. Nessa primeira fase, até 1760, apenas surdos de famílias abastadas tinham acesso ao ensino formal e individual, ministrado portutores. A preocupação em educar as crianças surdas estava ligada a possibilidade, principalmente no caso de primogênitos, de serem reconhecidos pela lei para herdarem os bens da família. Nessa primeira fase o ensino foi inspirado nos sinais utilizados pelos monges beneditinos
que viviam sob o voto de silêncio e no alfabeto digital desenvolvido por educadores da época.” (KUMADA, 2013).
Você conhece o alfabeto digital ou datilológico da LIBRAS?
Percurso Histórico da Educação de Surdos: a Origem dos Mitos e Concepções
FINALIZANDO
• Você aprendeu que desde a Antiguidade os surdos tiveram seus direitos negligenciados – o direito à vida, à educação, ao matrimônio e até mesmo o direito a se expressar na própria língua.
• Assim, a inclusão, enquanto atual paradigma, tenta saldar uma antiga dívida com as comunidades de pessoas surdas.
• Reconhecer a língua de sinais e a pessoa surda como cidadão de direitos.
• Reconhecer que a educação de surdos deve sern mediada pela língua natural dos surdos.
• Para isso, é necessário uma sociedade preparada para acolher a surdez.
• Como? Através de:
Intérpretes de LIBRAS
Profissionais e escolas bilíngues em LIBRAS e língua portuguesa
Legendas em programas televisivos
E outras formas
Tema 2: O Papel da LIBRAS na Formação da Cultura e Identidade Surda
Profa. Ma. Kate M. Oliveira Kumada
Introdução
• Na aula passada, você acompanhou a história da educação de surdos e conheceu, especialmente, a origem da língua de sinais, seus mitos e concepções.
• Contudo, a língua de sinais está presente não apenas no contexto histórico da surdez, mas também na construção da identidade e cultura surda.
• De acordo com Choi et al. (2011, p. 35), a língua de sinais representa três papéis principais para os surdos: 
-Identidade social
-Depositário de conhecimento cultural
-Meio de interação social
A Língua de Sinais comoIdentidade Social: o que É Identidade?
• As pessoas podem se identificar com vários grupos, por nação, profissão, gênero, orientação sexual, religião, partido político, entre outros.
• O sentimento de pertencimento a um grupo automaticamente gera a negação/oposição a outro.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/928569
O que É Identidade Surda?
• Do mesmo modo, os sujeitos surdos se identificam com a comunidades surdas, ou seja, com pessoas que possuem a mesma experiência visual de mundo e que se comunicam através da língua de sinais.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1215912
Como se Constrói a Identidade Surda?
-Acesso à LIBRAS
-Acesso à cultura surda
-Contato com a comunidade surda 
• Crianças surdas
• Adultos surdos
Identidade Surda: a Importância do Contato com Surdos Adultos
• Segundo a autobiografia da atriz e escritora surda Emmanuelle Laborit (1994, p. 49, apud CHOI et al., 2011, p. 27-8), ao encontrar um surdo adulto: 
“[...] compreendi imediatamente que não estava sozinha no mundo. Uma revelação imprevista. Um deslumbramento. Eu, que me acreditava única e destinada a morrer criança, como costumam imaginar que aconteceria às crianças surdas, acaba de descobrir que existia um futuro possível, já que Alfredo era adulto e surdo!”
Identidade Surda: a Identidade da Diferença
• De acordo com Choi et. al. (2011, p. 28), quanto mais convivem na comunidade surda, mais autoconfiantes e orgulhosos ficam os surdos, pois compreendem as diferenças entre as culturas e se percebem como diferentes, não mais como deficientes.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1070365
O Papel da Língua de Sinais como Meio de Interação Social
Chamando atenção de uma pessoa surda:
Não adianta gritar ou chamar pelo nome. não
Ou tocar no braço ou antebraço. sim
Ou acenar com a mão. sim
Ou pisar forte no chão. sim
Ou bater na mesa. sim
Ou acender e apagar a luz. sim
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/616825
O Papel da Língua de Sinais como Meio de Interação Social
 Ao interagir com o surdo:
• Não o toque pelas costas. não
• Apresente-se em seu campo visual. Sim. Vá pela frente da pessoa.
