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LIVRO 03 - Dicas OABencoadas - SEMANA 03

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S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A 
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O 
 
LIVRO 03 
 
 
 
 
 
 
 
@ O ABAIVO UEU 
 
 
 
 
 
1 PRO. DO TRABALHO 
09 PROCESSO CIVIL 
19 DIREITO TRIBUTÁRIO 
23 DIREITO PENAL 
33 ADMINISTRATIVO 
Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do 
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, 
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS 
OABENÇOADAS para que você consiga obter o 
máximo de resultado durante a sua preparação. 
 
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, 
aprender de forma prática e direta os conceitos e 
institutos dos temas que mais caem na prova da 
OAB! 
 
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OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o 
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da 
aprovação! 
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AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV 
DICAS OABENÇOADAS 
 
 
 
 
 
 
 
1. PROCESSO TRABALHISTA, ATOS E PRAZOS 
PROCESSUAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Disposições sobre o processo trabalhista são 
encontradas no artigo 763 e seguintes da CLT. 
Processo (procedimento) é o conjunto de atos 
coordenados que se efetivam em contraditório, 
objetivando a decisão do conflito trabalhista. 
Rito é a forma como o procedimento irá se 
desenvolver no processo (Pode ser ordinário, 
sumaríssimo ou sumário). 
Os atos processuais são praticados pelos 
sujeitos da relação processual, com a finalidade 
única de obtenção da decisão de mérito, 
extinguindo o conflito trabalhista. 
Vale ressaltar que no processo do trabalho, ao 
contrário do cível, se busca, primordialmente, a 
simplicidade, celeridade, oralidade, 
concentração dos atos processuais, 
irrecorribilidade das decisões interlocutórias, 
conciliação, etc. 
Estes, portanto, são princípios do processo 
trabalhista. 
Vamos ver o que há de mais importante em cada 
um deles: 
1) Princípio da celeridade: Direito de obter, no 
menor espaço de tempo, a apreciação ao 
conflito levado à Juízo (art. 765, da CLT e inciso 
LXXVIII, do artigo 5º da Constituição Federal). Os 
Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla 
liberdade na direção do processo e velarão pelo 
andamento rápido das causas, podendo 
determinar qualquer diligência necessária ao 
esclarecimento delas. 
2) Princípio da inafastabilidade do controle 
jurisdicional: Previsto no art. 5º, XXXV, da CF e 
prevê que a Lei não excluirá da apreciação do 
Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
3) Princípio da concentração dos atos 
processuais: Importante princípio do processo 
trabalhista. Leciona que, na medida do possível, 
todos os atos processuais devem ser 
concentrados e decididos em um único 
momento, representado pela audiência (a 
audiência, em regra, é UNA). Tem o objetivo de 
agrupar os atos de processo em eventos únicos, 
acelerando sua tramitação. 
4) Princípio da oralidade: Outro importante 
princípio: O processo trabalhista é por sua 
natureza um procedimento oral. A reclamação 
pode ser apresentada de forma oral, a 
contestação, etc., tudo com vistas a dar 
celeridade ao processo. 
5) Princípio da conciliação: Importantíssimo! A 
conciliação constitui um dos elementos 
primordiais do processo do trabalho. Com ela se 
obtém paz social e diminuição de conflitos. A 
conciliação trabalhista deve ser incentivada em 
qualquer momento e qualquer grau de 
jurisdição. O JUIZ É OBRIGADO A APRESENTAR 
DUAS PROPOSTAS DE CONCILIAÇÃO, UMA NO 
INÍCIO DA AUDIÊNCIA (Art. 846, da CLT) E UMA 
ANTES DO SEU ENCERRAMENTO (Art. 850, da 
CLT). Art. 764/CLT - Os dissídios individuais ou 
coletivos submetidos à apreciação da Justiça do 
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. 
DICA DO DIA 15 
PROCESSO DO TRABALHO 
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ATENÇÃO: O JUIZ NÃO É OBRIGADO A 
HOMOLOGAR O ACORDO PROPOSTO PELAS 
PARTES (Vide súmula 418, do TST, e artigos 855- 
B e seguintes, da CLT). 
6) Princípio da simplicidade e informalidade: 
São característicos do processo do trabalho os 
princípios da simplicidade e da informalidade, 
sendo certo que segundo o qual os rigores 
formais dos ritos processuais devem ser 
reduzidos a um mínimo indispensável para que 
se atinja a finalidade do processo (realização do 
direito material). 
7) Irrecorribilidade das decisões 
interlocutórias: Assegurado junto ao artigo 893, 
§1º, da CLT e súmula 214, do C. TST. Os 
incidentes do processo serão resolvidos pelo 
próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a 
apreciação do merecimento das decisões 
interlocutórias somente em recursos de 
decisões definitivas. 
8) Princípio da Primazia da Realidade: Em uma 
relação de trabalho o que realmente importa é 
o que acontece, os fatos, mesmo que eventual 
documento indique o contrário. Em matéria 
trabalhista é mais importante o que ocorre na 
prática. 
9) Princípio da Primazia da Realidade: Em uma 
relação de trabalho o que realmente importa é 
o que acontece, os fatos, mesmo que eventual 
documento indique o contrário. Em matéria 
trabalhista é mais importante o que ocorre na 
prática. 
10) Princípio da Publicidade: Em regra, os atos 
processuais devem ser públicos. 
11) Princípio do devido processo legal: 
Ninguém será privado da liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo legal 
12) Princípio do contraditório e ampla defesa: 
Aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes. 
13) Princípio do JUS POSTULANDI: No processo 
trabalhista as partes possuem capacidade 
postulatória. No entanto, a súmula 425, do TST, 
estabelece que tal capacidade somente pode ser 
exercida nas INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS (O jus 
postulandi das partes, estabelecido no art. 791 
da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos 
Tribunais Regionais do Trabalho, não 
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o 
mandado de segurança e os recursos de 
competência do Tribunal Superior do 
Trabalho). 
Passado o estudo dos princípios, vale ressaltar 
que a compensação, ou retenção de valores, só 
poderá ser arguida como matéria de defesa, ou 
seja, se a compensação não for arguida na 
contestação, HAVERÁ PRECLUSÃO (Súmula 48 
e art. 767, da CLT). 
Terá preferência em todas as fases processuais 
o dissídio cuja decisão tiver de ser executada 
perante o Juízo da falência. 
Nos casos omissos, o direito processual comum 
(PROCESSO CIVIL) será fonte subsidiária do 
direito processual do trabalho, exceto naquilo 
em que for incompatível com as normas de 
processo trabalhista. 
Os atos processuais serão públicos salvo 
quando o contrário determinar o interesse 
social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) 
às 20 (vinte) horas. 
Os prazos trabalhistas serão contados em dias 
úteis, com exclusão do dia do começo e 
inclusão do dia do vencimento. 
Os prazos podem ser alterados quando o juízo 
entender necessário e em virtude de força 
maior, devidamente comprovada. 
O Juízo pode dilatar os prazos processuais e 
alterar a ordem de produção dos meios de 
prova, adequando-os às necessidades do 
conflito de modo a conferir maior efetividade à 
tutela do direito. 
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Prazos 
peremptórios (aqueles que não podem ser 
alterados pela liberalidade das partes, como os 
prazos para os recursos) não podem ser, em 
regra, modificados, vide 222, do CPC: 
Art. 222. Na comarca, seção ou subseção 
judiciária onde for difícil o transporte, o juiz 
poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) 
meses. 
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos 
peremptórios sem anuência das partes. 
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite 
previsto no caput para prorrogação de prazos 
poderá ser excedido. 
Portanto, prazosperemptórios não comportam 
dilação, a não ser com a anuência expressa de 
todos os litigantes, em caso de calamidade 
pública, ou tratando-se de locais onde for difícil 
o transporte. 
RECESSO TRABALHISTA: Suspende-se o curso 
do prazo processual nos dias compreendidos 
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro (recesso). 
Durante a suspensão do prazo, não se 
realizarão audiências nem sessões de 
julgamento. 
Na Justiça do Trabalho, litisconsortes com 
procuradores diferentes NÃO têm prazo em 
dobro, em razão de incompatibilidade com a 
celeridade que lhe é inerente (OJ 310, TST). 
Nos processos perante a Justiça do Trabalho, 
constituem privilégio da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e das 
autarquias ou fundações de direito público 
federais, estaduais ou municipais que não 
explorem atividade econômica: 
II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841 
(para contestar e comparecer à audiência); 
III - o prazo em dobro para recurso. 
NULIDADES PROCESSUAIS (794 e ss. da CLT): 
Só haverá nulidade quando resultar manifesto 
prejuízo às partes litigantes (PRINCÍPIO DA 
TRANSCENDÊNCIA OU DO PREJUÍZO). 
As nulidades no processo do trabalho somente 
serão declaradas mediante provocação das 
partes, as quais deverão argui-las à primeira 
vez em que tiverem de falar em audiência ou 
nos autos (PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO OU 
PRECLUSÃO). 
Se tal momento passar, estará PRECLUSA a 
oportunidade de requerer a nulidade. 
EXCEÇÃO: NULIDADE ABSOLUTA, POIS O JUIZ 
DEVE CONHECER DE OFÍCIO E NÃO HÁ 
PRECLUSÃO. 
ATENÇÃO: A nulidade fundada em 
incompetência de foro (matéria ou 
competência funcional) deve ser declarada de 
oficio. Nesse caso, serão considerados nulos os 
atos decisórios. 
A nulidade não será pronunciada: quando for 
possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; ou 
quando arguida por quem lhe tiver dado causa 
(PRINCÍPIO DO INTERESSE). 
A nulidade do ato não prejudicará senão os 
posteriores que dele dependam ou sejam 
consequência. 
 
