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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Disciplina Legislação e Propriedade Intelectual Aula 6 Prof.ª Lorena Paes de Almeida CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá! Seja bem-vindo à sexta aula da disciplina “Legislação e Propriedade Intelectual”. Veremos os seguintes temas: Evolução histórica; Legislação; Conceito de Softwares; Relevância jurídica e econômica do Software. Bons estudos! Confira no material online um vídeo com a apresentação da professora Lorena. Contextualizando O computador é uma ferramenta primordial para nossas atividades, é praticamente impossível não termos essa tecnologia inserida em nossos ambientes de trabalho e até mesmo no convívio social como compras, pagamentos, aprendizado e lazer. Nesse contexto, um número crescente de cientistas e técnicos se dedicam a desenvolver projetos que facilitem o acesso aos computadores. Leia o que Carvalho e Daltrini afirmam em relação à importância das interfaces nos projetos de sistemas para computadores: “Mesmo nos dias atuais, é muito significativa a quantidade de projetistas que concentram muito mais esforços em desenvolver um produto de excelente qualidade técnica do que na elaboração de uma interface que cause satisfação ao seu usuário. Porém, eles esquecem que, para o usuário, que não conhece o conteúdo da caixa preta sistema, a interface é sua única interação com o produto em questão”. Carvalho e Daltrini (1993, p.3) O desenvolvimento adequado das interfaces entre o ser humano e o computador é uma tarefa complexa, que exige conhecimento técnico e um grande volume de investimentos, mas pela sua importância e alcance (ela CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 movimenta bilhões de dólares em negócios e gera milhares de empregos), as interfaces se tornam um bem digno de proteção jurídica. Confira no material online a contextualização da professora Lorena sobre este conteúdo. Tema 1 - Evolução histórica O computador surgiu na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) com o desenvolvimento do Harvard Mark I, projetado pelo professor Howard Aiken. De lá para cá, a tecnologia evoluiu bastante nesta área, principalmente nas últimas décadas, o que propiciou o surgimento de um novo ramo industrial, altamente inovador e competitivo, responsável pela integração quase total dos mercados mundiais. A evolução do software está intimamente associada ao desenvolvimento das linguagens de programação, algo primordial para o funcionamento dos computadores e que propiciou o surgimento de novas inovações que facilitam a nossa vida e até mesmo geram uma certa dependência delas. Quando falamos da história do software, é preciso voltar ao tempo, aos primórdios da informática. Nesse período os softwares eram desenvolvidos e comercializados com os seus códigos fontes, pois como existiam poucos computadores no mercado, o valor era relacionado ao próprio hardware, e não no software pré-instalado. Como o software não era comercializado separado do hardware, ele era chamado de “software livre”, já que os códigos fontes eram disponibilizados aos proprietários e esses tinham a liberdade de alterá-los ou mesmo tê-los como base para desenvolver outros softwares, sem pagar nada a mais por isso. No final dos anos 70 a evolução constante da tecnologia trouxe o conceito de “softwares proprietários” que eram, e ainda são, uma modalidade de comercialização em que o comprador não tem direito sobre os códigos fontes. Essa prática aumentou a margem de lucro entre os fabricantes de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 softwares, aumentando a concorrência, o que motivou a busca pela proteção da propriedade intelectual. A partir de então o código-fonte passou a ser protegido, pois ele é o próprio conhecimento do software. Entenda melhor a evolução histórica do conceito Software assistindo à explicação da professora Lorena, no material online. Tema 2 – Legislação O marco inicial para abordar a legislação de um tema sempre será a Constituição Federal. No que diz respeito à proteção das criações intelectuais, bem como as marcas e patentes, temos a previsão legal de proteção no artigo. 5º, XXIX. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais o privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; (CF; 1988) Em 1998, a lei nº 9.609 foi promulgada no Brasil para regular a proteção da propriedade intelectual do programa de computador e sua comercialização. Ela apresenta a seguinte composição: I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (1); II - DA PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE AUTOR E DO REGISTRO (2-6); III - DAS GARANTIAS AOS USUÁRIOS DE PROGRAMA DE COMPUTADOR (7-8); CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 IV - DOS CONTRATOS DE LICENÇA DE USO, DE COMERCIALIZAÇÃO E DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA (9-11); V - DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES (12-14); VI - DISPOSIÇÕES FINAIS (15-16). Essa legislação traz alguns pontos que devemos abordar com muita atenção: a. A lei expressa de forma clara o que é programa de computador: Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados. (Lei nº 9.609/98) b. A lei determina a proteção dos direitos e do registro: Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei. §1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 §2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de cinquenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação. § 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro. Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário, expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da próprianatureza dos encargos concernentes a esses vínculos. c. A lei, nos artigos 7 e 8, lista a proteção conferida aos usuários dos programas de computador: Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de computador, o documento fiscal correspondente, os suportes físicos do programa ou as respectivas embalagens deverão consignar, de forma facilmente legível pelo usuário, o prazo de validade técnica da versão comercializada. Art. 8º Aquele que comercializar programa de computador, quer seja titular dos direitos do programa, quer seja titular dos direitos de comercialização, fica obrigado, no território nacional, durante o prazo de validade técnica da respectiva versão, a assegurar aos respectivos usuários a prestação de serviços técnicos complementares relativos ao adequado funcionamento do programa, consideradas as suas especificações. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Parágrafo único. A obrigação persistirá no caso de retirada de circulação comercial do programa de computador durante o prazo de validade, salvo justa indenização de eventuais prejuízos causados a terceiros. d. Os artigos 12 e 13 nos trazem a informação quanto as infrações e as penalidades por não respeito a lei: Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador: Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa. § 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente: Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa. § 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com violação de direito autoral. § 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa, salvo: I - Quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público; II - Quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de consumo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 § 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á independentemente de representação. Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos casos de violação de direito de autor de programa de computador, serão precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias produzidas ou comercializadas com violação de direito de autor, suas versões e derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo em depósito, reproduzindo ou comercializando. Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito. Neste tema ressaltamos alguns pontos importantes da lei 9.609/98, porém a leitura integral do texto desta legislação é extremamente importante para o profissional da área. Por isso acesse-a clicando no link a seguir. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9609.htm Quer saber mais sobre a legislação relacionada aos softwares? Então confira a explicação da professora Lorena o material online. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Tema 3 - Conceito de Software Segundo o dicionário Aurélio, software é: 1. Em um sistema computacional, o conjunto dos componentes que não fazem parte do equipamento físico propriamente dito e que incluem as instruções e programas (e os dados a eles associados) empregados durante a utilização do sistema. 2. Qualquer programa ou conjunto de programas de computador. 3. Produto que oferece um conjunto de programas e dados para uso em computador. (Dicionário Aurélio) Considerando o seu sentido restrito, o conceito de software coincide com o conceito de programa, pois ele é um bem intangível, que como o programa, tem a necessidade de ser materializado em um corpo físico para atingir sua funcionalidade plena. O artigo 1º da lei nº 9.609/98 enuncia que: Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados. O software então é conceito genérico que inclui várias categorias de programas que podem ser subdivididos de acordo com o tipo de função a que se destina. As duas categorias principais são: sistemas operacionais e softwares aplicativos. Os sistemas operacionais, também conhecidos como softwares básicos, são aqueles ligados ao controle das funcionalidades do computador e seus periféricos. Os softwares básicos cuidam de atividades essenciais ao funcionamento do Hardware. