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Metodologia da pesquisa III

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METODOLOGIA DA 
PESQUISA
ETAPA 3
TÉCNICAS DE PESQUISA
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso Livre de Metodologia da Pesquisa
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Autora
Jeice Campregher
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Renan Willian Pacheco
Revisão
Harry Wiese
Ao final desta etapa, você será capaz de:
•	 Compreender a relevância de selecionar adequadamente a(s) técnica(s).
•	 Diferenciar as príncipais técnicas de pesquisa e suas características.
•	 Reconhecer as técnicas como instrumentos essenciais na condução das investigações.
Esta etapa apresenta-se dividida em três tópicos para facilitar a compreensão 
do conteúdo. 
TÓPICO 1 – TÉCNICAS DE PESQUISA E SUA IMPORTÂNCIA
TÓPICO 2 – TÉCNICAS DE PESQUISA
TÓPICO 3 – OUTRAS FERRAMENTAS INVESTIGATIVAS
2 METODOLOGIA DA PESQUISA
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INTRODUÇÃO
Anteriormente, foram vistos métodos relativos à abordagem. Agora, veremos 
os métodos de procedimentos. Estes são menos abstratos do que aqueles apresentados 
na unidade anterior. A palavra técnica remete ao prático; ao conjunto de preceitos e 
processos que serve a alguma ciência. 
 
Ao entrarmos em algum curso de graduação, já estamos sendo inseridos no 
universo daquela área: às correntes teóricas estudadas, às áreas afins, aos teóricos 
considerados cânones, pesquisas realizadas, interesses investigativos da área, à história 
das descobertas – fundamentos, aquilo que era aceito e já não é mais, descobertas 
que refutaram visões anteriores –, assim por diante. Todos esses tópicos – entre 
outros – contribuem com o mergulho em um área. Assim, ao realizar pesquisa, nada é 
desperdiçado. 
 
Toda a caminhada acadêmica contribui para a elaboração (idealização/
organização) e aplicação de uma pesquisa bem fundamentada e orientada. Conhecer 
a área de realização de pesquisa – e outras áreas que podem dar suporte, pois há áreas 
que podem se comunicar muito bem – contribui para que a pesquisa siga uma rota 
consistente, como poderá ser visto a seguir.
1 TÉCNICAS DE PESQUISA E SUA IMPORTÂNCIA 
A(s) pesquisa(s) tem/têm como objetivo tentar conhecer ou explicar fenômenos. 
Esse objetivo não é alcançado ao acaso – muito menos, segue-se a esmo em direção a 
ele. Utiliza-se, aplica-se algum método ou métodos científico(s). Nesta unidade, vamos 
analisar alguns desses elementos ou procedimentos que podem ser utilizados. 
A pesquisa é um procedimento formal, sistemático, reflexivo, com um método. 
O ponto de partida é um problema que irá definir, delinear, analisar algum ponto, 
algum aspecto da sociedade, algum fenômeno, algum acontecimento. As investigações 
procuram encontrar respostas a partir de diferentes campos do conhecimento humano.
A partir disso, já podemos observar que, por vezes, a motivação da investigação 
vem de algo observado. Em outros momentos, a investigação nasce a partir de alguma 
provocação da teoria – ou teorias – estudadas. Algumas vezes, é possível ir a campo 
e pouco enxergar. Após participar de grupos de estudo, realizar leituras e reflexões, 
voltamos a campo e passamos a ver o que antes não enxergamos. Passamos a observar 
com uma postura mais sensível. O(s) detalhe(s) pode/podem fazer a diferença – tanto no 
início (por meio de perguntas), durante (nos passos da investigação) e nas compreensões 
construídas a partir da pesquisa (PONCHIROLLI; PONCHIROLLI, 2012).
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Tendo em vista perguntas, objetivos, métodos e teoria(s) a pesquisa não perde 
o rumo. Uma pesquisa sem procedimentos e passos bem selecionados corre o risco de 
se perder em meio a uma gama de “achados de pesquisa”. Quais achados são esses?
O mundo, as realidades, os contextos, as relações humanas são dinâmicas. Elas 
são múltiplas, variadas, ricas. São muito mais do que teorias ou livros podem supor/
prever. Assim sendo, caso não haja um foco, podem surgir muitos problemas no que 
tange à elaboração das perguntas de pesquisa, definição dos métodos e as técnicas que 
deverão ser utilizadas, além de outros elementos que servirão para nortear a pesquisa. 
Esses elementos contribuem para que a pesquisa possa fazer mais em menos 
tempo. As pesquisas têm prazo, datas, etapas a serem entregues. Por esse motivo, caso 
elementos primordiais sejam ignorados, adiante, pode ser que a pesquisa encontre 
problemas. Quando a pesquisa deveria produzir compreensões (leituras dos dados), será 
necessário retornar a etapas anteriores – perguntas mal feitas, objetivos inalcançáveis, 
entre outros aspectos (LAKATOS; MARKONI, 2007). 
A partir de elementos bem estruturados e organizados – de forma coerente, bem 
engendrados, organizados, produzidos junto à(s) teoria(s) de base – a pesquisa segue 
direcionada, através dos passos necessários, sem perder de vista o(s) foco(s) e prazo(s). 
Antes de selecionar um caminho, torna-se relevante conhecer vários. Estudá-los, observar 
os aspectos positivos e negativos. Estudar as possibilidades antes de escolher métodos e 
técnicas torna-se relevante. A partir da reflexão e do conhecimento das possibilidades, 
escolhe-se de uma forma mais consistente – como já dito, engendrando melhor cada 
uma das peças que colocará a pesquisa em movimento, em direção a compreensões, 
visões, leituras (LAKATOS; MARKONI, 2007).
A primeira escolha, portanto, é a do assunto. Dessa forma, a pesquisa fica menos 
extensa ou complexa de forma desnecessária. A realidade já é complexa por si só – 
multifacetada, dinâmica, podendo ser compreendida por diferentes prismas, pontos de 
vista, teorias, entre outros. Em síntese, a organização (ou má organização) pode tornar 
ainda mais difícil uma tarefa já delicada. 
A pesquisa pode seguir algumas técnicas. Elas estão apresentadas a seguir. 
Analise cada uma delas. Caso consiga perceber que a técnica x e a y podem ser utilizadas, 
investigue mais sobre elas. Busque outras fontes, faça um levantamento, em sites de 
busca – em bibliotecas de universidades, em periódicos – de pesquisas que utilizaram 
a mesma técnica pela qual você ficou interessado. Veja as aplicações. Veja se faz sentido 
dentro das ideias que estão surgindo e a partir do assunto de interesse. 
Vamos às técnicas!
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
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2 TÉCNICAS DE PESQUISA
Neste tópico, veremos as principais técnicas de pesquisa utilizadas em 
investigações. Elas deverão ser analisadas em sua pertinência, tendo em vista os objetivos 
da investigação. 
2.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
 
A pesquisa bibliográfica é realizada em fontes de material já publicado, 
constituído primordialmente por gêneros científicos, tais como monografias, artigos, 
teses, dissertações (publicados on-line, em livros ou em periódicos), entre outros. Esses 
materiais são selecionados tendo em vista o assunto, o tema da pesquisa – este é o 
principal elo entre os materiais selecionados (entre outros critérios de seleção). 
 
