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IMPOSTOS MUNICIPAIS RESUMO LIVRO MARCUS ABRAHAM

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IMPOSTOS MUNICIPAIS
RESUMO LIVRO CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO BRASILEIRO
AUTOR: MARCUS ABRAHAM (EDIÇÃO 2018) 
IPTU – IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA
A competência municipal (art. 156, I da Constituição Federal), temos o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), cujo fato gerador é a propriedade, o domínio útil, ou a posse de bem imóvel (terreno e edificações), situado em área urbana do respectivo Município (art. 32, CTN).
Função fiscal e extrafiscal (EC29/2000) passou a contemplar a sua progressividade não apenas no tempo, em razão da função social da propriedade, mas também em função do valor do imóvel, podendo, inclusive, ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso
A Constituição Federal, no § 1º do art. 156, dispõe que o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, II, poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel e ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
Propriedade = titularidade registrada e poderes plenos inerentes ao domínio; Domínio útil = é a outorga a terceiro (enfiteuta), poderes de uso, gozo e disposição, guardando ao proprietário o domínio direto (recebendo o foro e o laudêmio) bem imóvel por natureza ou acessão significa o solo com a sua superfície, acessórios, inclusive subsolo e tudo o mais que puder ser incorporado ao solo, assim como as sementes e as construções e tudo que se une ou adere como a formação de ilhas, aluvião e edificações. Registre-se que se excluem da consideração os bens móveis mantidos, permanente ou temporariamente, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.
A zona urbana = definida em lei municipal requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos requisitos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II – abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado. Outrossim, a lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizadas fora das zonas definidas nos termos do § 1º do art. 32 do CTN.
	Nos termos da jurisprudência do STJ, para que o possuidor seja reputado contribuinte, é necessária a posse ad usucapionem, com animus domini, e não a mera posse sem animus domini, decorrente de contratos como locação e comodato.
Segundo o art. 123 do CTN, salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
O aspecto temporal do fato gerador do IPTU ocorre sempre em 1º de janeiro de cada ano. Não se trata de fato gerador complexivo (apurável continuamente durante o ano), mas sim Instantâneo. Ainda que haja modificação superveniente do estado do imóvel, como a demolição ou a construção, deverá ser verificada (e calculada) a ocorrência do fato gerador sempre no primeiro dia do ano. A propriedade é uma só, não se desenvolve. O imposto, assim, não se reduz nem se agrava pelas alterações durante o ano.
Aspecto quantitativo do IPTU considera: 
base de cálculo: o valor venal da unidade imobiliária, assim entendido o valor que esta alcançaria para compra e venda à vista(...)
alíquota: pode ser progressiva em função do tempo para fins de cumprimento da função social do imóvel, majorando-a conforme a metragem e grau de subutilização; pode ser progressiva em razão do valor do imóvel; e pode ser diferenciada60 conforme a localização e destinação.
A política de desenvolvimento urbano do Poder Público Municipal, objetivando que a propriedade urbana cumpra sua função social para atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, poderá, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I – parcelamento ou edificação compulsórios; II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais (art. 182, CF/88). 
O IPTU está sujeito à modalidade de lançamento de ofício61 pela autoridade administrativa, que apura e calcula o tributo devido com base na planta de valores da cidade e encaminha anualmente ao contribuinte a guia de pagamento.
ITBI – IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSAO INTER VIVOS DE BENS IMÓVEIS E DIREITOS
O Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e direitos a eles relativos (ITBI), de competência do Município da situação do bem (art. 156, II da Constituição Federal), fato gerador a transmissão onerosa entre pessoas vivas de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e respectivos direitos reais, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.
O ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
O imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos de competência municipal tem como fato gerador: I – a transmissão inter vivos, onerosa, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil; II – a transmissão inter vivos, onerosa, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; III – a cessão, inter vivos, de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.
ITBI não incide sobre a transmissão dos bens ou direitos (art. 36, CTN): I – quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito; II – quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra ou com outra. Também este imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos. Devemos, ademais, incluir a hipótese de operação societária da cisão no campo da não incidência tributária (que para alguns se trata de imunidade).
