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DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSO TRIBUTÁRIO

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GERAL
DIREITO TRIBUTÁRIO E
PROCESSO TRIBUTÁRIO
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PGM-CURITIBA OBJETIVA
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DIREITO TRIBUTÁRIO
LEGISLAÇÃO LOCAL: IMPOSTOS MUNICIPAIS
Fonte: Tributos em Espécie para Concursos (3ª Edição)
PONTO DO EDITAL: 26. Leis Municipais: Lei Complementar Municipal nº 
40/2001 e suas alterações. Lei Complementar Municipal nº 108/2017
1. LEI COMPLEMENTAR 40/2001. DISPÕE SOBRE OS TRIBUTOS MUNICIPAIS. 
1.1 ISS: IMPOSTO SOBRE SERVIÇO DE QUALQUER NATUREZA.
O ISS é tributo de competência municipal previsto no art. 156, III, da CF/88:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, 
definidos em lei complementar.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, 
cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior;
 III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios 
fiscais serão concedidos e revogados.
O ISS é regulamentado de forma geral pela Constituição Federal (Art. 156, III, da CF/88). 
Em âmbito nacional, é disciplinado pela LC 116/2003, que estabelece suas normas gerais. Em 
âmbito local, cada Município deve editar uma lei municipal tratando sobre o imposto, para que 
o mesmo possa ser instituído e cobrado. Esta lei local não pode contrariar a LC 116/2003 nem 
prever serviços que não estejam expressos na lei federal.
1.1.1 Fato Gerador.
A Lei Complementar nº 116/2003 define como fato gerador do ISS a prestação 
de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade 
preponderante do prestador. Ou seja, há um rol de serviços sobre os quais poderão incidir ISS, 
excluindo-se os serviços de competência dos Estados (transporte interestadual, intermunicipal 
e serviços de comunicação), conforme determina a CF.
No mesmo sentido, a LC Municipal 40/2001, prevê, no art. 1º, a hipótese de incidência 
do ISS:
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Art. 1º. Hipótese de incidência do Imposto Sobre Serviços é toda 
prestação de serviço, qualquer que seja sua natureza, de acordo com a 
lista prevista no Anexo I, parte integrante desta lei, ainda que esses não 
se constituam como atividade preponderante do prestador. 
ATENÇÃO: embora a lista anexa de serviços seja taxativa (exaustiva), STF e STJ 
admitem a interpretação extensiva do rol, de forma a abarcar os serviços congêneres àqueles 
previstos taxativamente.
Nesse sentido:
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DISCUSSÃO ACERCA DA INCIDÊNCIA 
DO ICMS OU ISS SOB A MONTAGEM DE PNEUS. PREVISÃO NA LISTA ANEXA 
DA LEI COMPLEMENTAR 116/2003, ITEM 14.01. INCIDÊNCIA DO ISS.
1. Cinge-se a controvérsia dos autos acerca da incidência do ISS ou ICMS 
sob a montagem de pneus.
2. A jurisprudência do STJ, vem se manifestando no sentido de que 
quando houver o desenvolvimento de operações mistas, deve ser 
verificado a atividade desenvolvida pela empresa, a fim de definir o 
imposto a ser recolhido. Sendo que se “ a atividade desenvolvida estiver 
sujeita à lista do ISSQN, o imposto a ser pago é o ISSNQ, inclusive sobre 
as mercadorias envolvidas, com a exclusão do ICMS sobre elas, a não 
ser que conste expressamente da lista a exceção” (EDcl no AgRg no AgRg 
no REsp 1.168.488/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 
21/6/10).
3. A lista de serviços anexa à LC 116/2003, que estabelece quais serviços 
sofrem a incidência do ISS, comporta interpretação extensiva, para 
abarcar os serviços correlatos àqueles previstos expressamente, 
uma vez que, se assim não fosse, ter-se-ia, pela simples mudança de 
nomenclatura de um serviço, a incidência ou não do ISS.
4. Realizando-se uma interpretação extensiva da legislação de regência 
verifica-se que o serviço de montagem de pneus encontra-se inserido 
dentro do item 14.01 da lista anexa à Lei Complementar 116/2003, por se 
enquadrar dentro do item manutenção e conservação de veículos. Desta 
forma não há que se falar em incidência do ICMS quanto ao serviço de 
montagem de pneus.
5. Vale destacar que a Segunda Turma do STJ, no julgamento do REsp 
33.880, de relatoria do Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, sob a égide 
do Decreto-Lei 406/1968 (que quanto ao ponto possui item com idêntica 
redação à atual - manutenção e conservação de veículos) assentou que 
o serviço de montagem de pneus não estaria sujeito ao ICMS, mas sim 
ao ISS.
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6. Recurso especial não provido. (REsp 1307824/SP, Rel. Ministro MAURO 
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 
09/11/2015)
ISS - serviços bancários - lista de serviços - taxatividade “Tributário. 
Serviços bancários. ISS. Lista de serviços. Taxatividade. Interpretação 
extensiva. 
1. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento de que é taxativa 
a Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei n 406/1968, para efeito de 
incidência de ISS, admitindo-se, aos já existentes apresentados com 
outra nomenclatura, o emprego da interpretação extensiva para serviços 
congêneres. (STJ- REsp 1.111.234/PR- (2009/0015818-9) - lg S. - ReW Min. 
Eliana Calmon -DJe 08.10.2009)
Em relação à hipótese de incidência, vale destacar que a prestação de serviços para 
fins de incidência de ISSQN refere-se a uma obrigação de fazer, sendo importante para a análise 
da incidência tributária a prestação em si, ou seja, o desenvolvimento de uma atividade, e não 
seu resultado (produto).
Nesse sentido, o STF, definiu que a atividade de locação de bens móveis se trata de 
uma obrigação de dar, não havendo o predomínio da prestação em si, mas do seu produto, 
afastando a incidência de ISSQN (Súmula Vinculante nº 31). No entanto, se houver ao mesmo 
tempo locação de bem móvel e prestação de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem 
atingir o primeiro. 
1.1.2 Análise de alguns serviços. 
a) Exportação de serviços: não incidência:
Lei Complementar nº 116/2003
Art. 2º O imposto não incide sobre: 
I - as exportações de serviços para o exterior do País; 
Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços 
desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o 
pagamento seja feito por residente no exterior
b) Serviços de informática:
Em relação aos produtos de informática, deve-se distinguir os programas feitos em 
grande escala (software de prateleira), que estão sujeitos ao ICMS e aqueles softwares elaborados 
sob encomenda, sujeitos ao ISSQN.
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Os programas de computador desenvolvidos para clientes, de forma personalizada, 
geram incidência do ISS. Diferentemente, se o programa é criado e vendido de forma impessoal 
para clientes que os compra como uma mercadoria qualquer, esta venda é gravada com o ICMS 
(REsp 216.967/SP, 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, relatora ministra Eliana Calmon, DJ 
de 22/04/01, p. 185).
c) Leasing (arrendamento mercantil):
Em relação às operações de leasing, que comportam três modalidades (leasing 
financeiro, lease operacionais e lease-back), o STF decidiu que apenas as hipóteses de leasing 
financeiro e lease-back são considerados serviços e, portanto, passíveis de incidência do ISSQN:
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. 
ARRENDAMENTO MERCANTIL. OPERAÇÃO DE LEASING FINANCEIRO. 
ARTIGO 156, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O arrendamento mercantil 
compreende três modalidades, [iJ o leasing operacional, [ii] o leasing 
financeiro e [iii] o chamado lease-back. No primeiro caso há locação, 
nos outros dois, serviço. A lei complementar não define o que é serviço, 
apenas o declara, para os fins do inciso III do artigo 156 da Constituição. 
Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos 
do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil 
(leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o 
financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, 
sobre o qual o 155 pode incidir, resultando irrelevante a existência de 
uma compra nas hipóteses do leasing financeiroe do lease-back. Recurso 
extraordinário a que se dá provimento. {RE 547245, Relator(a): Min. EROS 
GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 02/12/2009) Esta Corte Constitucional 
definiu que existem de fato três modalidades de executar esta operação: 
leasing operacional, lease - back e leasing financeiro, sendo que o ISSQN 
somente incidirá nos dois últimos casos, pois no primeiro ocorre típica 
locação do bem.
Portanto, somente haverá incidência do ISSQN sobre o leasing financeiro e o lease-
back, por serem considerados serviços, o que não ocorre no caso de leasing operacional 
(locação).
d) Empreitada de construção civil:
 
O serviço de construção civil prestado junto com o fornecimento de concreto ou peças 
pré-moldadas é tributado apenas pelo ISS. Nesses casos, os produtos não são considerados 
mercadorias para fins de incidência do ICMS, uma vez que não provém de processo industrial e 
não se destinam à venda em larga escala. Entretanto, haverá incidência de ICMS se a produção 
desses materiais ocorrer fora do local da prestação de serviços.
