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producao mais limpa

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16/10/2017
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Produção mais Limpa: 
conceitos e definições
metodologia
Gestão Ambiental: evolução histórica
0) Omissão (décadas de 50/60)
diluir e dispersar, ‘NIMBY’
impedir efeitos da poluição gerada pelo
processo produtivo
atender às leis e normas
controle / remediação
Não elimina o problema
ações não trazem vantagens econômicas
ou agregam valor ao produto
1) Controle da poluição (anos 70/80)
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ações pontuais, pouco articuladas ente si
reduzem custos com tratamento e obtenção
de matéria-prima
alguma vantagem econômica
2) Reciclagem no processo (anos 70/80)
Redução na fonte
geradora
3) Abordagens proativas (meados de ‘80 / início de ‘90)
Estratégias reativas e proativas (ex.: gestão de resíduos)
- Interna
- Externa
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PRODUÇÃO (MAIS) LIMPA – P+L
(Prevenção da Poluição – P2)
não é um conceito novo no setor industrial...
1975 - Joseph Ling (3M):
programa “Prevenção da Poluição Compensa” ou 3P
(de ‘Pollution Prevention Pays’)
Prevenção da poluição (P2)
Avanços tecnológicos e administrativos:
- baixos investimentos em modificações na planta e no processo
- zero investimento extra em equipamentos de controle da poluição
3M (1975 – 2013):
- Mais de 10.000 projetos de P2
- Aprox. 2 milhões de toneladas de resíduos não gerados
(efluentes, resíduos sólidos, emissões)
- Mais de US$ 1,8 bilhão economizados
referente ao 1º ano de execução de cada projeto
Joseph Ling (1919-2006)
“O desperdício de hoje 
nos levará à escassez 
do amanhã”.
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O que é P+L (P2)
 uso mais eficiente dos recursos naturais
minimizar geração de resíduos, poluição e riscos à saúde humana
- conservar matérias e energia,
- eliminar uso de materiais tóxicos,
- reduzir a quantidade e toxicidade das possíveis emissões e resíduos,
- reduzir os efeitos negativos do produto ao longo do seu ciclo de vida
- planejar e executar serviços de forma ambientalmente adequada
“Aplicação contínua de uma estratégia ambiental
preventiva, integrada e aplicada a processos, produtos e
serviços de modo a aumentar a eficiência geral e reduzir
os danos e riscos para os seres humanos e o meio
ambiente.”
Benefícios da P+L
- redução de (gastos com) uso de água,
materiais, energia e gerenciamento de
resíduos;
- aumento na qualidade do produto
maior competitividade
Econômico
Social Ambiental
- mais segurança no ambiente de
trabalho;
- menos afastamentos por acidentes;
- aumento na motivação;
- menos conflitos com a comunidade
(entorno);
- melhoria da imagem da empresa
- redução do uso de matérias-primas 
tóxicas;
- redução da geração de resíduos;
- minimização da simples transferência 
de poluentes; 
- melhoria do desempenho ambiental; 
- redução e eliminação de conflitos com 
órgãos de fiscalização
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Barreiras (a vencer / contornar):
ECONÔMICAS
- aumento no custo de operação (novos
equipamentos)
- falta de capital para continuidade de projetos
- transferência de capital para outros projetos
- previsão de pequeno benefício econômico
TÉCNICAS
As reais barreiras: 
- falta de capacidade técnica (efetuar mudanças)
- mudanças frequentes na produção (sistemas em batelada)
- limitações de espaço e instalações (eletricidade, água)
- preocupações técnicas sobre a qualidade do produto
- barreiras comportamentais (recusa à mudança)
- barreiras institucionais (falta de apoio da gerência)
REGULATÓRIAS
- entraves legais
- custo e tempo para obter ou renovar
licenças
- limitações impostas ao transporte de
resíduos
Metodologia para 
implantação de 
programas de P+L
Programa  continuidade...
Projeto começo, meio, fim...
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1) comprometimento da direção da empresa
2) definição da equipe de P+L
3) elaboração da Declaração de Intenções
4) estabelecimento de prioridades, objetivos e metas
5) elaboração de cronograma de atividades
6) disseminação de informações sobre P+L
7) levantamento de dados
8) definição de indicadores de desempenho
9) identificação de oportunidades de P+L
10) levantamento de tecnologias
11) avaliação econômica
12) seleção das oportunidades de P+L
13) implementação das medidas de P+L
14) avaliação dos resultados
15) manutenção do programa
P
(plan)
D (do)
C (check)
A (act)
Etapas do desenvolvimento do programa (Guia CETESB)
1) comprometimento da direção da empresa
Garante a implementação do programa e sua continuidade
Algumas etapas...