O fato gerador do ITBI é a transmissão onerosa (alienação), cessão de direitos reais (usufruto, servidão etc.) ou a cessão de direitos de aquisição de bens imóveis, por pessoa física ou jurídica (entre vivos), exceto os de garantia (penhor, hipoteca etc.). Mas não incide na integralização do capital social com bens e direitos, nem incide na transferência patrimonial entre pessoas jurídicas em procedimento societário, tais como incorporação, fusão, transformação e cisão. Igualmente não incide na transferência por desapropriação. 
O aspecto territorial da incidência do ITBI é de competência do Município da localização do imóvel objeto do negócio jurídico. Entretanto, é possível que este imposto seja devido e cobrado por dois entes federativos diversos. Neste sentido, afirma Ricardo Lobo Torres64 que “o ITBI toca ao Municípioonde está situado o imóvel. No caso de o imóvel se situar em dois municípios, como acontece com fazendas e glebas rurais, a tributação deve ser proporcional à área e às benfeitorias em cada qual situadas”.
Já o aspecto temporal da ocorrência do fato gerador é a data da realização do negócio, assim considerado o momento do registro competente. A propósito, segundo o STF, a cobrança de ITBI é devida no momento do registro da compra e venda na matrícula do imóvel, sendo certo que a sua jurisprudência considera ilegítima a exigência do ITBI em momento anterior ao registro do título de transferência da propriedade do bem, entendendo indevida a incidência do tributo em promessa de compra e venda.
A propósito, segundo o STF, a cobrança de ITBI é devida no momento do registro da compra e venda na matrícula do imóvel, sendo certo que a sua jurisprudência considera ilegítima a exigência do ITBI em momento anterior ao registro do título de transferência da propriedade do bem, entendendo indevida a incidência do tributo em promessa de compra e venda.
Sobre o aspecto quantitativo, temos: 
a) base de cálculo: será o valor venal do bem, considerado o preço de mercado ao tempo do negócio; 
b) alíquota: será fixada pelo Senado Federal, sendo que a Resolução nº 99/1981 fixou em 2% para as transmissões onerosas entre vivos e 4% para as não onerosas causa mortis e doações. Já a Resolução nº 09/1992 fixou em 8% como alíquota máxima para qualquer caso.
Considerando tratar-se de um imposto caracterizado por ser de natureza real, ou seja, que incide sobre coisas, é importante registrar que o STF, com a Súmula nº 656, entende ser inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis com base no valor venal do imóvel.
Quanto ao aspecto subjetivo do ITBI, cabe registrar que, segundo o art. 42 do CTN, a lei é livre para fixar o contribuinte, mas, em regra, este será o adquirente do imóvel, conforme estabelece o Código Civil (art. 490) ao impor ao comprador as despesas da escritura (salvo cláusula contratual em contrário). Porém, a legislação poderá instituir como responsável solidário pelo pagamento do imposto devido, nas transmissões que se efetuarem sem esse pagamento, o adquirente e o transmitente, o cessionário e o cedente, conforme o caso.
O lançamento do ITBI, na modalidade por declaração, é realizado pela Fazenda Pública a pedido por uma das partes negociantes, que informam o valor de venda constante da escritura, podendo ser arbitrado sempre que esta não concordar com o valor declarado pelo contribuinte, conforme pauta de valores de uma base de dados da Secretaria de Fazenda Municipal que faz uma média dos valores venais de guias já pagas de unidades com a mesma tipologia, características, endereço etc. O imposto será pago antes da realização do ato ou da lavratura do instrumento, público ou particular. Alguns Municípios (por exemplo, Município do Rio de Janeiro) já adotam em suas legislações municipais o lançamento por homologação, em que o contribuinte declara a transmissão inter vivos pelo sistema eletrônico, o qual apura o montante devido e gera a guia de pagamento, sem necessidade de qualquer atuação do Fisco.
ISS - IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS 
O Imposto Sobre Serviços (ISS), cuja competência é atribuída aos Municípios (art.156, III, da Constituição Federal), tem como fato gerador a prestação dos serviços taxativamente relacionados na lista de serviços constantes do anexo da sua lei (Lei Complementar nº 116/2003).
