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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Uma Introdução à Preparação e Avaliação de Projetos Agroindustriais Parte II: Análise Financeira Carlos Arthur B. da Silva, Ph.D. Junho de 2001 2 Uma Introdução à Preparação e Avaliação de Projetos Agroindustriais Parte II – Análise Financeira1 Carlos Arthur B. da Silva2 Prefácio A agregação de valor no setor agrícola através da agroindustrialização é geralmente considerada como uma das políticas mais eficientes que podem ser implementadas para se atingir o desenvolvimento econômico sustentável. De fato, investimentos em processamento agrícola são conhecidos por apresentarem efeitos multiplicadores significativos, devido às chamadas ligações para frente e para trás dentro da cadeia produtiva do setor. Outros benefícios trazidos por investimentos agroindustriais surgem do nível de geração de emprego relativamente alto, do melhoramento na qualidade de alimentos e fibras, e da possibilidade de operação eficiente em pequena escala. Ao perceberem os benefícios da agroindustrialização, governos e organizações internacionais têm criado vários programas de desenvolvimento agroindustrial. Esses programas tipicamente incluem oferecimento de crédito e assistência técnica a investidores em potencial e muitos têm, como alvo específico, grupos de pequenos produtores e investidores de pequena escala como seus beneficiários. No sentido de avaliar a viabilidade de um empreendimento agroindustrial, um investidor em potencial, seja público ou privado, deve considerar um número de tópicos, os quais variam desde estratégias de marketing até preocupações tecnológicas, financeiras e organizacionais. Diversas fontes de riscos e incertezas também devem ser devidamente consideradas, a fim de minimizar a probabilidade 1Economista Agrícola, PhD.; Professor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa; Brasil; e-mail: carthur@mail.ufv.br 2Traduzido do Original em Inglês por Michelle Oliveira Usuario Highlight Usuario Highlight 3 da empresa não ser bem sucedida. Por estas razões, formulações e análises adequadas tornam-se instrumentais para o sucesso de qualquer programa de desenvolvimento agroindustrial. Este texto tem por objetivo constituir-se em uma ferramenta para orientar o processo de preparação e avaliação de projetos agroindustriais. Ele apresenta os conceitos relevantes e descreve procedimentos metodológicos normalmente seguidos por profissionais, doadores, organizações internacionais, e instituições de crédito, ao prepararem e avaliarem projetos agroindustriais. O texto é um material auxiliar do software “AgriVenture”, distribuído pela Food and Agriculture Organization (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU) como parte de seu projeto de disponibilizarão de acesso ao conhecimento básico designado por INPhO (www.fao.org\inpho). O trabalho está dividido em 2 partes separadas. Esta segunda parte trata dos assuntos relacionados à avaliação financeira de projetos agroindustriais, enquanto que a Parte I descreve os principais conceitos e aspectos metodológicos relacionados à preparação de um projeto agroindustrial. Sendo uma fonte introdutória, o texto foi intencionalmente mantido o mais conciso possível. Referências para uma leitura a mais profunda de são sugeridas ao longo da apresentação. Os leitores são fortemente estimulados a usar o programa “AgriVenture”, assim como os projetos seus exemplos nele demonstrados, para aprimorar o entendimento dos conceitos e procedimentos aqui apresentados. O autor deseja agradecer as contribuições dos estudantes da Universidade Federal de Viçosa que leram o primeiro esboço e apresentaram sugestões valiosas. A assistência de Chris Fields na edição deste texto também é reconhecida. Deseja- se, também, agradecer ao corpo técnico da AGSI na FAO, especialmente ao José Machado e François Mazaud, pela oportunidade de participar no projeto AgriVenture e pela suas contribuições na revisão deste material. Certamente, quaisquer erros e omissões que tenham permanecido são inteiramente de responsabilidade do autor. 4 Introdução à Preparação e Avaliação de Projetos Agroindustriais Parte II – Avaliação Financeira 1. Introdução O conjunto de informações coletadas durante os vários estágios da preparação do projeto deve ser condensado de modo que permita aos investidores, concessores de empréstimo, e outras partes interessadas avaliarem a utilidade da alocação de recursos no referente projeto. Questões financeiras serão uma chave de entrada paras as suas análises de investimentos, e por esta razão, elas devem ser discutidas nesse texto. Os investidores irão querer saber se a lucratividade esperada do projeto garante o investimento, se os benefícios excedem os custos, se os seus retornos esperados são compatíveis com outras alternativas de investimento, e qual o grau de risco envolvido. Os financiadores também estão