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Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 1 Antonio Victorino Avila Eng.º Civil, MSc. Versão – 2.5 http://pet.ecv.ufsc.br Florianópolis 2012 � Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 2 ∴ Homenagem aos Engenheiros de 1971 Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191. A958c AVILA, Antonio Victorino. Custos, Encargos Sociais & precificação / Antonio Victorino Avila; Antonio Edésio Jungles. – Florianópolis. "Programa de Educação Tutorial da Engenharia Civil - UFSC", 2011. 276 p. : il. color. ; 24 cm Inclui Bibliografia. ISBN 1. Custos industriais. 2. Precificação. 3. Contabilidade. I. Jungles, Antônio Edésio. II. Título. CDU 624 Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 3 SSSSUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIO 12 – O LUCRO & A LUCRATIVIDADE ......................................... 6 12.1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................6 12.2 - VISÃO COMERCIAL ..........................................................................................6 12.2.1 - Definições. ..............................................................................................6 12.2.2 - Caso do comércio. ..................................................................................7 12.2.3 – Caso da construção. ...............................................................................8 12.3 – MÉTODO DUPONT. ..........................................................................................9 12.4 – EXEMPLOS DE CASOS .....................................................................................9 12.5 – APLICAÇÃO DO SISTEMA DUPONT. ............................................................... 11 12.6 – PARADIGMA DO LUCRO ................................................................................ 11 12.7 - EXERCÍCIO..................................................................................................... 12 13 - TRIBUTOS .................................................................................. 14 13.1 – INTRODUÇÃO. ............................................................................................... 14 13.2 – TIPOS DE TRIBUTOS ...................................................................................... 14 13.2.1 - Impostos ............................................................................................... 15 13.2.2 - Contribuições ........................................................................................ 15 13.2.3 - Taxas. ................................................................................................... 15 13.2.4 - Fundos. ................................................................................................. 15 13.3 – CALCULO DO TRIBUTO E BASE DE CÁLCULO ................................................ 16 13.3.1 – Enquadramento tributário. ................................................................... 16 13.3.2 – Ramo da Empresa ................................................................................ 17 13.3.3 – Regimes de tributação .................................................................... 17 13.4 – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS – ISS. .................................................................. 19 13.5 – O ICMS. ....................................................................................................... 20 13.5.1 – Do Imposto .......................................................................................... 20 13.5.2 – Exemplo ............................................................................................... 21 13.6 – O IPI. ............................................................................................................ 22 13.6.1 - Conceituação ........................................................................................ 22 13.7 – REGIME DO LUCRO REAL. ............................................................................. 24 13.8 – O IMPOSTO DE RENDA – LUCRO REAL. ......................................................... 26 13.8.1 – Conceituação ........................................................................................ 26 13.8.2 – EXERCÍCIO I. RENDA - LUCRO REAL .......................................................... 27 13.9 – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – LUCRO REAL ............... 28 13.9.1 – Conceitos e alíquotas ........................................................................... 28 13.9.2 – Exercícios de aplicação ........................................................................ 28 13.10 – COFINS E PIS-PASEP ............................................................................... 29 13.10.1 - Regime de incidência cumulativa ....................................................... 29 Tributos, Encargos Sociais e Precificação Este opúsculo é um excerto de outra obra denominada Custos Industriais e Precificação, visando atender às exigibilidades de disciplinas do curso de Engenharia Civil. O objetivo é contribuir para que o aluno disponha, antecipadamente, do conteúdo a ser ministrado em sala de aula. A assim tenha condições de conhecer, acompanhar a evolução do programa e discutir a matéria durante a sua apresentação. É intenção do autor evitar que o aluno copie conteúdo ou teoria apresentada em quadro negro. Deste modo, ao findar o curso, o discente disporá de uma expressão documental contínua e coerente com o que foi discutido, apresentado ou resolvido durante em sala de aula. Ela não dispensa a consulta e o estudo da bibliografia em referência ou complementar, pois representa simples notas de aula, resumo do conteúdo tratado. O autor recomenda ao aluno resolver os exercícios constantes da apostilha e, refazer, aqueles solvidos em sala de aula visando à devida fixação do conteúdo discutido. Florianópolis, março de 2012. Antonio Victorino Avila Engenheiro Civil, MSc. Engª de Produção Versão 2.5 – março de 2.012 Copyright do Autor Permitida cópia e reprodução, citada a fonte. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 4 13.10.2 - Regime de incidêncianão-cumulativa ............................................... 29 13.11 – REGIME DO LUCRO PRESUMIDO ................................................................. 30 13.11.1 – Conceituação ..................................................................................... 30 13.11.2 – Imposto de Renda – Lucro Presumido. ............................................. 32 13.11.2.2 - Percentuais de presunção. ....................................................... 33 13.11.2.3 – Construção Civil. ....................................................................... 34 13.11.3 – CSLL – Lucro Presumido. ................................................................ 34 13.11.4 - Conceito de Receita Bruta ................................................................. 36 13.11.5 - Valores Integrantes da Base de Cálculo ............................................ 36 13.11.6 - Receitas Tributadas na Fonte ..................................................... 38 13.11.7 – Exemplos de Aplicação. .................................................................... 40 13.12 – O SIMPLES NACIONAL. .............................................................................. 42 13.12.1 – Definições. ........................................................................................ 42 13.12.2 – Calculo do Tributo ............................................................................ 43 13.12.3 – Exemplo ............................................................................................ 44 13.13 – DA INCORPORAÇÃO DE EDIFÍCIOS. ............................................................ 45 13.14 – CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................... 45 13.14.1- Composição dos tributos sobre o faturamento. ................................... 45 13.14.2 - Análise de Sensibilidade .................................................................... 