O ISS não incide sobre todo e qualquer serviço, mas, sim, apenas
sobre aqueles tipos de serviços previstos na legislação própria, conforme interpretação literal e restritiva.
É um imposto eminentemente fiscal e de representatividade financeira. Porém, o seu viés extrafiscal se demonstra quando ocorre a redução nas alíquotas visando atrair empresas prestadoras de serviços para o território municipal (alíquota mínima de 2%, conforme estabelece o art. 88 do ADCT, e alíquota máxima de 5%, conforme estabelece o art. 8º, II, da LC nº 116/2003).
	Sintetizando os termos da LC nº 116/2003, esta estabelece que o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes de sua lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. Porém, o imposto não incide sobre as exportações de serviços para o exterior do País, na prestação de serviços em relação de emprego e sobre o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários e operações de crédito realizadas por instituições financeiras.
Considera-se prestado o serviço e o respectivo imposto devido no local do estabelecimento prestador – onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional – ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto em algumas das hipóteses previstas na lei. O contribuinte é o prestador do serviço e a responsabilidade pelo crédito tributário poderá ser atribuída por lei municipal a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, de maneira solidária, subsidiária ou por substituição tributária. A base de cálculo do imposto é o preço do serviço e a alíquota mínima do ISS é de 2% e a máxima é de 5%.
Cabe registrar que foi excluído (veto do item 3.01) da lista de ISS da LC nº 116/2003 o item “Locação de Bens Móveis”, conforme estabelece a Súmula Vinculante nº 31 do STF, que declara a inconstitucionalidade da incidência do ISS sobre locação de bens móveis. 
É importante lembrar que o STF, já há muito tempo (desde a época do então Ministro Aliomar Baleeiro), afirma que a lista de serviços de ISS deve ser interpretada “taxativamente na vertical e exemplificativamente na horizontal”,71 sobretudo em respeito ao princípio da legalidade e da tipicidade tributária. 
Sobre o aspecto quantitativo do ISS, temos: 
a) base de cálculo: será o preço total do serviço, não se podendo excluir as despesas ou o custo dos insumos, exceto no caso de obras de construção civil (itens 7.02 e 7.05). Por outro lado, não cabe a inclusão na base de cálculo do ISS de importâncias decorrentes de reembolso de despesas de terceiros;
 b) alíquotas: a alíquota mínima de ISS é de 2% e a máxima é de 5%, e cada tipo de serviço poderá ter uma alíquota específica, conforme estabelecer a legislação local.
Já quanto ao aspecto subjetivo, temos: 
a) contribuinte: é o prestador do serviço, ainda que a atividade não seja preponderante no seu objeto social, tal como prescreve a LC nº 116/2003;
 	b) responsável: é aquele que a legislação municipal determinar como obrigado pela retenção do imposto (o tomador do serviço), ratificando e oficializando a prática dos municípios.
	O aspecto territorial do ISS é um tema controvertido de longa data e nem a LC nº 116/2003 conseguiu solucioná-lo. A regra geral é a de que o ISS seja devido ao município onde estiver o estabelecimento do prestador e, sob a égide da legislação anterior, a única exceção legal era a construção civil, devendo neste caso excepcional ser pago no local da realização da obra. Na nova lei (art. 3º), o ISS é devido no estabelecimento do prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, sendo que as exceções de pagamento no local de prestação do serviço foram ampliadas para 25 hipóteses, gerando grande controvérsia - enquadram-se nessas hipóteses excepcionais os serviços de instalação de estruturas, varrição, coleta de lixo, vigilância, segurança, fornecimento de mão de obra, jardinagem dentre outros. 
Unidade econômica para efeitos da definição de estabelecimento prestador, esvaziando a ideia de mero registro do contrato social.
O ISS se submete à modalidade de lançamento por homologação, calculado no respectivo período de apuração, sendo certo que a este imposto não se aplica o princípio da não cumulatividade,não havendo que se falar em creditamento dos insumos utilizados na prestação do serviço.

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