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Conservação de comunidades e ecossistemas tropicais Dr. Márcio Efe 2 Comunidades Conjunto de todas as populações em uma determinada área, sejam elas de animais, vegetais ou microorganismos Ecossistema Unidade ecológica funcional básica a qual inclui tanto organismos quanto o ambiente abiótico interagindo entre si. 3 Uma vez que é impossível conservar espécies individualmente em larga escala a solução é a conservação de comunidades e ecossistemas. Três estratégias de ação: áreas protegidas, áreas não-protegidas e áreas degradadas. 4 Áreas Protegidas é uma área geográfica determinada um marco legal definido para garantir a conservação de suas particularidades e riquezas ambientais. Se as áreas estão fragmentadas, qual delas proteger ? 5 6 + espécies prioritárias + processos ecológicos De que tamanho ? Mas, onde ? Qual estratégia ? 7 8 Informações importantes Planejamento de áreas protegidas tamanho do fragmento ? Quantidade de fragmentos ? Qualidade do ecossistema ? Integridade do ecossistema ? Conectividade dos fragmentos ? 9 10 Planejamento de áreas protegidas Formato do fragmento ? Uniformidade do habitat ? Interação com o homem ? Situação fundiária ? Apoio da sociedade ? Considerações tamanho da reserva; minimização dos efeitos de borda e de fragmentação; corredores de hábitat; ecologia da paisagem. 11 Manejo de áreas protegidas ameaças identificação controle interrupção manejo de hábitat permissivo exclusivo 12 13 Classificação de áreas protegidas da UICN São territórios protegidos para fins exclusivo de estudos científicos, educação e monitoramento ambiental. Permitem a manutenção de populações de espécies e a continuidade dos processos dos ecossistemas com a menor interferência possível. Reservas Naturais e Áreas Virgens 14 São áreas de grande beleza natural e cênica, mantidas com o propósito de dar proteção a um ou mais ecossistemas e para uso científico, educacional e recreativo. Parques Nacionais Classificação de áreas protegidas da UICN 15 São manejados como as reservas naturais porém pode ocorrer manipulação para manter as características da comunidade. Pode ser permitida extração controlada. Santuários ou Reservas Naturais Classificação de áreas protegidas da UICN 16 Permitem o uso tradicional não destrutivo de médio ambiente pela população local. Usualmente onde o uso tenha gerado uma área de características culturais, estéticas e ecológicas distintas. Esses locais oferecem oportunidades especiais para turismo ou recreação. Áreas de Proteção Ambiental Classificação de áreas protegidas da UICN 17 São áreas onde recursos naturais são preservados para o futuro. A utilização de recursos é controlada de forma compatível com as políticas nacionais. Reservas Classificação de áreas protegidas da UICN 18 Permitem que as sociedades tradicionais continuem mantendo seu modo de vida sem interferência externa. Freqüentemente as pessoas caçam, pescam ou extraem recursos ou praticam agricultura tradicional. Áreas Naturais Bióticas e Reservas Antropológicas Classificação de áreas protegidas da UICN 19 Permitem a utilização sustentável de recursos naturais, incluindo água, vida selvagem, pastagem para gado, extração de madeira, turismo e pesca. As atividades devem ser compatíveis com a preservação das comunidades biológicas. Áreas de Manejo de Uso Múltiplo Classificação de áreas protegidas da UICN 20 E quando as Áreas não estão Protegidas ? 21 Áreas de amortecimento Conservação fora de Áreas Protegidas UC 22 Corredores ecológicos Conservação fora de Áreas Protegidas UC 23 Malhas ecológicos Conservação fora de Áreas Protegidas UC 24 Conservação fora de Áreas Protegidas 25 E quando as Áreas não estão em bom estado? 26 Conservação de Áreas Degradadas Restauração: processo de retornar a um estado original Reabilitação: restabelecer elementos da estrutura ou da função Reforma: restabelecer funções de áreas muito degradadas, sem que haja matrizes à restauração Recriação: utiliza modelos de outras áreas para restaurar áreas severamente degradadas Restabelecimento: busca restaurar a partir de um impulso artificial à sucessão natural, dependendo de uma série de fatores ao sucesso 27 28 Conservação de Áreas Degradadas Nucleação – integração da fauna e flora A -transposição de solo, B - empilhamento de galharia, C - poleiro artificial, D - ilhas de diversidade Manejo 29 Manejo Manipular ou proteger uma população para atingir um dado objetivo. • aplicação do conhecimento • interferência antrópica 30 l MANIPULATIVO - intervenções que provoquem mudanças em seus números populacionais. oferta de alimento, habitat, densidade de predadores e doenças, densidade populacional. l CUSTODIAL - pretende minimizar influências externas sobre a população e seu habitat. unidades de conservação e proteção de espécies ameaçadas 31 Uma população pode ser manejada para se : • promover o incremento populacional (espécies ameaçadas); • promover o decréscimo (espécies pragas); • promover o uso sustentado (espécies cinegéticas) ou • quando a população não apresenta tendência anormal mas está sob atenção (espécies vulneráveis). 32 Para atingir os objetivos é necessário definir: 1. Claramente o objetivo desejado; 2. Qual opção de manejo é a mais apropriada; 3. Por qual ação a opção de manejo será melhor executada. Manejo A primeira decisão requer um julgamento de valor, as demais julgamentos técnicos. 33 Objetivos – espécie ameaçada Redução das ameaças Recuperação da Viabilidade Populacional • Qual opção de manejo é a mais apropriada ? • Por quais ações a opção de manejo será melhor executada ? 