46 13.15 – EXERCÍCIOS ............................................................................................... 51 13.15.1 - Exercícios Resolvidos ........................................................................ 51 13.15.1 - Exercícios Propostos.......................................................................... 56 14 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS. .......................... 58 14.1 - INTRODUÇÃO. ............................................................................................... 58 14.2 – CÁLCULO DOS ENCARGOS. .......................................................................... 59 14.2.1 – OS TIPOS DE ENCARGOS. .......................................................................... 59 14.2.2 – Metodologia. ....................................................................................... 59 14.2.3 – Índice de Encargos. ............................................................................. 60 14.2.4 – Horas normais e extraordinárias. ........................................................ 60 14.3 – DEFINIÇÃO DOS ENCARGOS ........................................................................ 63 14.3.1 - Contribuição ao INSS ......................................................................... 63 14.3.2 - Encargos Previdenciários Básicos. ...................................................... 63 14.3.3 – Descanso Semanal Remunerado - DSR. ............................................. 64 14.3.4 - Auxílio-doença. ................................................................................... 65 14.3.5 - Encargos mensais sobre 13º Salário. ................................................... 66 14.3.6 – Encargo sobre Férias. .......................................................................... 66 14.3.7 - Reincidência de Encargos Previdenciários. ......................................... 67 14.3.8 - Multa FGTS – Rescisão sem justa causa ............................................. 67 14.3.9 – Aviso Prévio Indenizado. .................................................................... 68 14.3.10 - Adicional de Periculosidade. ............................................................. 69 14.3.11 - Adicional da insalubridade. ................................................................ 69 14.3.12 - Salário Família. .................................................................................. 70 14.4 – EXEMPLOS DE CALCULO DE ENCARGOS........................................................ 70 14.4.1 – Caso do Trabalhador Permanente – Mensalista ................................... 70 14.4.2 - Caso de Trabalhador Temporário. ........................................................ 72 14.5 – EXERCÍCIO .................................................................................................... 73 14.5.1 – Salário Líquido. ................................................................................... 73 14.5.2 – Custo do empregado. ........................................................................... 73 15.1 – INTRODUÇÃO. ............................................................................................... 77 15.2 - PREÇO POR COMPOSIÇÃO DE CUSTOS. ........................................................... 78 15.2.1 – Preço sob regime do lucro real. ............................................................ 78 15.2.2 – Preço sob regime do lucro presumido .................................................. 80 15.2.3 – Preço sob o regime do simples nacional ........................................... 81 15.2.4 – Exercício ............................................................................................. 82 15.3 – CASO DO PROFISSIONAL LIBERAL – PREÇO POR PROJETO. ............................. 82 15.3.1 – Produção e mercado. ............................................................................ 82 15.3.2 - O preço por projeto ............................................................................ 85 15.3.3 – Produção Anual de Equilíbrio - PAE. .............................................. 87 15.3.4 - A Produção Anual Máxima. ................................................................ 89 15.3.5 – Resumo da Metodologia. ................................................................... 90 15.3.6 – Exercícios resolvidos. .......................................................................... 90 15.3.7 – A influência dos tributos e o lucro. ...................................................... 91 15.3.8 – Exercício ............................................................................................. 93 15.4 - PROFISSIONAL LIBERAL – PREÇO POR VISITA ................................................. 95 15.4.1 – Metodologia. ........................................................................................ 95 15.4.2 – Exercício proposto. .............................................................................. 95 15.5 – INDÚSTRIA E COMÉRCIO – MARK-UP ............................................................ 96 15.5.1 – Definição do mark-up. ......................................................................... 96 15.5.2 – Metodologia de formação do mark-up ............................................. 97 15.5.3 – Exemplo. .............................................................................................. 97 15.5.4 – Exercício proposto ............................................................................. 98 15.6 – PREÇO HORÁRIO DE EQUIPAMENTO. .............................................................. 99 15.6.1 – Custos administrativos e financeiros.................................................... 99 15.6.2 – Custos de manutenção. ........................................................................ 99 15.6.3 – Custos de operação. ............................................................................. 99 15.6.4 – Impostos e Taxas............................................................................... 100 15.6.5 – Metodologia. ...................................................................................... 100 15.6.6 – Exercício. ........................................................................................... 101 15.7 – PREÇOS DE SERVIÇOS POR ENCOMENDA – BDI .......................................... 103 15.7 1. - Metodologia....................................................................................... 103 15.7.2 – Exemplo de aplicação ........................................................................ 105 Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 5 15.7.3 – Exercícios propostos ......................................................................... 106 15.8 – FORMAÇÃO DO PREÇO INDUSTRIAL. .......................................................... 107 15.9 – PREÇO DE VENDA DE PRODUTOS. .............................................................. 109 15.9.1 – Metodologia ..................................................................................... 109 15.9.2 - Exemplo – Caso de um Produto ..................................................... 110 15.10 - PREÇO DE MIX DE PRODUTOS. .................................................................. 111 15.10.1 – Teoria. ............................................................................................. 111 15.10.2 - Aplicação. ........................................................................................ 113 15.11 – PREÇO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS. ....................................................... 115 15.11.1 – Metodologia ................................................................................... 115 15.12 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS. ......................................................................... 116 16 - PREÇO ESTRATÉGICO DE MERCADO. ........................... 120 16.1 – ATRIBUIÇÃO DE PREÇOS DISTINTOS. ......................................................... 120 16.2 – PREÇOS COMPETITIVOS. ............................................................................ 