interessados na lucratividade intrínseca do projeto, mas estão mais preocupados se os lucros são suficientes para cobrir o débito. Outras partes, tais como governos e organizações internacionais, podem querer avaliar o impacto geral do projeto na economia. A analisa econômico- financeira fornecerá os meios de discutir essas preocupações. Há diferentes estruturas encontradas na literatura técnica com as quais pode- se analisar o projeto financeiramente, mas a maioria delas se baseiam em um grupo comum de indicadores financeiros. Diferenças existirão no nível de detalhamento exigido para a análise; algumas podem exigir o uso de extratos de conta (ex.: balanço patrimonial) ou o cálculo de índices financeiros especiais. Para o propósito deste artigo, nós iremos nos concentrar nos conceitos e técnicas consideradas as mais comuns na avaliação de projetos agroindustriais. Há também os conceitos e técnicas requeridos par o uso do software “AgriVenture”. Mais detalhes podem ser Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 5 encontrados nos manuais da UNIDO já citados com freqüência, e em referencias de Engenharia Econômica, tais como WHITE et al (25). Uma estrutura conveniente para a discussão da análise financeira de projetos de investimento provém da UNIDO (21). Empregando-se esta estrutura, a avaliação é organizada em 2 seções: “análise da lucratividade do investimento” e “análise financeira”. Ambas as análises devem ser realizadas, já que elas são complementares. A primeira reflete os próprios méritos e deficiências do projeto, e exclui os custos financeiros; a última inclui os custos financeiros. As duas abordagens vão requerer a construção de uma planilha representando o de fluxo de caixa projeto. O fluxo de caixa é o instrumento principal usado para a realização de uma análise financeira. Como mencionado anteriormente, fluxos de caixa retratam a série anual dos custos e benefícios durante o horizonte de planejamento de um projeto. Este horizonte de planejamento deve ser estabelecido pelo analista e, é comumente baseado na vida útil dos principais bens. Para projetos agroindustriais, podemos considerar 10 anos de operação como um horizonte de planejamento razoável, já que todos os equipamentos estariam completamente depreciados dentro deste tempo. Os itens que devem ser considerados na preparação de um fluxo de caixa podem variar, dependendo das exigências do financiador ou dos procedimentos específicos seguidos em um determinado país. Embora não exista um modelo universal a ser seguido, algumas orientações gerais podem ser fornecidas. Tipicamente,o formato básico que será usado está apresentado a seguir: Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 6 TABELA 1 Fluxo de Caixa para a Análise da Lucratividade do Investimento: Formato Básico Ano ITEM 0 1 2 ... n 1. Investimentos 2. Receitas 3. Custos (incluindo depreciação) 4. Lucros tributáveis (2-3) 5. Impostos 6. Lucro líquido (4-5) 7. Depreciação 8. Fluxo Líquido de Caixa (-1+6+7) 9. Fluxo de Caixa Acumulado O fluxo de caixa considera todas as saídas e entradas de fundos durante o horizonte de planejamento do projeto. Note que acrescentamos uma coluna para o estágio pré-operacional da empresa, quando a maior parte dos trabalhos da construção civil, aquisição e instalação de equipamentos está ocorrendo. Note também que a depreciação é adicionada como um item positivo na linha 8, já que ela não representa uma saída efetiva de caixa. Na linha 3, incluímos a depreciação como um item de custo fixo, para reduzir os lucros tributáveis. Baseado nos valores de fluxo líquido de caixa, pode-se calcular os principais indicadores financeiros necessários para analisar a lucratividade do investimento. Estes principais indicadores são: - a taxa simples de retorno - o tempo de recuperação de capital Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 7 - o valor presente líquido - a taxa interna de retorno Embora não seja verdadeiramente um indicador financeiro, os pontos de nivelamento (a pontos de equilíbrio) podem também ser calculados e usados como um critério adicional na avaliação do projeto. O fluxo de caixa de uma fábrica de produção de queijo pequena escala é apresentado abaixo. Preparado pelo autor e seus colaboradores, ele será usado para ilustrar os cálculos de alguns indicadores financeiros discutidos nesta seção. Usuario Highlight Usuario Highlight 8 TABELA 2 Fluxo de Caixa Operacional para uma Fábrica de Produção de Queijo em Pequena Escala (Valores em Reais; US$ 1 = R$ 1.85) Item Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Investimento Inicial Capital Fixo -68066 Capital de Giro -10852 Receitas totais 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 Custos totais 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 Lucro líquido 21233 21233 21233 21233 21233 21233 21233 21233 21233 21233 Imposto de Renda 6370 6370 6370 6370 6370 6370 6370 6370 6370 6370 Lucros