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4ª Aula - O indivíduo e o meio social

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2ª aula – O Indivíduo e o Meio Social 
 
 “O ser humano, em todas as épocas, desde o primeiro pontapé in 
útero até o último suspiro, está organizado em agrupamentos 
geográfica e historicamente coerentes: família, classe, 
comunicação, nação. Assim, um ser humano é, em qualquer 
época, um organismo, um ego e um membro da sociedade, e está 
envolvido nos três processos de organização. Seu corpo está 
exposto à dor e tensão: seu ego, à ansiedade e, como membro de 
uma sociedade, é suscetível ao pânico que emana de seu corpo” 
 Erik Erikson 
 
Desenvolvimento Social 
 
 Inúmeros enfoques teóricos têm afirmado quês desde as etapas mais remotas do ciclo vital, 
ou seja, desde as primeiras experiências relacionais de uma criança com as pessoas significativas da 
sua vida, a formação da personalidade está acontecendo e vai, gradativamente, estruturando suas 
marcas mais fundamentais. 
 Sigmund Freud, na fase inicial de formulação de sua teoria, admitia a importância do meio 
na formação da personalidade. Para ele, o desenvolvimento psíquico saudável, bem como a 
estruturação das neuroses, estava relacionado diretamente com a educação das crianças, inicial e 
predominantemente pelas figuras paternas e posteriormente por seus professores e outros adultos 
significativos. Outras escolas teóricas também têm enfatizado a importância do fato social no 
desenvolvimento humano. 
 
Teoria Psicossocial de Erik Erikson 
 Nascido em 1902, na Alemanha, contemporâneo de Freud, de formação originária em 
psicanalista infantil. Conhecedor da teoria psicanalítica procurou adapta-la aos novos tempos: 
desviou o foco fundamental da sexualidade para as interações sociais; também assinala a 
importância atribuída às experiências decisivas do período infantil, o desenvolvimento humano se 
dá ao longo do processo vital. 
 Mesmo com o advento da juventude e da maturidade, ocorrem profundas modificações, 
novas modalidades de funcionamento psíquico, que têm características particulares na adolescência, 
passam pela vida adulta e chegam à velhice com interações peculiares com o meio. E a cada nova 
etapa, a cada novo momento do processo evolutivo, surgem novas exigências tanto por parte do ser 
em desenvolvimento como por parte do meio. 
 Cada estágio, que não tem um tempo cronológico rígido, traz consigo uma nova crise a ser 
superada pelo ego em desenvolvimento. E a solução implica sempre duas possíveis modalidades: 
um desfecho positivo e uma saída negativa. Para tanto, requer a mobilização de todos os recursos 
internos por parte do indivíduo, bem como por parte do meio representado pelas pessoas que com 
ele interagem. 
 
 A forma como são solucionados os conflitos ou as crises típicas de cada estagio vai influir 
decisivamente sobre como vão se vivenciadas as etapas posteriores, fazendo que cada estágio se 
torne presente e se atualiza naquele que o sucede. E a personalidade vai se estruturando, se 
reformulada, se adaptando, tendo sempre como fundamento as experiências adaptativas que se 
mostraram eficazes e satisfatórias bem como os fracassos dos estágios anteriores. A esse principio, 
Erikson chamou de “epigenético” 
 Da solução positiva de cada crise de desenvolvimento emerge um ego mais enriquecido e 
mais fortalecido. E de cada desfecho negativo resulta um ego mais deteriorado. 
 