• Não lhe dê as costas. Não. 
• Olhe para o seu interlocutor. Fale e olhe para o outro. Tem sinais que são feitos pelo rosto.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/720361
O Papel da Língua de Sinais como Meio de Interação Social
Em um diálogo em LIBRAS é comum:
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1087378
• Confirmação do entendimento.
• Conversas diretas. Quer um café... Não.
• Chegadas e partidas longas.
• Grandes rodas de conversas.
O Papel da Língua de Sinais como Meio de Interação Social
Os sinais pessoais:
• Apresentação:
Sinal, nome, surdo/ouvinte
• Batizado do sinal
Feito por surdos
Feito com base em uma característica física, uso de objetos ou comportamento constante.
O sinal é Permanente. Não pode ser mudado.
O Papel da Língua de Sinais como Meio de Interação Social
Pontos de encontro:
• Associações, shoppings, terminais de ônibus ou metrô, entre outros.
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/112307
O Papel da Língua de Sinais como Depositária de Conhecimento Cultural
• A cultura surda pode se manifestar de diversas maneiras:
• em teatros (uso simultâneo de língua de sinais, mímicas e coreografia)
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/73875722/08/2014
O Papel da Língua de Sinais como Depositária de Conhecimento Cultural
• A cultura surda pode se manifestar de diversas maneiras:
• em poesias e poemas (uso da repetição de sinais, de movimentos, de ritmo ou de qualquer um dos parâmetros linguísticos)
• em histórias de surdos (passadas de geração em geração, recentemente publicadas em vídeos e livros)
• A cultura surda pode se manifestar de diversas maneiras:
• em piadas (é comum satirizar a condição de ser surdo ou ser ouvinte e as relações e diferenças entre surdos e ouvintes)
• em literatura infantil (por exemplo, “Cinderela Surda”, “Rapunzel Surda” e fábulas), bem como em clássicos, contos, romances, entre outros.
O Papel da Língua de Sinais como Depositária de Conhecimento Cultural
• Algumas formas de adaptações culturais para o acesso das pessoas surdas aos recursos tecnológicos são:
• Campainhas luminosas
• Celulares: SMS e videoconferências em chamadas 3G
• TTS – Terminal Telefônico para Surdos. Telefone com visor.
• Algumas formas de adaptações culturais para o acesso das pessoas surdas aos recursos tecnológicos são:
• Babá eletrônica luminosa 
• Relógio de pulso e despertador vibratório
• Legenda oculta e outros tradutores. Close caption e app de celulares.
O Papel da LIBRAS na Formação da Cultura e Identidade Surda
AGORA É SUA VEZ
1. Analise a imagem (à esquerda) e os sinais pessoais (à direita) dos personagens Mônica e Cebolinha, da Turma da Mônica, e justifique a referência de cada sinal.
Fonte: CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngüe da Língua de Sinais Brasileira. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2008. v. 1-2. p. 855-1.294
Vamos aprender outros sinais pessoais?
• Kate
• Lula falta do dedo
• Xuxa dancinha do xu xu xu xa xa xa
• Dilma letras d na maça do rosto
• Chapeuzinho Vermelho as duas mão fazendo chapeuzinho
• Jô Soares beijo do gordo
2. Analise as alternativas abaixo e indique se são (V) Verdadeiras ou (F) Falsas:
(F) As interações em LIBRAS são marcadas por chegadas, partidas e conversas rápidas e diretas.
(V ) O olhar é imprescindível na interação com o surdo; por isso, virar as costas ou desviar o olhar pode ser considerado um insulto.
(F) Em grandes rodas de conversa, os surdos respeitam o turno de cada interlocutor, sem entrecruzarem seus diálogos.
(V) Durante uma apresentação, é identificado o sinal pessoal, depois é soletrado o nome e, em seguida, marcado se a pessoa é surda ou ouvinte.
(V) Para garantir que a informação da conversa esteja acessível a todos, é comum os surdos sempre confirmarem se todos estão entendendo.
