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A crise econômica na Europa

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A CRISE ECONÔMICA NA EUROPA
Brasília
2014
INTRODUÇÃO
Esse trabalho irá apresentar sobre a crise econômica da Europa, as medidas tomadas pelo governo que gerou enorme impacto social na população. Mostrando, também, todas as conseqüências e necessidades de atenção, nacional e internacional, do problema financeiro europeu. 
A crise na Europa, que teve início em 2007, se deu pelo estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos da América, surgindo quebras em cadeia em outros países. Um dos principais motivos foi por problemas fiscais, os Estados estavam gastando mais dinheiro do que arrecadando de impostos. Na tentativa de salvar os bancos dos Estados Unidos da América a fim de evitar uma crise sistemática, acarretou a recessão da economia norte-americana.
Com o grande impacto da crise financeira, teve complicações jurídicas e políticas. Ocasionou uma alta taxa de desemprego, o corte de recursos destinados à proteção social, diminuindo os direitos fundamentais adquiridos, em decorrência disso, elevou o nível de pobreza, levando os europeus a fazer migração. 
O problema financeiro na Europa leva a uma grande reflexão do Estado e do Direito Internacional, pois o problema vai além da economia. Houve grave violação de direitos fundamentais e sociais, e comprometeu a democracia. Essa reflexão é de forma imprescindível, a fim de obter uma nova política fiscal, com objetivo de aliviar impactos econômicos e sociais, necessitando da intervenção da comunidade internacional para que os países atingidos tenham apoio para atenuar a atual e evitar futuras crises. 
A CRISE ECONÔMICA NA EUROPA
Contando com uma grande potência econômica e política internacional, a Europa é um dos grandes personagens da economia global. Promove com a integração financeira, contribuindo com notável desenvolvimento econômico, gerando vastas oportunidades de empregos a população, assegurando garantias sociais e favorecendo a uma maior formação comercial. Considerou-se o continente mais rico e desenvolvido economicamente.
 A crise européia iniciou-se em julho de 2007. No começo do segundo semestre, com a quebra de duas filiais de investimento do de alto risco da Bear Steans, deu fim a bolha especulativa existente no mercado imobiliário dos Estados Unidos da América. Logo após tomou conta dos demais países pelo mundo. Com o decorrer dessa contaminação global, surgiram quebras em cadeia na França e Alemanha, dando início à primeira fase da crise que afetou economicamente o mundo, a dos títulos chamados subprime, tendo como conseqüência a elevação do endividamento, tanto do governo, quanto de entidades privadas, dentro de alguns estados da Europa, tendo a queda na venda e no preço dos imóveis. 
As causas da crise se deram de formas diferentes em cada país. Uma dos principais motivos foi por problemas fiscais, em alguns países, como a Grécia, estava gastando mais dinheiro do que arrecadando de impostos, gerando acúmulo de dívida. O rápido alastramento da crise para o setor financeiro foi pelo sistema de financiamento dos Estados Unidos de compra de imóveis, com baixo controle de fiscalização, deixando assim, sem o tempo necessário para liquidar as dívidas contraídas, houve a baixa de recursos financeiros dos grandes bancos, gerando um efeito negativo em toda a economia do país, pela grande redução da quitação interbancária. 
Em 2008, os Estados Unidos viram o estouro da bolha imobiliária. Com um terremoto que afetou intensamente a maior economia do planeta, o presidente do país, Barack Obama, declarava que os bancos tinham que ser salvos, o mesmo foi feito, porém acarretou a recessão da economia norte-americana devido à superprodução pela ampliação desnecessária dos créditos bancários, ocorrendo o mesmo nos países da União Européia. O consenso de que os bancos necessitavam serem salvos era a fim de evitar uma crise sistemática e com a intenção de colocar tranqüilidade dentro da economia. Em alguns países as dívidas privadas por cona da bolha imobiliária se transferiram para a dívida pública como seguimento de preservação do sistema bancário no período após bolha imobiliária. Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha, conhecidos como PIIGS, abreviatura da primeira letra de cada país, e que do Inglês é a mesma pronúncia de “porcos”. Esses países não conseguiram ilidir suas dívidas, desencadeando a crise financeira na Europa. 