A epigênese do desenvolvimento 
Página 17 / 46
• Confiança ou desconfiança básica? Ao longo do seu desenvolvimento, é preciso que o bebê 
vá aos poucos convivendo com algumas frustrações e limites suportáveis, de acordo como 
seu momento evolutivo. Por todas as experiências em que precisou ser atendido, o bebê vai 
estruturando um sentimento de esperança que lhe possibilite suportar certas dificuldades e 
aos poucos vai de dando conta de que é possível querer, esperar, lutar, enfim, desejar, 
porque existe a possibilidade potencial de realizar o esperado. Por outro lado, experiências 
iniciais de vida excessivamente frustrantes e desalentadoras, que levem a criança a 
desacreditar nas atenções e nos cuidados que os adultos lhe dispensem, com muita 
possibilidade levarão a um sentimento de desconfiança estrutural nos outros e em si mesma, 
pois, se não reconhecida em suas necessidades, é como se estivesse só, abandonada, ou 
mesmo como se fosse incapaz de despertar nos outros tais cuidados. 
• Autonomia ou a vergonha básica? A criança está no estágio anal no esquema do 
desenvolvimento psicossexual, ela já alcançou certo domínio e firmeza muscular. A 
necessidade de autocontrole torna-se imperiosa para a criança desse estágio, que 
obstinadamente tenta assegurar a sua autonomia. Se estimulada a avançar na busca da 
autonomia além de suas possibilidades reais, a criança pode perder o autocontrole e passar a 
envergonhar-se de si mesma e de suas incapacidades, a sentir-se muito pequena, a esconder-
se a até mesmo desejar tornar-se invisível, para não poder ser olhada ou criticada. Isto 
representa sem dúvida um sério prejuízo à auto-estima que se encontra em formação. Por 
outro lado, se controlada e protegida em demasia, também poderá vir a duvidar de suas 
capacidades e de seu valor para cuidar de si mesma, tornando-se frágil, insegura e 
envergonhada de si mesma. 
• Iniciativa ou o sentimento de culpa? Corresponde ao estágio genital-infantil e é 
caracterizada pela expansão intelectual que se faz sentir mais intensamente. A iniciativa é a 
mola propulsora da atividade pela qual a criança canaliza suas energias nas lutas que 
empreende para a conquista de seus objetivos. Na vida adulta, a herança de uma solução 
insatisfatória no tocante ao desenvolvimento da iniciativa pode ser expressa através de 
patologias relacionadas à sexualidade, como por exemplo, a repressão exacerbada do desejo, 
a inibição sexual e a impotência. 
• Competência (produtividade) ou o sentimento de inferioridade? O quarto estágio é 
apontado por Erikson como o mais importante e decisivo socialmente. A criança vive agora 
um período de certa tranqüilidade emocional. Alcançando um nível satisfatório de controle e 
disciplina sobre seus impulsos e sua imaginação, está mais apta a canalizar toda sua 
potencialidade para a produção de coisas, associando-se e identificando-se com os adultos. 
Aprende muitas coisas que são valorizadas no mundo dos adultos e de se interessar por 
situações socialmente produtivas. Gradualmente vai substituindo o jogo, o brinquedo, pelo 
trabalho; trabalho esse que diz respeito a tarefas e responsabilidade para assumir as quais a 
criança está capacitada: freqüentar a escola, executar pequenos trabalhos domésticos, 
