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Transistores Bipolares de Junção (Aspectos construtivos; Curvas características de entrada saída para as configurações BC, EC, CC; Regiões de operação - ativa, corte e saturação; Fatores de amplificação em base-comum e emissor comum, Ação amplificadora do TBJ, Limites de operação; folha de dados (datasheet) e testes) Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Tecnologia Área de Eletrônica e Sistemas Prof.: João Bosco Gertrudes e-mail: jbosco@ecomp.uefs.br; jbosco@dsce.fee.unicamp.br Atendimento em sala: terças e quintas das 14:30h as 15:30h TEC 500 – Circuitos Elétricos e Eletrônicos 2013.2 Transistores Bipolares de Junção � Introdução � Dispositivos de 3 terminais (E,B,C) que servem para amplificar sinais, construção de portas lógicas (TTL), como chave controlada em algumas aplicações, etc; � Dispositivo semicondutor que consiste em duas camadas de material do tipo n e uma camada do tipo p (npn), ou duas camadas do tipo p e uma do tipo n (pnp); � As camadas externas são materiais mais fortemente dopados, e com larguras muito maiores. A camada interna é fracamente dopada constituindo um caminho de alta resistência. � Nota: a legenda do transistor: � E - Emissor � B - Base � C - Coletor 2 Figura 1 Transistores Bipolares de Junção � Introdução � A polarização cc é necessária para estabelecer a região apropriada de operação para a amplificação ca. � O termo bipolar vem do fato de que lacunas e elétrons participam do processo de injeção no material com polarização oposta. Figura 1 3 Transistores Bipolares de Junção � Operação � A operação básica será descrita para o transistor pnp, figura 1 (a). � A operação do npn é análoga, muda o sentido da corrente. � Na figura 2, o transistor foi redesenhado sem a polarização base-coletor. � Semelhante ao diodo polarizado diretamente. 4 Figura 2 Transistores Bipolares de Junção � Operação � Remove-se a polarização base-emissor, Figura 3. � Semelhante ao diodo reversamente polarizado. Figura 3 5 Transistores Bipolares de Junção � Operação � Uma junção pn de um transistor é polarizada diretamente, E-B, enquanto a outra é polarizada reversamente, B-C. (com respctivamente VEE e VCC). � A corrente de base é muito pequena (caminho de alta resistência) � IB é da ordem de µA e IC é da ordem de mA. � Os portadores majoritários do tipo p comportam-se minoritários no material do tipo n. Figura 4 6 Transistores Bipolares de Junção � Operação � Aplicando-se a Lei de Kirchhoff para as correntes ao transistor da figura 4 como se fosse um nó simples, � IE = IC + IB � A corrente IC possui duas componentes: os portadores majoritários do p e os minoritários do n. � A componente dos portadores minoritários é chamada corrente de fuga, ICO (emissor aberto). � IC = IC(majoritário) + ICO(minoritário) Figura 4 7 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � A notação e os símbolos para o transistor estão indicados na Figura 5. � A base é comum a ambas as entradas (emissor - base) e saída (coletor - base) do transistor. Figura 5 8 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � Essa configuração deriva do fato da base ser comum tanto na entrada como na saída. � A seta do símbolo gráfico define o sentido da corrente de emissor. � Para se descrever totalmente o comportamento de um dispositivo de três terminais, são necessários dois conjuntos de características: uma para a entrada e outra para a saída. � Para a Figura 6, os de entrada são IE, VBE para diversos valores de tensão de saída VCB. Figura 6 9 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � A saída relaciona uma corrente de saída, IC, com uma tensão de saída, VCB, para diversos valores de corrente de entrada, IE, Figura 7. � O conjunto de características de saída ou de coletor tem três regiões de interesse indicadas na Figura 7: a ativa, a de corte, e a de saturação. 10 Figura 7 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � 3 regiões de operação � Ativa: � Faixa de operação do amplificador. � Corte: � Corrente de coletor é 0 A. � Saturação: � A corrente aumenta exponencialmente a medida que VCB aumente em direção a 0 V. 11 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � A região ativa é empregada para amplificadores lineares. A junção base-emissor está polarizada diretamente, enquanto a junção base-coletor está polarizada reversamente. � A região ativa é definida pelas configurações de polarização da Figura 5. Figura 5 12 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � No extremo inferior da região ativa, IE é zero, IC=ICO (corrente de saturação reversa), pela escala é quase 0. Nas folhas de dados é chamada ICBO. � Quando IE aumenta, IC aumenta até um valor essencialmente