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Os softwares aplicativos são aqueles que fornecem informações necessárias ao computador que, após serem processadas, servirão para executar tarefas específicas, que suportarão as demandas dos usuários. Existem outras classes de softwares que não se encaixam entre os softwares básicos nem entre os softwares aplicativos. São eles: Os softwares de rede, que permitem a comunicação dos computadores entre si; As linguagens, que fornecem aos programadores as ferramentas que necessitam para escrever programas; Os programas, uma sequência de instruções que orientam o computador para a execução de uma tarefa determinada. Podemos dividir os programas em duas grandes categorias: aplicativos e utilitários. Programas Aplicativos: destinados a auxiliar o operador de computador na execução de uma ou várias tarefas; Programas Utilitários: uso de técnicos de computador e programadores pois sua finalidade é a de auxiliar estes na manutenção do próprio equipamento e softwares. Para mais informações sobre o conceito de software, confira a explicação da professora Lorena no material online. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Tema 4: Relevância Jurídica e Econômica do Software O artigo “Direito Autoral no uso de Programas de Computador e Desenvolvimento”, publicado em outubro de 2003 por Terezinha Cristina Firmino da Cruz, analista de sistemas do Exército Brasileiro, foi muito objetivo quando abordou a relevância jurídica e econômica dos programas de computador, como vemos no trecho destacado a seguir. “O fim da reserva de mercado; onde se objetivava incentivar o desenvolvimento pelas empresas brasileiras a desenvolver produtos com tecnologia própria no Brasil, mas que na verdade fechou o mercado causando um gap tecnológico atrasando o resto da economia, porque uma série de equipamentos indispensáveis para a economia brasileira deixaria de ser importada; possibilitou a dedução de novos ‘softwares’, fator de enorme importância para a expansão geral da nação, pois reduz tempo, energia e serviços, possibilita o surgimento de novas técnicas ou de métodos de trabalho mais racionais e a economia de verbas preciosas em atividades negociais.”Terezinha Cristina Firmino da Cruz Albuquerque (1995) explica que os indivíduos diretamente interessados no mercado de programas de computador dividem-se em três categorias: produtores, comerciantes e consumidores. Produtor: o produtor de software espera que os investimentos dedicados à pesquisa, desenvolvimento do produto e marketing sejam rentáveis não sendo aniquilados por meio da pirataria. Comerciante: o comerciante visa lucrar com as mercadorias que vende. Usuário: o usuário pretende ter à sua disposição bens de boa qualidade com preços bastante razoáveis. Embora a elaboração e desenvolvimento dos programas de computador requeiram um precioso tempo de esforços e custos calculados em cifras bastante significativas, a realização de cópias é evidentemente fácil e barata, pois hoje existem equipamentos muito sofisticados que permitem a realização CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 de cópias de modo rápido e com excelente qualidade. O produtor representa a parte frágil do mercado de software, o qual, muitas vezes tem os seus gastos realizados com a concepção e produção de um programa reduzido a nada em virtude da pirataria que impera hoje em dia, orquestrada sobretudo por comerciantes e consumidores. Sem terem gasto dinheiro algum para desenvolver um programa específico, os piratas podem por uma quantia irrelevante copiar este software e passar a distribuí-lo ilegalmente, prejudicando bastante a lucratividade dos investimentos empenhados pelo criador deste bem intelectual. Boa parte dos investimentos mundiais no setor de informática, concentra- se na área de desenvolvimento de tecnologias associadas a produção de programas de computador. No entanto pode-se vislumbrar facilmente quão mais fácil é piratear um software do que um hardware qualquer. Uma das maiores preocupações dessa indústria se concentra na proteção jurídica deste bem imaterial, senão os produtores, ao contrário de estarem vendendo seus produtos e se capitalizando, estarão desperdiçando seus ativos. De acordo com a revista BYTE (1995), a estimativa de prejuízos que a pirataria de programas gera é baseada no número de equipamentos comercializados no país multiplicado pelo custo médio dos programas mais utilizados pelos usuários. O barateamento do hardware, em função da abertura de mercado, criou um mercado muito grande para o software. Os preços dos computadores, principalmente dos pessoais, caíram muito, aumentando bastante o consumo interno. De acordo com matéria publicada na Revista COMPUTERWORLD (1997), a indústria brasileira de software poderia estar indo muito melhor, caso o índice de pirataria fosse menor. Fazendo uma correlação, para cada software instalado, haveria quatro cópias adquiridas ilegalmente. Outro artigo publicado na Revista INFO (1998), coloca como grandes responsáveis pelo alto índice de pirataria no país a utilização ilegal de programas de computador nas empresas e a prática de venda de computadores com cópias ilegais instaladas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Em um estudo feito no ano de 1999 foi revelado que o Brasil ocupava o 7° lugar na pirataria de software. Isto pode ser visto a princípio como algo inofensivo, porém as suas consequências, são bastante graves principalmente a nível econômico, pois faz com que o país perca milhões de reais e deixe de gerar milhares de empregos por ano, o que acaba por refletir também