3. Para iniciar uma comunicação em LIBRAS com uma pessoa surda, não basta dominar os sinais, é preciso estar sensível para as particularidades culturais presentes na comunidade surda. Com base nisso, responda:
Para chamar a atenção de uma pessoa surda, você deve:
• Chamá-la pelo seu nome ou pelo seu sinal pessoal. Não
• Tocá-la no braço ou antebraço. Sim
• Acenar com a mão em seu campo visual e/ou pisar fortemente no chão. Sim
• Tocar suas costas. Não
• Apagar e acender as luzes. Sim
Vamos aprender alguns sinais de cumprimentos em LIBRAS?
• Bom dia! 
• Boa tarde!
• Boa noite!
• Seja bem-vindo!
• Olá, tudo bem?
• Oi, tudo bem?
• Qual é o seu nome? O meu nome é…
• Qual é o seu sinal? O meu sinal é…
• Eu sou surdo. Eu sou ouvinte.
Fonte:http://www.sxc.hu/photo/904699 
O Papel da LIBRAS na Formação da Cultura e Identidade Surda
FINALIZANDO
Conclusão
• Trata-se de uma língua visual-espacial com a qual os surdos podem vivenciar o mundo e participar dele.
• Uma língua que permite o sentimento de identificação com um grupo de pertencimento.
• A LIBRAS representa para as pessoas surdas muito mais que um meio de comunicação:
Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1285842 
• O ingresso no universo da surdez está muito além do domínio da língua de sinais.
• Saber como interagir com as pessoas surdas é essencial.
• Para isso, é necessário conhecer seus domínios linguísticos e culturais.
Fonte:http://www.sxc.hu/photo/587214 
• Além disso, você aprendeu que a LIBRAS favorece a criação e reprodução de uma cultura surda riquíssima, com poesias, piadas, literatura, teatro, entre outros.
Fonte:http://www.sxc.hu/photo/844547 
Quer exemplos?
• As obras “Cinderela Surda”, “Rapunzel Surda” e o “Patinho Feito (surdo)”
• A TV INES, primeira emissora brasileira virtual para surdos
• Editoras, como LSB Vídeos e Arara Azul
• Os dicionários 1)impresso trilíngues 2)virtuais e 3)apps
• Entre outros
Tema 3 - Aspectos Linguísticos da LIBRAS
Profa.Ma. Kate M. Oliveira Kumada
Introdução
•Nas aulas anteriores, você viu que a língua de sinais representa uma conquista histórica para a comunidade de pessoas surdas.•Durante muito tempo, os surdos foram privados de se expressarem através da língua de sinais, sob o pretexto de que seu aprendizado prejudicaria a fala oral.
• Em decorrência de uma história de lutas em comum, de uma língua em comum e da própria experiência visual de mundo partilhada pelos surdos, você aprendeu que a surdez se tornou um
elemento identificatório para a construção da identidade surda.
• E é também através da língua de sinais que inúmeras manifestações culturais são produzidas pela comunidade surda, tanto no âmbito da interação quanto no das expressões artísticas.
• Desse modo, socialmente e culturalmente, você entendeu que a LIBRAS atende a comunidade surda da mesma forma que a língua portuguesa atende aos brasileiros ouvintes.
• Mas, e linguisticamente?
Aspectos Linguísticos da LIBRAS
• Em 1960, o linguista americano William Stokoe comprovou que a língua de sinais americana apresentava estrutura linguística equiparada às línguas orais.
• Na década de 1980, foram iniciados os estudos linguísticos sobre a LIBRAS, no Brasil.
• Vamos saber mais sobre isso?
• Parâmetros linguísticos:
Configuração de mão
Localização
Movimento
Orientação das
palmas das mãos
E traços não manuais
(expressões faciais, movimento corporal e o olhar)
Aspectos Fonológicos da LIBRAS
• Configuração de mão
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 59-92.
• Localização
Movimento Orientação das palmas Aspectos Fonológicos da LIBRAS
• Os parâmetros linguísticos da LIBRAS funcionam como traços distintivos, assim como os fonemas
(quiremas/queremas).
 /p/ata, /b/ata, /m/ata
 Aprender, sábado, ouvinte
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
Aspectos Morfológicos da LIBRAS
• A morfologia se preocupa com a formação e classificação das palavras.
Derivação de nomes em verbos e/ou verbos em nomes.
