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Trypanosoma cruzi Doença de Chagas Doença de Chagas O mal de Chagas, ou tripanossomíase americana, é uma doença endêmica causada pelo parasito Trypanosoma cruzi e transmitida por um inseto conhecido no Brasil como barbeiro. O risco de contraí-la está associado às precárias habitações nas áreas rurais, pois este inseto se aloja nas frestas das paredes de barro das casas. Agente etiológico Trypanosoma cruzi Ordem: Kinetoplatida Família: Trypanosomatidae Gênero: Trypanosoma Protozoário: possui cinetoplasto (mitocôndria modificada, rica em DNA) Agente etiológico 3 FORMAS DE VIDA: Hospedeiros vertebrados: mamíferos, sendo muito importante em humanos. Habitat: tripomastigotas na corrente sanguínea e amastigotas intracelularmente no músculo cardíaco, esquelético ou liso, células nervosas. Hospedeiros invertebrados: insetos hematófagos da família Reduviidae, subfamília Triatominae. Principais: Triatoma sp, Rhodnius sp e Panstrongylus sp. Inseto hematófago – conhecido como barbeiro, chupão, fincão, bicudo. Apresentam muitas variações morfológicas e funcionais > mais de 120 espécies (Triatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus) adultos medem de 0,5 a 4 cm de comprimento Hábitos noturnos Vetor 5 Triatoma infestans Panstrongylus megistus Rhodnius prolixus Vetor: 6 MORFOLOGIA HV Formas tripomastigotas sanguíneos circulantes: - São extracelulares - Forma de C ou S - Flagelo na extremidade anterior - Bolso flagelar e cinetoplasto na extremidade posterior - Possui membrana ondulante - Núcleo na porção central - Não se reproduzem. Forma tripomastigota sanguínea: Fonte: Rey – Parasitologia – Guanabara Koogan, 2001. MORFOLOGIA Formas amastigotas: - São intracelulares - Formato arredondado ou ovóide - Não há flagelo livre Núcleo e cinetoplasto visíveis - Capazes de se multiplicar por divisão binária simples Forma amastigota: Fonte: Rey – Parasitologia – Guanabara Koogan, 2001. Forma amastigota: MORFOLOGIA HI Forma epimastigota: - Forma extracelular (porção posterior do intestino médio do artrópode) - Formato alongado - Cinetoplasto próximo ao núcleo, mas anterior a ele - Pequena membrana ondulante - São capazes de se multiplicar por divisão binária longitudinal. Forma epimastigota: Fonte: Rey – Parasitologia – Guanabara Koogan, 2001. Forma epimastigota:Presente em todo o intestino do barbeiro cinetoplasto núcleo MORFOLOGIA Forma tripomastigota metacíclica: extracelular encontrada no intestino posterior e na ampola retal do artrópode. São semelhantes às formas finas das tripomastigotas sanguícolas. Não possuem capacidade de reprodução. Forma tripomastigota metacíclica: Presentes no reto do barbeiro cinetoplasto núcleo Ciclo Biológico no Hospedeiro Invertebrado: Barbeiros se infectam ao ingerir tripomastigotas sanguíneos da corrente circulatória do hospedeiro vertebrado No estômago do inseto transformam-se em epimastigotas No intestino médio – epimastigotas multiplicam-se por divisão binária No reto, epimastigotas se diferenciam em tripomastigotas metacíclicos e são eliminados nas fezes ou urina durante o repasto sangüíneo 18 Ciclo Biológico no Hospedeiro Vertebrado: Tripomastigotas metacíclicos eliminados nas fezes e urinas do vetor penetram pelo local da picada e invadem células da pele ou mucosa Transformação de tripomastigota para amastigota – forma intracelular – se multiplicam por divisão binária Diferenciação dos amastigotas em tripomastigotas sanguíneos – rompem a célula, caem na corrente sanguínea e atingem novas células Podem ser mortos pelo sistema imune do hospedeiro ou ser ingeridos por outro triatomíneo 19 Formas de transmissão A