Temia-se, pois os bancos americanos e europeus possuíam ativos arriscados com pouca qualidade em hipoteca. Em 2008, mais precisamente no mês de setembro, houve a quebra de um dos grandes bancos de investimentos dos Estados Unidos da América, o Lehman Brothers, aliado de críticas situações em outros bancos da Europa e dos Estados Unidos da América. Como já citado, a crise fez com que os governos aplicassem trilhões de dólares com os países mais afetados com a crise, e com essa medida do governo investindo trilhões, fez com que os mesmos se endividassem. Do final do ano de 2008 ao inicio de 2009 a crise se aprofundou ainda mais com o profundo declínio do Produto Interno Bruto da Europa de dos Estados Unidos de América, a um fio da quebra do sistema financeiro mundial. A crise deu potências aos problemas de dívidas que já existiam somados com as atuais dívidas recebidas, não conseguindo obter uma solvência. 
Isso tudo não se tratava apenas de uma crise financeira que mostrava os problemas mais complexos do sistema capitalista, houve uma grande queda da taxa de lucro. A crise teve um grande aumento de agravo pelo fato do enfraquecimento do sistema financeiro mundial, outro ponto muito importante também a se destacar, que influenciou e muito na crise, foi a queda de Bush da nova era americana, e mais precisamente na guerra do Iraque. Em abril do ano seguinte, houve uma grande queda das agências de riscos, diminuindo as notas dos títulos soberanos da Espanha, Portugal e Grécia. Os economistas de notório saber, afirmaram que nunca passaram por uma crise tão intensa desde 1929. 
A crise gerou impactos diretos, ocasionando uma aplicação adversa na economia dos países que mais sofreram com o problema financeiro. Teve também um grande impacto político expressivo na administração de quase metade dos países da zona do euro, mais precisamente 8 de 17 países foram atingidos, como conseqüência mudou-se o poder na Itália, Irlanda, Grécia, Portugal, Eslovênia,Espanha, Eslováquia e incluem também os países baixos. 
Decorrente no ano de 2010, em conseqüência de alguns países europeus em liquidar suas dívidas, surgiu na Europa a chamada crise da dívida soberana, que refletiu, como resultado, um crescimento econômico insuficiente para conseguir cumprir acordos feitos com os credores, cadenciando uma irregularidade entre o capital produtivo com um travado crescimento e o crescimento do capital financeiro, que gerou um maior aumento da dívida interna e externa do país. Em decorrência disso, o papel do capital que gera riqueza e postos de trabalho diminuem. 
Faltou comprometimento dos países com as suas políticas fiscais. Com a má gestão dos cofres públicos, em destaque a Grécia, ocasionou o grande problema econômico na União Européia. O endividamento atingiu diretamente as agências de risco, tendo um baixo nível na moeda comum. Com isso, forçou o governo a impor socorro às agências que foram atingidas com a crise, que gerou um agravo no sistema financeiro europeu. 
Resultante da crise ocorreu a fuga dos capitais de investidores, aumento na taxa de desemprego, a redução de gastos para garantia dos direitos fundamentais e sociais, que ocasionou revolta popular, a queda do Produto Interno Bruto dos integrantes da União Européia, e como “efeito dominó”, atingiu diretamente países que não integram a Europa, como por exemplo, o Brasil, necessitando então, do apoio da comunidade internacional. 
Somado a decorrência de grande sofrimento econômico e social, a crise na Europa gerou grandes complicações jurídicas epolíticas, como exemplo a ser citado de países é a Itália, Portugal e Espanha, que para tentar conter a crise, adotaram medidas necessárias, porém desfavorável para a população, houve o aumento de impostos, corte de gastos públicos desnecessários que colocava em risco a capacidade de investidura do Estado, teve também a redução de direitos com a reforma das leis trabalhistas, ocorrendo a diminuição de proteção social.
Na Grécia passou-se por uma situação muito delicada, dado que tem uma economia com baixa competição e contando com altos gastos dos cofres públicos e uma má gerência, o país apresentou um desfalque no cofre público de 12% de Produto Interno Bruto, apresentando esses problemas por um considerável tempo, obtendo assim, a maior dívida da região. Apesar de não ter atingido o Brasil, assim como muitos outros países do mundo, a crise gerou uma grande preocupação com o dólar e o setor de exportação, que poderia ocasionar uma crise mundial. 
De acordo com o portal vermelho, com a pesquisa decorrente do ano de 2013, os países da Europa com os países de primeiro mundo tinham 13,7 milhões de desempregados a mais, ocorrendo no ano de 2007 a 2009. Na Grécia havia 17% da população sem emprego. Em Portugal, o nível de desemprego atingiu 17,6%. Na Espanha, ainda bem acima da Grécia, atingiu 26,6% a taxa de desemprego, havendo ainda no país espanhol a reforma das leis trabalhistas, aprovou-se para as empresas a dispensa coletiva de funcionários, diminuindo a indenização para trabalhadores despedidos, na mesma reforma, aumentou a idade de aposentadoria de 65 para 67 anos de idade. 
