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FICHAMENTO TEORIA DOS JOGOS

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A.NOME COMPLETO DO AUTOR DO FICHAMENTO:
FELIPE ALEXANDRE DA SILVA
B.OBRA EM FICHAMENTO:
ROSA, Alexandre Morais da. Guia Compacto do Processo Penal conforme a Teoria dos Jogos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014. 226p.
C.ESPECIFICAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO:
Utilização de trechos a critério do fichador com as formulações mais importantes que traduzam o núcleo da obra em estudo. 1 No início era o jogo, 2 Os planos paralelos e simultâneos do jogo, 3 Nova dinâmica de compreensão do processo penal, 4 O jogo de guerra processual, 5 Noções da teoria dos jogos processuais, 6 Inquisitório versus acusatório, 7 Eficiência,medo e inimigos imaginários, 8 Inconsciente e a psicanálise no jogo processual, 9 Narrar histórias no e pelo processo penal, 10 Ministério público, 11 A polícia militar, 12 Guarda municipal,13 Polícia civil e polícia federal, 14 Inquérito policial, 15 Jurisdição, 16 Princípio da imparcialidade,17 Princípio da inércia da jurisdição,18 Princípio da oficialidade,19 Princípio da obrigatoriedade,20 Princípio da indivisibilidade,21 Procedimentos do cpp e especiais,22 Prisão temporária,23 Dinâmica probatória,24 Para uma noçao de doping processual,25 O (s) julgador (es),26 habeas corpus,27 Revisão criminal, 28 Conclusão:o rei está nu.
D. DESTAQUES CONFORME O REFERENTE:
1 INTRODUÇÃO
Logo no início da obra, Rosa faz uma comparação com o digesto e a forma de ensinar direito atual, onde busca-se sempre fazer o caminho lógico similar ao de épocas medievais.Ele faz uma proposta de dissidência ampliando a criatividade e as possibilidades na aplicação do direito penal, devido a evolução jurídica como novos procedimentos: delação premiada,leniência ,justiça restaurativa ,agente infiltrado,etc.
Traz uma proposta de superar o direito penal do conforto, de utilizar esquemas prontos, resumos,direito simples.Hoje em dia os professores encontram-se num dilema de se tornar desagradável por ministrar aulas mais técnicas e complexas pois o direito acadêmico atual se resume ao preparo para OAB,que pouco nos ajuda na resolução dos problemas práticos da vida processual.
Traz-nos o paradoxo de que, quando um jogador do processo penal resolve utilizar outro meio que não seja o conhecido metie de esquemas conhecidos e simplificados ,corre o risco de não ser bem compreendido.
1.1 NO INÍCIO ERA O JOGO
1.2 “A noção de jogo é antiga e, com Johan Huzinga – Homo Ludens -, pode-se dizer que é no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve. E todo jogo significa alguma coisa no sistema da vida, especialmente na descarga de adrenalina, nos estados de tristeza e êxtase que proporciona. No jogo se pode unir tensão, estratégia, táticas, alegria, dissabor, mudanças repentinas de posição, enfim, o jogo é a metáfora da vida. Daí a pretensão de integrar o jogo no campo do processo penal. Robles, por sua vez, sustenta que o direito é comparável aos jogos já que em ambos aparecem comportamentos de cooperação, competência, luta e conflito, em que o resultado não depende somente da sorte, mas da performance dos jogadores em face do Estado Juiz.” (p. 15).
1.3 “No jogo processual as regras são impostas pelo Estado e sustentadas pelo magistrado. Limita o tempo, desde a denúncia até o trânsito em julgado, bem assim o espaço (Tribunal) em que será jogado. É dinâmico e com a possibilidade de mudança, alternância , vitória, empate ou derrota. E pode se renovar (jogos repetitivos ou noutras instâncias recursais). De alguma maneira o jogo processual penal dá ordem parcial ao caos, estipulando o local do jogo, seus limites, regras, jogadores e julgadores. Daí seu efeito cativante. Para ser um bom jogador não basta somente conhecer as regras processuais. É preciso ter habilidade, inteligência, ritmo, harmonia, capacidade de improviso e fair play. Ao se assumir a função de jogador ou julgador, no jogo processual penal, acontece a criação de ambiente apartado das preferências pessoais. Utilizam-se máscaras e lugares diferenciados, para os quais a estética, a performance, roubam a cena. O espetáculo do jogo processual lança luzes narcísicas, promove o aparecimento de traços não existentes e/ou obliterados na vida privada. Pulsa. Agita. Explode. É o rito coletivo pelo qual a punição de legitima.” (p. 16).
1.4 “As normas de organização do Poder Judiciário e dos jogadores não são normas processuais, embora incluídas no estudo do processo penal justamente porque são prévias. É por elas que são estabelecidos os sujeitos que atuarão e o lugar onde somente então acontecerão os jogos processuais. Essas normas criam as competências e preexistem ao processo em si, sendo, portando, condição de possibilidade. A Constituição da República criou os órgãos julgadores, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Advocacia e estipulou as regras de fixação de competência. É somente a partir delas que se pode fazer acontecer o processo penal. E as regras dependem de convenção Estatal, ou seja, da elaboração de produção normativa. É um produto convencional, tanto assim que as regras – estrutura e funcionamento – variam conforme os países. E se estão postas por atos normativos são linguagem, suscetíveis, pois, aos jogos de linguagem.” (p. 17).