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
Sentar Cadeira
Composição: sinais compostos
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
ESCOLA
CASA + ESTUDAR
IGREJA
CASA + CRUZ
Aspectos Linguísticos da LIBRAS
• Incorporação de argumento:
• Incorporação de número:
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
Aspectos Morfológicos da LIBRAS
• Incorporação de negativa
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
Alterando o sinal e direcionando a palma da mão para fora.
Com a oscilação da cabeça e do sinal sem alterar a configuração do sinal.
Com o meneio da cabeça de um lado para o outro em movimento de negação.
Com o acréscimo do movimento "NÃO" executado com o dedo indicado.
Categorias Gramaticais da LIBRAS
• Assim como a língua portuguesa, a LIBRAS também é organizada em classes:
Substantivos
Verbos
Pronomes
Advérbios
Adjetivos
Numerais
Categorias Gramaticais da LIBRAS
 Verbos:
 Simples
 Direcionais
 Espaciais
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
 Adjetivos:
 Não apresentam flexão de número ou gênero
 Adjetivos descritivos e classificadores
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
Pronomes
Pessoais
Eu, você, ele/ela
Nós (dois), vocês
(dois, três),
eles/elas
Possessivos
Meu, seu,
dele/dela
Nossos, seus,
deles/delas
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
 Classificadores:
 Podem ser associados a um verbo ou ação.
 Podem incorporar o tamanho e a forma do objeto.
 Podem realizar a animação corporal de um personagem ou realizar referência à manipulação de um instrumento.
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
 Flexão verbal:
 Flexão verbal de aspecto
 Flexão verbal de número
 Flexão verbal de tempo
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
 Flexão nominal:
 Genêro
 Número (plural)
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
 Sintaxe: Estrutura “tópico comentário” é a mais comum.
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
1. A fonologia estuda os fonemas da língua oral. Na língua de sinais, o estudo fonológico se concentra nos queremas. A substituição de um querema resulta em outro vocábulo, funcionando como traço distintivo e possibilitando uma infinidade de combinações. Nesse sentido, analise os sinais abaixo e descreva qual o traço distintivo entre eles.
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 63-71.
EVITAR VACA FAZENDA
2. É um processo bastante comum na flexão nominal da língua portuguesa aproveitar a mesma raiz e acrescentar “o” ou “a” no final dos substantivos para indicar o gênero, como, por exemplo, “menino ” e “menina”. Já em inglês, o mesmo significado será representado pelas palavras “boy” e “girl”, cuja raiz não tem semelhança.
Considerando as diferentes formas de funcionamento das línguas, explique como seria realizada a diferença de gênero para representar “menino ” e “menina” em
Vamos praticar?
• Vamos aprender outros sinais com a inserção do genêro?
 ANIMAIS: CACHORR@, GAT@, RAT@, ELEFANTE/ELEFANTA, PORC@, CAVALO/ÉGUA,
COELH@.
 PROFISSÕES: PROFESSOR@, MÉDIC@, ALUN@, DIRETOR@, PSICÓLOG@.
 FAMÍLIA:MÃE/PAI, FILH@, PRIM@, IRM@, VOV@, SOBRINH@.
3. É bastante comum que textos escritos por pessoas surdas menos oralizadas apresentem influência da LIBRAS, sua primeira língua. Por essa razão, a comunidade surda defende que a língua portuguesa deve ser ensinada aos alunos surdos como segunda língua, ou seja, partindo
da sua primeira língua como meio de instrução. Imagine então que você recebeu um aluno surdo e, em sua produção escrita, ele escreveu seguinte frase: “DINHEIRO MEU MAMÃE NÃO TER”. Coloque a frase na ordem correta da língua portuguesa e justifique qual foi a influência da
gramática da LIBRAS para os “equívocos” apresentados pelo aluno.
• Vamos praticar outros exemplos da estrutura “tópico comentário”?
 Eu vou ao shopping. / SHOPPING EU IR.
 Ela tem um carro novo. / CARRO NOVO ELA TER.
 Quem é o seu namorado? / NAMORADO SEU QUEM?
 Qual curso você estuda? / CURSO VOCÊ ESTUDAR QUAL?
Conclusão
• A LIBRAS é um sistema linguístico legítimo, com estrutura e organização própria, e independente da língua portuguesa.
