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OUSE PRA GERAL DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSO TRIBUTÁRIO Material disponibil izado no curso: PGM-CURITIBA OBJETIVA 2 DIREITO TRIBUTÁRIO LEGISLAÇÃO LOCAL: IMPOSTOS MUNICIPAIS Fonte: Tributos em Espécie para Concursos (3ª Edição) PONTO DO EDITAL: 26. Leis Municipais: Lei Complementar Municipal nº 40/2001 e suas alterações. Lei Complementar Municipal nº 108/2017 1. LEI COMPLEMENTAR 40/2001. DISPÕE SOBRE OS TRIBUTOS MUNICIPAIS. 1.1 ISS: IMPOSTO SOBRE SERVIÇO DE QUALQUER NATUREZA. O ISS é tributo de competência municipal previsto no art. 156, III, da CF/88: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior; III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. O ISS é regulamentado de forma geral pela Constituição Federal (Art. 156, III, da CF/88). Em âmbito nacional, é disciplinado pela LC 116/2003, que estabelece suas normas gerais. Em âmbito local, cada Município deve editar uma lei municipal tratando sobre o imposto, para que o mesmo possa ser instituído e cobrado. Esta lei local não pode contrariar a LC 116/2003 nem prever serviços que não estejam expressos na lei federal. 1.1.1 Fato Gerador. A Lei Complementar nº 116/2003 define como fato gerador do ISS a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. Ou seja, há um rol de serviços sobre os quais poderão incidir ISS, excluindo-se os serviços de competência dos Estados (transporte interestadual, intermunicipal e serviços de comunicação), conforme determina a CF. No mesmo sentido, a LC Municipal 40/2001, prevê, no art. 1º, a hipótese de incidência do ISS: 3 Art. 1º. Hipótese de incidência do Imposto Sobre Serviços é toda prestação de serviço, qualquer que seja sua natureza, de acordo com a lista prevista no Anexo I, parte integrante desta lei, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. ATENÇÃO: embora a lista anexa de serviços seja taxativa (exaustiva), STF e STJ admitem a interpretação extensiva do rol, de forma a abarcar os serviços congêneres àqueles previstos taxativamente. Nesse sentido: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DISCUSSÃO ACERCA DA INCIDÊNCIA DO ICMS OU ISS SOB A MONTAGEM DE PNEUS. PREVISÃO NA LISTA ANEXA DA LEI COMPLEMENTAR 116/2003, ITEM 14.01. INCIDÊNCIA DO ISS. 1. Cinge-se a controvérsia dos autos acerca da incidência do ISS ou ICMS sob a montagem de pneus. 2. A jurisprudência do STJ, vem se manifestando no sentido de que quando houver o desenvolvimento de operações mistas, deve ser verificado a atividade desenvolvida pela empresa, a fim de definir o imposto a ser recolhido. Sendo que se “ a atividade desenvolvida estiver sujeita à lista do ISSQN, o imposto a ser pago é o ISSNQ, inclusive sobre as mercadorias envolvidas, com a exclusão do ICMS sobre elas, a não ser que conste expressamente da lista a exceção” (EDcl no AgRg no AgRg no REsp 1.168.488/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 21/6/10). 3. A lista de serviços anexa à LC 116/2003, que estabelece quais serviços sofrem a incidência do ISS, comporta interpretação extensiva, para abarcar os serviços correlatos àqueles previstos expressamente, uma vez que, se assim não fosse, ter-se-ia, pela simples mudança de nomenclatura de um serviço, a incidência ou não do ISS. 4. Realizando-se uma interpretação extensiva da legislação de regência verifica-se que o serviço de montagem de pneus encontra-se inserido dentro do item 14.01 da lista anexa à Lei Complementar 116/2003, por se enquadrar dentro do item manutenção e conservação de veículos. Desta forma não há que se falar em incidência do ICMS quanto ao serviço de montagem de pneus. 5. Vale destacar que a Segunda Turma do STJ, no julgamento do REsp 33.880, de relatoria do Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, sob a égide do Decreto-Lei 406/1968 (que quanto ao ponto possui item com idêntica redação à atual - manutenção e conservação de veículos) assentou que o serviço de montagem de pneus não estaria sujeito ao ICMS, mas sim ao ISS. 4 6. Recurso especial não provido. (REsp 1307824/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 09/11/2015) ISS - serviços bancários - lista de serviços - taxatividade “Tributário. Serviços bancários. ISS. Lista de serviços. Taxatividade. Interpretação extensiva. 1. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento de que é taxativa a Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei n 406/1968, para efeito de incidência de ISS, admitindo-se, aos já existentes apresentados com outra nomenclatura, o emprego da interpretação extensiva para serviços congêneres. (STJ- REsp 1.111.234/PR- (2009/0015818-9) - lg S. - ReW Min. Eliana Calmon -DJe 08.10.2009) Em relação à hipótese de incidência, vale destacar que a prestação de serviços para fins de incidência de ISSQN refere-se a uma obrigação de fazer, sendo importante para a análise da incidência tributária a prestação em si, ou seja, o desenvolvimento de uma atividade, e não seu resultado (produto). Nesse sentido, o STF, definiu que a atividade de locação de bens móveis se trata de uma obrigação de dar, não havendo o predomínio da prestação em si, mas do seu produto, afastando a incidência de ISSQN (Súmula Vinculante nº 31). No entanto, se houver ao mesmo tempo locação de bem móvel e prestação de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir o primeiro. 1.1.2 Análise de alguns serviços. a) Exportação de serviços: não incidência: Lei Complementar nº 116/2003 Art. 2º O imposto não incide sobre: I - as exportações de serviços para o exterior do País; Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por residente no exterior b) Serviços de informática: Em relação aos produtos de informática, deve-se distinguir os programas feitos em grande escala (software de prateleira), que estão sujeitos ao ICMS e aqueles softwares elaborados sob encomenda, sujeitos ao ISSQN. 5 Os programas de computador desenvolvidos para clientes, de forma personalizada, geram incidência do ISS. Diferentemente, se o programa é criado e vendido de forma impessoal para clientes que os compra como uma mercadoria qualquer, esta venda é gravada com o ICMS (REsp 216.967/SP, 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, relatora ministra Eliana Calmon, DJ de 22/04/01, p. 185). c) Leasing (arrendamento mercantil): Em relação às operações de leasing, que comportam três modalidades (leasing financeiro, lease operacionais e lease-back), o STF decidiu que apenas as hipóteses de leasing financeiro e lease-back são considerados serviços e, portanto, passíveis de incidência do ISSQN: EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. ARRENDAMENTO MERCANTIL. OPERAÇÃO DE LEASING FINANCEIRO. ARTIGO 156, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O arrendamento mercantil compreende três modalidades, [iJ o leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado lease-back. No primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, sobre o qual o 155 pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses do leasing financeiroe do lease-back. Recurso extraordinário a que se dá provimento. {RE 547245, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 02/12/2009) Esta Corte Constitucional definiu que existem de fato três modalidades de executar esta operação: leasing operacional, lease - back e leasing financeiro, sendo que o ISSQN somente incidirá nos dois últimos casos, pois no primeiro ocorre típica locação do bem. Portanto, somente haverá incidência do ISSQN sobre o leasing financeiro e o lease- back, por serem considerados serviços, o que não ocorre no caso de leasing operacional (locação). d) Empreitada de construção civil: O serviço de construção civil prestado junto com o fornecimento de concreto ou peças pré-moldadas é tributado apenas pelo ISS. Nesses casos, os produtos não são considerados mercadorias para fins de incidência do ICMS, uma vez que não provém de processo industrial e não se destinam à venda em larga escala. Entretanto, haverá incidência de ICMS se a produção desses materiais ocorrer fora do local da prestação de serviços. 