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* TECIDOS VEGETAIS Morfologia Vegetal Prof. Elcivan Bento da Nóbrega 2018/1 * INTRODUÇÃO Histologia Vegetal: estuda os órgãos formadores da planta. Tecido vegetal: é um conjunto de células semelhantes quanto à origem, à estrutura e à função principal. De acordo com Esau (1982): os tecidos de uma planta fanerógama estão reunidos em 3 sistemas: SISTEMA DÉRMICO; SISTEMA FUNDAMENTAL; SISTEMA VASCULAR. * SISTEMA DÉRMICO: Epiderme e Periderme SISTEMA FUNDAMENTAL: Parênquima, Colênquima e Esclerênquima SISTEMA VASCULAR: Xilema e Floema primários e secundários * Os diferentes tecidos de uma planta com sementes também podem ser divididos em 2 grandes grupos: Tecidos meristemáticos ou meristemas Tecidos permanentes ou diferenciados Qual a diferença entre tecidos meristemáticos e tecidos diferenciados? Nos tecidos meristemáticos a capacidade de divisão das células constitui a característica mais importante; e nos tecidos diferenciados essa capacidade de divisão é quase inexistente. Mas acontece, em alguns casos. * Os tecidos vegetais também podem ser reunidos em 2 categorias: Tecidos simples (ou homogêneos): são aqueles que possuem um só tipo de célula e essas células são semelhantes em estrutura e função. Ex: parênquima, colênquima. Tecidos complexos (ou heterogêneos): são aqueles tecidos formados por diferentes tipos celulares que desempenham funções distintas. Ex: epiderme, xilema, floema. * Meristemas Provém do grego: “meristos” – divisível; Formado por células indiferenciadas com capacidade de dividir-se ativamente; Tamanho reduzido, paredes primárias delgadas, citoplasma denso, núcleo volumoso, um ou dois nucléolos, vacúolos (microscópio eletrônico); Diferenciação celular: processo de transformação de uma célula meristemática em célula de outro tecido; Desdiferenciação celular: quando as células já diferenciadas readquirem a capacidade de voltar a ser meristemáticas. * De acordo com sua localização no corpo da planta, os meristemas podem ser classificados em: APICAIS; INTERCALARES; LATERAIS. * Esquema de dicotiledônea (três órgãos vegetativos) e meristemas apicais * MERISTEMAS APICAIS: relacionados com o crescimento longitudinal dos órgãos onde ocorrem Localizados: ápices de raiz, ápices de caule e ainda nos ápices das ramificações; Caule: posição terminal; Raiz: subterminal; Depois de cada divisão: uma das células-filhas permanece meristemática (iniciais) e a outra será a nova célula do corpo da planta (derivadas). * MERISTEMAS INTERCALARES: Aumentar o crescimento do caule (colmo) das gramíneas; Localizados: na base dos entrenós; Desaparecem gradativamente e se tornam permanentes. * MERISTEMAS LATERAIS: responsáveis pelo crescimento em espessura da raiz e do caule. Localizados: lateralmente em relação ao eixo da raiz e do caule; Meristemas laterais: felogênio e câmbio vascular. * Esquema de célula apical de raiz em seção transversal Esquema de seguimento colmo gramínea (posição meristema intercalar) Diagrama transversal caule dicotiledônea (posição dois meristemas laterais) * OUTRA CLASSIFICAÇÃO DOS MERISTEMAS Com base na origem: primários e secundários Primários: são meristemas que são provenientes diretamente de células do embrião. Ex: os meristemas apicais e meristemas intercalares. CRESCIMENTO LONGITUDINAL, CRESCIMENTO PRIMÁRIO * Secundários: são aqueles meristemas que surgem a partir de tecidos já diferenciados de células que tenham retomado a capacidade de dividir-se. (felogênio e câmbio vascular). CRESCIMENTO EM DIÂMETRO, CRESCIMENTO SECUNDÁRIO * IMPORTÂNCIA DOS MERISTEMAS Apicais: relacionados com a formação desses órgãos vegetativos em estrutura primária; Laterais: relacionados com o crescimento em diâmetro da raiz e do caule; Câmbio vascular (tecido secundário): responsável pela cicatrização de feridas; Biotecnologia vegetal: utiliza a cultura de meristemas para a produção de várias plantas cultivadas. * PARÊNQUIMA Tecido mais abundante de uma planta em estrutura primária; Encontrado em todos os órgãos da planta: raiz, caule, folha, flor, fruto e semente; Função: estão envolvidos com a fotossíntese, reserva, secreção, movimento de água e no transporte de substâncias; Potencialmente meristemático: cicatrização de feridas, surgimento de raízes adventícias, enxertos; * Tipo especial de célula parenquimática: células de transferência (transferência de