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S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O LIVRO 03 @ O ABAIVO UEU 1 PRO. DO TRABALHO 09 PROCESSO CIVIL 19 DIREITO TRIBUTÁRIO 23 DIREITO PENAL 33 ADMINISTRATIVO Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do "DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS OABENÇOADAS para que você consiga obter o máximo de resultado durante a sua preparação. Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, aprender de forma prática e direta os conceitos e institutos dos temas que mais caem na prova da OAB! Agora você pode estudar os temas diários propostos no cronograma diretamente das DICAS OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da aprovação! Í N D I C E D E C O N T E Ú D O 1 AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV DICAS OABENÇOADAS 1. PROCESSO TRABALHISTA, ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS O QUE VOCÊ DEVE SABER: Disposições sobre o processo trabalhista são encontradas no artigo 763 e seguintes da CLT. Processo (procedimento) é o conjunto de atos coordenados que se efetivam em contraditório, objetivando a decisão do conflito trabalhista. Rito é a forma como o procedimento irá se desenvolver no processo (Pode ser ordinário, sumaríssimo ou sumário). Os atos processuais são praticados pelos sujeitos da relação processual, com a finalidade única de obtenção da decisão de mérito, extinguindo o conflito trabalhista. Vale ressaltar que no processo do trabalho, ao contrário do cível, se busca, primordialmente, a simplicidade, celeridade, oralidade, concentração dos atos processuais, irrecorribilidade das decisões interlocutórias, conciliação, etc. Estes, portanto, são princípios do processo trabalhista. Vamos ver o que há de mais importante em cada um deles: 1) Princípio da celeridade: Direito de obter, no menor espaço de tempo, a apreciação ao conflito levado à Juízo (art. 765, da CLT e inciso LXXVIII, do artigo 5º da Constituição Federal). Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. 2) Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional: Previsto no art. 5º, XXXV, da CF e prevê que a Lei não excluirá da apreciação do Judiciário lesão ou ameaça a direito. 3) Princípio da concentração dos atos processuais: Importante princípio do processo trabalhista. Leciona que, na medida do possível, todos os atos processuais devem ser concentrados e decididos em um único momento, representado pela audiência (a audiência, em regra, é UNA). Tem o objetivo de agrupar os atos de processo em eventos únicos, acelerando sua tramitação. 4) Princípio da oralidade: Outro importante princípio: O processo trabalhista é por sua natureza um procedimento oral. A reclamação pode ser apresentada de forma oral, a contestação, etc., tudo com vistas a dar celeridade ao processo. 5) Princípio da conciliação: Importantíssimo! A conciliação constitui um dos elementos primordiais do processo do trabalho. Com ela se obtém paz social e diminuição de conflitos. A conciliação trabalhista deve ser incentivada em qualquer momento e qualquer grau de jurisdição. O JUIZ É OBRIGADO A APRESENTAR DUAS PROPOSTAS DE CONCILIAÇÃO, UMA NO INÍCIO DA AUDIÊNCIA (Art. 846, da CLT) E UMA ANTES DO SEU ENCERRAMENTO (Art. 850, da CLT). Art. 764/CLT - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. DICA DO DIA 15 PROCESSO DO TRABALHO 2 ATENÇÃO: O JUIZ NÃO É OBRIGADO A HOMOLOGAR O ACORDO PROPOSTO PELAS PARTES (Vide súmula 418, do TST, e artigos 855- B e seguintes, da CLT). 6) Princípio da simplicidade e informalidade: São característicos do processo do trabalho os princípios da simplicidade e da informalidade, sendo certo que segundo o qual os rigores formais dos ritos processuais devem ser reduzidos a um mínimo indispensável para que se atinja a finalidade do processo (realização do direito material). 7) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: Assegurado junto ao artigo 893, §1º, da CLT e súmula 214, do C. TST. Os incidentes do processo serão resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos de decisões definitivas. 8) Princípio da Primazia da Realidade: Em uma relação de trabalho o que realmente importa é o que acontece, os fatos, mesmo que eventual documento indique o contrário. Em matéria trabalhista é mais importante o que ocorre na prática. 9) Princípio da Primazia da Realidade: Em uma relação de trabalho o que realmente importa é o que acontece, os fatos, mesmo que eventual documento indique o contrário. Em matéria trabalhista é mais importante o que ocorre na prática. 10) Princípio da Publicidade: Em regra, os atos processuais devem ser públicos. 11) Princípio do devido processo legal: Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal 12) Princípio do contraditório e ampla defesa: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 13) Princípio do JUS POSTULANDI: No processo trabalhista as partes possuem capacidade postulatória. No entanto, a súmula 425, do TST, estabelece que tal capacidade somente pode ser exercida nas INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS (O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho). Passado o estudo dos princípios, vale ressaltar que a compensação, ou retenção de valores, só poderá ser arguida como matéria de defesa, ou seja, se a compensação não for arguida na contestação, HAVERÁ PRECLUSÃO (Súmula 48 e art. 767, da CLT). Terá preferência em todas as fases processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser executada perante o Juízo da falência. Nos casos omissos, o direito processual comum (PROCESSO CIVIL) será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas de processo trabalhista. Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Os prazos trabalhistas serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. Os prazos podem ser alterados quando o juízo entender necessário e em virtude de força maior, devidamente comprovada. O Juízo pode dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. 3 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Prazos peremptórios (aqueles que não podem ser alterados pela liberalidade das partes, como os prazos para os recursos) não podem ser, em regra, modificados, vide 222, do CPC: Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses. § 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes. § 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de prazos poderá ser excedido. Portanto, prazosperemptórios não comportam dilação, a não ser com a anuência expressa de todos os litigantes, em caso de calamidade pública, ou tratando-se de locais onde for difícil o transporte. RECESSO TRABALHISTA: Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro (recesso). Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. Na Justiça do Trabalho, litisconsortes com procuradores diferentes NÃO têm prazo em dobro, em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente (OJ 310, TST). Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: II - o quádruplo do prazo fixado no artigo 841 (para contestar e comparecer à audiência); III - o prazo em dobro para recurso. NULIDADES PROCESSUAIS (794 e ss. da CLT): Só haverá nulidade quando resultar manifesto prejuízo às partes litigantes (PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA OU DO PREJUÍZO). As nulidades no processo do trabalho somente serão declaradas mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos (PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO OU PRECLUSÃO). Se tal momento passar, estará PRECLUSA a oportunidade de requerer a nulidade. EXCEÇÃO: NULIDADE ABSOLUTA, POIS O JUIZ DEVE CONHECER DE OFÍCIO E NÃO HÁ PRECLUSÃO. ATENÇÃO: A nulidade fundada em incompetência de foro (matéria ou competência funcional) deve ser declarada de oficio. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios. A nulidade não será pronunciada: quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; ou quando arguida por quem lhe tiver dado causa (PRINCÍPIO DO INTERESSE). A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam consequência. 2. RITOS PROCESSUAIS O QUE VOCÊ DEVE SABER: O processo do trabalho se submete a dois procedimentos diversos, o COMUM e o ESPECIAL. São espécies do procedimento COMUM: RITO ORDINÁRIO, SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO. 1) RITO SUMÁRIO: Tem previsão no art. 2º, §§ 3º e 4º da Lei nº 5.584/70. Aplicado em causas com valor de até 2 (dois) salários mínimos vigente na data do ajuizamento. 4 É dispensado o resumo dos depoimentos em ata de audiência e não é cabível recursos nas suas decisões. Só há necessidade de o Juiz registrar a conclusão quanto á matéria fática. ATENÇÃO: Somente cabe recurso em caso de matéria de ordem CONSTITUCIONAL! Os embargos declaratórios podem ser apresentados normalmente. 2) RITO SUMARÍSSIMO: Tem previsão nos arts. 852-A a 852-I da CLT. É um rito bem mais informal e célere que o ordinário. A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento (Em que pesa na prática muitas vezes o prazo ser desrespeitado, pelo alto volume de demandas existentes nas Varas). As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única. Aplicado à causa cujo valor supere dois e não ultrapasse 40 salários mínimos vigente na data do ajuizamento. Aplicado aos dissídios individuais. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. O pedido deve sempre ser certo e determinado, com indicação do valor correlato. Não cabe citação por edital. Se não observado a correta indicação de valores do pedido e o endereço das partes, a reclamação será arquivada e o autor condenado em custas. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal. 02 (duas) testemunhas para cada parte no máximo. E se a testemunha convidada faltou? R: Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixou de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. Portanto temos que em caso de testemunha que foi comprovadamente convidada e deixou de ir depor, o Juízo mandará intimá-la. Se ainda assim não vier, determinará a condução coercitiva! Audiência será UNA. Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se- ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa. Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica (portanto, cabe perícia). O prazo para manifestação sobre o laudo comum de cinco dias. Na sentença é dispensado o relatório. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal. ATENÇÃO: NÃO CABE RECURSO DE REVISTA NO RITO SUMARÍSSIMO POR VIOLAÇÃO À ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO TST (Súmula 442, do TST). 5 3) RITO ORDINÁRIO: Tem previsão nos arts. 840 e seguintes da CLT. Tem previsão no art. 840 da CLT e é utilizado quando o valor da causa estiver acima de 40 salários mínimos vigentes na data do ajuizamento da ação. A notificação trabalhista será feita em registro postal com franquia. Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário (súmula 16 TST). Citação pode ocorrer por edital. Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. Os pedidos que não atendam o acima disposto serão julgados extintos sem resolução do mérito. Atenção: Tanto a reclamação trabalhista como a contestação podem se dar de forma escrita ou oral. IMPORTANTE: Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. Relatório da sentença passa a ser obrigatório. No presente rito a audiência poderá ser una, inicial ou de instrução. Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento. Três (três) testemunhas para cada lado. E se a testemunha convidada faltou? R: As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação. Portanto temos que HÁ GRANDE DIFERENÇA PARA O RITO SUMARÍSSIMO, caso em que é EXIGIDO A COMPROVAÇÃO de que foi a testemunha convidada para depor. Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias, OU SEJA, da notificação para a audiência deve haver um interregno mínimo de CINCO DIAS. ATENÇÃO: Mesmo em se tratando de ação processada sob o rito sumaríssimo é imprescindível queexista o interregno de 5 dias entre a citação e a apresentação de defesa nos termos do artigo 841 da CLT sob pena de violação ao devido processo legal o que se constitui em cerceamento de defesa. EM SUMA: Ao contrário do rito sumaríssimo, no procedimento ordinário, se a parte se comprometeu a levar a testemunha à audiência e a testemunha, por razões desconhecidas da parte, não comparecer, descumprindo o combinado, deve o juiz providenciar a sua intimação, sob pena de cerceamento ao direito à ampla defesa. A exigência de comprovação do “convite” feito à testemunha é específica das causas submetidas ao procedimento sumaríssimo (art. 852-H, §§ 3º e 4º). ATENÇÃO: a reclamação trabalhista e a contestação também pode ser escrita ou verbal no rito sumaríssimo. 