• A LIBRAS atende a todos os requisitos linguísticos de uma língua, na fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática.
• Os parâmetros linguísticos, as categorias gramaticais e os aspectos morfológicos da LIBRAS permitem uma infinidade de combinações. 
Conclusão
• Aprender a gramática da LIBRAS é essencial para compreender seu funcionamento e, assim, estabelecer um diálogo efetivo com interlocutores surdos.
• Desse modo, a única diferença entre as línguas de sinais e as línguas orais está em sua modalidade.
• Enquanto a língua portuguesa é oral e auditiva, a LIBRAS é uma língua visual e espacial.
Tema 4 :Educação de Surdos: Inclusão e Bilinguismo
Introdução
• Você já aprendeu que o reconhecimento da língua de sinais tem grande significado para a comunidade surda, pois além de fortalecer sua cultura e identidade, constitui-se como um marco histórico na luta dos direitos humanos das pessoas surdas no país.
O Paradigma da Inclusão
Todos nós sabemos que, atualmente, vivenciamos o paradigma da inclusão.
Para chegar até aqui, outros paradigmas foram superados ao longo da história, tais como:
• A exclusão
• O assistencialismo
• A integração
As Implicações do Paradigma da Inclusão na Educação
• No atual paradigma da inclusão, os alunos com NEEs, inclusive os surdos, têm o direito de acesso e de permanência no ensino regular e no AEE (no caso de alunos com deficiências, altas habilidades e TGD).
Os Documentos Legais
• Nesse sentido, alguns documentos legais foram promulgados para viabilizar a educação das pessoas com surdez:
Lei n. 10.098/2000
Lei n. 10.436/2002
Decreto n. 5.626/2005
Os Documentos Legais
• Lei n. 10.098/2000
• Formação e atuação do intérprete e tradutor de LIBRAS – língua portuguesa, para promover o acesso das pessoas surdas à informação.
Os Documentos Legais
• Lei n. 10.436/2002
– Oficialização da LIBRAS.
– Formação e atuação do intérprete de LS/LP.
– Inclusão da disciplina de LIBRAS.
– LIBRAS como parte dos PCNs.
Os Documentos Legais
• Decreto n. 5.626/2005
– Reconhece a influência da LS e da cultura surda.
– O direito dos surdos a uma educação bilíngue.
Os Documentos Legais
• Decreto n. 5.626/2005
– Formação do professor e instrutorde LIBRAS.
– Uso e difusão da LS e LP.
– Disciplina de LIBRAS
Inclusão da Disciplina de LIBRAS
• A inclusão da disciplina de LIBRAS não tem por objetivo oferecer a fluência na LS.
• O intuito é motivar a continuidade dos estudos e o contato inicial com tal sistema linguístico e com a comunidade surda.
O Aprendizado da LIBRAS
• O aprendizado da LIBRAS implica o reconhecimento de seu valor histórico, cultural, social e linguístico.
• Entender o sujeito surdo enquanto bilíngue.
• Entender-se enquanto aprendiz de uma segunda língua.
O Bilinguismo – LIBRAS e Língua Portuguesa
LIBRAS – L1
Língua portuguesa – L2 (escrita) Língua portuguesa – L2 (oral)
Dificuldades Comuns aos Aprendizes da LIBRAS
• O alfabeto manual gera dificuldade para muitos aprendizes da LIBRAS.
• Então fique atento:
F e T
G e Q
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 100.
Dificuldades Comuns aos Aprendizes da LIBRAS
C e Ç
A, S e E
H, K e P
I e Y
D
• Lembre-se:
– A configuração da mão precisa estar visível	(palma para fora).
– Expressões faciais (você deve realiza-las e observá-las no seu interlocutor).
• Sintaxe da LIBRAS:
Fonte: CHOI et al., 2011, p. 106-8.
O Aprendizado da LIBRAS como L2
• Para entender o aprendizado da LIBRAS como segunda língua (L2), também é necessário considerar a abordagem ou metodologia de ensino de línguas:
 Método tradicional (palavras soltas, sem contexto,memorização, entre outros)
 Abordagem comunicativa (contextualização, diálogos, textos simulados e/ou autênticos, entre outros)
• Não basta saber a língua, é preciso saber ensinar a língua.
