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CONTABILIDADE EMPRESARIAL O QUE É CONTABILIDADE? A Contabilidade é uma ciência que tem como campo de estudo a Azienda (Empresa) e como objeto de estudo o Patrimônio dessa Empresa, ou seja, é uma ciência que estuda e controla o patrimônio de uma pessoa física ou jurídica e suas mutações, tendo ela fins lucrativos ou não. INÍCIO E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE O início da Contabilidade como ciência é atribuído a Frei Lucca Pacciolo que escreveu, num livro sobre Geometria e Aritmética, o princípio da partida dobrada, isto é, que cada débito corresponde a um crédito de igual valor. Conta-se que ele foi convidado, pelo Papa, para tomar conta de um convento localizado numa pequena cidade italiana, próxima a Roma, entretanto, para aceitar tal incumbência, solicitou do Sumo Pontífice uma lista de tudo que pertencia ao convento. A lista que lhe foi fornecida continha as seguintes informações: Caixa......................... 2.000 Valores a Receber...... 4.000 Convento (Casa )....... 7.000 Valores a Pagar......... 2.000 No “Caixa” estava todo o dinheiro, em espécie, que pertencia ao convento. Os “Valores a Receber” eram representados por pedaços de papel, onde estavam escritos as mercadorias e serviços que as pessoas tinham adquirido do convento, para pagamento futuro. O valor do “Convento”, representava o custo pelo qual tinha sido adquirido o imóvel. E os “Valores a Pagar” eram anotações que relatavam os serviços e mercadorias adquiridas pelo convento às pessoas da cidade, para pagamento posterior. De posse dessas informações, Frei Lucca começou a refletir sobre o significado daquela lista. Logo ele percebeu que aquelas informações continham os valores de todos os bens, direitos e obrigações que pertenciam ao convento. O caixa (2.000) e o Convento (7.000) eram os bens materiais. Os pedaços de papel que registravam os valores que o convento tinha a receber da comunidade (4.000) eram os direitos e, finalmente, as anotações que registravam os Valores a Pagar (2.000) eram as obrigações do convento. Dessa maneira, ele chegou a um conceito muito importante para a Contabilidade, o conceito de Patrimônio: CONJUNTO DE BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES QUE PERTENCEM A UMA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA. Esse conceito ele expressou, matematicamente, da seguinte maneira: BENS (B) + DIREITOS (D) + OBRIGAÇÕES (O) = PATRIMÔNIO 9.000 + 4.000 + 2.000 = 15.000 Desse modo então, surgia o que hoje chamamos de Ciências Contábeis ou apenas Contabilidade. A QUEM INTERESSA A CONTABILIDADE? a) Aos Sócios, Acionistas e Proprietários de maneira geral; b) Administradores, Diretores e Executivos dos mais variados escalões; c) Bancos, Capitalistas e Emprestadores de dinheiro; d) Governo e Economistas Governamentais; e) Fornecedores e Clientes; f) Qualquer pessoa que precise obter informações da empresa. FINALIDADE PARA AS QUAIS SE USA A INFORMAÇÃO CONTÁBIL a) Planejamento: processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado para o futuro da empresa. b Controle: processo pelo qual a administração se certifica, na medida do possível, de que a organização está agindo de conformidade com os planos e políticas traçados pela administração. TÉCNICAS CONTÁBEIS a) Escrituração: é a técnica usada para registro das mutações ocorridas no patrimônio da empresa. b) Demonstrações Contábeis: é a consolidação dos fatos que foram registrados ou escriturados. c) Análise de Balanços: técnica pela qual se determina a situação da financeira e estrutura patrimonial da empresa. d) Auditoria: técnica pela qual se verifica a qualidade da informação prestada confirmando, ou não, se os demonstrativos apresentados retratam fielmente a situação patrimonial da empresa. EXERCÍCIO SOCIAL É o espaço de tempo após o qual a empresa terá que demonstrar a sua situação patrimonial e financeira na evolução dos negócios. Esse período normalmente é de um ano e, muitas vezes, corresponde ao ano-calendário (janeiro a dezembro). Todavia, grande número de empresas adotam um período não coincidente com o calendário anual, em obediência às suas peculiaridades e interesses. Para finalidades internas, as informações dos resultados podem ser mostradas em intervalos menores, por exemplo mês a mês, a fim de que a administração acompanhe mais amiúde o desenvolvimento dos negócios. PATRIMÔNIO: CONCEITO E COMPONENTES Conceito: Conjunto de bens, direitos e obrigações susceptíveis de avaliação em dinheiro e vinculados a uma pessoa física ou jurídica. COMPONENTES: Bens: São todas as coisas que podem ser avaliadas em dinheiro e serem usadas ou comercializadas. Podem ser: Tangíveis ou Materiais: veículos, mercadorias etc. Intangíveis ou Imateriais: marcas, patentes etc. Direitos: São valores que entidade tem a receber de terceiros decorrentes de operações de crédito. Sempre que houver os seguintes termos: A RECEBER; A RECUPERAR e A VENCER sempre será um direito. Obrigações: São valores que a entidade tem a pagar a terceiros decorrentes de operações de crédito. São as dívidas assumidas com terceiros. Sempre que houver os seguintes termos: A PAGAR; A RECOLHER e A DISTRIBUIR sempre será uma obrigação. Despesas: São os gastos que a empresa tem para manter suas atividades. O que caracteriza a despesas é o CONSUMO. Receitas: São ingressos de recursos oriundos da atividade-fim da empresa (Vendas e/ou Prestação de Serviços). O que caracteriza a receita é o FATO GERADOR. ELEMENTO GRUPO DEMONSTRATIVO Bens ATIVO BALANÇO PATRIMONIAL BP Direitos Obrigações c/ Terceiros PASSIVO Obrigações c/ Sócios PL Despesas DESPESAS DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DRE Receitas RECEITAS