2.OS PLANOS PARALELOS E SIMULTÂNEOS DO JOGO
2.2 “O jogo processual se estrutura em 3 (três) planos paralelos e simultânos: a) o reconhecimento das normas processuais – princípios e regras – lançados processualmente por seus jogadores e julgadores; b) da teoria da informação probatória e seus fatores de convencimento, ou seja, seus condicionantes internos/externos e, c) da singularidade do processo: o julgador e jogadores, as táticas e estratégias. Ao mesmo tempo em que a estrutura é universal (pelo menos normativamente, ainda que se possa discutir a aplicabilidade de algumas disposições em face da CR), a singularidade do caso demanda, no campo penal, a especialidade: cada decisão é uma decisão, artesanal, não se podendo julgar em “bloco” no crime. Os três planos funcionam paralelamente e vão se articulando no decorrer do jogo processual de maneira contingente.” (p. 21).
3 NOVA DINÂMICA DE COMPREENSÃO DO PROCESSO PENAL
3.1 “A teoria dos jogos para fins desse escrito será utilizada exclusivamente a partir da noção de jogos dinâmicos e de informação incompleta. Dentre as diversas classificações, acolhe-se a que se dá em 4 (quatro) modelos: a – jogos estáticos e de informação completa: analisada todas as possibilidades e informações, a decisão se dará pelo equilíbrio de Nash, uma vez que jogadores racionaisfariam a melhor opção pessoal. Entretanto, tal situação é confrontada pelo Dilema do prisioneiro, já que não seria um ótimo de Pareto30, a saber, a melhor racionalidade individual significa resultado prejudicial para todos; b – jogos dinâmicos e de informação completa: ao contrário de uma jogada, a sucessão de estágios faz com que etapa – subjogo – exija constante avaliação das possibilidades e antecipações de sentido, mas acabam em cada subjogo, reiterando a opção individual do equilíbrio de Nash, ou seja estratégias não – cooperativas; c – jogos estáticos de informação incompleta; ainda que apenas um estágio de jogo, não se sabe a avaliação dos demais jogadores, por exemplo, como acontece nos leilões em que não sabe o valor que os demais jogadores darão ao bem leiloado. Prevalece a lógica de Thomas Baies, a saber, depende da crença nas probabilidades pessoais e morais, então subjetivas, não exclusivamente racionais/objetivas, e; d – jogos dinâmicos de informação incompleta: é o modelo que se pretende aplicar ao processo penal, pelo qual se precisa entender que tipo de jogador se está enfrentando e qual o jogador a quem se dirige a informação do jogo. Na fusão de horizontes de informação representado pelo processo penal é importante (saber) antecipar as motivações (objetivas, subjetivas e inconsciente) dos jogadores e julgador, especialmente no tipo de informação apresentada e nas surpresas (trunfos) ainda não informados. O resultado depende da sucessão de subjogos e dainformação – prova validamente trazida ao contexto do jogo.” (p. 26).
4 O JOGO DE GUERRA PROCESSUAL
4.1 “O processo judicial possui a tendência de ficar intenso e no momento de produção probatória encontra seu ápice. O atrito como a forma de dificuldades de informação faz com que a prova seja sempre uma excessao e, como tal, inserida numa lógica singular, sem universalismo. Deve-se, pois, (i) dominar a teoria processual e de direito penal; (ii) ter-se experiência de jogo (de combate) ou treinamento e (iii) entender o caráter cambiante do jogo e das sucessivas rodadas (subjogos).” (p. 35).
5 NOÇOES DA TEORIA DOS JOGOS PROCESSUAIS
5.1 “Para se entender a proposta é preciso estabelecer os lugares do jogo: a) julgador (juiz, desembargadores, ministros); b) jogadores (acusação, assistente de acusação, defensor e acusado); c) estratégia de cada jogador (uso do resultado); d) tática das jogadas (movimentos de cada subjogo) e; e) payoffs (ganhos ou retornos) de cada jogador com a estratégia e tática. A pretensão desse livro, como já antecipado, é adaptar – com significativas mudanças, a abordagem da teoria dos jogos para o campo do processo penal.” (p. 36).
6 INQUISITÓRIO VERSUS ACUSATÓRIO
6.1 “Assim que o processo penal estaria situado numa estrutura que possui características diversas e se divide, historicamente64, nos sistemas65 inquisitório e acusatório, surgindo contemporaneamente modelos que guardam características de ambos sem que, todavia, possam ser indicados, no que se refere à estruturas, como sistemas mistos66. São mistos ou sincréticos por acolherem características de ambos os sistemas, sendo incongruência lógica eventual denominação de terceiro genero. Isto porque a compreensão de sistema decorre da exigência de um princípio unificador capaz de derivar a cadeia de significantes dele decorrentes, não se podendo admitir a coexistência de princípios (no plural) na origem do sistema Kantiano. Assim é que no sistema inquisitório o princípio inquisitivo marca a cadeia de significantes, enquanto no Acusatório é o princípio Dispositivo que lhe informa. E o critério identificador é, por sua vez, o da gestão da prova. Sendo o processo penal atividade marcante recognitiva, de acertamento de significantes, a fixação de quem exercerá a gestão da prova e com que poderes se mostra indispensável, no que já se dominou bricolage de significantes. No Inquisitório o juiz congrega, em relação à gestão da prova, poderes de iniciativa e de produção, enquanto no Acusatório essa responsabilidade é dos jogadores, sem que possa promover sua produção. De outra face, no Inquisitório da liberdade do condutor do feito na sua produção é praticamente absoluta, no tempo em que no Acusatório a regulamentação é precisa, evitando que o juiz se arvore num papel que não é seu.” (p. 50).