• Não basta aprender a língua, é preciso entender como ela se constrói na história, na sociedade, enquanto cultura e identidade, e também enquanto língua.
• É preciso praticar através do contato com a comunidade surda.
Educação de Surdos: Inclusão e Bilinguismo
AGORA É SUA VEZ
1. Leia o excerto: “Para você ter uma ideia, só 374 surdos faziam faculdade no Brasil, no ano de 2000. Hoje [2012] só na licenciatura de Letras LIBRAS, da primeira turma de 2006 foram 1.500 surdos universitários, e mais 600 da segunda turma de 2008. Universidades na Paraíba e em São Paulo já oferecem graduação em Letras LIBRAS. O Rio de Janeiro e Porto Alegre vão oferecer
em breve também.”
O que promoveu o crescimento do índice de alunos surdos na universidade de 2000 a 2012?
Fonte: Jornal Visual, 24 abr. 2012. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=_M0s7MMA7nA>. Acesso em: 10 maio 2013.
• 2. O aprendizado da LIBRAS pode apresentar dificuldades iniciais para o novo aprendiz. Analise as alternativas abaixo e indique quais letras do alfabeto manual geram confusão entre os alunos iniciantes na LIBRAS.
a) Y e P
b) K, W e U
c) T e F
d) H e J
e) S e Z
• Em alguns casos, sinais e números também são semelhantes ou iguais e podem gerar dificuldades para os aprendizes da LIBRAS.
Vamos conhecer alguns casos?
 Letra S e número 8
 Letra O e número 0
 Letra V e W e os números 2 e 3
 Letra Q e o número 7
 Sinal para ‘sábado’ e ‘laranja’
 Sinal para ‘médico’ e ‘relação sexual’
• 3. Carlos ingressou em um curso de LIBRAS. Na primeira aula, o professor João contou uma piada da comunidade surda em LIBRAS, revelando aos alunos ouvintes um pouco da cultura surda. Na segunda aula, trouxe um convidado surdo para falar sobre identidade surda, que fez sua explicação através da LIBRAS.
Qual é a metodologia de ensino de línguas utilizada pelo professor João? Comunicação
Você conhece alguma piada da comunidade surda?
• Piada do passarinho
• Piada da árvore
Conclusão
• A LIBRAS é uma língua legítima, reconhecida pela Lei n. 10.436/2002.
• A oficialização da LIBRAS favoreceu a inclusão escolar e, consequentemente, a
inclusão profissional e social dos surdos.
• A LIBRAS, enquanto sistema linguístico legitimado cientificamente e legalmente, desloca a representação do surdo de semilíngue (sem língua, mudo) para bilíngue.
• Enquanto sujeito bilíngue, o surdo tem direito de ser ensinado e avaliado através da sua primeira língua, aprendendo a língua portuguesa como L2.
• Por essa razão, os surdos reivindicam escolas bilíngues.
• Enquanto língua, o domínio da LIBRAS como L2 ocorre mediante:
Estudos continuados
Prática e contato com usuários fluentes
Abordagens e métodos adequados
Língua Brasileira de Sinais
Professora Ana Maria Ribeiro da Rocha.Língua de Sinais
Três fases compõem a história de Ed. de Surdos:
• Até 1760, apenas surdos de famílias abastadas tinham acesso ao ensino formal.
• Após 1760, com o método visual, L'Épée e seus discípulos surdos fundam escolas em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil.
• De 1880 a 1980 o 'Congresso de Milão' impõe o uso da oralidade na Educ. de Surdos.
• Precursor da LS, o francês Abade Charles Michel de L'Épée, oportuniza a formação de
educadores surdos com a promoção do ensino público.
• Para o aprendizado da oralidade, na Inglaterra, Thomas Braidwood utiliza a escrita e o alfabeto digital (manual).
• O alemão Samuel Heinicke proibia o uso de qualquer recurso manual, pois acreditava que os sinais prejudicavam o desenvolvimento da fala oral.
A Educação de Surdos • Método Visual: bilinguismo, ensino a partir de sinais e gestos.
• Método Oral: oralismo, uso da voz e leitura orofacial (labial).
• Método Bimodal: bimodalismo, mistura as modalidades visando a comunicação, também chamado de Comunicação Total.