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e) Serviços de composição gráfica:
LC 40/2001, Art. 2º. O Imposto Sobre Serviços incide nos serviços 
de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que 
envolva fornecimento de mercadorias. (Redação acrescida pela Lei 
Complementar nº 76/2010)
Súmula 156 do STJ: A prestação de serviço de composição gráfica, 
personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de 
mercadorias, está sujeita apenas ao ISS.
Observação: deve-se atentar para a forma como a questão será cobrada (literalidade 
da legislação local, ou entendimento jurisprudencial).
Recentemente, tanto STF quanto STJ têm decidido pela a incidência de ICMS, e 
não ISS, sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens, destinadas à 
integração ou utilização direta em processo subsequente de industrialização ou de circulação 
de mercadoria. 
Nesse sentido: 
“A verificação da incidência nas hipóteses de industrialização por 
encomenda deve obedecer dois critérios básicos: (i)verificar se a 
venda opera-se a quem promoverá nova circulação do bem e (ii) caso o 
adquirente seja consumidor final, avaliar a preponderância entre o dar 
e o fazer mediante a averiguação de elementos de industrialização. 4. 
À luz dos critérios propostos, só haverá incidência do ISS nas situações 
em que a resposta ao primeiro item for negativa e se no segundo item o 
fazer preponderar sobre o dar.”
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONFLITO ENTRE IMPOSTO SOBRE 
SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA E IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO DE 
CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO E 
DE TRANSPORTE INTERMUNICIPAL E INTERESTADUAL. PRODUÇÃO DE 
EMBALAGENS SOB ENCOMENDA PARA POSTERIOR INDUSTRIALIZAÇÃO 
(SERVIÇOS GRÁFICOS). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
AJUIZADA PARA DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME AO O ART. Iº, CAPUT 
E § 2º, DA LEI COMPLEMENTAR 116/2003 E O SUBITEM 13.05 DA LISTA DE 
SERVIÇOS ANEXA. FIXAÇÃO DA INCIDÊNCIA DO ICMS E NÃO DO ISS. MEDIDA 
CAUTELAR DEFERIDA. Até o julgamento final e com eficácia apenas para 
o futuro (ex nunc), concede-se medida cautelar para interpretar o art. Iº, 
caput e § 2º, da Lei Complementar 116/2003 e o subitem 13.05 da lista de 
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serviços anexa, para reconhecer que o ISS não incide sobre operações de 
industrialização por encomenda de embalagens, destinadas à integração 
ou utilização direta em processo subseqüente de industrialização ou 
de circulação de mercadoria Presentes os requisitos constitucionais e 
legais, incidirá o ICMS” (ADI 4.389 MC, Relatora, Min. JOAQUIM BARBOSA, 
Tribunal Pleno, julgado em 13/04/2011, Processo Eletrônico, DJe-098, 
divulgado em 24/05/2011, publicado em 25/05/2011, RDDT 191, 2011, p. 
196-206 RT v. 100, n. 912,201 l,p. 488-505.).
f) Montagem de pneus:
Incide ISS (e não ICMS) sobre o serviço de montagem de pneus, ainda que a sociedade 
empresária também forneça os pneus utilizados na montagem. STJ. 2ª Turma. REsp 1.307.824-
SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 27/10/2015 (Info 573).
O serviço de montagem de pneus não está previsto no anexo da LC
116/2003, mas ele pode ser enquadrado, por interpretação extensiva, no item 14.01, por se 
enquadrar dentro da expressão “manutenção e conservação de veículos”:
14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, 
conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de 
máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores 
ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam 
sujeitas ao ICMS)
Assim, por estarem previstos no anexo da LC 116/2003 (através de interpretação 
extensiva), os serviços de montagem de pneus estão sujeitos apenas ao ISS (e não ao ICMS).
g) Serviços notariais e registrais:
 
De acordo com o STF, os serviços de registros públicos, cartorários e notariais NÃO 
são imunes à tributação, sofrendo incidência do ISS.
(...) As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à 
tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos 
serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 
3º da Constituição. O recebimento de remuneração pela prestação 
dos serviços confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade 
recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas 
federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco 
intuito lucrativo, serviços públicos mediante concessão ou delegação, 
devidamente remunerados. Não há diferenciação que justifique a 
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tributação dos serviços públicos concedidos e a não-tributação das 
atividades delegadas. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida, 
mas julgada improcedente. (ADI 3089, Relator p/ Acórdão: Min. Joaquim 
Barbosa, Tribunal Pleno, julgado em 13/02/2008)
Além disso, a base de cálculo do ISS em relação aos serviços cartorários é o preço 
do serviço, ou seja, o valor dos emolumentos, não se aplicando a sistemática de recolhimento 
prevista no art. 9°, § 1 °, do Decreto-Lei nº 406/68 (regime fixo anual). 
LC 40/2001, Art. 13-B. A base imponível do Imposto Sobre Serviços devido 
sobre as atividades desenvolvidas por notários, tabeliães e registradores 
públicos será calculada sobre o valor dos emolumentos recebidos pelos 
serviços prestados.
§ 1º Não integra a base de cálculo o valor:
I - dos selos de fiscalização, das taxas judiciárias e do Fundo de 
Reaparelhamento da Justiça;
II - de títulos pagos, apontados para protesto, dos juros e taxas de 
distribuição;
III - repassado a juízes de paz conforme tabelas oficiais.
§ 5º Os tabeliães e escrivães deverão destacar em documento fiscal o 
imposto devido sobre as receitas dos serviços prestados.
§ 6º O valor do imposto destacado na forma do parágrafo acima não 
integra o preço do serviço. (Redação dada pela Lei Complementar nº 
107/2017)
Nesse sentido:
DIREITO TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA 
DE RECOLHIMENTO DE 155 PREVISTA NO§ 1º DO ART. 9º DO DEC.- -LEI 
nº 406/1968 AOS SERVIÇOS DE REGISTROS PÚBLICOS CARTORÁRIOS E 
NOTARIAIS. Não se aplica à prestação de serviços de registros públicos 
cartorários e notariais a sistemática de recolhimento de 155 prevista 
no§ 1º do art. 9º do Dec.-lei nº 406/1968. (...) a prestação dos serviços 
cartoriais não importa em necessária intervenção pessoal do notário 
ou do oficial de registro, tendo em vista que o art. 236 da CF e a 
legislação que o regulamenta permitem a formação de uma estrutura 
economicamente organizada para a prestação do serviço de registro 
público, assemelhando-se ao próprio conceito de empresa. (STJ. REsp 
1.328.384-RS, Rel. Para acórdão Min. Mauro Campbel Marques, julgado 
em 4/2/2013).
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h) Serviços de filmes e músicas por streaming (Netflix, Spotify):
A LC 157/2016 acrescentou expressamente estes serviços na lista do Anexo da LC 
116/2003 e agora esta atividade passa a ser tributada com ISS. 
1.09 - Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, 
vídeo, imagem e texto por meio da internet, respeitada a imunidadede 
livros, jornais e periódicos (exceto a distribuição de conteúdos pelas 
prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que trata a Lei nº 
12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS).
1.1.3 Aspecto Temporal.
O aspecto temporal de incidência do ISS é o momento da efetiva prestação do 
serviço, não se confundido com o momento da assinatura do contrato nem com o pagamento 
pelo serviço.
LC 40/2001, Art. 3º. Considera-se ocorrido o fato imponível quando 
consumada a atividade em que consiste a prestação do serviço ou:
I - no caso de tributo fixo anual, no dia primeiro de janeiro de cada 
exercício, ou, em se tratando de início de atividade, na data do pedido 
de inscrição no cadastro fiscal;
II - no caso de serviço de construção civil, onde a execução seja 
continuada, na data de cada medição mensal.
1.1.4 Aspecto Espacial.
No intuito de fixar o Município competente para exigir o ISSQN é essencial identificar 
o local do estabelecimento do prestador, nos termos do art. 6º-A da LC 40/2001.
Art. 6º-A. Considera-se estabelecimento prestador o local onde o 
contribuinte desenvolva a prestação dos serviços, de modo permanente 
ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, 
sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, 
agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou 
contato, ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.
No mesmo sentido é a jurisprudência do STJ:
STJ: De acordo com os artigos 3º e 4º da Lei Complementar nº 116/03, 
conclui-se que a municipalidade competente para realizar a cobrança 
do ISS é a do local do estabelecimento prestador dos serviços, 
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considerando-se como tal a localidade em que há uma unidade 
econômica ou profissional, isto é, onde a atividade é desenvolvida, 
independentemente de sua denominação. (REsp 1195844/DF - Ministro 
Relator Mauro Campbel Marques - DJ 15/03/2011).