120 16.3 – PREÇOS POR LINHA DE PRODUTO. ............................................................. 121 16.4 - COMENTÁRIOS. ........................................................................................... 122 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ........................................... 123 Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 6 12 – O LUCRO & A LUCRATIVIDADE 12.1 – Introdução. Atualmente é reconhecido pelos estudiosos da administração e por executivos de empresas líder, que o maior objetivo de uma organização é a captação de clientes, pois estes propiciam a sobrevivência da empresa como entidade prestadora de bens e serviços, a médio e longo prazo. O lucro, por sua vez, mede o sucesso obtido pelos serviços prestados, ou melhor, pelo desempenho da capacidade gerencial. Para analisar como acontece a realização desta medida, o lucro, serão apresentados dois pontos de vista, um comercial e outro financeiro que, como não poderiam deixar de ser, levam a mesma conclusão quanto à formação do lucro. 12.2 - Visão Comercial Do ponto de vista comercial, o lucro ou a lucratividade de um obtido na realização de uma aplicação financeira, de um negócio ou na operação de uma empresa é função direta da margem de lucro desejada e do número de vezes que o capital empatado é movimentado durante um dado exercício. Visando caracterizar a importância do entendimento e o impacto que a movimentação do capital, ou giro, causa na formação do lucro de uma empresa, alguns conceitos serão, a seguir, definidos para que haja um bom entendimento do assunto. 12.2.1 - Definições. a) Lucro é definido como o ganho, expresso em expressão monetária, obtido na realização de uma aplicação financeira, um negócio ou na operação de uma empresa. b) Giro do capital, tendo como nomenclatura ρ, é definido como o número de vezes em que um dado capital é movimentado num certo período de tempo. Período esse adotado, normalmente, como sendo um mês ou um ano. icadoCapitalApl oFaturament =ρ c) Margem de Lucro, µ – corresponde à porcentagem de ganho desejada e estabelecida a talante do interessado e aplicada sobre cada unidade de produto ofertado pela empresa ou de capital. Ou seja, a priori, ao ser determinado o preço. d) Lucratividade, Retorno do Capital, ou Taxa de Lucro, £, é definida como a razão entre o lucro total obtido e o capital aplicado durante certo período de tempo. A lucratividade também é expressa em porcentagem e, comumente, se refere ao período de tempo de um mês ou ao ano. Alerta-se que a lucratividade corresponde ao percentual medido após a realização de um empreendimento ou a aplicação de um capital. Ou seja, a posteriori, quando da apuração do lucro obtido. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 7 £ = ����� � �� � �� �� Dado as definições acima, é possível estabelecer o modelo da lucratividade em função do giro e da margem de lucro. £ = µ × ρ Esta expressão define lucratividade como função do número de vezes em que um capital é movimentado num certo período de tempo. É comum haver equivoco no entendimento e na utilização dos dois conceitos: taxa e margem de lucro. Matematicamente, os dois conceitos são equivalentes quando o giro do capital, em determinado período de tempo, for igual à unidade. Analisando a variação do giro e considerando que a margem seja preestabelecida e constante para o período, tem-se: Quando o giro = 1, a margem de lucro e a lucratividade são iguais no período de tempo considerado. Então, a margem de lucro expressa a lucratividade desejada para o período considerado. Quando o giro > 1, a lucratividade é superior à margem de lucro pré-estabelecida, aumentando a capacidade da empresa em realizar lucro – L. Tal fato demonstra que houve competência da administração da empresa em utilizar os recursos disponíveis, pois ela movimentou mais de uma vez o capital disponível no exercício considerado. Sendo o giro < 1, ocorre a redução da lucratividade, com expressão direta na redução do volume monetário do lucro esperado. Assim sendo, a margem de lucro pode ser maior do que a lucratividade no período considerado. Isto quer dizer, que o resultado final foi inferior àquele pré-definido. 12.2.2 - Caso do comércio. No caso de empresas comerciais e especialmente aquelas que atuam na venda de bens, podem ver incrementada a sua competitividade e aumentado o volume de vendas quando se aplica o conceito de lucratividade por produto. Ao se considerar a margem de contribuição equivalente à lucratividade, pode-se alterar a margem de lucro com vistas a promover um maior giro de capital, fato que propicia uma maior lucratividade. Fazendo então: MC(%) ≡ £(%), tem-se que MC(%) = µ × ρ Margem de lucro - % Tipo de Negócio Pequena Negócio para produçãoem massa. Ganho no giro do capital. Exemplo: pão, farinha, promoção de roupa Grande Negócio de artigos de luxo ou diferenciados. Ganho na margem de lucro. Exemplo: roupas de luxo, automóveis, imóveis, Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 8 Da expressão acima pode-se concluir ser possível reduzir a margem de lucro por produto e manter ou mesmo aumentar a margem de contribuição quando ocorre, ou se força, um aumento no giro do produto. 12.2.3 – Caso da construção. No caso da construção civil ou de empresas que forneçam bens por encomenda, o giro de capital pode ser estabelecido sob o modelo abaixo, em que o Tempo Planejado corresponde aquele definido em orçamento. E, o Tempo Real, o tempo efetivamente utilizado para o cumprimento de um contrato ou de qualquer serviço. alReTempo jadoTempoPlane =ρ Neste caso, estabelecidos o Tempo Planejado e a Margem de Lucro de um contrato, a garantia de obtenção da Lucratividade esperada passa a ser função do tempo de execução, isto é, do Tempo Real de execução. Similarmente à análise efetuada no item anterior, porém analisando o giro em função do Tempo de Execução ou Tempo Real têm-se os seguintes casos: ρ > 1 O Tempo Real foi inferior ao Tempo Planejado, o que demonstra uma capacidade técnica maior do que a esperada e, consequentemente, a obtenção de uma Lucratividade superior à Margem de Lucro pré-estabelecida. ρ = 1 Sendo o Tempo Real igual ao Tempo Planejado, o empreendimento, em termos de tempo ocorreu segundo as expectativas realizadas na fase de projeto ou planejamento, o que demonstra segurança quanto ao domínio do processo de construção adotado. ρ < 1 O Tempo Real foi superior ao Tempo Planejado, o que demonstra uma capacidade técnica inferior à desejada, com decorrência em uma Lucratividade inferior à Margem de Lucro pré-estabelecida. Nessas condições, o empreendimento frustrou o ganho financeiro esperado. Analisando o modelo abaixo, conclui-se que a obtenção da taxa de lucro ou lucratividade - £, uma vez definida a margem de lucro - µ , é função apenas do giro do capital. £ = µ × ρ O giro, deste modo, passa a ser uma variável a ser gerenciada durante um exercício fiscal ou em qualquer período de tempo em que foi dividido o projeto. O desafio, então, é atuar com forte capacidade gerencial, fazendo acontecer o giro previsto e, consequentemente, alcançar a lucratividade desejada. E o giro previsto é aquele que iguala a lucratividade com a margem, ou seja, 1. Nas obras e serviços de engenharia, o planejamento e o controle de desempenho são os instrumentos disponíveis para gerenciar empreendimentos e contribuindo tanto para o acompanhamento da evolução dos custos orçados como para cumprimento dos prazos previstos. Assim, permitem a análise e o conhecimento do desempenho havido, em termos de giro do capital e da realização dos prazos estabelecidos. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 9 Como exemplo de instrumentos de planejamento tem-se: o PERT-CPM, o PERT- Custo, a Linha de Balanço, o Fluxo de Caixa Projetado, A Curva S, etc. 12.3 – Método Dupont. Partindo do ponto de vista financeiro, o sistema Dupont de análise, muito utilizado em análise financeira de balanços, permite determinar a taxa de retorno – lucratividade - alcançada por uma empresa, sob a forma de lucro/investimento e é obtida a partir das seguintes condições: Taxa de Retorno = Rotação × Margem Considerando que, contabilmente, rotação e margem são definidas como: Rotação=Receita de VendasInvestimentos Margem= Lucro no Período Receita de Vendas Efetuando as substituições na equação da Taxa de Retorno: alizadoRetoInvestimen LucrotornoReTaxaDe = Ou, como contabilmente é mais utilizada, LíquidoPatrimônio LAIRtornoReTaxaDe = Em que LAIR é o lucro após a realização do imposto de renda e o Patrimônio Líquido corresponde ao montante, tomado em média anual, do capital disponível conforme disposto no balanço patrimonial. Analisando a expressão: Taxa de Retorno = £ = margem x rotação, Fica fácil visualizar que a obtenção da lucratividade ou taxa de lucro de uma empresa é possível de ser medida através, principalmente, do comportamento de duas variáveis, a margem de lucro definida pela direção da empresa e a rotação do capital, medida pela relação receita/investimentos. 12.4 – Exemplos de Casos. a) Caso do Combustível. Um posto de serviços tem capacidade instalada de um (01) tanque de gasolina, vende 1,5 tanques por semana e a Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 10 empresa pratica uma margem de 3% sobre o custo do combustível. Deseja-se saber qual a taxa mensal! £mês = µ × ρ = 0,03 x 1,5 x 4,34 ⇒0,1958 ou 19,58% ao mês. b) Caso da Concessionária. Uma concessionária de tratores constatou ser o tempo de permanência, da sua entrada em loja até o momento de venda, de dado equipamento em 50 dias. A empresa pratica uma margem de 17% sobre o valor de compra. Qual a lucratividade anual na venda desse equipamento? £ = 0,17 × 50 365 ⇒ 124,10% ao ano. c) Caso da Construtora. Uma empresa construtora executa seus imóveis com recursos próprios, os vende depois de concluídos praticando uma margem de 15% na venda de seus produtos. Considerando que um dos prédios em execução tem um cronograma previsto para dezoito meses de construção, pergunta-se: I - Qual a lucratividade anual sobre o empreendimento? £ = 0,15 x ( 12 ÷ 18 ) = 0,10 ou 10% ao ano II - Havendo um atraso de quatro meses na entrega da mencionada obra, qual será a lucratividade anual final? £ = 0,15 x ( 12 ÷ 22 ) = 0,0818 ou 8,18% ao ano d) Caso da Incorporadora. Uma empresa incorporadora, a medida que recebe as prestações de seus clientes, as aplica na execução de um edifício construído em condomínio. Considerando que o contrato da referida edificação estabelece o pagamento em prestações mensais e iguais durante 24 meses e a empresa pratica uma margem de 10% relativa a taxa de administração, pergunta-se: I – Qual a lucratividade anual da mesma? £ = 12 × 10 = 120% II - Sendo o valor da prestação de 2.300,00 reais e a carteira de unidades habitacionais dispõe de 78 apartamentos, qual o lucro anual? d) Calcular o giro de capital da Floman, cujo balanço patrimonial e DRE estão disponíveis no Capítulo 1. e) Uma empresa atuante no ramo de vendas a varejo adquiriu R$ 320 mil de um dado produto. No final do exercício fiscal, somadas as notas fiscais de vendas, verificou ter vendido um montante de R$ 860 mil deste produto. Pergunta-se qual o giro de capital ocorrido no período. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais- Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 11 12.5 – Aplicação do Sistema Dupont. É solicitado analisar o comportamento da lucratividade de uma empresa nos quatro exercícios considerados, após dispor dos seguintes dados extraídos de balanços. Elaborar um gráfico que expresse o comportamento da rotação da margem e da taxa de retorno para os exercícios considerados. Item do Balanço 1997 1998 1999 2.000 Faturamento 28.620,0 37.508,0 49.344,0 46.491,0 Lucro 504,4 615,1 841,2 795,4 Patrimônio Líquido 4.200,0 5.350,3 6.618,8 6.930,5 Valores em R$ mil Ano Rotação Margem Taxa de Retorno 1997 28.620÷4.200,0= 6,81 504,4÷28.620= 1,76% 6,81×0,0176= 0,1199 1998 37.508÷5.350,3= 7,01 615,1÷37.508= 1,64% 7,01×0,0164= 0,1150 1999 2000 12.6 – Paradigma do Lucro A formação do preço e, em decorrência dele, o lucro, é função do regime prevalente da indústria onde a empresa se situa. O reconhecimento desse fato induz a um comportamento distinto na formulação de proposta de preços, atuando a empresa em regime de livre concorrência, em oligopolizado ou monopolizado. No caso da construção civil e especialmente quanto as empresas que trabalham sob regime de empreitada, de modo geral, pode-se afirmar que os preços dos bens e serviços praticados se formam no seio de seu mercado, isto é, em regime de livre concorrência. Tal situação propicia a formação de preços através do embate das forças de mercado, o que leva a imposição da prática de determinado patamar de preço para o fornecimento de bens e serviços. Desta forma, os agentes de mercado, contratantes, contratados e concorrentes, pressionam para praticar um preço que lhes convém, provocando a ocorrência de um equilíbrio que será sempre instável. ( Lima Jr,1993). E esse fato se agrava em setores econômicos cuja exigência de capital de giro para as operações é pequena, ou nos quais não existam tecnologias exclusivas de difícil ou custoso domínio. E, reconhecidamente, essa é a situação da construção civil. Além disso, quando o contratante é o governo, que realiza seguidamente obras de construção civil, ele tende a definir os preços praticados, reduzindo a margem de lucro dos contratados. Historicamente, e principalmente no caso da indústria, o paradigma para a formação do preço era compor o mesmo em função do custo incorrido acrescido da margem de lucro Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 12 desejada, sendo nesses custos embutidos os custos e despesas indiretas de produção. Preço = ƒ ( Custo + Margem de Lucro ) A expressão acima expressa um tipo de comportamento tradicionalmente aceito e normalmente praticado, em que o preço era uma variável dependente, sendo o custo e a margem de lucro variáveis independentes, em que a primeira era estabelecida pelos fornecedores de insumos e a segunda definida pela empresa ou o profissional interessado. Quando o lucro, as despesas e os custos são englobados num único fator, ocorre o que se denomina de mark-up - µ. Esse fator, aplicado sobre os custos diretos dos produtos, define o preço desejado. Preço = µ × CD Atualmente, devido à concorrência, a implementação de novas tecnologias e processos, vem ocorrendo um forte embate entre os atores do mercado, situação que propiciou o aparecimento de um novo paradigma, fato que estreitou as margens de lucro praticadas pelas empresas. Neste novo paradigma, atingindo principalmente as empresas que atuam sob regime de livre concorrência, o preço vem se comportando como variável independente. O custo continua estabelecido pelos fornecedores de insumos e a margem de lucro, em consequência, passou a se comportar como variável dependente, o que acarretou a muitas empresas perderem a capacidade de arbitragem sobre seus preços. O novo paradigma apresenta o seguinte o modelo: Margem de Lucro = ƒ ( Preço – Custos ) Ele mostra que a Margem de Lucro e, em decorrência, o lucro a ser auferido, passou, a ser função do Preço praticado pelo mercado e dos Custos incorridos. Nessa situação, garantir a margem de lucro estabelecida a priori, requer um forte acompanhamento e controle nos custos incorridos e de todas as etapas dos processos envolvidos na elaboração de produtos e serviços, já que o Preço esta fora da gestão da empresa. 12.7 - Exercício a) Sua empresa consegue vender toda a produção elaborada, dentro do próprio exercício. Pelos valores apropriados contabilmente, ela apresenta um faturamento mensal de R$ 3.800.000, montando o capital investido em R$ 1.350.000,00. Você, como gerente da fábrica, descobriu que consegue aumentar a produção em 17%, apenas efetuando pequenos ajustes no processo produtivo, o que quer dizer, a um custo considerado como irrisório. Considerando que sua empresa pratica uma margem de lucro na ordem de 35%, em quantos pontos percentuais poderá reduzir esta margem, de forma a manter a lucratividade anual e, concomitantemente, aumentar a competitividade de seus produtos? Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 13 RESUMO Ponto de Equilíbrio L = Σ Rec - Σ (C+D) = 0 Margem de Contribuição MC($) = Vendas – Σ( C. Var + D. Fixas ) dasceitadeVenRe cionalLucroOpera(%)MC = Giro de Capital Invest.Cap oFaturament =ρ alizadoReTempo oTempoOrçad =ρ Lucratividade £ = µ × ρ Taxa de Desconto i = Lucro ÷ ( PL + ELP) � Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 14 13 - TRIBUTOS. 13.1 – Introdução. O objeto deste capítulo é permitir um entendimento e uma visão geral sobre o sistema tributário brasileiro, de modo a cumprir três objetivos: I - Contribuir para que o interessado possa avaliar o impacto dos tributos na composição de orçamentos e considerar, adequadamente os tributos na formação do preço de produtos e serviços; II - Discutir qual a melhor decisão quanto à opção tributária a ser definida junto a Receita Federal; III - E, elaborar a projeção dos DRE’s e efetuar análise de sensibilidade do lucro considerando a tributação devida. Seu conteúdo abrangerá, apenas, conceitos gerais, quanto aos tributos mais comumente utilizados na indústria, no comercio e em serviços, especialmente na construção civil, bem como os regimes de tributação instituídos pela legislação fiscal. Por fugir do objetivo proposto, não serão abordadas especificidades da legislação, tais como: isenções tributárias; benefícios fiscais; regimes tributários especiais; etc. Foge da pretensão do autor esgotar o assunto, já que este não é um curso versado em tributação ou direito tributário. Mas, simplesmente, permitir ao interessado avaliar a influencia dos tributos na composição de custos e realizar uma adequada composição dos seus preços. 13.2 – Tipos de Tributos. (1) Por definição, tributo corresponde a todo numerário recolhido aos cofres públicos nos termos da lei. Em seu artigo 145,a Constituição Federal prevê a existência de três tipos de tributos, sejam de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios: os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Há, porém, tributaristas e mesmo o entendimento do STF que asseveram serem cinco os tipos de tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios. Alerta-se, também, quanto à existência de diversas contribuições e fundos que mesmo levando essa denominação tem caráter de imposto. Está pacificado na doutrina e também na jurisprudência o entendimento de que as contribuições especiais têm natureza tributária. (FERREIRA, 2007). Fato este que, acrescido ao acima exposto, demonstra o emaranhado da legislação tributária brasileira e as múltiplas oportunidades que o Estado dispõe para realizar sua arrecadação. Os tributos são criados para preencher diferentes necessidades ou finalidades, podendo ser de caráter geral ou (1) O conteúdo deste item 13.1 e do 13.2 são excertos dos artigos veiculado nos portais: - web HTTP//www.anjut.com.br. Em 15.11.2007. - http://www.sebraesp.com.br//principal: Quais são os impostos que incidem sobre as atividades operacionais das empresas?. Em 15.11.2007. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 15 específico. Ou seja, com ou sem fim específico quanto à sua destinação. Definindo os tributos: 13.2.1 - Impostos. Imposto corresponde ao tributo cobrado das pessoas e das empresas para que os governos tenham condições de realizar obras e serviços públicos, manutenção da administração bem como o pagamento dos salários das pessoas que trabalhem no governo. Os impostos não têm um motivo ou objetivo único e definido e servem para pagamentos em geral. 13.2.2 - Contribuições. As contribuições são criadas para atender a necessidades específicas. Como exemplo seja a contribuição de melhoria cobrada dos moradores de uma rua quando a mesma é asfaltada, ou uma praça é feita, valorizando os imóveis que estão próximos. Nesse caso, os donos desses imóveis são chamados a pagar uma “contribuição de melhoria” para os cofres da municipalidade, em função da valorização que o serviço realizado causou ao imóvel. 13.2.3 - Taxas. As taxas correspondem a uma série de tributos cobrados diretamente da pessoa quando demanda por um serviço realizado por órgão público. A taxa, portanto é um pagamento específico e direto como contraprestação pela demanda de determinado serviço. Exemplos de Taxas são as de lixo, a de água e esgoto, a de pedágio. 13.2.4 - Fundos. Os fundos, da mesma forma que as contribuições, são destinados ao desenvolvimento ou implantação de algum serviço específico. Finalizando, os principais tributos incidentes sobre as atividades operacionais das empresas que atuam em território nacional em operações internas são: • IR - Imposto de Renda; • CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; • PIS - Programa de Integração Social; • COFINS - Contribuição Financeira Social; • IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; • II - Imposto de Importação; • IE – Imposto sobre exportação; • ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços; • ISS - Imposto sobre Serviços; Os sete primeiros tributos acima nomeados são de competência federal. O ICMS é atribuição do fisco estadual e o ISS, de competência municipal. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 16 13.3 – Calculo do Tributo e Base de Cálculo. 13.3.1 – Enquadramento tributário. O cálculo do valor dos tributos é efetuado depois de estabelecido o enquadramento tributário de cada empresa o que permite definir a base de calculo e a alíquota específica. Genericamente, o valor do tributo é calculado multiplicando a alíquota do tributo, α, pela respectiva base de cálculo, BC. Matematicamente: TRI = α × BC A base de calculo e a alíquota são definidas em função de três parâmetros: • O ramo da empresa; • O regime de tributação; • A base de calculo do tributo; O valor de qualquer tributo parte da definição e consequente quantificação da base de calculo, base esta que varia segundo o regime de tributação adotado. Conforme o regime de tributação adotado, a base de calculo pode ser o faturamento e o lucro. Comentando: • O FATURAMENTO ou o total da receita, considerado com acréscimos ou deduções permitidas por lei; • E, o LUCRO. Neste caso a base de cálculo corresponderá ao lucro real antes da provisão para imposto de renda, o LAIR. • Ou ambos como base de calculo: o faturamento e o lucro. Neste capítulo sobre tributos e no de encargos sociais, a seguinte nomenclatura será adotada: BC = Base de calculo do tributo; CD = Custo direto dos insumos; CI = Custos indiretos; CT = Custo total orçado; ES = Encargos Sociais Fi = Custo financeiro IRLP = Imposto de renda sob o regime do lucro presumido; IRLR = Imposto de renda sob o regime do lucro real; ML = Lucro expresso em valor monetário - $; MO Valor da mão de obra – folha básica; P = Preço PB = Preço bruto – considera tributos sobre o lucro PL = Preço líquido, preço sem a incidência dos tributos; R = Retirada mensal do profissional liberal, pró-labore. TRI = Tributo, de modo genérico; µ = Margem de lucro, expressa em %; α = Alíquota do tributo - genérica; αSN = Alíquotas do Simples Nacional ΣαFAT = Somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre o faturamento; ΣαLUCRO = Somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre o lucro; Σε Índice do total dos Encargos Sociais; Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 17 Processo Tributário Indústria Comércio Serviços Lucro Real LucroArbitrado Lucro Presumido Simples Nacional Base Faturamento Base Lucro Base Faturamento ISS ICMS PIS COFINS IPI I. Import. I. Export. Imp. Renda CSLL ISS - ICMS PIS - COFINS IPI I. Import - I. Export Imp. Renda CSLL 13.3.2 – Ramo da Empresa. As empresas podem ser enquadradas como atuantes nos ramos: de serviços, comercial, ou industrial. Conforme o ramo em que se enquadra a empresa, os tributos e as alíquotas incidentes sobre produtos e serviços podem ser distintos, mesmo sendo o mesmo tributo. Ver. Fig. 13.1. Como exemplo, sejam os tributos que incidem sobre o faturamento: • O PIS e o COFINS são tributos que obrigam a todas as empresas indistintamente; • O ISS, o ICMS ou o IPI incidirão, respectivamente, sobre o ramo de serviços, comercial ou industrial. Quanto aos tributos que incidem sobre o lucro, o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o lucro líquido, incidem indistintamente sobre todas elas. Porém, as alíquotas podem ser distintas conforme o regime de tributação adotado. 