6 É espécie do procedimento ESPECIAL: INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE – SERÁ ESTUDADO FUTURAMENTE, EM DIA ESPECÍFICO. FAIXA BÔNUS – PROVAS As disposições sobre as audiências e a provas trabalhistas encontram-se a partir do art. 813, da CLT e vai até o art. 830, da CLT. PRINCÍPIOS: 1) Necessidade da prova: Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Somente deve haver prova sobre os fatos controvertidos, relevantes e pertinentes. Não dependem de prova os fatos notórios, admitidos no processo como incontroversos, afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária e em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 2) Persuasão racional do Juiz: O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. O JUIZ NÃO ENCONTRA-SE ADSTRITO A ESTE OU AQUELE MEIO DE PROVA ESPECÍFICO, POR EXEMPLO, O JUIZ NÃO SE ENCONTRA VINCULADO AO LAUDO PERICIAL PRODUZIDO PELO PERITO. 3) Concentração processual: As provas devem ser produzidas em audiência e, de preferência, numa única sessão. 4) Indivisibilidade da prova: A prova é UNA e indivisível. Utilizada à ambas as partes. 5) Busca da verdade real: A meta do processo é encontrar a verdade real dos fatos trazidos. Na justiça do trabalho o ônus da prova incumbe: I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. ATENÇÃO: O ÔNUS DA PROVA PODE SER ALTERADO NAS SEGUINTES HIPÓTESES: 1- casos previstos em lei; 2- diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário. PARA A ALTERAÇÃO DO ÔNUS DA PROVA É NECESSÁRIO DECISÃO FUNDAMENTADA DO JUÍZO, ALÉM DA CONCESSÃO DE OPORTUNIDADE À PARTE DE SE DESINCUMBIR DO ÔNUS QUE LHE FOI ATRIBUÍDO. A decisão que altera o ônus da prova deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas. O INTERROGATÓRIO DAS PARTES É FACULTATIVO. Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas (RITO ORDINÁRIO), salvo quando se tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis) e Rito Sumaríssimo, caso em que o número é de 2 (duas) testemunhas. As testemunhas não podem sofrer descontos salariais ocasionados pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente arroladas ou convocadas. O depoimento de uma testemunha NÃO PODE ser ouvido pelas demais que AINDA IRÃO depor no processo. Como regra, as testemunhas comparecerão à audiência independentemente de notificação ou intimação. MUITA ATENÇÃO: Ao contrário do rito sumaríssimo, no procedimento ordinário, se a parte se comprometeu a levar a testemunha à audiência e a testemunha, por razões desconhecidas da parte, não comparecer, 7 descumprindo o combinado, deve o juiz providenciar a sua intimação, sob pena de cerceamento ao direito à ampla defesa. A exigência de comprovação do “convite” feito à testemunha é específica das causas submetidas ao procedimento sumaríssimo (art. 852-H, §§ 3º e 4º). Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por ocasião da audiência, pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim designado, devendo a súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos depoentes. A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação (Art. 829/CLT). Além disso não podem depor (Art. 447/CPC): Os que são incapazes: I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental; II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. Os que são impedidos: I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; II - o que é parte na causa; III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. Os que são suspeitos: I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; II - o que tiver interesse no litígio. É facultado a cada uma das partes, diante da matéria eventualmente discutida, apresentar um perito ou técnico. SÚMULAS, ARTIGOS E OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A PROVA NO PROCESSO DO TRABALHO: 1) Súmula nº 12 do TST: “As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum", OU SEJA, ADMITEM PROVA EM CONTRÁRIO. 2) Súmula nº 16 do TST: “Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário”. 3) Súmula nº 32 do TST: “Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer”. 4) Súmula nº 212 do TST: “O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado”. 8 OBS: QUANDO SE DISCUTE O VÍNCULO DE EMPREGO O ÔNUS DA PROVA É DO EMPREGADO. 5) Ônus da prova quanto à jornada do funcionário: O empregador que conta com mais de 20 empregados está obrigado a manter controle de jornada. Art. 74, § 2º, da CLT, nesse caso, cabe ao EMPREGADO, comprovar que laborava em horário diferentes dos constantes do registro. Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do EMPREGADOR (súmula 338, III/TST). O ônus de provar a ocorrência de trabalho externo, incompatível com a fiscalização da jornada é do EMPREGADOR. As disposições sobre os institutos acima mencionados encontram-sea partir do art. 790- B, da CLT. Autor é aquele que ocupa o polo ativo da demanda, normalmente é o reclamante (empregado). Réu é aquele que ocupa o polo passivo, normalmente é o reclamado (empresa). Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final (É o “jus postulandi” das partes). Via de regra, todo aquele que tem PERSONALIDADE JURÍDICA pode ser parte. Para pessoas físicas, a capacidade de ser parte extingue-se com a morte. Se isso ocorrer durante o processo o feito será suspenso para habilitação dos sucessores. ATENÇÃO: A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo. ATENÇÃO: A União, os estados e o DF são representados ativa e passivamente pelos seus Procuradores. O Município será representado pelo Prefeito ou Procuador. IMPORTANTE – SÚMULA 426, TST: I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação. II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado. O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade para ajuizar ações trabalhistas em defesa dos direitos difusos e coletivos dos trabalhadores (art. 129, III, da CF). HONORÁRIOS DE ADVOGADO: Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Os honorários também são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em FAIXA BÔNUS – PARTES E PROCURADORES + HONORÁRIOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO E DANO PROCESSUAL 9 DICA DO DIA 16 PROCESSO CIVIL que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS: 1) Grau de zelo do profissional; 2) lugar de prestação do serviço; 3) natureza e importância de causa e 4) o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. ATENÇÃO: Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA E HONORÁRIOS: Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. HONORÁRIOS NA RECONVENÇÃO: São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. HONORÁRIOS DE PERITO: A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. NA JUSTIÇA DO TRABALHO, EXISTE A POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO POR DANO PROCESSUAL? Sim, e as causas são previstas nos artigos 793-A e seguintes, da CLT. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente. Hipóteses da litigância de má-fé estão no art. 793-B, da CLT. A pena pode ser aplicada de oficio ou a requerimento da parte. A penalidade deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, além dos honorários advocatícios e todas as despesas efetuadas pelo adverso. Quando forem dois ou mais os litigantes de má- fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. A mesma multa acima é aplicada a testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa. A execução da multa ocorre nos próprios autos. 1. DESPESAS PROCESSUAIS O QUE VOCÊ DEVE SABER: As disposições sobre as despesas processuais encontram-se juntas aos artigos 82 ao 102, do CPC. Inicialmente, vamos ao conceito de “despesas processuais”: As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, 10 a remuneração do assistente técnico e a diária de testemunha. Referido conceito pode ser encontrado junto ao artigo 84, do CPC. O artigo 82, do CPC, estabelece que salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título. Ora, simplificando, a parte que requerer dado ato deve arcar eventual custo. Nada mais do que isso. E em caso de não pagamento, sem tem como consequência lógica a não realização do ato ou em alguns casos até mesmo o cancelamento/arquivamento do feito. Vale ressaltar, contudo, o que consta do § 2º, do mesmo artigo: “A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou”. Quando não houver uma parte integralmente vencida no processo, as despesas são distribuídas e compensadas reciprocamente e proporcionalmente entre os envolvidos, conforme entendimento do STJ e art. 86 do CPC. OBSERVAÇÃO: Se um litigante sucumbir em parte MÍNIMA do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários. O autor da demanda, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento. Portanto, há OBRIGATORIEDADE de uma CAUÇÃO suficiente para cobrir os CUSTOS do processo, em casos em que o autor resida FORA DO BRASIL ou VIER A RESIDIR no curso do processo. Há situações, contudo, que mesmo verificada a hipótese acima a caução NÃO SERÁ EXIGIDA: I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional de que o Brasil faz parte; II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de sentença; III - na reconvenção. REFORÇO DE CAUÇÃO: Caso seja verificado no trâmite do processo que o autor se desfalcou a garantia (se desfez de patrimônio, ocultou bens, houve desvalorização de bens, etc...), poderá o interessado exigir reforço da caução, justificandoseu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter. DESPESA EM CASO DE LITISCONSÓRCIO: A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma EXPRESSA, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas. Em caso de omissão, os vencidos responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários. DESISTÊNCIA DA AÇÃO: Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu. CONTUDO, acaso a desistência, renuncia ou reconhecimento FOREM PARCIAIS, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu. ATENÇÃO: Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir INTEGRALMENTE a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade. 11 EM CASO DE ACORDO e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão divididas igualmente. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido. ATENÇÃO MÁXIMA – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO: Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem resolver o mérito, o autor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado. Portanto, para entrar com nova ação o autor deve ARCAR com as despesas e honorários da ação anterior. REMUNERAÇÃO DO ASSISTENTE TÉCNICO E PERITO: Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. MÁ-FÉ: O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé reverterá em benefício da parte contrária. A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas. A sentença também condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. OBSERVAÇÃO: Os honorários advocatícios também são devidos na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. VALOR DOS HONORÁRIOS: Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos o grau de zelo do profissional; lugar de prestação do serviço; natureza e importância da causa e o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. ATENÇÃO: Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º. ATENÇÃO: Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas. ATENÇÃO: Se a causa PERDER O OBJETO, os honorários serão devidos por QUEM DEU CAUSA AO PROCESSO (que não necessariamente é o autor da ação). ATENÇÃO: O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º (Art. 85), sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º (do Art. 85) para a fase de conhecimento. NATUREZA DOS HONORÁRIOS: Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio. Os honorários TAMBÉM SÃO DEVIDOS quando o advogado atua em causa própria. Advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei. 12 ATENÇÃO: Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. JUROS DE MORA: Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros de mora incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão. CORREÇÃO MONETÁRIA: Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento (sum. 14, STJ). Nas causas em que a FAZENDA PÚBLICA for parte também são devidos honorários advocatícios (Art. 85, § 3º, do CPC). ATENÇÃO: Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. GRATUIDADE DA JUSTIÇA: As disposições sobre a justiça gratuita encontram-se junto aos artigos 98 ao 102, do CPC. PODE SER CONCEDIDA A PF OU PJ: A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. ATENÇÃO – GRATUIDADE DE JUSTIÇA PARCIAL: A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. A depender do caso concreto, o juiz poderá conceder ao requerente o parcelamento das despesas processuais que o beneficiário tiver que antecipar no curso do procedimento. DIREITO PESSOAL: O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e deferimento expressos. A gratuidade de justiça compreende todo o feixe de atividades previsto no Art. 98, § 1º, do CPC. ATENÇÃO: A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência, CONTUDO, vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas. MOMENTO PARA REQUERER A GRATUIDADE DE JUSTIÇA: O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. ACASO o requerimento tiver sido feito em RECURSO, o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhimento. