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Etapa 1 curso de metologia científica

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METODOLOGIA DA 
PESQUISA
ETAPA 1
A CIÊNCIA E SUAS CARACTERÍSTICAS E A 
IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso Livre de Metodologia da Pesquisa
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Autor
Luis Augusto Ebert
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Renan Willian Pacheco
Revisão
Harry Wiese
3
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Ao final desta etapa, você será capaz de:
•	 Compreender como foi originado o pensamento científico.
•	 Entender que ciência é parte fundamental da construção da humanidade.
•	 Perceber que a sociedade está estruturada através do pensamento científico.
A importância da ciência para a formação profissional
Esta etapa apresenta-se dividida em três tópicos para facilitar a compreensão 
do conteúdo. 
TÓPICO 1 – O SURGIMENTO DA CIÊNCIA.
TÓPICO 2 – O CONCEITO DA CIÊNCIA.
TÓPICO 3 – CARACTERÍSTICAS DA CIÊNCIA E DO SEU PESQUISADOR.
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
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INTRODUÇÃO
A construção do pensamento científico remonta há pelo menos 40.000 anos 
com o surgimento do Homo sapiens, espécie que dá origem ao homem moderno, capaz 
de se comunicar com língua falada e também usufruir os recursos naturais, através 
de adaptações ao meio e também através da construção de utensílios primitivos que 
permitiam a sua sobrevivência. Talvez há quem discorde dessa afirmação, mas é preciso 
deixar clara esta conexão entre a evolução da consciência do homem e o pensamento 
científico. E é desta forma que se percebe a evolução da humanidade, principalmente 
em relação à utilização do meio ambiente no qual está inserida. Obviamente que isso 
envolve a adoção e o domínio de práticas e métodos, visando à sobrevivência, exploração 
e perpetuação da espécie, cuja experiência foi amadurecendo com o passar dos séculos.
O psiquiatra Carl Gustav Jung (2008, p. 23) apresenta o processo de dissociação 
da consciência humana através da perda da “alma do mato”, fenômeno este que seria o 
responsável pela consciência do homem moderno e, consequentemente, do pensamento 
científico.
A seguir serão abordados assuntos relativos ao surgimento da ciência, construção 
do pensamento científico, a revolução científica e de que forma esses acontecimentos 
moldaram e contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento da sociedade.
1 O SURGIMENTO DA CIÊNCIA
Posterior ao desenvolvimento do homem moderno e seu processo de adaptação 
e sobrevivência na natureza, uma das primeiras pessoas a estruturar suas ações em 
decorrência de métodos foi o francês René Descartes, nascido em 31 de março de 1596. 
Assim, o surgimento da ciência e/ou pensamento científico pode ser relacionado à 
vida e à obra do primeiro filósofo moderno da história, que, pela primeira vez, sentiu a 
necessidade de verificar, analisar, sintetizar e enumerar todas as coisas a que se dispunha 
entender. E, desta forma, contribui de maneira significativa para as ciências naturais, 
a física e a matemática.
O francês também é conhecido como pai da filosofia moderna e considerado 
um dos pensadores mais importantes da história. Muitos pesquisadores afirmam que 
a partir de René Descartes inaugura-se o racionalismo, oposto ao empirismo, ou seja, a 
ausência de métodos para se alcançar resultados.
E, de certa forma, toda a sociedade moderna pôde, através da matemática, da 
física e da observação de fenômenos naturais, entender o seu papel no universo e como 
contribuiu para a perpetuação da espécie humana. Desde a utilização de tecnologias 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
sofisticadas para a cura de doenças degenerativas e letais, até viagens espaciais, 
visando à descoberta de novas galáxias e planetas. Dessa forma, fica evidente que sem 
a sistematização das observações, assim como a coleta de informações e observação dos 
diversos fenômenos, nada disso seria possível.
FIGURA 1 - RENÉ DESCARTES, O CIENTISTA PIONEIRO DO MOVIMENTO 
CIENTÍFICO
FONTE: Disponível em: <https://seuhistory.com/etiquetas/rene-descartes>. Acesso 
em: 12 mar. 2017.
É ainda através da corrente do pensamento racionalista e do desenvolvimento 
do método matemático que muitos dos principais pensadores dos séculos XVI e XVII 
afirmam a capacidade do intelecto humano para a descoberta das verdades, fundada 
na convicção de que a razão constitui o instrumento fundamental para a compreensão 
do mundo.
