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Direito Processual aplicado à Fazenda Pública

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Direito processual aplicado à Fazenda Pública
Conceito e abrangência da Expressão Fazenda Pública:
Limites do conceito de Fazenda Pública: O conceito vai além de apenas a ideia de finanças públicas. Utiliza-se o termo para toda vez que a Administração Pública vai a juízo. A Adm. Pública precisa de prerrogativas processuais porque ela é muito burocrática, então as coisas são muito demoradas. Além disso, tem o interesse público que circunda a Fazenda Pública, pois ela defende o interesse de toda coletividade. 
Quem se inclui no conceito de Fazenda Pública: Entes da Adm. Direta (União, Estados, Município, DF) e algumas da Indireta (Autarquias e Fundações públicas, incluindo as agências executivas ou reguladoras). Não se incluem no conceito as sociedades de economia mista e as empresas públicas, pois são regidas por normas de direito privado. Exceção: apesar de ser Empresa Pública, o STF considerou que a ECT (Correios) está abrangida no conceito de Fazenda Pública, já que esta presta serviço público de forma exclusiva. 
Competência:
Súmula 206 do STJ: A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resultante das leis de processo.
Art. 46 § 5o do CPC: A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
Art. 52 do CPC: É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único.  Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
Nos mandados de segurança, não se deve considerar a natureza do ato, mas sim a categoria funcional da autoridade e a sua sede funcional.
Em relação às ações que produzem efeitos em âmbito regional, o foro deve ser o da capital do estado.
Representação Judicial da Fazenda Pública: 
Os advogados públicos são servidores públicos titulares de cargos públicos e que possuem capacidade postulatória (advogados regularmente inscritos na OAB). Para atuar, ele não precisa de procuração (pois possuem vínculo legal com a Adm.) nem juntar o ato da sua posse, basta declarar que é procurador. Caso não haja procuradoria municipal organizada, o artigo 75, III, CPC autoriza o prefeito a representar a Administração Pública ativa ou passivamente. Isso quer dizer que o prefeito pode receber a citação e constituir um advogado, que atuará em defesa do Município. Mesmo se o prefeito for advogado, ele não poderá atuar na defesa do Município, pois o Estatuto da Advocacia dispõe que o exercício de Mandato do Chefe do Executivo é incompatível com a advocacia. Quanto às autarquias e fundações, vai depender do que dispõe a sua lei criadora (se falar que vai ser o Procurador do Município, se cria o cargo de Procurador Autárquico ou Funcional ou se não fala nada. Nesse caso, caberá ao dirigente do órgão constituir advogado).  
Prerrogativas da Fazenda Pública:
Prazos em dobro para todas as manifestações processuais, com contagem a partir da intimação pessoa. Só se exclui disso quando houver uma previsão de prazo para a Fazenda Pública específica em lei (art. 183, § 2º, CPC). A regra do art. 229 do CPC não se aplica à FP (prazo em dobro em razão de litisconsortes com advogados de escritórios distintos, o que faria ela ter prazo em quádruplo, pois seria em dobro do dobro), pois seria prejudicial à celeridade do processo. Não se aplica o prazo em dobro para ação rescisória, embargos à execução e ação popular.
Intimação pessoal, feita por carga, remessa ou meio eletrônico.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.
Isso se aplica não apenas quando a FP é parte, mas também quando é interveniente, terceiro prejudicado. 
Não cabe o prazo diferenciado para a prestação de informação da autoridade coatora nos mandados de segurança, uma vez que a própria lei já estabelece o prazo de 10 dias. 
Na lei que trata do Juizado Especial para FP, é previsto que não haverá prazo diferenciado para a FP. 
Prerrogativa para prestação de depoimento como testemunha (art. 454): Caso seja arrolado como testemunha, o Procurador Geral do Estado é inquirido em sua residência ou onde exerce sua função.  Ele indicará dia, hora e local para prestar o seu depoimento. 
Atuação da Fazenda Pública no polo passivo das demandas:
Citação pessoal: eletrônica ou feita por oficial de justiça, na pessoa do procurador. Não se aplica a teoria da aparência (que considera válida a citação recebida por pessoa que aparenta ter poderes para recebê-la). 
Art. 242 § 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
Apresentação da defesa: 
É possível que a FP reconheça o pedido, mesmo diante da indisponibilidade do interesse tutelado. Isso em razão da diminuição dos custos da máquina do Judiciário, porque não faz sentido a FP recorrer em um processo que a questão já está pacificada, ou seja, que ela sabe que vai perder. O que não é possível é que não haja isonomia, então para que possa haver o reconhecimento do pedido, é preciso que haja prévio processo administrativo, por meio do qual se conclua pela inexistência de razão do ente público no processo (formalidade, com uma autorização de cima pra baixo, não só da cabeça do procurador). Assim, deve haver o reconhecimento do direito em demandas idênticas.