 
2. RITOS PROCESSUAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O processo do trabalho se submete a dois 
procedimentos diversos, o COMUM e o 
ESPECIAL. 
São espécies do procedimento COMUM: RITO 
ORDINÁRIO, SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO. 
1) RITO SUMÁRIO: Tem previsão no art. 2º, §§ 
3º e 4º da Lei nº 5.584/70. 
Aplicado em causas com valor de até 2 (dois) 
salários mínimos vigente na data do 
ajuizamento. 
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É dispensado o resumo dos depoimentos em 
ata de audiência e não é cabível recursos nas 
suas decisões. 
Só há necessidade de o Juiz registrar a 
conclusão quanto á matéria fática. 
ATENÇÃO: Somente cabe recurso em caso de 
matéria de ordem CONSTITUCIONAL! 
Os embargos declaratórios podem ser 
apresentados normalmente. 
2) RITO SUMARÍSSIMO: Tem previsão nos arts. 
852-A a 852-I da CLT. 
É um rito bem mais informal e célere que o 
ordinário. 
A apreciação da reclamação deverá ocorrer no 
prazo máximo de quinze dias do seu 
ajuizamento (Em que pesa na prática muitas 
vezes o prazo ser desrespeitado, pelo alto 
volume de demandas existentes nas Varas). 
As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão 
instruídas e julgadas em audiência única. 
Aplicado à causa cujo valor supere dois e não 
ultrapasse 40 salários mínimos vigente na data 
do ajuizamento. 
Aplicado aos dissídios individuais. 
Estão excluídas do procedimento sumaríssimo 
as demandas em que é parte a Administração 
Pública direta, autárquica e fundacional. 
O pedido deve sempre ser certo e determinado, 
com indicação do valor correlato. 
Não cabe citação por edital. 
Se não observado a correta indicação de valores 
do pedido e o endereço das partes, a 
reclamação será arquivada e o autor 
condenado em custas. 
Todas as provas serão produzidas na audiência 
de instrução e julgamento, ainda que não 
requeridas previamente. 
Na ata de audiência serão registrados 
resumidamente os atos essenciais, as 
afirmações fundamentais das partes e as 
informações úteis à solução da causa trazidas 
pela prova testemunhal. 
02 (duas) testemunhas para cada parte no 
máximo. 
E se a testemunha convidada faltou? 
R: Só será deferida intimação de testemunha 
que, comprovadamente convidada, deixou de 
comparecer. Não comparecendo a testemunha 
intimada, o juiz poderá determinar sua imediata 
condução coercitiva. 
Portanto temos que em caso de testemunha 
que foi comprovadamente convidada e deixou 
de ir depor, o Juízo mandará intimá-la. Se ainda 
assim não vier, determinará a condução 
coercitiva! 
Audiência será UNA. 
Interrompida a audiência, o seu 
prosseguimento e a solução do processo dar-se- 
ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo 
relevante justificado nos autos pelo juiz da 
causa. 
Somente quando a prova do fato o exigir, ou for 
legalmente imposta, será deferida prova técnica 
(portanto, cabe perícia). 
O prazo para manifestação sobre o laudo 
comum de cinco dias. 
Na sentença é dispensado o relatório. 
Nas causas sujeitas ao procedimento 
sumaríssimo, somente será admitido recurso de 
revista por contrariedade a súmula de 
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do 
Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo 
Tribunal Federal e por violação direta da 
Constituição Federal. 
ATENÇÃO: NÃO CABE RECURSO DE REVISTA NO 
RITO SUMARÍSSIMO POR VIOLAÇÃO À 
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO TST 
(Súmula 442, do TST). 
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3) RITO ORDINÁRIO: Tem previsão nos arts. 840 
e seguintes da CLT. 
Tem previsão no art. 840 da CLT e é utilizado 
quando o valor da causa estiver acima de 40 
salários mínimos vigentes na data do 
ajuizamento da ação. 
A notificação trabalhista será feita em registro 
postal com franquia. 
Presume-se recebida a notificação 48 
(quarenta e oito) horas depois de sua 
postagem. O seu não-recebimento ou a entrega 
após o decurso desse prazo constitui ônus de 
prova do destinatário (súmula 16 TST). 
Citação pode ocorrer por edital. 
Sendo escrita, a reclamação deverá conter a 
designação do juízo, a qualificação das partes, a 
breve exposição dos fatos de que resulte o 
dissídio, o pedido, que deverá ser certo, 
determinado e com indicação de seu valor, a 
data e a assinatura do reclamante ou de seu 
representante. 
Os pedidos que não atendam o acima disposto 
serão julgados extintos sem resolução do 
mérito. 
Atenção: Tanto a reclamação trabalhista como a 
contestação podem se dar de forma escrita ou 
oral. 
 
 
IMPORTANTE: Oferecida a contestação, ainda 
que eletronicamente, o reclamante não poderá, 
sem o consentimento do reclamado, desistir da 
ação. 
Relatório da sentença passa a ser obrigatório. 
No presente rito a audiência poderá ser una, 
inicial ou de instrução. 
Sendo várias as reclamações e havendo 
identidade de matéria, poderão ser acumuladas 
num só processo, se se tratar de empregados da 
mesma empresa ou estabelecimento. 
Três (três) testemunhas para cada lado. 
E se a testemunha convidada faltou? 
R: As que não comparecerem serão intimadas, 
ex officio ou a requerimento da parte, ficando 
sujeitas a condução coercitiva, além das 
penalidades do art. 730, caso, sem motivo 
justificado, não atendam à intimação. 
Portanto temos que HÁ GRANDE DIFERENÇA 
PARA O RITO SUMARÍSSIMO, caso em que é 
EXIGIDO A COMPROVAÇÃO de que foi a 
testemunha convidada para depor. 
 
Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, 
em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão 
ou secretário. 
Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão 
ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) 
horas, remeterá a segunda via da petição, ou do 
termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo 
tempo, para comparecer à audiência do 
julgamento, que será a primeira desimpedida, 
depois de 5 (cinco) dias, OU SEJA, da notificação 
para a audiência deve haver um interregno 
mínimo de CINCO DIAS. 
ATENÇÃO: Mesmo em se tratando de ação 
processada sob o rito sumaríssimo é 
imprescindível queexista o interregno de 5 
dias entre a citação e a apresentação de 
defesa nos termos do artigo 841 da CLT sob 
pena de violação ao devido processo legal o 
que se constitui em cerceamento de defesa. 
EM SUMA: Ao contrário do rito sumaríssimo, 
no procedimento ordinário, se a parte se 
comprometeu a levar a testemunha à 
audiência e a testemunha, por razões 
desconhecidas da parte, não comparecer, 
descumprindo o combinado, deve o juiz 
providenciar a sua intimação, sob pena de 
cerceamento ao direito à ampla defesa. A 
exigência de comprovação do “convite” feito 
à testemunha é específica das causas 
submetidas ao procedimento sumaríssimo 
(art. 852-H, §§ 3º e 4º). 
ATENÇÃO: a reclamação trabalhista e a 
contestação também pode ser escrita ou 
verbal no rito sumaríssimo. 
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É espécie do procedimento ESPECIAL: 
INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE 
– SERÁ ESTUDADO FUTURAMENTE, EM DIA 
ESPECÍFICO. 
 FAIXA BÔNUS – PROVAS 
As disposições sobre as audiências e a provas 
trabalhistas encontram-se a partir do art. 813, 
da CLT e vai até o art. 830, da CLT. 
PRINCÍPIOS: 
1) Necessidade da prova: Caberá ao juiz, de 
ofício ou a requerimento da parte, determinar 
as provas necessárias ao julgamento do mérito. 
Somente deve haver prova sobre os fatos 
controvertidos, relevantes e pertinentes. Não 
dependem de prova os fatos notórios, 
admitidos no processo como incontroversos, 
afirmados por uma parte e confessados pela 
parte contrária e em cujo favor milita 
presunção legal de existência ou de veracidade. 
2) Persuasão racional do Juiz: O juiz apreciará a 
prova constante dos autos, independentemente 
do sujeito que a tiver promovido, e indicará na 
decisão as razões da formação de seu 
convencimento. O JUIZ NÃO ENCONTRA-SE 
ADSTRITO A ESTE OU AQUELE MEIO DE PROVA 
ESPECÍFICO, POR EXEMPLO, O JUIZ NÃO SE 
ENCONTRA VINCULADO AO LAUDO PERICIAL 
PRODUZIDO PELO PERITO. 
3) Concentração processual: As provas devem 
ser produzidas em audiência e, de preferência, 
numa única sessão. 
4) Indivisibilidade da prova: A prova é UNA e 
indivisível. Utilizada à ambas as partes. 
5) Busca da verdade real: A meta do processo é 
encontrar a verdade real dos fatos trazidos. 
Na justiça do trabalho o ônus da prova incumbe: 
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de 
seu direito; 
II - ao reclamado, quanto à existência de fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito 
do reclamante. 
ATENÇÃO: O ÔNUS DA PROVA PODE SER 
ALTERADO NAS SEGUINTES HIPÓTESES: 1- casos 
previstos em lei; 2- diante de peculiaridades da 
causa relacionadas à impossibilidade ou à 
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos 
termos deste artigo ou à maior facilidade de 
obtenção da prova do fato contrário. 
PARA A ALTERAÇÃO DO ÔNUS DA PROVA É 
NECESSÁRIO DECISÃO FUNDAMENTADA DO 
JUÍZO, ALÉM DA CONCESSÃO DE 
OPORTUNIDADE À PARTE DE SE DESINCUMBIR 
DO ÔNUS QUE LHE FOI ATRIBUÍDO. 
A decisão que altera o ônus da prova deverá ser 
proferida antes da abertura da instrução e, a 
requerimento da parte, implicará o adiamento 
da audiência e possibilitará provar os fatos por 
qualquer meio em direito admitido. 
As partes e testemunhas serão inquiridas pelo 
juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas. 
O INTERROGATÓRIO DAS PARTES É 
FACULTATIVO. 
Cada uma das partes não poderá indicar mais de 
3 (três) testemunhas (RITO ORDINÁRIO), salvo 
quando se tratar de inquérito, caso em que esse 
número poderá ser elevado a 6 (seis) e Rito 
Sumaríssimo, caso em que o número é de 2 
(duas) testemunhas. 
As testemunhas não podem sofrer descontos 
salariais ocasionados pelo seu 
comparecimento para depor, quando 
devidamente arroladas ou convocadas. 
O depoimento de uma testemunha NÃO PODE 
ser ouvido pelas demais que AINDA IRÃO depor 
no processo. 
Como regra, as testemunhas comparecerão à 
audiência independentemente de notificação 
ou intimação. 
MUITA ATENÇÃO: Ao contrário do rito 
sumaríssimo, no procedimento ordinário, se a 
parte se comprometeu a levar a testemunha à 
audiência e a testemunha, por razões 
desconhecidas da parte, não comparecer, 
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descumprindo o combinado, deve o juiz 
providenciar a sua intimação, sob pena de 
cerceamento ao direito à ampla defesa. A 
exigência de comprovação do “convite” feito à 
testemunha é específica das causas submetidas 
ao procedimento sumaríssimo (art. 852-H, §§ 3º 
e 4º). 
Os depoimentos das testemunhas serão 
resumidos, por ocasião da audiência, pelo 
secretário da Junta ou funcionário para esse fim 
designado, devendo a súmula ser assinada pelo 
Presidente do Tribunal e pelos depoentes. 
A testemunha que for parente até o terceiro 
grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer 
das partes, não prestará compromisso, e seu 
depoimento valerá como simples informação 
(Art. 829/CLT). 
Além disso não podem depor (Art. 447/CPC): 
Os que são incapazes: 
I - o interdito por enfermidade ou deficiência 
mental; 
II - o que, acometido por enfermidade ou 
retardamento mental, ao tempo em que 
ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, 
ao tempo em que deve depor, não está 
habilitado a transmitir as percepções; 
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; 
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato 
depender dos sentidos que lhes faltam. 
Os que são impedidos: 
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o 
descendente em qualquer grau e o colateral, até 
o terceiro grau, de alguma das partes, por 
consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir 
o interesse público ou, tratando-se de causa 
relativa ao estado da pessoa, não se puder obter 
de outro modo a prova que o juiz repute 
necessária ao julgamento do mérito; 
II - o que é parte na causa; 
III - o que intervém em nome de uma parte, 
como o tutor, o representante legal da pessoa 
jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam 
ou tenham assistido as partes. 
Os que são suspeitos: 
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; 
II - o que tiver interesse no litígio. 
É facultado a cada uma das partes, diante da 
matéria eventualmente discutida, apresentar 
um perito ou técnico. 
SÚMULAS, ARTIGOS E OBSERVAÇÕES 
IMPORTANTES SOBRE A PROVA NO PROCESSO 
DO TRABALHO: 
1) Súmula nº 12 do TST: 
“As anotações apostas pelo empregador na 
carteira profissional do empregado não geram 
presunção "juris et de jure", mas apenas "juris 
tantum", OU SEJA, ADMITEM PROVA EM 
CONTRÁRIO. 
2) Súmula nº 16 do TST: 
“Presume-se recebida a notificação 48 
(quarenta e oito) horas depois de sua postagem. 
O seu não-recebimento ou a entrega após o 
decurso desse prazo constitui ônus de prova do 
destinatário”. 
3) Súmula nº 32 do TST: 
“Presume-se o abandono de emprego se o 
trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 
30 (trinta) dias após a cessação do benefício 
previdenciário nem justificar o motivo de não o 
fazer”. 
4) Súmula nº 212 do TST: 
“O ônus de provar o término do contrato de 
trabalho, quando negados a prestação de 
serviço e o despedimento, é do empregador, 
pois o princípio da continuidade da relação de 
emprego constitui presunção favorável ao 
empregado”. 
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OBS: QUANDO SE DISCUTE O VÍNCULO DE 
EMPREGO O ÔNUS DA PROVA É DO 
EMPREGADO. 
5) Ônus da prova quanto à jornada do 
funcionário: O empregador que conta com mais 
de 20 empregados está obrigado a manter 
controle de jornada. Art. 74, § 2º, da CLT, nesse 
caso, cabe ao EMPREGADO, comprovar que 
laborava em horário diferentes dos constantes 
do registro. 
Os cartões de ponto que demonstram horários 
de entrada e saída uniformes são inválidos 
como meio de prova, invertendo-se o ônus da 
prova, relativo às horas extras, que passa a ser 
do EMPREGADOR (súmula 338, III/TST). 
O ônus de provar a ocorrência de trabalho 
externo, incompatível com a fiscalização da 
jornada é do EMPREGADOR. 
 
 
As disposições sobre os institutos acima 
mencionados encontram-sea partir do art. 790- 
B, da CLT. 
Autor é aquele que ocupa o polo ativo da 
demanda, normalmente é o reclamante 
(empregado). 
Réu é aquele que ocupa o polo passivo, 
normalmente é o reclamado (empresa). 
Os empregados e os empregadores poderão 
reclamar pessoalmente perante a Justiça do 
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até 
o final (É o “jus postulandi” das partes). 
Via de regra, todo aquele que tem 
PERSONALIDADE JURÍDICA pode ser parte. 
Para pessoas físicas, a capacidade de ser parte 
extingue-se com a morte. Se isso ocorrer 
durante o processo o feito será suspenso para 
habilitação dos sucessores. 
ATENÇÃO: A reclamação trabalhista do menor 
de 18 anos será feita por seus representantes 
legais e, na falta destes, pela Procuradoria da 
Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo 
Ministério Público estadual ou curador 
nomeado em juízo. 
ATENÇÃO: A União, os estados e o DF são 
representados ativa e passivamente pelos seus 
Procuradores. O Município será representado 
pelo Prefeito ou Procuador. 
IMPORTANTE – SÚMULA 426, TST: 
I - A União, Estados, Municípios e Distrito 
Federal, suas autarquias e fundações públicas, 
quando representadas em juízo, ativa e 
passivamente, por seus procuradores, estão 
dispensadas da juntada de instrumento de 
mandato e de comprovação do ato de 
nomeação. 
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial 
que o signatário ao menos declare-se exercente 
do cargo de procurador, não bastando a 
indicação do número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil. 
Nos dissídios individuais os empregados e 
empregadores poderão fazer-se representar 
por intermédio do sindicato, advogado, 
solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem 
dos Advogados do Brasil. 
Nos dissídios coletivos é facultada aos 
interessados a assistência por advogado. 
O Ministério Público do Trabalho tem 
legitimidade para ajuizar ações trabalhistas em 
defesa dos direitos difusos e coletivos dos 
trabalhadores (art. 129, III, da CF). 
HONORÁRIOS DE ADVOGADO: Ao advogado, 
ainda que atue em causa própria, serão devidos 
honorários de sucumbência, fixados entre o 
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 
15% (quinze por cento) sobre o valor que 
resultar da liquidação da sentença, do proveito 
econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
Os honorários também são devidos também nas 
ações contra a Fazenda Pública e nas ações em 
FAIXA BÔNUS – PARTES E PROCURADORES + 
HONORÁRIOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO E 
DANO PROCESSUAL 
9 
 
 
DICA DO DIA 16 
PROCESSO CIVIL 
 
 
 
que a parte estiver assistida ou substituída pelo 
sindicato de sua categoria. 
CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS: 1) 
Grau de zelo do profissional; 2) lugar de 
prestação do serviço; 3) natureza e importância 
de causa e 4) o trabalho realizado pelo advogado 
e o tempo exigido para o seu serviço. 
ATENÇÃO: Na hipótese de procedência parcial, 
o juízo arbitrará honorários de sucumbência 
recíproca, vedada a compensação entre os 
honorários. 
BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E 
HONORÁRIOS: Vencido o beneficiário da 
justiça gratuita, desde que não tenha obtido 
em juízo, ainda que em outro processo, 
créditos capazes de suportar a despesa, as 
obrigações decorrentes de sua sucumbência 
ficarão sob condição suspensiva de 
exigibilidade e somente poderão ser 
executadas se, nos dois anos subsequentes ao 
trânsito em julgado da decisão que as 
certificou, o credor demonstrar que deixou de 
existir a situação de insuficiência de recursos 
que justificou a concessão de gratuidade, 
extinguindo-se, passado esse prazo, tais 
obrigações do beneficiário. 
HONORÁRIOS NA RECONVENÇÃO: São devidos 
honorários de sucumbência na reconvenção. 
HONORÁRIOS DE PERITO: A responsabilidade 
pelo pagamento dos honorários periciais é da 
parte sucumbente na pretensão objeto da 
perícia, ainda que beneficiária da justiça 
gratuita. 
Somente no caso em que o beneficiário da 
justiça gratuita não tenha obtido em juízo 
créditos capazes de suportar a despesa referida 
no caput, ainda que em outro processo, a União 
responderá pelo encargo. 
O juízo poderá deferir parcelamento dos 
honorários periciais. 
O juízo não poderá exigir adiantamento de 
valores para realização de perícias. 
NA JUSTIÇA DO TRABALHO, EXISTE A 
POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO POR 
DANO PROCESSUAL? 
Sim, e as causas são previstas nos artigos 793-A 
e seguintes, da CLT. 
Responde por perdas e danos aquele que litigar 
de má-fé como reclamante, reclamado ou 
interveniente. 
Hipóteses da litigância de má-fé estão no art. 
793-B, da CLT. 
A pena pode ser aplicada de oficio ou a 
requerimento da parte. 
A penalidade deverá ser superior a 1% (um por 
cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor 
corrigido da causa, além dos honorários 
advocatícios e todas as despesas efetuadas pelo 
adverso. 
Quando forem dois ou mais os litigantes de má- 
fé, o juízo condenará cada um na proporção de 
seu respectivo interesse na causa ou 
solidariamente aqueles que se coligaram para 
lesar a parte contrária. 
A mesma multa acima é aplicada a testemunha 
que intencionalmente alterar a verdade dos 
fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento 
da causa. 
A execução da multa ocorre nos próprios autos. 
 