solutos a curta distância); As células parenquimáticas: apresentam geralmente paredes primárias podendo algumas vezes apresentar paredes secundárias lignificadas; Vacúolos grandes; Células podem ser também alongadas (parênquima paliçádico) e lobadas (parênquima lacunoso ou esponjoso); * Esquema de célula de transferência Célula de parênquima paliçádico Célula de parênquima lacunoso * TIPOS DE PARÊNQUIMA Parênquima de preenchimento ou fundamental; Parênquima fotossintetizante ou clorênquima; Parênquima de reserva ou de armazenamento; Parênquima de transporte. * Parênquima de preenchimento ou fundamental: em suas células podem ocorrer cloroplastos, compostos fenólicos. Ex: córtex ou parênquima cortical e medula. Parênquima fotossintetizante ou clorênquima: ricas em cloroplastos, encontrado com abundância nas folhas (mesofilo: parênquima paliçádico e parênquima lacunoso). * Parênquima de reserva ou de armazenamento: muito abundante nas raízes tuberosas, rizomas, bulbos, sementes e frutos. Ex: batatinha: grande quantidade de parênquima de reserva. Quando o parênquima acumula água: parênquima aqüífero e quando acumula ar: aerênquima. Parênquima de transporte: aquelas células envolvidas com o transporte de material de reserva. Elas estão sempre em associação com o xilema e floema em várias regiões do corpo da planta. Ex: células de transferência. * Origem: diversa Estrutura primária: Células parenquimáticas provêm do meristema fundamental Células parenquimáticas do xilema e floema primários: procâmbio Estrutura secundária: Células parenquimáticas do xilema e floema secundários: câmbio vascular Feloderme (está presente na periderme): provém do felogênio * COLÊNQUIMA Tecido de sustentação, paredes primárias espessas, absorvem água com facilidade; Potencialmente meristemático: quando se divide para dar origem ao felogênio; Pode conter cloroplastos e realizar fotossíntese; Localização: caules, logo após a epiderme; folhas: pecíolo, nas nervuras de maior diâmetro e nos bordos do limbo; * Raízes subterrâneas: não possuem colênquima Caules e folhas de monocotiledôneas: não ocorre (possui o esclerênquima); Função: tecido mecânico, vivo, flexível e plástico; Propriedade plástica: permite o crescimento do órgão sem que perca a resistência; Origem: meristema fundamental. * Esquema de célula colenquimática Seção longitudinal Seção transversal Esquema de colênquima angular Seção transversal * ESCLERÊNQUIMA Tecido duro: sustentação; Paredes secundárias espessadas e lignificadas; Propriedade elástica: permite que as deformações causadas na planta não sejam permanentes; Ocorre na raiz e caule (córtex e medula), nas folhas (mesofilo, nervuras de maior diâmetro e pecíolo) e reprodutivos (frutos e sementes). * Ocorre nos tecidos vasculares: xilema e floema (proteção e sustentação) Há dois tipos de células de esclerênquima: esclereídes e as fibras * Esclereídes São muito variáveis na forma; São mais curtas que as fibras; Podem ser ramificadas ou não; Possuem paredes secundárias lignificadas e muito espessadas; Podem aparecer isoladas ou em grupos. * Esclereídes Classificação de acordo a forma: Braquíesclereídes; Macroesclereídes; Osteoesclereídes; Astroesclereídes;Tricoesclereídes. * . Macroesclereíde . Osteoesclereíde . Astroesclereíde . Tricoesclereíde . Fibra xilemática . Fibra septada . Fibra com grãos amido . Fibra gelatinosa seção transversal * Fibras São células alongadas; Parede celular espessada; Não possuem ramificações; Possuem septos; Podem conter grãos de amido; De acordo com sua localização podem ser classificadas: Fibras xilemáticas (em associação com o xilema) Fibras extra xilemáticas (fibras floemáticas, fibras corticais, fibras pericíclicas) * Dicotiledôneas: as fibras das plantas de linho, rami, são chamadas de fibras macias, por possuírem pouca lignina e a sua origem é floemática. Monocotiledôneas: espada de são jorge, por exemplo, e o sisal, as fibras são chamadas de fibras duras, por possuírem muita lignina e a sua origem é pericíclica. * Origem: se estiverem associadas com o xilema e floema primários: vem do procâmbio se estiverem associadas com o xilema e floema secundários: vem do câmbio vascular; Obs: esclereídes e fibras morrem após completar o desenvolvimento de suas paredes secundárias. * . Macroesclereíde . Osteoesclereíde . Astroesclereíde . Tricoesclereíde . Fibra xilemática . Fibra septada . Fibra