No entanto, mesmo com a crise no auge, os países que formaram a União Européia conseguiram deixar estável a economia local, tendo um baixo de nível de desemprego, como a Alemanha que teve apenas 5% de sua população economicamente ativa desempregada, e mesmo com a crise continuou tendo um crescimento econômico decorrente do ano de 2010, ou seja, com esse fator podemos confirmar o que já foi anteriormente citado, a causas e formas da crise deu-se de forma diferente em cada país, pois há um desenvolvimento econômico desigual em cada região, indicados pelos níveis de desempregos em cada país. 
Uma medida que agravou demasiadamente na União Européia foi o corte de recursos destinados à proteção social, acarretando assim, em uma atenuação dos já adquiridos direitos fundamentais. Houve um corte de aproximadamente 80% do dinheiro que era destinado a ajudar os pobres, de 500 milhões de euros baixou-se para 113 milhões, podendo assim agravar a pobreza e pior, ocasionar a fome, o número de pessoas que sofrem com esse caso chega a 43 milhões. A tentativa de a União Européia socorrer o capital e o banco gera enorme impacto negativo à população, destruindo os direitos sociais e ocasionando inúmeros protestos que tencionam, ainda mais, a situação. 
Em conseqüência da crise, houve um grande ponto trabalhado pelo Direito Internacional: a migração. Hoje, ela é vista de forma múltipla e muitas vezes como um sofrimento. No caso da União Européia, ocorreram migrações por motivos sócio-econômicos, configurando, melhor dizendo, uma emigração forçada, para ter abrigo de outros países com esperança de não ser atingido pela situação preocupante de país. Conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, pesquisa decorrente do ano de 2013, no período estendido do ano de 2009 a 2012, ocorreu um grande aumento de pessoa residente do país com vontade de migrar, a uma notória parte já havia emigrado. Isso mostra que a redução do crescimento, ou até mesmo estagnação, incide diretamente no aumento das taxas de desemprego, crescimento desigual entre os países da União Européia e que afeta condições sociais da população, forçando assim, algumas a emigrar. 
A reflexão de migração necessita de grande atenção das Organizações Internacionais, dos governos, da academia, pois tais contextos acarretam graves violações de direitos e condicionam pessoas a tratamentos desumanos, enfrentando, também, no país migrado, a uma mão de obra barata, com uma moradia bem simples. Essas medidas de deslocamentos devem ser enfrentadas pelo Direito Internacional, assim também pelo governo, para assim transformar em medidas eficazes que garantem melhores condições de deslocação, assegurando assim, os direitos fundamentais e colaborando para melhor integração do indivíduo a sociedade. 
Em decorrência da crise, houve o inadimplemento do país para com sua nação, pois com o corte de gasto destinado à proteção social, há uma quebra dos direitos fundamentais, reduzindo assim os direitos sociais, gerando um aumento de desigualdades, comprometendo diretamente, a democracia. Ela não pode transpor simples igualdade formal jurídica para com a sociedade. No sentido internacional, visto pelas Nações Unidas em seu âmbito jurídico, a democracia é um dos princípios e valores essenciais, indivisíveis e universais. Dentro do Direito Internacional a democracia é o princípio de legitimidade de um estado soberano, se correlacionando com a política. 
Para constituir uma garantia da democracia é necessário que assegure, fundamentalmente, os direitos sociais, econômicos e culturais, salvaguardando para a população o uso das liberdades políticas e civis. Houve, em 1966, o Pacto Internacional sobre os direitos políticos e civis, que projetou os fundamentos jurídicos do princípio da democracia, em relação com o Direito Internacional. À vista disso, a soberania popular está diretamente interligada ao princípio de direitos sociais. Pode-se afirmar que as medidas adotadas pelos países em crise, que reduziram os direitos sociais, que está intimamente ligado com os direitos civis e políticos, é classificado como uma afronta à democracia. Pode parecer simples, contudo, isso traz um efeito de graves conseqüências sociais. 
Dentro das diversas causas complicadas da crise e da globalização econômica, têm o espalhamento de políticas de flexibilização de garantias dos trabalhadores, que aumenta o nível de desemprego, reduz a prestação de garantias sociais, uma desproporcionalidade social. Visto no âmbito internacional como um ponto cruel. Cabe a um estado democrático de direito e também a comunidade internacional proteger os cidadãos, assegurando a proteção jurídica, isto é, a garantia de sustentar os direitos conquistados, não sendo passível o regresso desses direitos por intermédio de decreto jurídico e político, mesmo com uma grande crise. 