Nesta pesquisa – assim como em toda pesquisa científica – busca-se a 
confiabilidade, a veracidade e a fidelidade das fontes. Da mesma forma, durante o 
levantamento bibliográfico, analisar as inconsistências e incoerências – comparando 
com outras fontes, materiais e livros é muito relevante. Dessa forma, o pesquisador não 
precisa se colocar a favor ou contra os fatos levantados. Ou seja, tomar um “partido” 
daquilo que parece estar mais disponível no acervo dos documentos levantados.
Caso o cientistaconsidere que há argumentos para que ele venha a se posicionar, 
essa opinião pode ser expressa. A não ser que essa lacuna tenha ou possa ser solucionada 
por outras abordagens complementares – alguma entrevista, ou alguma pesquisa 
histórica, ou coleta de dados de alguma outra maneira. Enfim, esses pontos – sobre se 
posicionar ou não –, não há uma fórmula, depende da pesquisa, da corrente teórica 
utilizada, de conversas abertas realizadas com o(a) orientador(a), entre outros aspectos 
a serem considerados. 
Nas palavras de Diehl e Tatim (2004, p. 58):
Entre suas vantagens está o fato de que os documentos constituem fonte rica e 
estável de dados. Como a análise dos documentos, em muitos casos, além da 
capacidade do pesquisador, exige apenas disponibilidade de tempo, o custo 
da pesquisa bibliográfica torna-se significativamente baixo quando compara-
do com o de outras pesquisas. Outra vantagem é não exigir contato com os 
sujeitos da pesquisa. É sabido que, em muitos casos, o contato com os sujeitos 
é difícil ou até mesmo impossível, ao passo que, em outros, a informação pro-
porcionada pelos sujeitos é prejudicada pelas circunstâncias que envolvem o 
contato. Entre as limitações está a possibilidade de não representatividade e a 
subjetividade dos documentos. 
Assim, há vantagens e desvantagens nessa proposta, assim como em todas as 
outras. Diante da “subjetividade dos documentos” – como uma limitação – é necessário 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
analisar cada material como uma leitura, ou uma abordagem – entre outras possíveis. 
 
Alguns procedimentos podem ser realizados dentro de uma pesquisa bibliográfica 
(MARCONI; LAKATOS, 1982):
•	 Identificar: reconhecer assunto pertinente ao tema escolhido. Seleção de materiais que 
podem ser úteis, entre eles: revistas que abordem tal tema, livros que o abordam, busca 
on-line em biblioteca universitária, seleção de resumos de monografias, dissertações 
e teses, entre outras possibilidades.
•	 Compilação: reunir esses materiais de forma sistemática. A metodologia pode ser 
variada: pastas em computador, impressões, cópias, organização em pastas, separadas 
por subgêneros, entre outros.
•	 Fichamento: o pesquisador irá manusear o material e irá elaborar uma forma de 
organização do material com máximo cuidado e exatidão. O objetivo é organizar esses 
materiais de forma a oferecer, em momento oportuno, informação pronta a ser usada 
nas etapas do trabalho. Sem ela, por vezes, o pesquisador ficará com a impressão de 
que já leu algo sobre aquilo em algum lugar – em muitos casos, não lembra onde. 
Marconi e Lakatos (1982) sugerem alguns tópicos a serem anotados ao se fazer 
fichamento. A seguir, apresentados de forma resumida:
Autor, organizador (se houver), título, subtítulo (se houver), tradutor (se 
houver), número da edição, editora, local de publicação, número de páginas, indicação 
de figuras ou tabelas (que podem vir a ser úteis em alguma discussão), título do 
periódico (caso seja artigo), universidade, indicação de bibliografia (utilizada no 
texto e que pode vir a ser útil na pesquisa), resumos (tópicos que vão ao encontro da 
temática selecionada).
Ao apresentar um resumo daquilo que é abordado, sugere-se a anotação das 
páginas. Ao redigir o trabalho, pode-se querer apresentar alguma citação. Torna-se 
mais prático, portanto, saber a página em que aquele assunto se encontra. Quanto mais 
organizado for o fichamento, o momento da escrita (a organização da discussão a partir 
dos materiais) ganhará fluidez. O leitor sentirá que o pesquisador, de fato, apropriou-
se dos materiais. Fazer fichamento é, portanto, processo inicial de análise; esta refletirá 
em uma análise mais sólida, organizada. 
2.2 PESQUISA DOCUMENTAL
A pesquisa documental costuma ser confundida com a bibliográfica. Gil (2008) 
explica que ambas se diferenciam em virtude da natureza do problema a ser solucionado. 
A pesquisa bibliográfica pode utilizar vários autores sobre determinado assunto. Por 
6 METODOLOGIA DA PESQUISA
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outro lado, a pesquisa documental busca em materiais que não receberam um tratamento 
analítico. Na pesquisa documental, manipula-se documentos, materiais variados que 
ainda não receberam uma leitura – uma análise a partir do prisma da ciência. Vai-se a 
documentos como se estivesse adentrando em um universo novo, ainda não explorado 
– à procura de alguma compreensão a partir do suporte teórico utilizado na pesquisa. 
Nas palavras de Diehl e Tatim (2004, p. 59):
Esse tipo de pesquisa assemelha-se à pesquisa bibliográfica. A diferença fun-
damental entre ambas é a natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográ-
fica se utiliza fundamentalmente das contribuições de diversos autores sobre 
determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que ainda 
não receberam tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de 
acordo com o objetivo do trabalho.
A pesquisa bibliográfica, portanto, utiliza materiais já peneirados por alguma 
leitura e pelo olhar de algum autor/pesquisador. Já na análise documental, o material 
que chega às mãos do pesquisador é material mais bruto, pedra ainda não lapidada. É 
necessário, por isso, bom domínio das ferramentas analíticas. Duas de forma prioritária: 
a base teórica selecionada e organização ao analisar os dados. 
Para Bogdan e Biklen (1999), há três grandes grupos de métodos de coleta de 
material empírico nas investigações qualitativas: observação, entrevista ou questionário 
e análise de documentos. O que podemos compreender do termo “documento”? Para 
Bell (apud CALADO; FERREIRA, 2004/2005), documento pode ser considerado uma 
impressão deixada num objeto físico. Este pode ser uma fotografia, filme, endereços 
eletrônicos, imprensa, entre outros. 
A pesquisa documental pode ser a única abordagem em uma pesquisa ou, ainda, 
pode dar suporte a uma pesquisa que se utilize de variadas ferramentas – entrevistas, 
observações, entre outros movimentos investigativos (BEUREN, 2006). Essa compreensão 
vai ao encontro de Bell (apud CALADO; FERREIRA, 2004/2005), que afirma que a técnica 
pode ser complementar ou central/exclusiva.
Ao manusear a obra, outros procedimentos podem acontecer concomitantemente 
– verticalizando a análise. Esses podem ser a observação crítica dos dados internos à 
obra, análise do contexto de produção e dos atores envolvidos (quem produziu, quando 
produziu, para quem produziu, com qual objetivo produziu, quais as estratégias 
discursivas empregadas tendo em vista aquele documento), reflexão sobre o conteúdo, 
juízo do material para o universo científico e para a pesquisa em si, entre outros.
Marconi e Lakatos (1982) apontam como fontes para a realização de pesquisa 
documental: arquivos públicos, arquivos particulares, fontes estatísticas (órgãos que 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
fazem censo, por exemplo) e fontes não escritas (fotografias, pinturas, canções, gravações, 
folclore, entre outros).
O cuidado com a fonte, com a autenticidade do material e da autoria se faz 
necessário. Ao manusear materiais, há variadas perguntas que podem surgir e podem 
orientar a(s) análise(s):
Esse texto é um rascunho? Trata-se de um material original? 
É possível determinar o autor? As circunstâncias da produção? Podemos utilizar 
outros fatores para determinar dados sobre o material analisado? A data está clara 
no documento? Se não estiver, há algum elemento dentro do texto que contribui com 
a compreensão da data da publicação?
Onde este documento estava arquivado? Arquivo de alguma instituição? Um 
documento de circulação interna a uma instituição e restrita a ela? Circulação interna 
e aberta a outras pessoas? Arquivo público (municipal,estadual)? Caderno de aluno? 
Material em circulação no presente? Material fora de circulação no presente? Se está 
em circulação, quais os usos atuais desses materiais? Qual é o público esperado? 
Trata-se de um documento oficial? De um anuário? De uma lei? De uma ata, de um 
relatório, de um ofício, de uma correspondência, de um panfleto? 
Trata-se de um testamento, um inventário? 
Trata-se de um formulário institucional? De uma biografia? Uma biografia feita 
por quem? Há outra biografia que apresenta outra informação? Há algum outro 
documento que apresente algo contrário? Algo que, comparativamente, levanta 
suspeitas a uma visão ou a outra?
Se a história é contada, por quem ela está sendo contada? Na visão de qual historiador? 
A partir de um autor que tem qual posicionamento?
Trata de um documento que corresponda a uma memória de alguém? É uma imagem, 
um quadro, uma fotografia, um mapa? 
É um documento ligado a algum partido, escola, hospital, agência? Trata-se de um 
documento que apresenta relação hierárquica entre autor e leitor? Trata-se de um 
texto íntimo, secreto como um diário em que se escreve para si mesmo? 
Trata-se de um gênero textual científico, poético, interpessoal, comercial? 
FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).
8 METODOLOGIA DA PESQUISA
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2.3 PESQUISA EXPERIMENTAL
Na pesquisa experimental, o pesquisador procura refazer as condições de algo que 
está sendo estudado, analisá-lo. Com tal empreendimento, utiliza todo um aparato para 
observar o fato, procurando fazer com que ele seja controlado: aparelhos apropriados, 
local adequado com o objetivo de demonstrar o modo como é produzido. Dessa forma, 
pode-se compreender de uma forma mais aprofundada as causas e os efeitos. 
 