transmissão vetorial acontece pelo contato do homem suscetível com as excretas contaminadas dos triatomíneos, também conhecidos como “barbeiros” ou “chupões”. Esses, ao picarem os vertebrados, em geral defecam após o repasto, eliminando formas infectantes de tripomastigotas. A transmissão transfusional: Através da doação de sangue Transmissão vertical A principal via da transmissão vertical é a transplacentária e pode ocorrer em qualquer fase da doença materna: aguda, indeterminada ou crônica. A transmissão também pode se dar em qualquer época da gestação, sendo mais provável no último trimestre, ou ocorrer na passagem no canal do parto, pelo contato das mucosas do feto com o sangue da mãe infectada. Transmissão por via oral A transmissão do T. cruzi por via oral é comum por meio da ingestão de vetores e reservatórios infectados. Também, pode ocorrer por meio da ingestão de carne crua ou mal cozida de caça ou alimentos contaminados por urina ou por acidentes em laboratório. Transmissão por leite materno Em gestante ou lactante com diagnóstico de DCA, recomenda-se não oferecer amamentação no peito em virtude da possibilidade de transmissão por meio do leite ou fissura mamilar. Transmissão por acidentes laboratoriais Acidentes laboratoriais também podem ocorrer devido a contato com culturas de T. cruzi, ou sangue (paciente ou animal) contendo formas tripomastigotas. Manifestações da doença: Período de incubação Fase aguda Fase crônica Pode iniciar-se logo após a fase aguda, dezenas de anos mais tarde ou nem se manifestar Assintomática Sintomática até 40 dias após o contágio 1 a 3 semanas 26 Fase Aguda Sintomas: Pode passar despercebida Febre, inchaço do fígado e do baço e vermelhidão no corpo semelhante a uma alergia. Casos mais graves: miocardite, meningite e encefalite. 27 Manifestações clinicas: Fase Crônica Assintomática -Forma indeterminada ou latente - longo período assintomático (10 a 30 anos) -É caracterizada por: Positividade de exames sorológicos e/ou parasitológicos Ausência de sintomas e/ou sinais da doença Eletrocardiograma convencional normal Coração, esôfago e cólon radiologicamente normais 28 Manifestações clinicas: Fase Crônica Sintomática Apresenta sintomas relacionados com o sistema cardiocirculatório, digestório e nervoso: Forma Cardíaca Forma Digestiva Alterações do Sistema Nervoso Autônomo 29 Manifestações clinicas: Fase Crônica Sintomática Forma Cardíaca - Cardiopatia Chagásica Crônica Sintomática Miocardite crônica, difusa, progressiva e fibrosante que leva a: -insuficiência cardíaca -aumento do volume do coração - taquicardia 30 Forma Cardíaca Indivíduo normal Cardiopatia Chagásica Crônica www.health.gov.mt/ 31 Fase Crônica Sintomática Forma Digestiva Encontram-se parasitos na musculatura lisa e células nervosas do sistema digestório: Formação de granulomas Destruição dos plexos nervosos Inflamação crônica hipertrofia muscular Megaesôfago e Megacólon 32 Laboratorial Fases Aguda e Crônica: Diagnóstico Parasitológico (pesquisa do parasito) - Exame de sangue a fresco - Hemocultura - Xenodiagnóstico e hemocultura Diagnóstico: 33 Laboratorial Fases Aguda e Crônica: Diagnóstico imunológico: Hemaglutinação indireta Imunofluorescência indireta Testes imunoenzimáticos (ELISA) Diagnóstico: 34 Tratamento: -Parcialmente ineficaz – sem cura definitiva dos pacientes eficaz somente na fase aguda Rochagan (Benzonidazol) – age somente contra as formas sanguíneas 35 Profilaxia: Higienização adequada dos alimentos Melhoria das habitações rurais Combate ao barbeiro – inseticidas Controle do doador de sangue Controle da transmissão congênita 36
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