1.1 O PENSAR CIÊNCIA
De acordo com Pinker (1989), a evolução do homem teria produzido um cérebro 
capaz de realizar atividades especializadas, como já havia suposto Jung (2008), através 
da aquisição da consciência. Dessa forma, atividades complexas, como a matemática, a 
ciência e a arte, poderiam ser executadas e também aprimoradas. Pinker (1989) ainda se 
pergunta se tais habilidades poderiam conferir ao ser humano algum tipo de vantagem 
seletiva diante das outras espécies. Acredita-se que sim, pois dadas as condições 
morfológicas do próprio homem, ele não estaria no topo da cadeia alimentar caso não 
possuísse as habilidades acima mencionadas. Mas, como surgiu a ciência?
Para Mithen (2002), a capacidade de pensar cientificamente se origina na mente 
humana a partir do momento em que três propriedades críticas aparecem e interagem, 
a seguir apresentadas:
6 METODOLOGIA DA PESQUISA
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• Habilidade de gerar e testar hipóteses (uma propriedade presente não apenas em 
humanos, mas em outras espécies animais também);
• Capacidade para desenvolver e utilizar ferramentas para resolver problemas (para 
os humanos primitivos essa capacidade torna-se ainda mais relevante com o uso de 
sistemas externos de memória, por exemplo, pinturas rupestres e entalhes em madeira, 
que serviam para preservar as informações);
• Uso de metáforas e analogias comparativas. De acordo com Dennett (1991), esses 
atributos podem se restringir a um domínio apenas, mas se tornam muito mais 
poderosos quando ultrapassam os limites entre os domínios, como na associação de 
uma entidade viva com algo que é inerte, ou na geração de uma ideia sobre algo que 
é tangível.
Ainda segundo Mithen (2002), a capacidade de interligar essas três propriedades 
e, em particular, de explorar o uso de metáforas e analogias envolvendo elementos de 
diferentes domínios, se tornou possível entre 100 e 30 mil anos atrás, quando a mente 
humana adquiriu o que ele chamou de “fluidez cognitiva” e consciência, como também 
observado e relatado anteriormente por Jung (2008).
Vale destacar que a ciência não surgiu de repente ou foi inventada num dado 
momento da história. Como condição permanente da raça humana, a ciência evoluiu ao 
longo do tempo. Conforme as pessoas descobriam novas formas de viver, se relacionar, 
de utilizar o meio ambiente à sua volta, assim como usufruir os recursos naturais através 
de novas ferramentas e técnicas, também desenvolviam novas maneiras de pensar e 
explicar os fenômenos no seu entorno, fato este que continua evoluindo até os dias de 
hoje.
No entanto, existem alguns autores que reforçam a ideia de que o pensamento 
científico estivesse dissociado da condição de evolução humana, e sim, atrelado a uma 
entidade mística ou espiritual. Assim, a origem do pensamento científico poderia ter sido 
causada por um processo de gênese divina. Esse fato poderia ser evidenciado através 
de exemplos históricos e mesmo arqueológicos, que poderiamindicar esse fenômeno. 
Mas, ainda assim, coloca-se em xeque esse tipo da condição humana, visto que essa 
necessariamente precisa estar separada da condição do pensar cientificamente, e que 
até hoje sustenta religiões e credos. Ou seja, o pensar científico e o pensar amparado por 
crenças místicas e religiosas são duas correntes filosóficas que não podem ser misturadas, 
e que continuam a existir.
De acordo com o cientista e sociólogo Émile Durkheim (2003), o papel da religião 
é o de estruturar a sociedade, e para este mesmo autor, os rituais e práticas religiosas 
seriam mecanismos de manifestação da solidariedade e do espírito colaborativo. Já o 
pesquisador Rappaport (1999) vai mais além, e identifica o rito como responsável pelo 
surgimento da própria linguagem, característica essencial para a evolução humana.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Ainda dentro desse mesmo contexto, alguns pensadores julgam ser necessário 
que a construção do conhecimento possa evoluir através da conectividade entre as duas 
correntes, ou seja, a religiosa e a científica. Em uma visão mais sistêmica e holística, 
ambos os pensamentos poderiam se conectar a ponto de favorecerem um ao outro. No 
entanto, esse curso quer apresentar a origem do conhecimento científico, e é isso que 
vamos detalhar em seguida.
1.2 A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
O período compreendido entre os séculos XVI e XVIII denomina-se de Revolução 
Científica, e a Ciência, que até então estava atrelada à Filosofia, separa-se desta e 
passa a ser um conhecimento mais estruturado e prático, principalmente atrelado 
a metodologias e técnicas que permitiam a um pesquisador alcançar determinado 
objetivo. Os principais movimentos estão atrelados ao renascimento cultural, à imprensa, 
à Reforma Protestante e ao hermetismo.