líquidos 14863 14863 14863 14863 14863 14863 14863 14863 14863 14863 Depreciação 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 Fluxo de Caixa Líquido -68066 7566 18418 18418 18418 18418 18418 18418 18418 18418 18418 Fluxo de Caixa Acumulado -68066 -60500 -42083 -23665 -5248 13170 31587 50005 68422 86840 105257 9 2. Análise da Lucratividade do Investimento 2.1 Taxa Simples de Retorno Este indicador expressa a razão entre o lucro líquido em um ano normal de operação do projeto e o investimento inicial em capital fixo e de giro. Ele pode ser calculado tanto para o capital total investido, incluindo os empréstimos, quanto para o capital próprio apenas. A taxa simples de retorno para o capital total investido é dada por R = ((NP + I ) / K) x 100 Onde R é a taxa simples de retorno, NP é o lucro líquido após depreciação, juros e impostos, I são os juros pagos, e K é o capital total investido. Para calcular a taxa simples de retorno sobre o capital de próprio (líquido), iremos usar a expressão: Re= (NP / Q) x 100 onde Re é a taxa simples de retorno sobre o patrimônio, e Q é o capital próprio investido. Um problema claro deste indicador é a necessidade de definir um ano normal de operação como base para o cálculo. Além disso, é uma medida estática, que não leva em conta o valor do dinheiro no tempo. Mas apesar destas limitações, a taxa simples de retorno pode ser usada para comparações iniciais com outras alternativas de investimento, especialmente se é esperado que o lucro bruto ocorra regularmente durante a maior parte do horizonte de planejamento de um projeto. 2.2. Tempo de Recuperação de Capital Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 10 Este é outro indicador estático e intuitivo, que é usado para expressar a quantidade de tempo necessária para um projeto gerar ganhos de caixa suficientes para permitir a recuperação do investimento inicial. O cálculo deste indicador é bem direto, como descrito abaixo: Ao examinar o fluxo de caixa liquido acumulado na Tabela 2, pode-se notar que os valores são negativos durante os anos iniciais de operação da indústria. O investimento inicial terá sido recuperado quando o fluxo líquido de caixa acumulado se tornar positivo. Alguns profissionais consideram o tempo de recuperação do capital o período no qual ocorre o primeiro fluxo de caixa líquido acumulado positivo; mas se quisermos ser mais precisos, uma interpolação linear pode ser usada para determinar o número aproximado de meses a ser acrescentado ao ano do último número negativo. Para exemplificar, considere o fluxo de caixa acumulado mostrado na TABELA 2. Será notado que o valor acumulado para o ano 4 é – 5248, e no ano 5 ele alcança 13170. Pode ser inferido que o valor acumulado seria zero em algum momento entre o quarto e o quinto ano de operação. A fórmula da interpolação linear para calcular o período de tempo fracional é X= 5248 / (13170 + 5248) = 0,28. Portanto, o tempo de recuperação do capital é 4,28 anos, ou aproximadamente 4 anos e 3 meses após o começo da operação da fábrica. Deve- se notar que alguns profissionais consideram o ano pré-operacional quando está se calculando tempos de retornos de capital. Se este fosse o caso, nós teríamos que adicionar o ano 0 no nosso exemplo, produzindo um tempo de retorno de capital de 5,28 anos. Ambos os métodos são válidos, desde que sejam explícitos quanto a qual definição de tempo de recuperação de capital está sendo usada. A simplicidade do indicador do tempo de recuperação do capital faz dele um critério largamente utilizado em análise de projetos. Ao decidir sobre projetos Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 11 alternativos, aqueles com menores tempos de recuperação são geralmente preferidos, pois quanto maior indicador, maiores os riscos associados ao investimento proposto. Não obstante, existem alguns problemas que limitam o valor do indicador de tempo de recuperação de capital em análises financeiras. Conforme apontam CARTER et al (5), este indicador ignora o valor do dinheiro no tempo, é incapaz de distinguir projetos com o mesmo tempo de retorno de capital, e pode levar a um investimento excessivo em projetos de curto prazo. 2.3 Valor Presente Líquido (VPL) A consideração do valor do dinheiro no tempo implica que qualquer valor monetário a ser recebido no futuro vale menos que o mesmo valor recebido hoje. Então, devemos utilizar um procedimento de desconto para determinar o valor atual dos fluxos futuros de saída e entrada de caixa. O valor presente líquido é definido como a soma das séries de saída e entrada de caixa de um projeto, descontado ano por ano, a uma taxa constante de juros. Matematicamente, nós temos n NPV = � NCFt / (1+i)t, t=0 onde NPV é o valor presente líquido, NCF é o fluxo decaixa liquido no ano 1, n é o número de anos considerados no fluxo de caixa, e i é a taxa de juros (taxa de desconto). A seleção da taxa de juros a ser usada para o cálculo do valor presente líquido é, de certo modo, um processo subjetivo e arbitrário. Uma orientação comum é usar o custo de oportunidade de capital, isto é, a taxa de juros que poderia ser ganha ao investir-se na melhor alternativa disponível. No caso de investimentos financiados por concessores de empréstimo a longo prazo, o manual da UNIDO (21) recomenda que a taxa real de juros paga seja usada como a taxa de desconto. Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 12 Projetos para os quais o valor presente líquido é maior ou igual a zero são consideráveis aceitáveis. No exemplo apresentado na TABELA 2, o VPL calculado, usando uma taxa de juros anual de 10 %, é R$ 35,236. Portanto, este projeto seria recomendado se o VPL fosse empregado como critério de decisão. Para os propósitos de comparação de investimentos alternativos, aquele com o maior VPL seria o recomendado. O valor presente líquido é um critério amplamente usado em análise da lucratividade do investimento. Ele fornece uma medida do valor total dos fluxos futuros de saída e entrada de caixa, em termos monetários atuais, levando em conta a vida inteira do projeto. A principal crítica ao uso do VPL é a dependência de seu valor calculado em relação a uma taxa de juros arbitrariamente selecionada. Por este motivo, um indicador alternativo também é calculado: a Taxa Interna de Retorno. 2.4. Taxa Interna de Retorno A Taxa Interna de Retorno (TIR) é definida como a taxa de desconto para a qual o valor presente líquido de um investimento é igual a zero. Ela também pode ser interpretada como a taxa para a qual o valor presente do fluxo líquido de caixa é exatamente igual ao valor presente líquido do investimento (investimento no ano zero). Para o empreendedor, a TIR expressa o nível de retorno que pode ser esperado a partir dos recursos aplicados naquele projeto específico. Matematicamente, a TIR é o valor da taxa de juros i para o qual n 0 = �NCFt / (1+i)t t=0 Se definirmos a variável X como igual a 1/(1+i), a expressão acima pode ser reescrita como Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 13 0 = NCF0 + NCF1 X + NCF2 X2 + NCF3 X3 .... + NCFt Xt Portanto, para calcular a TIR, teríamos que encontrar uma raiz positiva para a expressão polinomial acima, usando qualquer um dos conhecidos procedimentos iterativos para essa finalidade. Um método simples, porém tedioso e trabalhoso, é definir uma taxa de desconto inicial e calcular o VPL correspondente. Se o VPL for maior que zero, a taxa deve ser aumentada e vice-versa. O processo é repetido até que se encontre uma taxa que produza um VPL suficientemente próximo de zero; esta taxa de desconto é a TIR. Felizmente, a maioria dos modernos e difundidos softwares e calculadoras financeiras e científicas fornece funções próprias para calcular a TIR de um investimento. O leitor é incentivado a checar as funções financeiras disponíveis no seu software para experimentar o cálculo de taxas internas de retorno, talvez usando os valores para os fluxos de caixa da TABELA 2. A TIR calculada para o projeto representado na TABELA 2 é 20,0 % por ano. Numa decisão de investimento, este valor pode ser comparado com a taxa mínima da atratividade do capital. Se ela for maior que a taxa de atratividade, então projeto constitui uma alternativa financeira aconselhável. A TIR pode também ser usada para comparações financeiras entre projetos concorrentes, sendo aqueles que produzem maiores taxas internas de retorno os preferidos. Deve ser notado que os resultados dos cálculos da VPL e da TIR não vão sempre levar a recomendações de investimento semelhantes, quando comparações entre projetos estão sendo realizadas. Isto ocorre principalmente no caso de projetos com diferentes horizontes de planejamento, diferentes escalas de investimento, ou entre projetos mutuamente exclusivos. Os leitores são aconselhados a consultar a literatura especializada para obter maiores detalhes quanto ao uso da TIR e do VPL como critérios de seleção de projeto. Uma discussão inicial pode ser encontrada em CARTER et al (5). Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 14 2.5. Considerando os efeitos da inflação Uma prática comum na estimativa dos fluxos de caixa de um projeto é assumir que os preços permanecerão constantes durante o horizonte de planejamento do projeto. Sob esta hipótese, todos os custos e receitas do projeto são medidos num dado momento do tempo – geralmente o período no qual a preparação do projeto foi realizada. Se todos os valores monetários são considerados constantes, então os indicadores financeiros refletem a verdadeira atratividade do investimento. Pode-se comparar estas cifras com indicadores financeiros para investimentos alternativos e decidir quanto à implementação ou não do projeto sendo avaliado. A hipótese de preço constante é realista quando o efeito da inflação é considerado desprezível’ ou quando se considera que a inflação irá