EQUAÇÃO PATRIMONIAL É a representação quantitativa do patrimônio de uma entidade através do confronto entre os elementos positivos (Bens e Direitos) e negativos (Obrigações) que resultarão na situação líquida da empresa. (BENS + DIREITOS) - OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA ou PAT.LÍQUIDO ou ATIVO - PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Obrigações c/ Terceiros e Direitos PATRIMÔNIO LÍQUIDO Obrigações c/ Sócios TOTAL ATIVO: Total de Bens e Direitos TOTAL PASSIVO: Total de Obrigações com Terceiros + Obrigações com Sócios SITUAÇÃO LÍQUIDA Pode ser: Positiva ou Favorável ou Superavitária: BENS e DIREITOS > OBRIGAÇÕES C/ TERCEIROS ou ATIVO > PASSIVO Nula ou Compensada: BENS e DIREITOS = OBRIGAÇÕES C/ TERCEIROS ou ATIVO = PASSIVO Negativa ou Deficitária ou Passivo a Descoberto: BENS e DIREITOS < OBRIGAÇÕES C/ TERCEIROS Ou ATIVO < PASSIVO ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS Atos Administrativos: São acontecimentos que não alteram o patrimônio da empresa. Ex.: Expedição de uma carta. Fatos Administrativos: São acontecimentos que provocam alterações no patrimônio da empresa. Ex.: Compra de um automóvel. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS CONTÁBEIS Conforme as alterações que provocam no patrimônio da empresa, os fatos podem ser: Permutativos: São fatos que provocam alterações no valor dos bens, direitos e obrigações sem, entretanto, alterar o total do patrimônio. O que altera é a QUALIDADE da informação, a quantidade permanece a mesma. Esses fatos refletem trocas entre elementos. Ex.: Compra de imóveis à vista; abertura de conta bancária. Modificativos: São fatos que provocam alterações de valor para mais ou para menos no patrimônio da empresa. O que altera é a QUANTIDADE da informação. Podem ser: Aumentativos: Recebimento de Aluguel. Diminutivos: Pagamento de Conta de Luz. Mistos: São fatos que provocam alterações simultâneas na qualidade e quantidadedos componentes do patrimônio, representando fato permutativo e modificativo conjuntamente. Podem ser: Aumentativos: Recebimento de Duplicata com Juros. Diminutivos: Pagamento de Conta com Juros. CONTA É um termo técnico utilizado para representar um elemento ou um grupo de elementos que compõem o patrimônio de uma entidade. Ex.: Os fatos contábeis de movimentação de dinheiro de uma empresa são registrados na conta CAIXA. TEORIA DAS CONTAS As contas podem ser: Patrimoniais: São contas que representam os bens, direitos e obrigações. Ex.: Caixa, Contas a Pagar, Capital Social etc. Resultado: São contas que representam as Despesas e Receitas, e são encerradas (zeradas) no final do exercício para apuração de lucro ou prejuízo. Ex.: Despesas Administrativas, Receita de Serviços etc. Compensação: São contas que representam atos que poderão se transformar em fatos e não alteram o patrimônio. Também são contas Patrimoniais, mas não aparecem no Balanço Patrimonial por dois motivos: 1) Representam Atos; e 2) São zeradas no fim do ano. São registradas em dois grupos específicos: ATIVO DE COMPENSAÇÃO e PASSIVO DE COMPENSAÇÃO. Ex.: Aval, Custódia, Garantias etc. Retificadoras: São contas que trazem a valor presente ou a valor atual os valores de outras contas. Essas contas têm por características sempre aparecerem entre parênteses no Balanço Patrimonial e abaixo da conta que estão retificando. NÃO SÃO NEGATIVAS. Também são contas Patrimoniais. Ex.:Ajustes de Estoques, Provisão para Devedores Duvidosos, Depreciação Acumulada etc. Transitórias: São contas temporárias utilizadas para fins específicos. Não podem terminar o mês com saldo. Ex.: Valores a Regularizar, Resultado do Exercício etc. FUNCIONAMENTO DAS CONTAS NATUREZA = SEXO DA CONTA LANÇAMENTO = HORMÔNIO Devedora Débito Credora Crédito OPERACIONALIZAÇÃO DAS CONTAS ELEMENTO GRUPO NATUREZA PARA AUMENTAR SALDO PARA DIMINUIR SALDO SALDO FINAL LANÇTO = NATUREZA LANÇTO ≠ NATUREZA = NATUREZA Bens e Direitos ATIVO DEVEDORA DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR Obrigações c/ Terceiros PASSIVO CREDORA CRÉDITO DÉBITO CREDOR Obrigações c/ Sócios PL CREDORA CRÉDITO DÉBITO CREDOR Despesas DESPESAS DEVEDORA DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR Receitas RECEITAS CREDORA CRÉDITO DÉBITO CREDOR ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL A escrituração contábil é composta pelos registros dos fatos contábeis através dos lançamentos e pelas demonstrações financeiras. LANÇAMENTO É o registro de um fato contábil, sendo esse registro, pelo método das partidas dobradas, feito em ordem cronológica e obedecendo a determinada disposição técnica. A escrituração é feita em livros, fichas ou relatórios contábeis e os lançamentos no Diário seguem alguns requisitos básicos que devem aparecer nas fichas de lançamento e são: Local e data; Conta Debitada; Conta Creditada; Histórico da Operação; e Valor. Rio de Janeiro, 11 de maio de 1999. Veículos a Caixa Subtotal Total Valor referente ao pagamento à Concessionária ABC pela aquisição de um veículo conforme NF n.º 123 de 05/01/87. 5 14.000,00 14.000,00 PARA IDENTIFICARMOS AS CONTAS QUE IRÃO COMPOR UM LANÇAMENTO DEVE-SE FAZER AS SEGUINTES PERGUNTAS: 1º - O QUE ESTOU FAZENDO (Vendendo, Comprando, Pagando, Recebendo, Liquidando, Integralizando, Constituindo etc) ? 2º - DE QUE FORMA ESTA SENDO FEITO (a vista, a prazo, em dinheiro, em cheque etc) ? PARA SABER QUE CONTAS SERÃO DEBITAS E/OU CREDITADAS NUM LANÇAMENTO: a) Deve-se fazer as 5 perguntas abaixo para cada conta identificada. b) A resposta da pergunta seguinte dependerá da resposta anterior. c) Na última pergunta a resposta dependerá da resposta das questões 3 e 4. 