Revelia: só se aplicam os efeitos processuais (prazos correm normalmente), não se aplicando os efeitos materiais (presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor), nos termos do art. 345, II, do CPC (o litígio versar sobre direitos indisponíveis). Por causa da indisponibilidade dos interesses públicos envolvidos, não é certo que a coletividade sofra em razão dos erros do procurador. Além disso, tem a presunção de legitimidade e de legalidade dos atos da administração pública. No âmbito do juizado especial, admite-se a presunção de legitimidade. 
Contestação: sujeita aos princípios da concentração e da eventualidade, ou seja, toda a matéria de defesa deve ser concentrada na contestação. Porém, não se sujeita ao ônus da impugnação específica (em razão do interesse público, não se aplica a pena de confissão quanto aos fatos não impugnados). 
Prerrogativa para prestação de depoimento como testemunha (art. 454): Caso seja arrolado como testemunha, o Procurador Geral do Estado é inquirido em sua residência ou onde exerce sua função.  Ele indicará dia, hora e local para prestar o seu depoimento. 
Despesas realizadas no curso do processo:
Custas, emolumentos e despesas: cabe ao autor adiantar o pagamento de atos, ainda que relativos a requerimentos da FP. No fim do processo, se vencida, a FP ressarcirá o valor das despesas feitas pela parte contrária. 
A FP não é isenta do pagamento de custas. O que existe é um diferimento do pagamento. E se um Estado estiver litigando na Justiça Federal? Sabe-se que existe imunidade recíproca quanto a impostos, mas as custas, emolumentos e despesas possuem natureza de taxa. Portanto, só há isenção se o próprio ente que iria arrecadar as taxas disser que há. No âmbito da Justiça Federal, a União estabeleceu isso em lei, e por isso que há isenção. Assim, no âmbito estadual, apenas haverá isenção se houver convênio ou lei estadual específica quanto à matéria. 
Pagamento de preparo nos recursos: Art. 1.007 § 1o São dispensados de preparo, inclusiveporte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
Multas processuais: para recursos meramente protelatórios. Via de regra, há o entendimento de que é necessário o prévio depósito de multas processuais como condição de admissibilidade de recursos interpostos. Mas o NCPC diz que a FP deverá pagar a multa apenas ao final do processo (ou seja, há um diferimento). Não há uma isenção da FP (que ela não precise pagar as multas), mas sim que o pagamento das multas não é uma condição para a interposição de qualquer outro recurso, como diz o art. 1026, § 3o. 
Perícia quando o autor é beneficiário da justiça gratuita: o juiz deve nomear perito que aceite receber a remuneração ao fim do processo.
Art. 91.  As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido.
§ 1o As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.
§ 2o Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente público.
Súmula 190 do STJ: Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça.
Honorários advocatícios:
Art. 85 do CPC: para fixar o honorário, deve-se considerar:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Além disso, nas seguintes porcentagens:
I - mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II - mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-mínimos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III - mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mínimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;
IV - mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V - mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-mínimos.
Atentando-se que:
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde logo, quando for líquida a sentença;
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa;
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
E que:
§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3o, a fixação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessivamente.
§ 7o Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada.
Prescrição e Fazenda Pública:
Prescrição x Decadência: A decadência é a perda do direito potestativo, enquanto a prescrição afeta a pretensão, o direito de se exigir em juízo a prestação que fora inadimplida. 
Prazo aplicável à FP: O CC prevê a prescrição em 5 anos, mas o Decreto 20.910/32 afirma (art. 10) que se houver previsão de prazo menor que 5 anos, aplica-se esse mesmo (o menor). Ou seja, o prazo nunca será maior que 5 anos, mas pode ser menor, sempre em benefício da FP. Porém, o STJ entendeu que o Decreto é norma especial, que prevalece sobre a geral (CC), e que o art. 10 do Decreto somente será aplicado para prazos anteriores a sua edição. Assim, o STJ decidiu que o prazo é quinquenal. Por uma questão de isonomia, reconhece-se que o prazo de 5 anos é aplicável tanto nas demandas contra a FP quanto naquelas feitas pela FP. 
Prazo nas ações de ressarcimento ao erário: a CF versa que são imprescritíveis, mas o STF entendeu que apenas é imprescritível se o ilícito é por improbidade administrativa. Ou seja, é prescritível a ação de reparação de danos à FP decorrente de ilícito civil, mas ele não estabeleceu qual é o prazo, razão pela qual se entende que permanece o prazo quinquenal de demandas propostas pela FP.