6 e) Serviços de composição gráfica: LC 40/2001, Art. 2º. O Imposto Sobre Serviços incide nos serviços de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 76/2010) Súmula 156 do STJ: A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita apenas ao ISS. Observação: deve-se atentar para a forma como a questão será cobrada (literalidade da legislação local, ou entendimento jurisprudencial). Recentemente, tanto STF quanto STJ têm decidido pela a incidência de ICMS, e não ISS, sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens, destinadas à integração ou utilização direta em processo subsequente de industrialização ou de circulação de mercadoria. Nesse sentido: “A verificação da incidência nas hipóteses de industrialização por encomenda deve obedecer dois critérios básicos: (i)verificar se a venda opera-se a quem promoverá nova circulação do bem e (ii) caso o adquirente seja consumidor final, avaliar a preponderância entre o dar e o fazer mediante a averiguação de elementos de industrialização. 4. À luz dos critérios propostos, só haverá incidência do ISS nas situações em que a resposta ao primeiro item for negativa e se no segundo item o fazer preponderar sobre o dar.” CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONFLITO ENTRE IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA E IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO E DE TRANSPORTE INTERMUNICIPAL E INTERESTADUAL. PRODUÇÃO DE EMBALAGENS SOB ENCOMENDA PARA POSTERIOR INDUSTRIALIZAÇÃO (SERVIÇOS GRÁFICOS). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AJUIZADA PARA DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME AO O ART. Iº, CAPUT E § 2º, DA LEI COMPLEMENTAR 116/2003 E O SUBITEM 13.05 DA LISTA DE SERVIÇOS ANEXA. FIXAÇÃO DA INCIDÊNCIA DO ICMS E NÃO DO ISS. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Até o julgamento final e com eficácia apenas para o futuro (ex nunc), concede-se medida cautelar para interpretar o art. Iº, caput e § 2º, da Lei Complementar 116/2003 e o subitem 13.05 da lista de 7 serviços anexa, para reconhecer que o ISS não incide sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens, destinadas à integração ou utilização direta em processo subseqüente de industrialização ou de circulação de mercadoria Presentes os requisitos constitucionais e legais, incidirá o ICMS” (ADI 4.389 MC, Relatora, Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 13/04/2011, Processo Eletrônico, DJe-098, divulgado em 24/05/2011, publicado em 25/05/2011, RDDT 191, 2011, p. 196-206 RT v. 100, n. 912,201 l,p. 488-505.). f) Montagem de pneus: Incide ISS (e não ICMS) sobre o serviço de montagem de pneus, ainda que a sociedade empresária também forneça os pneus utilizados na montagem. STJ. 2ª Turma. REsp 1.307.824- SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 27/10/2015 (Info 573). O serviço de montagem de pneus não está previsto no anexo da LC 116/2003, mas ele pode ser enquadrado, por interpretação extensiva, no item 14.01, por se enquadrar dentro da expressão “manutenção e conservação de veículos”: 14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS) Assim, por estarem previstos no anexo da LC 116/2003 (através de interpretação extensiva), os serviços de montagem de pneus estão sujeitos apenas ao ISS (e não ao ICMS). g) Serviços notariais e registrais: De acordo com o STF, os serviços de registros públicos, cartorários e notariais NÃO são imunes à tributação, sofrendo incidência do ISS. (...) As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 3º da Constituição. O recebimento de remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados. Não há diferenciação que justifique a 8 tributação dos serviços públicos concedidos e a não-tributação das atividades delegadas. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente. (ADI 3089, Relator p/ Acórdão: Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, julgado em 13/02/2008) Além disso, a base de cálculo do ISS em relação aos serviços cartorários é o preço do serviço, ou seja, o valor dos emolumentos, não se aplicando a sistemática de recolhimento prevista no art. 9°, § 1 °, do Decreto-Lei nº 406/68 (regime fixo anual). LC 40/2001, Art. 13-B. A base imponível do Imposto Sobre Serviços devido sobre as atividades desenvolvidas por notários, tabeliães e registradores públicos será calculada sobre o valor dos emolumentos recebidos pelos serviços prestados. § 1º Não integra a base de cálculo o valor: I - dos selos de fiscalização, das taxas judiciárias e do Fundo de Reaparelhamento da Justiça; II - de títulos pagos, apontados para protesto, dos juros e taxas de distribuição; III - repassado a juízes de paz conforme tabelas oficiais. § 5º Os tabeliães e escrivães deverão destacar em documento fiscal o imposto devido sobre as receitas dos serviços prestados. § 6º O valor do imposto destacado na forma do parágrafo acima não integra o preço do serviço. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017) Nesse sentido: DIREITO TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA SISTEMÁTICA DE RECOLHIMENTO DE 155 PREVISTA NO§ 1º DO ART. 9º DO DEC.- -LEI nº 406/1968 AOS SERVIÇOS DE REGISTROS PÚBLICOS CARTORÁRIOS E NOTARIAIS. Não se aplica à prestação de serviços de registros públicos cartorários e notariais a sistemática de recolhimento de 155 prevista no§ 1º do art. 9º do Dec.-lei nº 406/1968. (...) a prestação dos serviços cartoriais não importa em necessária intervenção pessoal do notário ou do oficial de registro, tendo em vista que o art. 236 da CF e a legislação que o regulamenta permitem a formação de uma estrutura economicamente organizada para a prestação do serviço de registro público, assemelhando-se ao próprio conceito de empresa. (STJ. REsp 1.328.384-RS, Rel. Para acórdão Min. Mauro Campbel Marques, julgado em 4/2/2013). 9 h) Serviços de filmes e músicas por streaming (Netflix, Spotify): A LC 157/2016 acrescentou expressamente estes serviços na lista do Anexo da LC 116/2003 e agora esta atividade passa a ser tributada com ISS. 1.09 - Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet, respeitada a imunidadede livros, jornais e periódicos (exceto a distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que trata a Lei nº 12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS). 1.1.3 Aspecto Temporal. O aspecto temporal de incidência do ISS é o momento da efetiva prestação do serviço, não se confundido com o momento da assinatura do contrato nem com o pagamento pelo serviço. LC 40/2001, Art. 3º. Considera-se ocorrido o fato imponível quando consumada a atividade em que consiste a prestação do serviço ou: I - no caso de tributo fixo anual, no dia primeiro de janeiro de cada exercício, ou, em se tratando de início de atividade, na data do pedido de inscrição no cadastro fiscal; II - no caso de serviço de construção civil, onde a execução seja continuada, na data de cada medição mensal. 1.1.4 Aspecto Espacial. No intuito de fixar o Município competente para exigir o ISSQN é essencial identificar o local do estabelecimento do prestador, nos termos do art. 6º-A da LC 40/2001. Art. 6º-A. Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a prestação dos serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato, ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas. No mesmo sentido é a jurisprudência do STJ: STJ: De acordo com os artigos 3º e 4º da Lei Complementar nº 116/03, conclui-se que a municipalidade competente para realizar a cobrança do ISS é a do local do estabelecimento prestador dos serviços, 10 considerando-se como tal a localidade em que há uma unidade econômica ou profissional, isto é, onde a atividade é desenvolvida, independentemente de sua denominação. (REsp 1195844/DF - Ministro Relator Mauro Campbel Marques - DJ 15/03/2011). Art. 6º-B. O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXIII, quando o imposto será devido no local: I - do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço proveniente do exterior do país ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do país; II - da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa; III - da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; IV - da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa; V - das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa; VI - da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; VII - da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa; VIII - da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa; IX - do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa; X - do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo, plantio, silagem, colheita, corte, descascamento de árvores, silvicultura, exploração florestal e serviços congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas para quaisquer fins e por quaisquer meios; XI - da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa; XII - da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 11 7.18 da lista anexa; XIII - onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; XIV - dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; XV - do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; XVI - da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa; XVII - do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos no item 16 da lista anexa; XVIII - do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa; XIX - da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa; XX - do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa; XXI - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09; XXII - do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados pelas administradoras de cartão de crédito ou débito e demais descritos no subitem 15.01; XXIII - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 10.04 e 15.09. Nesse sentido, em relação ao aspecto espacial, temos: a) Regra Geral: Local do estabelecimento prestador (art. 3º, caput, LC 116/2003 e art. 6º-B, LC 40/2001); b) Exceção I – na falta de estabelecimento do prestador: Local do domicílio do prestador (art. 3º, caput, LC 116/2003 e art. 6º-B, LC 40/2001); c) Exceção II – serviços previstos expressamente nos incisos II a XXV do art. 3º da LC 116/2003 e incisos II a XXIII da LC 140/2001: O imposto será devido nos locais indicados nas regras de exceção (local da prestação do serviço); d) Exceção III – no caso de importação de serviço: O local do estabelecimento do tomador (art. 3º, I, da LC 116/2003 e art. 6º-B, I, da LC 40/2001). 12 1.1.5 Sujeito Passivo. Nos termos do art. 121 do Código Tributário Nacional, o sujeito passivo da obrigação tributária se classifica em contribuinte e responsável. O contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador do tributo, sendo, em relação ao ISS, o prestador do serviço (art. 5º da LC 116/2003 e art. 6° da LC 40/2001). De acordo com a LC 40/2001 (art. 7º), responsável é o sujeito passivo que, estando vinculado ao fato imponível da obrigação tributária, mesmo não sendo contribuinte, esteja obrigado ao pagamento do imposto devido por aquele. Além disso, o art. 6° da Lei Complementar nº 116/2003 permite que os Municípios e o Distrito Federal possam atribuir a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo a este em caráter supletivo o cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive a que se refere à multa e aos acréscimos legais. Conforme a doutrina, trata-se da responsabilidade por substituição tributária. Art. 6º. Contribuinte é o prestador do serviço. Art. 6º-A. Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a prestação dos serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato, ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas. § 1º A existência de estabelecimento prestador que configure unidade econômica ou profissional é indicada pela conjugação,parcial ou total, dos seguintes elementos: I - manutenção de pessoal, material, máquinas, instrumentos e equipamentos próprios ou de terceiros necessários à execução dos serviços; II - estrutura organizacional ou administrativa; III - inscrição nos órgãos previdenciários; IV - indicação como domicílio fiscal para efeito de outros tributos; V - permanência ou ânimo de permanecer no local, para a exploração econômica da prestação de serviços, exteriorizada, inclusive, pela indicação do endereço em impressos, formulários, correspondências, sítio eletrônico, propaganda, publicidade, contratos, faturas de telefone, de fornecimento de energia elétrica, água ou gás, em nome do prestador, 13 seu representante ou preposto. § 2º A circunstância de o serviço, por sua natureza, ser executado habitual ou eventualmente fora do estabelecimento não o descaracteriza como estabelecimento prestador para os efeitos deste artigo. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 106/2017) Art. 7º. Responsável é o sujeito passivo que, estando vinculado ao fato imponível da obrigação tributária, mesmo não sendo contribuinte, esteja obrigado ao pagamento do imposto devido por aquele. Art. 8º. São responsáveis pela retenção na fonte e respectivo recolhimento: I - o usuário ou a fonte pagadora do serviço, pelo imposto devido pelo prestador que não emitiu documento fiscal; II - o usuário ou a fonte pagadora do serviço, pelo imposto devido por serviço prestado que resultar de trabalho pessoal do contribuinte quando este não apresentar comprovante de inscrição no cadastro fiscal; IV - a distribuidora de loterias e as operadoras de jogos eletrônicos, pelo imposto devido pelas redistribuidoras; V - o proprietário do estabelecimento, o locatário, o cessionário do espaço, o promotor do evento, ou quem, a qualquer título, ainda que eventualmente, detenha direitos a exploração de espaço, pelo imposto devido pelo prestador nos casos de bailes, shows, festivais, recitais, bem como a execução de música, individualmente ou por conjunto, espetáculos teatrais, feiras, exposições e congressos, eventos e congêneres. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017) VI - o proprietário do imóvel onde é prestado serviço de construção civil, pelo imposto devido pelo prestador, quando este não comprovar o respectivo pagamento ao Município de Curitiba; VII - as entidades de administração de desporto, entidades de prática desportiva ou ligas, pelo imposto devido pelas empresas comerciais, administradoras das salas de bingos e congêneres; IX - os proprietários ou arrendatários de mesas, aparelhos, equipamentos, máquinas de jogos ou similares, pelo imposto devido pelo prestador de serviço. X - o tomador ou intermediário do serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País; XI - a pessoa jurídica de direito público, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.11, 7.12, 7.16, 7.17, 7.18, 7.19, 11.02, 16.02, 17.05 e 17.10 da Lista de Serviços Anexa. (Redação dada pela Lei 14 Complementar nº 107/2017) XII - as empresas seguradoras em relação aos serviços prestados de corretagem, perícias e avaliações de seguros; (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 73/2009) XIII - O tomador de serviços, ainda que imune ou isento, quando o prestador emitir Nota Fiscal autorizada por outro Município e não estiver cadastrado na Secretaria Municipal de Finanças de Curitiba nos termos do § 6º deste artigo, referente aos serviços descritos nos itens 1, 2, 3 (exceto o subitem 3.05), 4 a 6 (exceto os subitens: 4.17, 4.22, 4.23, 5.02, 5.03, 5.09, 6.05 e serviços de hospitais, sanatórios, manicômios, casa de saúde e prontos-socorros), 8, 9, 10, 13 a 15, 17 (exceto os subitens 8.01, 9.01, 10.04, 15.01, 15.09, 17.05 e 17.10), 18, 19, 23 a 40 e subitens 7.01, 7.03, 7.06, 7.07, 7.08, 7.13, 7.20, 7.21, 7.22, 11.03 e 12.13, todos constantes da Lista de Serviços Anexa. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017) § 1º São aplicáveis aos condomínios e outros entes despersonalizados, os incisos “I» e “II», deste artigo. § 2º Os responsáveis mencionados nos incisos V, VII, IX e XI responderão solidariamente pelo imposto devido, não se admitindo benefício de ordem. (Redação dada pela Lei Complementar nº 80/2011) § 3º. Compete ao responsável efetuar a retenção do imposto na fonte no ato do pagamento do serviço, sendo excluída a sua responsabilidade na hipótese da comprovação do recolhimento do imposto respectivo. Art. 8º - A. São responsáveis, na qualidade de substitutos tributários: (Redação dada pela Lei Complementar nº 65/2007) I - o tomador ou intermediário do serviço proveniente do exterior do país ou cuja prestação tenha se iniciado no exterior do país; (Redação dada pela Lei Complementar nº 65/2007) II - a pessoa jurídica de direito privado, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.11, 7.12, 7.16, 7.17, 7.18, 7.19, 11.02, 16.02, 17.05 e 17.10 da Lista de Serviços Anexa. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017). § 1º Os serviços nos quais se comprove, através da nota fiscal, que o estabelecimento do prestador esta localizado em Curitiba, não estão sujeitos ao regime de substituição tributária, ficando o prestador responsável pelo recolhimento do imposto. (Redação dada pela Lei Complementar nº 65/2007) § 2º Os responsáveis de que trata este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do imposto devido e, quando for o caso, de multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada a sua 15 retenção na fonte. (Redação dada pela Lei Complementar nº 65/2007) § 3º São aplicáveis aos condomínios e a outros entes despersonalizados o inciso II deste artigo. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 107/2017) O Art. 8º e 8º-A da LC 140/2001 atribuem o dever de pagamento do tributo a pessoa diversa daquela que praticou o fato gerador. Neste caso a legislação vai criar uma obrigação de terceira pessoa, em geral o tomador do serviço, a promover a retenção do valor do tributo devido pelo prestador do serviço. 1.1.6 Aspecto Quantitativo. a) Base de cálculo: A base de cálculo do imposto deve estar relacionada ao preço do serviço prestado, quando não se tratar da sistemática de recolhimento fixo. LC 40/2001, Art. 13. Base imponível é valor ou preço total do serviço, quando não se tratar de tributo fixo. Parágrafo Único. O Poder Executivo poderá estabelecer critérios para estimativa de base imponível de atividade de difícil controle de fiscalização. a.1) Descontos incondicionais: Os descontos INCONDICIONAIS não compõem a base de cálculo, por haver uma diminuição da contraprestação recebida. Nesse sentdo, é o entendimento do STJ: “Descontos no preço do serviço que forem feitos de forma incondicionada, sem qualquer condição, serão válidas. O preço do serviço será, portanto, o valor cobrado já com o desconto. Se não for comprovado que a dedução foi incondicionada, mas decorreu de uma certa condição, o fisco poderá cobrar a diferença do ISS.” a.2) Base de cálculo nos serviços de fornecimento de mão-de-obra: Art. 13-A. Não se incluem na base imponível do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, o valor da folha de pagamento e os respectivos encargos sociais do serviço descrito no item 17.05 da lista de serviços anexa. 16 17.05 - Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de serviço. Súmula 524 do STJ: No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação, devendo, entretanto, englobar também os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de fornecimento de mão deobra. b) ISS FIXO: tributação fixa dos profissionais autônomos e das sociedades profis- sionais: LC 40/2001, Art. 14. As prestações de serviços consistentes no trabalho pessoal do próprio contribuinte serão gravadas por tributo fixo anual. LC 40/2001, Art. 10. As sociedades profissionais, que prestem os serviços relacionados no § 2º, deste artigo, ficam sujeitas ao imposto na forma anual fixa, multiplicado pelo número de profissionais habilitados, sócios, empregados ou não, que prestem serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, desde que: I - sejam exercentes de atividade de natureza civil, de exercício profissional que não constitua elemento de empresa; III - as atividades limitem-se exclusivamente aos serviços de uma das alíneas do § 2º, deste artigo; IV - não possua pessoa jurídica como sócio; V - os profissionais que a compõem devem possuir habilitação específica para a prestação dos serviços descritos em uma das alíneas do § 2º, deste artigo; VI - seus equipamentos, instrumentos e maquinário, sejam necessários à realização da atividade-fim e usados exclusivamente pelo profissional habilitado na execução do serviço pessoal e intelectual em nome da sociedade. § 1º Para enquadramento como sociedade profissional com vistas à tributação fixa anual, o contribuinte deverá apresentar requerimento acompanhado de documentos, no prazo máximo de 30 (trinta) dias antes do início do exercício fiscal, declarando o preenchimento dos requisitos, conforme regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017). § 2º São consideradas sociedades profissionais os serviços prestados por: 17 a) administradores; b) advogados; c) agentes da propriedade industrial; d) agrônomos; e) arquitetos; f) biólogos g) contadores e técnicos em contabilidade; h) dentistas; i) economistas; j) enfermeiros; k) engenheiros; l) fisioterapeutas; m) fonoaudiólogos; n) geólogos; o) jornalistas; p) médicos; q) médicos veterinários; r) nutricionistas; s) protéticos; t) psicólogos e psicanalistas; u) terapeutas ocupacionais; v) urbanistas. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017) § 3º O fornecimento de dados inexatos com vistas ao enquadramento ou permanência no regime de tributação fixa anual implicará no desenquadramento retroativo e no recolhimento do ISS sobre o faturamento, com os devidos acréscimos legais. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 107/2017) § 4º O pagamento de pró-labore aos administradores e aos sócios da sociedade profissional, não implica na exclusão do regime de ISS fixo. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 107/2017). Art. 11. Considera-se ocorrido o fato imponível da prestação de serviço por sociedades profissionais, no dia 1º de janeiro de cada exercício, ou, em se tratando de início de atividade, na data do pedido de inscrição no cadastro fiscal. Parágrafo Único. Tratando-se de pedido originário de inscrição de sociedades profissionais no cadastro fiscal, o valor do imposto será calculado proporcionalmente ao número de meses decorridos entre a data do início da atividade e 31 de dezembro do mesmo exercício. 18 ATENÇÃO: Para o STF, terá direito à sistemática do ISS fixo as sociedades civis uniprofissionais, que tem por objeto a prestação de serviço especializado e sem caráter empresarial: A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que o benefício da alíquota fixa do ISS somente é devido às sociedades unipessoais integradas por profissionais que atuam com responsabilidade pessoal, não alcançando as sociedades empresariais, como as sociedades por quotas, cuja responsabilidade é limitada ao capital social. 2. ln casu, se a sociedade recorrente adotou a forma de cotas por responsabilidade limitada não faz jus ao privilégio do recolhimento do ISS com base em alíquotas fixas, previsto nos§§ 1º e 3º do art. 9º do Decreto-Lei nº 406/68 (AgRg nos EDcl no AREsp 33.365/ PR, Rei. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/11/2011, DJe 25/11/2011) c) Alíquota: O Art. 156, § 3º, da Constituição Federal determina que, em relação ao ISS, cabe à Lei complementar: fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior; e regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Nesse sentido, a LC 116/2003 estabelece como alíquota mínima 2% e máxima 5%. LC 116/2003, Art. 8o As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as seguintes: II – demais serviços, 5% (cinco por cento). Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento). § 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) No mesmo sentido a LC 40/2001: 19 LC 40/2001, Art. 4º-A. A Alíquota mínima do Imposto Sobre Serviços é de 2% (dois por cento). Parágrafo único. O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da Lista de Serviços Anexa, respeitadas as hipóteses de imunidade tributária previstas na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Em regra, não se pode conceder isenções, incentivos ou benefícios relacionado com ISS que resultem em uma alíquota inferior a 2%, salvo as exceções expressas na lei, para serviços específicos. Importante ressaltar que a LC 157/2016 alterou a Lei nº 8.429/92 e determinou que administrador público que conceder, aplicar ou manter benefício em contrariedade ao que estabelece o art. 8ºA, caput e § 1º comete ato de improbidade administrativa. Lei 8.429/92, Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. 1.1.7 Lançamento. De acordo com a Lei do Município de Curitiba (LC 40/2001), a modalidade do lançamento depende da sistemática de recolhimento do ISS. O lançamento do ISSQN variável se dá por homologação (art. 150 CTN) e o do ISSQN fixo de ofício (art. 149, Ido CTN). a) ISS variável: lançamento por homologação: LC 40/2001, Art. 16. Os contribuintes cujo imposto for calculado por meio de alíquotas percentuais deverão declarar e recolher o respectivo imposto na forma e nos prazos fixados em regulamento. § 1º A declaração mencionada no caput deste artigo, bem como a emissão de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica - NFS-e constituem confissão de dívida do Imposto Sobre Serviços - ISS incidente na operação, ficando a falta ou insuficiência do recolhimento do imposto sujeita à cobrança administrativa ou judicial. § 2º A Administração Tributária poderá notificar o contribuinte acerca 20 dos débitos declarados mencionados no § 1º por meio de notificação de débito, conforme dispuser o regulamento. § 3º O disposto neste artigo não exclui o dever de declarar o fato de não haver importância a recolher. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107/2017) Art. 17. Os prestadores de serviços de construção civil poderão declarar e pagar mensalmente o imposto para cada obra. b) Tributo fixo anual: lançamento de ofício: LC 40/2001,Art. 18. Os contribuintes sujeitos à tributação fixa terão seu imposto lançado pela Fazenda Municipal e serão notificados da exigência mediante publicação de edital no órgão de imprensa oficial local. Parágrafo Único. O edital de notificação, conterá: I - nome do contribuinte com a respectiva inscrição municipal; II - valor do imposto; III - prazo para pagamento; e IV - prazo para impugnação da exigência. Art. 20. A constituição do crédito tributário por lançamento de ofício será formalizada por auto de infração. 1.1.8 Regime Especial de Fiscalização. LC 41/2000, Art. 23. Quando o sujeito passivo da obrigação tributária oferecer à Administração dados inexatos ou que não mereçam fé, bem como, na hipótese de não fornecê-los, o mesmo ficará sujeito a regime especial de fiscalização, do qual resultará a fixação, por arbitramento, do valor do imposto a ser pago. Parágrafo Único. No caso de extravio de livros e documentos fiscais, aplicar-se-á, igualmente, o regime previsto no “caput” deste artigo. 1.1.9 Multas. A LC 40/2001 estabelece multas tanto para o descumprimento das obrigações acessórias (art. 25), quanto da obrigação principal (art. 26). LC 40/2001, Art. 26. Quando o sujeito passivo descumprir o seu dever de recolher o imposto, para posterior homologação da autoridade administrativa, consoante o disposto no art. 16 desta lei, e tal infração for apurada por procedimento fiscal, a multa a ser aplicada equivalerá a 21 40% (quarenta por cento) do valor atualizado do imposto. § 1º Será também de 40% (quarenta por cento) sobre o valor atualizado do imposto, a multa a ser aplicada no caso de não retenção do imposto na fonte. § 2º Nos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele, especialmente nos casos de emissão de documento fiscal inidôneo, a multa será de 60% (sessenta por cento) sobre o valor atualizado do imposto. Art. 27. Quando o sujeito passivo efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias da notificação do lançamento ou da data da ciência da decisão de primeira instância, o pagamento ou parcelamento do crédito tributário, objeto do auto de infração, terá o valor da multa a que se refere o artigo anterior reduzido, respectivamente, em 50 (cinqüenta) e 25% (vinte e cinco por cento). § 1º A fluência do prazo previsto neste artigo não é atingida pela ocorrência de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. § 2º Na hipótese de pagamento ou parcelamento descumprido, o sujeito passivo perderá o benefício a que se refere o “caput” deste artigo. A responsabilidade por infração é excluída pela denúncia espontânea. 1.2. IPTU - IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA. O IPTU (Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana) é um tributo de competência dos Municípios, estando previsto no art. 156, I da CF/88 e delineado pelos artigos 32 a 34 do CTN. CF, Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I – propriedade predial e territorial urbana; CTN, Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; 22 IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 1.2.1 Hipótese de Incidência. O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel localizado na zona urbana do Município LC 40/2001, Art. 32. Hipótese de incidência do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel situado na zona urbana. Parágrafo Único. Entende-se como zona urbana a que apresentar os requisitos mínimos de melhoramentos, indicados em lei nacional, e também as áreas urbanizáveis ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pela Prefeitura, destinados à habitação ou atividades econômicas. De acordo com a doutrina, para que ocorra o fato gerador do IPTU, deve haver a disponibilidade econômica da propriedade, do domínio útil ou da posse, o que exclui de sua incidência a posse com conteúdo não econômico, como aquela exercida pelo locatário ou mero detentor. Dessa forma, a incidência do IPTU é afastada nas situações em que a posse é exercida precariamente ou nos demais casos em que, embora envolvam direitos reais, não estejam diretamente correlacionadas com a aquisição da propriedade. 23 a) Atenção! IPTU e imóvel de ente público cedido à empresa privada: O INFORMATIVO 861 DO STF, ABAIXO COLACIONADO, CONSUBSTANCIA TESE FAVORÁVEL À FAZENDA MUNICIPAL EM RELÇAO AO IPTU. IPTU e imóvel de ente público cedido a empresa privada-3. Incide o IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo. Esse é o entendimento do Plenário, que, em conclusão de julgamento e por maioria, deu provimento a recurso extraordinário em que se discutia a incidência do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) sobre imóvel de propriedade de ente público — no caso, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) — concedido a empresa privada exploradora de atividade econômica com fins lucrativos — v. Informativos 813 e 860. O Colegiado pontuou que a imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, “a” (1), da Constituição Federal (CF) não foi concebida com o propósito de permitir que empresa privada atue livremente no desenvolvimento de atividade econômica e usufrua de vantagem advinda da utilização de bem público. Asseverou que a referida previsão decorre da necessidade de observar-se, no contexto federativo, o respeito mútuo e a autonomia dos entes. Não cabe estendê-la para evitar a tributação de particulares que atuam no regime da livre concorrência. Nesse contexto, salientou que, uma vez verificada atividade econômica, nem mesmo as pessoas jurídicas de direito público gozam da imunidade (CF, art. 150, § 3º) (2). Assentou que o IPTU representa relevante custo operacional, comum a todos que exercem a atividade econômica da recorrida. Afastar tal ônus de empresa que atua no setor econômico, a partir de extensão indevida da imunidade recíproca, implica desrespeito ao princípio da livre concorrência (CF, art. 170, IV) (3), por conferir ao particular uma vantagem inexistente para os concorrentes. Ademais, ressaltou que a hipótese de incidência do IPTU não se limita à propriedade do imóvel, pois inclui o domínio útil e a posse do bem. O mesmo entendimento vale para o contribuinte do tributo, que não se restringe ao proprietário do imóvel, mas alcança tanto o titular do domínio útil quanto o possuidor a qualquer título. Nesse sentido, o Colegiado ponderou que nãohá falar em ausência de legitimidade da empresa ora recorrida para figurar em polo passivo da relação jurídica tributária. IPTU: imunidade tributária recíproca e cessão de uso de bem público – 5 Na linha do que foi decidido no julgamento do RE 601.720/RJ, no qual fixou-se a tese de repercussão geral no sentido da incidência do Imposto 24 sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo, o Plenário, por maioria, deu provimento a recurso extraordinário interposto pelo Município do Rio de Janeiro contra acórdão que afastou, com base no disposto no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal (CF) (1), a cobrança do citado imposto relativamente à empresa detentora da concessão de uso de imóvel situado em aeroporto de propriedade da União — v. Informativo597. Prevaleceu o voto do ministro Joaquim Barbosa (relator). O ministro considerou que a atividade exercida pela recorrida é alheia à administração aeroportuária, já que explora ramo do comércio de importação e exportação de veículos automotores, peças, acessórios, oficina mecânica, reparos, pintura de quaisquer veículos e outras atividades correlatas ao ramo automobilístico. Dessa forma, a atividade tem por finalidade aumentar o patrimônio das pessoas que se associaram na empreitada, não sendo destinada à filantropia ou à benemerência. Além disso, o contrato firmado prevê que a responsabilidade pelo pagamento de tributos municipais recai sobre o concessionário. Por isso, dificilmente seria possível concordar que a tributação implica surpresa ao contribuinte, que leva em conta a carga tributária em suas previsões de custo. Por fim, a desoneração concedida tem como efeito colateral garantir vantagem competitiva artificial. Afinal, a retirada de um custo permite o aumento do lucro ou a formação de preços menores, o