1º - O QUE A CONTA REPRESENTA PARA A EMPRESA? (B) Bem (D) Direito (O) Obrigação (D) Despesa (R) Receita 2º - ONDE ESSE ELEMENTO É CLASSIFICADO? (A) Ativo (P) Passivo (PL) Patrimônio Líquido (D) Despesas (R) Receitas 3º - QUAL A NATUREZA DESSE GRUPO? (D) DEVEDORA (C) CREDORA 4º - VOCÊ ESTA AUMENTANDO OU DIMINUINDO O SALDO DESTA CONTA ? (▲) Aumentando (▼) Diminuindo 5º - SE ESTOU ( ▲ OU ▼ ) O SALDO DE UMA CONTA DE NATUREZA ( D ou C ) O QUE FAÇO ? (D) DEBITA (C) CREDITA A natureza da conta é que irá determinar se o seu saldo será devedor ou credor, da mesma maneira nos dirá se para aumentarmos ou diminuirmos seu saldo devemos fazer-lhe um lançamento a débito ou a crédito. GRUPAMENTO DE CONTAS Para facilitar a leitura, compreensão e análise da situação patrimonial, torna-se necessário agrupar as contas segundo a natureza de componentes que elas representam e sua finalidade. A lei n.º 6.404/76 estabelece a composição dos grupos de contas do ativo e do passivo da seguinte forma: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Reserva de Capital Ajuste de Avaliação Patrimonial Reserva de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO ATIVO Nesse grupo são lançadas as contas que representam bens e direitos, e devem ser classificadas na ordem decrescente de liquidez. CIRCULANTE (Bens + Direitos de Curto Prazo) A Ordem Decrescente de Liquidez será a seguinte: 1º - Disponibilidades 2º - Direitos c/ Vencimento ATÉ o fim do Exercício Social Seguinte 3º - Estoques 4º - Despesas Antecipadas NÃO CIRCULANTE (ARLP + INVEST. + IMOB. + INTANGÍVEL) Realizável a Longo Prazo Direitos c/ Vencimento APÓS o fim do Exercício Social Seguinte Investimentos As participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no AC e que não se destinem à manutenção das atividades da CIA. Imobilizado Bens Corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa ou utilizados com essa finalidade. Intangível Bens Incorpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa ou utilizados com essa finalidade, inclusive Fundo de Comércio Adquirido. PASSIVO Nesse grupo são lançadas as contas que representam obrigações com terceiros e com os sócios e proprietários da empresa, e devem ser classificadas na ordem decrescente de exigibilidade. CIRCULANTE Obrigações c/ Vencimento ATÉ o fim do Exercício Social Seguinte. NÃO CIRCULANTE Obrigações c/ Vencimento APÓS o fim do Exercício Social Seguinte. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Discriminará o montante subscrito, e por dedução, a parcela ainda não realizada. Reservas de Capital 1º) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias. 2º) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. 3º) o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. Ajuste de Avaliação Patrimonial As contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do Ativo e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência. Reserva de Lucros As contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. Ações em Tesouraria As ações da CIA que foram adquiridas pela própria CIA e retiradasdefinitivamente de circulação. Prejuízos Acumulados Apenas a conta Prejuízos Acumulados tendo em vista que pela Lei n.º 11.638/07 a conta Lucros Acumulados não poderá ter saldo. PLANO DE CONTAS É uma relação dos títulos contábeis - contas - utilizadas pela contabilidade de uma empresa que tem por finalidade racionalizar e uniformizar a utilização das contas da empresa. EXEMPLO DE UM PLANO DE CONTAS DE UMA EMPRESA CONTAS PATRIMONIAIS 1- ATIVO Ativo Circulante - Disponível Caixa Bancos conta Movimento Aplicações Financeiras de liquidez imediata - Direitos Realizáveis Duplicatas a Receber (-) Duplicatas Descontadas (-) Provisão par Devedores Duvidosos Títulos a Receber ICMS a recuperar Adiantamentos a empregados - Estoques Mercadorias Matéria-Prima Produtos em processo - Despesas Antecipadas Prêmios de seguro a vencer Adiantamento de 13º salário Adiantamento de Férias Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Títulos a receber Duplicatas a receber (-) Provisão para devedores duvidosos Empréstimos a sociedades coligadas Adiantamento a diretores e acionistas Investimentos Participações em outras sociedades (-) Provisão para perdas com investimentos Obras de arte Imobilizado Terrenos Móveis e utensílios Veículos Marcas e patentes Prédios Benfeitorias em imóveis de terceiros (-) Depreciação Acumulada (-) Exaustão Acumulada Intangível Marcas e Patentes Direitos Autorais Fundo de Comércio Licenças de Softwares Pesquisas e Desenvolvimento 2 - PASSIVO Passivo Circulante Duplicatas a pagar Fornecedores Títulos a pagar Financiamento a pagar ICMS a recolher IRPJ a recolher Provisão para imposto de renda Passivo Não Circulante Duplicatas a pagar Fornecedores Financiamentos a pagar Receitas de exercícios futuros (-) Despesas de exercícios futuros Patrimônio Líquido Capital Social Capital Subscrito (-) Capital a integralizar Reservas de Capital Reserva de correção monetária do capital Reserva de doações e subvenções Ajuste de Avaliação Patrimonial Ajuste de Avaliação Patrimonial Reserva de Lucros Reserva Legal Reserva Estatutária Reserva para contingências (-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria (-) Prejuízos Acumulados Lucros acumulados (-) Prejuízos acumulados CONTAS DE RESULTADO 1 - DESPESAS Despesas Administrativas Despesas Financeiras Despesas Gerais Despesas com Propaganda Despesas de Salários 2 - RECEITAS Venda de Mercadorias Prestação de Serviços Receita Financeira LIVROS CONTÁBEIS São os livros utilizados pelas empresas, conforme exigências legais, onde se escrituram os registros dos fatos contábeis. São eles: Diário, Razão e Caixa. O livro Diário é obrigatório por lei (exigido pelo código comercial e pela legislação do imposto de renda). Nele são registradas todas