Execuções propostas em face da FP: O STF sumulou (150) que prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação, ou seja, cinco anos. 
Se a sentença tiver vários capítulos (se tem várias demandas e as partes só recorrem de algumas, transitando as demais em julgado), o prazo de execução vai variar conforme o trânsito em julgado de cada capítulo
Se a demanda for ilíquida, e a liquidação depender de simples cálculos aritméticos, o prazo permanece correndo normalmente. 
Ações reparatórias por tortura: de acordo com o STJ, são imprescritíveis.
Execução de multa ambiental: 5 anos, contados do término do processo administrativo que esteja discutindo a multa, conforme versa a súmula 467 do STJ.
Interrupção e suspensão dos prazos prescricionais:
Interrupção de prescrição em favor da FP: A prescrição só pode ser interrompida uma vez, e quando volta a correr é pela metade do prazo contado da data do ato que interrompeu ou do último ato ou termo (fim) do processo. Súmula 383 do STF diz que a prescrição em favor da FP recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo. 
Prescrição e análise de ofício: 
O CPC (art. 487) afirma que o juiz pode reconhecer a prescrição de ofício, mas há necessidade de se franquear o contraditório (dar às partes a oportunidade de se manifestar).
Trato sucessivo x Fundo do direito:
Quando o pagamento se dividir por dias, meses ou anos, a prescrição atingirá progressivamente as prestações à medida que completarem os prazos estabelecidos pelo presente decreto. 
A súmula 85 do STJ diz que nas relações de trato sucessivo em que a FP figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação.
Caso haja pronunciamento expresso da Administração negando formalmente o direito da parte, teremos a negativa do próprio fundo do direito, iniciando-se o prazo prescricional de 5 anos. Se a pessoa não entrar com a ação em 5 anos, ela perderá o direito a receber tudo. 
Intervenção de terceiros 
Conceito: é quando um terceiro integra, de forma espontânea ou provocada, uma relação processual que dela não participava, e ao fazê-lo, poderá se tornar parte de uma ação secundária, ou de qualquer maneira, tutelar seu interesse jurídico direto ou reflexo.
Espécies: 
Espontâneas: se realizam a requerimento do terceiro e por seu próprio interesse. São: assistência, amicus curiae (mas que também pode ser feito a requerimento do órgão judicial) e intervenção anômala. 
Provocadas: denunciação da lide, chamamento ao processo e incidente de desconsideração da personalidadejurídica. 
Intervenção anômala 
A FP pode intervir, independentemente de interesse jurídico (o interesse pode ser indireto e meramente econômico), em causas que sejam partes autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais. A doutrina tem entendido que o ingresso pode ocorrer indiscriminadamente em qualquer processo, mesmo que entre particulares. 
Ela entra como assistente simples, para esclarecer questões de fato e de direito, assim como para juntar memoriais e documentos que considerem úteis. Ela pode, também, recorrer. 
Para efeitos de deslocamento de competência, nesses casos a FP não é considerada parte. Ou seja, se a União entrar, o processo não será deslocado para a Justiça Federal. Porém, ainda que não seja parte, a FP poderá recorrer da decisão, e nessa hipótese sim será considerada parte (só vira parte quando interpõe o recurso) e haverá o deslocamento da competência. 
Ressalta-se que essa intervenção não cabe em mandados de segurança.  
A intervenção anômala tem poderes muito mais limitados do que a assistência, sendo muito excepcional. Ele não se identifica nem com o assistente simples nem com o litisconsorcial, de modo que ele teria, em outra ação, ampla possibilidade de discussão.	Comment by maíra simonelli: O assistente simples não fica vinculado à coisa julgada, mas sim à justiça da decisão. O assistente litisconsorcial fica vinculado à coisa julgada.
Assistência
Cabimento: É cabível em qualquer grau de jurisdição e em qualquer momento, mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra. 
Espécies: simples (arts. 121 a 123) e litisconsorcial (art. 124).
Simples: 
Requisitos: litispendência (a existência de uma ação em curso); interesse jurídico (interesse reflexo, é atingido indiretamente, como na sublocação em ação de despejo).
Atividade: é marcantemente subordinada, podendo suprir eventuais omissões do assistindo, mas jamais agir contrário à sua vontade manifesta. Por exemplo, se o assistido renuncia ao direito de recorrer, o assistente não pode fazer nada.
Finalidade: auxiliar o assistido a obter uma sentença favorável.
Litisconsorcial:
Requisitos: litispendência e interesse jurídico, mas esse interesse é direto, de modo que poderia ter sido, desde o início, litisconsorte facultativo unitário (ou seja, poderia ser parte).