praticar esportes, estudar música. A criança que vier a sofrer muitos fracassos frente às 
tarefas que se propõe ou que lhe são atribuídos pelos ensinantes, e que, portanto chegar a 
experimentar freqüentes insucessos na aquisição de habilidades pertinentes ao uso das 
ferramentas tenderá a desenvolver um sentimento de inadequação e inferioridade. 
• Consolidação da identidade ou confusão de identidade? Tentativas desesperadas do 
adolescente para, questionando principalmente o protótipo do adulto, chegar a definir um 
estilo próprio de vida e promover transformações nos modelos e ideologias vigentes e 
conseqüentes renovações na estrutura social. Em meio a essa crise, o adolescente precisa 
começar a fazer escolhas que vão definir todo o seu futuro, o papel sexual precisa ser 
consolidado; a escolha de uma ocupação não pode ser adida indefinidamente. No seu 
desenrolar, o adolescente pode evidenciar comportamentos regressivos, semelhantes aos já 
vivenciados nos estágios anteriores, porém sempre marcados por avanços e recuos; a 
inconsistência, a imprevisibilidade e a impulsividade são as marcas importantes desta fase. 
• Relacionamentos de intimidade ou o refúgio do isolamento? O adulto desse estágio é capaz 
de manter relações de amizade e vinculo amoroso com uma pessoa,caracterizados pela 
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reciprocidade, pela troca. De outra maneira, a tendência ao isolamento constitui a solução 
insatisfatória desse estágio. Nesse caso, o jovem adulto percebe como ameaça potencial para 
a identidade individual qualquer possibilidade de aproximação afetiva, seja pela amizade, 
seja pelo relacionamento sexual. E como medida de proteção desenvolve um sentimento de 
isolamento. 
• Produzir e transmitir ou estagnar? O estágio anterior representa um momento de grandes 
produções, agora surge à necessidade de garantir a continuidade de tais aquisições, junto às 
gerações subseqüentes. Observa-se, então, uma consideração e um grande respeito pelos 
outros, e um desejo de com eles compartilhar o saber adquirido. Essa partilha constitui, por 
sua vez, fator fundamental para a preservação e a evolução das culturas, que através dela 
vão assimilando e consolidando usos, costumes, mitos e rituais predominantes em cada 
época. Contudo, quando a rigidez e o autoritarismo se tornam a marca distinta dos 
relacionamentos para esses adultos, um sentimento de estagnação se faz sentir. 
• Aceitação do ciclo vital ou à desesperança? Esta etapa representa o fechamento do ciclo 
vital e, por isso, o momento da colheita dos frutos dos sete primeiros estágios. As limitações 
impostas pela idade avançada e pela fragilidade física que geralmente marcam esse período 
trazem consigo certo sentimento de término. A integridade é a marca individual daquelas 
que conseguem aceitar e conviver com sua própria trajetória de vida e defender o seu estilo 
peculiar, que representa o seu patrimônio maior, frente às ameaças e adversidades que a vida 
possa lhes reservar. Já um sentimento de integridade frágil é expresso pela dificuldade em 
aceitar a história pessoal do jeito que ela se desenrolou, bem como em conviver com a idéia 
do limite extremo e definitivo que a morte significa. 
 