Art. 6º-B. O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local 
do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local 
do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a 
XXIII, quando o imposto será devido no local:
I - do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço 
proveniente do exterior do país ou cuja prestação se tenha iniciado no 
exterior do país;
II - da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, 
no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
III - da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 
e 7.19 da lista anexa;
IV - da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista 
anexa;
V - das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no 
caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;
VI - da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, 
reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros 
resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da 
lista anexa;
VII - da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e 
logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins 
e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista 
anexa;
VIII - da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, 
no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;
IX - do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de 
agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.12 da lista anexa;
X - do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação 
de solo, plantio, silagem, colheita, corte, descascamento de árvores, 
silvicultura, exploração florestal e serviços congêneres indissociáveis da 
formação, manutenção e colheita de florestas para quaisquer fins e por 
quaisquer meios;
XI - da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas 
e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista 
anexa;
XII - da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 
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7.18 da lista anexa;
XIII - onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços 
descritos no subitem 11.01 da lista anexa;
XIV - dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, 
segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 
11.02 da lista anexa;
XV - do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda 
do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;
XVI - da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e 
congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, 
exceto o 12.13, da lista anexa;
XVII - do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos 
serviços descritos no item 16 da lista anexa;
XVIII - do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de 
estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços 
descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa;
XIX - da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o 
planejamento, organização e administração, no caso dos serviços 
descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa;
XX - do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou 
metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa;
XXI - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09;
XXII - do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados 
pelas administradoras de cartão de crédito ou débito e demais descritos 
no subitem 15.01;
XXIII - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 10.04 e 15.09.
Nesse sentido, em relação ao aspecto espacial, temos:
a) Regra Geral: Local do estabelecimento prestador (art. 3º, caput, LC 116/2003 e 
art. 6º-B, LC 40/2001);
b) Exceção I – na falta de estabelecimento do prestador: Local do domicílio do 
prestador (art. 3º, caput, LC 116/2003 e art. 6º-B, LC 40/2001);
c) Exceção II – serviços previstos expressamente nos incisos II a XXV do art. 3º da 
LC 116/2003 e incisos II a XXIII da LC 140/2001: O imposto será devido nos locais indicados nas 
regras de exceção (local da prestação do serviço);
d) Exceção III – no caso de importação de serviço: O local do estabelecimento do 
tomador (art. 3º, I, da LC 116/2003 e art. 6º-B, I, da LC 40/2001).
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1.1.5 Sujeito Passivo.
Nos termos do art. 121 do Código Tributário Nacional, o sujeito passivo da obrigação 
tributária se classifica em contribuinte e responsável. 
O contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o fato gerador do tributo, sendo, em relação ao ISS, o prestador do serviço (art. 5º da 
LC 116/2003 e art. 6° da LC 40/2001). 
De acordo com a LC 40/2001 (art. 7º), responsável é o sujeito passivo que, estando 
vinculado ao fato imponível da obrigação tributária, mesmo não sendo contribuinte, esteja 
obrigado ao pagamento do imposto devido por aquele. 
Além disso, o art. 6° da Lei Complementar nº 116/2003 permite que os Municípios e 
o Distrito Federal possam atribuir a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, 
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte 
ou atribuindo a este em caráter supletivo o cumprimento total ou parcial da referida obrigação, 
inclusive a que se refere à multa e aos acréscimos legais. Conforme a doutrina, trata-se da 
responsabilidade por substituição tributária.
Art. 6º. Contribuinte é o prestador do serviço.
Art. 6º-A. Considera-se estabelecimento prestador o local onde o 
contribuinte desenvolva a prestação dos serviços, de modo permanente 
ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, 
sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, 
agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou 
contato, ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.
§ 1º A existência de estabelecimento prestador que configure unidade 
econômica ou profissional é indicada pela conjugação,parcial ou total, 
dos seguintes elementos:
I - manutenção de pessoal, material, máquinas, instrumentos e 
equipamentos próprios ou de terceiros necessários à execução dos 
serviços;
II - estrutura organizacional ou administrativa;
III - inscrição nos órgãos previdenciários;
IV - indicação como domicílio fiscal para efeito de outros tributos;
V - permanência ou ânimo de permanecer no local, para a exploração 
econômica da prestação de serviços, exteriorizada, inclusive, pela 
indicação do endereço em impressos, formulários, correspondências, 
sítio eletrônico, propaganda, publicidade, contratos, faturas de telefone, 
de fornecimento de energia elétrica, água ou gás, em nome do prestador, 
13
seu representante ou preposto.
§ 2º A circunstância de o serviço, por sua natureza, ser executado habitual 
ou eventualmente fora do estabelecimento não o descaracteriza como 
estabelecimento prestador para os efeitos deste artigo. (Redação 
acrescida pela Lei Complementar nº 106/2017)
Art. 7º. Responsável é o sujeito passivo que, estando vinculado ao fato 
imponível da obrigação tributária, mesmo não sendo contribuinte, 
esteja obrigado ao pagamento do imposto devido por aquele.
Art. 8º. São responsáveis pela retenção na fonte e respectivo 
recolhimento:
I - o usuário ou a fonte pagadora do serviço, pelo imposto devido pelo 
prestador que não emitiu documento fiscal; 
II - o usuário ou a fonte pagadora do serviço, pelo imposto devido por 
serviço prestado que resultar de trabalho pessoal do contribuinte 
quando este não apresentar comprovante de inscrição no cadastro 
fiscal;
IV - a distribuidora de loterias e as operadoras de jogos eletrônicos, pelo 
imposto devido pelas redistribuidoras;
V - o proprietário do estabelecimento, o locatário, o cessionário do 
espaço, o promotor do evento, ou quem, a qualquer título, ainda que 
eventualmente, detenha direitos a exploração de espaço, pelo imposto 
devido pelo prestador nos casos de bailes, shows, festivais, recitais, 
bem como a execução de música, individualmente ou por conjunto, 
espetáculos teatrais, feiras, exposições e congressos, eventos e 
congêneres. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017)
VI - o proprietário do imóvel onde é prestado serviço de construção 
civil, pelo imposto devido pelo prestador, quando este não comprovar o 
respectivo pagamento ao Município de Curitiba;
VII - as entidades de administração de desporto, entidades de prática 
desportiva ou ligas, pelo imposto devido pelas empresas comerciais, 
administradoras das salas de bingos e congêneres;
IX - os proprietários ou arrendatários de mesas, aparelhos, equipamentos, 
máquinas de jogos ou similares, pelo imposto devido pelo prestador de 
serviço.
X - o tomador ou intermediário do serviço proveniente do exterior do 
País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País; 
XI - a pessoa jurídica de direito público, ainda que imune ou isenta, 
tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 
7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.11, 7.12, 7.16, 7.17, 7.18, 7.19, 11.02, 
16.02, 17.05 e 17.10 da Lista de Serviços Anexa. (Redação dada pela Lei 
14
Complementar nº 107/2017)
XII - as empresas seguradoras em relação aos serviços prestados de 
corretagem, perícias e avaliações de seguros; (Redação acrescida pela 
Lei Complementar nº 73/2009)
XIII - O tomador de serviços, ainda que imune ou isento, quando o 
prestador emitir Nota Fiscal autorizada por outro Município e não estiver 
cadastrado na Secretaria Municipal de Finanças de Curitiba nos termos 
do § 6º deste artigo, referente aos serviços descritos nos itens 1, 2, 3 
(exceto o subitem 3.05), 4 a 6 (exceto os subitens: 4.17, 4.22, 4.23, 5.02, 
5.03, 5.09, 6.05 e serviços de hospitais, sanatórios, manicômios, casa 
de saúde e prontos-socorros), 8, 9, 10, 13 a 15, 17 (exceto os subitens 
8.01, 9.01, 10.04, 15.01, 15.09, 17.05 e 17.10), 18, 19, 23 a 40 e subitens 
7.01, 7.03, 7.06, 7.07, 7.08, 7.13, 7.20, 7.21, 7.22, 11.03 e 12.13, todos 
constantes da Lista de Serviços Anexa. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 107/2017)
§ 1º São aplicáveis aos condomínios e outros entes despersonalizados, 
os incisos “I» e “II», deste artigo.
§ 2º Os responsáveis mencionados nos incisos V, VII, IX e XI responderão 
solidariamente pelo imposto devido, não se admitindo benefício de 
ordem. (Redação dada pela Lei Complementar nº 80/2011)
§ 3º. Compete ao responsável efetuar a retenção do imposto na fonte no 
ato do pagamento do serviço, sendo excluída a sua responsabilidade na 
hipótese da comprovação do recolhimento do imposto respectivo.
Art. 8º - A. São responsáveis, na qualidade de substitutos tributários: 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 65/2007)
I - o tomador ou intermediário do serviço proveniente do exterior do 
país ou cuja prestação tenha se iniciado no exterior do país; (Redação 
dada pela Lei Complementar nº 65/2007)
II - a pessoa jurídica de direito privado, ainda que imune ou isenta, 
tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 
7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.11, 7.12, 7.16, 7.17, 7.18, 7.19, 11.02, 
16.02, 17.05 e 17.10 da Lista de Serviços Anexa. (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 107/2017).
