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Crimes contra a Administração Pública

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jusbrasil.com.br
7 de Outubro de 2016
Crimes contra a Administração Pública
INTRODUÇÃO:
Tratados no CP a partir do título XI, estão separados em crimes cometidos
por funcionários e crimes cometidos por particulares contra a
administração pública.
No CP, os artigos 312 a 326 tratam dos crimes funcionais. Ou seja, deve ter
como elemento: Ser funcionário público. Por este motivo, serão crimes
próprios (é possível ter autor e partícipe no polo ativo). Se não estiver
presente esse elemento, o tipo será atípico ou desqualificado.
O Código Penal visa não proteger o estado em si, mas o funcionamento dos
poderes (legislativo, executivo e judiciário).
Funcionário Público: Para o direito administrativo, é o concursado com
funções determinadas em lei. Para o Direito penal, contudo, de acordo
com o artigo 327, é toda pessoa que está investido em cargo público,
emprego público e função pública, transitoriamente ou sem
remuneração alguma.
“Art. 327 ­ Considera­se funcionário público, para os efeitos penais, quem,
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.”
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Cargos: São criados por lei, em número certo e pagos pelos cofres
públicos
Emprego público: São serviços temporários, com contrato de regime
especial ou CLT
Função pública: Qualquer conjunto de atribuição pública que não cargo
ou emprego.
Além disso, tal conceito está ligado, no direito penal à corrente
AMPLIATIVA: Entende que empregados de autarquias, sociedades de
economia mista, empresas públicas e fundações instituídas pelo poder
público serão funcionários públicos, chamados de: Funcionários públicos
por equiparação.
§ 1 do supracitado artigo:
§ 1º ­ Equipara­se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública
Percebe­se, portanto, que os prestadores de serviços contratados para
função típica da administração pública também serão funcionários
públicos. Entretanto, a atividade contratada deve ser TÍPICA da
administração pública.
Mesmo que ainda não tenha tomado posse do cargo, a pessoa poderá ser
considerada funcionário público e, por este motivo, dependendo do seu
ato, cometerá crime.
Via de regra, a condição de funcionário público chega ao fim com a
aposentadoria, exceto por advocacia administrativa e violação de
segredo, que constituem exceções pois, nestes casos, os infratores ainda
exercem alguma influência.
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Vale dizer que existe uma corrente, chamada de RESTRITIVA acerca do
funcionário público, que diz que o funcionário público por equiparação só
poderia abranger os funcionários da autarquia. Essa teoria não prevalece
no Direito Penal.
O Parágrafo segundo traz um caso de aumento de pena no artigo 327,
dizendo:
“A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de
função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
poder público”
CRIMES EM ESPÉCIE
Antes de falarmos dos crimes propriamente ditos, a primeira parte deste
capítulo do CP traz os “crimes cometidos por funcionários públicos”. Logo,
são crimes funcionais, próprios, que devem ter, necessariamente, o
funcionário público cometendo. Entretanto, conforme o artigo 30 do CP,
existe a “conexão de elementares”, de modo que se um particular, sabendo
da situação da pessoa que é funcionária pública, participar do crime,
poderá responder também pelo crime funcional na qualidade de coautora,
de modo que responderá pelo mesmo crime.
“Art. 30 ­ Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. “
Vale lembrar que o CP adota a teoria MONISTA temperada, de modo que,
exceto por poucas exceções, o coautor e o partícipe responderão pelo
mesmo crime que o autor, desde que haja comunicação de elementar,
conforme o artigo 30.
PECULATO.
Previsto no artigo 312 do CP. Existem diversas modalidades de Peculato.
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“Art. 312 ­ Apropriar­se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo, ou desviá­lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena ­ reclusão, de dois a doze anos, e multa.”
A primeira parte do artigo prevê o peculato PRÓPRIO, onde o funcionário
se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel de utilidade da
qual tenha posse em razão de seu cargo. (Posse é obtida de forma lícita,
num primeiro momento.)
A segunda parte do artigo prevê o peculato DESVIO, onde o funcionário
desvia o bem em benefício próprio ou alheio
PECULATO­FURTO – Não é crime! (Nele o sujeito se apropria para
fazer uso temporário e devolve)
Tipo subjetivo: Dolo e o dolo específico de tornar­se dono da coisa
através da inversão do título dominial
Tipo objetivo: Apropriar­se ou desviar
Consumação: Ocorre no momento em que o autor retira o objeto da
disponibilidade da vítima e passa a ter o animus domini sobre ele.