7 EFICIÊNCIA,MEDO E INIMIGOS IMAGINÁRIOS
7.1“ O que se precisa superar, de alguma forma, é a compreensão de que o Sistema de Controle Social dará conta dos problemas gerados pela alteração do modo de produção, bem como do discurso expansionista do Direito penal e de flexibilização das garantias processuais. É necessário superar o que se pode chamar de Processo Penal do Espetáculo, movido pela junção equivocada eiludidade de esforços. De um lado a Esquerda Punitiva, e de outro a Direita de sempre, defendendo cinicamente os valores como representação de toda a sociedade. O resultado disto é a evidencia de uma vontade de punir que precisa, sempre, de novos protagonistas. O produto crime interessa, ainda mais quando um graúdo passa a ser o acusado, pois relegitima todo o Sistema. É o bode expiatório. 128 A discussão da segurança publica no contexto democrático precisa rever alguns conceitos que não passaram pela oxigenação democrática advinda da Constituição da República de 1988 e que continuam fazendo vítimas. Não se trata, como querem alguns, de enjeitar todo o Direito Penal, cuja importância simbólica de limite precisa ser reiterada, nem de o endeusar como a salvação das mazelas sociais. Cuida-se sim, de responder adequadamente ao conclame democrático de um direito penal que respeite os Direitos Fundamentais, a partir da tão falada e pouco compreendida dignidade da pessoa humana. Somente assim pode-se buscar reconstruir a cidadania brasileira nesta luta de mais de 25 anos de Constituição.” (p. 69).
8 O INCONSCIENTE E A PSICANÁLISE NO JOGO PROCESSUAL
8.1 “O um-juiz, todavia, é uma singularidade; não existe como sujeito abstrato e universal. São diferentes no tocante ao sexo, idade, instrução, ideologia, trilhamento do Complexo de Édipo, experiências pessoais, são neuróticos, obsessivos, paranoicos, psicóticos e esquizofrênicos, capazes de num processo, então, ao invés de julgar o acusado, estar, na verdade, diz Bueno de Carvalho, condenando “a sí, mas quem vaipara o presídio é o outro.”162 Apesar de ser a projeção um dos mecanismos de defesa do eu, pode acontecer no julgamento, consoante assevera Prado: “O ato de julgar implica na projeção entendido como um mecanismo inconsciente, por intermédio do qual alguém tira de sí e coloca no mundo externo (em outro, ou em alguma coisa) os próprios sentimentos, desejos, e demais atributos tidos como indesejáveis. Essa ligação entre julgamento e projeção tras um complicador, a formação de sombra. Por isso creio ser importante que o juiz – mais talvez do que qualquer outro profissional – entre em contato com os seus conteúdos sombrios, trazendo- os à consciência. Dessa forma, poderá talvez projeta-los menos. Isso ocorrerá se buscar entender o significado desse possível infrator que – como todo ser humano – tem dentro de sí, reconhecendo-o como tal.”163.” (p. 93).
9.NARRAR HISTÓRIAS NO E PELO PROCESSO PENAL
9.1 “Talvez boa parte dos leitores tenha, quando criança, brincado de mocinho e bandido. A dinâmica era simples: o bem contra o mal. Na luta eterna, idealizada pela mídia e super – heróis, assim, preenchíamos o imaginário infantil. Flavio Kothe aponta que a narrativa trivial em cena ritual banal de vitória do bem contra o mal, dados desde antes, maniqueisticamente, beirando ao obsessivo e doentio retorno do mesmo. Diz Kothe: “Sob a aparência de diversão, faz uma doutrinação, em que os preconceitos do público são legitimados e autorizados.”167 Essa pequena introdução mostra que a convivência democrática não se faz presente por aqueles cujos retorno do lugarde mocinho imaginário por excelência, ficou retido na vida aparentemente, adulta. A luta por defenestrar o mal, acaba com os ditos criminosos, punir todos que fazem objeção à cruzada pela salvação social é o mote. Nessa luta pelo bem, claro, podem existir juízes que dizem não! Há regras a se cumprir. Sabemos, por Agamben, que a necessidade de purificar a sociedade não encontra barreira. A necessidade de pureza faz a sua lei, sempre que exceção, contando, também, com o apoio do público, no espetáculo de destruição subjetiva do outro. Agostinho Ramalho Marques Neto nos pergunta: Quem nos salva da bondade dos bons?168 O perigo de uma cruzada dessas foi representado na história por Robespierre ou, quem sabe, um Demóstenes qualquer, para os quais o discurso precisa ser forte, entendendo, todavia, que não adiante os querer convencer. Estão eclipsados em suas fantasias de mocinho eternos, insuflados por eles mesmos, para os quais, nada adianta dizer... E as narrativas triviais são a base dos pedidos de prisão, condenação, enfim, transitam nos argumentos processuais. Para isso deve-se estar preparado.” (p. 97).
