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Holandeses no Brasil A Holanda encontra-se numa região conhecida como Países Baixos (atuais Bélgica, Holanda e Luxemburgo). Desde a segunda metade da Idade Média, a região dos Países Baixos se caracterizava por constituírem numa região de grande prosperidade econômica. As manufaturas têxteis eram reconhecidas internacionalmente, desfrutando de ótima reputação. E, além disso, a região possuía linhas de comércio, com o suporte de uma poderosa burguesia mercantil, que garantiam seu crescimento econômico. A Holanda foi durante muito tempo dominada pelos espanhóis e, desde 1591 guerreava para garantir sua independência. De fato a Espanha só aceitou a trégua em 1609 e o reconhecimento oficial só aconteceu em 1648 quando surgiu então a República das Províncias Unidas. Como Portugal estava unido a Espanha, qualquer medida adotada por Felipe II poderia ir diretamente ao encontro de Portugal. Foi exatamente o que aconteceu no caso da Holanda. No século XVI e Estado espanhol ordenou que Portugal e suas colônias não poderiam mais negociar o açúcar com a Holanda. De fato os negócios entre Holandeses e Portugueses vinham de longa data e era extremamente benéfico para a Holanda. Como a burguesia holandesa estava perdendo muito dinheiro com a proibição de negociar com as colônias portuguesas, a Companhia das Índias Ocidentais, fundada em 1621 e com sede em Amsterdã, organizou a invasão ao Brasil. Em 1624, os holandeses chegaram à Bahia e tentaram tomar Salvador, no entanto os baianos, após o desespero inicial, se agruparam e, tendo a frente o bispo Dom Marcos Teixeira, lutaram para expulsar os invasores calcados fundamentalmente na ideia de expulsar os heréticos calvinistas. Naquele momento os baianos foram auxiliados por uma esquadra luso/espanhola que levou o nome de Jornada do Vassalos. A vitória foi relativamente rápida, tendo os holandeses ficado na Bahia entre 164/ e 1625. Em 1630 os holandeses voltaram, com uma frota com mais de 7 mil soldados e cerca de mil canhões e conseguiram tomar a então capital de Pernambuco, Olinda. "Planta da restituição da Bahia" (João Teixeira Albernaz, o velho, 1631): em primeiro plano a Armada Espanhola. Talvez possamos nos perguntar o motivo pelo qual os holandeses não tentaram tomar todo o Brasil, a resposta é simples, o que interessava a burguesia holandesa era apenas o litoral do Nordeste açucareiro. Durante os primeiros anos, até 1635, os holandeses tiveram que arcar com as despesas da conquista, mas, o objetivo da Companhia das Indias Ocidentais era que a Nova Holanda se constituísse em um empreendimento comercial de lucro alto. Sendo assim, era necessário colocar um administrador que soubesse garantir esse lucro e, por isso, veio para Olinda em 1637, como governador-geral, João Maurício de Nassau-Siegen, que aqui permaneceu até 1644. Como podemos perceber a União Ibérica mudou o quadro da política portuguesa, dessa forma, Portugal teve suas colônias invadidas na América e praças comerciais na África tomadas pela Holanda. Em 1640, com o auxílio da Inglaterra, a nobreza portuguesa conseguiu se separar da Espanha. A saída dos holandeses do Nordeste brasileiro foi negociada, com Portugal já tendo seu próprio rei e não mais tendo que seguir as determinações da Espanha, conseguiu um melhor diálogo com os invasores. De fato o Nordeste brasileiro ficou muito caro para a Companhia das Índias Ocidentais, assim, em 1654 se retirou do Brasil, recebendo em troca uma boa indenização que continha ouro, prata, fumo, carregamentos de açúcar e a devolução dos canhões holandeses tomados nas batalhas do Brasil. Mapa neerlandês mostrando Olinda em 1630. Imagem de Mauricio de Nassau
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