Atividade: predominantemente autônoma. 
Finalidade: não é auxiliar o assistido, mas fazer a própria defesa do seu direito material. 
Procedimento: Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo (art. 120).
Revelia: No caso da assistência simples, sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. Ou seja, agirá como legitimado extraordinário, em nome próprio, mas em defesa da pretensão alheia. Caso a parte venha participar do processo, ele voltará a sua qualidade de coadjuvante, com atuação subordinada. 
 Justiça da Decisão: o assistente simples não está vinculado à coisa julgada material, mas está vinculado à justiça da decisão. Isso significa dizer que a verdade que foi apurada pelas provas produzidas e pelos fatos o vincula, salvo se ele alegar e provar a exceção de má gestão processual (art. 123). 
Custas: Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver exercido no processo (art. 94).
Denunciação da lide 
Segundo o artigo 125, II, CPC, é admissível a denunciação da lide por aquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. Uma vez instaurada, gera a formação de um cúmulo de demandas no mesmo processo: a demanda entre autor e réu, e a demanda entre denunciante e denunciado.  
É uma ação predominante condenatória (uma vez que o denunciante visa obter título executivo em face do denunciado), secundária (porque pressupõe a existência de uma ação principal), e eventual (porque caso o denunciante vença a ação principal, a ação secundária será extinta, já que não precisará ser indenizado, ou seja, só há interesse processual no exame da ação secundária se o denunciante perder a ação principal). 
Há duas hipóteses de denunciação. A primeira delas é a da evicção (perda da coisa ou do direito em função de decisão judicial ou administrativa que lhe atribua a outrem por causa anterior à transmissão), prevista nos arts. 447, 450 e 456 do Código Civil. 
Caso a denunciação da lide não tenha sido feita por qualquer razão, não extingue o direito de regresso, que poderá ser exercido através de ação autônoma. Isto é, a declaração da lide não é obrigatória, mas admissível. 
Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo. 
Via de regra, a responsabilização civil do Estado por atos comissivos é objetiva, ou seja, prescinde da demonstração de dolo ou culpa, enquanto a responsabilização do agente público é subjetiva e não pode ser acionada direto pelo lesado, e sim pelo Estado, que possui contra este direito de regresso. Assim, faria sentido que o Estado, quando acionado pela vítima, promovesse a denunciação da lide ao agente público contra o qual tem direito de regresso. Para tanto, seria necessário que a FP demonstrasse os elementos de dolo ou culpa do agente. Porém, tendo em vista os interesses do lesado e a celeridade do processo, a denunciação da lide seria prejudicial ao autor da demanda, porque se o particular entra com ação contra o Estado, ele não precisa demonstrar dolo e culpa do Estado, sendo muito mais fácil realizar as provas apenas do ato, do dano e do nexo causal. Se é permitida a denunciação da lide pelo Estado, é preciso que ele demonstre o dolo ou culpa do agente público, o que traz aos autos um novo debate muito mais complexo do que o anterior. Seguindo esse raciocínio, o STJ pacificou o entendimento de que a denunciação da lide ao agente público causador não é obrigatória.
A doutrina entende que para os casos de responsabilização civil do Estado por atos omissivos, que é sempre subjetiva, assim como a do agente estatal, é possível que haja a denunciação ao agente. Isso porque a denunciação não traria nenhuma discussão nova ao processo.   
Remessa necessária (recurso ex officio)
Natureza jurídica: há quem entenda que é um ato de impulso processual (ou seja, que o juiz o provoca), há quem entenda que é um recurso (por apresentar efeito devolutivo, substitutivo e provoca reexame). Porém essa 2a tese é errada por conta de: princípio da taxatividade dos recursos (só é recurso aquilo que a lei estabelece como tal), princípio da voluntariedade, princípio da dialeticidade. O professor acha que é uma condição de eficácia das sentenças prolatadas contra a FP, pois elas só podem fazer efeitos após o reexame pelo tribunal. 
Assim, determinadas sentenças contra a FP (incluindo autarquias e fundações de direito público – empresas públicas e sociedades de economia mista não) só transitam em julgado depois de serem analisadas pelo Tribunal mesmo que ela não tenha interposto recurso nenhum, ou seja, a remessa necessária é uma condição de eficácia da sentença. 
Também é hipótese de remessa necessária a decisão que julgar procedente (total ou parcial) os embargos à execução fiscal (dívida ativa). O STJ já decidiu que não cabe recurso ex officio contra sentença proferida em embargos à execução de título judicial, ou seja, execuções não fiscais. 
Nas sentenças em que a FP figure como assistente simples do réu (geralmente entes da administração descentralizada), não cabe a remessa necessária, pois nesses casos a coisa julgada material não atinge o assistente simples, que fica vinculado apenas à Justiça da decisão.