Bem jurídico tutelado: Patrimônio público e a probidade administrativa.
Sujeito ativo: O funcionário público que comete o crime, o coautor ou
partícipe por comunicação de elementar
Sujeito passivo: Administração pública de modo primário e,
secundariamente, a pessoa que perdeu o objeto.
Crime instantâneo: se consuma com o desvio ou apropriação. (Outra
corrente, contudo, entende ser crime material, na modalidade desvio,
onde deve, necessariamente, causar prejuízo à administração pública)
Tentativa: Admite em ambas as modalidades
Ação Penal: É pública incondicionada.
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Ausente a elementar de funcionário público, o crime é desqualificado e
torna­se APROPRIAÇÃO INDÉBITA, que é crime contra o patrimônio,
que pode ser cometido por qualquer um.
PECULATO­FURTO:
É o previsto no parágrafo primeiro do artigo 312. É o chamado “peculato
próprio”, onde o agente se apropria valendo­se da qualidade de
funcionário público. (Ou seja, ele não tem a posse do dinheiro, bem ou
valor, mas se apropria por ser funcionário público.)
Tipo subjetivo: Dolo e dolo específico de ter a coisa como sua.
“§ 1º ­ Aplica­se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo
a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo­se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.”
PECULATO­CULPOSO
É o previsto nos §§ 2 e 3 do artigo 312 do CP, onde o funcionário público
contribui, de modo culposo, para a prática delituosa de alguém, sendo
negligente.
Vale dizer que de acordo com o § 3, se a reparação do dano ocorrer antes
da sentença transitada em julgada, haverá extinção da punibilidade. Se,
contudo, o dano for reparado posteriormente, deve­se reduzir a pena
pela metade.
“§ 2º­ Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena ­ detenção, de três meses a um ano.
§ 3º ­ No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.”
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A reparação, contudo, deve ser completa!
O peculato culposo é de competência do juizado especial criminal, tendo
em vista sua pena.
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM
Aqui o agente entrega algo por puro erro ao funcionário público.
Entretanto, se este último o induziu a erro, será PECULATO­
ESTELIONATO.
Sujeito ativo: funcionário público
Sujeito passivo: estado e vítima secundariamente.
Conduta: apropriar­se.
Artigo 313 A e B são “crimes novos”, denominados de PECULATO­
ELETRÔNICO.
São crimes que surgiram em razão da informática, caracterizando uma
mudança no modus operandi.
Artigo 313­A
“Art. 313­A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”
Aqui o agente insere ou facilita acesso ao terceiro. O funcionário, neste
caso, deve ter vontade livre e consciente para inserir dado falso.
O artigo fala em “funcionário autorizado”. Se não estiver autorizado,
cometerá o crime do artigo 297 ou 299 do CP.
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Nota
Peculato é um dos tipos penais próprios de funcionários públicos contra a administração em geral, via de regra, só pode ser praticado por servidor público, contudo admite participação de terceiros, se este souber que está atuando com um funcionário público.nullnullOs verbos núcleos do tipo são "apropriar" ou "desviar" valores, bens móveis, de que o funcionário tem posse justamente em razão do cargo/função que exerce.null
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Bem tutelado: Probidade da administração pública
Sujeito ativo: funcionário público autorizado
Sujeito passivo: Estado
Conduta: Inserir, facilitar, alterar ou excluir
Tipo subjetivo: dolo
Consumação: ocorre com a conduta, independentemente de resultado
material ou dano
Tentativa: admite­se
No artigo 313­B, o funcionário não precisa ter autorização, mas modifica
dado.
No peculato, a competência será sempre da justiça federal quando for
bem da União, autarquias, empresas públicas. Residualmente, será do
estado!
No peculato­culposo, como vimos, a competência e do Juizado especial
criminal.
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU
DOCUMENTO
Previsto no artigo 314 CP.
“Art. 314 ­ Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a
guarda em razão do cargo; sonegá­lo ou inutilizá­lo, total ou parcialmente:
Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.”
O documento pode ser pertencente à administração pública ou a um
particular. Entretanto, o livro oficial é da administração.