PISANI, Elaine Maria. et. al. Temas de Psicologia Social. Petrópolis, RJ:Vozes, 1994. 
 
Personalidade – Formação e Desenvolvimento 
 Conceito de Personalidade - se origina da palavra latina “persona”, nome dado à máscara 
que os atores do teatro antigo usavam para representar seus papéis (per-sona significa soar através). 
Em psicologia, entende-se por personalidade àquele conjunto total de características próprias do 
indivíduo que integradas, estabelecem a forma pela qual ele reage costumeiramente ao meio. Todo 
conhecimento psicológico, enfim, contribui, para a compreensão da personalidade: os fatores que a 
constituem, como ela se desenvolve, as causas das diferenças individuais, etc. 
 A formação da personalidade – A configuração única da personalidade de um indivíduo 
desenvolve-se a partir de fatores genéticos e ambientais. Os fatores genéticos exercem sua 
influência através da estrutura orgânica e do processo de maturação. Os fatores ambientais incluem 
tanto o meio físico como o social e começam a influenciar a formação da personalidade já na vida 
intra-uterina. 
 
Personalidade e Hereditariedade 
 Hereditariedade é a transmissão de caracteres dos pais aos seus descendentes através dos 
genes. Os genes (ou gens) são estruturas minúsculas encontradas nos cromossomos, presentes no 
núcleo das células. Assim, na formação de cada indivíduo exatamente a metade dos cromossomos 
vêm do pai e a outra metade, da mãe. Não é surpreendente, portanto, que dois irmãos possam ser 
muito diferentes entre si, e nem que cada pessoa seja única no mundo. Seria um erro pensar, 
entretanto, que a hereditariedade estabeleça apenas diferenças entre as pessoas; existe um limite 
para as diferenças individuais estabelecidas pela hereditariedade. Qualquer que seja a combinação 
de cromossomos que venha a ocorrer, nada poderá estar aí que não tenha provindo de um dos pais. 
Quanto mais próximas às relações de parentesco entre as pessoas, menores são as diferenças 
genéticas encontradas. 
Como a hereditariedade influencia a formação da personalidade? 
Em primeiro lugar é preciso deixa bem claro que a hereditariedade não se constitui em causa direta 
do comportamento. Sua influência se dá de forma indireta, através das estruturas orgânicas pelas 
quais respondemos aos estímulos; distingue-se da seguinte forma: 
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���Um cálculo teórico 
estabeleceu em 8.385.108 o número 
possível de combinações diferentes de 
cromossomos para um único homem ou 
para uma mesma mulher. 
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Hereditariedade da espécie caracteriza todos os membros de uma mesma espécie. Certas 
possibilidades e limitações do comportamento já são estabelecidas aqui pelas diferentes estruturas 
orgânicas herdadas. O fato de possuirmos uma estrutura que nos permite falar línguas estrangeiras 
não garante que necessariamente às falaremos. As estruturas são herdadas, mas o comportamento 
não. Determina, ainda, que espécies diferentes tenham diferentes comportamentos instintivos ou 
não aprendidos. 
Hereditariedade individual é a que, excetuando-se a influência do ambiente, faz um indivíduo ser 
diferente de outro da mesma espécie. Desde o nascimento, umas crianças reagem prontamente às 
variações de luz, som, temperatura, etc. e outras permanecem quase insensíveis. 
 Provavelmente, os fatores hereditários, desempenham papel mais preponderante na 
determinação dos padrões de comportamento dos animais do que dos seres humanos. Mesmo assim 
nossas diferenças fisiológicas, determinadas geneticamente, desempenham papel decisivo na 
formação de nossa personalidade. Ressalta-esse a idéia de que a hereditariedade não é causa direta 
do comportamento, mas através das estruturas orgânicas, estabelece limites para as manifestações 
comportamentais. Além das primeiras experiências e do meio familiar, a sociedade exerce poderosa 
influência sobre a personalidade, particularmente no período da adolescência, quando os grupos de 
amigos, a escola e a cultura tornam-se poderosos agentes determinantes da personalidade. 
BERGAMINI, et. al. Psicologia Geral. Porto Alegre, Editora Vozes 1990. 
 
Personalidade Desajustadas 
 
O Sofrimento psíquico 
• As pessoas passam por situações difíceis e de sofrimento intenso que pensa que não vai 
suportar, que vai perder o controle sobre si.... que vai enlouquecer. Embora o sofrimento seja 
intenso, não é possível falar de doença nessas situações. Cuidar para não patologizar o 
sofrimento. A pessoa pode buscar a superação desse sofrimento e restabelecer seu equilíbrio, 
com a ajuda de amigos, família, trabalho ou ajuda psicoterápica. 
• Um indivíduo que sofre pode estar perfeitamente adaptado e continuar a respondendo a todas as 
expectativas sociais e cumprir todas as suas responsabilidades. Ao mesmo tempo, pode-se 
encontrar um outro indivíduo, que, mesmo sendo considerado socialmente desadaptado, 
excêntrico, diferente, não vivencia, neste momento de sua vida, nenhum sofrimento ou mal-estar 
relevante. O indivíduo consegue lidar com suas aflições intensas encontrando modos de 
produção que canalizam este mal-estar de forma produtiva e criativa. 
• Assim, embora o sofrimento psicológico possa levar a desadaptação social e esta possa 
determinar uma ordem de distúrbio psíquico, não se pode, sempre, estabelecer uma relação de 
causa e efeito entre ambos. Isto torna questionável a utilização exclusiva de critérios de 
adequação social para a avaliação psicológica do indivíduo enquanto normal ou doente. 
• Abordar a doença mental, neste enfoque psicológico significa considera-la como produto de 
interação das condições de vida social com a trajetória específica do indivíduo (sua família, os 
demais grupos e as experiências significativas) e sua estrutura psíquica. 
• As condições externas – poluição sonora e visual intensas, condições de trabalho estressantes, 
trânsito caótico, índices de criminalidade, excesso de apelo ao consumo, perda de um ente muito 
querido, etc. – devem serentendidas como determinantes ou desencadeadoras da doença mental 
ou propiciadoras e promotoras da saúde mental, isto é, da possibilidade de realização pessoal do 
indivíduo em todos os aspectos de sua capacidade. 
 