Há existência desse recurso exofficio não quer dizer que a FP não precise ou não possa recorrer. Há a remessa necessária quando ela não recorre, mas ela pode sim recorrer. E se ela só recorre quanto a um determinado ponto da decisão, a remessa necessária faz com que todo o resto também seja analisado. Se houver interposição de recurso, mas este não for admitido por razão que não seja a tempestividade, não haverá remessa. Se o recurso for inadmitido por intempestividade, ele é considerado não interposto, e dessa forma, haverá a remessa. Não é possível que haja reformatio in pejus (piore a situação) da FP (Súmula 45 do STJ: No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública). 
A regra é a aplicação da remessa necessária, mas há exceções: 
Sentença com valor certo e líquido abaixo do teto legal (não se aplica a sentenças ilíquidas), sendo o montante considerado no momento da prolação da sentença:	Comment by maíra simonelli: Súmula 490 do STJ: A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a sessenta salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas.
Sentenças de valor certo e líquido inferiores a mil salários mínimos para União;
Sentenças de valor certo e líquido inferiores a 500 SM para Estados e Municípios que são capitais;
Sentenças de valor certo e líquido inferiores a 100 SM para os demais municípios.
OBS: No caso de conexão (reunião de várias execuções), deve-se considerar o valor de cada dívida individualmente. 
Sentenças fundadas em jurisprudência dominante: 
Sentença fundada em súmula de tribunal superior
Sentença fundada em acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos;
Sentença fundada em entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência
Sentença fundada conforme orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
O entendimento majoritário é que essas hipóteses de dispensa da remessa (que constam no CPC – lei geral) não se aplicam para o mandado de segurança, pois ele possui lei própria (princípio da especialidade).
Durante o reexame de remessa necessária, qualquer parcela da condenação imposta à FP pode ser alvo de modificações, até mesmo quanto a honorários advocatícios, conforme súmula 325 do STJ (A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado). 
Caso haja decisão interlocutória que decida questão de mérito (que já pode ser imediatamente executada, como uma antecipação de tutela), ainda se discute se cabe ou não remessa necessária. No concurso de Advocacia Pública, é conveniente defender que cabe. O professor do Damásio afirma que cabe sim quanto às decisões parciais de mérito, uma vez que elas fazem coisa julgada material.
No caso de decisões interlocutórias não agraváveis (que não está no rol taxativo do art. 1015), que podem ser objeto de recurso apenas em razões ou contrarrazões de Apelação, mas que não houve recurso de Apelação, haverá remessa. 
No caso de reconvenção que seja julgada em desfavor da FP também cabe a remessa.
Quanto a sentença que extingue o processo sem resolução de mérito, entende o STJ que não há prejuízo à FP (mesmo que ela tenha sido a autora), então não deve haver remessa necessária, até porque sentenças terminativas não impedem o ajuizamento de nova ação. A condenação da FP ao pagamento de honorários advocatícios em sentença extintiva do processo, sem resolução de mérito, não tem o condão de impor a observância à remessa necessária. 
A Lei do Mandado de Segurança dispõe que concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição (remessa necessária). Caso seja impetrado MS contra empresa pública ou sociedade de economia mista (por ex, contra ato praticado em licitação) e seja concedida a segurança, haverá remessa necessária (então não podemos falar que é impossível haver remessa necessária quando for empresa pública ou sociedade de economia mista). Importante ressaltar que só haverá remessa necessária de sentença, não de decisão liminar, e que a eficácia da decisão não fica suspensa por causa da remessa. 
Outra hipótese importante é a da Ação Popular e da Ação Civil Pública. Porém dessa vez, há remessa necessária quando o autor popular perder a ação, em defesa do interesse público. Além de sentença improcedente, também deverá haver a remessa em caso de extinção sem resolução de mérito. 
Não cabe remessa necessária quando a decisão for de Tribunal (competência originária), seja através de acórdãos, seja através de decisão monocrática. 
Quanto às sentenças arbitrais (direitos patrimoniais disponíveis), também se entende que não cabe a remessa necessária.  
O procedimento da remessa necessária é o mesmo do recurso de apelação. 
Se a FP não entrou com recurso voluntário, e por causa da remessa necessária a decisão foi analisada pelo Tribunal (sem que tenha havido reformatio in pejus), é possível que a Fazenda interponha recurso extraordinário ou especial? Ou seja, ela tem interesse recursal? O STJ entendeu que sim: a ausência de recurso da FP contra sentença de primeiro grau que lhe tenha sido desfavorável não impede, em razão da remessa necessária, que ela recorra do acórdão proferido pelo Tribunal de origem. Assim, não se aplica o instituto da preclusão lógica. 