13.3.3 – Regimes de tributação. A legislação tributáriafederal, ora em vigor, prevê a possibilidade de opção pelos seguintes regimes de tributação a serem adotados antes do inicio do ano fiscal: • O lucro real; • O lucro presumido; • O Simples; • E, o Lucro Arbitrado. Nos itens a seguir serão discutidos os três primeiros regimes de tributação acima discriminados. Fig. 13.1 – Sistema de Enquadramento Tributário Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 18 Quanto ao Regime do Lucro arbitrado (2) e considerando ser este um regime excepcional de tributação e aplicável quando o contribuinte descumpre obrigações fiscais, não serão efetuados maiores comentários sobre este regime no transcorrer deste capítulo. O arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso. Quando conhecida a receita bruta e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado. (2) Do site: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/ pr556a585.htm Tipo de Imposto Tipo de Atividades Alíquota Base de Cálculo Observação IR - Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido Comércio, Indústria e Serviços 15% Lucro líquido Se o lucro líquido for superior a R$ 240.000 por ano, incide um adicional de 10% sobre o excedente. CSLL -Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Comércio, Indústria e Serviços 9% Lucro Líquido ------------------- PIS - Programa de Integração Social Comércio, Indústria e Serviços 1,65% Valor da Venda O imposto sobre a venda deverá ser compensado com o imposto sobre a compra. COFINS - Contribuição Financeira Social Comércio, Indústria e Serviços 7,6% Valor da Venda O imposto sobre a venda deverá ser compensado com o imposto sobre a compra. IPI - Imposto Produtos Industrializados Indústria Variável Valor da Venda O imposto sobre a venda deverá ser compensado com o imposto sobre a compra. II - Imposto de Importação Importação Variável Valor da Importação Varia segundo o tipo de produto. IE - Imposto de Exportação Exportação Variável Valor da Exportação Varia segundo o tipo de produto. ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços Indústria e Comércio Variável De 0% a 25% Valor da Venda O imposto sobre a venda deverá ser compensado com o imposto sobre a compra. ISS - Imposto sobre Serviços Serviços Variável De 2% a 5% Valor da Venda Fig. 13.3 – Tributos e Alíquotas incidentes sobre o Lucro Real. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 19 13.4 – Imposto sobre serviços – ISS. O ISS, tributo de competência municipal, incide sobre a prestação de serviços. Sua competência não atinge empresas comerciais e industriais. A prestação de serviços é conceituada pelo legislador como sendo o produto de esforço humano que se apresenta sob a forma de bem imaterial ou, no caso de implicar utilização de algum material, preserve a sua natureza no sentido de expressar uma obrigação de fazer, isto é, ter como objeto da prestação a própria atividade. A legislação entende que este imposto deva ser recolhido à municipalidade do local onde o serviço foi prestado, sendo que cada municipalidade dispõe de competência constitucional para estabelecer as alíquotas do mesmo. Matematicamente o valor do tributo é calculado: ISS = αISS x BCMO A base de calculo deste tributo pode ser o valor do serviço prestado ou o total de nota fiscal. a) Valor da nota fiscal. Quando a base de calculo é, simplesmente, o valor da nota fiscal, há municipalidades que distinguem os serviços eminentemente de lavor daqueles em que haja a concorrência de mão de obra e fornecimento de materiais. As alíquotas nesta situação podem ser diferenciadas. Ver Tab.13.12 e 13.13, exemplo da P.M. de Florianópolis, SC, em que esta municipalidade estabelece em 3% do valor da nota fiscal a alíquota do serviço quando ocorre o fornecimento de material. E, em 5%, para serviços quando este fato não ocorre. Não se inclui na base de cálculo do imposto o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços. Para tanto, na nota fiscal deverá ser discriminado o valor total da mão de obra e dos materiais empregados. Quando os serviços de empreitada forem prestados em territórios de mais de um município, a base de cálculo será proporcional à extensão do serviço prestado no município. Como exemplo sejam as obras da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município. b) Valor da Mão de Obra. Ressalta-se que muitas prefeituras recomendam a discriminação em separado, no corpo da nota fiscal, do valor da mão de obra e o valor dos materiais utilizados em empreitadas de material e mão de obra. A base de calculo do ISS, neste caso, corresponde ao valor da mão de obra discriminada em separado. Em casos de empreitadas com fornecimento de material, há municipalidades que entendem ser o montante da mão de obra equivalente entre 30 a 40% do valor da nota fiscal. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 20 No caso de notas fiscais de projetos, o recolhimento pode ser efetuado na localidade onde se encontra o escritório da empresa. Recomenda-se, deste modo, a conhecer os procedimentos adotados em cada município antes de se efetuar qualquer orçamento, já que o tributo deve ser recolhido no local onde o serviço foi prestado. 13.5 – O ICMS. 13.5.1 – Do Imposto. O ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre as prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal, de energia e de comunicação. É um tributo de competência dos Estados e do Distrito Federal. (3). Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. Cada Estado da Federação tem liberdade para adotar regras próprias, e aí se inserem os valores das alíquotas, relativas à cobrança deste imposto respeitado os requisitos mínimos fixados na Constituição Federal e pelo Código Tributário Nacional. (3 ) O item 13.6 foi extraído do site: http://www.portaltributario.com.br/tributos/icms.html O imposto é não-cumulativo. Ou seja, compensa-seo que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Alíquota do ICMS - α Coeficientes* 7% 12% 17% 18% 25% 1,07527 1,13636 1,20481 1,21951 1,33333 Tab.13.5– Alíquotas do ICMS Em decorrência da assertiva acima, alerta-se ao interessado verificar qual a alíquota adequada ao produto ou o serviço em orçamento. É assegurado àquela pessoa jurídica que deve recolher o tributo, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento. Como exemplo desta compensação, seja uma empresa cujo total do ICMS a recolher ao fisco estadual, num determinado mês, seja de R$ 50.000,00. Sabe-se que o valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias foi de R$ 10.000,00. O valor do ICMS a pagar, então é de: ICMS = R$ 50.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 21 A base de cálculo do ICMS, regra geral, corresponde ao preço de venda da mercadoria. É o que determina o art. 13 da Lei Complementar 87/96. Assim sendo deve-se saber que: i) nas vendas à vista, a base de cálculo do ICMS é o preço de venda da mercadoria, com as exceções previstas. Não se pode falar em inclusão ou não de juros na referida base de cálculo; ii) nas vendas financiadas por instituição financeira ou administradora de cartão de crédito, a base de cálculo do imposto não deve, da mesma forma, incluir o montante relativo aos juros; iii) nas vendas a prazo, por outro lado, deve-se incluir os juros na respectiva base de cálculo do ICMS. Como falado, a base de calculo deste tributo é o preço de venda da mercadoria ou serviço. Porém, a legislação prevê que o tributo integra a sua base de calculo, nisto decorre ser o valor real da alíquota do tributo superior àquele expresso na letra da lei. Demonstrando a assertiva acima se pode escrever, matematicamente: Preço Vendas = Preço Orçado + ICMS Considerando que o tributo integra a própria base de cálculo, o imposto a pagar pode ser escrito em função do preço orçado, PL, sob o seguinte modelo: ICMS = αICMS (PO + ICMS) ∴ ICMS = αICMS PO + αICMS ICMS 32� ,&06 ,&06 × − = )α( α ICMS Da expressão acima se deduz que a alíquota real do ICMS é dada por: )α( α α ,&06 ,&06 5($/ � − = Considerando que o tributo integra sua base de cálculo, tem-se: PO = PV - ICMS ∴ PO = PV - ,&06 α PV PO = PV (1 - ,&06 α ) �� = �� (1 − ,&06 α ) 13.5.2 – Exemplo. Seja calcular o preço de venda e o valor do ICMS de um produto sujeito à alíquota de 25%. O preço orçado do produto (preço líquido) sem a incidência do ICMS montou em R$ 40.000,00. Sendo: Preço Venda = Preço Orçadoo + ICMS Então, 32�3239 ,&06 ,&06 × − += )α( α ∴ Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 22 $,.),( ., . 