Diversidade das teorias – sobre a loucura há poucas certeza 
• Indivíduo apresenta sintomas diversos: ele vê o diabo; tem medo intenso de sair de casa; não 
consegue dormir à noite; não articula com lógica um raciocínio sobre determinado assunto; 
monólogos com figuras imaginárias; utiliza frases desconexas; ouve vozes; ora extremante 
eufórico e, no momento seguinte, fica muito deprimido, etc. 
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���Freud e a maioria dos 
estudiosos acreditam que a estrutura da 
personalidade é fixada nos primeiros anos 
de vida; o que ocorre ou deixa de ocorrer 
neste período é decisivo. 
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• Esses sintomas podem ser agrupados de diferentes formas, como por exemplo: neurose, 
anorexia, distúrbio obsessivo compulsivo, psicose, síndrome do pânico, etc. 
 
Um olhar sobre a história da loucura - ��7�����;.�<1��
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Psiquiatria Clássica 
• Ela considera os sintomas como sinal de um distúrbio orgânico. Isto é, doença mental é igual à 
doença cerebral. Sua origem é endógena, dentro do organismo e refere-se a alguma lesão de 
natureza anatômica ou distúrbio fisiológico cerebral. Nesta abordagem, algum distúrbio ou 
anomalia da estrutura ou funcionamento cerebral leva a distúrbios de comportamento, da 
afetividade, do pensamento. 
 
A contribuição da psicanálise 
• Não é possível discutir a questão da normalidade e da patologia sem retomar as contribuições de 
Freud. Para a psicanálise, o que distingue o normal do anormal é uma questão de grau e não de 
natureza, isto é, nos indivíduos “normais” e nos “anormais” existem as mesmas estruturas de 
personalidade e de conteúdos, que se mais, ou menos, “ativados”, são responsáveis pelos 
distúrbios do indivíduo. Essas são as estruturas neuróticas e psicóticas. 
Neurose – os sintomas (distúrbios de comportamento, das idéias ou dos sentimentos) são a 
expressão simbólica de um conflito psíquico que tem suas raízes na história infantil do indivíduo. 
Estão subdivididas em: 
� Neurose obsessiva - Comportamentos compulsivos (lavar com freqüência não usual); ter 
idéias obsedantes (perseguição por alguém), e, ao mesmo tempo, ocorre uma luta contra 
esses pensamentos e dúvidas quanto ao que faz ou fez. 
� Neurose fóbica ou histeria de angústia – a angústia é fixada em algo exterior e o sintoma 
central é fobia, medo. (medo de altura, medo de animais, medo de ficar sozinho). 
� Neurose histérica ou histeria de conversão – o conflito converte em sintomas físicos, 
como crises. (crise de choro com teatralidade ou paralisia de um membro, úlcera, etc). 
• Todas as formas de manifestação da neurose têm sua origem na vida infantil, mesmo quando se 
manifestam mais tarde, desencadeadas por vivências, situações conflitivas etc. Nos dois últimos 
tipos apresentados, a neurose está associada a conflitos de ordem sexual. 
Psicose – de modo geral refere-se a doença mental. Para a psicanálise refere-se a uma perturbação 
intensa do indivíduo na relação com a realidade. Na psicose, acontece uma ruptura entre o ego e a 
realidade, ficando o ego sob o domínio do id, isto é, dos impulsos. Dividem-se em: 
� Paranóia – caracteriza-se por um delírio mais ou menos sistematizado, articulado sobre 
um ou vários temas. Não existe deterioração da capacidade intelectual. Aqui se incluem 
os delírios de perseguição, de grandeza. 
� Esquizofrenia – caracteriza-se pó um afastamento da realidade, o indivíduo entra num 
processo de centramento em si mesmo, no seu mundo interior, ficando, 
progressivamente, entregue às próprias fantasias. Manifesta incoerência ou desagregação 
do pensamento, das ações e da afetividade. Os delírios são acentuados e mal 
sistematizados. A característica fundamental da esquizofrenia é ser um quadro 
progressivo, que leva a uma deteriorização intelectual e afetiva. 
� Mania e melancolia ou Bipolar – caracteriza-se pela oscilação entre o estado de extrema 
euforia (mania) e estados depressivos (melancolia). Na depressão, o indivíduo pode 
negar-se ao contato com o outro, não se preocupa com cuidados pessoais (higiene, 
apresentação pessoal) e pode mesmo, em casos mais graves, buscar suicídio. 
 
