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Faculdade Administração e Economia – FAE Blumenau Curso de Administração Disciplina: Instituições de Direito Professor: Roque Poffo Junior O NOME COMO UM DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE BLUMENAU 2011 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 DIREITO AO NOME 3 RETIFICAÇÃO DO NOME 4 PROTEÇÃO DO NOME 5 CONCLUSÃO 1 INTRODUÇÃO Os direitos da personalidade são poderes que a pessoa exerce sobre si mesma, tendo como objeto do direito a própria pessoa, seus atributos físicos e morais. Por serem intrínsecos a pessoa, possuem como características a irrenunciabilidade, a inalienabilidade e a imprescritibilidade, seja qual for a vontade de seu titular. A pessoa, natural ou jurídica, tem direito ao nome e, no caso da pessoa natural, este é, ainda, um de seus elementos de individualização, juntamente com o seu estado e domicílio. Escolhido e registrado por outrem e dotado de tamanha importância, pode ser de interesse ou necessidade de um individuo trocar ou modificar seu nome por diferentes razões. As possibilidades de o fazer, bem como o direito a proteção do nome, são os objetos de análise deste trabalho. 2 DIREITO AO NOME O nome é um dos mais importantes atributos da personalidade, por ser o elemento identificadorpor excelência das pessoas. O artigo 16 do Código Civil de 2002 dispõe que: “Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos prenome e sobrenome”. O nome é uma forma de individualização do homem na sociedade, mesmo após a morte. Assim como o nome distingue as coisas que nos cercam, o nome da pessoa também a distingue das demais, juntamente com outros atributos da personalidade. O prenome, conhecido também como primeiro nome, e o sobrenome são essenciais na constituição dos nomes das pessoas, mas, além destes, existem também o agnome, que é utilizado para diferenciar parentes com mesmo nome, ex. Junior, Filho; alcunha ou vulga, conhecidos como apelido e o vocatório, pelos quais as pessoas são conhecidas. O prenome pode ser escolhido ad libidum dos interessados, todavia esta escolha não pode ser arbitrária e indiscriminada. Não seria admissível a escolha de prenome que expusesse o portador ao ridículo, como dispõe a Lei n. 6.015 de 31-12-1973, art. 55, paragráfo único: “Os oficiais do Registro Civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo seus portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, àdecisão do juiz competente.”. 3 RETIFICAÇÃO DO NOME É permitida a retificação do nome em determinados casos: a) vontade do titular no primeiro ano seguinte ao da maioridade civil; b) decisão judicial que reconheça motivo justificável a alteração; c) substituição do prenome por apelido notório; d) substituição do prenome de testemunha de crime; e) adição ao nome do sobrenome do cônjuge e f) adoção. É interessante ao interessado em alterar seu nome se informar das dificuldades que poderão advir de sua decisão, pois durante toda a sua vida seus documentos, registros escolares e outros elementos de identificação, foram redigidos com o nome que se pretende alterar ou ampliar. Após os 19 anos qualquer alteração do nome só poderá ser decretada pelo juiz havendo motivo que a justifique e ouvido o Ministério Público. Caso comum desta hipótese é a alteração do nome para evitar os dissabores e prejuízos associados à homonímia, nesses casos costuma-se trazer para o sobrenome elementos do patronímico de avós ou bisavós. Na hipótese da alteração do nome por consequência de mudança de sexo, o magistrado deve ter cuidado ao deferir a modificação do prenome, devendo atender a razões psicológicas e sociais, mercê de um cuidadosoexame da hipótese concreta. Por fim, vale ressaltar que a mulher tem, agora, faculdade de assumir o sobrenome do marido ou não, diferente do que previa o Código de 1916 previa que a mulher devia assumir, pelo casamento, os apelidos do marido, diante da condição de sua companheira. 4 PROTEÇÃO DO NOME A lei protege o nome tanto na esfera civil quanto na criminal. Penalmente, constitui crime atribuir falsamente a alguém, mediante o uso de nome, pseudônimo ou sinal por ele adotado para assinar seus trabalhos, a autoria de obra literária, científica ou artística. Civilmente, protege-se a aquisição e o uso exclusivo do nome, mediante ações próprias. Houve tempo em que a proteção jurídica do nome era feita sob inspiração do direito da propriedade. Em meados do século XX, essa teoria deu lugar a teoria dos direitos da personalidade. A primeira regra tutelar do nome como direito da personalidade reprime a sua publicação por terceiros, em publicações ou representações que possam vir a expor a pessoa nomeada ao desprezo público, mesmo que a exposição ilegítima do nome de alguém não exponha especificamente a pessoa a desprezo publico, ela pode ser impedida em defesa do direito à imagem. A segunda regre, impede seu uso empropaganda comercial sem autorização do titular. Convém dizer que o direito brasileiro, ao contrário de alguns outros países, não distingue entre propaganda e publicidade, incluem-se então todos os assuntos destinados, direta ou indiretamente, a promover a venda de produtos ou serviços do anunciante. Observa-se ainda que, mesmo a pessoa tendo dada autorização prévia ao uso de seu nome em propaganda comercial, não se admite qualquer prejuízo a imagem dela. 5 CONCLUSÃO O direito ao nome é um dos mais importantes atributos da personalidade, pois sem ele não haveria possibilidade de distinguir as pessoas no âmbito familiar e no âmbito social. A sua tutela é importante para evitar que haja abuso, o que pode acarretar prejuízos, e ainda para evitar que sejam colocados nomes que exponham ao ridículo seu portador. O direito ao nome é um direito adquirido pela pessoa, física ou jurídica, que serve de referencia para distingui-la, também, das demais do gênero, pois a não distinção poderia acarretar danos inerentes à moral destas pessoas e também denegrir a credibilidade do Direito, de vez que a irrelevância do Direito ao nome que a pessoa possui poderia fazer com que esta fosse penalizada por infrações daquela de nome análogo.
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