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2) Definição da equipe (‘ecotime’)
coordenador geral + representantes de diferentes setores + pessoal
externo (consultores, fornecedores...)
- integração
- troca de experiências
- multiplicadores
- incentivo a
participações voluntárias
Equipe de implantação do programa de Produção mais Limpa
Membro Função Responsabilidade
Nome Gerente Geral
- Supervisão do programa
- Representação da empresa
- Decisão final
Nomes
Líder e 
encarregados
- Operação diária
- Comunicação com funcionários
- Controle de custos
Nomes
Químico / 
analista de 
laboratório
- Realização de testes, documentação e 
monitoramento
- Coleta de amostras e análises
Nomes Operários
- Coleta de informações e inclusão no 
programa quando necessário
Nomes Consultores - Auxílio no planejamento da proposta
Nomes Fornecedores - Prestação de informações técnicas
3) Elaboração da declaração de intenções
Formaliza comprometimento com a implantação do programa
Objetivos e prioridades gerais do programa
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Lei dos Crimes Ambientais (9605/98)
“Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta
Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de
seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não
exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes
do mesmo fato.”
Lei da PNRS (12305/10)
“responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos:
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o
volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para
reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos”
desaparece (ou deve desaparecer) a figura do “responsável pela 
área ambiental”... 
todos os trabalhadores são ‘responsáveis pelo meio ambiente’!
Objetivo Meta Indicador
Reduzir a energia
requerida para
operações industriais
Reduzir em 10% no
consumo de energia
em relação ao ano
anterior
Quantidade de
combustíveis e energia
elétrica por unidade de
produção
Reduzir emissão de
particulados
Reduzir emissão de
particulados em 90%
nos próximos 2 anos
Quantidade de
particulado emitido
pelas chaminés
Reduzir o odor emanado
das instalações da
fábrica (melhorar
comunicação com os
vizinhos)
Reduzir queixas de
vizinhos quanto ao
odor a no máximo 10%
do atual, em um ano
Queixas de vizinhos
Reduzir disposição de
resíduos no solo na área
da fábrica
Reduzir em 80% o
volume desses
resíduos, transferindo-
os para um aterro, em
um ano
Massa de resíduos
retirada da área ou
massa de resíduos
transferida para aterro
Unidade
l/prod., 
KWh/prod.
t (ou kg) de 
particulado
(número 
absoluto)
t, kg
4) Estabelecimento de prioridades, objetivos e metas
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6) Disseminação de informações sobre P+L
Treinamento + comunicação
Treinamento para TODOS
Alta administração
Gerentes, chefes
Meio Ambiente, Qualidade
Pessoal operacionalNovos contratados
Subcontratados (fornecedores)
Da organização para o público interno (colaboradores): 
informativos periódicos, folhetos
murais, cartazes, quadros, placas
reuniões, e-mails, Intranet
camisetas
verso do holerite
papel de parede / protetor de tela de PC’s
lâminas adicionais de crachás de funcionários ou visitantes
etc.
Do público interno para a organização
Formulários específicos, ‘caixas de sugestões’, e-mails, Intranet
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Da organização para o público externo
Boletins
relatórios anuais
folders
site da empresa
anúncios em jornais
SAC
reuniões 
eventos abertos ao público
7) Levantamento de dados
Caracterização do processo industrial...
Fluxograma de cada processo de produção
Informações sobre:
entradas: matérias-primas, insumos (energia elétrica, água, etc.)
saídas: produtos, subprodutos, resíduos
parâmetros de operação: temperatura, vazão, consumos, etc.
pontos conhecidos de perda de água ou outras substâncias por
evaporação, escoamento, vazamento, má operação, etc.
+ custos envolvidos: compra, tratamento, disposição, venda !!!