com grãos amido . Fibra gelatinosa seção transversal * EPIDERME camada celular mais externa que reveste o corpo primário da planta. no corpo secundário da planta: quem reveste é a periderme. * formada por uma só camada, geralmente, mas pode ter várias camadas: ex. velame possuem células especializadas: células guardas dos estômatos, os tricomas, pêlos absorventes da raiz. * células vivas, altamente vacuoladas, desprovidas de cloroplastos; presença de cutina e cera: cutícula que recobre a epiderme; epiderme das folhas de gramíneas: células buliformes (mecanismo de enrolamento e desenrolamento da folha); origem: protoderme. * Periderme da raiz substituindo a epiderme em sação transversal Epiderme adaxial da folha seção transversal * FUNÇÕES DA EPIDERME constitui um revestimento protetor dos órgãos da planta; reduz a transpiração dos vegetais; controla as trocas gasosas; oferece sustentação mecânica; pode armazenar substâncias: água; pode realizar a fotossíntese; absorção de água e sais minerais; defesa mediante a presença dos tricomas. * ESTÔMATOS (células epidérmicas) deriva do grego “stoma”: boca; formações epidérmicas: mais abundante nas folhas; constituído: duas células especializadas (células guardas), ostíolo (abertura) e por duas células subsidiárias. * Esquema de estômato de dicotiledônea ce: célula epidérmica comum cs: célula subsidiária cg: célula-guarda ec: espessamento coniforme o: ostíolo c.sb: câmara subestomática Estômato - corte transversal * Dicotiledôneas: formato de rim; Gramíneas e ciperáceas: formato de halteres; Células guardas: possui cloroplastos; Folha possui estômatos nas duas faces: anfistomática. * Folha possui estômatos apenas na face inferior: hipostomática (dicotiledôneas); Folha possui estômatos apenas na face superior: epistomática (plantas aquáticas); Número de estômatos por mm2: 100 a 400; Importantes na fisiologia da planta: relacionados com a transpiração, fotossíntese e respiração. * Tipos básicos de estômatos anomocítico paracítico anisocítico diacítico * * TRICOMAS São células ou apêndices epidérmicos; Ocorrem em quase todos os órgãos da planta: caule, folha, flor, semente e fruto; Alguns são permanentes, outros secam e destacam-se rapidamente; Podem ser uni ou pluricelulares. * Classificação dos tricomas: Glandulares Tectores Funções: meio obscuras; podem prevenir a perda de água; absorção de água e minerais; defesa contra insetos. Ex: urtiga. * Tipos de tricomas unicelular pluricelular Glandular glandular (perfil) Tectores * SISTEMA VASCULAR Plantas vasculares: apresentam um sistema vascular formado por dois tecidos especializados na condução de seiva. Quais sejam: Xilema ou lenho Floema ou líber * Xilema Funções Condução de água e sais minerais; Mecânica de sustentação; Pode exercer função de tecido de reserva. Exemplo: Amido da mandioca armazenado nas células do parênquima xilemático. * XILEMA Origem Procâmbio: quando se tratar de tecidos vasculares primários (formado no estágio embrionário e pós-embrionário); Câmbio vascular: quando se tratar de tecidos vasculares secundários (xilema secundário); Paredes secundárias espessadas, lignificadas e rígidas; Tecido complexo. * TIPOS CELULARES do Xilema 1. Elementos condutores ou traqueais; 2. Fibras xilemáticas; 3. Células parenquimáticas; 4. Às vezes apresenta esclereídes. * 1. Elementos condutores ou traqueais: traqueídes e elementos de vaso. Traqueídes (não apresentam perfurações) Elementos de vaso (apresentam perfurações) Quem são mais eficazes na condução de água? Resposta: Elementos de vaso * Traqueídes sem perfurações Passagem de água pelas membranas das pontuações Elementos de vasos com perfurações nas extremidades ESQUEMAS Elemento de vaso mais evoluído curto, maior diâmetro e numerosas pontuações * Esquemas de tipos de placas perfuradas de elementos de vaso do xilema Esquemas de tipos de reforços de lignina da parede secundária dos elementos condutores do xilema * 2. Fibras xilemáticas: constituem elementos de sustentação e podem na maturidade exercer dupla função: armazenamento e sustentação. 