Se o Juiz deveria ter feito a remessa, mas não fez, a FP poderia suscitar a questão na Apelação ou realizar um pleito ao Tribunal. Aí o Tribunal poderia avocar os autos de ofício. 
Julgamento da causa madura (art. 1.013, § 3º) 
OBS: DIREITO INTERTEMPORAL: A regra sobre remessa necessária a ser aplicada é aquela que está vigente na época da prolação da sentença.
Responsabilidade civil do Estado:
Na responsabilidade civil objetiva, precisa demonstrar o ato (comissivo ou omissivo), o dano causado e o nexo causal entre eles. Não é preciso demonstrar dolo ou culpa. Já na responsabilidade civil subjetiva, além desses elementos, é preciso provar o elemento subjetivo da culpa do agente. 
Considerando a dificuldade que é demonstrar o elemento subjetivo, a responsabilização do Estado partiu da teoria da culpa administrativa (subjetiva), para a teoria do risco administrativo (objetiva, ou seja, sem culpa para os atos comissivos). 
 A teoria do Risco Administrativo se difere da teoria do Risco Integral na medida que permite que o Estado alegue algum elemento que exclua ou atenue a responsabilidade (como contribuição da vítima). A legislação brasileira só aplica a teoria do Risco Integral muito excepcionalmente, sendo a regra pela teoria do Risco Administrativo. 
O fundamento da responsabilidade civil do Estado no ordenamento jurídico brasileiro está no art. 37, § 6º, da CF e no art. 43 do CC. Os dois dispositivos dizem que a responsabilidade civil do estado é objetiva, e que o Estado possui direito de regresso contra o agente responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Ressalta-se que, por Estado, entende-se as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos.  
Aplica-se a Teoria do Risco Integral: 
Art. 5o  Fica a União autorizada a emitir títulos de responsabilidade do Tesouro Nacional, cujas características serão definidas pelo Ministro de Estado da Fazenda, para atender eventuais despesas de responsabilidades civis perante terceiros na hipótese da ocorrência de danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de táxi aéreo. (Lei 107.44)
Responsabilidade civil do Estado por ato lícito: é possível, já que um particular não pode suportar totalmente o ônus da atuação estatal que gerou ganhos para toda a coletividade. Deve ser um dano anormal e específico,que exceda o limite do tolerável.
Responsabilidade civil do Estado por ato omissivo (por um não fazer): é subjetiva. Entretanto, em algumas situações a responsabilidade é objetiva: quando há dever de guarda, como em presídios, hospitais, creches: por exemplo, o preso que se suicida no presídio.  Ou seja, é um caso de omissão específica, bem diferente da omissão genérica. 
Responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público: respondem objetivamente pelos prejuízos causados a terceiros, independentemente do fato do lesado ser, ou não, usuário do serviço. 
Responsabilidade civil dos tabeliães: respondem subjetivamente pelo prejuízo causado a terceiros. 
Pode a vítima entrar com a ação contra o agente público diretamente? O STF entendeu que o art. 37, § 6º, da CF consagra a “dupla garantia”: Uma em favor do particular lesado, considerando que a Constituição assegurou que ele poderá ajuizar ação de indenização contra o Estado sem ter que provara eventual conduta culposa ou dolosa do agente público. Já a segunda garantia é em favor do agente que causou o dano, visto que o artigo 37, parágrafo 6o, implicitamente ter ia afirmado que a vítima não poderá ajuizar a ação diretamente contra o servidor público que praticou o ato. Este só ser ia responsabilizado em caso de eventual ação regressiva após o Estado ter ressarcido o dano ao ofendido. Assim sendo, a vítima não pode acionar diretamente o servidor. 
Responsabilidade civil do Estado por atos legislativos: em regra, não é cabível. As exceções são: lei inconstitucional que causa dano ao particular e lei de efeitos concretos (materialmente atos administrativos, sem abstração e generalidade). 
Denunciação da lide pela Fazenda Pública
A denunciação à lide é uma espécie de intervenção de terceiros. Segundo o artigo 125, II, CPC, é admissível a denunciação da lide por aquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. Uma vez instaurada, gera a formação de um cúmulo de demandas no mesmo processo: a demanda entre autor e réu, e a demanda entre denunciante e denunciado.  
Caso a denunciação da lide não tenha sido feita por qualquer razão, não extingue o direito de regresso, que poderá ser exercido através de ação autônoma. Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo. 