34 Manejo 35 Necessidade Básica e Primordial à Conservação CONHECIMENTO 36 Manejo DECISÃO passa pela análises dos : • aspectos sociais, • políticos, • bio-ecológicos e • econômicos. 37 Manejo HIERARQUIAS DE DECISÃO 1 - Onde pretendemos chegar ? 2 - É possível conseguir isto ? 3 - Temos como saber quando o objetivo for alcançado ? 4 - O que vamos conseguir com isto ? 5 - Quais as desvantagens ? 6 - Quais os benefícios ? 7 - Os benefícios superam as perdas ? “Peso” 38 PLANO DE MANEJO Diagnóstico (in-situ, ex-situ) • Levantamento das informações Manejo (in-situ, ex-situ) • Aplicação do conhecimento em prol da Conservação 39 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES Diagnóstico Preliminar • Subpopulações existentes • Áreas de ocorrência • Ameaças • Áreas protegidas Dinâmica Populacional • Taxa de natalidade • Taxa de mortalidade • Sucesso reprodutivo • Tamanho populacional efetivo 40 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES Genética Populacional • Variabilidade genética • Tamanho efetivo populacional • Unidade evolutiva significativa (ESU) Ecologia Populacional • Requisitosecológicos (guilda, nidificação) • Comportamentos (social, territorialista, monogâmico) • Características do habitat (qualidade, estrutura, tipos de uso) 41 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES Avaliação Populacional Genética • Sexagem • Consangüinidade • Polimorfismos • Variabilidade • Taxonomia • Mobilidade • Reações a estímulos Sanitária • Patógenos • Estrutura etária • Estrutura sexual Demográfica 42 AÇÕES Restauração Ambiental • Corredores florestais • Criação de UCs Enriquecimento Populacional • Translocações • Reintroduções 43 AÇÕES Estabelecimento Populacional • Animais apreendidos • programa de reprodução em cativeiro • marcação individual (tatuagem, anilha, microchip) • organização dos dados (origem, filiação) - Studbook Programa de Reprodução • Adequação do habitat • Acompanhamento comportamental • Pareamento • Acompanhamento do sucesso reprodutivo 44 OUTRAS AÇÕES Educação Ambiental • Comunidades vizinhas às áreas de ocorrência • Proprietários de terras com habitat da espécie Políticas Ambientais • Autoridades governamentais • Proprietários de terras com habitat da espécie • Gestão de habitats • Criação de UCs • RPPN • Reserva legal 45 Corredores florestais Plantio manual Poleiros artificiais Chuva de sementes programa de reprodução Estabelecimento Populacional Restauração Ambiental Ninho de madeira Ninho de zinco Ninho de cabaça A V A L I A Ç Ã O C O N S T A N T E Ninho de madeira Chuva de sementes MANEJO = PROCESSO DINÂMICO 46 CRIAÇÃO DE CENÁRIOS – Modelagem ambiental Análise de Viabilidade Populacional 47 CRIAÇÃO DE CENÁRIOS • Os resultados de 500 simulações para cada uma das populações indicam que populações com mais de 120 indivíduos apresentam probabilidade de extinção abaixo de 5%; • Os resultados indicam que conservativamente, populações viáveis de Amazona rhodocorytha são atingidas a partir de tamanho populacional de 150 indivíduos. • o tamanho mínimo de fragmento capaz de manter populações viáveis deve ser de aproximadamente 4000 ha. 48 Inventariamento • Levantamento das informações Monitoramento • Acompanhamento das estratégias e ações Manejo • Aplicação do conhecimento em prol da Conservação Revisões e modificações Resumindo .... 49 PLANO DE MANEJO INTEGRADO PLANO DE MANEJO INTEGRADO Ecossistemas (Terrestre, costeiro e marinho) • Levantamento das informações nos três níveis Manejo integrado • Ações nos três níveis 51 PLANO DE MANEJO INTEGRADO • Princípios ecológicos e composição da biodiversidade devem ser mantidos (cadeia trófica e comunidades funcionais) • Ameaças externas => minimizadas; benefícios externos => maximizados • Processos evolucionários conservados (conexões populacionais) • Manejo => + adaptativo e - intrusivo Princípios básicos 52 PLANO DE MANEJO INTEGRADO • Princípios ecológicos e composição da biodiversidade (UC) • Ameaças externas => caça; benefícios externos => conscientização • Processos evolucionários conservados (aumento populacional) • Manejo => ações integradas em terra e no mar Estudo de caso – PROJETO BALEIA FRANCA 53 Ações continentais 54 Ações continentais 55 Ações costeiras 56 Ações marinhas 57 PLANO DE MANEJO INTEGRADO • Princípios ecológicos e composição da biodiversidade (cadeia trófica, regeneração florestal e controle de predadores) • Ameaças externas => cabras; benefícios externos => ilha militar • Processos evolucionários conservados (translocação) • Manejo => insular e marinho Estudo de caso – Aves Marinhas - Tesourão-pequeno 58 Tesourão-pequeno - Fregata ariel 59 • A destruição do habitat, o distúrbio nas colônias reprodutivas, a introdução de predadores e a interferência direta do homem são as principais ameaças; • A sobrepesca de peixes predadores também pode afetar; • Em Trindade a derrubada ou descaracterização das árvores utilizadas para reprodução é a principal ameaça; • O treinamento militar, pode ser uma das sérias causas de distúrbio e ameaça para a espécie na região. Ameaças e ações de conservação 60 • Elaboração de estudos para confirmar a ocorrência de reprodução, definir tamanho e dinâmica populacional e requisitos ecológicos necessários à sobrevivência da espécie na ilha de Trindade e no arquipélago Martim Vaz. • Recomposição florestal e retirada ou confinamento do rebanho caprino • Transformação do grupo de ilhas em UC e estabelecimento de acordos com a Marinha para a interrupção de treinamentos militares na região. Ações de conservação 61
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