Principais Métodos de Ensino• William Stokoe, em 1960 publicou o artigo que comprova o status linguístico da Língua de Sinais Americana – ASL.
• Observou-se que o método oral não beneficiava a todos os surdos, mesmo os que usavam o AASI enfrentavam muitas dificuldades de aprendizagem.
• Na década de 1980, a comunidade surda reivindica o direito de ser bilíngue e usar a Língua de Sinais.
O Fim da Imposição• O bilinguismo se alinha a uma concepção socioantropológica de surdez, respeita a LS como língua natural dos surdos e os inclui em situação de minoria linguística.
• Já o oralismo parte de uma concepção clínico-patológica, o surdo é visto como deficiente que necessita de tratamento e reabilitação para aprender a falar oralmente.
Concepções de Surdez
 Mitos que envolvem a LS
• A língua de sinais é universal.
• A língua de sinais é icônica.
• É uma “linguagem” agramatical.
• Todo surdo é mudo.
De acordo com Choi et al. (2011, p.35), a língua de sinais representa três papéis principais para os surdos: símbolo da identidade social, meio de interação social e depositário de conhecimento cultural.
Cultura e identidade Surda
Campainhas e babás luminosas.
Relógios e despertadores vibratórios.
TTS, celulares com tecnologia 3G e SMS.
Aplicativos de tradução para internet.
Closed Caption e Legendas.
Tecnologias• No passado acusada de prejudicar o uso da voz.
• Atualmente, a ciência comprova que a abordagem bilíngue favorece o pleno desenvolvimento cognitivo dos estudantes surdos.
• Ampliam-se o número de escolas bilíngues a cada dia a fim de oferecer melhor desempenho acadêmico à pessoa surda.
Aspectos Sociais da LS• Configuração de mãos: formato da mão.
• Localização: com ou sem ponto de articulação.
• Movimento: mãos, pulso e direcionais.
• Orientação das palmas das mãos: direção que aponta.
• Traços não manuais: expressões faciais, movimento corporal e olhar.
Parâmetros Linguísticos A alteração de qualquer parâmetro muda o significado:
• APRENDER: feito na altura da testa.
• SÁBADO: na frente da boca.
• OUVINTE: ao lado da orelha.
A configuração de mãos (CF) e o movimento dos sinais é idêntico, mas o parâmetro localização mudou.
Traços Distintivos na LS(...) a Libras conta com recursos que permitem a criação de novos sinais. Contudo, diferentemente das línguas orais, em que palavras complexas, são, muitas vezes, formadas pela adição de um prefixo ou sufixo a uma raiz, nas línguas de sinais a raiz é frequentemente enriquecida com vários movimentos e contornos no espaço de sinalização (CHOI et al., 2011, apud KLIMA; BELLUGI, 1979).
Morfologia
Derivação de nomes em verbos• Exemplo: CADEIRA deriva SENTAR; a execução do sinal SENTAR é mais longa e de CADEIRA é curta e com movimento repetido.
Composição
• Exemplo: pela junção dos sinais CASA + CRUZ = IGREJA.
Incorporação de argumento, número ou negação:
• Exemplo: LAVAR-ROUPA ≠ LAVAR-CABELO;
1DIA, 2DIAS; QUERER, NÃO-QUERER.
Aspectos Morfológicos
Três classes de verbos (CHOI et. al., 2011, p.76 a 78):
• Simples: sem concordância, não flexionam.
Exemplo: COMER, PARECER, DIRIGIR.
• Direcionais: com concordância, podem flexionar em pessoa, n. e aspecto. Exemplo: EU PERGUNTO PARA VOCÊ; VOCÊ PERGUNTA PARA MIM.
• Espaciais: com concordância, incorporam afixos locativos e flexionam conforme necessário.
Exemplo: IR, CHEGAR.
Categorias Gramaticais• Conforme Felipe (1997, p.85), ao se traduzir adjetivos e substantivos, isso deve ocorrer sempre de forma neutra indiferente do gênero ou número.
• Ao realizar a transcrição de sinais para LP, usa-se LETRAS MAIÚSCULAS, o gênero é marcado com “@”.
• Substantivos não sofrem alteração de gênero e necessitam acréscimo do sinal HOMEM/MULHER.