as operações contabilizáveis de uma entidade, em ordem cronológica, e não pode conter rasuras, emendas ou entrelinhas. O livro diário possui as seguintes formalidades: Termo de abertura e encerramento; Registro na JUCERJA (Junta Comercial do Estado) ou RCPJ (Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas); e Páginas numeradas tipografadas. Os livros Razão e Caixa são considerados muito importantes, sendo o Razão obrigatório para as empresas tributadas com base no lucro real, conforme legislação do IR (Lei 8.218/91 e 8.383/91). LIVROS FISCAIS OBRIGATÓRIOS Registro de Entrada de Mercadorias; Registro de Saída de Mercadorias; Registro de Controle de Estoques; Registro de Apuração do ICMS; Registro de Apuração do IPI; Registro de Termo de Ocorrências Fiscais; Registro de Inventário. LIVROS FISCAIS EXIGIDOS PELO IR Registro do Inventário; Registro de Compras; Apuração do Lucro Real - LALUR; Razão Auxiliar em UFIR; Razão Analítico. LIVROS SOCIAIS OBRIGATÓRIOS PARA AS S/A (Lei 6.404/76) Livro de Atas das Assembléias-Gerais; Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração; Livro de Atas das Reuniões de Diretoria; Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal; Livro de Registro das Ações Nominativas; Livro de Registro das Ações Endossáveis; Livro de Transferência de Ações Nominativas; Registro de Partes Beneficiárias Nominativas; Registro de Partes Beneficiárias Endossáveis. FÓRMULAS DE LANÇAMENTO Os lançamentos podem ser feitos de 4 maneiras diferentes que são: Lançamento de 1ª fórmula: Uma conta Debitada Uma conta Creditada Ex.: Veículos a Caixa Lançamento de 2ª fórmula: Uma conta Debitada Duas ou mais contas Creditadas Ex.: Móveis e Utensílios a Caixa a Duplicatas a Pagar Lançamento de 3ª fórmula: Duas ou mais contas Debitadas Uma conta Creditada Ex.: Caixa Veículos a Capital Social Lançamento de 4ª fórmula: Duas ou mais contas Debitadas Duas ou mais contas Creditadas Ex.: Móveis e Utensílios Veículos a Caixa a Bancos c/ Movimento CORREÇÃO DE LANÇAMENTOS Tendo em vista que o livro Diário não admite rasuras, entrelinhas ou emendas, existem formas preestabelecidas de correção, tanto do valor quanto das contas e históricos utilizados. Exemplos: a) Erro no Valor: Compra de um veículo à vista por R$ 2.900,00. Para Menos: Veículos a Caixa................R$ 2.800,00 Para compor o valor do lançamento efetuado a menor, devemos fazer um lançamento complementar pela diferença: Veículos a Caixa................R$ 100,00 Para Mais: Veículos a Caixa................R$ 3.900,00 Procede-se a correção através de um lançamento de estorno parcial no valor da diferença a maior invertendo-se o lançamento anteriormente feito. Caixa a Veículos................R$ 1.000,00 Lembrando-se que é possível corrigir o lançamento a menor através de um estorno total seguido do lançamento pelo valor correto. b) Erro por Inversão dos Nomes das Contas Envolvidas: Pagamento de salários no valor de R$ 1.500,00. Caixa a Despesas de Salários................R$ 1.500,00 Corrigimos este lançamento cancelando-o através de um estorno total e efetuando o lançamento correto em seguida. Estorno: Despesas de Salários a Caixa....................................R$ 1.500,00 Lançamento Correto: Despesas de Salários a Caixa....................................R$ 1.500,00 c) Erro na Intitulação de uma das Contas: Compra de veículo à vista no valor de R$ 10.000,00. Imóveis a Caixa................R$ 10.000,00 Após constatada a utilização indevida da conta Imóveis, regulariza-se o registro transferindo o valor dessa conta indevida para a conta correta. Veículos a Imóveis................R$ 10.000,00 d) Erro por Duplicidade de Lançamento: Neste caso basta apenas efetuar o estorno total em um dos lançamentos, anulando-o. e) Erro na Escrituração do Histórico: Neste caso basta apenas utilizar a expressão “digo”, todavia, não sendo possível, estorna-se todo o lançamento e faz-se um novo. Imóveisa Caixa................R$ 10.000,00 Valor referente à compra de móveis e utensílios, digo, de um imóvel situado na Rua.... ESCRITURAÇÃO NO LIVRO RAZÃO O Razão é um dos mais importantes livros utilizados pela contabilidade, pois e por meio dele que se pode verificar de imediato o saldo de cada conta. O Razão é escriturado em seguida ao Livro Diário, obedecendo a mesma ordem cronológica, e individualizando-se uma página ou ficha para cada conta. Exemplo: CONTA: Mercadorias DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO D/C SALDO 10/01/87 Compra a prazo conforme NF n.º 102/87. 2.500,00 - D 2.500,00 Para facilitar a apuração do saldo de qualquer conta na contabilidade, geralmente utiliza-se do RAZONETE em “T”, demonstração gráfica que tem esse nome pela própria aparência que possui e onde consta apenas o título da conta, a coluna do débito (à esquerda) e a coluna do crédito (à direita), para registro dos respectivos valores. Ex.: CAIXA 2.500,00 Lado do Débito Lado do Crédito BALANCETE DE VERIFICAÇÃO O Balancete de Verificação é um demonstrativo das contas do livro razão, cada qual com sua movimentação e seu saldo (devedor ou credor), e tem por finalidade checar a exatidão dos lançamentos efetuados com base no método das partidas dobradas. Saldos devedores são elencadas as contas de Ativo e Despesas e saldos credores contas de Passivo, Patrimônio Líquido e Receitas. Ex.: CONTA MOVIMENTAÇÃO SALDO Débito Crédito Débito Crédito Caixa 13.000,00 9.000,00 4.000,00 - Banco c/ Movimento 20.000,00 10.000,00 10.000,00 - Dupl. a Pagar 5.000,00 10.000,00 - 5.000,00 Capital Social - 5.000,00 - 5.000,00 Fornecedores - 1.000,00 - 1.000,00 Despesas Gerais 2.000,00 - 2.000,00 - Receita de Serviços - 5.000,00 - 5.000,00 TOTAL 40.000,00 40.000,00 16.000,00 16.000,00 REGISTRO DAS OPERAÇÕES DURANTE O EXERCÍCIO Inicialmente vamos conhecer o conjunto de normas, diretrizes e procedimentos que têm por objetivo nortear a escrituração e a interpretação das operações contábeis. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE GERALMENTE ACEITOS Os princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. São Princípios Fundamentais de Contabilidade: 1) Da Entidade; 2) Da Continuidade; 3) Da Oportunidade; 4) Do Registro pelo Valor Original; 5) Da Atualização Monetária; 6) Da Competência; e 7) Da Prudência. a) Princípio da Entidade: Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, ou seja, não se confunde o Patrimônio da entidade com o Patrimônio dos seus proprietários. b) Da Continuidade: A empresa funcionará por tempo indeterminado a não ser que haja indícios do contrário ou conste no Contrato Social que terá duração determinada. c) Da Oportunidade: Os registros dos fatos contábeis deverão ser feitos de imediato e com a extensão correta, independente das causas que os originaram. d) Do Registro pelo Valor Original: Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais (custo ou aquisição) das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País. e) Princípio da Atualização Monetária: Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através de ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. f) Princípio da Competência: As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. g) Princípio da Prudência: Determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior valor para os componentes do Passivo, sempre que se apresentarem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. RESULTADO DO EXERCÍCIO SOCIAL Para sabermos se após um exercício social uma empresa teve lucro ou prejuízo com suas operações, é necessário que apuremos o total de suas despesas e o deduzamos do total das receitas obtidas. Uma vez apurado o resultado de exercício, este será incorporado ao Patrimônio Líquido da entidade, aumentando ou reduzindo a situação líquida. Receitas: São ingressos no ativo da entidade decorrentes da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. A receita aumenta o lucro e, consequentemente, o Patrimônio Líquido. Despesas: É o gasto que a entidade teve com a aquisição de bens e serviços utilizados para a produção de receitas e serviços. As despesas diminuem os recursos ou aumentam as obrigações da entidade, diminuindo, consequentemente, seu Patrimônio Líquido. ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO As contas de receitas e despesas são transitórias, ou seja, são abertas a cada exercício com seu saldo zerado e encerradas no final de cada exercício social. O encerramento das contas de receita e despesa se dá com a transferência de seus saldos devedores para a conta Resultado do Exercício. Findo o exercício e encerradas as contas de resultado (receitas e despesas), sobraram apenas as contas patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) que serão agrupadas ordenadamente formando o Balanço Patrimonial. Os lançamentos no livro Diário são: a) Creditam-se todas as contas de despesas para transferência de seus saldos: Resultado do Exercício a Despesas Administrativa a Despesas de Salários a Despesas Financeiras b) Debitam-se todas as contas de receitas para transferência de seus saldos: Receita Financeira Vendas a Resultado do Exercício O saldo apresentado pela conta Resultado do Exercício, se credor, representará o Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS Nas empresas há a necessidade de um controle contínuo sobre o valor do estoque de mercadorias. Para tanto, dever-se-á baixar, em cada operação de venda, o custo da mercadoria vendida (CMV). Contabilização: Na Compra: Mercadoria-Estoque............................................820,00 ICMS a Recuperar........................................... 180,00 a Fornecedores (Pagamento à prazo).................. 1.000,00 a Caixa ou Banco (Pagamento à vista) Na Venda: Clientes ou Duplicatas a Receber (Venda à prazo) Caixa ou Banco (Venda à vista)............... 2.000,00 a Vendas (Pelo valor da venda)................. 2.000,00 Custo da Mercadoria Vendida - CMV (Despesa)..........1.000,00 a Mercadorias (Pelo valor do CMV)...............................1.000,00 Despesas de ICMS.......................360,00 a ICMS a Recolher.........................360,00 Dessa forma, após cada operação de venda e sua contabilização, teremos a conta de Vendas atualizada, a de CMV com o total do custo acumulado até a data e a conta de Mercadorias refletindo o valor exato do estoque. Para apurarmos o resultado das operações com mercadorias podemos utilizar duas equações básicas: CMV = EI + C - EF e RCM = V – CMV Onde: CMV = Custo da Mercadoria Vendida; EI = Estoque Inicial; C = Compras; EF = Estoque Final; RCM = Resultado com Mercadorias ou Resultado Bruto com Mercadorias; e V = Vendas. Ex.: Se uma empresapossui um estoque de 15.000 mercadorias no valor de R$ 15.000,00 e vende à prazo a metade dele por R$ 10.000,00 – ICMS 18%, teremos: 1) Clientes ou Dupl. a Receber a Vendas.......................................10.000,00 2) CMV a Mercadoria-Estoque.....................7.500,00 3) Despesas de ICMS a ICMS a Recolher...........................1.800,00 3) Vendas a RCM..............................10.000,00 (Encerramento) 4) RCM a CMV........................7.500,00 (Pelo CMV - Encerramento) MERCADORIAS 15.000,00 7.500,00 7.500,00 VENDAS 10.000,00 10.000,00 0,00 0,00 CMV 7.500,00 7.500,00 0,00 0,00 DESPESAS DE ICMS 1.800,00 1.800,00 0,00 ICMS A RECOLHER 1.800,00 0,00 1.800,00 RCM 7.500,00 10.000,00 2.500,00 CLIENTES 10.000,00 10.000,00 Aplicando as Fórmulas: CMV = 15.000,00 + 0,00 - 7.500,00 CMV = 7.500,00 e RCM = 