afetar igualmente as receitas e os custos. Sendo este o caso, os preços relativos permanecem constantes e os indicadores financeiros usuais podem ser usados para orientar decisões de investimento. No entanto, quando os analistas acreditam que a inflação afetará os custos dos insumos e as receitas do projeto segundo taxas diferentes, pode-se usar projeções de preço. Assim sendo, as séries futuras de custos e receitas não serão mais medidas por preços constantes, e sim por preços atuais (nominais). Quando esta opção metodológica é escolhida, os indicadores financeiros calculados têm que levar em conta o nível estimado de inflação, antes dos mesmos serem usados como suporte para decisões. Boas discussões sobre a consideração da inflação na análise de projetos são encontradas em NORONHA (14) e BEHRENS & HAWRANECK (2). Dadas as dificuldades inerentes na estimativa de níveis futuros de inflação, não se costuma considerar seus efeitos na avaliação e projetos. De fato, a maioria dos autores aconselha que, somente sob circunstâncias especiais (exemplo: hiperinflação), os analistas devem se preocupar em considerar, explicitamente, projeções de preço nos fluxos de caixa. De acordo com este argumento, Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 15 freqüentemente aponta-se que a análise de sensibilidade (a ser discutida adiante) pode tratar adequadamente dos efeitos de mudanças em preços relativos durante o horizonte de planejamento, na avaliação do projeto. 2.6. Análise de ponto de nivelamento A análise do ponto de nivelamento é um procedimento simplificado usado para estabelecer o nível de produção no qual as receitas totais se igualam aos custos totais. Abaixo do ponto de nivelamento (ou ponto de equilíbrio), as receitas estariam menores que os custos; e a empresa estaria incorrendo em perdas. Acima do ponto de nivelamento, as receitas excedem os custos e ocorrem lucros. A análise do ponto de nivelamento considera funções lineares para custos e receitas, uma pressuposição que pode não ser realista, se for o caso da existência de descontos de vendas por volumenos preços ou de reduções médias de custos quando a utilização percentual da capacidade da fábrica aumenta. A análise também considera que o volume de produção sempre se iguala ao volume de vendas. Contudo, para análise de projetos, estas simplificações são consideradas aceitáveis. O ponto de nivelamento pode ser expresso em termos de utilização percentual da capacidade da indústria, em número de unidades vendidas, ou em termos monetários. A figura 1 mostra um gráfico típico de ponto de nivelamento. Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 16 Figura 1 Gráfico do Ponto de Nivelamento 0 50 100 % Utilização da capacidade $ Fixed Costs Total Costs Total Revenues Area de Lucro Area de prejuizo Ponto de Nivelamento No ponto de nivelamento, a seguinte expressão pode ser aplicada: RT = V + F onde RT = Receitas totais V = Custos variáveis totais F = Custos Fixos Para uma empresa com um único produto, as receitas são dadas pelo número total de unidades vendidas multiplicado pelo preço e cada unidade. Os custos variáveis são calculados pela multiplicação do custo variável médio (custo de variável unitário) pelo número de unidades produzidas. A equação do ponto de nivelamento então se torna: P.Q = Ca. Q + F onde Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 17 P = preço de venda da unidade Ca = custo variável da unidade Q = número de unidades produzidas Reordenando os termos da expressão acima, encontramos: Q = F / (P-Ca) Para expressar o ponto de nivelamento em termos de percentagem da utilização da capacidade, nós podemos usar a expressão TR.u = V.u + F onde u é a utilização percentual da capacidade da planta no ponto de nivelamento. Obviamente, u = F / (TR-V) A utilização percentual do indicador do nível do uso da capacidade da fábrica pode ser empregada no caso de produtos múltiplos, notando-se que isto presume que o mix de produção e os respectivos custos variáveis e receitas irão variar, proporcionalmente, com as variações na utilização da capacidade da fábrica. Para agroindústrias, onde a utilização da capacidade geralmente se refere ao processamento de um certo nível de algumas matérias-primas comuns, a percentagem da capacidade em uso é um indicador bem razoável do ponto de equilíbrio. Mas deve ser notado que alguns autores recomendam expressar o ponto de nivelamento em termos de receitas totais, quando se consideram múltiplos produtos. Isto implica que as unidades monetárias são usadas em os ambos eixos do gráfico do ponte de nivelamento. Porém, se as premissas sobre a existência de um mix fixo de produto e a função linear de custo são verdadeiras, os tratamentos (monetário e percentual) serão equivalentes. Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 18 A expressão usada para calcular o ponto de nivelamento em unidades monetárias é TRbep = F / (1 – (CV/TR)) onde TRbep é a receita total no ponto de nivelamento Ao analisarmos o gráfico do ponto de nivelamento, seremos capazes de obter a informação inicial sobre o grau de risco associado à empresa sob avaliação. Altos pontos de nivelamento significam que a indústria tem que produzir e vender elevados níveis de produto para igualar receitas e custos, uma característica que sugere que o risco de ocorrerem prejuízos é alto. O ponto de nivelamento pode também ser usado para avaliar o impacto da variação das nossas considerações sobre custos e receitas. Ele tipo de análise de sensibilidade poderá, posteriormente, ilustrar o grau de risco associado ao projeto avaliado. Concluindo, deve ser apontado que a análise do ponto de nivelamento pode ou não considerar os custos financeiros. Se estes custos são levados em conta, eles serão adicionados aos custos fixos do projeto e, o cálculo poderá ter que ser realizado ano a ano durante os estágios iniciais do horizonte de planejamento. Isto é exigido se o pagamento de juros variam na medida em que os empréstimos porém sendo ressarcidos, o que ocorre quando o pagamento de juros é determinado pela multiplicação da taxa . 3. Análise financeira A análise da lucratividade do investimento, discutida na seção anterior, reflete os méritos e limitações intrínsecas do projeto. Porém, a análise é conduzida sem levar em conta os custos de pagamentos de dividendos e o serviço da dívida, ambos os quais afetam os fluxos de entrada e saída de caixa. Empreendedores, financiadores, e outras partes envolvidas têm interesse em avaliar a capacidade do projeto assegurar um fluxo de caixa balanceado, isto é, um equilíbrio adequado Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 19 entre as entradas e saídas anuais de caixa durante o horizonte de planejamento. Certamente, se os fluxos de caixa líquidos não estão adequadamente equilibrados, a implementação e operação da empresa serão afetadas. No intuito de avaliar a liquidez de um projeto, o analista utilizará um formato de fluxo de caixa modificado, que inclui o serviço da dívida e o pagamento de dividendos, se justificado. Este formato é conhecido como o “fluxo de caixa para o planejamento financeiro ou o quadro de capacidade de pagamento”. Como no caso da análise da lucratividade do investimento, não há um formato universal para o desenho desta tabela. Para propósitos ilustrativos, o modelo simplificado sugerido por WEKERLIN (23) é resumido abaixo (TABELA 3). Os leitores são aconselhados a consultar instituições financeiras locais ou especialistas em análise de projetos, antes decidir sobre um formato adequado para a tabela. TABELA 3 Fluxo de Caixa para Análise de Liquidez: Formato Básico Ano ITEM 0 1 2 ... n 1. Receitas de vendas 2. (-) Custos totais 3. (-) Juros pagos 4. (=) Lucro antes do imposto de renda 5. (-) Imposto de renda 6. (+) Depreciação 7. (-) Prestações do pagamento 8. (=) Balanço líquido de caixa Utilizando as informações da tabela acima, os financiadores do projeto estarão na posição de avaliar a adequação do arranjo financeiro e determinar se o balanço líquido de caixa é suficiente para assegurar um nível razoável de liquidez. Os concessores de empréstimo, por outro lado, irão usar esta tabela para julgar se o Usuario Sticky Note Capacidade de pagamento da epresa frente as suas obrigações. 20 projeto pode gerar receitas suficientes para recuperar o serviço da dívida esperado e outros custos, enquanto fornece um retorno aos empreendedores. Para o nosso exemplo da fábrica de queijo, o fluxo de caixa para razões de planejamento financeiro é mostrado da TABELA 4. Tabela 4 Fluxo de Caixa para Planejamento Financeiro – Indústria de Queijo Item Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Receitas totais 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 101288 Custos totais 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 80054 Juros 6607 6128 5395 4600 3737 2800 1784 682 Lucro liquido antes dos impostos 14627 15105 15838 16634 17497 18433 19449 20552 21233 21233 Imposto de renda 4388 4532 4751 4990 5249 5530 5835 6165 6370 6370 Depreciação 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 3554 Prestação do pagamento do empréstimo 4056 8625 9358 10154 11017 11953 12969 14072 Balanço de caixa líquido 9737 5503 5283 5044 4785 4504 4199 3869 18418 18418 Pode ser visto que o projeto tem um nível adequado de liquidez. Todas as saídas de caixas são cobertas, e um excedente é gerado em todos os anos dentrodo horizonte de planejamento. 