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Bem tutelado: Administração pública.
Sujeito ativo: Funcionário público que possui a guarda em razão do
cargo
Sujeito passivo: É o estado e, secundariamente, o proprietário do
documento confiado à administração pública.
Conduta: São várias. Extraviar, desviar, sonegar, inutilizar. Todas elas
devem ser feitas pelo funcionário público que tenha como função
guardar o livro oficial ou qualquer documento!
Elemento subjetivo: Dolo
Consumação: Ocorre com a prática da conduta independentemente de
prejuízo
Tentativa: Extravio e inutilização permitem. No caso de sonegação, não
existe tentativa
Ação penal: pública incondicionada.
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS
“Art. 315 ­ Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei:
Pena ­ detenção, de um a três meses, ou multa.”
Bem tutelado: A administração pública e seu patrimônio
Sujeito ativo: Crime próprio, só podendo ser cometido pelo funcionário
público que tenha poder de disposição de verbas e rendas públicas.
Conduta: Dar aplicação diversa; destinar diversamente do previsto em
lei
Destinação legal: O funcionário público DEVE destinar a verba de
acordo com o que está previsto na lei! É uma legalidade estrita. Se for
diversamente ao previsto, será crime.
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Renda pública são aquelas constituídas por dinheiro recebido pela
fazenda pública. Verba pública é constituída por dinheiro e destinada à
execução de determinado serviço público ou para outra finalidade de
interesse público
Elemento subjetivo: É o dolo.
Consumação: No momento em que há a aplicação indevida da verba
pública.
Tentativa: Admite­se
Ação penal: pública incondicionada.
CONCUSSÃO
“Art. 316 ­ Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi­la, mas em razão dela, vantagem
indevida:
Pena ­ reclusão, de dois a oito anos, e multa.”
Portanto, o funcionário DEVE EXIGIR, de modo que atemoriza a vítima.
Conduta: Exigir (em razão do emprego, cargo ou função pública que
pratica, mesmo antes de assumi­la.)
É um crime funcional impróprio, tendo em vista que se o sujeito ativo
não for funcionário público, praticará o crime de extorsão previsto no
artigo 158.
Sujeito ativo: Funcionário público
Sujeito passivo: É o estado e o particular intimidade
Bem tutelado: Administração pública e liberdade do particular.
A exigência deve ser feita de maneira clara ou implícita.
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Nota
 Delegado de policia exige dinheiro para permitir o funcionamento de prostibulos. Tal conduta do delegado recai no art. 316 do CP.
Não é necessário a promessa de infligir um mal determinado, bastando o
temor genérico que a autoridade inspira.
O agente pode não estar no exercício da função no momento. O status de
funcionário público é o suficiente
A vantagem pode ter natureza distinta, mas NORMALMENTE é
econômica (patrimonial)
A vantagem DEVE ser indevida!
Consumação: É um crime formal. A mera exigência já o consuma, não
havendo necessidade que a vítima ceda. Não se admite tentativa (Alguns
a reconhecem, contudo – se feita por carta, por exemplo. Para essa
corrente, desde que seja possível o fracionamento do iter criminis,
poderá haver tentativa.)
Flagrante: Há discussão na doutrina. Alguns entendem que somente no
momento em que se exige pode ocorrer o flagrante.
Ação penal: pública incondicionada. Se for funcionário federal, será de
competência federal.
CONCUSSÃO E EXTORSÃO: O primeiro ocorre por decorrência de
cargo público. A segunda, contudo, não é decorrente de cargo.
CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA: Normalmente, na corrupção há
um acordo, não havendo exigência.
EXCESSO DE EXAÇÃO:
“§ 1º ­ Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena ­ reclusão, de três a oito anos, e multa
§ 2º ­ Seo funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
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Nota
Por exemplo, quandonullo funcionário cobra além da quantia efetivamente devida, comete o EXCESSO DEnullEXAÇÃO.
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Pena ­ reclusão, de dois a doze anos, e multa.”
É um tipo de concussão. Entretanto, neste caso, o funcionário exige um
tributo ou uma contribuição social que sabe ser indevido ou, se devido for,
emprega a exigência de modo não autorizado por lei. Quando tratarmos de
tributo, então, falaremos em EXCESSO DE EXAÇÃO.