 
1. DESPESAS PROCESSUAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
As disposições sobre as despesas processuais 
encontram-se juntas aos artigos 82 ao 102, do 
CPC. 
Inicialmente, vamos ao conceito de “despesas 
processuais”: As despesas abrangem as custas 
dos atos do processo, a indenização de viagem, 
10 
 
 
 
 
 
a remuneração do assistente técnico e a diária 
de testemunha. 
Referido conceito pode ser encontrado junto ao 
artigo 84, do CPC. 
O artigo 82, do CPC, estabelece que salvo as 
disposições concernentes à gratuidade da 
justiça, incumbe às partes prover as despesas 
dos atos que realizarem ou requererem no 
processo, antecipando-lhes o pagamento, 
desde o início até a sentença final ou, na 
execução, até a plena satisfação do direito 
reconhecido no título. 
Ora, simplificando, a parte que requerer dado 
ato deve arcar eventual custo. Nada mais do 
que isso. 
E em caso de não pagamento, sem tem como 
consequência lógica a não realização do ato ou 
em alguns casos até mesmo o 
cancelamento/arquivamento do feito. 
Vale ressaltar, contudo, o que consta do § 2º, do 
mesmo artigo: “A sentença condenará o 
vencido a pagar ao vencedor as despesas que 
antecipou”. 
Quando não houver uma parte integralmente 
vencida no processo, as despesas são 
distribuídas e compensadas reciprocamente e 
proporcionalmente entre os envolvidos, 
conforme entendimento do STJ e art. 86 do CPC. 
OBSERVAÇÃO: Se um litigante sucumbir em 
parte MÍNIMA do pedido, o outro responderá, 
por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. 
O autor da demanda, brasileiro ou estrangeiro, 
que residir fora do Brasil ou deixar de residir no 
país ao longo da tramitação de processo 
prestará caução suficiente ao pagamento das 
custas e dos honorários de advogado da parte 
contrária nas ações que propuser, se não tiver 
no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o 
pagamento. 
Portanto, há OBRIGATORIEDADE de uma 
CAUÇÃO suficiente para cobrir os CUSTOS do 
processo, em casos em que o autor resida FORA 
DO BRASIL ou VIER A RESIDIR no curso do 
processo. 
Há situações, contudo, que mesmo verificada a 
hipótese acima a caução NÃO SERÁ EXIGIDA: 
I - quando houver dispensa prevista em acordo 
ou tratado internacional de que o Brasil faz 
parte; 
II - na execução fundada em título extrajudicial e 
no cumprimento de sentença; 
III - na reconvenção. 
REFORÇO DE CAUÇÃO: Caso seja verificado no 
trâmite do processo que o autor se desfalcou a 
garantia (se desfez de patrimônio, ocultou 
bens, houve desvalorização de bens, etc...), 
poderá o interessado exigir reforço da caução, 
justificandoseu pedido com a indicação da 
depreciação do bem dado em garantia e a 
importância do reforço que pretende obter. 
DESPESA EM CASO DE LITISCONSÓRCIO: A 
sentença deverá distribuir entre os 
litisconsortes, de forma EXPRESSA, a 
responsabilidade proporcional pelo pagamento 
das verbas previstas. Em caso de omissão, os 
vencidos responderão solidariamente pelas 
despesas e pelos honorários. 
DESISTÊNCIA DA AÇÃO: Proferida sentença 
com fundamento em desistência, em renúncia 
ou em reconhecimento do pedido, as despesas 
e os honorários serão pagos pela parte que 
desistiu, renunciou ou reconheceu. CONTUDO, 
acaso a desistência, renuncia ou 
reconhecimento FOREM PARCIAIS, a 
responsabilidade pelas despesas e pelos 
honorários será proporcional à parcela 
reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se 
desistiu. 
ATENÇÃO: Se o réu reconhecer a procedência 
do pedido e, simultaneamente, cumprir 
INTEGRALMENTE a prestação reconhecida, os 
honorários serão reduzidos pela metade. 
11 
 
 
 
 
 
EM CASO DE ACORDO e nada tendo as partes 
disposto quanto às despesas, estas serão 
divididas igualmente. 
As despesas dos atos processuais praticados a 
requerimento da Fazenda Pública, do Ministério 
Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao 
final pelo vencido. 
ATENÇÃO MÁXIMA – EXTINÇÃO SEM 
RESOLUÇÃO DO MÉRITO: Quando, a 
requerimento do réu, o juiz proferir sentença 
sem resolver o mérito, o autor não poderá 
propor novamente a ação sem pagar ou 
depositar em cartório as despesas e os 
honorários a que foi condenado. 
Portanto, para entrar com nova ação o autor 
deve ARCAR com as despesas e honorários da 
ação anterior. 
REMUNERAÇÃO DO ASSISTENTE TÉCNICO E 
PERITO: Cada parte adiantará a remuneração do 
assistente técnico que houver indicado, sendo 
a do perito adiantada pela parte que houver 
requerido a perícia ou rateada quando a perícia 
for determinada de ofício ou requerida por 
ambas as partes. 
MÁ-FÉ: O valor das sanções impostas ao 
litigante de má-fé reverterá em benefício da 
parte contrária. 
A concessão de gratuidade não afasta o dever 
de o beneficiário pagar, ao final, as multas 
processuais que lhe sejam impostas. 
A sentença também condenará o vencido a 
pagar honorários ao advogado do vencedor. 
OBSERVAÇÃO: Os honorários advocatícios 
também são devidos na reconvenção, no 
cumprimento de sentença, provisório ou 
definitivo, na execução, resistida ou não, e nos 
recursos interpostos, cumulativamente. 
VALOR DOS HONORÁRIOS: Os honorários serão 
fixados entre o mínimo de dez e o máximo de 
vinte por cento sobre o valor da condenação, 
do proveito econômico obtido ou, não sendo 
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado 
da causa, atendidos o grau de zelo do 
profissional; lugar de prestação do serviço; 
natureza e importância da causa e o trabalho 
realizado pelo advogado e o tempo exigido 
para o seu serviço. 
ATENÇÃO: Nas causas em que for inestimável 
ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, 
quando o valor da causa for muito baixo, o juiz 
fixará o valor dos honorários por apreciação 
equitativa, observando o disposto nos incisos do 
§ 2º. 
ATENÇÃO: Na ação de indenização por ato ilícito 
contra pessoa, o percentual de honorários 
incidirá sobre a soma das prestações vencidas 
acrescida de 12 (doze) prestações vincendas. 
ATENÇÃO: Se a causa PERDER O OBJETO, os 
honorários serão devidos por QUEM DEU 
CAUSA AO PROCESSO (que não 
necessariamente é o autor da ação). 
ATENÇÃO: O tribunal, ao julgar recurso, 
majorará os honorários fixados anteriormente 
levando em conta o trabalho adicional 
realizado em grau recursal, observando, 
conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º (Art. 
85), sendo vedado ao tribunal, no cômputo 
geral da fixação de honorários devidos ao 
advogado do vencedor, ultrapassar os 
respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º 
(do Art. 85) para a fase de conhecimento. 
NATUREZA DOS HONORÁRIOS: Os honorários 
constituem direito do advogado e têm natureza 
alimentar, com os mesmos privilégios dos 
créditos oriundos da legislação do trabalho, 
sendo vedada a compensação em caso de 
sucumbência parcial. 
O advogado pode requerer que o pagamento 
dos honorários que lhe caibam seja efetuado em 
favor da sociedade de advogados que integra na 
qualidade de sócio. 
Os honorários TAMBÉM SÃO DEVIDOS quando 
o advogado atua em causa própria. Advogados 
públicos perceberão honorários de 
sucumbência, nos termos da lei. 
12 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO: Caso a decisão transitada em 
julgado seja omissa quanto ao direito aos 
honorários ou ao seu valor, é cabível ação 
autônoma para sua definição e cobrança. 
JUROS DE MORA: Quando os honorários forem 
fixados em quantia certa, os juros de mora 
incidirão a partir da data do trânsito em julgado 
da decisão. 
CORREÇÃO MONETÁRIA: Arbitrados os 
honorários advocatícios em percentual sobre o 
valor da causa, a correção monetária incide a 
partir do respectivo ajuizamento (sum. 14, STJ). 
Nas causas em que a FAZENDA PÚBLICA for 
parte também são devidos honorários 
advocatícios (Art. 85, § 3º, do CPC). 
ATENÇÃO: Não serão devidos honorários no 
cumprimento de sentença contra a Fazenda 
Pública que enseje expedição de precatório, 
desde que não tenha sido impugnada. 
GRATUIDADE DA JUSTIÇA: As disposições sobre 
a justiça gratuita encontram-se junto aos artigos 
98 ao 102, do CPC. 
PODE SER CONCEDIDA A PF OU PJ: A pessoa 
natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, 
com insuficiência de recursos para pagar as 
custas, as despesas processuais e os honorários 
advocatícios tem direito à gratuidade da 
justiça, na forma da lei. 
ATENÇÃO – GRATUIDADE DE JUSTIÇA PARCIAL: 
A gratuidade poderá ser concedida em relação 
a algum ou a todos os atos processuais, ou 
consistir na redução percentual de despesas 
processuais que o beneficiário tiver de adiantar 
no curso do procedimento. 
A depender do caso concreto, o juiz poderá 
conceder ao requerente o parcelamento das 
despesas processuais que o beneficiário tiver 
que antecipar no curso do procedimento. 
DIREITO PESSOAL: O direito à gratuidade da 
justiça é pessoal, não se estendendo a 
litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, 
salvo requerimento e deferimento expressos. 
A gratuidade de justiça compreende todo o feixe 
de atividades previsto no Art. 98, § 1º, do CPC. 
ATENÇÃO: A concessão de gratuidade não 
afasta a responsabilidade do beneficiário pelas 
despesas processuais e pelos honorários 
advocatícios decorrentes de sua sucumbência, 
CONTUDO, vencido o beneficiário, as 
obrigações decorrentes de sua sucumbência 
ficarão sob condição suspensiva de 
exigibilidade e somente poderão ser 
executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes 
ao trânsito em julgado da decisão que as 
certificou, o credor demonstrar que deixou de 
existir a situação de insuficiência de recursos 
que justificou a concessão de gratuidade, 
extinguindo-se, passado esse prazo, tais 
obrigações do beneficiário. 
A concessão de gratuidade não afasta o dever 
de o beneficiário pagar, ao final, as multas 
processuais que lhe sejam impostas. 
MOMENTO PARA REQUERER A GRATUIDADE 
DE JUSTIÇA: O pedido de gratuidade da justiça 
pode ser formulado na petição inicial, na 
contestação, na petição para ingresso de 
terceiro no processo ou em recurso. ACASO o 
requerimento tiver sido feito em RECURSO, o 
recorrente estará dispensado de comprovar o 
recolhimento do preparo, incumbindo ao 
relator, neste caso, apreciar o requerimento e, 
se indeferi-lo, fixar prazo para realização do 
recolhimento. 
PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E SIMPLES 
DECLARAÇÃO: Presume-se verdadeira a 
alegação de insuficiência deduzida 
exclusivamente por pessoa natural. 
ASSISTÊNCIA POR ADVOGADO PARTICULAR: A 
assistência do requerente por advogado 
particular não impede a concessão de 
gratuidade da justiça. 
DIREITO DAPARTE ADVERSA DE IMPUGNAR A 
CONCESSÃO DA GRATUIDADE: Deferido o 
pedido, a parte contrária poderá oferecer 
impugnação na contestação, na réplica, nas 
13 
 