4. Considerando incerteza e risco na análise de projeto Durante o longo e trabalhoso processo de preparação e avaliação de um projeto, os analistas se esforçam para utilizar informações confiáveis e adotar suposições razoáveis sobre as diversas variáveis técnicas e econômicas. Apesar da precaução e racionalidade na escolha de parâmetros, dos cálculos, e das informações relacionadas aos procedimentos, não se deve desconsiderar a possibilidade de erros e omissões. Além disso, o ambiente econômico no qual um projeto será inserido não é estático. Ao contrário, preços de produtos, custos de insumos, taxas de câmbio, impostos, e outras variáveis chave do projeto estão sujeitas a mudanças, devido às forças de mercado, políticas de governo, e outros fatores não controláveis. O grau 21 em que alterações nestas variáveis irão afetar os indicadores financeiros do projeto deve ser determinada, e as ferramentas de análises de sensibilidade e de risco podem ser usadas para tal. Antes de revisar as técnicas de análise de sensibilidade e de risco, a distinção entre os conceitos de risco e incerteza deve ser feita. Embora seja comum encontrar estes dois termos empregados de forma intercambiável, incerteza tecnicamente se refere aos eventos para os quais a probabilidade de ocorrência é desconhecida o termo “Risco” está associado aos eventos para os quais as distribuições de probabilidade são conhecidas. A análise de risco requer um alicerce sólido na teoria de probabilidades e envolve técnicas quantitativas bastante sofisticadas, enquanto que a incerteza pode ser avaliada usando-se procedimentos bem mais simples. Iremos discutir a seguir o tratamento da incerteza pela análise de sensibilidade. 4.1. Análise de Sensibilidade A análise de sensibilidade consiste da variação sistemática em parâmetros chave do projeto (preços de insumos, preços de produtos, volume de venda, etc.) para calcular os efeitos destas mudanças sobre indicadores financeiros selecionados, tais como o valor presente líquido ou a taxa interna de retorno. As variações serão tanto positivas quanto negativas e serão realizadas independentemente, ou seja, uma mudança de cada vez deve ser feita e para cada variável; todas as outras variáveis permanecem constantes nos seus níveis originais. A análise de sensibilidade ajudará a estabelecer e o grau de resposta da taxa de retorno à alterações em uma variável chave do projeto. Pelo fato de que as matérias-primas, tipicamente, possuem a maior participação na estrutura de custos de um projeto agroindustrial, é comum que pequenas mudanças nos custos da matéria-prima terão grandes impactos sobre a taxa de retorno, principalmente em projetos agroindustriais de pequena escala. Se as margens de lucro não são suficientemente altas, as mudanças nos custos irão, realmente, causar queda nos retornos, talvez abaixo do nível mínimo para assegurar a viabilidade. Quanto maior a Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 22 sensibilidade do projeto em se alterar em relação a uma variável chave, maior o grau de incerteza ligado ao projeto em questão. Os resultados da análise de sensibilidade podem ser apresentados em tabelas ou gráficos, que simplesmente mostram as diferentes taxas internas de retorno (ou os valores presentes líquidos), quando mudanças percentuais são introduzidas em cada variável chave durante todo o horizonte de planejamento do projeto, como ilustrado abaixo: TABELA 5 Análise de Sensibiliade para o Projeto da Fábrica de Produção de Queijo Taxas Internas de Retorno % Mudança Investimento Fixo Receitas Custos -20% 26% - 24% -15% 25% 0% 23% -10% 23% 7% 22% -5% 21% 14% 21% 0% 20% 20% 20% 5% 19% 26% 19% 10% 18% 31% 18% 15% 16% 37% 17% 20% 15% 42% 17% Ao examinarmos a Tabela 5, podemos ver que a taxa interna de retorno é muito sensível a variações na receita. Se a receita fosse reduzida em mais de 15% em relação ao período total de planejamento, o projeto não iria produzir uma taxa de retorno positiva. Por outro lado, a taxa interna de retorno é menos sensível a variações de custos. As receitas deste projeto são altas o suficiente para suportar aumentos de custos, porque ele opera com uma margem de lucro relativamente alta. Dentro do âmbito considerado, variações nas estimativas do investimento fixo total não afetarão, significativamente, a taxa interna de retorno calculada. Os números na Tabela 5 podem ser mais facilmente interpretados quando plotados em um gráfico conhecido como Gráfico “Aranha” (Figura 2). Neste gráfico, a porcentagem de mudança é representada no eixo horizontal e as taxas internas de Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 23 retorno no eixo vertical. Cada linha do gráfico “Aranha” corresponde a uma das variáveis chaves analisadas. Quando mais inclinada a linha, mais sensível é o projeto a mudanças naquela variável. FIGURE 2 Análise de Sensibilidade - Gráfico “Aranha” A determinação da magnitude das mudanças percentuais a serem levadas em conta na análise de sensibilidade vai depender do intervalo de valores que cada uma das variáveis chave incluídas pode realmente assumir. No nosso exemplo, usamos mudanças uniformes no intervalo de +/- 20% em torno dos valores básicos da variável, considerando um intervalo regular de 5%. Entretanto, esta escala âmbito pode ser ajustada para cada variável em particular – não há razão para manter