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. Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Belas Artes Disciplina: Evolução do Equipamento de Interior 1 2004 Prof. Marize Malta 1 / 7 Antigo E G I T O I.CONTEXTO: Localização geográfica O Egito Antigo localizava-se ao nordeste da África. Limitava-se ao norte com o Mar Mediterrâneo; ao sul com o deserto da Núbia; a leste com o Mar Vermelho e a oeste com o deserto da Líbia. O Egito era uma estreita faixa de terra fértil, em meio a desertos. As cheias do rio Nilo deixavam nas suas margens um limo fertilizante que permitia ao solo produzir os cereais necessários, o que justificava a frase "O Egito é uma dádiva do Nilo." (Heródoto) II. ARQUITETURA: Estática, compacta, fechada, predominância de retas, sentido horizontal. Colunas: papiriforme, lotiforme, campaniforme, palmiforme, hatórica. Qualificações: solidez e durabilidade, sentimento de eternidade, aspecto misterioso e impenetrável, ordem, opulência. Casas e palácios eram construídos com tijolo e, ao contrário dos templos, construídos em pedra, não resistiram ao passar dos séculos. Apenas duas cidades foram razoavelmente preservadas: Hetep-Sanusrit e Akhetaton. III. ESPAÇO INTERIOR: Residência faraó - programa: guarita, pequeno templo, residência, jardim (salgueiros, sicômoros, romãzeiras, figueiras, palmeiras, flor de lótus, papirus etc.), lagos, silos, fornos, depósitos, despensas, cozinha, dormitório empregados, poço, oficinas, criação de animais. Entrada social e de serviço. Edifício pousava sobre uma plataforma de tijolo com altura de 1 a 1,5m de altura. Casa “mediana” (5m x 10m): vestíbulo, estar, cozinha e quarto; terraço. . Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Belas Artes Disciplina: Evolução do Equipamento de Interior 1 2004 Prof. Marize Malta 2 / 7 Residência rica (25 a 30 cômodos)(fachada ~30 a 40m)(formato quadrangular). � rampa ou escada de acesso para porta de entrada; � vestíbulo; � salão (fileira dupla de colunas)(para receber convidados); � salão central (mais alto que os demais cômodos, de modo a ter janelas no alto que permitissem entrada de ar e luz, ~10 m2, 4 pilares de madeira)(estar/jantar); � alcovas; � apartamento particular (quarto principal, quarto de vestir, banheiro, escritório); � terraço para apanhar sol. � jardim com espelho d’água. � Dependências: cozinha, despensa, silos, depósito, alojamento, estrebaria, cocheira, galinheiro, poço etc. ♦ Quando a residência possuía mais de um pavimento, os andares superiores tinham pé-direito reduzido, por vezes bem abafado. ♦ Era comum o uso do terraço. Muitas tarefas cotidianas eram nele empreendidas, principalmente nas casas de dimensões mais modestas. Costumava-se armar uma tenda para se proteger do forte sol. ♦ Plantas quadrangulares e composições de linhas retas, aspecto “funcional”, ♦ Construção em tijolos de adobe (argila, lama, palha/areia) + alguns cômodos com colunas; vigas (cilíndricas); tetos planos (madeira, esteira, lama, reboco, pintura); piso (lama, reboco, fina camada de gesso)(lajotas). ♦ Vãos das janelas pequenos, quadrangulares, com grades, bem no alto das paredes. ♦ Portas internas vedadas através de cortinas de junco (sistema de enrolar). Decoração: Frisos em volta do teto das salas, painéis em madeira, teto pintado na sala principal e no salão. Pintura mural. As composições dos frisos e tetos, em motivos repetidos, poderiam ser geometrizados ou representativos de flora e fauna local (flor de lótus, papirus, escaravelho etc.). Neles a presença da rica policromia era notada, contrastando com a neutralidade do resto do ambiente. Cores predominantes na decoração: ocre, terracota, preto, azul, verde. Fortes e brilhantes. Também era comum usar combinações de três cores. As mais freqüentes eram: preto, amarelo e vermelho; vermelho, azul e banco; azul escuro, azul claro e branco; bege, azul e preto; vermelho escuro, amarelo médio e azul. . Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Belas Artes Disciplina: Evolução do Equipamento de Interior 1 2004 Prof. Marize Malta 3 / 7 Mobiliário E G Í P C I O IV. MOBILIÁRIO: . fontes indiretas (textos, pinturas, esculturas) . fontes diretas (objetos encontrados sobretudo nas tumbas) Os móveis usados no cotidiano eram bem mais simples do que aqueles que seriam usufruídos na vida após a morte. Os interiores eram pouco mobiliados. 1. Repertório formal: Animal – gato, leão, leopardo, serpente naja, abutre, garças, morcegos, águias, cisnes, patos, falcões, carneiro, boi, vaca, insetos (besouro, escaravelho, etc. Vegetal – flor de lótus, lírio, papirus, palmeira etc. Figura humana – cenas, deuses (híbridos humano/animal), faraós, esfinge. Geometria – zigue-zague, figuras geométricas (retângulo, quadrado, losango, polígonos), composições variadas, enrolados em “C” e “S”, disco solar, pulmão e traquéia com nós, etc. Escrita – hieróglifos. 2. Matéria-prima: Madeira: local (acácia, palmeira, figueira, tamarindeira) e importada (cedro, ébano, cipreste, freixo, olmo). Metais (ouro, prata, eléctron (liga natural de ouro e prata), cobre), pedras (alabastro, lápis lázuli), pasta de vidro (alma de argila), esmalte, marfim, osso, fibras naturais (palha, papiros, tamareira etc.), couro. Têxteis: linho, seda, ponto tafetá, muito finos, decoração bordada, pintada ou estamparia por reserva. Uso de ouro, prata e púrpura. Cortinas, almofadas, colchões. . Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Belas Artes Disciplina: Evolução do Equipamento de Interior 1 2004 Prof. Marize Malta 4 / 7 3. Técnica construtiva: As propriedades da madeira eram conhecidas e as ferramentas foram desenvolvidas para trabalhá-la (enxó, plaina, machado, formão, pua etc.). Apurada execução técnica. Uso de encaixes (respiga-e-mecha, rabo de andorinha etc.), tarugos, cola, de base animal, para embutidos e folheados. 4. Técnica Decorativa: Esculpida, pintada (sobre camada de gesso), policromada, embutida, aplicada (chapas de metal). 5. Tipos de móveis: Guarda Arca, baú (não tinham armários). Tampos curvos ou inclinados (duas águas). Moldura em caveto. Base “trenó”. Alças e puxadores em pastilhas. Apoio Mesas (não são freqüentes), perna central (tampo circular), 3 ou 4 pernas, geralmente quadrangulares, tampo de madeira, baixas. Também em fibras vegetais. . Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Belas Artes Disciplina: Evolução do Equipamento de Interior 1 2004 Prof. Marize Malta 5 / 7 Assento Bancos (3 ou 4 pernas / pernas em X), pernas roliças ou de seção quadrangular, assentos côncavos ou em tiras de couro, uso de almofadas soltas, traves no perímetro; Alguns bancos possuíam pequenino encosto, como o representado ao lado. Esquema ergonômico vigente no Médio Império. Cadeiras com ou sem braços, tronos - preocupação anatômica, assento côncavo, inclinação do encosto (prumada dupla - um esteio inclinado, outro reto), pernas de felinos (representação das pernas dianteiras e traseiras), pés cilíndricos ou em formato de ampulheta (lisos ou em anéissobrepostos), utilização de almofadas soltas nos assentos (linho estofado com penas, plumas)(também se usava peles de animais, em especial de leopardo). . Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Belas Artes Disciplina: Evolução do Equipamento de Interior 1 2004 Prof. Marize Malta 6 / 7 Trono de Tutankamon Cadeira e camas Repouso Camas, berços, leitos de viagem (dobráveis), baixas (mais comuns) e altas (geralmente para os rituais de mumificação), inclinação em direção à peseira, peseira retangular baixa, sem cabeceira. Móveis da rainha Heteferes: baldaquino, cadeira de braço, cama e apoio de cabeça. . Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Belas Artes Disciplina: Evolução do Equipamento de Interior 1 2004 Prof. Marize Malta 7 / 7 Camas: baixas para uso diário, altas para os rituais. Complementar Baldaquino, mesa de jogos, repouso de cabeça (uol), abanos, trempes para apoio de vasos, caixas de toillet, de jóias etc. V ACESSÓRIOS Vasos e frascos egípcios. Cerâmica, alabastro, lápis lázuli, vidro, metal, etc.
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