 
 
 
 
contrarrazões de recurso ou, nos casos de 
pedido superveniente ou formulado por 
terceiro, por meio de petição simples, a ser 
apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos 
autos do próprio processo, sem suspensão de 
seu curso. 
EM CASO DE REVOGAÇÃO DO BENEFÍCIO, a 
parte anteriormente beneficiada arcará com as 
despesas processuais que tiver deixado de 
adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o 
décuplo de seu valor a título de multa, que será 
revertida em benefício da Fazenda Pública 
estadual ou federal e poderá ser inscrita em 
dívida ativa. 
RECURSO EM CASO DE INDEFERIMENTO: 
Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a 
que acolher pedido de sua revogação caberá 
agravo de instrumento, exceto quando a 
questão for resolvida na sentença, contra a 
qual caberá apelação. 
O recorrente estará dispensado do 
recolhimento de custas até decisão do relator 
sobre a questão, preliminarmente ao 
julgamento do recurso. 
Confirmada a denegação ou a revogação da 
gratuidade, o relator ou o órgão colegiado 
determinará ao recorrente o recolhimento das 
custas processuais, no prazo de 5 (cinco) dias, 
sob pena de não conhecimento do recurso. 
 
 
2. DOS PROCURADORES E DA SUCESSÃO DAS 
PARTES E DOS PROCURADORES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A parte será representada em juízo por 
advogado regularmente inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil. 
Como já vimos anteriormente, é lícito à parte 
postular em causa própria quando tiver 
habilitação legal, inclusive, lhe são devidos 
honorários quando vencedora. 
ATUAÇÃO SEM MANDATO/PROCURAÇÃO: O 
advogado não será admitido a postular em juízo 
sem procuração, salvo para evitar preclusão, 
decadência ou prescrição, ou para praticar ato 
considerado urgente. 
ATENÇÃO: No caso acima e independentemente 
de caução, exibir a procuração no prazo de 15 
(quinze) dias, prorrogável por igual período por 
despacho do juiz. 
ACASO não seja feita a regularização da 
representação, o ato praticado será 
considerado ineficaz relativamente àquele em 
cujo nome foi praticado, respondendo o 
advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
A procuração geral para o foro, outorgada por 
instrumento público ou particular assinado pela 
parte, habilita o advogado a praticar todos os 
atos do processo, exceto receber citação, 
confessar, reconhecer a procedência do 
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito 
sobre o qual se funda a ação, receber, dar 
quitação, firmar compromisso e assinar 
declaração de hipossuficiência econômica 
(gratuidade de justiça), que devem constar de 
cláusula específica. 
PRESTE MUITA ATENÇÃO NAS EXCEÇÕES 
ACIMA! 
ASSINATURA DIGITAL DE PROCURAÇÃO: A 
procuração pode ser assinada digitalmente, na 
forma da lei. 
A procuração deverá conter o nome do 
advogado, seu número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
Se o advogado integrar sociedade de 
advogados, a procuração também deverá 
conter o nome dessa, seu número de registro 
na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço 
completo. 
ATENÇÃO PLENA: A procuração outorgada na 
fase de conhecimento é eficaz para todas as 
fases do processo EXCETO quando houver 
14 
 
 
HAVER, DEVE PORTANTO, 
 
 
 
disposição expressa em sentido contrário 
constante do próprio instrumento. 
O advogado tem direito a: 
I - examinar, em cartório de fórum e secretaria 
de tribunal, mesmo sem procuração, autos de 
qualquer processo, independentemente da fase 
de tramitação, assegurados a obtenção de 
cópias e o registro de anotações, salvo na 
hipótese de segredo de justiça, nas quais 
apenas o advogado constituído terá acesso aos 
autos; 
II - requerer, como procurador, vista dos autos 
de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) 
dias; 
III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, 
pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber 
falar por determinação do juiz, nos casos 
previstos em lei. 
SUCESSÃO DE PARTES: Ocorrendo a morte de 
qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo 
seu espólio ou pelos seus sucessores. 
REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO/MANTADO DE 
ADVOGADO: A parte que revogar o mandato 
outorgado a seu advogado constituirá, no 
mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da 
causa. 
CONTINUAMENTE À RENÚNCIA, UMA NOVA 
DESIGNAÇÃO DE MANDATO. 
Se a parte assim não fizer, no prazo máximo de 
QUINZE DIAS, o Juiz determinará a SUSPENSÃO 
DO PROCESSO até que o vício seja resolvido. 
RENÚNCIA DO MANDATO PELO PRÓPRIO 
ADVOGADO: O advogado poderá renunciar ao 
mandato a qualquer tempo, MAS DEVE 
PROVAR, que comunicou a renúncia ao 
mandante, a fim de que este nomeie sucessor. 
Nesses casos, durante os 10 (dez) dias 
seguintes, o advogado continuará a representar 
o mandante, desde que necessário para lhe 
evitar prejuízo. 
ATENÇÃO: Dispensa-se a comunicação 
anteriormente referida quando a procuração 
tiver sido outorgada a vários advogados e a 
parte continuar representada por outro, apesar 
da renúncia. 
 
 
3. LITISCONSÓRCIO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Litisconsórcio é quando DUAS OU MAIS 
PESSOAS PODEM LITIGAM, NO MESMO 
PROCESSO, EM CONJUNTO, ATIVA OU 
PASSIVAMENTE. 
E quando isso pode ocorrer: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de 
obrigações relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido 
ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto 
comum de fato ou de direito. 
O litisconsórcio pode se dar no início da 
demanda (INICIAL) ou no seu curso (ULTERIOR). 
Litisconsórcio facultativo: Se estabelece pela 
vontade do autor da ação. Cabimento: Art. 113. 
Litisconsórcio necessário: É necessário quando 
a lei ou a natureza da relação jurídica 
controvertida exige o comparecimento de 
todos os envolvidos. A falta de um litisconsorte 
necessário implica em decisão nula (OCORRE 
nulidade dos atos processuais desde o 
ajuizamento da ação). 
Litisconsórcio simples: Faculta ao juiz julgar de 
forma diferente para cada um dos envolvidos. 
Em geral, são os casos de litisconsórcio 
facultativo. 
Litisconsórcio unitário: Quando o julgado deve 
ser necessariamente igual para todos os 
litisconsortes. Em geral, são os casos de 
litisconsórcio necessário. 
15 
 
 
 
 
 
Os litisconsortes serão considerados, em suas 
relações com a parte adversa, como litigantes 
distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso 
em que os atos e as omissões de um não 
prejudicarão os outros, mas os poderão 
beneficiar. 
ATENÇÃO: Os litisconsortes que tiverem 
diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, terão prazos contados em 
dobro para todas as suas manifestações. 
CONTUDO, se somente um dos réus oferece 
contestação, O PRAZO EM DOBRO NÃO MAIS 
EXISTE. TAMBÉM NÃO SE APLICA PRAZO EM 
DOBRO SE O PROCESSO FOR ELETRÔNICO (Art. 
229, §2º). 
ATENÇÃO - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE 
MEDIAÇÃO: Havendo litisconsórcio, o 
desinteresse na realização da audiência deve 
ser manifestado por todos os litisconsortes. 
ATENÇÃO – EFEITOS DA CONFISSÃO: A 
confissão judicial faz prova contra o confitente, 
não prejudicando, todavia, os litisconsortes. 
ATENÇÃO – APROVEITAMENTO DE RECURSO: O 
recurso interposto por um dos litisconsortes a 
todos aproveita, salvo se recursos distintos ou 
opostos os seus interesses. 
 