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E SIMPLES DECLARAÇÃO: Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. ASSISTÊNCIA POR ADVOGADO PARTICULAR: A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça. DIREITO DAPARTE ADVERSA DE IMPUGNAR A CONCESSÃO DA GRATUIDADE: Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas 13 contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso. EM CASO DE REVOGAÇÃO DO BENEFÍCIO, a parte anteriormente beneficiada arcará com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa. RECURSO EM CASO DE INDEFERIMENTO: Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação. O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso. Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o relator ou o órgão colegiado determinará ao recorrente o recolhimento das custas processuais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso. 2. DOS PROCURADORES E DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES O QUE VOCÊ DEVE SABER: A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Como já vimos anteriormente, é lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal, inclusive, lhe são devidos honorários quando vencedora. ATUAÇÃO SEM MANDATO/PROCURAÇÃO: O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. ATENÇÃO: No caso acima e independentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. ACASO não seja feita a regularização da representação, o ato praticado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica (gratuidade de justiça), que devem constar de cláusula específica. PRESTE MUITA ATENÇÃO NAS EXCEÇÕES ACIMA! ASSINATURA DIGITAL DE PROCURAÇÃO: A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. Se o advogado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. ATENÇÃO PLENA: A procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo EXCETO quando houver 14 HAVER, DEVE PORTANTO, disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento. O advogado tem direito a: I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. SUCESSÃO DE PARTES: Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores. REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO/MANTADO DE ADVOGADO: A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa. CONTINUAMENTE À RENÚNCIA, UMA NOVA DESIGNAÇÃO DE MANDATO. Se a parte assim não fizer, no prazo máximo de QUINZE DIAS, o Juiz determinará a SUSPENSÃO DO PROCESSO até que o vício seja resolvido. RENÚNCIA DO MANDATO PELO PRÓPRIO ADVOGADO: O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, MAS DEVE PROVAR, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. Nesses casos, durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo. ATENÇÃO: Dispensa-se a comunicação anteriormente referida quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia. 3. LITISCONSÓRCIO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Litisconsórcio é quando DUAS OU MAIS PESSOAS PODEM LITIGAM, NO MESMO PROCESSO, EM CONJUNTO, ATIVA OU PASSIVAMENTE. E quando isso pode ocorrer: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. O litisconsórcio pode se dar no início da demanda (INICIAL) ou no seu curso (ULTERIOR). Litisconsórcio facultativo: Se estabelece pela vontade do autor da ação. Cabimento: Art. 113. Litisconsórcio necessário: É necessário quando a lei ou a natureza da relação jurídica controvertida exige o comparecimento de todos os envolvidos. A falta de um litisconsorte necessário implica em decisão nula (OCORRE nulidade dos atos processuais desde o ajuizamento da ação). Litisconsórcio simples: Faculta ao juiz julgar de forma diferente para cada um dos envolvidos. Em geral, são os casos de litisconsórcio facultativo. Litisconsórcio unitário: Quando o julgado deve ser necessariamente igual para todos os litisconsortes. Em geral, são os casos de litisconsórcio necessário. 15 Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. ATENÇÃO: Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações. CONTUDO, se somente um dos réus oferece contestação, O PRAZO EM DOBRO NÃO MAIS EXISTE. TAMBÉM NÃO SE APLICA PRAZO EM DOBRO SE O PROCESSO FOR ELETRÔNICO (Art. 229, §2º). ATENÇÃO - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO: Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. ATENÇÃO – EFEITOS DA CONFISSÃO: A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes. ATENÇÃO – APROVEITAMENTO DE RECURSO: O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se recursos distintos ou opostos os seus interesses. 4. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS O QUE VOCÊ DEVE SABER: 4.1. DA ASSISTÊNCIA Ocorre a assistência quando o terceiro, pendente uma causa entre duas ou mais pessoas, tendo interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para lhe dar assistência. A assistência pode ser admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estadoem que se encontre. A parte adversa pode realizar impugnação, no prazo de 15 (quinze) dias, do pedido do assistente. Não havendo qualquer impugnação o pleito será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Se houver alegação de falta interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. A assistência pode ser SIMPLES OU LITISCONSORCIAL. Quando se tratar de ASSISTÊNCIA SIMPLES, o assistente atuará como legitimado extraordinário subordinado (pois é imprescindível a presença do titular da relação jurídica controvertida (assistido)), ou seja, em nome próprio, auxiliará na defesa de direito alheio. A atuação do assistente simples é meramente complementar à do assistido, não podendo ir de encontro à opção processual deste. Nos termos do art. 121, do CPC, o assistente simples deve atuar como auxiliar da parte principal, exercendo os mesmos poderes e sujeitando-se aos mesmos ônus processuais que o assistido. Já de acordo com o artigo 122, a assistência simples não impede a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. Portanto, a parte principal é LIVRE para agir da forma que mais lhe for conveniente. ATENÇÃO: Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. Nesse caso, o substituto processual figurará como sujeito da própria relação processual, da qual participará em nome próprio, e não em nome do substituído. Nesse tipo de assistência, o assistente não pode contrariar a vontade do assistido, contudo, se o assistido se omitir, não haverá contrariedade. 16 O assistente simples não poderá transigir, renunciar e reconhecer juridicamente o pedido, pela simples razão de que o DIREITO não lhe pertence. SE LIGA: A substituição não transfere ao substituto a titularidade do direito. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. Quando se tratar de ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL, o assistente tem interesse direto na demanda. O assistente é considerado litigante diverso do assistido e não fica sujeito aos atos deste. O assistente litisconsorcial pode praticar atos sem subordinar-se aos atos praticados pelo assistido. O assistente, portanto, nesse caso, defende direito próprio, no todo ou em parte. EXEMPLO: Assistência de condômino para ajudar na defesa de interesses do condomínio. 4.2. DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE Denunciação à lide nada mais é do que o chamamento de outra pessoa para responder à ação. Pode ser promovida tanto pelo autor quanto pelo réu. A finalidade do instituto é a economia processual. Trata-se de demanda incidente, em processo já em curso. Proposta a denunciação, o processo passará a ter duas demandas: a principal, que envolve o autor e réu; e a incidental, que diz respeito ao denunciante e denunciado. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu. Quando feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, após isso a citação do réu deve ser realizada. A citação do denunciado deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de se tornar sem efeito a denunciação. Caso o denunciado resida em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou, ainda, em lugar incerto, o prazo para a citação será de dois meses. Promovida a citação do denunciado pelo réu, este poderá adotar os seguintes comportamentos (art. 128): contestar o pedido do autor e atuar ao lado do denunciante, como litisconsorte (art. 128, I); permanecer inerte, hipótese em que o denunciante poderá deixar de prosseguir em sua defesa, restringindo a sua atuação à ação regressiva (art. 128, II); confessar os fatos alegados pelo autor, podendo o denunciante prosseguir em sua defesa ou aderir ao reconhecimento e requerer apenas a procedência da ação regressiva (art. 128, III). Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide (ação incidental). Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. Dito isto, fica claro que o pleito do denunciante de denunciação à lide apenas será apreciado efetivamente na hipótese de a ação principal 17 tiver sido decidida de forma contrária aos seus interesses. Se o denunciante for vencedor na ação principal, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado. Hipóteses de admissibilidade da denunciação - Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. ATENÇÃO: A denunciação à lide não é cabível, no processo de execução, portanto, temos que somente é cabível na fase de conhecimento. 4.3. CHAMAMENTO AO PROCESSO O chamamento ao processo visa incluir inclusão o devedor principal ou os coobrigados pela dívida na relação processual. Ao contrário da denunciação à lide, o chamamento ao processo é medida de intervenção EXCLUSIVA do RÉU. É uma situação de litisconsórcio ulterior. O terceiro chamado ao processo passa a ser litisconsorte do réu, ou seja, também vai virar réu. O momento correto para a promoção do chamamento ao processo é na contestação. Hipóteses de admissibilidade - Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. ATENÇÃO: § 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. 4.4. AMICUS CURIAE Em linhas curtas, o AMICUS CURIAE é um terceiro que ingressa no processo para fornecer subsídios ao órgão jurisdicional para o julgamento da causa. Deve levar em consideração a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia. Pode ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequadae até mesmo um órgão ou entidade sem personalidade jurídica. Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. A DECISÃO É IRRECORRÍVEL! 18 A intervenção do AMICUS CURIAE não implica alteração de competência (Ou seja, quando uma pessoa de direito público, órgão ou empresa pública federal adentra ao processo como amicus curiae em processo em trâmite na Justiça estadual, a competência não se deslocará para a Justiça Federal) nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º, do artigo 138, do CPC (O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas). Portanto, via de regra, o amicus curiae não pode interpor recursos, exceto os EMBARGOS DECLARATÓRIOS e RECURSO DE DECISÃO QUE JULGE O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. O amicus curiae também pode realizar sustentação oral. A coisa julgada não afeta o amicus curiae. 5. DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA O QUE VOCÊ DEVE SABER: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. Portanto, temos que a desconsideração da personalidade jurídica pode ser requerido pela 1) PARTE e 2) MP, quando lhe couber interver no processo. É importante mencionar que quando ocorre a desconsideração da personalidade jurídica, os bens particulares dos administradores/sócios são utilizados para pagar dívidas da pessoa jurídica. Somente poderá ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica nas relações jurídicas regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado que houve abuso da personalidade jurídica (Caput do artigo 50). Esse abuso pode se dar em duas situações: 1) Desvio de finalidade (utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza). 2) Confusão patrimonial (ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial). O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica também aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais. A instauração do incidente suspenderá o processo. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Se a decisão for proferida por relator, em ÓRGÃO COLEGIADO, cabe agravo interno. Se a decisão for proferida pelo Juízo de primeiro grau, cabe agravo de instrumento. O pleito de desconsideração pode ser formulado, inclusive, na própria petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. Nesse caso, NÃO HAVERÁ SUSPENSÃO DO PROCESSO. 19 DICA DO DIA 17 DIREITO TRIBUTÁRIO DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA: Previsão no artigo 50 do CC. Ocorre quando o Juiz, por requerimento, autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de dívidas e obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. 