em outras áreas. Ao praticar a pirataria o indivíduo está sujeito a punições legais que podem consistir no pagamento de altas indenizações, comprometimento da imagem e falência da empresa e na pior das hipóteses, prisão, pois além do crime de violação da propriedade intelectual, estará também praticando o crime de sonegação fiscal devido à perda de arrecadação tributária. Podem além disso, obter danos incalculáveis ao computador e seu conteúdo pela presença de vírus que são geralmente espalhados através de softwares piratas. No entanto, muitas vezes para os grandes produtores de software, a cópia pirata pode trazer benefícios bastante significativos, pois com a pirataria, alguns programas são disseminados muito mais rapidamente. Os usuários passam a utilizá-los de início em aplicações simples, mas depois, no estágio seguinte, em aplicações mais sofisticadas, podem sentir a necessidade do respaldo jurídico de uma cópia original. Mas o fabricante, ao adotar uma política de descontos significativos para a venda de grandes lotes contribui muito para inibir a pirataria, pois às vezes a diferença entre o custo de comprar o software original com um manual bem impresso, desconto na próxima atualização, garantia de assistência técnica e despreocupação quanto aos aspectos jurídicos e a produção de uma cópia ilegal, pode ser muito pequena. Porém nenhuma empresa estaria disposta a produzir softwares se verificasse que os resultados das suas pesquisas poderiam ser perdidos para outras, caso não houvesse a salvaguarda adequada. Os direitos de propriedade, quando assegurados, garantem o conhecimento com antecedência dos custos da transação, facilitando o planejamento dos negócios e, em última instância, a industrialização. Ao se CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 analisar economicamente o assunto, é possível perceber que a proteção à propriedade intelectual contribui para promover a concorrência, encorajando empresas na competição pelo desenvolvimento de novos softwares resultando em opções para o consumidor expressas em serviços e produtos novos de melhor qualidade e a preços mais interessantes. Quer aprofundar os seus conhecimentos sobre esse assunto? Então leia o artigo “Direito Autoral no Uso de Programas de Computador e Desenvolvimento”, de Terezinha Cristina Firmino da Cruz, disponível no link a seguir. https://jus.com.br/artigos/4215/direito-autoral-no-uso-de-programas-de- computador-e-desenvolvimento/1 No material online a professora Lorena explica mais detalhes sobre a relevância jurídica e econômica do software. Confira! Síntese No início desta aula vimos que após o desenvolvimento do computador Harvard Mark I, projetado pelo professor Howard Aiken, a tecnologia tem evoluído bastante e com isso o mercado de software se tornou altamente inovador e competitivo. Depois vimos que no início o software não era comercializado separado do hardware, ele era chamado de “software livre”, e que no final dos anos 70 a evolução constante da tecnologia trouxe o conceito de “softwares proprietários” em que o comprador não mais tem direito sobre os códigos fontes. Logo após, estudamos a Legislação, identificamos que os Direitos do Software estão protegidos no Brasil por 2 legislações: Constituição Federal de 1988; Lei Nº 9.609 de 1998. E que esta última nos traz um ponto que não pode ser esquecido. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei. §1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação. §2ºFica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de cinquenta anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação. §3º A proteção aos direitos de que trata esta lei independe de registro. Depois, apresentamos o conceito de Programa de Computador. Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados. (Lei nº 9.609/98). E mostramos que os programas podem ser divididos em duas categorias principais: sistemas operacionais (que cuidam das atividades essenciais ao funcionamento do hardware) e os softwares aplicativos (que suportam as demandas dos usuários). E por último, vimos que é possível perceber que a proteção à propriedade intelectual contribui para promover a concorrência, encorajando empresas na competição pelo desenvolvimento de novos softwares resultando em opções CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 para o consumidor expressas em serviços e produtos novos de melhor qualidade e a preços mais interessantes. Confira no material online as considerações finais da professora Lorena sobre o conteúdo abordado. Referências ALBUQUERQUE, Roberto de A. Chacon de. A Interdependência entre a Propriedade Intelectual de Software e o Direito Público: uma análise de direito comparado. Brasília, 1995. 309 p. (Dissertação de mestrado - UnB/Departamento de Direito - Orientador: Moreira Alves). ANTONIO, Irati. (1998). Autoria e Cultura na Pós-modernidade. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 2 p. 189 a 192, maio/ago. 1998. ARAÚJO, Edmir Netto de. Proteção Judicial do Direito de Autor. São Paulo: LTR, 1999. 173 p. BARBOSA, Denis Borges. 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