Via de regra, a responsabilização civil do Estado por atos comissivos é objetiva, ou seja, prescinde da demonstração de dolo ou culpa, enquanto a responsabilização do agente público é subjetiva e não pode ser acionada direto pelo lesado, e sim pelo Estado, que possui contra este direito de regresso. Assim, faria sentido que o Estado, quando acionado pela vítima, promovesse a denunciação da lide ao agente público contra o qual tem direito de regresso. Para tanto, seria necessário que a FP demonstrasse os elementos de dolo ou culpa do agente. Porém, tendo em vista os interesses do lesado e a celeridade do processo, a denunciação da lide seria prejudicial ao autor da demanda, porque se o particular entra com ação contra o Estado, ele não precisa demonstrar dolo e culpa do Estado, sendo muito mais fácil realizar as provas apenas do ato, do dano e do nexo causal. Se é permitida a denunciação da lide pelo Estado, é preciso que ele demonstre o dolo ou culpa do agente público, o que traz aos autos um novo debate muito mais complexo do que o anterior. Seguindo esse raciocínio, o STJ pacificou o entendimento de que a denunciação da lide ao agente público causador não é obrigatória.
A doutrina entende que para os casos de responsabilização civil do Estado por atos omissivos, que é sempre subjetiva, assim como a do agente estatal, é possível que haja a denunciação ao agente. Isso porque a denunciação não traria nenhuma discussão nova ao processo.   
Controle judicial de políticas públicas
A CF elencou diversos direitos sociais que dependem da direta intervenção do poder público para sua máxima efetivação, como a saúde e a educação. A definição de políticas públicas cabe ao Poder Executivo e envolve o Legislativo, que definem a prioridade dos investimentos e o cronograma de execução dos gastos. Ou seja, não cabe ao Judiciário a determinação e a implementação de políticas públicas, pois este não foi eleito para tanto (como foram o Executivo e o Judiciário). A intervenção do Judiciário na implementação de políticas públicas ofende a separação dos poderes, além de afetar as previsões orçamentárias (deterioração das finanças estatais). 
O principal argumento do Estado é o princípio da reserva do possível: não há verba para a implementação de todas as políticas públicas. Por outro lado, o grande limitador da reserva do possível é a necessidade de o Estado garantir o mínimo existencial (direitos mínimos para assegurar a existência digna) dos indivíduos. A garantia do mínimo existencial, que decorre da proteção constitucional à dignidade da pessoa humana, restringe a invocação da reserva do possível como óbice a concretização do acesso aos direitos sociais.
E se o Estado realmente não possuir qualquer recurso, ainda assim será possível a interferência do Poder Judiciário em Políticas Públicas? Este é o cenário das tragic choices, que para o Ministro Celso de Mello, nada mais exprimem senão o estado de tensão dialética entre a necessidade estatal de tornar concretas e reais as ações e prestações de saúde em favor das pessoas, de um lado, e as dificuldades governamentais de viabilizar a alocação de recursos financeiros, sempre tão dramaticamente escassos, de outro. Nesses casos, o Ente Público deverá demonstra em juízo, para não ser obrigado pelo Poder Judiciário a efetivar determinada política pública:
A falta de recursos orçamentários, em uma demonstração efetiva e não apenas uma alegação genérica;
A real comprovação de que é impossível efetuar o remanejamento de outras verbas para oatendimentos e a efetiva implementação do direito fundamental social que é reclamado no bojo do processo que aportou no Judiciário. 
Tutela provisória
A tutela definitiva demora demais, e para evitar os efeitos perniciosos do tempo, foi criada a tutela provisória, que é aquela que é deferida antes da sentença. A tutela definitiva é obtida com base em cognição exauriente, com profundo debate sobre o objeto da decisão, seguindo o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. É predisposta a produzir resultados imutáveis, cristalizados pela coisa julgada. 
A tutela provisória pode ser de urgência ou de evidência. A de urgência pode ser concedida em caráter antecedente (antes mesmo de começar o processo já se protocola a demanda) ou incidental (no curso do processo. Independe do pagamento de custas). 
Uma vez deferida a tutela provisória, ela fica intacta durante todo o processo, a não ser que seja revogada ou modificada. Na sentença, o juiz deve estabelecer os efeitos da tutela (manutenção, revogação ou modificação). 
O juiz poderá determinar as medidas que julgar adequadas para a efetivação da tutela, como o arbitramento de multa diária.
A tutela provisória será requerida ao juízo da causa, e quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal. 
A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. O juiz pode exigir caução que ressarça os eventuais danos que pode sofrer a parte contrária. A tutela pode ser concedida liminarmente (antes de ouvir a parte contrária) ou após justificação prévia (após a oitiva da parte contrária).  A tutela de urgência antecipada não será concedida se houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (pois deve ser reversível, para que seja possível retornar à situação fática ao status quo anterior caso a parte perca o processo). 
