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1 APTERYS AUSTRALIS e ROUSETTUS AMPLEXICAUDATUS ESTUDO TEÓRICO SOBRE A DISPERSÃO DO TAMANHO DE SUAS ASAS. Curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Centro Politécnico, Caixa Postal 19031, 81531-970, Curitiba, PR, Brasil. Explicações a cerca da proposta teórica I. SOBRE OS ORGANISMOS E SEU HABITAT Apteryx australis (kiwi) é uma espécie de ave, família Apterygidae, endêmica da região da Nova Zelândia. Em geral, encontram-se nas regiões norte e sul da ilha, dividindo-se em duas subespécies. As espécies permanecem distribuídas nas regiões de Fiordland e Westland e na ilha Stewart. As configurações climáticas destes locais são muito dependentes das regiões em que se encontram o organismo: no lado sul, o clima é mais alto, com maior incidência de raios, ao contrário da região norte. A ilha de Stewart, onde se encontra uma grande concentração da espécie estudada, se encontra na região das ilhas do sul, onde há predominância de climas mais amenos. Rousettus amplexicaudatus (morcego) é uma espécie de morcego, família Pteropodidae, encontrado em todo o Sudeste da Ásia. 1Pode ser encontrado na China, Vietnã, Laos, Camboja, Tailândia, Mianmar, Malásia, Cingapura, Indonésia, Timor-leste, Filipinas, Papua-Nova Guiné e Ilhas Salomão, conforme explicitado pelo canal National Geographic. Nesta região, o clima predominante é seco. II. UMA PERSPECTIVA AOS OLHARES DE DARWIN Considerando que Darwin comparou as diferenças nos Tentilhões das Ilhas de Galápagos, e visto que os organismos analisados se encontram em locais diferentes, poder-se-ia analisar a diferença entre os tamanhos de suas asas pela necessidade que estes organismos apresentaram ao longo da evolução. Considerando que os Kiwis se encontram em um local com menos rajadas de ventos do que os morcegos houve, portanto, a necessidade deles, ao longo do seu processo evolutivo, de formar asas com menos suporte para o voo, visto que o local onde se encontram não necessita tanto disto, ou seja, o meio determinou que ao longo de seu desenvolvimento, a característica “asas” fosse reduzida por não possuir tanta essencialidade. Já os Morcegos, embora se encontrassem escondidos a maior parte do tempo, precisaram desenvolver asas com mais suporte por conta das condições climáticas que foram impostas ao longo de seu desenvolvimento no ambiente, onde os ventos são maiores, portanto, há necessidade de asas com mais habilidades e bem desenvolvidas; esta característica também ajudaria na obtenção de alimentos, visto que o ambiente sul asiático apresenta muitos animais tétrades, fast. Claro, Darwin considerou fatores mutagênicos para as explicações (não é que isto esteja incorreta, é também uma resposta exímia), contudo, entende-se agora que, por conta da interação com o meio ambiente, foi promovida na espécie do Kiwi uma menor intensidade do gene que forma e promove o desenvolvimento das asas (modificando a sua morfologia e sua posição), visto que não haveria tanto necessidade de usá-lo, muito disperso do morcego, que apresentou uma intensidade maior do gene, ou seja, uma atividade maior durante o seu desenvolvimento, pois necessita dele para a sua sobrevivência, o meio determinava (seleção natural). III. UMA PERSPECTIVA AOS OLHARES DAS “BMPS” Segundo Gilbert, “um gene homólogo pode assumir uma nova função quando expresso em um novo local.”. As 2BMPS, deste modo, exercitam esta função nas divergências entre as asas das duas espécies estudadas, teoricamente proposto pela equipe. A proteína BMP, por estar ligada em várias vias de sinalização, atua principalmente a morfogênese dos órgãos formados, no seu alongamento – desenvolvimento ou não –, no seu desaparecimento (encurtamento), sua menor ou maior intensidade, depende da BMP envolvida. Visto que a asa do Kiwi é muito pouco desenvolvida (menor) principalmente quando comparada com a do morcego, é compreensível teorizar que as proteínas BMPS não estão envolvidas em grandes gradientes nas vias de sinalização dos genes que formam as asas dos kiwis, criando uma inativação destes genes – temporária, ou apenas inibitória rápida – que acabam por se expressar muito pouco ou quase nada, promovendo, então, uma asa menor e menos rígida. Ou seja, no caso dos Kiwis, as BMPS podem estar atuando como inibidores dos genes que codificam proteínas para formar as asas dos mesmos; visto o tamanho e o desenvolvimento diminuto das mesmas. Claro, além disto, pode-se especular também que a via de sinalização das BMPS foi ficando menos ativa durante a evolução do organismo. 