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Governo Dutra

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Governo Dutra 
Política Econômica do Governo Dutra (1946-1950) 
A política econômica do governo Dutra teve dois marcos relevantes: 
- 1947/1948 – fim do câmbio livre e adoção do contingenciamento das importações 
- meados de 1949 – substituição do Ministro da Fazenda – mudança de uma política econômica contracionista e ortodoxa para outra, mais flexível. 
Estes dois marcos fazem parte do MESMO processo de progressiva desmontagem da visão que norteou a visão do governo Dutra. 
Resumo da Política Econômica Interna do Governo Dutra 
Até 1949, marcadamente ortodoxa; inflação identificada como o maior problema e diagnosticada como excesso de demanda agregada, a ser combatida por POLÍTICA MONETÁRIA contracionista e POLÍTICA FISCAL austera para eliminar déficits no orçamento 
Enorme déficit público em 1946, seguido de 2 pequenos superávits em 1947 e 1948 
POLÍTICA MONETÁRIA pressionada por expansão do crédito feita pelo Banco do Brasil 
Ponto de Inflexão na POLÍTICA MONETÁRIA – substituição de Correa e Castro por Guilherme da Silveira no Ministério da Fazenda. Liberalização. Grandes déficits em 1949 e 1950. Expansão do crédito pelo BB. Crescimento acentuado do PIB. 
Governo JK 
A política econômica no governo de JK 
O governo de Juscelino foi marcado pelas políticas cambial e de comércio exterior bem como pela política industrial, delineada pelo Plano de Metas e apoiada num complexo sistema cambial e numa nova tarifa alfandegária. Essas políticas provocaram grandes mudanças na sociedade e na economia brasileira. 
A contextura internacional foi o quadro de maior influência no período de JK, de maneira que três campos afetaram as decisões de Juscelino na área político-econômica: o campo internacional, o Estado e os setores econômicos. No entanto, havia três prioridades não negociáveis para Juscelino: o crescimento, a construção de Brasília e a decisão de não fazer reforma cambial. 
JK iniciou o seu governo com pessoal de alta qualificação nos ministérios da Fazenda e das Relações Exteriores, considerados cruciais ao bom andamento de sua administração. O Ministério da Fazenda atuou na captação de recursos internos e externos, no intento de financiar projetos de infra-estrutura nas áreas de energia, transporte, siderurgia e petróleo. Já o Ministério das Relações exteriores procedeu na busca de recursos internacionais para efetivar o Plano de Metas. Grandes agências vinculadas ao Ministério da Fazenda convergiam no ato de levar a efeito o plano desenvolvimentista do governo, como o Tesouro, o Banco do Brasil, a Sumoc (Superintendência da Moeda e do Crédito), o IBC (Instituto Brasileiro do Café) e o Ministério da Viação e Obras Públicas. (LEOPOLDI, 1991) 
Juscelino também formou grupos executivos encarregados de implementar suas metas, dentre eles o Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), o Geimape (Grupo Executivo da indústriaMecânica Pesada), o Geimaq (Grupo Executivo da Indústria de Bens de Capital) e o Geicon (Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval). A formação destes grupos se constituiu num investimento inovador no cenário brasileiro. 
Nesse contexto, nos dois primeiros anos de seu governo o Ministério da Fazenda, o Conselho de Desenvolvimento e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) se constituíram nos elementos mais importantes na política econômica brasileira. Nos anos posteriores a inflação já havia crescido, surgindo as manifestações de greve por todo o país, além disso as contas externas sofriam grande desequilíbrio, como aponta Leopoldi (1991,p. 115): 
A despeito do crescimento da inflação, do descontentamento evidenciado pelas greves e do desequilíbrio das contas externas, Juscelino manteve sua determinação de completar a execução das metas e transferir a capital para Brasília. 
Tornou-se difícil, portanto conciliar crescimento com solidez monetária, ainda assim, como se vê, Juscelino mantinha firme sua decisão de executar o Plano de Metas e de construir a nova capital. Esta realidade demonstra que os anos JK foram marcados pela centralização das decisões econômicas. 
Mesmo frente a estas dificuldades, o governo foi bem sucedido no que concerne a política dirigida à consecução das metas industriais de seu plano, porquanto conseguiu consolidar a infra-estrutura energética, de transportes e de insumos básicos, conseguindo implantar novos setores da indústria pesada e aliviar a importação.

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