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Quantidades, custos) e destinações: 
planilhas!
produto
entradas (MP’s, insumos)
saídas (resíduos, emissões, efluentes)
p. ex.:
 kg (ou m³) resíduos, emissões, efluentes
por kg ou unidade de produto
 L de água por kg ou unidade de produto
 kWh de energia por unidade ou kg de produto
• nº de acidentes de trabalho e faltas decorrentes
KPI’s
8) Definição de indicadores de desempenho
- quantificáveis
- medidos antes e após a implantação das medidas (avaliar ganhos...)
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9) Identificação de oportunidades de P+L
avaliação detalhada dos processos da empresa
Focar nos pontos de desperdício:
- matérias-primas não convertidas em produtos ( resíduos)
- energia
- tempo (homem, máquina)
- gerenciamento (armazenamento, operação inadequada)
- (falta de) manutenção nos equipamentos,
- ...
11) Avaliação econômica
Inicialmente:
medidas de pequeno ou nenhum custo de implementação
A seguir:
mudanças de processos/tecnológicas
 investimentos: P&D, instalações e equipamentos
 considerar tempo de payback, valor presente líquido (VPL)...
12) Seleção das oportunidades de P+L
- ganho ambiental significativo
- melhoria da qualidade do produto, na eficiência do processo ou na saúde
do trabalhador
- facilidade em atender aos requisitos legais
- retorno financeiro a curto, médio ou longo prazo
Critério: viabilidade técnica e econômica
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Alteração no 
layout
Controle de 
estoque
Manutenção 
preventiva
Melhoria nas 
práticas 
operacionais
Mudança de 
processo / 
tecnologia
Reúso
Reformulação ou 
replanejamento 
dos produtos
Reciclagem 
interna ao 
processo
Substituição de 
matéria-prima
Substituição ou 
alteração nos 
equipamentos
Segregação 
de resíduos
Treinamento
Cases (CETESB): consumosustentavel.cetesb.sp.gov.br/casos-de-sucesso/
13) Implementação das medidas de P+L ( projetos !!!)
14) Avaliação dos resultados
Quantitativa e qualitativa
- ganhos ambientais e econômicos dos projetos
- problemas e barreiras encontradas na implementação
indicadores (‘antes’) x indicadores (‘depois’)
15) Manutenção do programa
Ecotime e alta administração
 comprometimento
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Case de sucesso
2003 - Companhia Brasileira de Bebidas (Jaguariúna)
Medidas:
aproveitamento da água do pasteurizador (limpa e quente)
 armazenamento para lavagem de pisos
eliminação de vazamentos – inspeções programadas nas tubulações
recuperação da água utilizada na lavagem de filtros da ETE
Investimento total (instalação do sistema de recuperação da água de
lavagem dos filtros ,etc.): R$ 97.500,00
Resultados:
redução do uso de insumos (produtos químicos, energia), mão-de-obra
etc. no tratamento:
- R$ 46.348,00/ano no tratamento de água
- R$ 203.155,00/ano tratamento de efluentes industriais
Aspecto ambiental: (elevado) consumo de água
redução do consumo de água: 7,20 l água/l bebida  5,89 l água/l bebida
R$ 249.503,00 de 
economia anual
3M. Relatório anual de sustentabilidade 2017 (http://multimedia.3m.com/
mws/media/1092205O/relatorio-anual-de-sustentabilidade.pdf)
CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) (2003). Guia
da produção mais Limpa - faça você mesmo.
CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) (2002). Manual para
implementação de um programa de Prevenção à Poluição.
______. Casos de sucesso. (http://consumosustentavel.cetesb.sp.gov.br/casos-de-sucesso/)
JACKSON, T. (ed.) (1993). Clean production strategies – Developing preventive
environmental management in the industrial economy. Boca Raton: Lewis Publishers. 415
p.
SILVA, D. A. L.; DELAI, I.; CASTRO, M.A.S.; OMETTO, A. R. (2012). Quality tools applied to
Cleaner Production programs: a first approach toward a new methodology. Journal of
Cleaner Production. p.174-187.
THOMAS, S. T. (1995). Facility manager’s guide to pollution prevention and waste
minimization. Washington, D. C.: BNA Books. 271 p.
Referências (adicionais)
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Outras indústrias: cerâmica, frigoríficos, 
produtos lácteos, cervejas e refrigerantes, 
bijuterias, indústria gráfica, indústria têxtil, 
transformação e reciclagem de plásticos...
http://cetesb.sp.gov.br/consumosustentavel/documentos/
marcocastro@ft.unicamp.br

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