De acordo com Tosi (1998), a partir do século XVII, quando a tradição mágica 
ainda fazia um impacto substancial nas camadas populares, o prestígio desta linha de 
pensamento, do místico, tinha declinado fortemente na classe erudita. A razão dessa 
mudança fundamental provocada nas mentalidades é atribuída à Revolução Científica, 
decorrente da obra de Copérnico, das descobertas de Galileu e Kepler e do triunfo da 
filosofia mecanicista.
Ainda segundo a mesma autora, esse triunfo foi duplo, pois envolvia a rejeição 
e o descrédito das duas filosofias aceitas até então: a escolástica e a magia natural. 
A convicção de que o universo estava sujeito a leis naturais acabou com a crença na 
eficácia de fórmulas de inspiração divina. O impacto mais decisivo foi dado pela filosofia 
cartesiana, ao estabelecer que não existem forças ocultas, nem simpatias ou antipatias; 
que os fenômenos naturais podem ser explicados em termos de tamanhos, formas e 
velocidades de partículas. Os fenômenos ocultos ou não são reais ou têm explicação 
mecânica. A matéria é inerte e desprovida de sensação e consciência. A mente humana e 
seu poder de raciocínio não são propriedades materiais. A mente humana, considerada 
um presente de Deus, é imaterial e imortal. A separação do mundo do espírito do 
mundo da matéria foi um passo fundamental para o desenvolvimento da ciência, pois 
deixava intacto o poder e a autoridade da religião no primeiro, e permitia utilizar a 
experimentação para investigar o segundo.
8 METODOLOGIA DA PESQUISA
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UNI
A “fi losofi a cartesiana” ou “racionalismo cartesiano” é um pensamento estabelecido pelo fi lósofo René 
Descartes em suas obras o “Discurso do Método” (1637) e “Meditações Metafísicas” (1641), em que expressa 
sua preocupação com o problema do conhecimento. O ponto de partida é a busca de uma verdade primeira 
que não possa ser posta em dúvida, e por isso busca, através de um método, a verdade.
O pensamento cartesiano pregava a utilização de um senso crítico mais elevado 
e uma maior atenção às necessidades humanas, ao contrário do teocentrismo da Idade 
Média, que pregava a atenção total aos assuntos divinos e, portanto, um senso crítico 
menos elevado. Este maior senso crítico exigido pelo humanismo permitiu ao homem 
observar mais atentamente os fenômenos naturais em vez de renegá-los à interpretação 
da Igreja Católica.
Houve antes muitas teorias revolucionárias que diferem na intensidade com que 
infl uenciaram o pensamento humano. Algumas representaram profundas modifi cações 
na forma do homem examinar a natureza, por exemplo, a introdução de um tratamento 
matemático na descrição dos movimentos dos planetas, pelos babilônios e depois 
aperfeiçoada pelos gregos. Outras representaram microrrevoluções, como o sistema 
de classifi cação de seres vivos, introduzido por Aristóteles.
Com esta revolução, a ciência mudou sua forma e sua função, passando a ser 
repensada nos moldes da nova sociedade que estava emergindo nesta época. Os objetivos 
do homem da ciência e da própria ciência acabaram sendo redirecionados para uma 
era livre das infl uências místicas da Idade Média.
Lenzi e Brambila (2006) destacam o fato de ainda sermos infl uenciados por 
conceitos, métodos e pensamentos que hoje não são mais apropriados e adequados 
à complexidade do mundo atual. Dessa forma, ocorre uma quebra de paradigmas, 
necessitando-se de novas teorias e novos instrumentos que nos auxiliam na interpretação 
e na conceituação da vida pós-moderna. Na fi gura a seguir podem-se observar os 
principais eventos relacionados à revolução científi ca.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
FIGURA 2 - ALGUNS DOS PRINCIPAIS EVENTOS QUE DERAM ORIGEM À REVOLUÇÃO 
CIENTÍFICA
FONTE: Disponível em: <https://pt.slideshare.net/HCA_10I/lumininsmo-a-revoluo-cientfica-e-
o-iluminismo-na-europa>. Acesso em: 20 mar. 2017.
O fato é que hoje não mais vivemos sem ciência. Muitas descobertas derivaram 
e ainda estão sujeitas às leis pensadas na época. Ou seja, foi a forma como concebemos 
estar aqui hoje e perpetuando a espécie humana. E a curiosidade através de métodos 
científicos nos fez pensar através de caminhos que permitissem isso. Basta olharmos 
para a Teoria da Evolução de Darwin, que explica a sucessão das espécies de plantas e 
animais na Terra, baseada na seleção natural.