igual a IE. � O efeito de VCB é desprezível em IC. � Podemos aproximar � IC≅IE Figura 7 13 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � A região de corte é definida como aquela em que IC=0 A. Ambas as junções são polarizadas reversamente. Figura 7 14 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � A região de saturação é definida como a das curvas características à esquerda de VCB=0 V. � Há um aumento exponencial de IC à medida que VCB aumenta em direção a 0 V. � As junções base-emissor e base-coletor são polarizadas diretamente. Figura 7 15 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � As curvas características de entrada lembram as curvas do diodo para valores fixos de VCB. � As curvas podem ser redesenhadas como na Figura 8. � Consideraremos o modelo da Figura 8 (c) com VBE=0,7 V. Figura 8 16 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum (Fator de amplificação, base comum, curto-circuito) � Alfa (αααα): parâmetro devido aos portadores majoritários (modo cc). Relaciona as correntesdc IC para IE: αcc=IC/IE � IC e IE são valores no ponto de operação. � O valor ideal de Alfa é (α = 1), mas na prática Alfa varia de (0,9 a 0,998). IC = αIE + ICBO � Alpha (α) no modo ca: αca=∆IC/∆IE (para VCB constante.) � O αca é chamado de base-comum, curto-circuito e fator de amplificação. 17 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Base-Comum � Polarização: É determinada aproximando-se IC≅IE, IB≅0 µA. Figura 9 18 Transistores Bipolares de Junção � Ação Amplificadora do Transistor � A operação básica de amplificação pode ser introduzida em um nível superficial com a estrutura da Figura 10. � A polarização cc não aparece porque nosso interesse limita-se à resposta ca. Figura 10 19 Transistores Bipolares de Junção � Ação Amplificadora do Transistor � Para a configuração base-comum a resistência de entrada ca é pequena na faixa de 10 a 100 Ω (Figura 6). � A resistência de saída (Figura 7) é alta, de 50 kΩ a 1 MΩ. � Para Ri=20 Ω, determinamos IE = Ii = Vi/Ri = 200/20 = 10 mA � Considerando αca=1 (IC ≅ IE) Assim IL ≅ Ii = 10mA VL=IlR=10.5=50 V Figura 10 20 Transistores Bipolares de Junção � Ação Amplificadora do Transistor � A amplificação (ganho) de tensão é: Av=VL/Vi=50/0,2 =250 � Os valores típicos para a configuração base-comum são entre 50 a 300. � A amplificação de corrente é sempre menor que um, αca. � A operação básica de amplificação foi produzida transferindo-se uma corrente I de um circuito de baixa resistência para um circuito de alta resistência. � A combinação dos dois termos resulta no nome transistor: transferência+resistor→transistor 21 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum� A configuração utilizada com mais freqüência para o transistor é mostrada na figura 11. Figura 11 22 O emissor é comum a ambos: entrada (base-emissor) e saída (coletor-emissor). A entrada é na base e a saída é no coletor. Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � Dois conjuntos de características são novamente necessários: entrada e saída. � Entrada: IB versus VBE para uma faixa de valores de VCE. � Características de base = características de entrada Figura 12 23 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � Saída: IC versus a tensão de saída VCE para uma faixa de valores de corrente de entrada, IB. � Características de coletor = características de saída. Figura 13 24 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � As relações de corrente são as mesmas: IE = IC + IB IC = α IE � As curvas de IB não estão tão horizontais como as obtidas para IE na configuração base- comum, indicando que a tensão coletor-emissor influencia o valor da corrente de coletor. � A região ativa da configuração emissor-comum pode ser utilizada para amplificação de tensão, corrente ou potência. � IC não é igual a zero quando IB é zero. 25 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � IC=αIE+ICBO � ICBO = corrente de portadores minoritários. � IC=α(IC+IB)+ICBO � IC=αIB/(1-α)+ICBO/(1-α) � Para IB=0 A e α=0,996 � IC=250.ICBO 26 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � Para IB=0 A, IC terá a seguinte notação: � ICEO=ICBO/(1-α) � Quando IB = 0µA o transistor está no corte, mas há uma corrente de portadores minoritários que flui chamada ICEO. � Para uma amplificação linear, a região de corte para a configuração emissor-comum é definida por IC=ICEO � A região de corte deve ser evitada caso seja necessário um sinal de saída não-distorcido. � Quando empregado como chave em um circuito lógico de computador, o transistor terá dois pontos de operação: um na região de corte e outro na região de saturação. 