Por meio de experimentos, pode-se observar as variáveis para a compreensão 
do objeto de estudo – observando aquilo que influencia e o que não influencia nos 
resultados obtidos. Essa forma de pesquisa é comum tanto em se tratando das ciências 
naturais quanto nas tecnológicas. 
 
A seguir, um exemplo citado por Gil (2002, p. 47): 
seja Z o fenômeno estudado, que em condições não experimentais se apresenta 
perante os fatores A, B, C e D. A primeira prova consiste em controlar cada 
um desses fatores, anulando sua influência, para observar o que ocorre com os 
restantes. Seja o exemplo: A, B, e C produzem Z [/]. A, B, e D não produzem Z 
[/]. B, C, e D produzem Z [/]. Dos resultados dessas provas, pode-se inferir que 
C é condição para a produção de Z. Se for comprovado ainda que unicamente 
com o fator C, excluindo-se os demais, Z também ocorre, pode-se também 
afirmar que C é condição necessária e suficiente para a ocorrência de Z, ou, em 
outras palavras, que é sua causa.
 
Essa linguagem faz mais sentido em alguma área que outras. Trata-se de um 
exemplo em que, pela testagem, compreendem-se relações entre os elementos.
 
A técnica experimental é um importante procedimento para testar hipóteses. 
Assim, há pesquisas em que o experimento faz sentido, enquanto em outras, não 
fará sentido algum. Nas pesquisas experimentais, procura-se saber a relação entre os 
fenômenos, analisando o que são as causas e o que são os efeitos em uma determinada 
situação ou fenômeno.
 
Um exemplo poderia ser a interpretação do fenômeno das ondas nas praias. Ou 
seja, o motivo pela qual as ondas quebram. Esse fenômeno é o que se deseja compreender. 
No caso, as ondas propagam-se ao longo dos oceanos movidas pelo vento, e ao chegarem 
na costa, encontram uma superfície muita rasa. Abruptamente, a massa de água que 
se movimenta pela energia eólica não mais encontra profundidade para se dissipar, e 
dessa forma aumenta de tamanho, não conseguindo mais se sustentar, dissipando toda 
a energia. Então temos a causa – a diminuição da profundidade - e também, o efeito – o 
quebrar das ondas dissipando a energia. Todo esse cenário poderia ser moldado em um 
simples modelo, através de uma maquete em laboratório, contribuindo para a análise 
experimental do fenômeno.
9
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METODOLOGIA DA PESQUISA
2.4 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso procura conhecer ou examinar um fenômeno – algo que seja 
relativo ao tempo presente, que ocorra na atualidade – de uma forma particular: o 
fato dentro do seu contexto. Por esse motivo, há uma diferença de perspectivas que 
se interessem, primordialmente, pela história – o foco do estudo de caso é o presente, 
ainda que procure, em determinadas investigações, compreender alguma relação com 
algo anterior. Ainda assim, o ponto central é algo contemporâneo, algo observável 
na atualidade. Há alguns usos/aplicações do estudo de caso que procuram esclarecer 
decisões, motivos e resultados. Como dito, dependendo da área, isso faz ou não sentido.
 