CORRUPÇÃO PASSIVA:
“Art. 317 ­ Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi­la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”
Ou seja, ocorre quando o funcionário público solicita ou recebe, para si ou
para outrem, vantagem indevida. Pode acontecer também quando ele
aceita promessa da vantagem. Pode ocorrer fora da função ou antes de
assumi­la.
É uma espécie de acordo entre o funcionário público e um terceiro.
Conduta: São alternativas (solicitar, receber e aceitar promessa – Nos
dois últimos casos, terá corrupção ativa por parte do particular.
Crime próprio, somente cometido por servidor público. O sujeito ativo
SOMENTE poderá ser funcionário público.
Elemento subjetivo: Dolo.
Neste crime, há uma exceção à teoria monista, de modo que o particular
responde por um Crime e o agente por outro.
A bilateralidade (em receber e aceitar promessa) não é essencial, uma
vez que o particular pode não aceitar dar a vantagem. Em regra, o delito
de corrupção é unilateral, tanto que existem as formas passiva e ativa,
conforme a qualidade do agente.
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Não é porque há corrupção passiva que vai haver corrupção ativa.
O ato de ofício do funcionário público DEVE SER IDENTIFICADO! Ou
seja, ele recebe a vantagem para fazer o ato de ofício – tal tese, conduto,
foi relativizada pelo STF no caso do mensalão, onde poderá haver a
PRESUNÇÃO de que recebeu para fazer algo.
“§ 1º ­ A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ofício ou o pratica infringindo dever funcional. – Aqui, neste caso, o sujeito
faz um ato de ofício ilícito. É a chamada “corrupção própria”. Há um
aumento de pena.
§ 2º ­ Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem: ­ Aqui temos a figura do “quebra galho”, retardando o que deveria
ser feito. É a chamada “corrupção privilegiada”. É a modalidade mais
branda e por este motivo tem uma pena reduzida.
Pena ­ detenção, de três meses a um ano, ou multa.”
Consuma­se o crime de corrupção em 03 momentos distintos:
Quando solicita a vantagem
Quando recebe a vantagem sem qualquer solicitação
Quando aceita a promessa de vantagem.
É um crime formal, bastando a solicitação, o recebimento ou a aceitação.
Não precisa de resultado.
Tentativa: Não admite, exceto se for escrito!
Ação penal: Pública incondicionada
Competência: Federal quando afetar a união.
Modalidade privilegiada: É de competência do JECRIM.
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Lei 10.763/03 tornou a pena da corrupção maior, equiparando­a ao
peculato. O crime de concussão permaneceu com uma pena menor! Há
uma grande discussão por este motivo, uma vez que parece ser mais
“benéfico” EXIGIR do que solicitar, visto que a pena da concussão é
menor.
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO:
“Art. 318 ­ Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de
contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena ­ reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.”
Contrabando: O produto é ilegal, não permitido.
Descaminho: O produto é legal, mas não há o pagamento do imposto
Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: Somente funcionário público, sendo crime próprio. O
funcionário, aqui, tem o dever funcional de reprimir ou fiscalizar o
contrabando, bem como de cobrar os impostos.
Sujeito passivo: Estado.
Conduta: Facilitar, por ação ou omissão.
Elemento subjetivo: Dolo. Deve haver a consciência e vontade do agente
que age violando dever funcional
Consumação: Independe do resultado, bastando somente a facilitação
Tentativa: Apenas se a facilitação se der por ação
Ação penal: Pública incondicionada
O SUJEITO ATIVO DEVE TER A OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR E
REPRIMIR, BEM COMO DE COBRAR OS IMPOSTOS!
PREVARICAÇÃO
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“Art. 319 ­ Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá­lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena ­ detenção, de três meses a um ano, e multa.”
Bem tutelado: administração pública
Tipo subjetivo: Dolo, com finalidade específica de satisfazer interesse ou
sentimento pessoal
Conduta: Retardar (procrastinar) – omissiva; Deixar de praticar –
omissiva; Praticar – comissiva (deve ser contra a lei)
Consumação: Ocorre com o retardamento, omissão ou realização do ato.
Tentativa: Admite apenas na conduta comissiva, de realizar. Retardar ou
deixar de praticar, não admite.
“Art. 319­A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.”