27 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � A mesma aproximação de VBE pode ser feita, obtendo o gráfico da Figura 14. Figura 14 28 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum (fator de amplificação de corrente direta) � Beta (ββββ) no modo cc: βcc=IC/IB � As correntes são determinadas em um ponto específico de operação. � β varia de 50 a mais de 400. � Nas folhas de especificação, βcc é chamado de hFE (amplificação de corrente direta – forward e configuração emissor-comum). 29 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � Beta (ββββ) no modo ca: � βca=∆IC/∆IB para VCE constante. � A designação formal para βca é fator de amplificação de corrente direta em emissor- comum. � Nas folhas de especificação, βca é chamado de hfe. � βca pode ser obtido através das curvas de saída. � IE=IC+IB � IC/α=IC+IC/β 30 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � Beta (ββββ) no modo ca: � Nota: β AC = β DC 31 1007,5)(forVCE 10 1mA )2030( 2,2mA)(3,2mA βAC === − − = A AA µ µµ 1087.5)(forVCE A25 2.7mA βDC === µ Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � Relação entre alfa e beta: α=β/(β+1) β=α/(1-α) � Já vimos que ICEO=ICBO/(1-α) � Substituindo, ICEO=(β+1)ICBO ICEO≅βICBO IC=βIB IE=(β+1)IB 32 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Emissor-Comum � Polarização: semelhante à configuração base-comum. � Supondo um transistor npn, Figura 15. � Primeiro passo: indicar o sentido de IE, IC+IB=IE, e as fontes com as polarizações de acordo com as correntes. Figura 15 33 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Coletor-Comum � Utilizada principalmente para o casamento de impedância, pois possui alto valor de impedância de entrada e baixo valor de impedância de saída. � A entrada é na base e a saída é no emissor. Figura 16 34 Transistores Bipolares de Junção � Configuração Coletor-Comum � A configuração é mostrada na Figura 17 com o resistor de carga conectado do emissor para terra (GND). � O coletor está aterrado. � Do ponto de vista de projeto, não há necessidade de um conjunto de curvas características da configuração coletor-comum. � Pode-se utilizar as curvas da configuração emissor-comum. � As curvas de saída são do tipo IE versus VEC para um conjunto de valores de IB. O eixo horizontal é obtido invertendo-se o sinal de VCE. Como α≅1, logo IC≅IE. Figura 17 35 IE VCE IB2 IB1 IB3 Transistores Bipolares de Junção � Limites de Operação do transistor � Para cada transistor existe uma região de operação nas curvas características que garante que os limites para o transistor não serão excedidos e que o sinal de saída terá um mínimo de distorção. Figura 18. � VCE está no máximo e IC está no mínimo (ICmax=ICEO) na região de corte. � IC está no máximo e VCE está no mínimo (VCE min = VCEsat = VCEO) na região de saturação. � O transistor opera na região ativa entre saturação e corte. Figura 18 36 Transistores Bipolares de Junção � Limites de Operação � Todos os limites são definidos com base na folha de especificação do dispositivo. � Corrente máxima de coletor (corrente de coletor contínua). � Tensão máxima coletor-emissor (VCEO ou V(BR)CEO). � O valor de VCEsat normalmente é 0,3 V. � O valor máximo de dissipação de potência é: � PCmax=VCEIC � Para a Figura 18, ICmax=50 mA, VCEO=20 V, PCmax=300 mW. � Em qualquer ponto das curvas características, o produto VCE por IC deve ser igual ou menor a 300 mW. � A região de corte deve ser evitada para que o sinal tenha o mínimo de distorção. 37 Transistores Bipolares de Junção � Dissipação de Potência � Base comum: � Emissor comum: � Coletor colum: 38 CCBC IVP max = CCEC IVP max = ECEC IVP max = Transistores Bipolares de Junção � Folha de Dados do Transistor � A maior parte das folhas são divididas em valores máximos, características térmicas e características elétricas. � A parte de características elétricas está dividida em: � ‘ligado’, ‘desligado’, e de pequenos sinais. Os dois primeiros são características cc e o terceiro, ca. � Limites de operação: � ICEO≤IC≤ICmax � VCEsat≤VCE≤VCEmax � VCEIC≤PCmax � Gráficos mostrando a variação de hfe com a corrente de coletor. � Há também gráficos demonstrando efeitos de temperatura. 39 Transistores Bipolares de Junção 40 Transistores Bipolares de Junção � Teste de Transistores � O diodo pode ser testado com um multímetro digital, ohmímetro (multímetro) ou um traçador de curvas. � O multímetro digital indica a tensão de polarização direta. � OL revela que o diodo está em aberto ou (defeituoso). � Um traçador de curvas produz gráficos de dispositivos, no caso do transistor, pode-se obter o gráfico da Figura 19. � Medidores digitais podem fornecer o valor de hFE. Figura 19 41 Transistores Bipolares de Junção � Encapsulamento do Transistor e Identificação dos Terminais 42
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