10 MINISTÉRIO PÚBLICO
10.1 “O Ministério Público (não) pode investigar. Controvérsia é a possibilidade de o Ministério Público investigar dado que não previsto da Constituição, sendo objeto de repercussão geral (RE n. 553.727/MG). Há posições de ambos os lados, com a tendência do reconhecimento da possibilidade excepcional, não ordinária. Os argumentos que defendem a possibilidade de investigação não se sustentam por umprincípio básico: o Ministério Público não pode escolher em que casos irá investigar, dada a exigênciados princípios da impessoabilidade e da legalidade (CR, art. 37), até porque o art. 129, de VI e VII, da CR art. 8º, LC 75/93 e art. 26 da lei 8.625/93, indicam ao Ministério Público o lugar de jogador titular da ação penal e não da investigação, salvo quando investigado for membro do Ministério Público (art. 18 LOMP). Não se pode transformar substantivo em adjetivo – exclusivamente -, como acontece com o art. 144, § 4º da CR, por exemplo176. As Resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público (nos 13 e 20) não suprem a legalidade. O lugar do Ministério Público é de jogador da partida processual penal. A fase pré-jogo não lhe compete. Entretanto no jogo processual, dependendo do jogador, a tese seja acolhida. É uma variável a ser invocada.” (p. 102).
11 A POLÍCIA MILITAR
11.1 “A Polícia Militar é órgão da segurança pública. Compete a esta o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, sem qualquer competência para instaurar ou conduzir investigações policiais, salvo nos crimes militares, mesmo no âmbito dos Juizados Especiais (CR, Art. 144, § 5º). Assim também a Polícia Rodoviaria Federal (CR, Art. 144, § 2º) E a Polícia Ferroviária Federal (CR, Art. 144, § 3º). Ademais, o dito serviço de investigação (P2) é o jeitinho brasileiro, aplicado pelas corporações para investigar sem regras, apresentado relatórios e requerendo providencias. Decorrente disto que não podem requerer medidas cautelares (intercepçãotelefônica, mandado de busca e apreensão, etc.). A Polícia Militar possui uma função especifica e quem deseja investigar está no lugar errado. E não raro faz errado. Contamina a prova. Cheio de boas intenções, claro. Se a autoridade administrativa – Polícia Militar – realiza atividade sem previsão legal, embora existente materialmente, legalmente é inservível. Pelo menos deveria, mas há jogadores de acusação e julgadores que validam os atos nulos. Daí ser outra variável dos jogos processuais.” (p. 102/103)
12 GUARDA MUNICIPAL
12.1 “A Guarda Municipal é órgão criado para o fim de proteção dos bens, serviços e instalações dos Municípios e não como substituto da Polícia Militar ou Civíl (CR, Art. 144, § 8º). Não pode realizar atos próprios de investigação, nem de policiamento ostensivo, muito menos apurar denúncias anônimas. Como qualquer do povo, pode prender em flagrante delito posto, não pressuposto. Toda atuação em desconformidade com a competência levará à ilicitude da prova (CR, Art. 5º, LVI). Em algumas cidades a Guarda Municipal virou uma espécie de Polícia Militar, sem previsão legal, mas que atende aos anseios políticos locais. Assim é que as prisões decorrentes de abordagem pessoal, por exemplo, sem flagrante antecedente, sujeita os agentes da guarda à tipificação de abuso de autoridade e no relaxamento da prisão. Não se trata de garantir o resultado, mas o trajeto. A democracia exige que cada instituição cumpra sua função e a da Guarda Municipal não é a de suprir eventual deficiência da Polícia Militar.” (p. 103).
13 POLÍCIA CIVIL E POLÍCIA FEDERAL
13.1 “A competência para instauração de investigação é da Polícia Civil ou Polícia Federal, no âmbito das respectivas atribuições “Lei n. 12.830/13, art. 2º § 1º). Conforme o tipo penal em tese violado e da autoridade eventualmente investigada emerge a competência para instauração da investigação. A autoridade policial é o Delegado de Polícia ou Delegado Federal, formada por agentes e investigadores, conforme a carreira respectiva. Ainda que não tenham as garantias dos ministrados e membros do Ministério Público, não podem ser excluídos da investigação sem motivação (Lei n. 12.830/13, art. 2º §§ 4º e 5º). Formam a Polícia Judiciária.” (p. 104).