Diehl e Tatim (2004, p. 61):
O estudo de caso apresenta uma série de vantagens, o que faz com que se torne 
o delineamento mais adequado em várias situações. Suas principais vantagens 
são: o estímulo a novas descobertas, a ênfase na totalidade e a simplicidade dos 
procedimentos. Entre as limitações pelo estudo de caso, a mais grave refere-
-se à dificuldade de generalização dos resultados obtidos. Por essa razão cabe 
lembrar que, embora se processe de forma relativamente simples, ele pode 
exigir do pesquisador nível de capacitação mais elevado que o requerido para 
outros tipos de delineamento.
 
O estudo de caso é considerado uma investigação de um ou poucos objetos – 
por esse motivo, possibilita o aprofundamento do conhecimento sobre esse(s) objeto(s) 
(YIN, 2001). O estudo de caso é considerado como uma forma de realizar uma pesquisa 
aplicada – uma vez que pode buscar a aplicação de conhecimentos para a produção de 
mudanças, transformações sociais (BOAVENTURA, 2004). 
 
De acordo com Gil (2008), essa aplicação possibilita a resolução de conhecimentos 
sobre uma realidade em uma dada circunstância. Essa forma de estudo possui alguns 
procedimentos, tais como: coletar e analisar informações sobre o objeto investigado 
– este podendo ser um grupo, uma sala de aula, uma família, a realidade de uma 
instituição, uma comunidade, entre outros, dependendo dos objetivos da pesquisa. 
Esta pesquisa pode, com base nesse contexto e grupo investigados, levantar dados 
qualitativos (números, datas, porcentagens, formar gráficos, tabelas, preencher planilhas, 
fazer cálculos matemáticos variados – incluindo os probabilísticos –, entre outros) e 
qualitativos (dados de uma natureza mais sutil, a partir de um questionário aplicado, 
ou uma entrevista com um ou mais envolvidos, desejando compreender, dependendo 
da teoria empregada, aspectos sutis e que serão interpretados à luz de alguma corrente 
teórica específica). 
Ao realizar o estudo de caso, o pesquisador pode se deparar com aspectos que 
sequer foram imaginados antecipadamente. A realidade, quase sempre, surpreende. 
É, quase sempre muito mais dinâmica e impactante que a teoria mais mirabolante 
10 METODOLOGIA DA PESQUISA
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poderia supor ou prever. Ainda mais em se tratando de contextos em que as relações 
humanas, hierárquicas, institucionais ou interpessoais sejam investigadas. Quanto 
mais o investigador for provocado pelo universo e pela leitura produzida pela análise, 
mais interessantes poderão ser seus achados de pesquisa – desde que se deem de 
forma ordenada e baseada em uma postura ética e ponderada do pesquisador. Caso o 
pesquisador vá ao estudo com uma postura arrogante, em muitos casos, acabará forçando 
os dados a dizer aquilo que ele já acredita saber. Isso trará fragilidades ao apresentar 
os dados e as considerações sobre eles.
Yin (2001, p. 32) compreende que
um estudo de caso é uma investigação empírica que investigaum fenômeno 
contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os 
limites entre o fenômeno e contexto não estão claramente definidos.
A partir disso, podemos observar que o contexto é bastante relevante ao realizar 
essa técnica de pesquisa. Martins (2006) ressalta que o estudo de caso se interessa por 
fenômenos complexos. Ao analisar esses fenômenos, a pesquisa procurará buscar 
explicações ou interpretações convincentes para esses fenômenos. Em outras palavras, o 
pesquisador vai procurar desenvolver inferências – vai produzir interpretações a partir 
de um conjunto de elementos observados – que o ajudarão a compreender aquilo que 
está sendo investigado.
No estudo de caso, é comum, portanto, utilizar-se de fontes múltiplas para que 
uma variedade de fatores contribua com as análises. Entre esses elementos estão as 
observações, os questionários, os registros de áudio e/ou vídeo – muitos desses serão 
transcritos adiante, ou somente oferecerão dados complementares –, cartas, documentos, 
questionários, entre outros. 
 
Em um estudo de caso, o pesquisador compreende que há uma gama de elementos 
que constituem o todo daquilo que é investigado. Entende que há uma complexidade 
inerente ao objeto e, por isso, dependendo do tempo de pesquisa de que dispõe, puxa 
cada fio que pode levar a uma parte importante dessa teia de sentidos. 
 
A partir de cada fio, ele puxa, ele segue, ele vai além, ele utiliza de uma outra 
ferramenta que não havia utilizado. Por exemplo, em um questionário ou na observação, 
pode perceber algum ponto que mereça atenção e, a partir disso, agenda uma entrevista 
com este ou aquele sujeitos envolvidos. Assim procura mais elementos para poder 
observar se eles convergem, se eles se solidificam, se eles corroboram entre si, se eles 
convergem. 
 
O investigador também pode realizar triangulações – fazer uso de dados 
variados, de evidências variadas ou, ainda, de teorias variadas. A(s) teoria(s) utilizadas 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
contribuem para a condução da pesquisa – estimulando o pesquisador não só a realizar 
suas análises, mas, também, a buscar informações por outros meios quando sentir que 
é necessário. Sentir que é necessário é algo produzido pela teoria, pela experiência (sua 
e de pesquisador mais experiente – geralmente orientador) e, também, por meio da 
contribuição dos pares – colegas que façam parte de grupos de estudo. O ato de uns 
discutirem o trabalho dos outros amplia a sensibilização – aponta fragilidades. Essas 
fragilidades podem ser de naturezas variadas, entre elas: no método, ou na teoria 
utilizada, ou na falta de suporte teórico, ou em conclusões frágeis ou superficiais, ou no 
apontamento de preconceitos que possam aparecer na fala ou na forma de o pesquisador 
olhar para os contextos ou dados, entre outras possibilidades.
 
Martins (2006, p. 80) afirma que a “confiabilidade de um Estudo de Caso poderá 
ser garantida pela utilização de várias fontes de evidências, sendo que a significância dos 
achados terá mais qualidade ainda se as técnicas forem distintas”. Quanto mais variadas 
as fontes – observando a convergência dos elementos –, maior grau de confiabilidade 
às pesquisas.
 
Então, se é importante utilizar de variadas estratégias, como poderíamos realizar 
tal empreendimento? A sugestão é que sejam feitas triangulações. Nas palavras de 
Martins (2006, p. 80, grifo nosso), 
A literatura apresenta e discute quatro tipos de triangulação: de fonte de da-
dos – triangulação de dados – alternativa mais utilizada pelos investigadores 
–, triangulação de pesquisadores – avaliadores distintos colocam suas posições 
sobre os achados do estudo –, triangulação de teorias – leitura dos dados pelas 
lentes de diferentes teorias –, triangulação metodológica – abordagens meto-
dológicas diferentes para condução de uma mesma pesquisa.
 