§ 1º Os serviços nos quais se comprove, através da nota fiscal, que o 
estabelecimento do prestador esta localizado em Curitiba, não estão 
sujeitos ao regime de substituição tributária, ficando o prestador 
responsável pelo recolhimento do imposto. (Redação dada pela Lei 
Complementar nº 65/2007)
§ 2º Os responsáveis de que trata este artigo estão obrigados ao 
recolhimento integral do imposto devido e, quando for o caso, de multa 
e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada a sua 
15
retenção na fonte. (Redação dada pela Lei Complementar nº 65/2007)
§ 3º São aplicáveis aos condomínios e a outros entes despersonalizados 
o inciso II deste artigo. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 
107/2017)
O Art. 8º e 8º-A da LC 140/2001 atribuem o dever de pagamento do tributo a pessoa 
diversa daquela que praticou o fato gerador. Neste caso a legislação vai criar uma obrigação 
de terceira pessoa, em geral o tomador do serviço, a promover a retenção do valor do tributo 
devido pelo prestador do serviço. 
1.1.6 Aspecto Quantitativo.
a) Base de cálculo:
A base de cálculo do imposto deve estar relacionada ao preço do serviço prestado, 
quando não se tratar da sistemática de recolhimento fixo. 
LC 40/2001, Art. 13. Base imponível é valor ou preço total do serviço, 
quando não se tratar de tributo fixo.
Parágrafo Único. O Poder Executivo poderá estabelecer critérios 
para estimativa de base imponível de atividade de difícil controle de 
fiscalização.
a.1) Descontos incondicionais: 
Os descontos INCONDICIONAIS não compõem a base de cálculo, por haver uma 
diminuição da contraprestação recebida. Nesse sentdo, é o entendimento do STJ: 
“Descontos no preço do serviço que forem feitos de forma incondicionada, 
sem qualquer condição, serão válidas. O preço do serviço será, portanto, 
o valor cobrado já com o desconto. Se não for comprovado que a dedução 
foi incondicionada, mas decorreu de uma certa condição, o fisco poderá 
cobrar a diferença do ISS.”
a.2) Base de cálculo nos serviços de fornecimento de mão-de-obra: 
Art. 13-A. Não se incluem na base imponível do Imposto Sobre Serviços 
de Qualquer Natureza, o valor da folha de pagamento e os respectivos 
encargos sociais do serviço descrito no item 17.05 da lista de serviços 
anexa. 
16
17.05 - Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, 
inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários, 
contratados pelo prestador de serviço.
Súmula 524 do STJ: No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas 
sobre a taxa de agenciamento quando o serviço prestado por sociedade 
empresária de trabalho temporário for de intermediação, devendo, 
entretanto, englobar também os valores dos salários e encargos sociais 
dos trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de fornecimento 
de mão deobra.
b) ISS FIXO: tributação fixa dos profissionais autônomos e das sociedades profis-
sionais:
LC 40/2001, Art. 14. As prestações de serviços consistentes no trabalho 
pessoal do próprio contribuinte serão gravadas por tributo fixo anual.
LC 40/2001, Art. 10. As sociedades profissionais, que prestem os serviços 
relacionados no § 2º, deste artigo, ficam sujeitas ao imposto na forma 
anual fixa, multiplicado pelo número de profissionais habilitados, sócios, 
empregados ou não, que prestem serviços em nome da sociedade, 
embora assumindo responsabilidade pessoal, desde que: 
I - sejam exercentes de atividade de natureza civil, de exercício 
profissional que não constitua elemento de empresa; 
III - as atividades limitem-se exclusivamente aos serviços de uma das 
alíneas do § 2º, deste artigo; 
IV - não possua pessoa jurídica como sócio; 
V - os profissionais que a compõem devem possuir habilitação específica 
para a prestação dos serviços descritos em uma das alíneas do § 2º, deste 
artigo;
VI - seus equipamentos, instrumentos e maquinário, sejam necessários 
à realização da atividade-fim e usados exclusivamente pelo profissional 
habilitado na execução do serviço pessoal e intelectual em nome da 
sociedade. 
§ 1º Para enquadramento como sociedade profissional com vistas à 
tributação fixa anual, o contribuinte deverá apresentar requerimento 
acompanhado de documentos, no prazo máximo de 30 (trinta) dias antes 
do início do exercício fiscal, declarando o preenchimento dos requisitos, 
conforme regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº 
107/2017).
§ 2º São consideradas sociedades profissionais os serviços prestados 
por:
17
a) administradores;
b) advogados;
c) agentes da propriedade industrial;
d) agrônomos;
e) arquitetos;
f) biólogos
g) contadores e técnicos em contabilidade;
h) dentistas;
i) economistas;
j) enfermeiros;
k) engenheiros;
l) fisioterapeutas;
m) fonoaudiólogos;
n) geólogos;
o) jornalistas;
p) médicos;
q) médicos veterinários;
r) nutricionistas;
s) protéticos;
t) psicólogos e psicanalistas;
u) terapeutas ocupacionais;
v) urbanistas. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017)
§ 3º O fornecimento de dados inexatos com vistas ao enquadramento 
ou permanência no regime de tributação fixa anual implicará no 
desenquadramento retroativo e no recolhimento do ISS sobre o 
faturamento, com os devidos acréscimos legais. (Redação acrescida 
pela Lei Complementar nº 107/2017)
§ 4º O pagamento de pró-labore aos administradores e aos sócios da 
sociedade profissional, não implica na exclusão do regime de ISS fixo. 
(Redação acrescida pela Lei
Complementar nº 107/2017).
Art. 11. Considera-se ocorrido o fato imponível da prestação de serviço 
por sociedades profissionais, no dia 1º de janeiro de cada exercício, ou, 
em se tratando de início de atividade, na data do pedido de inscrição no 
cadastro fiscal.
Parágrafo Único. Tratando-se de pedido originário de inscrição de 
sociedades profissionais no cadastro fiscal, o valor do imposto será 
calculado proporcionalmente ao número de meses decorridos entre a 
data do início da atividade e 31 de dezembro do mesmo exercício.
18
ATENÇÃO: Para o STF, terá direito à sistemática do ISS fixo as sociedades civis 
uniprofissionais, que tem por objeto a prestação de serviço especializado e sem caráter 
empresarial:
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido 
de que o benefício da alíquota fixa do ISS somente é devido às 
sociedades unipessoais integradas por profissionais que atuam com 
responsabilidade pessoal, não alcançando as sociedades empresariais, 
como as sociedades por quotas, cuja responsabilidade é limitada ao 
capital social. 2. ln casu, se a sociedade recorrente adotou a forma 
de cotas por responsabilidade limitada não faz jus ao privilégio do 
recolhimento do ISS com base em alíquotas fixas, previsto nos§§ 1º e 
3º do art. 9º do Decreto-Lei nº 406/68 (AgRg nos EDcl no AREsp 33.365/
PR, Rei. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 
22/11/2011, DJe 25/11/2011)
c) Alíquota:
O Art. 156, § 3º, da Constituição Federal determina que, em relação ao ISS, cabe à Lei 
complementar: fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; excluir da sua incidência exportações 
de serviços para o exterior; e regular a forma e as condições como isenções, incentivos e 
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
Nesse sentido, a LC 116/2003 estabelece como alíquota mínima 2% e máxima 5%.
LC 116/2003, Art. 8o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de 
Qualquer Natureza são as seguintes:
II – demais serviços, 5% (cinco por cento).
Art. 8o-A.   A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer 
Natureza é de 2% (dois por cento). 
§ 1o  O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou 
benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de 
cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra 
forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor 
que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, 
exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da 
lista anexa a esta Lei Complementar.  (Incluído pela Lei Complementar 
nº 157, de 2016)
No mesmo sentido a LC 40/2001:
19
LC 40/2001, Art. 4º-A. A Alíquota mínima do Imposto Sobre Serviços é de 
2% (dois por cento).
Parágrafo único. O imposto não será objeto de concessão de isenções, 
incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução 
de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer 
outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária 
menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida 
no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 
16.01 da Lista de Serviços Anexa, respeitadas as hipóteses de imunidade 
tributária previstas na Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988.
Em regra, não se pode conceder isenções, incentivos ou benefícios relacionado com 
ISS que resultem em uma alíquota inferior a 2%, salvo as exceções expressas na lei, para serviços 
específicos.
Importante ressaltar que a LC 157/2016 alterou a Lei nº 8.429/92 e determinou que 
administrador público que conceder, aplicar ou manter benefício em contrariedade ao que 
estabelece o art. 8ºA, caput e § 1º comete ato de improbidade administrativa. 