3. Células parenquimáticas: armazenam substâncias de reserva: amido, óleos, compostos fenólicos, cristais. Podem ocorrer cloroplastos. * Xilema primário Primeiro xilema que se forma na planta; Origem: procâmbio; Existe duas partes do xilema primário: protoxilema e metaxilema; Posição do protoxilema constitui importante diferença entre a raiz e o caule. Na raiz, o xilema primário é EXARCO (de fora para dentro) e no caule é ENDARCO (de dentro para fora). * raiz DIFERENÇA? POSIÇÃO DO PROTOXILEMA caule Esquema de um xilema primário em seção transversal exarco endarco * Xilema secundário Origem: câmbio vascular; Ocorre em plantas que apresentam crescimento secundário; Tronco de uma árvore: (xilema secundário) constitui a maior parte do referido órgão. * Troncos: cerne e alburno; Cerne: constitui a parte inativa, região mais central, coloração mais escura, não contém células vivas; Alburno: constitui a parte ativa, menos resistente, coloração clara; Anéis de crescimento: são círculos concêntricos observados no xilema secundário de madeiras. Ex: Pinus. São produzidos pelo câmbio vascular. * Caule lenhoso Caule de Pinus aneis de crescimento Esquemas de caules em seção transversal * FLOEMA Tecido complexo: formado por diferentes tipos celulares; Função: condução de seiva elaborada ou orgânica (carboidratos); Classificado em floema primário e floema secundário; Origem do floema primário: procâmbio. * Origem do floema secundário: câmbio vascular; Estrutura primária da raiz: o floema se alterna com o xilema; Estrutura primária do caule: ocupa posição externa ao xilema; Folhas: o floema está voltado para a face inferior. * Esquemas de floemas e xilemas em seção transversal Floema primário de um feixe vascular do caule: pontos brancos (elementos de tubos crivados) e setas (células companheiras) Floema e xilema secundários de caule * Tipos celulares: 1- Elementos crivados; 2- Células companheiras; 3- Células parenquimáticas; 4- Elementos esclerenquimáticos; 5- Laticíferos. * 1- Elementos crivados células crivadas (gimnospermas) elementos de tubo crivados (angiospermas) 2- Células companheiras: oselementos de tubo crivado são sempre acompanhados por células companheiras. Suas funções não são muito esclarecidas. 3- Células parenquimáticas: possuem amido, compostos fenólicos, cristais. Podem apresentar cloroplastos. 4- Elementos esclerenquimáticos: fibras e esclereídes * Placa crivada entre as extremidades de dois elementos de tubos crivados e a célula companheira em seção longitudinal Placa crivada (estrela) de um elemento de tubo do floema em seção transversal Esquemas de placas crivadas * Esquema detalhado da placa crivada Crivos revestidos pela calose Estágio funcional em seção tranversal Placa crivada com grande tampão de calose (sem circulação de seiva elaborada) Floema secundário em seção transversal * FLOEMA PRIMÁRIO Origem: procâmbio; Duas partes: protofloema e metafloema; Aparece em plantas que estão crescendo em comprimento (crescimento primário): tornam-se inativos e depois desaparecem por completo; Plantas sem crescimento secundário: só existe floema primário. * FLOEMA SECUNDÁRIO Origem: câmbio vascular Caules lenhosos (casca): floema secundário * Esquemas de floemas e xilemas em seção transversal Floema primário de um feixe vascular do caule: pontos brancos (elementos de tubos crivados) e setas (células companheiras) Floema e xilema secundários de caule * ESTRUTURAS SECRETORAS Considerações Gerais Envolvidas na elaboração de determinadas substâncias (néctar, látex, mucilagens, compostos fenólicos, etc.); Hormônios e enzimas: indispensáveis ao metabolismo; Estruturas secretoras podem ser reunidas em 2 grupos: Estruturas secretoras externas Estruturas secretoras internas * Estruturas Secretoras Externas Tricomas glandulares: apêndices epidérmicos que segregam diferentes substâncias; Hidatódios: podem ser comparados às glândulas sudoríparas dos animais; Nectários: estruturas que elaboram soluções açucaradas: néctar. * Tipos de tricomas unicelular pluricelular Glandular glandular (perfil) Tectores * Esquema de tricoma glandular de urtiga Esquema de hidatódio em seção transversal * Estruturas Secretoras Internas Células secretoras: óleos, resinas, compostos fenólicos ex: mamona e amendoim. Cavidades e canais secretores (espaços entre uma célula e outra) Laticíferos: células especializadas na produção e condução do látex. Cor de látex: branca. Função: não esclarecida, mas parece ter importância na cicatrização de ferimentos vegetais, como protetor da planta. * Nectários florais Nectários extraflorais da folha de maracujá Cavidade de óleo da folha de laranjeira em seção transversal
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