Exemplo: em TI@ (se masculino mostra-se o sinal de HOMEM).
Adjetivos e substantivos• Adjetivos descritivos e classificadores expressam a característica do objeto ao desenhar no ar ou mostrar no próprio corpo do emissor. Exemplo: camisa com BOTÕES.
• Estão associados a um verbo ou ação; no sinal de COPO uso as mãos como se estivesse segurando um copo, para o sinal BEBER é preciso inserir movimento.
Classificadores – CL• Singular: o dedo indicador aponta para o sujeito. Exemplo: VOCÊ, EU.
• Plural: pode assumir o formato de numeral.
Exemplo: VOCÊS-2, NÓS-3, NÓS-TODOS.
• Mostram-se verbos: no presente com HOJE,
AGORA; no passado com ONTEM, ANTEONTEM, PASSADO; no futuro com AMANHÃ, SEMANA QUE VEM, VAI, FUTURO.
Pronomes Pessoais – Tempo Verbal
Atividade Prática
• A Língua de Sinais Brasileira usa como base a estrutura linguística da Língua Portuguesa?
• O que dá sustentação ou respaldo Legal à Língua Brasileira de Sinais?
Estrutura da Língua
Apesar de encontrar na Libras, como na LP, a estrutura SVO (Sujeito-Verbo-Objeto) a
estrutura tópico-comentário é muito mais frequente.
Exemplo: A frase em LP: “Você vai ao shopping?” assumiria mais naturalmente a estrutura OSV na LS: “Shopping você vai?” (CHOI et. al., 2011, p.90).• Portanto é possível perceber que a Libras,
como língua natural que é, tem sua própria gramática independente da gramática da LP ou de qualquer outra língua de modalidade Oral ou Sinalizada.
• Enquanto língua natural que é a LIBRAS se assemelha à LP por ambas serem reguladas por estruturas linguísticas e obedecerem a padrões gramaticais que as fazem serem reconhecidas como LÍNGUA e não simples linguagens.
Lei de LIBRAS
• A Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002, reconhece a Língua Brasileira de Sinais como forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.• O Decreto Federal n. 5626, de 22 de dezembro
de 2005, regulamenta a Lei n. 10.436/02 e o artigo 18 da Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
• A Lei da acessibilidade, n. 10.098/00, (no art. 18, da acessibilidade na comunicação) já previa o acesso das pessoas surdas à informação por meio da mediação do profissional tradutor e
intérprete de LS e LP.
Considerações Finais
Você estudou:
• A história da educação de surdos, seus precursores e métodos de ensino.
• Concepções de surdez, mitos da LS, Cultura e identidade Surda e Tecnologias da área.
• Parâmetros gramaticais e dificuldades comuns na LS.
• Legislação pertinente e reconhecimento da
LIBRAS
.Inclusão educacional de pessoas com surdez:
• Direito ao Intérprete de LS se necessário.
• Língua de Sinais L1, Língua Oral L2.
• LS – Libras aquisição natural pelos surdos brasileiros.
• L2 – Português instrumental, priorizando a aquisição escrita com opção de treinar o uso da
voz se houver potencial e interesse.
Surdos em relação à LIBRAS:
• A LS um direito linguístico educacional e social.
• Preferem ser reconhecidos como Surdos e não D.A’s.
• A inclusão é pautada pelo direito ao bilinguismo.
• Têm prioridade no ensino da Língua de Sinais nas IE’s.
• Ensino na abordagem comunicacional em contraponto ao tradicional (vocabular).Ouvintes e o aprendizado da Língua de Sinais:
• É obrigatório nos currículos das IES nas licenciaturas e cursos de fonoaudiologia, optativo em demais cursos.
• Aprendem a valorizar a cultura e subjetividade surda.
• Promovem a difusão e divulgação da Língua de Sinais.
• Possibilidade de aperfeiçoamento profissional ou nova carreira
.Competências e Habilidades
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
 • Entender o processo histórico-social da surdez.
• Compreender diferentes concepções de surdez.
• Aprimorar conceitos prévios sobre Língua de Sinais.
• Conhecer as abordagens educacionais e usos.
• Valorizar as conquistas das pessoas surdas.
• Despertar o interesse para aprender LIBRAS.

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