Lei 8.429/92, Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa 
qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício 
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 
8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
1.1.7 Lançamento.
De acordo com a Lei do Município de Curitiba (LC 40/2001), a modalidade do 
lançamento depende da sistemática de recolhimento do ISS. O lançamento do ISSQN variável 
se dá por homologação (art. 150 CTN) e o do ISSQN fixo de ofício (art. 149, Ido CTN).
a) ISS variável: lançamento por homologação:
LC 40/2001, Art. 16. Os contribuintes cujo imposto for calculado por 
meio de alíquotas percentuais deverão declarar e recolher o respectivo 
imposto na forma e nos prazos fixados em regulamento.
§ 1º A declaração mencionada no caput deste artigo, bem como a emissão 
de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica - NFS-e constituem confissão de 
dívida do Imposto Sobre Serviços - ISS incidente na operação, ficando 
a falta ou insuficiência do recolhimento do imposto sujeita à cobrança 
administrativa ou judicial.
§ 2º A Administração Tributária poderá notificar o contribuinte acerca 
20
dos débitos declarados mencionados no § 1º por meio de notificação de 
débito, conforme dispuser o regulamento.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui o dever de declarar o fato de não 
haver importância a recolher. (Redação dada pela Lei Complementar nº 
107/2017)
Art. 17. Os prestadores de serviços de construção civil poderão declarar 
e pagar mensalmente o imposto para cada obra.
b) Tributo fixo anual: lançamento de ofício:
LC 40/2001,Art. 18. Os contribuintes sujeitos à tributação fixa terão seu 
imposto lançado pela Fazenda Municipal e serão notificados da exigência 
mediante publicação de edital no órgão de imprensa oficial local.
Parágrafo Único. O edital de notificação, conterá:
I - nome do contribuinte com a respectiva inscrição municipal;
II - valor do imposto;
III - prazo para pagamento; e
IV - prazo para impugnação da exigência.
Art. 20. A constituição do crédito tributário por lançamento de ofício 
será formalizada por auto de infração.
1.1.8 Regime Especial de Fiscalização.
LC 41/2000, Art. 23. Quando o sujeito passivo da obrigação tributária 
oferecer à Administração dados inexatos ou que não mereçam fé, bem 
como, na hipótese de não fornecê-los, o mesmo ficará sujeito a regime 
especial de fiscalização, do qual resultará a fixação, por arbitramento, 
do valor do imposto a ser pago.
Parágrafo Único. No caso de extravio de livros e documentos fiscais, 
aplicar-se-á, igualmente, o regime previsto no “caput” deste artigo.
1.1.9 Multas.
A LC 40/2001 estabelece multas tanto para o descumprimento das obrigações 
acessórias (art. 25), quanto da obrigação principal (art. 26).
LC 40/2001, Art. 26. Quando o sujeito passivo descumprir o seu dever 
de recolher o imposto, para posterior homologação da autoridade 
administrativa, consoante o disposto no art. 16 desta lei, e tal infração 
for apurada por procedimento fiscal, a multa a ser aplicada equivalerá a 
21
40% (quarenta por cento) do valor atualizado do imposto.
§ 1º Será também de 40% (quarenta por cento) sobre o valor atualizado 
do imposto, a multa a ser aplicada no caso de não retenção do imposto 
na fonte.
§ 2º Nos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do 
terceiro em benefício daquele, especialmente nos casos de emissão de 
documento fiscal inidôneo, a multa será de 60% (sessenta por cento) 
sobre o valor atualizado do imposto.
Art. 27. Quando o sujeito passivo efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias da 
notificação do lançamento ou da data da ciência da decisão de primeira 
instância, o pagamento ou parcelamento do crédito tributário, objeto do 
auto de infração, terá o valor da multa a que se refere o artigo anterior 
reduzido, respectivamente, em 50 (cinqüenta) e 25% (vinte e cinco por 
cento).
§ 1º A fluência do prazo previsto neste artigo não é atingida pela 
ocorrência de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
§ 2º Na hipótese de pagamento ou parcelamento descumprido, o sujeito 
passivo perderá o benefício a que se refere o “caput” deste artigo.
A responsabilidade por infração é excluída pela denúncia espontânea.
1.2. IPTU - IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA.
O IPTU (Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana) é um tributo de 
competência dos Municípios, estando previsto no art. 156, I da CF/88 e delineado pelos artigos 
32 a 34 do CTN.
CF, Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I – propriedade predial e territorial urbana;
CTN,  Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a 
propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou 
por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana 
do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a 
definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de 
melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, 
construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
22
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para 
distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) 
quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de 
expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos 
competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, 
mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo 
anterior.
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o 
valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, 
no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento 
ou comodidade.
Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do 
seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
1.2.1 Hipótese de Incidência.
O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel 
localizado na zona urbana do Município
LC 40/2001, Art. 32. Hipótese de incidência do Imposto Sobre a 
Propriedade Predial e Territorial Urbana é a propriedade, o domínio útil 
ou a posse de imóvel situado na zona urbana.
Parágrafo Único. Entende-se como zona urbana a que apresentar os 
requisitos mínimos de melhoramentos, indicados em lei nacional, e 
também as áreas urbanizáveis ou de expansão urbana, constantes de 
loteamentos aprovados pela Prefeitura, destinados à habitação ou 
atividades econômicas.
De acordo com a doutrina, para que ocorra o fato gerador do IPTU, deve haver a 
disponibilidade econômica da propriedade, do domínio útil ou da posse, o que exclui de sua 
incidência a posse com conteúdo não econômico, como aquela exercida pelo locatário ou mero 
detentor.
Dessa forma, a incidência do IPTU é afastada nas situações em que a posse é exercida 
precariamente ou nos demais casos em que, embora envolvam direitos reais, não estejam 
diretamente correlacionadas com a aquisição da propriedade.
23
a) Atenção! IPTU e imóvel de ente público cedido à empresa privada:
O INFORMATIVO 861 DO STF, ABAIXO COLACIONADO, CONSUBSTANCIA TESE 
FAVORÁVEL À FAZENDA MUNICIPAL EM RELÇAO AO IPTU.
IPTU e imóvel de ente público cedido a empresa privada-3. Incide o 
IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a 
pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo. 
Esse é o entendimento do Plenário, que, em conclusão de julgamento 
e por maioria, deu provimento a recurso extraordinário em que se 
discutia a incidência do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) sobre 
imóvel de propriedade de ente público — no caso, a Empresa Brasileira 
de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) — concedido a empresa 
privada exploradora de atividade econômica com fins lucrativos — 
v. Informativos 813 e 860.
O Colegiado pontuou que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, 
“a” (1), da Constituição Federal (CF) não foi concebida com o propósito 
de permitir que empresa privada atue livremente no desenvolvimento 
de atividade econômica e usufrua de vantagem advinda da utilização de 
bem público. Asseverou que a referida previsão decorre da necessidade 
de observar-se, no contexto federativo, o respeito mútuo e a autonomia 
dos entes. Não cabe estendê-la para evitar a tributação de particulares 
que atuam no regime da livre concorrência. Nesse contexto, salientou 
que, uma vez verificada atividade econômica, nem mesmo as pessoas 
jurídicas de direito público gozam da imunidade (CF, art. 150, § 3º) (2).
Assentou que o IPTU representa relevante custo operacional, comum 
a todos que exercem a atividade econômica da recorrida. Afastar tal 
ônus de empresa que atua no setor econômico, a partir de extensão 
indevida da imunidade recíproca, implica desrespeito ao princípio da 
livre concorrência (CF, art. 170, IV) (3), por conferir ao particular uma 
vantagem inexistente para os concorrentes. Ademais, ressaltou que a 
hipótese de incidência do IPTU não se limita à propriedade do imóvel, 
pois inclui o domínio útil e a posse do bem. O mesmo entendimento vale 
para o contribuinte do tributo, que não se restringe ao proprietário do 
imóvel, mas alcança tanto o titular do domínio útil quanto o possuidor 
a qualquer título. Nesse sentido, o Colegiado ponderou que nãohá falar 
em ausência de legitimidade da empresa ora recorrida para figurar em 
polo passivo da relação jurídica tributária.
IPTU: imunidade tributária recíproca e cessão de uso de bem público – 5
Na linha do que foi decidido no julgamento do RE 601.720/RJ, no qual 
fixou-se a tese de repercussão geral no sentido da incidência do Imposto 
24
sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), considerado 
imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica 
de direito privado, devedora do tributo, o Plenário, por maioria, deu 
provimento a recurso extraordinário interposto pelo Município do Rio de 
Janeiro contra acórdão que afastou, com base no disposto no art. 150, 
VI, “a”, da Constituição Federal (CF) (1), a cobrança do citado imposto 
relativamente à empresa detentora da concessão de uso de imóvel 
situado em aeroporto de propriedade da União — v.  Informativo597. 
Prevaleceu o voto do ministro Joaquim Barbosa (relator).
O ministro considerou que a atividade exercida pela recorrida é alheia 
à administração aeroportuária, já que explora ramo do comércio de 
importação e exportação de veículos automotores, peças, acessórios, 
oficina mecânica, reparos, pintura de quaisquer veículos e outras 
atividades correlatas ao ramo automobilístico. Dessa forma, a atividade 
tem por finalidade aumentar o patrimônio das pessoas que se associaram 
na empreitada, não sendo destinada à filantropia ou à benemerência. 