Trata­se de uma modalidade de crime omissivo, onde o diretor da
penitenciária ou o agente público que POSSUI o dever de vedar acesso a
aparelho telefônico permite sua utilização. É um crime omissivo próprio
(como se comissivo fosse)
Deve haver o dever do agente público ou do diretor da penitenciária de
vedar o acesso ao aparelho telefônico! O preso pode se comunicar com o
mundo exterior por meio de correspondência escrita, leitura e outros
meios de informação que não comprometam a moral e os bons
costumes.
Bem tutelado: Administração público
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Sujeito ativo: Agente público ou diretor da penitenciária que possui o
dever de vedar
Sujeito passivo: Estado
Conduta: “deixar”, sendo omissivo
Tentativa: Não admite
Consumação: ocorre com a mera omissão
Ação penal: Pública incondicionada
Crime formal que independe de resultado naturalístico.
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
“Art. 320 ­ Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
Pena ­ detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.”
Há uma relação hierarquizada aqui. Por exemplo: se o delegado deixa de
punir ou responsabilizar o escrivão, há condescendência. Agora, se o
escrivão deixa de reportar a infração do seu superior – delegado, no caso ­
haverá prevaricação (por medo), no máximo.
Bem tutelado: Administração pública.
Conduta: Deixar de responsabilizar ou não levar fato à autoridade
competente.
Tipo subjetivo: Doloso. Deve haver, também, uma indulgência, isto é,
tolerância, deixando de punir ato que deveria ser punido.
Consumação: É crime omissivo próprio, consumando­se com a omissão
Sujeito ativo: funcionário público
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Sujeito passivo: Estado
Tentativa: Não se admite
Ação penal: pública incondicionada.
“Art. 321 ­ Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo­se da qualidade de funcionário:
Pena ­ detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único ­ Se o interesse é ilegítimo:
Pena ­ detenção, de três meses a um ano, além da multa.”
Bem tutelado: Administração pública
Conduta: Patrocinar – que significa advogar; proteger; beneficiar;
favorecer; defender. O agente usa das facilidades de seu cargo para a
prática deste crime.
Interesse privado: É qualquer vantagem a ser obtida pelo particular,
podendo ser legítima oi ilegítima perante à administração pública
Interesse do próprio funcionário: Não caracteriza crime, no máximo
uma falta grave. O interesse a ser satisfeito deve ser de um
PARTICULAR.
Consumação: Ocorre com o patrocínio, independentemente de
resultado. Ou seja, ocorre com o favorecimento
Tentativa: Admite­se.
É NECESSÁRIO TER UM PÚBLICO E UM PRIVADO NESTE CRIME.
§único trata de uma qualificadora. Ocorre quando a advocacia
administrativa visa favorecer interesse ilegítimo.
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Admite suspensão condicional do processo, pela lei 9.099/95.
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA
“Art. 322 ­ Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de
exercê­la:
Pena ­ detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à
violência.”
Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: funcionário público
Sujeito passivo: Estado e, secundariamente, quem sofre a violência
Conduta: Praticar violência. – abrangendo as vias de fato – lesão
corporal ou homicídio
A conduta deve ser praticada no exercício da função do agente ou a
pretexto de exercer essa função
Tipo subjetivo: Dolo
Consumação: Consuma­se com a efetiva prática da violência
Tentativa: Teoricamente é admissível, visto que tratamos de um ato
comissivo e que pode ser fracionado
Ação penal: pública incondicionada
Há discussão se foi revogado ou não. Damásio de jesus lidera a corrente
que acredita ser. Entretanto, existem julgados em diversos sentidos.
“Abandono de função
Art. 323 ­ Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena ­ detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
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§ 1º ­ Se do fato resulta prejuízo público:
Pena ­ detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º ­ Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena ­ detenção, de um a três anos, e multa.”
Bem tutelado: Administração pública, no que diz respeito ao serviço que
é prestado
Sujeito ativo: Trata­se de crime próprio, sendo cometido por funcionário
público investido no cargo
Sujeito passivo: Estado
Conduta: Abandonar – deixar, renunciar, desistir.
O abandono deve ser total e por tempo relevante. O abandono parcial e
por tempo insignificante que não gere dano não constitui o delito
O abandono não deve ser permitido por lei
Se o abandono ocorrer por força maior ou estado de necessidade, o fato
será atípico.