10.000,00 - 7.500,00 RCM = 2.500,00 DESPESAS A PAGAR E RECEITAS A RECEBER Para que o Resultado do Exercício de uma empresa seja mais correto, é necessário que, além dos registros das operações normais, sejam feitos lançamentos de ajustes para apropriação das despesas a pagar e das receitas a receber. Despesa a Pagar é aquela que o fato gerador ocorreu dentro do período contábil, mas ainda não foi paga (não houve o desembolso). Ex. : Pagamento de Despesas de Salário. Lançamento no mês: Despesas de Salários a Salários a Pagar................................R$ 1.000,00 Lançamento no mês seguinte: Salários a Pagar a Caixa.................................................R$ 1.000,00 Receita a Receber é aquela proveniente da prestação de um serviço (fato gerador) que não foi faturado ao cliente e, consequentemente, não recebido, mas que deverá ser registrada. No mês da Prestação do Serviço: Serviços a Faturar a Receita de Serviços......................R$ 1.000,00 No mês seguinte quando o serviço for faturado: Contas a Receber a Serviços a Faturar........................R$ 1.000,00 Quando do recebimento da fatura: Caixa a Contas a Receber........................R$ 1.000,00 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES Critério Básico: Pela Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76), os Direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, serão avaliados pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior, ou seja, custo ou mercado, dos dois o menor. Este método tem como finalidade, portanto, eliminar dos estoques a parcela dos custos que provavelmente não seja recuperável. A aplicação desse critério deve ser na avaliação dos inventários de final de cada ano, no sentido de que as perdas resultantes de estragos, deterioração. obsoletismo, reduções na estrutura de preços de venda ou de reposição sejam reconhecidas nos resultados do exercício em que tais perdas ocorrem e não no exercício em que a mercadoria é vendida, reposta ou transformada em sucata. Vamos agora analisar as diversas possibilidades existentes de avaliação de estoques, todavia, cabe lembrar, que no Brasil, a legislação do Imposto de Renda tem permitido, apenas, a utilização do método do Preço Específico, do Custo Médio ou a dos bens adquiridos mais recentemente (FIFO ou PEPS), não permitindo, para fins fiscais, o uso do LIFO ou UEPS, sendo esse um dos grandes motivos pelo qual as empresas, no Brasil, utilizam principalmente o Custo Médio. Preço Específico: Método de avaliação que consiste em valorizar cada unidade do estoque ao preço efetivamente pago para cada item especificamente determinado, entretanto, somente utiliza-se desse método quando é possível fazer determinação do preço específico de cada unidade em estoque, mediante identificação física. Normalmente só é aplicável em alguns casos onde a quantidade, o valor ou a própria característica da mercadoria ou material o permitam, sendo no maioria da vezes impossível ou economicamente inconveniente. Ex.: Revenda de automóveis usados. FIFO ou PEPS (First In First Out ou Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair): Esse método consiste em darmos baixa no estoque à medida em que ocorrem as vendas ou o consumo a partir das primeiras compras, o que eqüivale dizer o seguinte: vendem-se ou consomem-se antes as primeiras mercadorias compradas. Ex.: Imagine uma empresa que possui um estoque inicial do produto “A” de 20 unidades a R$ 10,00 cada uma, perfazendo um total de R$ 200,00 em determinado período, no qual ocorreram as seguintes movimentações: - Compra de 20 unidades por R$ 30,00 cada; - Venda de 10 unidades por R$ 50,00 cada; - Venda de 20 unidades por R$ 50,00 cada; - Compra de 30 unidades por R$ 30,00 cada; e - Venda de 10 unidades por R$ 50,00 cada. As Despesas no período foram no montante de R$ 200,00. APURAÇÃO PELO MÉTODO PEPS: SIGLA QTDADE P.un/C.un P.Total/C.Total EI 20 10,00 200,00 C1 20 30,00 600,00 V 10 50,00 500,00 S1 10 10,00 100,00 EIsd 10 10,00 100,00 C1sd 20 30,00 600,00 V 20 50,00 1.000,00 S2 10 10,00 100,00 S2 10 30,00 300,00 C1sd 10 30,00 300,00 C2 30 30,00 900,00 V 10 50,00 500,00 S3 10 30,00 300,00 C2sd 30 30,00 900,00 CMV = 10 un x 10,00 = 100,00 (S1) 10 un x 10,00 = 100,00 (S2) 10 un x 30,00 = 300,00 (S2) 10 un x 30,00 = 300,00 (S3) 800,00 ou CMV = EI + C - EF CMV = 200,00 + 1.500,00 - 900,00 CMV = 800,00 LB = V – CMV LB = 2.000 – 800 LB = 1.200 LL = V – CMV – DESP LL = 2.000 – 800 – 200 LL = 1.000 LIFO ou UEPS (Last In First Out ou Último a Entrar é o Primeiro a Sair): Esse método consiste em darmos baixa no estoque à medida em que ocorrem as vendas ou o consumo a partir das últimas compras, o que eqüivale dizer o seguinte: vendem-se ou consomem-se antes as mercadorias compradas recentemente. APURAÇÃO PELO MÉTODO UEPS: SIGLA QTDADE P.un/C.un P.Total/C.Total EI 20 10,00 200,00 C1 20 30,00 600,00 V 10 50,00 500,00 S1 10 30,00 300,00 EIsd 20 10,00 200,00 C1sd 10 30,00 300,00 V 20 50,00 1.000,00 S2 10 30,00 300,00 S2 10 10,00 100,00 EIsd 10 10,00 100,00 C2 30 30,00 900,00 V 10 50,00 500,00 S3 10 30,00 300,00 EIsd 10 10,00 100,00 C2sd 20 30,00 600,00 CMV = 10 un x 30,00 = 300,00 (S1) 10 un x 30,00 = 300,00 (S2) 10 un x 10,00 = 100,00 (S2) 10 un x 30,00 = 300,00 (S3) 1.000,00 ou CMV = EI + C - EF CMV = 200,00 + 1.500,00 - 700,00 CMV = 1.000,00 LB = V – CMV LB = 2.000 – 1.000 LB = 1.000 LL = V – CMV – DESP LL = 2.000 – 1.000 – 200 LL = 800 Custo Médio ou Média Ponderada Móvel: Nesse método, o valor médio de cada unidade em estoque se altera pelas compras de outras unidades por um preço diferente. É o mais comumente utilizado no Brasil, pois evita o controle de custos por lote de compras, como nos métodos anteriores, mas obriga a maior número de