Além disso, o contrato firmado prevê que a responsabilidade pelo 
pagamento de tributos municipais recai sobre o concessionário. Por 
isso, dificilmente seria possível concordar que a tributação implica 
surpresa ao contribuinte, que leva em conta a carga tributária em suas 
previsões de custo. Por fim, a desoneração concedida tem como efeito 
colateral garantir vantagem competitiva artificial. Afinal, a retirada de 
um custo permite o aumento do lucro ou a formação de preços menores, 
o que provoca desequilíbrio das relações de mercado. Consignou ser 
o momento de revisão da jurisprudência da Corte, a fim de que fosse 
assentada a inaplicabilidade da imunidade tributária recíproca à 
propriedade imóvel desvinculada de finalidade estatal.
Na questão de a recorrida não poder ser considerada sujeito passivo da 
exação, por ser incabível sua qualificação como “possuidora a qualquer 
título”, o relator superou orientação consolidada pela Segunda Turma. 
Com isso, concluiu que a matéria poderia ser objeto de apreciação 
em recurso extraordinário e afastou, em consequência, a aplicação 
dos Enunciados 279 e 283 da Súmula do Supremo Tribunal Federal 
(STF). Afirmou que a definição do sujeito passivo do IPTU depende de 
interpretação constitucional, pois, com fundamento na competência 
tributária, o ente federado cobra validamente o tributo. Salientou que 
o art. 34 do Código Tributário Nacional (CTN) deve ser lido à luz da 
Constituição, com ênfase em três pontos: materialidade possível do 
IPTU, isonomia e livres iniciativa e concorrência.
Entendeu que a sujeição passiva também abarca a figura do responsável 
tributário, não podendo o tribunal de origem pura e simplesmente 
julgar ser a tributação inválida, porquanto direcionada a quem não é 
25
proprietário.
Assinalou, ainda, a existência de termo de responsabilidade — em que 
se firmou a responsabilidade do concessionário pelo pagamento de 
tributos municipais — a compor o conjunto fático-probatório, o que 
torna desnecessária a reabertura de instrução para decidir esse caso.
Destacou que o locatário empresarial com fins lucrativos também 
é possuidor a qualquer título, para fins de incidência do IPTU, nos 
termos constitucionais. Resgatou, no ponto, a essência do Enunciado 
456 da Súmula do STF (3) para adequar o julgado às linhas essenciais 
que dariam sentido tanto à imunidade tributária como à atribuição de 
sujeição passiva.
b) IPTU em casos de loteamento irregular:
Ainda que o loteamento não esteja regularizado, ou seja, mesmo que não haja 
o registro imobiliário individual das unidades autônomas, pode o Município proceder ao 
lançamento do IPTU de forma individualizada, uma vez que a Fazenda Pública Municipal não 
está vinculada de maneira absoluta ao que dispõe na matrícula do imóvel. 
Assim, pode o Fisco realizar o lançamento tributário com base em situação fática, 
desde que identificado, motivadamente, o fato gerador e o sujeito passivo do tributo. Portanto, 
se a situação fática demonstrar que existem unidades divididas (terrenos autônomos), 
ainda que dentro de uma mesma matrícula, é possível, juridicamente, haver lançamentos 
individualizados.
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPTU. TRIBUTAÇÃO SOBRE NOVAS 
UNIDADES AUTÔNOMAS CONSTRUÍDAS EM EDIFÍCIO RESIDENCIAL. 
DESNECESSIDADE DA INSCRIÇÃO PRÉVIA INDIVIDUALIZADA NO 
REGISTRO DE IMÓVEIS. LEGALIDADE DA EXAÇÃO. INTELIGÊNCIA DOS 
ARTS. 32, 34 E 116, INCISO I, DO CTN. 1. Cinge-se a controvérsia em se 
estabelecer a possibilidade de o fisco, verificando alteração em imóvel 
pré-existente, que se dividiu em unidades autônomas, poder proceder a 
novas inscrições de IPTU, sem que haja registro das novas unidades em 
cartório de imóveis. 2. O art. 32 do CTN estabelece que o fato gerador 
do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse. O art. 34 do referido 
diploma preconiza que o “Contribuinte do imposto é o proprietário do 
imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.” 
3. É absolutamente dispensável qualquer exigência de prévio registro 
imobiliário das novas unidades para que se proceda ao lançamento do 
IPTU individualizado, uma vez que basta a configuração da posse de 
bem imóvel para dar ensejo à exação. Vários são os precedentes do STJ 
nesse sentido, dentre eles: REsp 735.300/SP, Rel. Ministra Denise Arruda, 
26
Primeira Turma, DJe 03/12/2008. 4. É suficiente para ensejar a cobrança 
do IPTU a verificação das unidades autônomas acrescidas ao imóvel, 
uma vez ser “cediço que os impostos reais (IPTU e ITBI, em especial) 
referem-se aos bens autonomamente considerados.” (REsp 722.752/RJ, 
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 11/11/2009). 5. 
Recurso especial provido.
c) ATENÇÃO! 
Súmula 626 do STJ, aprovada em 12/12/2018, com alta probabilidade de cobrança 
em concursos municipais.
Súmula 626 do STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área 
considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não 
está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, 
§ 1º, do CTN.
OBS.: O edital da PGM-Curitiba prevê, no ponto 15, o ITR (15. Imposto Territorial 
Rural). Recomenda-se a leitura da explicação sobre o ITR feita no site Dizer o Direito, que pode 
ser encontrada nesse link:
 
https://www.dizerodireito.com.br/2018/02/imposto-sobre-propriedade-territorial.
html
O ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) é um imposto federal previsto 
no art. 153, VI, da CF/88, nos arts. 29 a 31 do CTN e na Lei nº 9.393/96. Trata-se de um Imposto 
com finalidade extrafiscal, direto, sujeito a lançamento por homologação.
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade 
territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou 
a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização 
fora da zona urbana do Município.
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de 
seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
De acordo com o art. 29 do CTN, o ITR tem como fato gerador a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de um bem imóvel por natureza (como definido na lei civil) e que esteja 
localizado fora da zona urbana do Município. 
27
O conceito de imóvel rural é dado por exclusão. O CTN, em seu art. 32, §§ 1º e 2º, 
explica em que consiste o imóvel urbano para fins de incidência do IPTU. Se o imóvel não se 
enquadrar em tais critérios, será considerado rural. Dessa forma, em regra, o ITR incide apenas 
sobre imóveis rurais. No entanto,de acordo com o STJ, incide o ITR (e não o IPTU) sobre 
imóveis comprovadamente utilizados para exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária 
ou agroindustrial, ainda que localizados em áreas consideradas urbanas pela legislação 
municipal. 
CTN, Art. 32 § 1º. Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona 
urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da 
existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos 
incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para 
distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) 
quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de 
expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos 
competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, 
mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo 
anterior.
De acordo com o CTN, para que o Município preveja, na lei, que determinada área está 
incluída na zona urbana, é necessário que nesse local existam dois ou mais dos melhoramentos 
citados no art. 32, § 1º do CTN. 
Além disso, a lei municipal poderá prever o conceito de área urbanizável ou de 
expansão urbana (art. 32, §2º do CTN), que são aquelas que abrangem loteamentos aprovados 
pelos órgãos competentes e que são destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mas 
que não se enquadram na definição do § 1º do art. 32. São áreas ainda em início de expansão, 
nas quais ainda não há tantos melhoramentos feitos pelo Poder Público, mas nas quais o 
Município já pode cobrar IPTU.
Dessa forma, de acordo com a súmula, as áreas urbanizáveis ou de expansão urbana 
podem sujeitar-se a cobrança do IPTU, ainda que não existam os melhoramentos previstos.
28
1.2.2 Sujeito Passivo.
CTN. Art. 34. O contribuinte do imposto é o proprietário, o titular do 
domínio útil ou o possuidor do imóvel.
Parágrafo Único. Quando um imóvel possuir mais de um proprietário, 
titular do domínio útil ou possuidor, o imposto será lançado, à critério 
da Administração, em nome de um destes, o qual assumirá a qualidade 
de responsável solidário tributário.
O STJ, ao interpretar o art. 34 do CTN, afirma que a posse tributária é a que exterioriza 
o domínio, e não aquela exercida pelo locatário ou pelo comodatário. Portanto, para que o 
possuidor seja considerado contribuinte do IPTU, é necessário que haja o denominado animus 
domini. Posse animus domini (com ânimo de dono) é aquela posse demonstrada por quem se 
considera o dono do imóvel, que gera direito à usucapião. 