1 Trecho tirado de National Geographic; 2 Proteínas Ósseas Morfogenéticas [u1] Comentário: Primeiro, faremos uma breve abordagem sobre as perspectivas individuais, após isto, por último, agruparemos todas em uma teoria em uma apenas, tentando explicar a divergência de todos os pontos de vista proposto pela orientadora. [u2] Comentário: Inicialmente, dissertaremos sobre as condições climáticas e o ambiente em que ambos vivos permanecem, visto que isto é fator limitante para o desenvolvimento de um organismo. [u3] Comentário: Como proposto pela professora, nesta primeira perspectiva, tentaremos explicar a divergência das asas das duas espécies através das explicações teóricas do biólogo Charles Darwin. [u4] Comentário: Neste parágrafo, iremos explicar tentando evidenciar um principio biomolecular do por que as asas são mais desenvolvidas em um do que em outro. 2 Já, se olharmos sobre as perspectivas dos Morcegos, as proteínas BMPS estão presentes em grande quantidade, então, sugere-se que elas participem das principais vias metabólicas e sinalizadoras para criação de asas e/ou ativação dos genes que formam as asas. Neste caso, sugere-se que as BMPS estejam em grandes quantidades nos embriões dos morcegos, promovendo a morfogênese e o alongamento das suas asas. Junto com outras proteínas, obviamente. A mensagem das BMPS dos organismos estudados não é alterada, mas, o local onde ela é expressa e a quantidade (e intensidade) de sua expressão defendem o fenótipo visto. Ou seja, nos Kiwis, elas se encontram em poucas quantidades e participa da regulação gênica dos genes ligados a formação das asas, inibindo-os; já nos morcegos, o contrário está presentes em grandes quantidades e atuam como ativadores dos genes que formam asas desenvolvidas. IV. UMA PERSPECTIVA AOS OLHARES DA CAIXA DE FERRAMENTAS Os genes da caixa de ferramentas, ou seja, um quite de genes que estão destinados à padronização e à formação de todos os eixos do corpo do indivíduo e de suas partes, também estão envolvidos nas divergências das asas das espécies estudadas. Os genes da caixa de ferramentas têm dois produtos principais durante o desenvolvimento: membros de vias de sinalização e os fatores de transcrição. Considerando esta básica explicação sobre estes genes e analisando-os no ponto de vista das asas, pode-se entender que os genes da caixa de ferramentas, interligados as BMPS, acabam por interferir na formação e desenvolvimento das asas, por atuarem como repressores ou ativadores das transcrições de outros genes e/ou proteínas reguladoras. No caso dos Kiwis, poder-se-ia teorizar que os genes da caixa de ferramenta juntamente com as BMPS podem atuar como repressores3 dos genes, ou, melhor ainda, atuam como inibidores no processo de transcrição, não permitindo, portanto, que as proteínas necessárias para o desenvolvimento sejam formadas. Portanto, mesmo que o gene esteja ativo, seus produtos não chegariam a ser fabricados, pois seriam inibidos pelos fatores de transcrição promovidos por uma alteração (mutação ou não) nos genes da caixa de ferramenta e suas interações com as BMPS. Já, pensando do ponto de vista dos morcegos,os genes da caixa de ferramenta tendencialmente podem viabilizar mais o processo de transcrição dos genes das asas. Além de atuarem na aceleração das vias de sinalização, regulariam os ativadores destes genes, ou seja, os ativadores de transcrição4 (proteínas que auxiliam a DNA polimerase, formando um complexo). Se estes genes promovem uma maior transcrição, maior será a tradução em proteínas de voo, portanto, maior será a estrutura das asas, mais espessa, rígida, desenvolvida, grande e forte. V. UMA PERSPECTIVA AOS OLHARES DO DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS Considerando que os diferentes tipos de insetos imprimirem diferentes tipos de asas, tanto menores quanto maiores e que isto, em linhas súbitas, dependem do seu tipo de desenvolvimento e de seus discos imaginais, pode-se teorizar que a manifestação diferente dos “discos imaginais” (ou brotos no caso dos organismos estudados) poderiam influência a formação das asas nos Kiwis e Morcegos. Seguindo esta análise, a figura ao lado procede de muito sentido, visto que os “discos imaginais” dos insetos são as estruturas que produzem a formação das asas e das patas, e elas estão intimamente ligadas. Vendo deste ponto de vista... Os Kiwis, que não apresentam estas estruturas, poderiam, portanto, ter uma ligação entre os genes – ou células- que formam os seus membros e suas asas. Neste caso, as células (neste caso, o broto) que imprimem uma formação de suas asas receberam pouca sinalização ou foram controladas por outros componentes bioquímicos, muito diferente dos componentes presentes nos morcegos, que apresentam uma evolução inversa. Neste caso, as proteínas estariam no broto da asa do Morcego e