A tutela provisória de urgência é a técnica processual destinada a anteciparos efeitos do provimento satisfativo, permitindo a fruição ou satisfação do direito postulado, em razão do risco da demora do processo. O juiz, mediante cognição sumária, verifica que há probabilidade de êxito da parte, bem como risco na demora do resultado, deferindo-se, então, a antecipação dos efeitos da tutela satisfativa, a autorizar a imediata obtenção do resultado pretendido.
Concedida a tutela antecipada, deverá o Autor aditar a petição inicial com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a complementação do pedido de tutela final, em um prazo de 15 (quinze) dias, ou um prazo maior a ser fixado pelo juiz, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito (parágrafos 1º e 2º, do artigo 303, CPC).
Deferida a antecipação de tutela nestes termos e acaso o Réu não interponha qualquer recurso, a decisão proferida tornar-se-á estável, nos termos do artigo 304 do CPC.
A estabilização que ocorre na tutela provisória de urgência satisfativa ocasiona a extinção do processo (parágrafo 1º, art. 304, CPC) mas não faz coisa julgada (parágrafo 6º). A decisão permanece estável com seus efeitos conservados até que seja revista, reformada ou invalidada em procedimento próprio a ser proposto por qualquer das partes, com prevenção do mesmo juiz que concedeu a tutela provisória. Todavia, o direito de rever reformar ou invalidar a tutela antecipada extingue-se após dois anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo. Assim, não caberá ação rescisória da decisão que antecipou a tutela e tornou-se estável, contudo, poderá ser proposta nova demanda no prazo de dois anos para se rever tal estabilização. 
Art. 1.059.  À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7o, § 2o, da Lei no 12.016, de 7 de agosto de 2009.
LEI 8.437:
Art. 1°: Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.
Art. 2º: No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando cabível, após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de setenta e duas horas.
LEI 9.494:
Art. 2o-B.  A sentença que tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de pagamento, reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive de suas autarquias e fundações, somente poderá ser executada após seu trânsito em julgado.
Litisconsórcio:
Necessário: se forma ou pela exigência da lei ou pela natureza da relação jurídica controversa. Se o litisconsórcio for necessário, seja por força da lei, seja pela natureza incindível da relação jurídica, toda vez que o processo não for integrado pela totalidade dos sujeitos da relação de direito material litigiosa haverá ilegitimidade de parte. 
Unitário: quando a sua formação for obrigatória (ou seja, não facultativa) ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. Pode ocorrer de o litisconsórcio ser, simultaneamente, necessário e unitário; ou seja, tanto a sua formação será obrigatória, como a decisão terá que ser uniforme para todos os demandantes. Não há, no entanto, obrigatoriedade nesta relação. 
Simples: quando as pretensões de cada um dos demandantes podem ser decididas de forma diferente. Pode ser necessário e simples, como nas ações de divisão e demarcação, assim como na ação de usucapião, por exemplo, o litisconsórcio é necessário (a lei exige a participação de todos os confrontantes.
Nos casos de litisconsórcio necessário, a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo. A consequência da ausência de citação vai variar conforme o tipo de litisconsórcio:
Tratando-se de litisconsórcio necessário e unitário, a sentença será nula (art. 115, I). Nesse caso, ocorrerá nulidade total do processo, não produzindo a sentença qualquer efeito, quer para o litisconsorte que efetivamente integrou a relação jurídica, quer para aquele que dela não participou, mas deveria ter participado. O julgamento é, em princípio, ineficaz, ou seja, na clássica acepção de Chiovenda, inutiliter datus para todos, inclusive para aqueles que figuraram no processo. Por exemplo: não é possível conceber que a sentença anulatória do casamento desconstitua o vínculo em relação ao cônjuge que participou do processo e mantenha o matrimônio em relação ao outro que deixou de ser validamente citado. A doutrina, de um modo geral, sustenta que a ineficácia, pela preterição do litisconsorte necessário, é absoluta. Sintetizando a moderna e predominante orientação sobre o ponto focado, Giovanni explica que a privação de efeitos aí verificada é consequência direta da violação da garantia do contraditório. A querela nullitatis é instrumento hábil para debater a falta de citação de litisconsorte necessário em demanda transitada em julgado
Tratando-se de litisconsórcio necessário e simples, a decisão será ineficaz apenas para aqueles que deveriam ter sido citados e não foram (art. 115, II). Nesse caso, a sentença dada sem que tenha sido integrado o litisconsórcio não precisará ser rescindida por ação rescisória, porquanto ela será absolutamente ineficaz, sendo desnecessária a sua retirada do mundo jurídico.

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