14 INQUÉRITO POLICIAL
14.1 “A instauração do Inquérito Policial se dá por Portaria lavrada pela autoridade policial, de ofício ou a requerimento da parte interessada (CPP, art. 5º II e art. 27, não tendo sido recepcionado o art. 26 do CPP). Para tanto deve existir tipicidade aparente, isto é, as informações devem indicar a violação de tipo penal, sob pena de arquivamento, do qual cabe recurso (CPP, art. 5º, § 2º). A presidência do IP não se confunde com arbitrariedade. A autoridade policial pode eleger as linhas de investigação. Deve, todavia, estar vinculado ao disposto no art. 6º (comunicação do crime, preservação de local de crime, oitiva de pessoas, requisição de pericias, realização de acareação, reconstituição, identificação criminal, indiciamento e interrogatório), bem assim impedido de realizar medidas restritivas de direitos fundamentais (prisão preventiva ou temporária,intercepção telefônica, quebra de sigilo fiscal/bancário, busca e apreensão, sequestro, etc.), dada a reserva de jurisdição. Podem ser requisitadas diligencias e produção de elementos preliminares tanto pela vitima, como pelo indiciado, suspeito e pelo Ministério Público, mas o Delegado tem a prerrogativa de não as acatar (CPP, art. 14) desde que motivadamente. A nomeação de curador (CPP, art. 5º) perdeu o sentido em face da maioridade civil (Código Civil, art. 5º).” (p. 105).
14.2 “O suspeito ou indiciado possui o direito de não produzir prova contra sí mesmo179. Logo, não poderá ser obrigado a participar de reconstituição, fornecer padrões vocais (STF, HC 83.096), padrões gráficos de próprio punho (STF, HC 77.135), sangue, esperma, etc. Essa negativa não impede que a autoridade policial possa investigar por outros meios lícitos (p.ex. o lixo do investigado, requisição de documentos em repartições publicas, colégios, etc.). Além disso o conduzido deve ser necessariamente advertido do direito ao silêncio. A famosa Advertência Miranda foi acolhida pela Corte Suprema dos Estados Unidos, em 1966, no caso Miranda x Arizona reconhecendo que é pressuposto à validade das declarações que o acusado tem a possibilidade anterior de se consultar com um defensor (daí a inconstitucionalidade do art. 21 do CPP) e tenha sido advertido do seu direito de não se autoincriminar 180.” (p. 105/106).
15 JURISDIÇÃO
15.1 “No campo do Direito Penal o manejo do poder no Estado Democrático de Direito deve se dar de maneira controlada, evitando-sea arbitrariedade dos eventuais investidos no exercício do poder Estatal. Para que as sanções possam se legitimar democraticamente precisam respeitar os Direitos Fundamentais, apoiando-se numa cultura igualitária e sujeita à verificação de suas motivações, porque o poder estatal deve ser limitado, a saber, somente pode fazer algo – por seus agentes – quando expressamente autorizado.201” (p. 124).
15.2 “O modelo garantista, proposto por Ferrajoli, indica onze princípios necessários e sucessivos de legitimidade do sistema penal e, desta forma, da sanção204. São eles: pena, delito, lei, necessidade, ofensa, ação, culpabilidade, jurisdição, acusação, prova e defesa. A ausência de um deles torna a resposta estatal, lida a partir do Garantismo, ilegítima205, constituindo, cada um (dos princípios), condição da responsabilidade penal. São assim, prescritivas de regras processuais ideais ao modelo garantista sem que o seu preenchimento in totum obrigue uma sanção; mas o contrário, pois somente com o preenchimento (de to)das implicações deônticas do modelo é que o sistema está autorizado a emitir um juízo condenatório.206” (p. 125/126).
16 PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
16.1 “O julgador ignora os fatos, mas não é neutro, já que possui suas conotações políticas, religiosas, ideológicas, etc, mas deve ser imparcial: afastamento subjetivo dos jogadores e objetiva do caso penal. Os jogadores poderão impugnar o julgador por exceção de suspeição/impedimento (CPP, art. 95 e sgts). Para garantir a imparcialidade210 (objetiva e subjetiva), o CPP indicaque o julgador e o Ministério Público (CPP, art. 258, STJ, Súmula n. 234) não podem funcionar nos jogos processuais por impedimento (CPP, art. 252-253) e/ou suspeição (CPP, art. 254). Anote-se que a intervenção de um impedido exclui a dos demais, inclusive advogado/Defensor Público. Por exemplo, se o defensor atuou no APF ouno IP, ele exclui o julgador e vice-versa. Entretanto, ainda que um dos envolvidos no processo (jogadores ou acusado) injurie ou promova qualquer ato com a finalidade de criar a suspeição, tal jogada será considerada ilegal, não excluindo o julgador (CPP, art. 256). Estendem-se as hipóteses de impedimento e suspeição aos servidores e auxiliares da Justiça (CPP, art. 274). Difunde-se que a autoridade policial (Delegado de Polícia), por exercer atividade meramente administrativa, não sofreria as limitações previstas no CPP. Contudo, pensar assim é desconhecer que no devido processo legal substancial a intervenção do Estado não pode se dar de maneira pessoal por força dos princípios da administração pública (CR, art. 37), em especial o da impessoalidade, à fase pré-processual.” (p. 128/129)
16.2 “Não pode o julgador, depois de fixada a sua competência, determinar a prorrogação e/ou a delegação. O Estado Julgador não pode declinar aos particulares o acertamento do caso penal. Isto é, a decisão judicial não pode ser delegada a terceiro. Dentro do sistema pode acontecer a aplicação da Mediação Penal, cuja legislação está em tramitação, bem assim da Justiça Restaurativa211.” (p. 129).