A prática da triangulação, atualmente, é bastante utilizada em áreas diversas. Da 
mesma forma, funciona bem não somente no estudo de caso – pode oferecer suporte 
a outras técnicas. 
2.5 PESQUISA DE CAMPO 
 
A pesquisa de campo tem o objetivo de conseguir informações sobre um tópico 
em específico – em especial, algum a partir do qual se produz alguma hipótese. Além 
disso, é possível buscar, através dessa técnica de pesquisa, descobrir novos fenômenos 
ou relações entre cada um deles. A pesquisa de campo observa fatos como ocorrem 
espontaneamente. 
A coleta de dados busca produzir registros relevantes para, adiante, vir a analisá-
los. As fases dessa pesquisa podem ser:
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•	 realização de pesquisa bibliográfica sobre o tema a ser investigado (este movimento 
ajudará a conhecer como o tema que está sendo abordado e quais as abordagens ainda 
não realizadas);
•	 seleção de teoria ou teorias que irão oferecer um percurso analítico de referência (da 
mesma forma, contribuirá para a elaboração de um caminho geral à pesquisa); 
•	 Adiante, serão observados os procedimentos para a coleta de dados e as formas de 
analisar esses dados – como serão organizados, tabulados, entre outros movimentos 
analíticos (MARCONI; LAKATOS, 1982).
A pesquisa de campo procura responder a alguma interrogação e, ainda, observar 
relação entre diferentes fenômenos. Muitas pesquisas de campo podem estar interessadas 
em “grupos, comunidades, instituições e outros campos, visando à compreensão de 
vários aspectos da sociedade” (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 64). Ainda assim, como 
todas as técnicas, apresenta vantagens – tais como construção de conhecimento sobre 
determinados fenômenos – e desvantagens – os indivíduos ou grupos investigados 
podem modular, alterar e falsear suas posturas e respostas. 
2.6 PESQUISA-AÇÃO
A pesquisa-ação é uma pesquisa que se interessa pela produção de uma mudança 
na realidade investigada. Os pesquisadores e os participantes se envolvem de forma 
a alterar aquilo que é investigado, o contexto, as relações, a organização, entre outras 
possibilidades. 
 
Em outras palavras, a cooperação é aspecto-chave, integrante dessa pesquisa. 
Diehl e Tatim (2004, p. 62):
É definida como um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e 
realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de problema 
coletivo na qual os pesquisadores e participantes representativos da situação 
ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
 
Sem esses aspectos – cooperativos e participativos –, a pesquisa não é classificada 
por pesquisa-ação. 
 
Ao realizar a pesquisa-ação, há um interesse em comum, coletivo na resolução 
de um problema. Assim, não faz sentido que o pesquisador queira e se mova em relação 
a algo, caso outros não se engajem em objetivos semelhantes. Assim, é necessário que 
outros interajam em função das mudanças e dos resultados esperados. Esse engajamento 
não é somente em relação ao problema, mas também, engaja-se na realização de 
pesquisas essenciais à resolução – como pesquisas bibliográficas, por exemplo.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Há algumas confusões em relação à pesquisa-ação. Uma delas é o fato de 
realizarem um levantamento de dados a serem, adiante, arquivados. Nesse sentido, o 
propósito essencial é perdido – o aspecto da cooperação e da produção de mudanças 
naquele contexto investigado. 
 
São estes os principais aspectos da pesquisa-ação (THIOLLENT, 1998): (1) 
interação entre pesquisadores e outras pessoas que são parte do contexto ou situação 
investigado; (2) é por meio da interação que se percebe a prioridade de ações sobre 
aquilo que se observa; (3) o objeto de investigação é muito mais a situação e os problemas 
de diferentesnaturezas do que as pessoas que neles estão envolvidas (4) em alguns 
casos, o objetivo pode não ser resolver problemas; algumas vezes, consegue-se chegar 
ao esclarecimento de alguma situação observada; (5) todos os atores envolvem-se em 
todas as etapas de ações e decisões – não somente o pesquisador é ator, decidindo e tudo 
resolvendo –; (6) caso a pesquisa caia em uma só ação, pode-se cair em uma espécie de 
ativismo; em vez disso, pretende-se, por exemplo, ampliar a consciência (percepção da 
situação) das pessoas e grupos naquele dado contexto. 
NOTA
A pesquisa-ação possui certa semelhança com a pesquisa-participante. Diehl e Tatim 
(2004, p. 62) defi nem a pesquisa-participante:
Assim como a pesquisa-ação, caracteriza-se pela interação entre os pesquisadores e os 
membros das situações investigadas. Envolve, além da distinção entre ciência popular 
e ciência dominante, posições valorativas, derivadas sobretudo do humanismo cristão 
e de certas concepções marxistas. Ademais, mostra-se bastante comprometida com a 
minimização da relação entre dirigentes e dirigidos, e por essa razão tem-se voltado, 
notadamente, para a investigação junto a grupos desfavorecidos, tais como os consti-
tuídos por operários, camponeses, índios etc.
Essas são algumas das técnicas mais conhecidas ao realizar uma pesquisa. Ao 
longo dos textos foram apresentados aspectos essenciais, centrais para cada tipo de 
técnica. Contudo, como já dito, ler artigos, dissertações, teses que utilizaram tais técnicas 
pode contribuir e muito para a compreensão dos caminhos investigativos seguidos – 
ampliando o conhecimento, visualizando possibilidades. 
As técnicas acima podem ser muito bem amparadas por outras técnicas. 
Dependendo da investigação, torna-se útil engendrar ferramentas para que o contexto, 
a situação, o(s) objeto(s) sejam compreendidos a partir de uma investigação dedicada 
e aprofundada. 
Vamos observar essas ferramentas que podem ajudar na investigação!
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3 OUTRAS FERRAMENTAS INVESTIGATIVAS
Quando realizamos uma pesquisa de campo, pesquisa experimental, pesquisa-
ação, estudo de caso, entre outras técnicas que deslocam o pesquisador a um contexto 
específico, nesse movimento investigativo, outras ferramentas podem servir como 
complementos. Essas ferramentas podem ser utilizadas para esclarecimentos – pontos 
obscuros que possam surgir em algum momento da investigação – ou, ainda, podem 
vir a ser forma primordial (central) de coleta de dados. 
Quanto mais o pesquisador utilizar de variadas ferramentas para compreender 
o contexto investigado, mais credibilidade trará ao redigir as conclusões (análises) de 
seu trabalho. Vamos a essas possibilidades.
3.1 OBSERVAÇÃO: FORMAS E CARACTERÍSTICAS
A observação é uma técnica de coleta de dados que utiliza sentidos para a captura 
da realidade. Não somente por meio da visão e audição, mas consiste também em 
examinar, analisar o contexto observado. A observação contribui na obtenção de dados 
sobre os indivíduos dos quais se tem pouco ou nenhum conhecimento
Assim, é elemento básico em pesquisas de campo – além de ser técnica 
fundamental em áreas como a Antropologia e Educação. “Trata-se de um ponto de 
partida em se tratando de investigações de cunho social. Esta técnica leva o pesquisador 
a ter um contato mais direto com a realidade” (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 66). 
Assim como em todas as técnicas, possui vantagens e desvantagens. Vamos a 
elas. Comecemos pelas vantagens.
a) Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade 
de fenômenos. 
b) exige menos do observador do que as outras técnicas.
c) permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais 
típicas.
d) depende menos da introspecção ou da reflexão.
e) permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de 
questionários (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 66). 
Dependendo da natureza da pesquisa, dos objetivos propostos, de fato a 
observação torna-se relevante na obtenção dos resultados. Ir até o contexto investigado 
para lançar um olhar – amparado em teorias – trata-se de um valioso movimento 
investigativo.
Vamos observar o que podem ser consideradas limitações dessa técnica de 
pesquisa: 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Limitações [...]
a) o observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no ob-
servador.
b) a ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede, muitas vezes, 
o observador de presenciar o fato.
c) fatores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador. 
d) a duração dos acontecimentos é variável: pode ser rápida ou demorada e os 
fatos podem ocorrer simultaneamente; nos dois casos, torna-se difícil a coleta 
dos dados. 
e) Vários aspectos da vida cotidiana, particular, podem não ser acessíveis ao 
pesquisador (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 66).
As limitações, acima apresentadas, merecem comentários mais pontuais, uma a 
uma: a) sabendo que a observação está ocorrendo, há uma tendência de manipular os 
fatos, modular os atos, as posturas e selecionar palavras; b) vai ao encontro da anterior – 
aquilo que é ou não espontâneo é de difícil precisão; c) o imprevisto acaba interferindo: 
há variados relatos de observadores de sala de aula que acabam tendo que ficar com 
uma turma, por exemplo, quando, na verdade, não deveria ter interferência alguma; d) 
há acontecimentos que são mais rápidos do que o previsto, outros, demorados demais, 
outros ainda, acontecem ao mesmo tempo (dificultando o ato de tomar nota, anotar, 
relatar); e) há aspectos que dificilmente ficarão visíveis, por dizerem respeito à vida 
íntima e pessoal – não ficando expostas durante o período observado.
 
