Buscar

Fundamentos de Economia Aula 3: História do Pensamento Econômico

Prévia do material em texto

Fundamentos de Economia / Aula 3 - História do Pensamento Econômico
História do pensamento econômico
Há um consenso em que a teoria econômica foi sistematizada, em 1776, com Adam Smith.
Mas como era tratada a economia nos períodos anteriores?
Na antiguidade, a atividade econômica era tratada como parte da Filosofia, Moral e Ética.
No século XVI, podemos destacar o mercantilismo, com as preocupações sobre a acumulação de riquezas de uma nação pela quantidade de metais preciosos que a nação possuía.
E, no século XVII, a fisiocracia, com a ideia da sustentação da economia regida pela lei natural.
Mas foi Adam Smith que conseguiu sintetizar, estabelecer um corpo teórico próprio.
    Adam Smith
Com a publicação da Riqueza das nações , em 1776, ele estabeleceu as bases científicas da teoria econômica moderna. Ao contrário dos mercantilistas e fisiocratas que acreditavam serem os metais preciosos e a terra, respectivamente, os geradores da riqueza nacional, para Adam Smith a riqueza da nação é dada pelo trabalho produtivo.
Escola clássica
A Economia, como uma ciência específica, nasce com os economistas clássicos. Para eles, o liberalismo e o individualismo estavam associados ao bem comum: o homem, ao maximizar sua satisfação pessoal, como o mínimo de esforço, estaria contribuindo para o máximo do bem-estar social.
Vamos destacar alguns pensadores da Escola Clássica:
Adam Smith (1723 – 1790)
As duas principais ideias de Adam Smith permanecem no debate econômico atual: a “mão invisível” e a “divisão de trabalho”.
Vamos começar pela questão da “mão invisível” do mercado.
Segundo Adam Smith:
“Somos todos individualistas e procuramos, no mundo econômico, sempre o que é melhor para nós. Só que ao fazer isso, como que guiados por uma mão invisível, estamos contribuindo para o melhor da sociedade. Ou seja, imagine a costureira, ela fará a melhor costura possível; assim como o padeiro fará o melhor pão. No final das contas, a sociedade terá a melhor costura e o melhor pão, pelo melhor preço”.
Mas por que a costureira e o padeiro agem dessa forma?
Por existir a pressão da concorrência e porque querem ser bem-sucedidos e ter lucro.
O interessante, na teoria de Smith, é que os agentes econômicos não possuem plano prévio ou orientação externa, é a mão invisível! Ou seja, se cada um procurar fazer o melhor, chega-se a uma situação que é a melhor para a sociedade.
ATENÇÃO
Isso só é possível frente à livre concorrência, e a não intervenção do governo nas questões econômicas. Essa filosofia se perpetua nos dias de hoje, por aqueles que defendem pouca intervenção do governo na economia: “deixe o mercado em paz, não intervenha governo, pois a mão invisível vai solucionar os problemas econômicos”.
A ideia de Smith era a menor intervenção do governo na economia, mas não uma ausência de governo. O governo tinha um papel importante, por exemplo, nas áreas sociais e de infraestrutura.
Outro ponto a ser destacado é a divisão do trabalho. Ela traz a especialização, uma maior produção por trabalhador (maior produtividade) e, consequentemente, o barateamento do produto, pois se produz mais com o mesmo número de trabalhadores.
O crescimento do mercado é o que impulsiona a especialização.
David Ricardo (1772 – 1823)
O trabalho de Adam Smith foi aperfeiçoado pelo discípulo David Ricardo. A maior contribuição de Ricardo à teoria econômica foi provavelmente a teoria das vantagens comparativas, apresentada no livro Princípios de Economia política e tributação.
Para Ricardo, o país deveria se especializar no produto em que tem mais vantagens comparativas.
O que significa isso?
Um país tem vantagem comparativa em um produto, quando o outro, com quem compete, tem alto custo de oportunidade ao fabricar produto, mesmo sendo mais eficiente na produção.
No exemplo construído por esse autor, existem dois países (Inglaterra e Portugal), dois produtos (tecido e vinho) e apenas um fator de produção (mão de obra). A partir da utilização do fator trabalho, obtém-se a produção dos bens mencionados, conforme o quadro a seguir:
Quantidade de homens/hora para a produção de uma unidade de mercadoria
Em termos absolutos, Portugal é mais produtivo em ambas as mercadorias. Mas, em termos relativos, o custo de produção de tecidos, em Portugal, é maior que o da produção de vinho; e, na Inglaterra, o custo da produção de vinho é maior que o da produção de tecidos.
Comparativamente, Portugal tem vantagem relativa na produção de vinho, e a Inglaterra na produção de tecidos.
     
A Economia Neoclássica
Podemos destacar como o principal economista da corrente neoclássica, Alfred Marshall.
Alfred Marshall (1842-1924)
Ele escreveu o livro Princípios de Economia, que foi a base conceitual fundamental da Microeconomia nas suas fórmulas matemáticas e apresentação gráfica.
Como veremos com mais detalhes, a Microeconomia é o ramo da Economia que estuda a interação, no mercado, entre empresas e consumidores.
     
Escola keynesiana
O destaque é para John Maynard Keynes, citado como o criador da Macroeconomia.
John Maynard Keynes (1883-1946)
Na sua obra, Teoria geral do emprego, juro e moeda, ele criticava o pensamento dominante da época, a Lei de Say. Para essa “lei”, toda oferta gera sua demanda.
A “revolução keynesiana”, assim chamadas as ideias de Keynes, mudaram a forma de pensar a economia e foi dominante até os anos 1970.
SAIBA MAIS
Para Keynes, a demanda da economia é composta pelo consumo das famílias, o investimento e os gastos do governo, em uma economia fechada. Em épocas de recessão, caberia ao governo gerar a demanda através de gastos públicos.
Divisões da Economia
Ao tratar como as pessoas físicas e jurídicas (e a sociedade) decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, a Economia pode fazer isso basicamente através de duas metodologias ou divisões de análise.
	Microeconomia
	Analisa o comportamento individual das unidades econômicas.
	Macroeconomia
	Analisa o funcionamento da Economia como um todo, de um país. Realiza uma visão simplificada e abstrata da Economia.
ATENÇÃO
As duas divisões ocupam as mesmas questões da ciência econômica, mas se fixam em perspectivas distintas.
Sistema econômico de mercado capitalista X Sistema econômico centralizado ou planificado
De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos:
Sistema econômico capitalista ou de mercado
O funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, predominando a livre-iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.
Sistema econômico centralizado ou planificado
Organizado diretamente por uma agência de Estado, onde todo e qualquer planejamento das condições econômicas está vinculado diretamente às decisões desta entidade e onde os meios de produção pertencem, de uma maneira geral, a ela.
Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas. As trocas econômicas são vantajosas para os agentes econômicos perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e especialização da produção, da distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica.
A economia e sua relação com as diferentes profissões
Os gestores e os contadores precisam de conhecimentos econômicos para obter uma visão do mercado onde atuam, assim como o país e o mundo.
No âmbito do Direito, algumas leis têm implicações econômicas, como na área da concorrência e da defesa do consumidor. Além da ligação estreita com o Direito Comercial.
A relação com Economia é também muito estreita nas áreas de Publicidade, Propaganda e Marketing, pois são necessários estudos de mercado, captação de recursos, preferências dos consumidores.
As questões que envolvem a Geografia determinaram as decisões de produção, da localização de portos, a Economia do meio ambiente, dentre outras.
O curso de História é uma das bases do estudo da Economia. Não é possível entender uma sem a outra.

Continue navegando