Tipo subjetivo: Dolo (devendo o agente ter consciência que não pode
deixar o cargo e vontade de abandonar)
Consumação: Ocorre com o efetivo abandono do cargo público, por
tempo juridicamente relevante
Tentativa: É crime omissivo próprio e, por este motivo, não é admitida.
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGAL, ANTECIPADO OU PROLONGADO
“Art. 324 ­ Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as
exigências legais, ou continuar a exercê­la, sem autorização, depois de
saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
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Pena ­ detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.”
Bem tutelado: administração pública
Sujeito ativo: Deve ser cometido por funcionário público, exceto na
segunda modalidade, onde o autor continua exercendo sem autorização
Sujeito passivo: O Estado
Conduta: Entrar no exercício antes de satisfazer as exigências ou
continuar a exercer a função sem autorização
Tipo subjetivo: Dolo
Consumação: Ocorre com o primeiro ato de ofício indevido
Tentativa: Admite­se, mas é de difícil configuração
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL
“Art. 325 ­ Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar­lhe a revelação:
Pena ­ detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui
crime mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I ­ permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a
sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;
II ­ se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem:
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa”
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Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: Funcionário público que tem ciência do fato em razão do
cargo e que este fato deve permanecer em silêncio
Sujeito passivo: Estado
Conduta: Revelar – contar; Facilitar descobrimento – tornar fácil
Deve haver possibilidade de dano para que seja considerado crime.
Consumação: Consuma­se com o conhecimento do segredo por terceiro
Tentativa: Admite­se na facilitação e na revelação, desde que esta última
não seja oral.
§ 2 traz a figura qualificada, que ocorre quando há dano para a
administração pública ou terceiro.
Se for um segredo particular e não da administração pública, o
funcionário pode incidir nos artigos 152, 153 e 154 do CP.
Admite­se a suspensão condicional do processo pela pena menor que um
ano
Ação penal: pública incondicionada.
VIOLAÇÃO DE SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA
Revogado pelo artigo 94 da lei de licitações.
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA
“Art. 328 ­ Usurpar o exercício de função pública:
Pena ­ detenção, de três meses a dois anos, e multa.
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Parágrafo único ­ Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena ­ reclusão, de dois a cinco anos, e multa.”
Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: Crime comum, pode ser qualquer pessoa, até mesmo o
funcionário público incompetente ou investido em outra função (agente
pratica ato de forma ilegítima, pois não tem competência)
Sujeito passivo: Estado
Conduta: Usurpar – assumir ou exercer indevidamente.
Tipo Subjetivo: Dolo.
Não há modalidade culposa. Desse modo, o agente deve ter consciência e
vontade de usurpar a função
Consumação: Consuma­se com o ato de ofício que o agente não pode
fazer.
Tentativa: Teoricamente é admissível
Se o agente auferir vantagem para si ou para outrem, qualificará o crime!
É diferente de estelionato. Neste último, o agente se apresenta como
funcionário público para induzir alguém a erro.
Se o agente não pratica qualquer ato de ofício mas se apresenta como
funcionário, recairá em contravenção penal, nos artigos 45 e 46 da LCP
Ação penal: Pública incondicionada
CRIME DE RESISTÊNCIA
“Art. 329 ­ Opor­se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá­lo ou a quem lhe esteja prestando
auxílio:
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Pena ­ detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º ­ Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena ­ reclusão, de um a três anos.
§ 2º ­ As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.”
Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, independentemente de ser funcionário
público
Sujeito passivo: Estado e, secundariamente a pessoa que esteja
executando o ato ou prestando auxílio
Conduta: Opor­se (o ato aqui deve ser legal, tanto formal quando
substancialmente), por violência ou ameaça.
Pressupostos: Legalidade do ato; competência do funcionário para
executar e oposição positiva (resistência passiva não configura)
Tipo subjetivo: Dolo, com o fim específico de evitar a realização do ato.
Consumação: Consuma­se com a efetiva oposição
Tentativa: Obviamente admitida.
Qualifica se o agente consegue, de fato, evitar a realização
A negativa de acompanhar o policial, a negativa de abrir a porta ou
outros atos de indisciplina não caracterizam o delito, podendo
caracterizar, no máximo, desacato.