As medidas adotadas pela União Européia para controlar a crise acontecem de forma lenta, pois precisa do apoio dos países integrantes. Uma das medidas é a liberação de pacotes de resgates para balancear a economia dos países mais atingidos. Contudo, tais medidas ao invés de atenuar, acabaram agravando a situação financeira na Europa, ameaçando a economia mundial. 
Há uma grande preocupação, pois as conseqüências geradas pelo estouro da bolsa imobiliária americana em 2007 ainda permanecem no mercado. Comprometendo assim, o crescimento de investidores, principalmente nas ações de risco. Em vista de outros países, o desenvolvimento da União Européia têm sido muito baixo. Em vista de pouca recuperação, pode-se gerar uma austeridade fiscal, colocando o governo em situações complicadas, como o já vivenciado corte de gastos, que compromete os direitos fundamentais e sociais da população da Europa, e colocando em risco a economia mundial, necessitando assim, de atenção do Direito Internacional. 
A crise na União Européia acarretou intensivo retrocesso de direitos, havendo uma atenção na busca de crescimento econômico e reconhecimento das instituições financeiras, ocasionando desequilibro econômico e social. Isso implica na concepção de normas que garantem os Direitos Humanos. É de suma importância, com o apoio do Direito Internacional, ratificar o papel da cláusula democrática da Europa para acima da democracia institucional e a garantia dos Direitos Humanos obtenha um desenvolvimento social seguro, uma vez que a mesma está mais voltada para a política e economia.Resultante da crise da Europa veio a necessidade de discussão, de forma imprescindível, sobre a política fiscal, para aliviar os impactos sociais e econômicos que ocasionaram a crise, e requer também, ações organizadas e bem associadas a fim de que os países atingidos consigam aliviar a atual e além disso as futuras possíveis crises, cabendo também às Organizações Internacionais formular políticas internacionais a usarem recursos de estímulo fiscal para minimizar o estresse de problemas sociais e econômicos trazidos da crise de 2007.
O grande problema financeiro ocorrido na Europa mostrou claramente que o embaraço vai além da economia, a mesma ocasiona também desequilíbrios sociais internos, infringem direitos, entra no âmbito jurídico, e logo se torna um problema universal. Visto isso, se vê a necessidade do apoio não só da Europa, como também da comunidade internacional, para reforçar o uso de políticas monetárias e fiscais, com o intuito de conter as pressões inflacionárias e desequilíbrios externos a fim de sanar o problema, garantindo um geral desenvolvimento social. 
CONCLUSÃO
Tendo em vista os fatos apresentados, pode-se concluir que a crise financeira vai além da economia. Com o endividamento dos países, uma das medidas tomadas para tentar ilidir com as dívidas foi o corte de gastos. Deu-se atenção para as instituições financeiras, provocou recessão na economia, ocasionou desequilíbrio econômico e social, infringiu direitos, como exemplo, os direitos fundamentais sociais, entrou no âmbito jurídico e logo se tornou um problema universal. 
Faz-se necessário a reflexão da comunidade internacional. Houve violação de direitos fundamentais e sociais, ameaçou a economia mundial, acarretou emigrações, e afrontou também, conseqüentemente, a democracia. Com o apoio da sociedade internacional é possível obter uma nova política fiscal, atenuando os impactos sociais e econômicos gerados com a crise. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Artigo de Mariana Sanches Wiinsch e Paulo Roberto Wiinsch, retirados de: 
Chapecó, v. 14, n. 2, p. 535-554, jul./dez. 2013
“A crise econômica na Europa”, Karl Marx. Disponível em: 
<http://www.pucsp.br/neils/downloads/11-marx.pdf>
“Crise na União Européia”. Disponível em: 
<http://www.suapesquisa.com/uniaoeuropeia/crise.htm>
“Causas da crise na Europa e as conseqências.” Disponível em: <http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/contas-publicas/mundo/causas-da-crise-na-europa-o-problema-fiscal-enorme-divida-publica-consequencias-reservas-baixas-o-aumento-das-taxas-de-desemprego-divida-publica-em-relacao-ao-pib.aspx>
“Crise econômica na Europa causa nova fase de emigração”. Disponível em: 
<http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-03-22/crise-economica-na-europa-forca-nova-fase-de-emigracao-de-portugueses>
“Entendendo a crise na Europa”. Disponível em: 
<http://jaentendienem.com.br/atualidade/post/entendendo-a-crise-na- europa>
“Crise na Europa 2012”. Disponível em: 
<http://br.advfn.com/eventos/2012/crise-na-europa>

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