 
4. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
4.1. DA ASSISTÊNCIA 
Ocorre a assistência quando o terceiro, 
pendente uma causa entre duas ou mais 
pessoas, tendo interesse jurídico em que a 
sentença seja favorável a uma das partes, 
intervém no processo para lhe dar assistência. 
A assistência pode ser admitida em qualquer 
procedimento e em todos os graus de 
jurisdição, recebendo o assistente o processo no 
estadoem que se encontre. 
A parte adversa pode realizar impugnação, no 
prazo de 15 (quinze) dias, do pedido do 
assistente. Não havendo qualquer impugnação 
o pleito será deferido, salvo se for caso de 
rejeição liminar. 
Se houver alegação de falta interesse jurídico 
para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem 
suspensão do processo. 
A assistência pode ser SIMPLES OU 
LITISCONSORCIAL. 
Quando se tratar de ASSISTÊNCIA SIMPLES, o 
assistente atuará como legitimado 
extraordinário subordinado (pois é 
imprescindível a presença do titular da relação 
jurídica controvertida (assistido)), ou seja, em 
nome próprio, auxiliará na defesa de direito 
alheio. 
A atuação do assistente simples é meramente 
complementar à do assistido, não podendo ir de 
encontro à opção processual deste. 
Nos termos do art. 121, do CPC, o assistente 
simples deve atuar como auxiliar da parte 
principal, exercendo os mesmos poderes e 
sujeitando-se aos mesmos ônus processuais que 
o assistido. 
Já de acordo com o artigo 122, a assistência 
simples não impede a que a parte principal 
reconheça a procedência do pedido, desista da 
ação, renuncie ao direito sobre o que se funda 
a ação ou transija sobre direitos 
controvertidos. 
Portanto, a parte principal é LIVRE para agir da 
forma que mais lhe for conveniente. 
ATENÇÃO: Sendo revel ou, de qualquer outro 
modo, omisso o assistido, o assistente será 
considerado seu substituto processual. Nesse 
caso, o substituto processual figurará como 
sujeito da própria relação processual, da qual 
participará em nome próprio, e não em nome 
do substituído. 
Nesse tipo de assistência, o assistente não pode 
contrariar a vontade do assistido, contudo, se o 
assistido se omitir, não haverá contrariedade. 
16 
 
 
 
 
 
O assistente simples não poderá transigir, 
renunciar e reconhecer juridicamente o pedido, 
pela simples razão de que o DIREITO não lhe 
pertence. 
SE LIGA: A substituição não transfere ao 
substituto a titularidade do direito. 
Transitada em julgado a sentença no processo 
em que interveio o assistente, este não poderá, 
em processo posterior, discutir a justiça da 
decisão, salvo se alegar e provar que: 
I - pelo estado em que recebeu o processo ou 
pelas declarações e pelos atos do assistido, foi 
impedido de produzir provas suscetíveis de 
influir na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de 
provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, 
não se valeu. 
Quando se tratar de ASSISTÊNCIA 
LITISCONSORCIAL, o assistente tem interesse 
direto na demanda. 
O assistente é considerado litigante diverso do 
assistido e não fica sujeito aos atos deste. 
O assistente litisconsorcial pode praticar atos 
sem subordinar-se aos atos praticados pelo 
assistido. 
O assistente, portanto, nesse caso, defende 
direito próprio, no todo ou em parte. 
EXEMPLO: Assistência de condômino para 
ajudar na defesa de interesses do condomínio. 
 
 
4.2. DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
Denunciação à lide nada mais é do que o 
chamamento de outra pessoa para responder à 
ação. 
Pode ser promovida tanto pelo autor quanto 
pelo réu. 
A finalidade do instituto é a economia 
processual. Trata-se de demanda incidente, em 
processo já em curso. 
Proposta a denunciação, o processo passará a 
ter duas demandas: a principal, que envolve o 
autor e réu; e a incidental, que diz respeito ao 
denunciante e denunciado. 
A citação do denunciado será requerida na 
petição inicial, se o denunciante for autor, ou 
na contestação, se o denunciante for réu. 
Quando feita a denunciação pelo autor, o 
denunciado poderá assumir a posição de 
litisconsorte do denunciante e acrescentar 
novos argumentos à petição inicial, após isso a 
citação do réu deve ser realizada. 
A citação do denunciado deve ser promovida 
no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de se 
tornar sem efeito a denunciação. 
Caso o denunciado resida em outra comarca, 
seção ou subseção judiciárias, ou, ainda, em 
lugar incerto, o prazo para a citação será de 
dois meses. 
Promovida a citação do denunciado pelo réu, 
este poderá adotar os seguintes 
comportamentos (art. 128): contestar o pedido 
do autor e atuar ao lado do denunciante, como 
litisconsorte (art. 128, I); permanecer inerte, 
hipótese em que o denunciante poderá deixar 
de prosseguir em sua defesa, restringindo a sua 
atuação à ação regressiva (art. 128, II); confessar 
os fatos alegados pelo autor, podendo o 
denunciante prosseguir em sua defesa ou aderir 
ao reconhecimento e requerer apenas a 
procedência da ação regressiva (art. 128, III). 
Se o denunciante for vencido na ação principal, 
o juiz passará ao julgamento da denunciação da 
lide (ação incidental). 
Procedente o pedido da ação principal, pode o 
autor, se for o caso, requerer o cumprimento 
da sentença também contra o denunciado, nos 
limites da condenação deste na ação 
regressiva. 
Dito isto, fica claro que o pleito do denunciante 
de denunciação à lide apenas será apreciado 
efetivamente na hipótese de a ação principal 
17 
 
 
 
 
 
tiver sido decidida de forma contrária aos seus 
interesses. 
Se o denunciante for vencedor na ação 
principal, a ação de denunciação não terá o seu 
pedido examinado, sem prejuízo da 
condenação do denunciante ao pagamento das 
verbas de sucumbência em favor do 
denunciado. 
Hipóteses de admissibilidade da denunciação - 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, 
promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo 
à coisa cujo domínio foi transferido ao 
denunciante, a fim de que possa exercer os 
direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo 
contrato, a indenizar, em ação regressiva, o 
prejuízo de quem for vencido no processo. 
ATENÇÃO: A denunciação à lide não é cabível, 
no processo de execução, portanto, temos que 
somente é cabível na fase de conhecimento. 
4.3. CHAMAMENTO AO PROCESSO 
O chamamento ao processo visa incluir inclusão 
o devedor principal ou os coobrigados pela 
dívida na relação processual. 
Ao contrário da denunciação à lide, o 
chamamento ao processo é medida de 
intervenção EXCLUSIVA do RÉU. 
É uma situação de litisconsórcio ulterior. 
O terceiro chamado ao processo passa a ser 
litisconsorte do réu, ou seja, também vai virar 
réu. 
O momento correto para a promoção do 
chamamento ao processo é na contestação. 
Hipóteses de admissibilidade - Art. 130. É 
admissível o chamamento ao processo, 
requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra 
um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o 
credor exigir de um ou de alguns o pagamento 
da dívida comum. 
A citação daqueles que devam figurar em 
litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na 
contestação e deve ser promovida no prazo de 
30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o 
chamamento. 
Se o chamado residir em outra comarca, seção 
ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o 
prazo será de 2 (dois) meses. 
A sentença de procedência valerá como título 
executivo em favor do réu que satisfizer a 
dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, 
do devedor principal, ou, de cada um dos 
codevedores, a sua quota, na proporção que 
lhes tocar. 
ATENÇÃO: § 5º O cumprimento da sentença 
não poderá ser promovido em face do fiador, 
do coobrigado ou do corresponsável que não 
tiver participado da fase de conhecimento. 
 
 
4.4. AMICUS CURIAE 
Em linhas curtas, o AMICUS CURIAE é um 
terceiro que ingressa no processo para fornecer 
subsídios ao órgão jurisdicional para o 
julgamento da causa. 
Deve levar em consideração a relevância da 
matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da 
controvérsia. 
Pode ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou 
entidade especializada, com representatividade 
adequadae até mesmo um órgão ou entidade 
sem personalidade jurídica. 
Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que 
solicitar ou admitir a intervenção, definir os 
poderes do amicus curiae. A DECISÃO É 
IRRECORRÍVEL! 
18 
 
 
 
 
 
A intervenção do AMICUS CURIAE não implica 
alteração de competência (Ou seja, quando 
uma pessoa de direito público, órgão ou 
empresa pública federal adentra ao processo 
como amicus curiae em processo em trâmite na 
Justiça estadual, a competência não se 
deslocará para a Justiça Federal) nem autoriza 
a interposição de recursos, ressalvadas a 
oposição de embargos de declaração e a 
hipótese do § 3º, do artigo 138, do CPC (O 
amicus curiae pode recorrer da decisão que 
julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas). 
Portanto, via de regra, o amicus curiae não 
pode interpor recursos, exceto os EMBARGOS 
DECLARATÓRIOS e RECURSO DE DECISÃO QUE 
JULGE O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE 
DEMANDAS REPETITIVAS. 
O amicus curiae também pode realizar 
sustentação oral. 
A coisa julgada não afeta o amicus curiae. 
 