uniformidade (10). Quando as variáveis testadas são muito sensíveis a incertezas, o analista deve ter uma preocupação especial com relação às premissas consideradas nas suas estimativas. A informação básica empregada nos cálculos deve ser cuidadosamente verificada e um esforço deve ser feito no sentido de assegurar um alto grau de precisão nas estimativas. Inversamente, quando variáveis chaves não 0% 10% 20% 30% 40% 50% -20% -10% 0% 10% 20% % Mudança Ta x a In te rn a de Re to rn o Fixed Investment Revenues Costs Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 24 afetam a sensibilidade do projeto em uma grande extensão, o grau de precisão nas estimativas não precisa ser elevado. Como visto, a análise de sensibilidade fornece informações valiosas com relação à capacidade do projeto para suportar os efeitos das incertezas que afetam suas variáveis chave. Mas, ela não nos diz nada sobre o efeito combinado de mudanças em mais de uma variável, e nem trata da questão da probabilidade da ocorrência de mudanças hipotéticas. Para considerar estas questões, precisamos lançar mão da análise de risco. 4.2. Análise de Risco Foi afirmado anteriormente que a análise de risco é baseada na teoria da probabilidade. De fato, se pudermos atribuir, através de procedimentos de amostragem estatística, probabilidades para cada possível valor que uma variável chave do projeto pode assumir, torna-se possível obter uma distribuição de freqüência para a taxa interna de retorno, valor presente liquido ou outra medida de referência de avaliação de projeto. Então, ao invés de avaliar um projeto com base numa estimativa de um único valor para preços, custos e outras variáveis qualquer, podemos levar em consideração uma distribuição de probabilidade completa para os valores esperados. A simulação de Monte Carlo é a técnica mais largamente usada em análise de risco. Ela consiste de um procedimento sistemático para amostragem a partir de distribuições de probabilidade combinado com o uso dos valores amostrais para recalcular o fluxo de caixa de um projeto e os critérios de decisão de investimentos a ele associados. O nomeMonte Carlo é uma alusão ao mecanismo de chance envolvido na seleção de números aleatórios para escolher um valor de amostra variável. Como roletas constituem um modo de gerar números aleatórios, a referência ao famoso cassino foi associada com o procedimento de simulação (20). Os passos para executar à simulação Monte Carlo para análise de risco na avaliação de projeto podem ser resumidos como: Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 25 - Selecione as variáveis relevantes, preferencialmente com a realização de uma análise de sensibilidade, e identifique aquelas com maiores respostas em termos de impactos no projeto. - Atribua uma distribuição de probabilidade para cada variável relevante. Note que esta é uma decisão altamente subjetiva. Distribuições de probabilidade podem ser estimadas empiricamente a partir de séries de dados. Podem também ser obtidas de especialistas ou especificadas teoricamente pelo analista. Algumas das distribuições teóricas mais usadas são a uniforme, a triangular e normal. Para maiores informações sobre os seus usos, os leitores podem se referir a SZEKERES (20). - Usando um computador, selecione aleatoriamente os valores para as variáveis chave, seguindo as suas respectivas distribuições de probabilidade. - Calcule as estimativas para os critérios relevantes da avaliação do projeto (taxa interna de retorno, valor presente líquido, etc.). - Repita o processo várias vezes, até que uma distribuição de freqüência para os critérios de avaliação escolhidos possa ser construída. Embora o método de simulação Monte Carlo seja bastante trabalhoso, softwares comerciais especializados estão disponíveis como “Add-ins” para planilhas eletrônicas, facilitando muito o seu uso em análises de projetos. Os resultados apresentados abaixo, para o nosso exemplo da indústria de processamento de queijo, foram calculados com o uso de um software que funciona em conjunto com Microsoft EXCEL conhecido como @RISK (Palisade Corporation). Para esta análise ilustrativa, apenas uma variável – o preço do leite – foi avaliada. Uma distribuição triangular foi usada, na qual valores de preço mínimo, máximo e modal foram estabelecidos, baseados em comportamentos passados. Foram realizadas mil amostragens. Usuario Highlight Usuario Highlight Usuario Highlight 26 Figura 3 Distribuição de Freqüência para a Taxa Interna de Retorno – Indústria de Processamento de Queijo Os resultados indicam que, sob o risco do preço do leite, a unidade de processamento de queijo possui uma taxa interna de retorno média de 20%, com valores esperados máximo e mínimo, respectivamente, de 28% e 11% por ano. Considerando a taxa de atratividade 10% ao ano, pode-se inferir que o projeto apresenta um baixo grau de risco. 5. 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