Compreender essas limitações e, ainda, externá-las no próprio texto é parte de 
uma produção acadêmica ponderada e sensível. Sim, essas limitações (entre outras) 
podem ser reconhecidas pelo próprio pesquisador durante a escrita – seja de uma 
monografia, dissertação, tese, entre outros. 
 
Marconi e Lakatos (1982) apontam outros tópicos sobre as observações. Abaixo, 
um quadro resumitivo.
QUADRO 1 – TIPOS DE OBSERVAÇÃO
Observação 
assistemática
Na observação assistemática, o conhecimento é produzido através da 
experiência casual. Nela não se tem à mão uma espécie de roteiro com 
os pontos a serem observados. 
A observação acontece sem tanto controle prévio. O que há, de 
fato, é uma atitude de prontidão. O pesquisador permanece atento 
ao que o cerca e, por vezes, percebe uma oportunidade única para 
conhecer algum fenômeno. Um cuidado essencial é não se envolver 
emocionalmente – tomando partido sem que se tenha um número 
interessante de informações para poder fazer uma análise adequada.
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Observação 
sistemática
Esta também é chamada de estruturada, controlada e planejada. Pode 
utilizar de instrumentos para a coleta de dados (quadros, escalas, 
aparelhos eletrônicos, quadros, anotações variadas, diário de campo, 
entre outros).
Nesse tipo de observação, o pesquisador sabe o que procura, tem 
objetos – há um planejamento cuidadoso e sistemático. 
Um problema dessa forma de observação é que, por vezes, ao 
ser amarrada demais, rígida demais, aspectos espontâneos – que 
necessitam da sensibilidade do pesquisador – podem passar 
despercebidos. 
Observação não 
participante
Esta observação também é chamada de observação passiva. O 
pesquisador não se insere de nenhuma maneira. Entra em contato 
com o grupo ou realidade estudada, mas permanece de fora.
Sua forma de se envolver é como um espectador. Isso não quer dizer 
que não seja um trabalho sistemático e organizado. O pesquisador é 
apenas um elemento discretoem dada situação ou grupo. 
Observação 
individual
Técnica utilizada por um pesquisador que necessita de alguns 
cuidados. O principal é observar se sua personalidade não está 
sendo projetada naquele que é observado. Esse fenômeno é muito 
comum – por esse motivo, as compreensões precisam estar ancoradas 
em anotações, fotos, gravações, entre outros aspectos. Assim será 
possível intensificar a objetividade daquilo que é descrito – separando 
interpretação pessoal de eventos reais, concretos. 
Observação em 
equipe
Nesta observação, a equipe pode deixar os fatos se darem 
espontaneamente (cada um observando e anotando o que vier a 
chamar a atenção) ou, ainda, podem realizar combinados. Por exemplo, 
um fica com o encargo de observar os materiais e aspectos estruturais 
da instituição ou realidade observada, outro fica responsável por 
anotar aspectos didáticos e relacionais, outro ainda, pontos que digam 
respeito a reações espontâneas (interatividade, emoções, palavras), 
assim por diante. Esses tópicos dependem da natureza da pesquisa e 
os interesses investigativos.
Ainda, nesta forma de observação, têm-se:
•		os mesmos fenômenos e fatos por perspectivas diferentes. 
•	Cada um pode observar um aspecto diferente (de um mesmo 
fenômeno ou em dimensões diferentes).
•	 Alguns podem observar enquanto outros realizam outros 
empreendimentos (no mesmo contexto, sala, espaço; ou não).
•	Os observadores podem estar realizando suas pesquisas em um 
espaço mais amplo como em uma cidade, bairro, comunidade; esta 
técnica também é conhecida como observação em massa.
Observação na vida 
real
As observações são feitas em ambientes reais. Os fatos são anotados 
conforme forem ocorrendo. O local onde o evento ocorre é privilegiado 
– evitando deturpações, entre outros.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Observação em 
laboratório
O ambiente é produzido, as condições são pensadas e controladas. 
Tenta-se descobrir a ação e a conduta em condições prontas, pensadas 
antecipadamente. 
Algumas circunstâncias terão dificuldade de serem produzidas, uma 
vez que na ausência de espontaneidade perde-se muito daquilo que 
poderia vir a acontecer em um ambiente real, com eventos reais. 
Contudo, ainda por ser em laboratório, há umas estratégias que 
podem deixar o ambiente descontraído a ponto de os participantes 
demonstrarem o que pensam sobre tópicos e padrões da sociedade. 
Um exemplo de pesquisa de laboratório – que vai ao encontro disso 
– é pedir, por exemplo, para estudantes encenarem uma sala de aula. 
Eles precisam produzir o cenário, escolher os personagens e assim 
por diante. Aquilo que acontecer, em cena, vai ajudar os observadores 
a compreender melhor o que esses pensam sobre a educação, sobre 
professores, sobre si mesmos. 
FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).
3.2 ENTREVISTA 
As entrevistas desejam levantar informações sobre aqueles que são entrevistados. 
Alguns objetivos mais específicos podem ser (MARCONI; LAKATOS, 1982): busca por 
compreender fatos (não claros, obscuros), entender a opinião sobre acontecimentos, 
averiguação de sentimentos, anseios que inspiram atitudes, compreensão de planos 
de ação, metas individuais, inferir possíveis condutas, entender fatores que motivam 
opiniões, entre outras possibilidades.
Sugere-se que haja alguns procedimentos, tais como: conhecimento prévio 
(mínimo) do entrevistado ou da realidade investigada; marcar com antecedência dia, 
hora e lugar; garantir que as condições estejam favoráveis (não interrupção, que o tempo 
seja oportuno, que celulares estejam desligados, que o local seja tranquilo, entre outros); 
solicitar a permissão da instituição, colher assinatura de formulário para uso de dados 
e também de garantia de sigilo; realizar planejamento (saber como vai entrevistar, se 
haverá roteiro ou não, qual o assunto, o que se pretende descobrir, entre outros tópicos); 