Nesse sentido é a súmula 614 do STJ
Súmula 614 do STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para 
discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao 
imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos.
a) Promissário comprador:
A jurisprudência já decidiu ser possível eleger o promissário comprador como 
responsável solidário pelo pagamento de IPTU, uma vez possuir interesse comum sobre o 
direito de propriedade imobiliária: 
A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o 
promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto 
seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade 
registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis 
pelo pagamento do IPTU (REsp 1.110.551/SP, 1ª Seção, Rei. Min. Mauro 
Campbel Marques, DJe de 18.6.2009 - recurso submetido à sistemática 
prevista no art. 543-C do CPC). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg 
no AREsp 114.617/RS, Rei. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 14/05/2012)
b) IPTU e desapropriação:
Na hipótese de desapropriação do imóvel, entende a jurisprudência que persiste a 
responsabilidade do proprietário, mesmo após o decreto expropriatório, enquanto não tenha 
sido deferida e efetivada a imissão provisória na posse. Somente com a imissão provisória 
29
da posse é que a responsabilidade tributária referente ao IPTU passará a ser da entidade 
expropriante, nos termos do entendimento do Superior Tribunal de Justiça:
A simples declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação, 
não retira do proprietário do imóvel o direito de usar, gozar e dispor 
do seu bem, podendo até aliená-lo. Enquanto não deferida e efetivada 
a imissão de posse provisória, o proprietário do imóvel continua 
responsável pelos impostos a ele relativos (STJ. REsp 239.687/SP, 
Primeira Turma, Rei. Min. Garcia Vieira, DJ de 20.3.2000).
c) IPTU e Imunidades em relação a imóveis vagos:
De acordo com o STF, a imunidade tributária, prevista no art. 150, VI, e, da CF/88, aplica-
se aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de propriedade das instituições de educação e 
de assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos legais. Nesse caso, não cabe 
ao ente imune demonstrar que utiliza o bem de acordo com suas finalidades institucionais, 
sendo ônus da Administração tributária demonstrar a eventual desvio de finalidade do bem.
1.2.3 Aspecto Temporal.
A Lei municipal de Curitiba define o momento em que se considera ocorrido o fato 
gerador do IPTU: 1 ° de janeiro de cada ano.
LC 40/2001, Art. 33. Considera-se ocorrido o fato imponível no dia 1º de 
janeiro de cada exercício financeiro.
1.2.4 Aspecto Quantitativo.
a) Base de cálculo:
Segundo o art. 33 do Código Tributário Nacional e art. 36 da LC 40/2001, a base de 
cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, sendo identificado como o preço real de venda, isto 
é, o valor que o imóvel alcançaria em condições de compra e venda no mercado. 
A determinação da base de cálculo deverá ocorrer por critérios técnicos determinados 
em lei municipal. Diante da impossibilidade de haver uma avaliação individual de cada imóvel, é 
comum os Municípios estabelecerem critérios genéricos para apuração do valor venal. Por isso, 
na maioria das situações, o valor venal dos imóveis é definido na Planta Genérica de Valores, a 
qual determina o preço do metro quadrado por região.
LC 40/2001. Art. 35. Base imponível do imposto é o valor venal do imóvel.
30
Art. 36. O valor venal do imóvel será determinado, mediante avaliação, 
tomando-se como referência os valores unitários constantes da Planta 
Genérica de Valores Imobiliários e características do imóvel.
§ 1º Prevalecerá sobre os critérios da Planta Genérica de Valores 
Imobiliários o valor comprovado de determinado imóvel.
§ 2º Fica o Poder Executivo obrigado a encaminhar até 15 de outubro 
do exercício referente ao primeiro ano do respectivo mandato, ao Poder 
Legislativo, projeto de lei com proposta de atualização dos valores 
unitários de metro quadrado de construção e de terreno previstos nesta 
Lei Complementar, bem como o regramento de cobrança do IPTU.
Art. 37. Para determinação da base imponível que exceda a mera 
atualização monetária, será editada Planta Genérica de Valores 
Imobiliários a ser elaborada com base no Preço corrente de mercado, 
observados os seguintes elementos: 
I - infra-estrutura de cada logradouro;
II - potencial construtivo;
III - tipo de via;
IV - edificações; e
V - outros dados relevantes.
Parágrafo Único. A Planta Genérica de Valores Imobiliários, que atenderá 
aos critérios estabelecidos neste artigo, conterá valores unitários para 
o metro quadrado do terreno, compatível com as características dos 
diferentes setores da área urbana e valores unitários para o metro 
quadrado da construção, em função do padrão de acabamento, materiais 
empregados e características de utilização.
Art. 38. As características do imóvel, a serem consideradas na avaliação, 
especificadas em regulamento, serão:
I - área;
II - topografia;
III - testadas;
IV - edificações, com seu grau de obsolência;
V - fatores de correção; e
VI - outros dados relevantes para determinaçãode valores imobiliários.
Atenção! O aumento da base de cálculo do IPTU somente poderá ocorrer mediante 
lei.
Súmula 160 do STJ: É defeso ao município atualizar o IPTU, mediante 
decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.
31
Mas a mera aplicação de correção monetária aos valores venais pode ser feita via 
Decreto, a teor do disposto no § 2°, do artigo 97 do CTN, desde que não seja acima do índice 
oficial.
Ademais, no que se refere à fixação da base de cálculo do IPTU, tal alteração respeita 
o princípio da anterioridade, mas não se submete à noventena. Deste modo, sendo a alteração 
da base de cálculo publicada até o dia 31 de dezembro, poderá ser aplicada já no 1º dia do 
exercício seguinte.
Por outro lado, se for o caso de aumento de alíquotas, a legislação deverá cumprir o 
princípio da anterioridade, bem como a “vacatio” constitucional de 90 (noventa) dias.
b) Alíquota:
CF, Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o artigo 
182, § 4º, inciso li, o imposto previsto no inciso I poderá: 
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e 
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
De acordo com a LC 40/2001, as alíquotas serão diferenciadas em relação à destinação 
do imóvel, e progressivas em razão de seu valor venal.
LC 40/2001, Art. 39. As alíquotas do imposto serão diferenciadas em 
função da utilização e progressivas em razão do valor venal dos imóveis, 
fracionado por faixas, nas tabelas previstas no Anexo II desta lei. (Vide 
Decreto nº 2257/2017)
Parágrafo Único. O imposto será determinado pela somatória dos 
resultados obtidos com a incidência de cada alíquota sofre a fração de 
valor venal correspondente.
Art. 40. Quanto à utilização, os imóveis serão classificados em:
I - residencial;
II - não residencial;
III - misto; e
IV - territorial.
Parágrafo Único. Imóveis de uso misto são aqueles que possuem mais de 
uma utilização.
Art. 41. Para efeito de enquadramento nas tabelas do Anexo II, na 
hipótese de imóveis de uso misto, o valor venal será considerado 
proporcionalmente de acordo com a área destinada a cada uso.
32
Antes da Emenda Constitucional nº 29/00, a progressividade das alíquotas do IPTU 
era possível apenas na hipótese do art. 182, parágrafo 4° da Constituição Federal, ou seja, para 
atender à função social da propriedade urbana. Até então, prevalecia o entendimento de que, por 
ser imposto de natureza real, o IPTU não poderia ser progressivo, em razão da impossibilidade 
de aferição das características pessoais do contribuinte.
A EC 20/00, declarada constitucional pelo STF, autorizou o estabelecimento de 
alíquotas progressivas para o cumprimento de funções extrafiscais, levando em conta o valor, 
localização e uso do imóvel, além da estimulo ao cumprimento da função social da propriedade. 
ATENÇÃO: o STF, interpretando a EC 29/00, assentou que a progressividade só 
poderia ocorrer posteriormente a ela, o que deu ensejo à edição da súmula 668.
Súmula 668 do STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha 
estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas 
progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento 
da função social da propriedade urbana.
A progressividade relacionada ao cumprimento da função social da propriedade está 
disposta no art. 182, §4º, da CF: 
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder 
Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por 
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade 
e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para 
cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da 
política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às 
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano 
diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e 
justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica 
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do 
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, 
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, 
de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo 
no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública 
33
de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo 
de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, 
assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Dessa forma, é correto afirmar que a progressividade do IPTU pode ter função fiscal 
ou extrafiscal.
A majoração das alíquotas do IPTU deve respeitar os princípios da legalidade, 
anterioridade e anterioridade nonagesimal, de modo que poderá ocorrer através de lei ordinária, 
com eficácia a partir do exercício seguinte e depois de decorridos noventa dias.
No caso do IPTU não existe limitação de alíquotas (máximas ou mínimas) na 
Constituição Federal, como ocorre com o ISSQN. Assim, o Município terá liberdade de estabelecer 
as alíquotas com o fim de estimular o desenvolvimento urbano, conforme diretrizes do Plano 
Diretor.