que provoca desequilíbrio das relações de mercado. Consignou ser o momento de revisão da jurisprudência da Corte, a fim de que fosse assentada a inaplicabilidade da imunidade tributária recíproca à propriedade imóvel desvinculada de finalidade estatal. Na questão de a recorrida não poder ser considerada sujeito passivo da exação, por ser incabível sua qualificação como “possuidora a qualquer título”, o relator superou orientação consolidada pela Segunda Turma. Com isso, concluiu que a matéria poderia ser objeto de apreciação em recurso extraordinário e afastou, em consequência, a aplicação dos Enunciados 279 e 283 da Súmula do Supremo Tribunal Federal (STF). Afirmou que a definição do sujeito passivo do IPTU depende de interpretação constitucional, pois, com fundamento na competência tributária, o ente federado cobra validamente o tributo. Salientou que o art. 34 do Código Tributário Nacional (CTN) deve ser lido à luz da Constituição, com ênfase em três pontos: materialidade possível do IPTU, isonomia e livres iniciativa e concorrência. Entendeu que a sujeição passiva também abarca a figura do responsável tributário, não podendo o tribunal de origem pura e simplesmente julgar ser a tributação inválida, porquanto direcionada a quem não é 25 proprietário. Assinalou, ainda, a existência de termo de responsabilidade — em que se firmou a responsabilidade do concessionário pelo pagamento de tributos municipais — a compor o conjunto fático-probatório, o que torna desnecessária a reabertura de instrução para decidir esse caso. Destacou que o locatário empresarial com fins lucrativos também é possuidor a qualquer título, para fins de incidência do IPTU, nos termos constitucionais. Resgatou, no ponto, a essência do Enunciado 456 da Súmula do STF (3) para adequar o julgado às linhas essenciais que dariam sentido tanto à imunidade tributária como à atribuição de sujeição passiva. b) IPTU em casos de loteamento irregular: Ainda que o loteamento não esteja regularizado, ou seja, mesmo que não haja o registro imobiliário individual das unidades autônomas, pode o Município proceder ao lançamento do IPTU de forma individualizada, uma vez que a Fazenda Pública Municipal não está vinculada de maneira absoluta ao que dispõe na matrícula do imóvel. Assim, pode o Fisco realizar o lançamento tributário com base em situação fática, desde que identificado, motivadamente, o fato gerador e o sujeito passivo do tributo. Portanto, se a situação fática demonstrar que existem unidades divididas (terrenos autônomos), ainda que dentro de uma mesma matrícula, é possível, juridicamente, haver lançamentos individualizados. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPTU. TRIBUTAÇÃO SOBRE NOVAS UNIDADES AUTÔNOMAS CONSTRUÍDAS EM EDIFÍCIO RESIDENCIAL. DESNECESSIDADE DA INSCRIÇÃO PRÉVIA INDIVIDUALIZADA NO REGISTRO DE IMÓVEIS. LEGALIDADE DA EXAÇÃO. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 32, 34 E 116, INCISO I, DO CTN. 1. Cinge-se a controvérsia em se estabelecer a possibilidade de o fisco, verificando alteração em imóvel pré-existente, que se dividiu em unidades autônomas, poder proceder a novas inscrições de IPTU, sem que haja registro das novas unidades em cartório de imóveis. 2. O art. 32 do CTN estabelece que o fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse. O art. 34 do referido diploma preconiza que o “Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.” 3. É absolutamente dispensável qualquer exigência de prévio registro imobiliário das novas unidades para que se proceda ao lançamento do IPTU individualizado, uma vez que basta a configuração da posse de bem imóvel para dar ensejo à exação. Vários são os precedentes do STJ nesse sentido, dentre eles: REsp 735.300/SP, Rel. Ministra Denise Arruda, 26 Primeira Turma, DJe 03/12/2008. 4. É suficiente para ensejar a cobrança do IPTU a verificação das unidades autônomas acrescidas ao imóvel, uma vez ser “cediço que os impostos reais (IPTU e ITBI, em especial) referem-se aos bens autonomamente considerados.” (REsp 722.752/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 11/11/2009). 5. Recurso especial provido. c) ATENÇÃO! Súmula 626 do STJ, aprovada em 12/12/2018, com alta probabilidade de cobrança em concursos municipais. Súmula 626 do STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN. OBS.: O edital da PGM-Curitiba prevê, no ponto 15, o ITR (15. Imposto Territorial Rural). Recomenda-se a leitura da explicação sobre o ITR feita no site Dizer o Direito, que pode ser encontrada nesse link: https://www.dizerodireito.com.br/2018/02/imposto-sobre-propriedade-territorial. html O ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) é um imposto federal previsto no art. 153, VI, da CF/88, nos arts. 29 a 31 do CTN e na Lei nº 9.393/96. Trata-se de um Imposto com finalidade extrafiscal, direto, sujeito a lançamento por homologação. Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. De acordo com o art. 29 do CTN, o ITR tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de um bem imóvel por natureza (como definido na lei civil) e que esteja localizado fora da zona urbana do Município. 27 O conceito de imóvel rural é dado por exclusão. O CTN, em seu art. 32, §§ 1º e 2º, explica em que consiste o imóvel urbano para fins de incidência do IPTU. Se o imóvel não se enquadrar em tais critérios, será considerado rural. Dessa forma, em regra, o ITR incide apenas sobre imóveis rurais. No entanto,de acordo com o STJ, incide o ITR (e não o IPTU) sobre imóveis comprovadamente utilizados para exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, ainda que localizados em áreas consideradas urbanas pela legislação municipal. CTN, Art. 32 § 1º. Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. De acordo com o CTN, para que o Município preveja, na lei, que determinada área está incluída na zona urbana, é necessário que nesse local existam dois ou mais dos melhoramentos citados no art. 32, § 1º do CTN. Além disso, a lei municipal poderá prever o conceito de área urbanizável ou de expansão urbana (art. 32, §2º do CTN), que são aquelas que abrangem loteamentos aprovados pelos órgãos competentes e que são destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mas que não se enquadram na definição do § 1º do art. 32. São áreas ainda em início de expansão, nas quais ainda não há tantos melhoramentos feitos pelo Poder Público, mas nas quais o Município já pode cobrar IPTU. Dessa forma, de acordo com a súmula, as áreas urbanizáveis ou de expansão urbana podem sujeitar-se a cobrança do IPTU, ainda que não existam os melhoramentos previstos. 28 1.2.2 Sujeito Passivo. CTN. Art. 34. O contribuinte do imposto é o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor do imóvel. Parágrafo Único. Quando um imóvel possuir mais de um proprietário, titular do domínio útil ou possuidor, o imposto será lançado, à critério da Administração, em nome de um destes, o qual assumirá a qualidade de responsável solidário tributário. O STJ, ao interpretar o art. 34 do CTN, afirma que a posse tributária é a que exterioriza o domínio, e não aquela exercida pelo locatário ou pelo comodatário. Portanto, para que o possuidor seja considerado contribuinte do IPTU, é necessário que haja o denominado animus domini. Posse animus domini (com ânimo de dono) é aquela posse demonstrada por quem se considera o dono do imóvel, que gera direito à usucapião. Nesse sentido é a súmula 614 do STJ Súmula 614 do STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos. a) Promissário comprador: A jurisprudência já decidiu ser possível eleger o promissário comprador como responsável solidário pelo pagamento de IPTU, uma vez possuir interesse comum sobre o direito de propriedade imobiliária: A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU (REsp 1.110.551/SP, 1ª Seção, Rei. Min. Mauro Campbel Marques, DJe de 18.6.2009 - recurso submetido à sistemática prevista no art. 543-C do CPC). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 114.617/RS, Rei. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 14/05/2012) b) IPTU e desapropriação: Na hipótese de desapropriação do imóvel, entende a jurisprudência que persiste a responsabilidade do proprietário, mesmo após o decreto expropriatório, enquanto não tenha sido deferida e efetivada a imissão provisória na posse. Somente com a imissão provisória 29 da posse é que a responsabilidade tributária referente ao IPTU passará a ser da entidade expropriante, nos termos do entendimento do Superior Tribunal de Justiça: A simples declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação, não retira do proprietário do imóvel o direito de usar, gozar e dispor do seu bem, podendo até aliená-lo. Enquanto não deferida e efetivada a imissão de posse provisória, o proprietário do imóvel continua responsável pelos impostos a ele relativos (STJ. REsp 239.687/SP, Primeira Turma, Rei. Min. Garcia Vieira, DJ de 20.3.2000). c) IPTU e Imunidades em relação a imóveis vagos: De acordo com o STF, a imunidade tributária, prevista no art. 150, VI, e, da CF/88, aplica- se aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de propriedade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos legais. Nesse caso, não cabe ao ente imune demonstrar que utiliza o bem de acordo com suas finalidades institucionais, sendo ônus da Administração tributária demonstrar a eventual desvio de finalidade do bem. 1.2.3 Aspecto Temporal. A Lei municipal de Curitiba define o momento em que se considera ocorrido o fato gerador do IPTU: 1 ° de janeiro de cada ano. LC 40/2001, Art. 33. Considera-se ocorrido o fato imponível no dia 1º de janeiro de cada exercício financeiro. 1.2.4 Aspecto Quantitativo. a) Base de cálculo: Segundo o art. 33 do Código Tributário Nacional e art. 36 da LC 40/2001, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, sendo identificado como o preço real de venda, isto é, o valor que o imóvel alcançaria em condições de compra e venda no mercado. A determinação da base de cálculo deverá ocorrer por critérios técnicos determinados em lei municipal. Diante da impossibilidade de haver uma avaliação individual de cada imóvel, é comum os Municípios estabelecerem critérios genéricos para apuração do valor venal. Por isso, na maioria das situações, o valor venal dos imóveis é definido na Planta Genérica de Valores, a qual determina o preço do metro quadrado por região. LC 40/2001. Art. 35. Base imponível do imposto é o valor venal do imóvel. 30 Art. 36. O valor venal do imóvel será determinado, mediante avaliação, tomando-se como referência os valores unitários constantes da Planta Genérica de Valores Imobiliários e características do imóvel. § 1º Prevalecerá sobre os critérios da Planta Genérica de Valores Imobiliários o valor comprovado de determinado imóvel. § 2º Fica o Poder Executivo obrigado a encaminhar até 15 de outubro do exercício referente ao primeiro ano do respectivo mandato, ao Poder Legislativo, projeto de lei com proposta de atualização dos valores unitários de metro quadrado de construção e de terreno previstos nesta Lei Complementar, bem como o regramento de cobrança do IPTU. Art. 37. Para determinação da base imponível que exceda a mera atualização monetária, será editada Planta Genérica de Valores Imobiliários a ser elaborada com base no Preço corrente de mercado, observados os seguintes elementos: I - infra-estrutura de cada logradouro; II - potencial construtivo; III - tipo de via; IV - edificações; e V - outros dados relevantes. Parágrafo Único. A Planta Genérica de Valores Imobiliários, que atenderá aos critérios estabelecidos neste artigo, conterá valores unitários para o metro quadrado do terreno, compatível com as características dos diferentes setores da área urbana e valores unitários para o metro quadrado da construção, em função do padrão de acabamento, materiais empregados e características de utilização. Art. 38. As características do imóvel, a serem consideradas na avaliação, especificadas em regulamento, serão: I - área; II - topografia; III - testadas; IV - edificações, com seu grau de obsolência; V - fatores de correção; e VI - outros dados relevantes para determinaçãode valores imobiliários. Atenção! O aumento da base de cálculo do IPTU somente poderá ocorrer mediante lei. Súmula 160 do STJ: É defeso ao município atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. 31 Mas a mera aplicação de correção monetária aos valores venais pode ser feita via Decreto, a teor do disposto no § 2°, do artigo 97 do CTN, desde que não seja acima do índice oficial. Ademais, no que se refere à fixação da base de cálculo do IPTU, tal alteração respeita o princípio da anterioridade, mas não se submete à noventena. Deste modo, sendo a alteração da base de cálculo publicada até o dia 31 de dezembro, poderá ser aplicada já no 1º dia do exercício seguinte. Por outro lado, se for o caso de aumento de alíquotas, a legislação deverá cumprir o princípio da anterioridade, bem como a “vacatio” constitucional de 90 (noventa) dias. b) Alíquota: CF, Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o artigo 182, § 4º, inciso li, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. De acordo com a LC 40/2001, as alíquotas serão diferenciadas em relação à destinação do imóvel, e progressivas em razão de seu valor venal. LC 40/2001, Art. 39. As alíquotas do imposto serão diferenciadas em função da utilização e progressivas em razão do valor venal dos imóveis, fracionado por faixas, nas tabelas previstas no Anexo II desta lei. (Vide Decreto nº 2257/2017) Parágrafo Único. O imposto será determinado pela somatória dos resultados obtidos com a incidência de cada alíquota sofre a fração de valor venal correspondente. Art. 40. Quanto à utilização, os imóveis serão classificados em: I - residencial; II - não residencial; III - misto; e IV - territorial. Parágrafo Único. Imóveis de uso misto são aqueles que possuem mais de uma utilização. Art. 41. Para efeito de enquadramento nas tabelas do Anexo II, na hipótese de imóveis de uso misto, o valor venal será considerado proporcionalmente de acordo com a área destinada a cada uso. 32 Antes da Emenda Constitucional nº 29/00, a progressividade das alíquotas do IPTU era possível apenas na hipótese do art. 182, parágrafo 4° da Constituição Federal, ou seja, para atender à função social da propriedade urbana. Até então, prevalecia o entendimento de que, por ser imposto de natureza real, o IPTU não poderia ser progressivo, em razão da impossibilidade de aferição das características pessoais do contribuinte. A EC 20/00, declarada constitucional pelo STF, autorizou o estabelecimento de alíquotas progressivas para o cumprimento de funções extrafiscais, levando em conta o valor, localização e uso do imóvel, além da estimulo ao cumprimento da função social da propriedade. ATENÇÃO: o STF, interpretando a EC 29/00, assentou que a progressividade só poderia ocorrer posteriormente a ela, o que deu ensejo à edição da súmula 668. Súmula 668 do STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. A progressividade relacionada ao cumprimento da função social da propriedade está disposta no art. 182, §4º, da CF: Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública 33 de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Dessa forma, é correto afirmar que a progressividade do IPTU pode ter função fiscal ou extrafiscal. A majoração das alíquotas do IPTU deve respeitar os princípios da legalidade, anterioridade e anterioridade nonagesimal, de modo que poderá ocorrer através de lei ordinária, com eficácia a partir do exercício seguinte e depois de decorridos noventa dias. No caso do IPTU não existe limitação de alíquotas (máximas ou mínimas) na Constituição Federal, como ocorre com o ISSQN. Assim, o Município terá liberdade de estabelecer as alíquotas com o fim de estimular o desenvolvimento urbano, conforme diretrizes do Plano Diretor. LC 40/2001, Art. 42. Não se considera edificado o imóvel cujo valor da construção não alcance a 20ª (vigésima) parte do valor venal do respectivo terreno, à exceção daquele de: I - uso próprio, exclusivamente residencial, cujo terreno, nos termos da legislação específica, não seja divisível; II - uso residencial, cuja área construída represente um coeficiente de aproveitamento não inferior a 5,0% (cinco por cento) do coeficiente máximo previsto na legislação de uso do solo; III - uso residencial associado à produção de hortifrutigranjeiros, cuja área destinada a este fim, não seja inferior a 2/3 (dois terços) da área do terreno; IV - uso não residencial vinculado ao alvará de funcionamento, cuja área destinada a este fim não seja inferior a 2/3 (dois terços) da área do terreno. Parágrafo Único. Também não se considera edificado, o imóvel com construção paralisada, em ruínas ou edificações inadequadas à utilização de qualquer natureza. Art. 43. Serão aplicadas as alíquotas de: I - imóveis residenciais, àqueles onde estiverem edificados e instalados hotéis, assim considerados os estabelecimentos utilizados como meio de hospedagem de turismo, que satisfaçam as condições previstas na legislação específica; II - imóveis residenciais, aqueles onde estiverem edificados e instalados hospitais conveniados com o SUS - Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei Complementar nº 48/2003) 34 III - imóveis não residenciais, àqueles não edificados nos dois exercícios subseqüentes ao da expedição do alvará de construção classe A. § 1º O benefício previsto no inciso III deste artigo, será concedido uma única vez para cada imóvel. § 2º Na hipótese de conclusão total da obra, durante o prazo previsto no inciso III deste artigo, o benefício cessará no exercício subseqüente ao da data da expedição do CVCO-Certificado de Vistoria e Conclusão de Obras. 