 
5. DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica será instaurado a pedido 
da parte ou do Ministério Público, quando lhe 
couber intervir no processo. 
Portanto, temos que a desconsideração da 
personalidade jurídica pode ser requerido pela 
1) PARTE e 2) MP, quando lhe couber interver no 
processo. 
É importante mencionar que quando ocorre a 
desconsideração da personalidade jurídica, os 
bens particulares dos administradores/sócios 
são utilizados para pagar dívidas da pessoa 
jurídica. 
Somente poderá ocorrer a desconsideração da 
personalidade jurídica nas relações jurídicas 
regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado 
que houve abuso da personalidade jurídica 
(Caput do artigo 50). 
Esse abuso pode se dar em duas situações: 
1) Desvio de finalidade (utilização da pessoa 
jurídica com o propósito de lesar credores e para 
a prática de atos ilícitos de qualquer natureza). 
2) Confusão patrimonial (ausência de separação 
de fato entre os patrimônios, caracterizada por: 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de 
obrigações do sócio ou do administrador ou 
vice-versa; II - transferência de ativos ou de 
passivos sem efetivas contraprestações, exceto 
os de valor proporcionalmente insignificante; e 
III - outros atos de descumprimento da 
autonomia patrimonial). 
O incidente de desconsideração é cabível em 
todas as fases do processo de conhecimento, 
no cumprimento de sentença e na execução 
fundada em título executivo extrajudicial. 
O incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica também aplica-se ao 
processo de competência dos juizados 
especiais. 
A instauração do incidente suspenderá o 
processo. 
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa 
jurídica será citado para manifestar-se e 
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 
(quinze) dias. 
Concluída a instrução, se necessária, o incidente 
será resolvido por decisão interlocutória. 
Se a decisão for proferida por relator, em 
ÓRGÃO COLEGIADO, cabe agravo interno. 
Se a decisão for proferida pelo Juízo de 
primeiro grau, cabe agravo de instrumento. 
O pleito de desconsideração pode ser 
formulado, inclusive, na própria petição inicial, 
hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa 
jurídica. Nesse caso, NÃO HAVERÁ SUSPENSÃO 
DO PROCESSO. 
19 
 
 
DICA DO DIA 17 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA: 
Previsão no artigo 50 do CC. 
Ocorre quando o Juiz, por requerimento, 
autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de 
dívidas e obrigações de sócios ou de 
administradores à pessoa jurídica. 
 
 
1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
COMPETÊNCIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
Competência tributária é a capacidade que a 
pessoa jurídica de direito público tem para criar 
tributos. 
Art. 7º, CTN A competência tributária é 
indelegável, salvo atribuição das funções de 
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar 
leis, serviços, atos ou decisões administrativas 
em matéria tributária, conferida por uma pessoa 
jurídica de direito público a outra, nos termos do 
§ 3º do artigo 18 da Constituição. 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os 
privilégios processuais que competem à pessoa 
jurídica de direito público que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer 
tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de 
direito público que a tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o 
cometimento, a pessoas de direito privado, do 
encargo ou da função de arrecadar tributos. 
NÃO CONFUNDA: PODER DE TRIBUTAR X 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
A competência tributária é a legitimidade 
conferida a cada ente político de tributar 
determinados tributos. Já o poder de tributar 
está relacionado a soberania estatal. 
E o que seria tributo? O art. 3º do CTN 
expressamente conceitua: 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária 
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se 
possa exprimir, que não constitua sanção de ato 
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente 
vinculada. 
Art. 8º, CTN. O não-exercício da competência 
tributária não a defere a pessoa jurídica de 
direito público diversa daquela a que a 
Constituição a tenha atribuído. 
Já a capacidade tributária é uma função 
administrativa, é possibilidade de arrecadar ou 
cobrar tributo. 
 
COMPETÊNCIA 
TRIBUTÁRIA 
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
ATIVA 
Aptidão para criar Aptidão, de natureza 
tributos administrativa, de cobrar ou 
 arrecadar tributos aos 
 cofres públicos 
Exclusiva das Poderá haver a delegação 
pessoas jurídicas legal da capacidade 
de direito público tributária ativa = 
integrantes da PARAFISCALIDADE 
Administração 
Direta = 
INDELEGÁVEL 
Obs: A repartição de receitas tributárias de um 
ente com outros não interfere na competência 
tributária daquele. 
Como assim? Vamos lá... 
O ITR é um imposto de COMPETÊNCIA da União, 
certo? Compete a união legislar sobre este 
tributo, assim como definir vários aspectos, tais 
como fato gerador, base de cálculo, alíquotas, 
responsáveis.... 
Art. 153. Compete à União instituir impostos 
sobre: 
I - Importação de produtos estrangeiros; 
20 
 
 
 
 
 
II - Exportação, para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - Produtos industrializados; 
V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou 
relativas a títulos ou valores mobiliários; 
VI - Propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei 
complementar. 
Contudo, a CF traz expressamente a 
possibilidade da União delegar a sua 
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA (É CAPACIDADE 
E NÃO COMPETÊNCIA) para o municípios. Logo, 
poderá o município arrecadar e fiscalizar o ITR 
das propriedades que se encontram na sua área, 
entretanto, isso não faz do município 
competente para legislar sobre este tributo. 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI 
do capu t: 
I - Será progressivo e terá suas alíquotas fixadas 
de forma a desestimular a manutenção de 
propriedades improdutivas 
II - Não incidirá sobre pequenas glebas rurais, 
definidas em lei, quando as explore o 
proprietário que não possua outro imóvel; 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios 
que assim optarem, na forma da lei, desde que 
não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal. 
RESUMINDO: A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É 
INDELEGÁVEL, ENTRETANTO A CAPACIDADE 
TRIBUTÁRIA ATIVA É DELEGÁVEL. 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I - Mediante lei complementar, impostos não 
previstos no artigo anterior, desde que sejam 
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou 
base de cálculo próprios dos discriminados 
nesta Constituição; 
II - Na iminênciaou no caso de guerra externa, 
impostos extraordinários, compreendidos ou 
não em sua competência tributária, os quais 
serão suprimidos, gradativamente, cessadas as 
causas de sua criação. 
2. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR 
Já estudamos sobre este assunto 
anteriormente, implicitamente, ao estudarmos 
sobre princípios e imunidade tributárias. 
Contudo, não custa nada ler novamente só para 
dar AQUELA DECORADA, nos artigos 
importantes e prestar atenção a algumas 
observações que serão feitas. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o 
estabeleça; 
II - Instituir tratamento desigual entre 
contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente, proibida qualquer distinção em 
razão de ocupação profissional ou função por 
eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos 
ou direitos; 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes 
do início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado; 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja 
sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em 
que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou, observado o disposto na alínea 
b; 
IV - Utilizar tributo com efeito de confisco; 
V - Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas 
ou bens, por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais, ressalvada a cobrança de 
21 
 
 
 
 
 
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo 
Poder Público; 
VI - Instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos 
outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da 
lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado 
a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais 
produzidos no Brasil contendo obras musicais 
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou 
obras em geral interpretadas por artistas 
brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham, salvo na 
etapa de replicação industrial de mídias ópticas 
de leitura a laser. 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos 
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e 
V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se 
aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, 
I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de 
cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, 
e 156, I 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às 
autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, no que se refere ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do 
parágrafo anterior não se aplicam ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados 
com exploração de atividades econômicas 
regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja 
contraprestação ou pagamento de preços ou 
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente 
comprador da obrigação de pagar imposto 
relativamente ao bem imóvel. 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas 
"b" e "c", compreendem somente o patrimônio, 
a renda e os serviços, relacionados com as 
finalidades essenciais das entidades nelas 
mencionadas. 
§ 5º - A lei determinará medidas para que os 
consumidores sejam esclarecidos acerca dos 
impostos que incidam sobre mercadorias e 
serviços. 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de 
base de cálculo, concessão de crédito 
presumido, anistia ou remissão, relativos a 
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser 
concedido mediante lei específica, federal, 
estadual ou municipal, que regule 
exclusivamente as matérias acima enumeradas 
ou o correspondente tributo ou contribuição, 
sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, 
g. 
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de 
obrigação tributária a condição de responsável 
pelo pagamento de imposto ou contribuição, 
cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial restituição 
da quantia paga, caso não se realize o fato 
gerador presumido. 
O CTN traz algumas limitações diferentes das 
hipóteses que a CF traz. 
O art. 9º do CTN traz a possibilidade da BASE DE 
CÁLCULO do II, IE e IOF serem majoradas por ato 
poder executivo. 
Acontece, que no art.153, §1º da CF (está lá em 
cima, volte LÁ E LEIA), existe apenas a 
possibilidade de majoração das ALÍQUOTAS 
desses tributos. Logo, é de suma importância 
que você verifique na hora da prova se a FGV 
IRÁ PERGUNTAR: CONFORME O CTN, A BASE 
DE CÁLCULO DO II, IE, E IOF pode ser alterada 
por alto do poder executivo ou CONFORME A 
CF A BASE DE CALCULO..... 
22 
 
 
 
 
 
Entenderam? NÃO CAIA NESSA PEGADINHA! 
Outra diferença ente a norma constitucional e 
o CTN são as hipóteses de empréstimos 
compulsórios que poderão ser instituídos pela 
união. 
Art. 148 da CF: A União, mediante lei 
complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - Para atender a despesas extraordinárias, 
decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou sua iminência; 
II - No caso de investimento público de caráter 
urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos 
provenientes de empréstimo compulsório será 
vinculada à despesa que fundamentou sua 
instituição. 
Art. 15. Do CTN: Somente a União, nos 
seguintes casos excepcionais, pode instituir 
empréstimos compulsórios: 
I - Guerra externa, ou sua iminência; 
II - Calamidade pública que exija auxílio 
federal impossível de atender com os recursos 
orçamentários disponíveis; 
III - conjuntura que exija a absorção 
temporária de poder aquisitivo. 
Parágrafo único. A lei fixará 
obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as 
condições de seu resgate, observando, no que 
for aplicável, o disposto nesta Lei. 
O CTN traz uma hipótese de incidência do 
empréstimo compulsório, a qual a CF não traz, e 
mais uma vez você deverá prestar atenção ao 
enunciado da questão. 
3. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
O QUE DEVO SABER: 
O CTN adota a teoria Tripartite, onde só se 
considera tributos: Impostos, taxa e 
contribuição de melhoria. Já o STF, adota a 
teoria Pentapartite, pois para o Supremo são 
considerados tributos: os impostos, taxas, 
contribuições de melhoria, empréstimo 
compulsórios e contribuições especiais. 
1- IMPOSTOS: É o tributo cuja obrigação tem por 
fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade específica relativa ao 
contribuinte, não sendo necessário uma 
contraprestação estatal, em regra. É 
remunerado a título (uti universi) que, por não 
gozarem de referibilidade (especificidade e 
divisibilidade), não podem ser custeados por 
intermédio de taxas. 
2- TAXAS: São tributos cujo fato gerador é 
configurado por uma atuação estatal específica, 
referível ao contribuinte (retributivos ou contra 
prestacionais), que pode consistir no exercício 
regular do poder de polícia OU na prestação ao 
contribuinte, ou colocação à sua disposição, de 
serviço público específico e divisível. 
Taxas são tributos de arrecadação não 
vinculada, salvo custas e emolumentos. 
 