• A Abordagem Psicológica – Se encara os sintomas e, portanto, a doença mental, como 
desorganização da personalidade. A doença instala-se na personalidade e leva a uma alteração 
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de sua estrutura ou a um desvio progressivo em seu desenvolvimento. Dessa forma, as doenças 
mentais definem-se a partir do grau de perturbação da personalidade, isto é, do grau de desvio 
do que é considerado como comportamento padrão ou como personalidade normal. Neste caso, 
as psicoses são consideradas como distúrbios da personalidade total, envolvendo o aspecto 
afetivo, de pensamento, de percepção d si mesmo e do mundo. As neuroses referem-se a 
distúrbios de aspectos da personalidade; por exemplo, permanecem íntegras as capacidades de 
pensamento, de estabelecer relações afetivas, mas a sua relação com o mundo encontra-se 
alterada, como no caso do indivíduo que tem um medo intenso de cachorro e não consegue nem 
passar a mão no animal de pelúcia. 
• Normal e Patológico – Significa estabelecer padrões de comportamento ou de funcionamento 
do organismo sadio ou da personalidade adaptativa. Esses padrões ou normas referem-se a 
médias estatísticas do que se deve esperar do organismo ou da personalidade, enquanto 
funcionamento e expressão. O conceito normal e patológico é extremamente relativo. Do ponto 
de vista cultural, o que numa sociedade é considerado normal, adequado, aceito ou mesmo 
valorizado, em outra sociedade ou em outro momento histórico pode ser considerado anormal, 
desviante ou patológico. Os antropólogos têm contribuído enormemente para esclarecer essa 
questão de relatividade cultural. Exemplos, o comportamento homossexual.(considerado doença 
em algumas sociedades e em outras aceito), mulheres loucas, década de 50 (apresentavam 
comportamento sexual avançado para a época, não preservavam a virgindade até o casamento). 
A questão da normalidade acaba por desvelar o poder que a ciência tem de a partir do 
diagnóstico fornecido por um especialista, formular o destino do indivíduo rotulado. Isso pode 
significar não passar pela seleção de um emprego, perder o pátrio poder sobre os filhos, ser 
internado em um hospital psiquiátrico e, a partir disso, ter como identidade fundamental à de 
louco. Médicos psiquiatras ou psicólogos, como cidadão e representante de uma cultura e de 
uma sociedade, acaba por patologizar aspectos do comportamento que se caracterizam muito 
mais como transgressões de condutas morais (sexuais, por exemplo) que não são considerados 
desvios em outros momentos históricos ou em outras sociedades: isso demonstra a relatividade 
do conceito do normal. 
• As Teorias críticas: Antipsiquiatria, Psiquiatria Social - Antipsiquiatria – surge como negação 
radical da psiquiatria tradicional ou clássica, afirmando que a doença mental é uma construção 
da sociedade, isto é, que a doença mental não existe em si, mas é uma idéia construída, uma 
representação para dar conta de diferenciar, isolar determinada ordem de fenômeno que 
questiona a universalidade da razão. Psiquiatria Social – não nega que exista a doença mental, 
mas prega que as doenças são contradições do corpo orgânico e social, e sendo assim, sendo 
uma contradição que se verifica no ambiente social, não é um produto apenas da sociedade, mas 
uma interação dos níveis nos quais nos compomos: biológico, sociológico, psicológico. 
• Promoção da Saúde Mental – Falar em doençaimplica pensar, também em prevenção. A 
prevenção da doença mental significa criar estratégias para evitar o seu apararecimento. A 
prevenção implica sempre em ações localizadas no meio social, isto é, os dados de uma 