1.2.5 Lançamento. O IPTU é cobrado através de lançamento de ofício, nos termos do art. 149, I do CTN, através do qual o Município liquida a obrigação tributária e promove a notificação do contribuinte e responsáveis. LC 40/2001, Art. 44. O Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana será lançado anualmente, de ofício, considerando-se as circunstâncias objetivas e subjetivas existentes à data da ocorrência do fato imponível. Súmula 397 do STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. A notificação do lançamento do IPTU ocorre com o envio da correspondente guia derecolhimento do tributo para o endereço do imóvel do contribuinte, com as informações que lhe permitam, caso não concorde com a cobrança, impugná-la administrativa ou judicialmente. Para afastar tal presunção, cabe ao contribuinte comprovar o não recebimento da guia. (AgRg no AgRg no Ag 1392278/MG, Rei. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/10/2012, DJe 31/10/2012) ATENÇÃO: A legislação de Curitiba estabelece que a notificação do contribuinte será realizada mediante publicação de edital no órgão de imprensa oficial e em jornal de grande circulação. Art. 45. O contribuinte será notificado da exigência do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, mediante publicação de edital no órgão de imprensa oficial local e em jornal de grande circulação. (Redação dada pela Lei Complementar nº 65/2007) Parágrafo Único. O edital de notificação, conterá: III - prazo para pagamento; e IV - prazo para impugnação da exigência; V - locais para retirada do talão do imposto ou segunda via, inclusive por meio eletrônico. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 65/2007) 35 1.2.6 Hipóteses de Isenção. A LC 40/2001 prevê, no art. 46, hipóteses de isenção do imposto. Art. 46. O Poder Executivo não lançará o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. I - Para imóveis de utilização residencial, desde que com padrão simples de acabamento, conforme previsto em regulamento, com área total construída igual ou inferior a 70,00m² (setenta metros quadrados) e cujo valor venal respectivo seja igual ou inferior a R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil reais); (Redação dada pela Lei Complementar nº 91/2014). II - quando o valor do imposto apurado for inferior a R$ 10,00 (dez reais). III - em áreas objeto de regularização fundiária, processos de parcelamento do solo urbano promovidos pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba - COHAB-CT e aqueles em parceria com a iniciativa privada, nos 02 (dois) anos subseqüentes a data de registro do projeto de Parcelamento de Solo Urbano junto à competente Circunscrição Imobiliária. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 60/2007) 1.2.7 STJ - Teses sobre IPTU. A Edição nº 55 do Jurisprudência em Teses traz o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça acerca do tema impostos municipais. Os entendimentos foram extraídos de precedentes publicados até 12/02/2016: 1) É legítima a cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU sobre imóveis situados em área de expansão urbana, ainda que não dotada dos melhoramentos previstos no art. 32, § 1º, do CTN; 2) O cessionário de direito uso de imóvel público não é contribuinte do IPTU, pois detém a posse mediante relação de natureza pessoal, sem animus domini; 3) O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. (Súmula 397/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 116); 4) Cabe ao contribuinte comprovar a ausência de notificação do lançamento tribu- tário pelo não recebimento do carnê de cobrança do IPTU. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 248); 5) É defeso ao município atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. (Súmula 160/STJ); 36 6) Nos tributos em que o lançamento se dá de ofício, como é o caso do IPTU, o prazo prescricional para se pleitear a repetição de indébito é de cinco anos, contados a partir da data em que se deu o pagamento do tributo, nos termos do art. 168, I, do CTN. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 229); 7) O locatário, por não ostentar a condição de contribuinte ou de responsável, não tem legitimidade ativa para litigar em ações de natureza tributária envolvendo o IPTU; 8) O usufrutuário de imóvel urbano possui legitimidade ativa para questionar o IPTU; 9) É possível a utilização da metragem do imóvel como base de cálculo da cobrança da taxa de coleta de lixo, pois não se confunde com a base de cálculo que se utiliza para o cál- culo do IPTU; 10) A publicação oficial da planta de valores imobiliários é obrigatória para fins de apuração da base de cálculo do IPTU; 11) Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966). (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 174); 12) O ônus de provar que o imóvel não está afetado à destinação institucional da au- tarquia ou da fundação recai sobre o ente tributante que pretende afastar a imunidade; 13) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel perten- cente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituí- das. (Súmula Vinculante n. 52); 14) A arrematação em hasta pública exonera a reponsabilidade do adquirente pelo pagamento do IPTU, havendo a sub-rogação do crédito tributário sobre o preço pelo qual foi arrematado o bem (art. 130, parágrafo único, do CTN); 15) A previsão expressa no edital acerca da existência de débitos de IPTU sobre o imóvel arrematado transfere ao arrematante a responsabilidade pela sua quitação, o que não acarreta ofensa ao parágrafo único do art. 130 do CTN; 16) Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU. (Súmula 399/ STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 122); 37 17) O promitente comprador do imóvel e o proprietário/promitente vendedor são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 – Tema 122). 1.3. ITBI – IMPOSTO DE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS E DE DIREITOS A ELE RELATIVOS. LEI COMPLEMENTAR Nº 108 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2017. O ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis e de direitos a eles relativos) é um tributo de competência dos Municípios, estando previsto no art. 156, II da CF/88. No Município de Curitiba, é regulamentado pela LC 108/2017. Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; § 2º O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; II - compete ao Município da situação do bem. 1.3.1 Aspecto Material. O Fato Gerador do ITBI será a transmissão imobiliária “inter vivos” praticado a título oneroso. Assim, a incidência de tributo abarca toda transmissão, a título oneroso, de propriedade imóvel, domínio útil, bem como direitos reais sobre estes (salvo os de garantia), excluindo a sucessão causa mortis e doação, que está sob competência tributária estadual. LC 108/2017, Art. 1º. O imposto sobre a transmissão “inter vivos” de bens imóveis e de direitos a eles relativos - ITBI - tem como hipóteses de incidência: I - a transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por natureza ou acessão física; II - a transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de direitos reais sobre bens imóveis, exceto os de garantia; III - a cessão, por ato oneroso, de direitos relativos à aquisição de bens imóveis. Parágrafo único. O imposto de que trata este artigo refere-se a atos e contratos relativos a imóveis situados no território do Município de Curitiba. 38 Art. 2º. Estão compreendidos na incidência do imposto: I - compra e venda; II - dação em pagamento; III - permuta; IV - instituição
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