5����� ������ ��� �������� ��39 = − × += Ao ser aplicada a alíquota de 25% sobre o preço do produto, tem-se o valor do ICMS, R$ 13.333,33. 13.6 – O IPI. 13.6.1 - Conceituação. O IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados, tributo de competência da União Federal, como o próprio nome sugere, incide sobre operações com produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas, contudo, as especificações relacionadas na TIPI (tabela de incidência do imposto sobre produtos industrializados). Decreto Nº. 4544 de 26 /12 /2002. O fato gerador deste imposto é a industrialização conforme artigo 46, parágrafo único, do Código Tributário Nacional, que considera industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte ou contribuinte autônomo (4): (4) Considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar. Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/IPI/conceito.htm. 10.10.2008 • O importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; • O industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; • O estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar; • Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista na Constituição Federal. A alíquota do IPI varia conforme o produto, segundo expresso na Tabela de Incidência do IPI – TIPI, sendo o tributo calculado segundo o modelo abaixo: IPI = αIPI × Preço de Venda O valor do IPI pode variar caso ele integre ou não a base de calculo do ICMS. Nos termos do art. 155, parágrafo 2º, inciso XI, da Constituição Federal, e o art. 13, parágrafo 2º, da Lei Complementar nº. 87/96, o valor do IPI não integra a base de cálculo do ICMS quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização ou comercialização, configurar o fato gerador de ambos os impostos. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 23 Portanto, segundo as mencionadas disposições, o montante do IPI: • Não integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é destinado à industrialização ou à comercialização; • Integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é destinado a uso ou consumo, independentemente de o destinatário ser ou não contribuinte. Para melhor compreensão e aplicação do acima exposto (5): a) Quando não se inclui o IPI na base de cálculo do ICMS. Neste caso uma empresa recebe um insumo, transforma e o remete para nova empresa que dará segmento ao processo de industrialização. Considerando que o valor do tributo é calculado sobre o valor da nota fiscal, o preço de vendas deve ser definido por fora, utilizando o modelo abaixo, em que PO expressa a base de calculo para o tributo, ou seja, o preço orçado: Assim sendo tem-se: PO = PV - αIPI × PV ∴ (5) Extraído do site: Informe B&C em 25.11.2007. http://www.barbacovi.com.br/informes/inf0400.htm#BC 32� �39 ,,3 ×−= α Ressalta-se que PO, preço orçado, contemplatodos os custos incidentes sobre o produto e o lucro desejado. Não inclui os tributos como ICMS e IPI. a) Quando se inclui o IPI na base de cálculo do ICMS. Neste caso o produto vai a consumo final, havendo a incidência do ICMS sobre o valor do IPI. Do mesmo modo que o anterior, o valor do tributo é calculado sobre o valor da nota fiscal. Para determinar o valor da operação (base de cálculo com o ICMS embutido, calculado inclusive sobre o montante do IPI), teremos de aplicar um dos coeficientes (ver como calcular abaixo) sobre o preço líquido do produto, conforme as alíquotas do ICMS/IPI a que estiver sujeito. Assim sendo, o preço final deve ser definido por fora, utilizando o modelo abaixo: PO = PV – ICMS – IPI ∴ PO = PV – PV × ( αICMS + αICMS × αIPI) Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 24 PV = PO 1 − [ ,&06 α × (1 + α� �)] 13.6.2 – Exercício – Calculo do IPI. a) Como exemplo de aplicação, seja o caso de um produto cujo preço orçado, monta a R$ 7.500,00. Seja calcular o preço final do mesmo sabendo que sofre a incidência dos seguintes tributos: 25% ICMS e 10% IPI. item R$ Preço Orçado 7.500,00 Coeficiente para determinação do preço do produto com o ICMS embutido 1,3793 Preço do produto com o ICMS embutido PV = 1,3793 x R$ 7.500,00 = 10.344,75 IPI = 10% × 10.344,75 = 1.034,48 Valor total 11.379,23 ICMS = R$ 11.379,23 x 25% = 2.844,81 Tab.13.6 – Exemplo de Calculo de Tributos ICMS e IPI b) Para um mesmo produto, o seu preço final poderá variar em função da obrigatoriedade, ou não, de incluir na base de cálculo do ICMS o montante relativo ao IPI. O exemplo exposto nas tabelas 13.6 e 13.7 mostra a diferença no preço final do produto, caso ocorra, ou não, a obrigatoriedade de incluir na base de calculo do ICMS o valor do IPI. Considerando, então, a hipótese de um produto cujo custo orçado foi de R$ 6.500,00 sujeito às seguintes alíquotas: 7% de ICMS e 8% de IPI. item IPI incluído na base do ICMS IPI não incluído na base do ICMS Preço do produto sem o ICMS embutido 6.500,00 6.500,00 Coeficiente p/ determinação do preço do produto com o ICMS embutido 1,08178 1,07527 Preço do produto com o ICMS embutido 7.031,57 6.989,26 IPI 8% 562,53 559,14 Valor total da operação 7.594,10 7.548,40 Valor do ICMS (alíquota 7%) 531,59 489,25 Tab.13.7 – Exemplo de variação de preço Comparando o resultado final (valor total da operação) segundo o apurado neste exemplo, verifica-se que, para o mesmo produto, o seu preço pode ser de R$ 7.594,10 ou R$ 7.548,40. 13.7 – Regime do Lucro Real. Sob este regime, os tributos são calculados sobre o faturamento e sobre o lucro líquido. É importante notar que a legislação do imposto de renda considera como sendo o lucro líquido, o lucro antes do imposto de renda, LAIR. Assim sendo, incide sobre o LAIR o Imposto de Renda e a CSLL segundo apurado no Demonstrativo de Resultados do Exercício. Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 25 O LAIR, como já visto, é apurado considerando-se todas as receitas, tributos incidentes sobre o faturamento, taxas, custos de produção, despesas da empresa, atendendo a legislação específica. Para tanto, a empresa deverá dispor de um sistema de escrituração contábil segundo princípios e normais legalmente instituídas. Sobre o faturamento incidem: o Imposto sobre Serviços – ISS, de competência municipal; o ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços, de competência estadual; e, de exigibilidade federal: o IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; o PIS - Programa de Integração Social; o COFINS - Contribuição Financeira Social; o II - Imposto de Importação; e, o IE - Imposto sobre Exportação. Sobre o lucro, incidem o Imposto de Renda, IR, e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, CSLL. Neste caso, a base de cálculo do tributo corresponde ao lucro do exercício, também denominado de lucro antes da incidência do Imposto de Renda, LAIR, devidamente apurado no DRE segundo as normas e procedimentos contábeis aceitos. A maioria das empresas pode adotar o regime do lucro real. Algumas, porém, são obrigadas pela legislação a adotar este regime. A empresa não sujeita à obrigatoriedade de adotar o regime do lucro real ou que não desejar o fazer, poderá recolher seus tributos sob o regime do lucro presumido. Ou, aderir ao sistema do Simples Nacional, caso possa ser enquadrada como micro ou pequenas empresas segundo estabelecido na legislação federal. Estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas (Lei 9.718/98, art. 14): I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$ 