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Universidade Federal do Rio de Janeiro Beatriz Lemos, Brenda Vasconcellos, Bruno Joaquim, Dayane Farias e Thayla de Jesus Relatório de Práticas de Campo Rio de Janeiro Julho de 2017 A prática para captura de peixes de água doce foi realizada no dia 09 de julho de 2017, no turno da tarde. A seguinte prática tem como objetivo demonstrar a diversidade biológica dos peixes de água doce, de acordo com o ambiente e os microambientes formados. O riacho utilizado é típico de mata atlântica, sem mata ciliar ao redor, apenas pasto, o que contribui para a diminuição da diversidade, pois a mesma protege contra a erosão marginal que torna o rio barrento, o fundo rochoso é muito predominante com pouca areia. As técnicas de captura em geral precisam de diferentes tipos de equipamentos, pois um único tipo não seria capaz de capturar os diferentes tipos morfológicos nem de demonstrar os diferentes micro-habitats de uma determinada região (Uieda & Castro, 1999; Uieda & Uieda, 2001). As ferramentas consistem em métodos passivos: rede de espera, que é colocada no local de passagem dos peixes, a desvantagem é que este equipamento pode ser seletivo de acordo com o calibre da malha, porém tem como vantagem a pesca de superfície. É mais eficiente em ambientes de maior profundidade, sem muita correnteza, indicada para captura de peixes pelágicos. E a armadilha tipo covo, cujo animal não consegue sair, porém, esses métodos são mais seletivos e menos eficientes do que os ativos quanto à riqueza e abundância das espécies capturadas (Uieda & Castro, 1999; Ribeiro & Zuanon, 2006). Esta armadilha é composta de uma entrada em formato de funil contendo uma isca e furos do lado que juntamente com a rede confunde os organismos, as armadilhas precisam ser identificadas para saber onde estão e são afundadas. É útil na maioria dos ambientes, exceto corredeira porque pode ser arrastada. Os métodos ativos consistem em uma rede que é lançada em direção ao cardume (tarrafa) útil em ambientes não muito fundos e com uma grande área (com poucas rochas), as redes de mão são úteis em riachos e podem ser utilizadas para amostrar todos os micro-habitats, desde corredeiras, remansos, áreas com vegetação marginal etc, e a vara, que requer profundidade, é indicada para peixes de grande porte. Também são utilizadas ferramentas como balde, para colocar os organismos capturados e é necessário um traje adequado. Em geral, os métodos ativos são escolhidos por sua suposta eficiência por unidade de tempo, no entanto, provocam uma grande perturbação ao ambiente. O método utilizado pelo grupo foi o método ativo, onde utilizamos uma rede de mão e fizemos o kicking para perturbar o ambiente e capturar os organismos. Os organismos encontrados pela turma A foram: Surperordem Ostariophysi: Possuem: aparelho de Weber, substância de alarme e bexiga natatória dividida em dois. 1. Ordem Siluriformes (Compreende a ordem dos bagres) Os organismos desta ordem possuem pele nua sem escamas ou com placas ósseas e, que também apresentam de 2 a 4 pares de barbilhões. Família Loricariidae: Gênero Rineloricaria Conhecidos como cascudos ou limpa-vidros. Possui a boca em ventosa, placas ósseas no corpo e dentes verdadeiros fora da boca. Família Heptapteridae: Gênero Rhamdia A espécie encontrada possui o barbilhão muito desenvolvido, com 3 pares de nadadeiras dorsais e peitorais. Possui espinhos associados à glândula de peçonha. Vive em substrato com folhas e água parada. Família Callichthyidae: Figura 1: Rineloricaria (imagem retirada da internet) Gênero Callichthys Indivíduo sem escamas, com duas fileiras de placas ósseas por todo o corpo. Respiram fora d’água e possuem espinhos na nadadeira peitoral e dorsal que ficam travados abertos. 2. Ordem Ghymnotiformes: Os indivíduos desta ordem caracterizam-se por apresentarem uma longa nadadeira anal, não tem nadadeiras pélvicas nem nadadeira caudal. Família Gymnotidae: Gênero Gymnotus; Indivíduo encontrado apresentou dorso nú, sem nadadeira dorsal, produzem eletricidade por órgão elétrico e o utilizam para orientar-se. Fazem um nado para frente e para trás que não distorce o campo elétrico, peixes de hábito noturno. Na prática, utilizamos um detector de peixes elétricos. Este, consiste em um fio desencapado ligado a uma caixa de som que transforma a energia elétrica em sonora. O mecanismo é semelhante ao dos telefones residenciais. Figura 2: Gymnotus ou peixe elétrico (imagem retirada da internet 3. Ordem Characiformes Família Characidae: Gênero Astyanax Indivíduo com dente com várias cúpides e boca projetada para frente, nadadeira adiposa, boca não protrai. Gênero Oligosarcus Indivíduo claramente especializado na predação, boca grande e dentes pontiagudos. Predam peixes menores e pequenos invertebrados. Tem uma mancha umeral que é padrão desse peixe. Família Erythridae: Gênero Hoplias Abriga as traíras, são predadores de tocaia, não possuem nadadeira adiposa, boca com bastante dente. Muitas espécies são encontradas em quase todos os ambientes baixos de água doce. Possuía pequeno porte. Superordem Atherinomorpha Perdem secundariamente a segunda nadadeira dorsal. Figura 3: Hoplias (imagem retirada da internet) 4. Ordem Cyprinodontiformes: Caracterizados por possuíres dentes nas mandíbulas, pequenos barbilhões próximos a boca, mas nunca uma nadadeira adiposa. Família Poeciliidae: Gênero Phalloceros Machos com nadadeira anal modificada em gonopódio, fecundação interna por viviparidade ou ovoviviparidade. Não possuem um período reprodutivo único, mas sim constante chamado de superfetação. Durante a prática foram encontrados indivíduos de ambos os sexos. Superordem Percomorpha: Grande quantidade de modificações e adaptações. Abrange as linhagens marinhas que invadiram a água doce. 5. Ordem Perciformes Possui um nado mais controlado, nadadeira pélvica com um espinho anterior e 5 raios moles. Família Cichlidae: Gênero Australoherus Duas nadadeiras dorsais fusionadas, a primeira de espinho duro e a segunda de raios moles. A linha lateral é dividida em duas: a primeira parte vai até a metade do corpo e é dorsal, a segunda é lateral ao corpo e mediana, vai até o final do corpo Figura 4: Barrigudinho ou Phalloceros (imagem retirada da internet) do peixe. Possui cuidado parental. Nadadeira dorsal e pélvica são próximas e internamente há ligações entre elas. Possui um nado mais elaborado. Indivíduo com coloração amarelo-esverdeada com barras escuras ao longo do corpo. Gênero Geophagus Possui uma barra preta no olho com valor taxonômico. Figura 5: Geophagus brasiliensis (imagem retirada da internet)
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