 
Súmula vinculante 12-STF: A cobrança de taxa 
de matrícula nas universidades públicas viola o 
disposto no art.206, inciso IV, da Constituição 
Federal. 
Obs. Não confundir Taxa com preço público – A 
taxa é um tributo instituído por lei, já o preço 
público é uma obrigação contratual e voluntária 
feita pelo contribuinte. 
TAXA DE LIXO:É CONSTITUCIOONAL 
TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA = 
INCONSTITUCIONAL 
Súmula vinculante 29-STF: É constitucional a 
adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou 
mais elementos dabase de cálculo própria de 
determinado imposto, desde que não haja 
integral identidade entre uma base e outra. 
23 
 
 
DICA DO DIA 18 
DIREITO PENAL 
 
 
 
Serviço de água e esgoto = Preço público 
Iluminação Pública = Não poderá ser cobrada 
mediante taxa. 
Súmula 545/STF: “Preços de serviços públicos e 
taxas não se confundem, porque estas, 
diferentemente daquelas, são compulsórias e 
têm sua cobrança condicionada à prévia 
autorização orçamentária, em relação à lei que 
as instituiu”. 
3- EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: 
Art. 148 da CF-. A União, mediante lei 
complementar, poderá istituir empréstimos 
compulsórios: 
- para atender a despesas extraordinárias, 
decorrentes de calamidade pública, de guerra 
externa ou sua iminência(EXCEÇÃO AO 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL E 
NONAGESIMAL) 
- no caso de investimento público de caráter 
urgente e de relevante interesse nacional, 
observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos 
provenientes de empréstimo compulsório será 
vinculada à despesa que fundamentou sua 
instituição. 
4- CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Esse tributo 
exige uma determinada atuação estatal, qual 
seja, a realização de uma obra pública de que 
decorra, para os proprietários de imóveis 
adjacentes, uma valorização de suas 
propriedades. São, pois, tributos vinculados de 
competência comum entre União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios 
A OBRA DE ASFALTAMENTO PODE ENSEJAR O 
TRIBUTO, A TAXA DE ASFALTAMENTO E ATÉ 
MESMO DE CALÇAMENTO NÃO PODERÁ 
ENSEJAR O TRIBUTO. 
OBS: O RECAPEAMENTO asfáltico é um 
benefício, NÃO poderá ser cobrado mediante 
Tributo e nem mediante taxa. 
Obs: Não importa a localização da obra para a 
competência sobre qual ente irá cobrar o 
tributo, pois o que importar é o ente 
REALIZADOR da obra. 
5- CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: São todas de 
competência da União e estão elencadas no art. 
149 da CF: 
Contribuições sociais; 
Contribuições de intervenção no domínio 
econômico (CIDE); 
Contribuições de interesse de categorias 
profissionais ou econômicas. 
Obs. Súmula vinculante 41: O serviço de 
iluminação pública não pode ser remunerado 
mediante taxa. 
COSIP: Trata-se de contribuição sobre o serviço 
de iluminação pública. Será de competência dos 
Municípios. Criada pela EC 39/2002 
 
 
Sei que no momento você deve estar se 
perguntando se esta meta não está errada, 
afinal você estudou um pouco sobre ela semana 
passada. 
Calma, pessoal. Está tudo certo! Como a Teoria 
Geral do Crime é um assunto muito extenso, 
resolvi colocá-la em mais de um dia, para que 
vocês possam realmente fixar e compreender 
um dos assuntos mais cobrados em Direito 
Penal pela FGV na OAB. 
1. TEORIA GERAL DO CRIME 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Conceito de crime: Doutrinariamente existe 
vários conceitos sobre o que venha a ser crime. 
Vejamos alguns dos principais conceitos: 
a) Legal- Conceitua Crime como a infração 
penal, a qual a lei impõe pena de 
reclusão ou detenção. 
24 
 
 
 
 
 
b) Material- Está relacionado ao 
conteúdo do ilícito penal. Conceitua 
crime como o comportamento humano 
que causa lesão ou perigo de lesão ao 
bem jurídico. 
c) Formal- Contradição ao ato descrito na 
norma penal como crime 
d) Analítico- Enfoca elementos ou 
requisitos do crime. 
Como regra, se utiliza o conceito tripartido da 
teoria analítica. Sendo crime o fato típico, ilícito 
e culpável. 
Para teoria Bipartida, crime é fato típico e 
ilícito, sendo a culpabilidade um pressuposto 
de aplicação da pena e não um elemento do 
crime. 
Principais classificações doutrinárias dos 
crimes: 
a) Crime comum: O tipo penal não exige 
nenhuma qualidade específica do 
sujeito ativo 
b) Crime Próprio: O tipo legal exige uma 
qualificação especial do sujeito ativo 
Ex: O crime de peculato, que exige a 
qualidade de funcionário Público, 
c) Crime de mão própria: O tipo penal, 
além de exigir qualidade específica 
para o sujeito ativo, somente ele 
pessoalmente poderá realizar a 
conduta, não admitindo coautoria. 
d) Crime comissivo: O tipo penal exige 
uma ação proibida. 
e) Crime omissivo próprio: O tipo penal 
descreve um não fazer para o agente. 
É uma norma penal mandamental 
f) Crime omissivo impróprio (comissivo 
por omissão) :o A gente deixa de evitar 
o resultado quando deveria e podia 
agir. É necessário que o agente tenha 
o dever legal de impedir o resultado. 
g) Crime consumado: Quando a infração 
penal possui todos os elementos de 
sua definição legal 
h) Crime tentado: Quando iniciada a 
execução o resultado não ocorre por 
circunstâncias alheias a sua vontade. 
i) Crime material: Para consumar o 
delito faz-se necessário resultado 
naturalístico. 
j) Crime formal: Para consumar o delito 
o resultado naturalístico pode ou não 
acontecer. 
k) Crime de mera conduta: Para 
consumar o crime o resultado 
naturalístico não precisa acontecer. 
Obs.: Cuidado para não confundir os 
conceitos de crime formal e de mera 
conduta. 
CONDUTA: 
O crime é composto pelo fato típico 
+ ilicitude + Culpabiliade. 
O primeiro elemento do crime, o fato típico, não 
deve se confundir com conduta. E por quê? 
Porque tem crimes que necessariamente para se 
consumarem faz-se necessário a conduta + 
resultado naturalístico+ nexo causal 
naturalístico (crimes materiais), assim como 
tem crimes que o fato só é composto pela 
conduta, que é caso dos crimes formais e de 
mera conduta. 
FATO = CONDUTA + NEXO CAUSAL + 
RESULTADO NATURALÍSITCO (crimes materiais) 
FATO= CONDUTA (crimes formais e de mera 
conduta) 
TEORIAS DA CONDUTA 
1-TEORIA CAUSAL- NATURALISTICA: Para a 
teoria clássica o delito constitui-se de elementos 
objetivos e subjetivos. Os elementos objetivos 
são o fato típico e a ilicitude, por sua vez o 
elemento subjetivo é a culpabilidade. 
A culpabilidade está relacionada ao querer 
interno do agente, ou seja, ao dolo e a culpa. 
Assim, o tipo para esta teoria é objetivo, pois se 
encontra ausente de elementos subjetivos. 
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A culpabilidade para esta teoria é psicológica. 
2- TEORIA CAUSAL – NEOKANTISTA 
Para esta teoria, a culpabilidade para a ter 
elementos psicológicos e normativos (que 
demandam um juízo de valor), vindo esta a ser 
a culpabilidade psicológica-normativa. 
3- TEORIA FINALSITA- Wetzel 
Para esta teoria o querer interno do agente (o 
dolo e a culpa) está relacionado ao fato típico e 
não a culpabilidade. Com isso o dolo e a culpa 
migram da culpabilidade para o fato típico. A 
culpabilidade passa a ser normativa pura. 
Para esta teoria o dolo deixa de ser normativo 
e passa a ser natural. O tipo passa a ser objetivo 
e subjetivo. 
DOLO NATUTAL = CONSCIÊNCIA DA CONDUTA 
+ RESULTADO E NEXO CAUSAL 
DOLO NORMATIVO = CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE DO FATO + CONSCIÊNCIA DA 
CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL. 
Falou-se sobre as teorias da conduta, o que seria 
crime, seus conceitos, mas quais seriam as 
funções do Direito Penal? 
Existe duas teorias, que são as que predominam 
a doutrina penal. 
1- Funcionalismo Moderado/ teleológico de 
Roxin: O autor dessa teoria procura uma 
reconstrução para o conceito de crime com base 
em critérios políticos-criminais. Ele acredita que 
as políticas- criminais podem ser exigidas 
juridicamente para obtermos o socialmente 
correto. 
Roxin defende os princípios garantistas, a pena 
possui finalidade preventiva e a culpabilidade é 
o limite desta. 
Para ele crime é composto pelo injusto + 
responsabilidade. 
2- Funcionalismo sistêmico/radical de Gunther 
Jakobs- Para o autor o Direito Penal deverá 
reafirmar o valor das normas violadas, assim 
como fortalecer as expectativas dos 
destinatários

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