LC 40/2001, Art. 42. Não se considera edificado o imóvel cujo valor 
da construção não alcance a 20ª (vigésima) parte do valor venal do 
respectivo terreno, à exceção daquele de:
I - uso próprio, exclusivamente residencial, cujo terreno, nos termos da 
legislação específica, não seja divisível;
II - uso residencial, cuja área construída represente um coeficiente de 
aproveitamento não inferior a 5,0% (cinco por cento) do coeficiente 
máximo previsto na legislação de uso do solo;
III - uso residencial associado à produção de hortifrutigranjeiros, cuja 
área destinada a este fim, não seja inferior a 2/3 (dois terços) da área do 
terreno;
IV - uso não residencial vinculado ao alvará de funcionamento, cuja 
área destinada a este fim não seja inferior a 2/3 (dois terços) da área do 
terreno.
Parágrafo Único. Também não se considera edificado, o imóvel com 
construção paralisada, em ruínas ou edificações inadequadas à 
utilização de qualquer natureza.
Art. 43. Serão aplicadas as alíquotas de:
I - imóveis residenciais, àqueles onde estiverem edificados e instalados 
hotéis, assim considerados os estabelecimentos utilizados como meio 
de hospedagem de turismo, que satisfaçam as condições previstas na 
legislação específica;
II - imóveis residenciais, aqueles onde estiverem edificados e instalados 
hospitais conveniados com o SUS - Sistema Único de Saúde. (Redação 
dada pela Lei Complementar nº 48/2003)
34
III - imóveis não residenciais, àqueles não edificados nos dois exercícios 
subseqüentes ao da expedição do alvará de construção classe A.
§ 1º O benefício previsto no inciso III deste artigo, será concedido uma 
única vez para cada imóvel.
§ 2º Na hipótese de conclusão total da obra, durante o prazo previsto no 
inciso III deste artigo, o benefício cessará no exercício subseqüente ao 
da data da expedição do CVCO-Certificado de Vistoria e Conclusão de 
Obras.
1.2.5 Lançamento.
O IPTU é cobrado através de lançamento de ofício, nos termos do art. 149, I do 
CTN, através do qual o Município liquida a obrigação tributária e promove a notificação do 
contribuinte e responsáveis.
LC 40/2001, Art. 44. O Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial 
Urbana será lançado anualmente, de ofício, considerando-se as 
circunstâncias objetivas e subjetivas existentes à data da ocorrência do 
fato imponível.
Súmula 397 do STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento 
pelo envio do carnê ao seu endereço.
A notificação do lançamento do IPTU ocorre com o envio da correspondente guia derecolhimento do tributo para o endereço do imóvel do contribuinte, com as informações que 
lhe permitam, caso não concorde com a cobrança, impugná-la administrativa ou judicialmente. 
Para afastar tal presunção, cabe ao contribuinte comprovar o não recebimento da guia. (AgRg 
no AgRg no Ag 1392278/MG, Rei. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 
23/10/2012, DJe 31/10/2012)
ATENÇÃO: A legislação de Curitiba estabelece que a notificação do contribuinte será 
realizada mediante publicação de edital no órgão de imprensa oficial e em jornal de grande 
circulação.
Art. 45. O contribuinte será notificado da exigência do Imposto Sobre a 
Propriedade Predial e Territorial Urbana, mediante publicação de edital 
no órgão de imprensa oficial local e em jornal de grande circulação. 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 65/2007)
Parágrafo Único. O edital de notificação, conterá:
III - prazo para pagamento; e
IV - prazo para impugnação da exigência;
V - locais para retirada do talão do imposto ou segunda via, inclusive por 
meio eletrônico. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 65/2007)
35
1.2.6 Hipóteses de Isenção.
A LC 40/2001 prevê, no art. 46, hipóteses de isenção do imposto.
Art. 46. O Poder Executivo não lançará o Imposto sobre a Propriedade 
Predial e Territorial Urbana.
I - Para imóveis de utilização residencial, desde que com padrão simples 
de acabamento, conforme previsto em regulamento, com área total 
construída igual ou inferior a 70,00m² (setenta metros quadrados) e 
cujo valor venal respectivo seja igual ou inferior a R$ 140.000,00 (cento e 
quarenta mil reais); (Redação dada pela Lei Complementar nº 91/2014).
II - quando o valor do imposto apurado for inferior a R$ 10,00 (dez reais).
III - em áreas objeto de regularização fundiária, processos de 
parcelamento do solo urbano promovidos pela Companhia de Habitação 
Popular de Curitiba - COHAB-CT e aqueles em parceria com a iniciativa 
privada, nos 02 (dois) anos subseqüentes a data de registro do projeto 
de Parcelamento de Solo Urbano junto à competente Circunscrição 
Imobiliária. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 60/2007)
1.2.7 STJ - Teses sobre IPTU.
A Edição nº 55 do Jurisprudência em Teses traz o posicionamento do Superior 
Tribunal de Justiça acerca do tema impostos municipais. Os entendimentos foram extraídos de 
precedentes publicados até 12/02/2016:
1) É legítima a cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU sobre imóveis 
situados em área de expansão urbana, ainda que não dotada dos melhoramentos previstos no 
art. 32, § 1º, do CTN;
2) O cessionário de direito uso de imóvel público não é contribuinte do IPTU, pois 
detém a posse mediante relação de natureza pessoal, sem animus domini;
3) O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu 
endereço. (Súmula 397/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 116);
4) Cabe ao contribuinte comprovar a ausência de notificação do lançamento tribu-
tário pelo não recebimento do carnê de cobrança do IPTU. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C 
do CPC/73 – Tema 248);
5) É defeso ao município atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior 
ao índice oficial de correção monetária. (Súmula 160/STJ);
36
6) Nos tributos em que o lançamento se dá de ofício, como é o caso do IPTU, o prazo 
prescricional para se pleitear a repetição de indébito é de cinco anos, contados a partir da data 
em que se deu o pagamento do tributo, nos termos do art. 168, I, do CTN. (Tese julgada sob o 
rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 229);
7) O locatário, por não ostentar a condição de contribuinte ou de responsável, não 
tem legitimidade ativa para litigar em ações de natureza tributária envolvendo o IPTU;
8) O usufrutuário de imóvel urbano possui legitimidade ativa para questionar o 
IPTU;
9) É possível a utilização da metragem do imóvel como base de cálculo da cobrança 
da taxa de coleta de lixo, pois não se confunde com a base de cálculo que se utiliza para o cál-
culo do IPTU;
10) A publicação oficial da planta de valores imobiliários é obrigatória para fins de 
apuração da base de cálculo do IPTU;
11) Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, 
desde que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou 
agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966). (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 
174);
12) O ônus de provar que o imóvel não está afetado à destinação institucional da au-
tarquia ou da fundação recai sobre o ente tributante que pretende afastar a imunidade;
13) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel perten-
cente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição Federal, desde que 
o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituí-
das. (Súmula Vinculante n. 52);
14) A arrematação em hasta pública exonera a reponsabilidade do adquirente pelo 
pagamento do IPTU, havendo a sub-rogação do crédito tributário sobre o preço pelo qual foi 
arrematado o bem (art. 130, parágrafo único, do CTN);
15) A previsão expressa no edital acerca da existência de débitos de IPTU sobre o 
imóvel arrematado transfere ao arrematante a responsabilidade pela sua quitação, o que não 
acarreta ofensa ao parágrafo único do art. 130 do CTN;
16) Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU. (Súmula 399/
STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 122);
37
17) O promitente comprador do imóvel e o proprietário/promitente vendedor são 
contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do 
CPC/73 – Tema 122).
1.3. ITBI – IMPOSTO DE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS E DE DIREITOS A ELE 
RELATIVOS. LEI COMPLEMENTAR Nº 108 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2017.
O ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis e de direitos a eles relativos) é um 
tributo de competência dos Municípios, estando previsto no art. 156, II da CF/88. No Município 
de Curitiba, é regulamentado pela LC 108/2017.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao 
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, 
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou 
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
II - compete ao Município da situação do bem.
1.3.1 Aspecto Material.
O Fato Gerador do ITBI será a transmissão imobiliária “inter vivos” praticado a 
título oneroso. Assim, a incidência de tributo abarca toda transmissão, a título oneroso, de 
propriedade imóvel, domínio útil, bem como direitos reais sobre estes (salvo os de garantia), 
excluindo a sucessão causa mortis e doação, que está sob competência tributária estadual.
LC 108/2017, Art. 1º. O imposto sobre a transmissão “inter vivos” de 
bens imóveis e de direitos a eles relativos - ITBI - tem como hipóteses de 
incidência:
I - a transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de 
bens imóveis por natureza ou acessão física;
II - a transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de 
direitos reais sobre bens imóveis, exceto os de garantia;
III - a cessão, por ato oneroso, de direitos relativos à aquisição de bens 
imóveis.
Parágrafo único. O imposto de que trata este artigo refere-se a atos e 
contratos relativos a imóveis situados no território do Município de 
Curitiba.
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Art. 2º. Estão compreendidos na incidência do imposto:
I - compra e venda;
II - dação em pagamento;
III - permuta;
IV - instituição

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