pesquisa podem demonstrar que determinadas condições de trabalho propiciam o aparecimento 
de um certo distúrbio de comportamento. Procura-se,então, então interferir naquelas condições 
específicas de trabalho( no barulho, por exemplo), no sentido de evitar que outros indivíduos 
venham a apresentar o mesmo distúrbio. Promoção de saúde mental implica pensar no homem 
como totalidade, isto é, como ser biológico, psicológico e sociológico e, ao mesmo tempo, em 
todas as condições de vida que visam propiciar-lhe bem estar físico, mental e social. Nesta 
perspectiva, significa pensar na pobreza, que determina condições de vida pouco propícias à 
satisfação das necessidades básicas dos indivíduos, e, ao mesmo tempo, pensar na violência 
urbana e no direito à segurança; no sistema educacional, que reproduz a competitividade da 
nossa sociedade; na desumanização crescente das relações humanas, que levam à “coisificação” 
do outro e de nós próprios. E pensar tudo isso significa pensar na superação das condições que 
desencadeiam ou determinam a loucura. Como cidadãos, é preciso compreender que é, além de 
uma questão psicológica, uma questão política, e que interessa a todos os que estão 
comprometidos com a vida. 
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O Processo de Socialização 
 A instituição familiar tem ocupado a atenção de estudiosos de todas as ciências sociais.Não 
se nega a importância da família tanto ao nível das relações sociais, nas quais ela se inscreve, 
quanto ao nível da vida emocional de seus membros. É na família, mediadora entre o indivíduo e a 
sociedade, que aprendemos a perceber o mundo e a nos situarmos nele. É a formadora de nossa 
primeira identidade social. Ela é o primeiro “nós” a quem aprendemos a nos referir. 
 A família tem por função desenvolver a socialização básica numa sociedade que tem sua 
essência no conjunto de valores e papéis. Se o papel social e a ideologia mantêm uma certa 
identidade, é na família, local privilegiado de reprodução ideológica, que se desenvolve o 
aprendizado do primeiro papel social: o de filho. A submissão inicial se transforma em aceitação 
dos valores dos pais e é apresentada como natural e necessária. 
 A instituição encarregada de iniciar a criança egressa do meio familiar na vida social adulta 
passou a ser a escola. Desde de sempre a criança já sofre um processo de socialização através do 
qual a sua origem social de classe determina sua condição de ser social. A formação de sua 
personalidade social não passa primeiro por um estágio individual para depois se socializar, ela é 
sempre socializada. 
 
As relações entre criança, escola e sociedade. 
 No convívio com a família, a criança internaliza padrões de comportamento, normas e 
valores de sua realidade social decorrente de sua condição de classe. Até mesmo antes de nascer, 
tais condições estão presentes. Este processo ocorre necessariamente pela mediação do outro. A 
presença do outro (um adulto, quase sempre) é o veículo para o estabelecimento dos vínculos 
básicos e essenciais entre criança e mundo social, através dos quais ela passa a se reconhecer e a 
reconhecer o outro numa relação de reciprocidade. 
 A classe social em que se insere a família irá determinar os aspectos internalizados, o 
veículo da internalização e o próprio processo de internalização na socialização básica da criança. 
 Na escola, a criança vive um processo de socialização qualitativamente distinto, passando a 
internalizar novos conteúdos, padrões de comportamento e valores sociais. Será submetida a novos 
processos de internalização da realidade social, pela mediação de novos veículos. 
 
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