1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA O QUE VOCÊ DEVE SABER: COMPETÊNCIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA Competência tributária é a capacidade que a pessoa jurídica de direito público tem para criar tributos. Art. 7º, CTN A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. § 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. § 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. § 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. NÃO CONFUNDA: PODER DE TRIBUTAR X COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA A competência tributária é a legitimidade conferida a cada ente político de tributar determinados tributos. Já o poder de tributar está relacionado a soberania estatal. E o que seria tributo? O art. 3º do CTN expressamente conceitua: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Art. 8º, CTN. O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. Já a capacidade tributária é uma função administrativa, é possibilidade de arrecadar ou cobrar tributo. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA Aptidão para criar Aptidão, de natureza tributos administrativa, de cobrar ou arrecadar tributos aos cofres públicos Exclusiva das Poderá haver a delegação pessoas jurídicas legal da capacidade de direito público tributária ativa = integrantes da PARAFISCALIDADE Administração Direta = INDELEGÁVEL Obs: A repartição de receitas tributárias de um ente com outros não interfere na competência tributária daquele. Como assim? Vamos lá... O ITR é um imposto de COMPETÊNCIA da União, certo? Compete a união legislar sobre este tributo, assim como definir vários aspectos, tais como fato gerador, base de cálculo, alíquotas, responsáveis.... Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - Importação de produtos estrangeiros; 20 II - Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - Produtos industrializados; V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - Propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Contudo, a CF traz expressamente a possibilidade da União delegar a sua CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA (É CAPACIDADE E NÃO COMPETÊNCIA) para o municípios. Logo, poderá o município arrecadar e fiscalizar o ITR das propriedades que se encontram na sua área, entretanto, isso não faz do município competente para legislar sobre este tributo. § 4º O imposto previsto no inciso VI do capu t: I - Será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas II - Não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. RESUMINDO: A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É INDELEGÁVEL, ENTRETANTO A CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA É DELEGÁVEL. Art. 154. A União poderá instituir: I - Mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - Na iminênciaou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 2. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR Já estudamos sobre este assunto anteriormente, implicitamente, ao estudarmos sobre princípios e imunidade tributárias. Contudo, não custa nada ler novamente só para dar AQUELA DECORADA, nos artigos importantes e prestar atenção a algumas observações que serão feitas. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II - Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; IV - Utilizar tributo com efeito de confisco; V - Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de 21 pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; VI - Instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. § 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. O CTN traz algumas limitações diferentes das hipóteses que a CF traz. O art. 9º do CTN traz a possibilidade da BASE DE CÁLCULO do II, IE e IOF serem majoradas por ato poder executivo. Acontece, que no art.153, §1º da CF (está lá em cima, volte LÁ E LEIA), existe apenas a possibilidade de majoração das ALÍQUOTAS desses tributos. Logo, é de suma importância que você verifique na hora da prova se a FGV IRÁ PERGUNTAR: CONFORME O CTN, A BASE DE CÁLCULO DO II, IE, E IOF pode ser alterada por alto do poder executivo ou CONFORME A CF A BASE DE CALCULO..... 22 Entenderam? NÃO CAIA NESSA PEGADINHA! Outra diferença ente a norma constitucional e o CTN são as hipóteses de empréstimos compulsórios que poderão ser instituídos pela união. Art. 148 da CF: A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Art. 15. Do CTN: Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: I - Guerra externa, ou sua iminência; II - Calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei. O CTN traz uma hipótese de incidência do empréstimo compulsório, a qual a CF não traz, e mais uma vez você deverá prestar atenção ao enunciado da questão. 3. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS O QUE DEVO SABER: O CTN adota a teoria Tripartite, onde só se considera tributos: Impostos, taxa e contribuição de melhoria. Já o STF, adota a teoria Pentapartite, pois para o Supremo são considerados tributos: os impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsórios e contribuições especiais. 1- IMPOSTOS: É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade específica relativa ao contribuinte, não sendo necessário uma contraprestação estatal, em regra. É remunerado a título (uti universi) que, por não gozarem de referibilidade (especificidade e divisibilidade), não podem ser custeados por intermédio de taxas. 2- TAXAS: São tributos cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte (retributivos ou contra prestacionais), que pode consistir no exercício regular do poder de polícia OU na prestação ao contribuinte, ou colocação à sua disposição, de serviço público específico e divisível. Taxas são tributos de arrecadação não vinculada, salvo custas e emolumentos. Súmula vinculante 12-STF: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art.206, inciso IV, da Constituição Federal. Obs. Não confundir Taxa com preço público – A taxa é um tributo instituído por lei, já o preço público é uma obrigação contratual e voluntária feita pelo contribuinte. TAXA DE LIXO:É CONSTITUCIOONAL TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA = INCONSTITUCIONAL Súmula vinculante 29-STF: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos dabase de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. 23 DICA DO DIA 18 DIREITO PENAL Serviço de água e esgoto = Preço público Iluminação Pública = Não poderá ser cobrada mediante taxa. Súmula 545/STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daquelas, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu”. 3- EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: Art. 148 da CF-. A União, mediante lei complementar, poderá istituir empréstimos compulsórios: - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência(EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL E NONAGESIMAL) - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 4- CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: Esse tributo exige uma determinada atuação estatal, qual seja, a realização de uma obra pública de que decorra, para os proprietários de imóveis adjacentes, uma valorização de suas propriedades. São, pois, tributos vinculados de competência comum entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios A OBRA DE ASFALTAMENTO PODE ENSEJAR O TRIBUTO, A TAXA DE ASFALTAMENTO E ATÉ MESMO DE CALÇAMENTO NÃO PODERÁ ENSEJAR O TRIBUTO. OBS: O RECAPEAMENTO asfáltico é um benefício, NÃO poderá ser cobrado mediante Tributo e nem mediante taxa. Obs: Não importa a localização da obra para a competência sobre qual ente irá cobrar o tributo, pois o que importar é o ente REALIZADOR da obra. 5- CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS: São todas de competência da União e estão elencadas no art. 149 da CF: Contribuições sociais; Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. Obs. Súmula vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. COSIP: Trata-se de contribuição sobre o serviço de iluminação pública. Será de competência dos Municípios. Criada pela EC 39/2002 Sei que no momento você deve estar se perguntando se esta meta não está errada, afinal você estudou um pouco sobre ela semana passada. Calma, pessoal. Está tudo certo! Como a Teoria Geral do Crime é um assunto muito extenso, resolvi colocá-la em mais de um dia, para que vocês possam realmente fixar e compreender um dos assuntos mais cobrados em Direito Penal pela FGV na OAB. 1. TEORIA GERAL DO CRIME O QUE VOCÊ DEVE SABER: Conceito de crime: Doutrinariamente existe vários conceitos sobre o que venha a ser crime. Vejamos alguns dos principais conceitos: a) Legal- Conceitua Crime como a infração penal, a qual a lei impõe pena de reclusão ou detenção. 24 b) Material- Está relacionado ao conteúdo do ilícito penal. Conceitua crime como o comportamento humano que causa lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. c) Formal- Contradição ao ato descrito na norma penal como crime d) Analítico- Enfoca elementos ou requisitos do crime. Como regra, se utiliza o conceito tripartido da teoria analítica. Sendo crime o fato típico, ilícito e culpável. Para teoria Bipartida, crime é fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade um pressuposto de aplicação da pena e não um elemento do crime. Principais classificações doutrinárias dos crimes: a) Crime comum: O tipo penal não exige nenhuma qualidade específica do sujeito ativo b) Crime Próprio: O tipo legal exige uma qualificação especial do sujeito ativo Ex: O crime de peculato, que exige a qualidade de funcionário Público, c) Crime de mão própria: O tipo penal, além de exigir qualidade específica para o sujeito ativo, somente ele pessoalmente poderá realizar a conduta, não admitindo coautoria. d) Crime comissivo: O tipo penal exige uma ação proibida. e) Crime omissivo próprio: O tipo penal descreve um não fazer para o agente. É uma norma penal mandamental f) Crime omissivo impróprio (comissivo por omissão) :o A gente deixa de evitar o resultado quando deveria e podia agir. É necessário que o agente tenha o dever legal de impedir o resultado. g) Crime consumado: Quando a infração penal possui todos os elementos de sua definição legal h) Crime tentado: Quando iniciada a execução o resultado não ocorre por circunstâncias alheias a sua vontade. i) Crime material: Para consumar o delito faz-se necessário resultado naturalístico. j) Crime formal: Para consumar o delito o resultado naturalístico pode ou não acontecer. k) Crime de mera conduta: Para consumar o crime o resultado naturalístico não precisa acontecer. Obs.: Cuidado para não confundir os conceitos de crime formal e de mera conduta. CONDUTA: O crime é composto pelo fato típico + ilicitude + Culpabiliade. O primeiro elemento do crime, o fato típico, não deve se confundir com conduta. E por quê? Porque tem crimes que necessariamente para se consumarem faz-se necessário a conduta + resultado naturalístico+ nexo causal naturalístico (crimes materiais), assim como tem crimes que o fato só é composto pela conduta, que é caso dos crimes formais e de mera conduta. FATO = CONDUTA + NEXO CAUSAL + RESULTADO NATURALÍSITCO (crimes materiais) FATO= CONDUTA (crimes formais e de mera conduta) TEORIAS DA CONDUTA 1-TEORIA CAUSAL- NATURALISTICA: Para a teoria clássica o delito constitui-se de elementos objetivos e subjetivos. Os elementos objetivos são o fato típico e a ilicitude, por sua vez o elemento subjetivo é a culpabilidade. A culpabilidade está relacionada ao querer interno do agente, ou seja, ao dolo e a culpa. Assim, o tipo para esta teoria é objetivo, pois se encontra ausente de elementos subjetivos. 25 A culpabilidade para esta teoria é psicológica. 2- TEORIA CAUSAL – NEOKANTISTA Para esta teoria, a culpabilidade para a ter elementos psicológicos e normativos (que demandam um juízo de valor), vindo esta a ser a culpabilidade psicológica-normativa. 3- TEORIA FINALSITA- Wetzel Para esta teoria o querer interno do agente (o dolo e a culpa) está relacionado ao fato típico e não a culpabilidade. Com isso o dolo e a culpa migram da culpabilidade para o fato típico. A culpabilidade passa a ser normativa pura. Para esta teoria o dolo deixa de ser normativo e passa a ser natural. O tipo passa a ser objetivo e subjetivo. DOLO NATUTAL = CONSCIÊNCIA DA CONDUTA + RESULTADO E NEXO CAUSAL DOLO NORMATIVO = CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE DO FATO + CONSCIÊNCIA DA CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL. Falou-se sobre as teorias da conduta, o que seria crime, seus conceitos, mas quais seriam as funções do Direito Penal? Existe duas teorias, que são as que predominam a doutrina penal. 1- Funcionalismo Moderado/ teleológico de Roxin: O autor dessa teoria procura uma reconstrução para o conceito de crime com base em critérios políticos-criminais. Ele acredita que as políticas- criminais podem ser exigidas juridicamente para obtermos o socialmente correto. Roxin defende os princípios garantistas, a pena possui finalidade preventiva e a culpabilidade é o limite desta. Para ele crime é composto pelo injusto + responsabilidade. 2- Funcionalismo sistêmico/radical de Gunther Jakobs- Para o autor o Direito Penal deverá reafirmar o valor das normas violadas, assim como fortalecer as expectativas dos destinatários
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