entre outros cuidados a serem tomados.
Há algumas vantagens e desvantagens, como em todos os movimentos 
investigativos. Vamos a algumas delas a partir de Marconi e Lakatos (1982):
18 METODOLOGIA DA PESQUISA
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Vantagens
Pode ser aplicada com analfabetos; boa flexibilidade (podendo 
tirar dúvidas que o entrevistado tiver); oferece oportunidade 
para avaliar as atitudes (não somente as respostas), podendo 
realizar anotações sobre as atitudes; possibilidade de conseguir 
informações que sejam mais precisas; contribui para que os dados 
sejam esclarecidos.
Desvantagens
Pode apresentar problemas de comunicação entre as partes; 
caso não ocorra a compreensão da pergunta, pode responder a 
algo que não faça sentido; o entrevistado pode ser influenciado 
pelo entrevistador; ocupa muito tempo de ambos os sujeitos 
(entrevistador e entrevistado), entre outros.
Há alguns cuidados a serem tomados ao realizar a entrevista (MARCONI; 
LAKATOS, 1982):
•	 Fazer contato com o entrevistado. Esse primeiro contato não pode ser tratado sem sua 
devida atenção. Um contato inicial, com uma postura amistosa, produz significativos 
resultados em todo o processo.
•	 O contato inicial tem o objetivo de ganhar e manter a confiança.
•	 No contato inicial, os objetivos da pesquisa precisam ficar claros – assim o entrevistado 
consegue compreender a relevância de sua participação. Caso compreenda, terá mais 
chances de se engajar na investigação – e isso é determinante.
•	 No contato inicial – e em todas as etapas –, a conversa deve ser mantida em tom de 
cordialidade e amizade. 
•	 A formulação de perguntas é feita de acordo com a entrevista – sua natureza, quais 
os objetivos.
•	 Cada pergunta deve ser feita respeitando o tempo de fala – só então, introduzir outra 
pergunta.
•	 Toda a pergunta que oriente a resposta precisa ser alterada – a formulação da pergunta 
pode interferir em tudo o que o entrevistado dirá. Assim, um mal desenvolvimento 
de perguntas pode colocar todos os dados a perder. Não é raro que o pesquisador 
tenha que excluir toda uma gama de dados por ter formulado mal suas questões 
(perguntas que estimulavam o entrevistado a dar respostas esperadas). Por isso, 
sempre é interessante que as perguntas sejam expostas em grupos de estudo ou, pelo 
menos, a um pesquisador mais experiente (orientador de pesquisa e/ou outros).
•	 As respostas devem ser registradas em variados meios – anotadas durante a entrevista. 
Ainda, gravar a entrevista necessitará de autorização prévia do entrevistado.
•	 Respostas anotadas depois da entrevista – sem o uso de gravador ou outro suporte – 
dificultam a objetividade. Depois de algum tempo, nossa memória não tem certeza 
e acaba juntando pedaços – distorcendo informações.
•	 O ato de resumir o que foi dito também pode distorcer a informação – resumir é 
dizer do jeito do pesquisador. Isso nem sempre vai ao encontro do que o entrevistado 
realmente disse. 
FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).
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METODOLOGIA DA PESQUISA
•	 Nem tudo o que foi dito pode interessar à pesquisa – por vezes, de 10 perguntas 
realizadas, apenas a de número 4 pode vir a interessar na análise. Ainda, pode-se 
desejar realizar a(s) mesma(s) pergunta(s) a outros sujeitos de pesquisa. Afunilando, 
assim, em um só ponto a partir de variados pontos de vista.
•	 A entrevista deve terminar com o mesmo tom de cordialidade com que começou. 
Há casos em que alguma informação não tenha ficado clara – por esse motivo, novo 
contato pode ser necessário. 
Marconi e Lakatos (1982) apontam outros tópicos sobre as entrevistas. Segue um 
quadro resumitivo.
Padronizada ou 
estruturada
• O entrevistador segue um roteiro.
• As perguntas são predeterminadas. 
• Os entrevistados respondem às mesmas perguntaspara que seja 
possível realizar uma análise comparativa entre as respostas – só 
assim é possível ver diferentes posicionamentos sobre os mesmos 
tópicos.
• O pesquisador não é livre para adaptar o roteiro a partir de 
determinadas situações.
Despadronizada 
ou não 
estruturada
• Conforme a conversa se dá, o entrevistador pode ir alterando os 
caminhos, os questionamentos.
• O pesquisador pode, inclusive, interessar-se por tópicos que nem 
poderia supor antes da entrevista; em alguns casos, o pesquisador 
acaba até mudando o tema da pesquisa, tendo em vista um novo 
interesse oportunizado pela entrevista. 
• Perguntas sequer podem ser feitas; pode ocorrer somente a 
condução de uma conversa informal, espontânea – muitos 
acreditam que, dessa forma, muito pode ser percebido (quando o 
entrevistado esquece que está sendo entrevistado).
• Há autores que separam esta entrevista em três tipos:
- entrevista focalizada: há um roteiro formado por tópicos relativos 
ao problema, contudo, o entrevistador tem liberdade de alterar as 
perguntas quando quiser, conforme a conversa vá fluindo;
- entrevista clínica: trata-se de estudar a conduta, os motivos e os 
sentimentos das pessoas envolvidas no contexto investigado; para 
chegar a isso, podem ser desenvolvidas perguntas variadas;
- entrevista não dirigida: há liberdade plena ao entrevistado; o 
entrevistador vai realizando comentários ou perguntas para 
incentivar a falar ainda mais, a se aprofundar, sem, de forma 
alguma, forçar ele a falar o que não desejar.
Painel
• É a repetição de perguntas com um curto espaço de tempo, para 
analisar se ocorrou a mudança de opinião;
• As perguntas podem ser formuladas de forma diversa (formuladas 
e reformuladas de tempos em tempos) – em muitos casos, elas são 
refeitas caso o entrevistador perceba que o entrevistado distorce 
ou foge das perguntas.
FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).
20 METODOLOGIA DA PESQUISA
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3.3 QUESTIONÁRIO
 
