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Profª Renata Cardoso Baracho Lotti Disciplina: recursos terapêuticos manuais HISTÓRIA DA MASSAGEM Aspectos gerais da história da massagem Época Pré-histórica � Existe pouca evidência de que a massagem era praticada como uma arte curativa. � Qualidade instintiva para o uso das mãos num movimento de fricção e compressão → tanto calmante como confortante. � Muitas espécies de animais, especialmente os primatas, tinham comportamento de contato (coçar, cuidar dos pêlos). � Embora estas culturas antigas tenham pouca história registrada → pode-se afirmar que as técnicas de massagem faziam parte de sua “cultura médica”. � Achados antropológicos demonstram que os humanos pré-históricos eram capazes de praticar uma forma de medicina bastante sofisticada → trepanação. � Então como não acreditar que essa cultura tenha descoberto, muito tempo antes, os benefícios consideráveis e óbvios de atividades similares à massagem. História Antiga � O uso de técnicas de massagem manual em muitas culturas antigas está sobejamente registrado em documentos pictóricos e escritos. � Na época do Imperador Amarelo (Hwang Ti – morto em 2599 a.C.), foi escrito o grande tratado médico chinês (Nei Chang) → obra que contém descrições detalhadas de procedimentos semelhantes à massagem. � Dinastia Tang (619 – 907 d.C.) → reconhecidos quatro tipos de praticantes da medicina: médicos, massagistas, acupunturas, exorcistas. � Após a dinastia Sung (960 – 1279 d.C.) → prática da massagem declinou. � Índia antiga: massagem descrita em um dos primeiros dos grandes textos médicos → livros Ayur- Veda da sabedoria (cerda de 1800 a. C.). � Gregos antigos utilizavam a massagem com objetivo de manter a saúde física e assegurar beleza duradoura. Eles foram responsáveis por dar à massagem tamanho grau de aceitação social e criaram as casas de banho sofisticadas com prática de exercícios, massagem, banhos. � Homero descreveu na Odisséia como os soldados “dilacerados pela guerra” eram massageados e que esse procedimento trazia de volta a saúde. � Hipócrates (460 – 360 a.C.) “...O médico deve ter experiência em muitas coisas, mas certamente em fricções; porque algo que recebe o mesmo nome não tem o mesmo efeito. Pois a fricção pode fixar uma articulação que esteja demasiadamente frouxa e pode afrouxar uma articulação que esteja demasiadamente enrijecida... no entanto a articulação deve ser mobilizada, não violentamente, mas até o ponto em que possa ser feito sem acarretar dor” (Johnson, 1866). � Os romanos herdaram a tradição da massagem dos gregos e utilizavam amplamente a prática em conjunto com banhos quentes. � Galeno foi provável responsável pela sobrevivência da massagem e dos tratamentos correlatos por muito tempo após a queda de Roma. E recomendava que os gladiadores devessem ter todo o corpo friccionado, até que suas peles ficassem vermelhas. � Uso da massagem continuou no início da Idade Média (conhecida como “Idade das Trevas”), com declínio na Europa e na Ásia. Nesta época foram abandonados muitos aspectos da cultura e prática antigas. Profª Renata Cardoso Baracho Lotti Disciplina: recursos terapêuticos manuais História Moderna � Século XVI: alguns métodos mais antigos da prática médica voltaram a ser empregados. Houve avanços no estudo da anatomia e fisiologia que possibilitaram a maior compreensão acerca dos efeitos e usos de algumas dessas tradições mais antigas. � Ambroise Paré (1518 – 1590): levou em consideração e discutiu os efeitos da massagem. Interessado no uso da fricção e dos movimentos gerais da massagem para o tratamento de pacientes que haviam deslocado uma articulação. � Harvey (1628): descobriu a circulação sanguínea → aumentou a aceitação da massagem como medida terapêutica. � Considera-se que a era da massagem moderna teve início no começo do século XIX � Pehr Henrik Ling (1776 – 1839) → contribuiu para a mais famosa e duradoura influência para a massagem. Projetou um sistema que consistia de 4 tipos de ginástica: educacional, militar, medicinal e estética. � Muitas idéias originais de Ling perderam popularidade, mas seu trabalho continuou exercendo importante influência nos primeiros passos do desenvolvimento da fisioterapia como profissão. � A segunda Guerra Mundial presenciou o surgimento da fisioterapia, e a massagem considerada isoladamente passou a se tornar cada vez menos importante, à medida que outros modos de reabilitação iam se desenvolvendo. � Em 1943 surgiu a Chartered Society of Physiotherapy (CSP), e a profissão da fisioterapia se desenvolveu e se ramificou na maioria dos países de modo a suprir as necessidades específicas. E a massagem médica é empregada como parte de um plano terapêutico geral para alguns pacientes. � Com a fisioterapia a massagem evoluiu para muitos tipos de técnicas de mobilização manual. Assume a forma de grande variedade de manipulações tanto em tecidos moles como nas estruturas articulares. � Nos últimos anos surgiram, em muitos países, profissionais especificamente massagistas que utilizavam as técnicas de massagem para promoção de uma sensação geral de relaxamento e bem- estar. Estas devem ser diferenciadas das técnicas de massagem médica, sobretudo a fisioterapia. � A massagem em pessoas basicamente saudáveis é uma “massagem recreacional” → o uso de diversas técnicas manuais que objetivam aliviar o estresse e promover o relaxamento e o bem- estar geral em uma pessoa que não tem um problema de saúde definível. � Recreação: “promoção da saúde e repouso do espírito, mediante o relaxamento e o divertimento” � “Massagem terapêutica”: o uso de diversas técnicas manuais que objetivam promover o alívio do estresse ocasionando relaxamento, mobilizar estruturas variadas, aliviar a dor e diminuir o edema, prevenir a deformidade e promover a independência funcional em uma pessoa que tem um problema de saúde específico. � Terapêutico: “o que se refere à ciência e arte da cura”.