cálculos, dando como custo da mercadoria vendida o valor médio das compras. APURAÇÃO PELO MÉTODO DO CUSTO MÉDIO: SIGLA QTDADE P.un/C.un P.Total/C.Total EI 20 10,00 200,00 C1 20 30,00 600,00 V 10 50,00 500,00 ET 40 20,00800,00 S1 10 20,00 200,00 ETsd 30 20,00 600,00 V 20 50,00 1.000,00 S2 20 20,00 400,00 ETsd 10 20,00 200,00 C2 30 30,00 900,00 V 10 50,00 500,00 ET 40 27,50 1.100,00 S3 10 27,50 275,00 ETsd 30 27,50 825,00 CMV = 10 un x 20,00 = 200,00 (S1) 20 un x 20,00 = 400,00 (S2) 10 un x 27,50 = 275,00 (S3) 875,00 ou CMV = EI + C - EF CMV = 200,00 + 1.500,00 - 825,00 CMV = 875,00 LB = V – CMV LB = 2.000 – 875 LB = 1.125 LL = V – CMV – DESP LL = 2.000 – 875 – 200 LL = 925 COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS Comparando os resultados obtidos no exemplo utilizado acima para os três critérios, teremos: CONTA PEPS UEPS CUSTO MÉDIO Vendas 2.000,00 2.000,00 2.000,00 CMV ( - ) (800,00) (1.000,00) (875,00) Lucro Bruto 1.200,00 1.000,00 1.125,00 Lucro Líquido 1.000,00 800,00 925,00 Est. Final em R$ 900,00 700,00 825,00 Est. Final em Qtdade 30 un 30 un 30 un Observa-se claramente no quadro acima que, se três empresas tivessem adquirido e vendido mercadorias nas mesmas condições (quantidade e preço), suas situações reais seriam as mesmas, com a mesma quantidade em estoque, todavia, os resultados obtidos seriam diferentes, devido o método de avaliação dos estoques. PROVISÕES RETIFICADORAS DO ATIVO Provisão para Depreciação: O cálculo para depreciação tem como base os bens tangíveis do ativo permanente que sofrem deterioração pela ação do tempo (Ex.: prédios), obsolência por evolução tecnológica (equipamentos de informática), ou desgaste por uso (veículos, móveis e utensílios), observando-se percentuais preestabelecidos pela legislação fiscal para cada bem e o seu tempo de vida útil. Edificações - 4% ao ano (Vida Útil = 100% : 4% = 25 anos); Móveis e Utensílios - 10% ao ano (Vida Útil = 100% : 10% = 10 anos); Máquinas e Equipamentos - 10% ao ano (Vida Útil = 100% : 10% = 10 anos); Equipamentos de Informática - 20% ao ano (Vida Útil = 100% : 20% = 5 anos) ; e Veículos - 20% ao ano ( Vida Útil = 100% : 20% = 5 anos ). Após o cálculo da provisão temos que fazer os registros contábeis competentes: Ex.: Um veículo adquirido em 01/01/98 no valor de R$ 12.000,00. Cálculo: R$ 12.000,00 x 20% = R$ 2.400,00 ao ano. R$ 2.400,00 : 12 = R$ 200,00 ao mês. OBS.: Note que deverá ser apurado o valor mensalmente devido a contabilização das despesas pelo regime de competência. Despesas de Depreciação a Depreciação Acumulada de Veículos..............R$ 200,00 DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO 200,00 200,00 DEPRECIAÇÃO ACUMULADA DE VEÍCULOS 200,00 200,00 PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS As empresas mercantis e de prestação de serviço que vendem a prazo somente terão certeza do recebimento do saldo de duplicatas a receber após o vencimento das mesmas. Desta forma, efetua-se esta provisão a fim de que possíveis prejuízos com duplicatas incobráveis sejam apropriados ao exercício social da venda da mercadoria ou serviço. A estimativa aplicável (taxa) é obtida pela relação das somas das perdas efetivamente ocorridas nos últimos três anos calendário e a soma dos créditos a receber. ANO SALDO DE VENDAS NO INÍCIO DO ANO PREJUÍZOS COM DEVEDORES INSOLVÁVEIS % DOS PREJUÍZOS SOBRE AS VENDAS 19X6 30.000,00 280,00 0,93 19X5 24.000,00 150,00 0,62 19X4 19.000,00 137,00 0,72 PERCENTAGEM MÉDIA = 0,93 + 0,62 + 0,72 : 3 = 0,75 Aplica-se a percentagem média sobre o valor das vendas e obtém-se a importância que constituirá a Provisão para fazer face a perdas do ano seguinte, observado o máximo de provisão permitido pela legislação do Imposto de Renda. BALANÇO PATRIMONIAL IMPORTÂNCIA Face a necessidade de se resumir e apresentar os dados contábeis de forma adequada, que permita aos interessados na empresa - sócios, acionistas, proprietários, administradores, diretores, bancos etc. cada um deles, do seu próprio ângulo de interesse, analisar, verificar e conhecer a situação patrimonial-financeiro-econômica da empresa, bem como as variações nela ocorridas durante certo período de tempo. FINALIDADE A finalidade de mostrar a situação patrimonial da empresa em dado momento é alcançada, pois o demonstrativo indica a natureza e o valor do ativo, do passivo e do patrimônio líquido da empresa. OBRIGATORIEDADE As empresas são obrigadas a levantar balanços pelo menos uma vez em cada período de doze meses, podendo esse período coincidir ou não com o ano civil. Para fins de gestão administrativo-financeiro-econômica dos negócios, quanto maior número de balanços for levantado, tanto melhor para a empresa e para as pessoas interessadas em sua atividade, pois estas terão oportunidade de conhecer, em menor intervalo de tempo, patrimônio, suas variações, as causas dessas variações e, como conseqüência, poderão verificar o grau de acerto ou desacerto das decisões passadas, bem como fixar novas políticas para o futuro. Levanta-se o balanço, também, nos seguintes casos especiais: Abertura de escrita, quando a empresa já operava; Organização de escrita; Nas liquidações, transformações, incorporações e fusões. APRESENTAÇÃO E FORMA DO BALANÇO SEGUNDO A LEI 6.404/76 O artigo 178, dessa Lei determina que “no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registre, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. O nome da empresa para a qual é levantado, o nome da demonstração, bem como a data em que é feito, acham-se indicadas no seu cabeçalho. EMPRESA EXEMPLO S/A BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/9X ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Caixa Dividendos a Distribuir Bancos Conta Movimento