Questionário é outro instrumento para coletar os dados da pesquisa. O questionário 
pode ser entregue pessoalmente, enviado por e-mail. Depois de preenchido, ele pode 
ser devolvido de forma impressa ou à mão. Há pesquisas que desejam uma resposta 
menos programada, assim, combina-se com o informante dia e lugar para responder 
ao questionário. Quanto mais tempo o informante tem, mais tempo para pensar nas 
respostas – o que pode ter vantagens e desvantagens, dependendo da pesquisa. 
As perguntas podem ser:
a) Abertas: são as não limitadas – permitem ao informante responder livremente, 
com suas próprias palavras, emitindo opiniões. São perguntas que solicitam 
aprofundamento por parte de quem responde. 
Exemplos de perguntas abertas (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 77):
1) Qual é a sua opinião sobre a legalização do aborto?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
2) Em sua opinião, quais são as principais causas da delinquência no Brasil?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
b) Perguntas fechadas ou dicotômicas: são mais limitadas, com alternativas fixas, 
o informante escolhe sua resposta entre opções. Seguem exemplos de perguntas 
fechadas:
Exemplos de perguntas abertas (MARCONI; LAKATOS, 1982, p. 77- 79):
Os sindicatos devem ou não formar um partido político?
1. Sim ( )
2. Não ( )
Você é favorável ou contrário ao celibato dos padres?
1. Favorável ( )
2. Contrário ( ) 
A partir das respostas, é possível tabular os dados, fazer tabelas, gráficos, 
apontar porcentagens – podendo separar respostas em relação aos que responderam: 
x homens; x mulheres; pessoas acima de 50 anos e pessoas abaixo de 50; informantes 
com escolaridade “superior completo” e outras com “ensino fundamental completo”. 
21
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Enfim, a forma como eu organizo os dados irá contribuir para com a construção de 
interpretações e leituras a partir dos dados e das teorias utilizadas.
c) Perguntas de múltipla escolha: são perguntas que apresentam uma série de possíveis 
repostas.
1) Qual é, para você, a principal vantagem do trabalho temporário?
(ESCOLHER APENAS UMA RESPOSTA)
1. Maior liberdade no trabalho ( )
2. Maior liberdade em relação ao chefe ( )
3. Variações no serviço ( )
4. Poder escolher um bom emprego para se fixar ( )
5. Desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional ( ) 
6. Maiores salários ( )
Há outros exemplos possíveis. Para produzir boas perguntas, é preciso sempre 
manter em vista os objetivos da pesquisa – as perguntas são pensadas tendo em vista 
o interesse; a(s) pergunta(s) que movem a pesquisa. 
A partir disso, seguem alguns processos para produzir bons questionários 
(MARCONI; LAKATOS, 1982):
•	 O pesquisador pode ter uma lista de temas que deseja investigar. Se tiver 10 assuntos, 
produzir uma ou duas perguntas sobre cada tema.
•	 Questionário muito longo pode não ser muito respondido.
•	 Se o questionário for curto demais, pode não oferecer informações suficientes para 
a compreensão de aspectos essenciais à pesquisa.
•	 O tema deve ir ao encontro dos objetivos da pesquisa.
•	 O ideal é que o tempo de resposta seja curto – sugerem-se menos de 30 minutos.
•	 Pode ser acompanhado de notas explicativas – orientações que sejam pertinentes – e 
esclarecimento de entidades que contribuem com o desenvolvimento da pesquisa.
•	 A estética deve contribuir para que as respostas sejam dadas de forma organizada.
•	 Sugere-se um pré-teste – verificando falhas. A partir disso, o questionário será 
reformulado – ampliando ou eliminando elementos. Há perguntas que podem estar 
com duplo sentido – podemos querer perguntar algo que não está claro. Podemos 
perguntar algo querendo, na verdade, fazer uma pergunta completamente diferente.
Dependendo da forma de entrega dos questionários, há casos em que eles nem 
voltam preenchidos. Assim, caso o questionário seja entregue para alcançar um público 
x (o maior número de pessoas), nem todos eles serão devolvidos. 
 
22 METODOLOGIA DA PESQUISA
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Seguem as vantagens e desvantagens dessa forma de coleta de dados (MARCONI; 
LAKATOS, 1982):
Vantagens
• Economia de viagens. 
• Atinge várias pessoas ao mesmo tempo.
• Abrange mais áreas (de um bairro, comunidade, cidade, escola, por 
exemplo).
• Reduz-se o risco de distorção.
• As respostas costumam ser mais breves e pontuais.
• Em boa parte, não se deseja o nome – por isso, as pessoas sentem-se mais 
livres e fazem uso do anonimato. 
• Menos influência do pesquisador e, por consequência, menos distorção.
• Consegue-se respostas que, pessoalmente, seria muito difícil obter – 
dificuldade de deslocamento, agenda que não coincide.
• Entre outras vantagens.
Desvantagens
• Há poucos questionários que voltam.
• Há um número bastante grande de perguntas que voltam em branco.
• Não é possível aplicar com pessoas analfabetas.
• Há perguntas que não são compreendidas pelo informante, fazendo com 
que ele responda achando que compreendeu – não podendo ele tirar as 
dúvidas.
• A devolução pode ser tardia – muitas vezes dias, semanas, meses após 
a escrita, entrega ou publicação dos resultados da pesquisa.
• Desconhecimento das circunstâncias – não se sabe se o informante parou, 
se prestouatenção na hora de responder.
FONTE: Adaptado de MARCONI; LAKATOS (1982).
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METODOLOGIA DA PESQUISA
REFERÊNCIAS
BEUREN, I. M. (Org.). et al. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: 
teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação e tese. São 
Paulo: Atlas, 2004.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à 
teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1999.
CALADO, S. S.; FERREIRA, S. C. R. Análise de documentos: método de recolha e 
análise dos dados. Ed. DEFCUL, 2004/2005. 
DIEHL, A. A.; TATIM, D. C. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: método e técnicas. 
São Paulo: Prentice Hall, 2004.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
ABNT. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. 
São Paulo: Atlas, 2007.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: 
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, 
análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 1982.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. São 
Paulo: Atlas, 2006.
PONCHIROLLI, O.; PONCHIROLLI, M. Métodos para a produção do conhecimento. 
São Paulo: Atlas, 2012. 
THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 8. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Centro Universitário Leonardo da Vinci
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