Se o sujeito praticar um homicídio ou uma lesão, haverá concurso
material!
Ação penal: Pública incondicionada
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DESOBEDIÊNCIA
“Art. 330 ­ Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena ­ detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.”
Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, sendo crime comum
Sujeito passivo: Estado.
Conduta: Desobedecer ordem legal.
Deve ser uma ORDEM (pedido não caracteriza). A ordem deve ser legal,
tanto formal quando substancialmente.
Tipo subjetivo: Dolo
Consumação: Consuma­se no momento em que há a ação ou omissão,
após o decurso de prazo para cumprir a ordem
Tentativa: É admitida apenas na modalidade comissiva.
Quando a lei extrapenal comina sanção civil ou administrativa e não
prevê a cumulação com o artigo 330 do CP, não caracteriza o delito.
Ação penal: pública incondicionada.
DESACATO
“Art. 331 ­ Desacatar funcionário público no exercício da função ou em
razão dela:
Pena ­ detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.”
Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, sendo crime comum
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Sujeito passivo: Estado e funcionário, secundariamente.
Conduta: Desrespeitar, ofender funcionário público no exercício da
função ou em razão dela
É necessária a presença do ofendido, caso contrário não haverá desacato,
e sim injúria qualificada.
Tipo subjetivo: Dolo, com a finalidade de menosprezar
O desacato absorve as vias de fato, como a lesão corporal leve, a ameaça,
a difamação e a injúria. Se houver crimes mais graves, haverá concurso
formal
Ação penal: Pública incondicionada.
TRAFICO DE INFLUÊNCIA
“Art. 332 ­ Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado
por funcionário público no exercício da função:
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único ­ A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.”
Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, sendo crime comum.
Sujeito passivo: É o estado
Conduta: Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
vantagem ou promessa de vantagem.
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Mesmo que a pessoa não tenha, de fato, toda a influência que diz ter,
cometerá o crime.
Tipo subjetivo: Dolo, visando influir no ato praticado por funcionário
público.
Consumação: Consuma­se o delito com a mera solicitação, exigência ou
cobrança da vantagem ou promessa desta.
Tentativa: Admite­se, mas é de difícil configuração.
Há forma qualificada quando é insinuado que a vantagem também se
destina ao funcionário público.
CORRUPÇÃO ATIVA
“Art. 333 ­ Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,
para determiná­lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único ­ A pena é aumentada de um terço, se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
pratica infringindo dever funcional.”
Bem tutelado: Administração pública
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, independentemente de sua condição ou
qualidade pessoal
Sujeito passivo: Estado
Conduta: Oferecer ou prometer vantagem indevida, visando a prática,
omissão ou retardo do ato de ofício por parte deste.
A oferta deve ser feita espontaneamente pelo agente. Se houver exigência
por parte do funcionário, será concussão (316 CP)
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Tipo subjetivo: Dolo, com o fim específico da prática, omissão ou retardo
do ato de ofício.
Bilateralidade pode ocorrer, mas não é obrigatória. Isto é, para que
ocorra, não é necessário que também ocorra corrupção passiva.
Consumação: Consuma­se no momento em que o funcionário passa a ter
ciência da oferta ou da promessa de vantagem indevida
Tentativa: Admite­se, mas é de difícil configuração, pois a oferta deve ser
escrita, neste caso.
Forma majorada: Ocorre na hipótese do parágrafo único, quando há
realmente a prática ou a omissão do ato. Trata­se de exaurimento do
crime.
Ação penal: Pública incondicionada
Este crime é uma exceção à teoria monista: O funcionário que aceita a
vantagem indevida não pratica crime de corrupção ativa, mas de
corrupção passiva. Além disso, se o particular dá o dinheiro solicitado na
corrupção passiva, não estará cometendo corrupção ativa, isto pois a
oferta, no crime em questão, deve ser espontânea.
Colocar dinheiro na bolsa que será revistada por funcionário público
caracteriza a corrupção ativa, conforme entendimento majoritário, pois
trata­se de forma velada de corrupção ativa, entendem que há uma
oferta, neste caso.
É um crime formal, isto é, não precisa do resultado. A simples oferta já é
o suficiente.
Disponível em: http://mbottini.jusbrasil.com.br/artigos/253081488/crimes‐contra‐a‐
administracao‐publica
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