17 PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO
17.1 “Se no jogo não houver juiz, os lugares são indistintos. Logo, os lugares e funções são diferentes. Não se pode confundir o papel do julgador com o dos jogadores. As decisões do julgador estão vinculadas às jogadas. Não pode ele, assim, tomar um lugar que não é seu, cabendo-lhe garantir o fair play, isto é, o jogo limpo (CPP, art. 251). A Constituição da República desenha Instituições (Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria e Advocacia) com atribuições especificas. Assumir a função processual que não é sua vicia o jogo. Na condução da partida processual deve o julgador evitar procrastinações e jogadas ilegais. Enfim, cabe-lhe garantir direitos processuais, sem participação na gestão da prova ou em nome da ilusória Verdade Real. Diversas disposições do CPP não foram recepcionadas pela CR/88 e disposições das reformas parciais são inconstitucionais. Exemplificativamente indicam-se: a impossibilidade de (i) iniciar a ação penal de ofício; (ii) promover diligências não requeridas pelos jogadores; (iii) formular perguntas às testemunhas/informantes, mesmo em caráter supletivo (CPP, art. 212); (iv) condenar sem requerimento (CPP, art. 385); (v) modificar a imputação penal de ofício, salvo no limite da leitura conforme a Constituição (CPP, art. 28), (vii) decretar prisão sem requerimento do jogador acusador (CPP, art. 310); (viii) recorrer de ofício (CPP, art. 574), dentre outros erros democráticos de quem, muitas vezes, fez concurso errado e não entende que ou se joga, ou se julga.” (p. 130).
18 PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
18.1 “No caso de ação penal pública ou condicionada à representação do Ministério Público possui um papel de protagonista em face da assunção, pelo Estado, do exercício da tutela penal, salvo nas hipóteses expressamente previstas em lei de ação penal privada, casos em que o Ministério Público oficiará para garantir a sua efetividade.” (p. 135).
19 PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE
19.1 “Manifesta-se pela legalidade, ou seja, preenchidos os requisitos legais para o exercício da ação penal não pode o jogador-autor negar-se a iniciar a partida por questões privadas. Decorrência do devido processo legal substancial é descabido o tratamento não isonômico, inexistindo disponibilidade sobre o conteúdo da ação penal. Claro que nesse juízo deve ser ponderada a existência das suas condições, dentre elas a justa causa, a qual engloba a tipicidade aparente, dentre elas a justa causa, a qual engloba a tipicidade aparente e a tragédia dos comuns. Abrir-se mais uma guerra processual depende do cotejo da condições de possibilidade do jogo.” (p. 135). 
20 PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE
20.1 “Embora previsto somente nos casos de ação penal privada (CPP, art. 48), entende-se que não pode – como decorrência do principio da obrigatoriedade/legalidade – o Ministério Público escolher dentre os possíveis autores da infração somente alguns para figurar no processo. Pode manifestar-se pelo arquivamento em relação a alguns dos investigadores e denunciar os demais. O que é vedado é imotivadamente deixar de promover a ação penal por critérios outros que não decorrentes da investigação preliminar.Havendo condições da ação o processo deverá ser proposto contra todos os envolvidos.” (p. 136).
21 PROCEDIMENTOS DO CPP E ESPECIAIS
21.1 “O procedimento ordinário inicia-se com: a) apresentação de denúncia ou queixa apta(CPP, art. 41), podendo-se arrolar, no máximo, 8 (oito) testemunhas (CPP, art. 401), já que os informantes não entram no cômputo , baseado no Inquérito Policial, Auto de Prisão em Flagrante ou documentos respectivos; b) uma vez reconhecida como apta, a acusação é recebida ou rejeitada (total ou parcialmente) por decisão do julgador, fixando os limites da acusação265, determinando-se, ainda, a citação do acusado para que apresente respostas, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias (CPP, art. 396); c) no prazo de respostas o acusado poderá apresentar as exceções (CPP, art. 95), as quais serão processadas em apartado), bem assim terá a oportunidade de articular a estratégia e a tática defensiva, momento em que poderá suscitar preliminares, arrolar testemunhas (máximo de oito), juntar documentos, requerer pericias, etc. A defesa preliminar é ato obrigatório, sob pena de nulidade. É a manifestação da tática defensiva, sem que se possa exigir antecipação da respectiva estratégia. Daí que, por ser obrigatória, se o acusado citado não apresentar resposta, o juiz nomeará defensor. d) Apresentada a defesa preliminar, em decisão fundamentada, o julgador poderá fazer cessar o jogo pelo reconhecimento de causa excludente da ilicitude, existência manifesta de causa de excludente de culpabilidade, salvo inimputabilidade, atipicidade e extinção da punibilidade (CPP, art. 397). Não reconhecida a absolvição sumária, o julgador designará audiência de instrução e julgamento, no prazo de 60 (sessenta) dias, ocasião em que será coletada a prova oral (CPP, art. 400), na seguinte ordem, se houver: 1) ofendido; 2) declarante de acusação; 3) declarantes de defesa; 4) esclarecimento dos peritos (CPP, art. 400, § 2° e art. 159, § 5°, l); 5) interrogatório. Lembre-se que as testemunhas/informantes, se residentes fora da comarca, serão ouvidas por carta precatório (CPP, art. 222) ou rogatória (CPP, art. 223), não se suspendendo o processo, salvo se disponível sistema de videoconferência. (CPP, art. 222, § 3º); e) encerrada a produção de informações probatórias, é possível que os jogadores requeiram diligências, as quais devem se vincular ao que se produziu em audiência (CPP, art. 402), não se prestando a reabrir possibilidades probatórias que poderiam ser requeridas anteriormente 266; f) seguem-se alegações finais orais ou por memorais (CPP, art. 403); (g) proferindo-se sentença.” (p.153).