Duplicatas a Pagar Duplicatas a Receber Empréstimos a Pagar (-) Prov. p/ Créditos de Liq. Duvidosa Títulos a Pagar Depósito a Prazo Fixo Provisão para o Imposto de Renda Adiantamento a Fornecedores Impostos a Recolher Mercadorias em Estoque Encargos Sociais a Recolher Juros Pagos Antecipadamente Seguros Pagos Antecipadamente PASSIVO NÃO CIRCULANTE Títulos a Pagar ATIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos Imobiliários Realizável a Longo Prazo Empréstimos a Diretores PATRIMÔNIO LÍQUIDO Investimentos Participação em outras empresas Imobilizado Móveis e Utensílios Veículos Imóveis de Uso (-) Depreciação Acumulada Intangível Benfeitoria em Imóveis de Terceiros (-) Amortização Acumulada Capital Social Capital Integralizado (-) Capital a Integralizar Reserva de Capital Produto da Alienação de Parte Beneficiárias Produto da Alienação de Bônus de Subscrição Ajuste de Avaliação Patrimonial Ajuste de Avaliação Patrimonial Reserva de Lucros Reserva Legal Reserva Estatutária Reserva para Contingências (-) Ações em Tesouraria (-) Ações em Tesouraria (-) Prejuízos Acumulados Lucro do Exercício (-) Prejuízo do Exercício TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO As etapas para a elaboração do Balanço são as seguintes: 1º ) Elaboração do Balancete de Verificação do último mês; 2º ) Ajustes das contas; 3º ) Encerramento das contas de despesas e receitas; 4º ) Elaboração das demonstrações. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBRIGATÓRIAS: Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração dos Fluxos de Caixa; Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração do Valor Adicionado (se Cia Aberta). EMPRESA EXEMPLO S/A CNPJ n.º 12.345.678/0001-90 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADODO EXERCÍCIO ENCERRADA EM 31/12/20XX - Em R$ 1,00 DISCRIMINAÇÃO 20X1 20X0 RECEITA OPERACIONAL BRUTA - ROB = (Vendas + Receita de Serviços) Receitas oriundas da atividade fim da Empresa Vendas Receita de Serviços (-) Devolução de vendas (-) Abatimento sobre vendas (-) Impostos s/ Faturamento (IPI, ICMS, ISS, PIS, COFINS, SIMPLES e SUPER SIMPLES) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA - ROL ROL = ROB - Devoluções - Abatimentos - Imposto s/ Faturamento (-) CMV (-) CSP (-) CPV LUCRO BRUTO = ROL - CMV - CSP - CPV (-) DESPESAS (OPERACIONAIS) = ( a + b + c - d + e ) (-) Despesas Administrativas (a) (-) Despesas com vendas (b) (-) Despesas Financeiras (c) Receitas Financeiras (d) (-) Despesas Gerais (e) LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL = (LUCRO BRUTO - DESPESAS (OPERACIONAIS) Outras Receitas (Receitas que não estão ligadas a atividade fim da Empresa) (-) Outras Despesas (Despesas que não estão ligadas a atividade fim da Empresa) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DA CSLL = (L/P OPERAC + Outras Rec - Outras Desp.) (-) Provisão para a CSLL RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IR = (RE ANTES DA CSLL - PROV. P/ CSLL) (-) Provisão para o IR RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS O IMPOSTO DE RENDA = (RE ANTES DO IR - PROV. P/ IR) (-) PARTICIPAÇÕES = Distribuições do Lucro (-) Debêntures (-) Empregados (-) Administradores (-) Partes Beneficiárias LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO = RE APÓS O IR - PARTICIPAÇÕES LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO = LUCRO LÍQUIDO / QTDADE DE AÇÕES DA EMPRESA Debênture é um título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão. Partes Beneficiárias são títulos negociáveis sem valor nominal e estranho ao Capital Social, que podem ser criados pela Sociedade por Ações em qualquer tempo. PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA O Imposto de Renda a ser provisionado é normalmente apurado com base num cálculo estimado, que poderá ter pequenas diferenças com o que finalmente será declarado e pago no período seguinte. ESCRITURAÇÃO Despesa com Provisão p/ Imposto de Renda a Provisão Para o Imposto de Renda.(Passivo).............2.250,00 LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO O artigo 187, da Lei 6.404/76, no seu item VII, determina a indicação do montante do lucro ou prejuízo líquido por ação do Capital Social, mais comumente denominado Lucro Por Ação. O Lucro Por Ação é apurado, numa forma bem simplista de raciocínio, pela divisão do Lucro Líquido do Exercício pelo número de ações em circulação do Capital Social. Dessa forma, se tivermos um Lucro Líquido no exercício de R$ 2.000.000,00 e 10.000.000 de ações em circulação, teremos: Lucro Por Ação = Lucro Líquido N.º de Ações Lucro Por Ação = 2.000.000 = R$ 0,20 10.000.000 NOTAS EXPLICATIVAS A Lei 6.404/76, Art. 176, § 4º, determina que as Demonstrações Financeiras serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados obtidos. As notas deverão indicar: Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, principalmente dos estoques; dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão; de constituição de provisões para encargos e riscos; e dos ajustes para atender prováveis perdas na realização de elementos do ativo. Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes; Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; A taxa juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações de longo prazo; O número, espécie e classe das ações do capital social; As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; Os ajustes de exercícios anteriores; e Os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. Como podemos observar, as Notas Explicativas procuram informar os dados mais importantes sobre os Demonstrativos e sobre a situação econômico-financeira da companhia. �PAGE �37�
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