48 milhões de reais ou a R$ 4 milhões de reais mensais ( Lei 10.637/2002); II – cujas atividades sejam de: bancos comerciais; bancos de investimentos; bancos de desenvolvimento; caixas econômicas; sociedades de crédito; financiamento e investimento; sociedades de crédito imobiliário; sociedades corretoras de títulos; valores mobiliários e câmbio; distribuidora de títulos e valores mobiliários; empresas de arrendamento mercantil; cooperativas de crédito; empresas de seguros privados e de capitalização; e entidades de previdência privada aberta; III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capitais oriundos do exterior. Neste caso não se enquadram a venda de produtos ou serviços ao exterior; IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/96; VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 26 direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF 25/99). O custo orçado é entendido como a modalidade de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras. O regime do lucro real tem por vantagens: • Os tributos incidentes sobre o lucro, o IR e a CSLL, terão seus valores definidos quando do fechamento do balanço tendo por base de cálculo valores realmente apurados segundo o DRE e efetivamente devidos; • Os tributos poderão ser recolhidos segundo valores efetivamente devidos, parceladamente, durante o exercício seguinte, ou seja, após aquele em que ocorrer a apuração do lucro. Como desvantagem, a empresa deverá dispor de um sistema de escrituração contábil necessário a atender a legislação específica e manter a guarda da documentaçãodurante determinado período, cinco anos. Na tabela da Fig. 13.3 – Tributos e Alíquotas incidentes sobre o Lucro Real são relacionados os tributos e a variação das alíquotas dos mesmos. No caso das alíquotas serem variáveis, recomenda-se ao interessado acessar a legislação específica visando determinar o valor das mesmas. Quando a empresa opta pelo regime do lucro real, basicamente, os tributos são calculados seguindo os modelos: I - Base de calculo o valor do faturamento: TRI = αFAT × Faturamento II - Base de calculo o lucro: TRI = αLUCRO × Lucro 13.8 – O Imposto de Renda – Lucro Real. 13.8.1 – Conceituação. A base de calculo do imposto de renda difere quando a empresa opta pelo regime do lucro real, do lucro presumido ou do simples nacional. A definição, nos dois primeiros casos, será efetuada nos itens 13.9 e 13.11 No caso do Simples Nacional, sua consideração ocorrerá no item 13.12. A base de cálculo do tributo, neste caso, é o lucro real líquido apurado no DRE antes da provisão para o Imposto de Renda, ou seja, o LAIR. ( BC=LAIR). O IR quando calculado sob o lucro real, apresenta dois patamares de calculo ( Ver Tab.13.4): • Uma alíquota de 15% do valor do LAIR; Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 27 • Uma alíquota adicional de mais 10% sobre o excesso, ocorrendo um lucro líquido anual superior a R$ 240 mil. O valor do Imposto de Renda devido, então, será calculado sob o seguinte modelo: IRLR= 0,15 × LAIR + 0,10 × (LAIR – 240.000,00) Ressalta-se que, o tributo sobre o excesso a pagar, isto é, {0,10 × (LAIR – 240.000,00)}, não pode ser negativo, pois ocorreria uma redução do imposto a pagar, o que é incompatível tributariamente falando. O tributo devido, sob o regime do lucro real, é recolhido ao tesouro nacional após apurado o balanço do exercício de uma única vez ou parcelado, nos termos da legislação do imposto de renda. O regime do lucro real pode ser financeira e economicamente interessante à empresa, pois, além de recolher o tributo durante o exercício seguinte à realização do lucro, o efetua sobre montante do lucro apurado. 13.8.2 – Exercício I. Renda - Lucro Real Como exemplo de calculo do Imposto de Renda, seja uma empresa que auferiu num dado exercício um lucro (Lair) no montante de 530.000,00 R$. O tributo apurado, no montante de R$ 108.500,00 foi calculado sob o seguinte procedimento: TRI = αLUCRO × Lucro 530.000,00 × 0,15 = 79.500,00 (530.000,00 – 240.000,00) × 0,10 = 29.000,00 Tributo = R$ 108.500,00 I – Imposto de Renda Enquadramento Base de Cálculo Alíquota Excesso 1 – Empresário ou Pessoa Física Desconta o imposto diretamente na fonte pagadora, segundo a tabela progressiva mensal. Tabela Progressiva Mensal 2012 - em R$ Alíquota % Parcela do IR em R$ Até 1.637,11 isento - De 1.637,12 até 2.453,50 7,5 122,78 De 2.453,51 até 3.271,38 15,0 306,80 De 3.271,39 até 4.087,65 22,5 552,15 Acima de 4.087,65 27,5 756,53 2 - Sociedade Civil ou Limitada Lucro Real 15% Acima de R$ 240.000,00 por ano, sobre o excesso, incide mais 10%. II – Contribuição Social sobe o Lucro Líquido - CSLL Todas as empresas Lucro Real 9,00% - III – PIS – PASEP Todas as empresas Faturamento 1,65% - IV - COFINS Todas as empresas Faturamento 7,60% - Fonte: Receita Federal 12/2012. Tab. 13.4 – Lucro Real – Alíquotas Tributos Federais Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 28 13.9 – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – Lucro Real A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido foi instituída pela Lei nº 7.689 de 15.12.1988 e segundo o seu Art. 3º: Este tributo pode ter como base de calculo o lucro ou o faturamento caso a empresa opte, respectivamente, pelo regime do lucro real ou do lucro presumido. Ver alíquotas na Tab. 13.4. 13.9.1 – Conceitos e alíquotas. Quando opta pelo regime do Lucro Real a alíquota do tributo é estabelecida em 9% (nove por cento) incidente sobre a base de calculo. No caso, o lucro bruto antes do imposto de renda. CSLL(LR) = α CSLL x LAIR No caso da empresa ter optado pelo regime de tributação sob o lucro real, a base de calculo do tributo é o lucro real apurado no final do exercício fiscal, do mesmo modo que a do Imposto de Renda. Segundo o Art. 2º da Lei anteriormente citada, a base de cálculo da contribuição corresponde ao valor do resultado do exercício, LAIR, antes da provisão para o imposto de renda, com acréscimos e deduções na forma da lei. 13.9.2 – Exercícios de aplicação. Uma empresa optante pelo regime do lucro real apresentou um lucro líquido antes do imposto de renda, LAIR, no montante de R$ 365.780,00. Ela deseja saber qual o percentual do faturamento comprometido com a provisão para o imposto de renda e com a CSLL. a) Provisão para o Imposto de Renda. Nesta situação, o imposto de renda a pagar é de, R$ 67.445,00 conforme abaixo calculado. LAIR:..................................... 365.780,00 R$ Imposto de Renda = 365.780,00 × 0,15 = 54.867,00 R$ Excesso de Imp. Renda = 125.780,00 × 0,10 = 12.578,00 R$ Imposto de Renda a pagar = 54.867,00+12.578,00 = 67.445,00 R$ A alíquota final do Imposto de Renda, então, corresponde a 18,44% do Lucro Real ou LAIR. %, . . FAT IR TOTAL 4418780365 44567 ⇒==α b) Provisão para a CSLL. $R,..,LAIRCSLL CSLL 2092032780365090 =×=×α= c) Percentual Total. Considerando que o Imposto de Renda e a Contribuição Social dispõem da mesma base da calculo, a tributação total realizada sobre o lucro líquido antes do imposto de renda, LAIR, correspondem, no caso, a 27,44% do mesmo: Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 29 %, . ,. . ,.,. LAIR CSLLIR TOTAL 4427780365 20365100 780365 20920320044567 ⇒= + = + =α 13.10 – COFINS e PIS-PASEP. (6) Tanto o COFINS como o PIS-PASEP tem por base de cálculo o faturamento. O valor destes tributos é definido pelo modelo: TRI = αFAT × Faturamento As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS são efetuadas segundo duas regras gerais de apuração, denominadas de incidência cumulativa e incidência não- cumulativa. Sob cada um desses regimes, as alíquotas dos tributos são distintas. Ver. Tab. 13.4. Porém, alerta-se que esses tributos possuem, ainda, diversos regimes especiais de apuração. Finalizando, seja sob a opção do Lucro Real como a do Lucro Presumido, tanto o PIS-PASEP como o COFINS são tributos pagos mensalmente. (6) Fonte: excertos do site http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/PisPasepCofins/RegInciden cia.htm - Em 15.11.2007. COFINS: LC nº 70 de
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