22 PRISÃO TEMPORÁRIA
22.1 “Aury Lopes Jr indica que: “nasce logo após a promulgação da Constituição de 1988, atendendo a imensa pressão da polícia judiciária brasileira, que teria ficado ‘enfraquecida’ nonovo contexto constitucional diante da perda de alguns importantes poderes, entre eles o de prender para ‘averiguações’ ou ‘identificação’ dos suspeitos. Há que se considerar que a cultura policial vigente naquele momento, onde prisões policiais e até a busca e apreensão era feitas sem a intervenção jurisdicional, não concebia uma investigação policial sem que o suspeito estivesse complemente à disposição da polícia. (...) Então não se pode perder de vista que se trata de uma prisão cautelar para satisfazer o interesse da polícia, pois, sob o manto da ‘imprescindibilidade para as investigações do inquérito’, o que se faz é permitir que a polícia disponha, como bem entender, do imputado. (...) A prisão temporária cria todos as condições necessárias para se transformar em uma prisão para tortura psicológica,pois o preso fica à disposição do inquisidor. A prisão temporária é um importantíssimo instrumento na cultura inquisitória que ainda norteia a atividade policial, em que a confissão e a ‘colaboração’ são incessantemente buscadas. Não se pode esquecer que a ‘verdade’ esconde-se na alma do herege, sendo ele o principal ‘objeto’ da investigação.”294 (p. 167/168).
22.2 “A prisão temporária é o campo adequado para aplicação do dilema do prisioneiro, especialmente quando se apresenta como possibilidade a renovação da contenção. É uma prisão que não se vincula ao processo, mas a investigação e com argumentos injustificáveis. De qualquer forma, o uso pela polícia e pelo jogador acusador possuem o condãodesestabilizar o investigado e, quem sabe, com isso, promover confissões, delegações, etc.295” (p. 168).
23 DINÂMICA PROBATÓRIA
23.1 “O controle da prova, dos jogadores, das cartas probatórias (informação), do conteúdo da audiência, da credibilidade, do boato, enfim, dos fatores cambiantes (significantes) da partida (guerra). A diferença no processo penal é que a acusação larga na ofensiva, mostrando as cartas que pretende usar no jogo processual, enquanto a defesa se posta na espera. A acusação procura antecipar os movimentos da defesa, mitigando eventual álibi, mas mesmo assim a postura é proativa. No decorrer da batalha probatória, eventual sucesso parcial não necessariamente conduz à vitória, justamente porque o impacto pode ser revertido pelas jogadas posteriores. Daí que a manutenção das vitórias parciais (subjogos) deve se dar a todo momento, transformando a atitude de ataque em atitude defensiva. Dito de outra forma, obtidos significantes suficientes para condenação, a juízo do acusador, a postura passa a de defender o universo probatório já alcançado. A reciprocidade de lugares (ataque e defesa) variam no decorrer do processo. Ainda que a defesa nada tenha que provar, a assunção de postura passiva ignora a lógica da guerra.” (p. 182).
24 PARA UMA NOÇÃO DE DOPING PROCESSUAL
24.1 “Grosso modo, doping é fraude, jogo sujo! Surgido no âmbito dos esportes o doping se constitui como problema privado e público338, especialmente nas competições, tanto assim que o Comitê Olímpico Internacional criou entidades para combater o fenômeno: World Anti-Doping Agency – WADA.A função básica seria a prevenção e repressão da fraude e da trapaça nas disputas, garantindo-se o fair play (jogo limpo) e se protegendo tanto os atletas como o próprio jogo.” (p. 195).
24.2 “No campo do processo penal entendido como jogo, pode-se invocar, quem sabe, a noção de doping processual para superar a teoria das nulidades. No Brasil, a teoria das nulidades do processo do processo penal, com origem civilista, é caótica. Prevalece a discussão entre ausência de prejuízo, malversação das normas procedimentais, enfim, dilemas ideológicos travestidos de questões processuais, cuja superação é necessária339.” (p. 196).
 25 O (S) JULGADOR (ES)
25.1 “O julgador é uma pessoa física, com endereço, CPF, família e problemas. Um sujeito que passou no concurso e possui um lugar de exceção na estrutura do Estado356. Então, as informações sobre ele devem ser buscadas e, para tanto, é preciso saber quem ele é singularmente, ou seja, suas preferencias ideológicas, sociais, criminológicas, religiosas, processuais, etc, bem assim o grau de autonomia e reputação, dentre outras. Há fatos relevantes sobre os jogadores e sobre o julgador acessíveis e que simplesmente não são verificados. As informações são negligenciadas por uma mistura de arrogância e ingenuidade, a qual, não raro, redunda em cara de espanto.” (p. 210).