Kiwi, e não no disco imaginário, visto que esta estrutura inexiste nestes organismos. Bem como nos discos imaginais dos insetos, a característica “asas” do Morcego e do Kiwi poderiam ser retroalimentadas, ou seja, o desenvolvimento de uma estrutura inibe a outra. Como mostrado na figura, isto aconteceria da seguinte maneira: proteínas ativadoras do desenvolvimento dos brotos quando localizadas mais próximos das asas, perfazem um desenvolvimento maior neste membro; quando localizadas mais próximo às patas, perfazem neste membro um desenvolvimento maior. Esta seria uma explicação para a divergência do tamanho das asas destes dois organismos. VI. UMA TEORIA COMPLETA FORMULADA A PARTIR DAS PERPECTIVAS Após a análise de todos os aspectos, é possível formular uma teoria simples e plausível para o fenômeno observado nos dois organismos comparados. O tamanho das asas do Kiwi e do Morcego depende não tão somente do ambiente em que vive, mas sim das modificações biomoleculares e das vias de sinalização que atualmente apresentam, além, é claro, da disposição e localidade dos componentes biomoleculares. Primeiro, para explicar a divergência das asas de ambos, entende-se que o ambiente é um fator limitante para este fenômeno. As asas dos Kiwis são menos desenvolvidas exatamente porque vivem em um local onde a necessidade de voo não se faz tão necessário, muito diferente dos morcegos. Ao longo da evolução destes dois 3 Impedem a transcrição do DNA ou inativa um gene 4 Processo de formação de um RNA mensageiro a partir de um gene – um segmento do DNA. Figura 1 [u5] Comentário: Aqui, explicaremos a distância de morfologia das asas tentando resgatar as explicações sobre a caixa de ferramentas, visto em aula. [u6] Comentário: Por ultimo, mas não menos importante, uma comparação na perspectiva de formação de asas nos insetos. [u7] Comentário: Através dos tópicos referidos pela professor, formularemos a teoria principal, a fim de apresentar o nosso modelo de evolução dos dois organismos. 3 animais, provavelmente, o meio foi determinando que as asas deles fossem modificadas, e esta modificação pode ser vista por um método biomolecular. A interferência do meio propiciou uma série de modificações no embrião destes animais. Nos Kiwis, os genes da caixa de ferramentas, provavelmente, passaram a bloquear vias de sinalização de formação de proteínas (estes genes podem, sem dúvida alguma, terem sido mutados) e juntamente com as BMPS acabaram por diminuir a síntese dos polipeptídeos importantes para o desenvolvimento das asas. As proteínas que foram inibidas, ou seja, que foram formadas em poucas quantidades ou não formadas pela ação dupla dos Genes da caixa e das BMPS são as proteínas encontradas nos brotos que formam as asas e, portanto, como houve pouca quantidade de proteínas, o broto da asa não se desenvolveu bem e passou a formar asas menores e patas maiores, visto que as proteínas do broto da pata foram mais sintetizadas. É exatamente o inverso que pode ter acontecido com os morcegos, que não necessitava tanto andar, mas voar. A interação do ambiente deles provou uma alteração nos genes da caixa de ferramentas e em suas BMPS, fato este que promoveu o desenvolvimento de suas asas e a pouca evolução de suas patas. Tanto o seu habitat quanto as suas interações biomoleculares foram importantes para a sua evolução. O conjunto destas interações acarretou o aumento de proteínas no seu broto de asa e a ausência no seu broto de patas, criando, portanto, um animal com maior desenvolvimento para voo, visto que o meio onde ele se encontrava necessitava disto. Pois, em palavras não rebuscadas, como Darwin disse: “o meio seleciona quem vive”. Seria esta a explicação mais plausível proposta pela equipe: a interação do meio formou dois organismos distintos, pois ambos apresentaram quantidades diferentes de proteínas em locais diferentes, e tudo isto foi influência pela sua necessidade ou não de possuir a característica “asa”. REFERÊNCIAS 1. Biologia do Desenvolvimento – Scott Gilbert. 5ª Edição. 2. Evodevobr – como alguns tecidos crescem mais do que os outros – 2012/06/11 3. Akam, M. E. 1987. The molecular basis for metameric pattern in the Drosophila embryo. Development 101: 1-22. 4. Sasai, Y., Lu, B., Steinbeisser, H., Geissert, D., Gont, L. K. and De Robertis, E. M. 1994. Xenopus chordin: A novel dorsalizing factor activated by organizer-specific homeobox genes. Cell 79: 779-790. Universidade Federal do Paraná ORIENTADORA: PROFª. DRª. FLAVIA SANT ANNA RIOS¹ ACADÊMICOS DA UFPR: ANA MARIA GONÇALVES CHAVES1, BARBARA SILVA HARO2, EVANDRO CLARO DOS SANTOS3, GUILHERME AUGUSTO BEGHETTO4, LOUISE MATIÊ IMAMURA.
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