26 HABEAS CORPUS
26.1 “Com o sistema recursal caótico e ausente hipótese de cabimento expresso, não raro, surge a necessidade de utilização atravessada do Mandado de Segurança (CR, art. 5º, LXIX e Lei n. 12.016/09). A configuração dodireito líquido e certo, bem assim a ilegalidade ou abuso de poder do ato impugnado não são uniformes. Utiliza-se, por exemplo, no caso de negativa de acesso dos autos (IP, APF, Investigações) por parte da autoridade policial360” (p. 217).
4.37 “O Habeas Corpus (CR, arti 5º, LXVIII) vincula-se à liberdade de locomoção (ir, vir e ficar), tendo alargada sua hipótese recursal diante do caótico e demorado sistema recursal (CPP, art. 654)361. As hipóteses de cabimento de recurso em sentido estrito, ainda processado em primeiro grau, demoram a ascender aos Tribunais. Daí que se foi ampliando as hipóteses de cabimento. De qualquer maneira, o CPP, no art. 648, estabelece as hipóteses: quando não houver justa causa; prisão além do prazo legal (sendo que as Súmulas n. 21 e 52, do STJ, perderam o efeito depois da reforma de 2008); autoridade sem competência, cessado o motivo da coação, cabimento fiança, processo manifestamente nulo e extinta a punibilidade. Pode ser preventivo (sem restrição realizada) ou liberatório (com restrição já realizada). No primeiro se busca impedir e no segundo reparar o ato ilegal ou abusivo.” (p. 218).
27 REVISÃO CRIMINAL
27.1 “A Revisão Criminal (CPP, art. 621 e seguintes) cabe somente no caso de condenação. Não cabe reabrir-se o caso na hipótese de absolvição (por qualquer dos fundamentos do art. 386). Decorrência do devido processo legal substancial, uma vez julgada a ação penal, não pode o Estado renová-la363. Por isso em casos em que a prova é duvidosa, muitas vezes o arquivamento, pelo MinistérioPúblico, é mais inteligente do que uma aventura sem muitas chances de êxito.” (p. 219).
28 CONCLUSÃO:O REI ESTÁ NÚ
28.1 “O Guia Compacto arriscou-se em citar autores, julgados, esforçando-se para não parecer tão estranho, ainda que seja uma aposta em dois sentidos: a) na construção de um sistema Constitucional de processo penal baseado no devido processo legal substancial, e; b) uma aposta na singularidade do jogo processual, do caso fático, dos jogadores e julgador. Partindo disso: cada jogo processual é único.” (p. 223).
28.2 “Há alguma diferença em ganhar uma decisão favorável sem fair play. O resultado positivo pode ser comemorado, mas assim como os produtos falsificados – bolsas, camisas, etc. – o sujeito sabe que o resultado possui um componente secreto. Uma vez vindo à tona, a vitória poderia ser tida como ilícita. Daí que se comemora, mas sem o mesmo ímpeto pessoal. A sensação de ser fraudador pode ser compensada pelo resultado, mas mantém o sujeito no lugar do jogo sujo. Na conta processual se o resultado for mais importante, o caminho é uma mera contingência. A aposta é no fair play.” (p. 226).
5. REGISTROS PESSOAIS DO FICHADOR SOBRE OS DESTAQUE SELECIONADOS E SUA UTILIDADE PARA A PESQUISA E/OU A APRENDIZAGEM EFETIVA HAVIDA COM O FICHAMENTO:
O Fair play é jogo justo/limpo. Pode-se dizer também que é o modo leal de agir. Jogar de maneira que não prejudique o adversário propositalmente.
Ter/sentir fair play, significa basicamente que o profissional do Direito, não se deixe levar pela raiva, ou falta de paciência. É saber responder compostura e respeito aos insultos a sí dirigidos.Pesquisando mais sobre, encontrei o seguinte significado, o qual gostei muito: “É a forma gentil de lidar com aquilo que nos desagrada.”Já o tal do doping, trata-se do contrário de fair play. É fraude, jogo sujo. É agir com trapaça nas “disputas”. 
A Teoria dos Jogos trata do comportamento do jogador, que procura ter o maior ganho e menor perda possíveis. Procuram escolher diferentes ações na tentativa de melhorar seu retorno. A teoria dos jogos é basicamente quando o jogador deve escolher entre as opções oferecidas a ele, visando sair ileso, sem prejudicar a sí mesmo.
Se tratando de jogadores e julgador, os jogadores são dois, de um lado a acusação e do outro a defesa. Ambos os lados estão buscando vitória. 
Já no caso do julgador, o papel é basicamente organizar e decidir o jogo, visando o cumprimento de suas regras, e o fair play.
Quanto ao Princípio Acusatório e Inquisitório, no Inquisitório, o poder de iniciativa e de produção, da gestão de prova, é do juiz,enquanto no Acusatório, essa responsabilidade passa para os jogadores, sem que possa haver sua produção.
A obra é interessante, no que tange a Processo Penal através de uma Teoria real, que sem perceber muito vemos no nosso dia a dia. Onde sempre estamos tomando decisões, entre opções que nos são apresentadas, visando nosso próprio bem.

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