De acordo com Gleiser (2007), essas teorias poderiam ser suposições de ideias 
propostas com a intenção de explicar algo, com base em princípios ou leis que são 
independentes daquilo que está sendo explicado. E também, vale muito a intenção do 
cientista. Não importa se o mesmo está fazendo ciência teórica ou experimental, o que 
vale é o fato do seu comprometimento de explicar da melhor forma possível determinado 
fenômeno natural. E dessa mesma forma que nos seres humanos, caminhamos até os 
dias atuais.
2 O CONCEITO DA CIÊNCIA
Definido o período de revolução científica e suas principais contribuições 
para a humanidade, vamos entrar agora no que vem a ser ciência. Por conceito e 
epistemologia da palavra, ciência deriva do latim “scientia”, que significa “saber” ou, 
ainda, “conhecimento”. Assim, podemos entender que é um conceito que abarca diversos 
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tipos de saberes, e que todo o conhecimento gerado deriva de práticas e métodos de 
estudo, baseados em princípios certos. Muitas vezes está relacionada a teorias científicas, 
que são a comprovação de hipóteses, ou seja, ideias sobre o comportamento de “algo” 
em determinada área do conhecimento.
Mas ciência vai muito mais além. E, por isso, a ausência de preconceitos e juízos 
de valor é tão importante para se alcançar o resultado esperado. Normalmente a ciência 
falha, por tentativa e erro, e em muitos casos, aquilo que é considerado correto hoje, 
pode não ser amanhã. E justamente é esse o ponto que faz com que a ciênciaevolua. 
Pois se existem evidências que comprovam determinado fenômeno hoje, mas não mais 
amanhã, toda a teoria e resultados observados devem ser revistos e, se possível, deve-se 
propor novas ideias. Dessa forma, a ciência não é dogmática, ou seja, não tem “verdades 
absolutas”, como a maioria das religiões assim descreve.
2.1 CIÊNCIA E FÉ
Em aparente contradição, aos olhos de muitos cientistas, fé, religião e ciência se 
conectam de modo interdisciplinar e buscam a compreensão sistêmica e holística do 
universo. Porém, ainda existem muitas barreiras a serem ultrapassadas. Se, por um 
lado, a ciência explica boa parte dos fenômenos naturais, e através de leis universais 
da física se comprova parte da origem do universo, por outro lado, muitos aspectos 
relacionados à sua origem e expansão continuam sem explicação, e para isso, acreditar 
em um Deus parece ser a única explicação.
Durante muitos anos, as ciências e as religiões se confrontam em ideias numa 
disputa sem razão alguma. Se pensarmos nos campos em que cada uma atua, veremos 
que ambas podem coexistir e discursar a respeito de um mesmo assunto. A religião 
tem por finalidade "ligar" o ser humano a Deus, divulgando uma vontade divina. Em 
razão disto, a Igreja deve sempre interagir sobre os mais diversos campos da sociedade 
para garantir que a vontade de Deus está sendo atendida pela humanidade. A religião 
vem também explicar o "porquê" das coisas, dos acontecimentos e de tudo o que nos 
cerca. Através dela sabemos que tudo que existe na natureza procedeu de Deus, foi uma 
vontade divina que deu origem ao nosso planeta, aos mares, às plantas, aos animais e 
aos seres humanos (LENZI; BRAMBILA, 2006).
De acordo com os mesmos autores, para se fazer ciência é necessário testar várias 
vezes a mesma hipótese até que se possa dizer se ela é verdadeira ou não. Dentro dessa 
perspectiva, existem muitos pesquisadores que são devotos de uma ou outra religião, 
porém o que ocorre com os cientistas é que em suas pesquisas eles simplesmente 
ignoram a existência de Deus, mas isso não significa que eles neguem a sua existência. 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Os cientistas que creem em Deus sabem que os fatos se deram pela vontade de Deus, 
mas eles querem saber explicar determinado fenômeno.
Existem ainda outras questões, quando aqueles devotos da corrente religiosa 
afirmam que Deus, como criador universal, poderia ser entendido como uma entidade 
que explicaria o porquê das coisas. Já cientistas estariam mais preocupados em saber 
como tudo no universo foi criado. Assim poderíamos ter a origem da Teoria do Big 
Bang, ou mesmo da evolução, de Charles Darwin. Dessa forma, o inconformismo entre 
religião e ciência deveria ter acabado há muito tempo, pois não há razões para esta 
disputa, sendo que ambas teriam processos de entendimento completamente distintos. 
Se ambos se respeitassem e ouvissem as ideias do outro, não teríamos tantas diferenças 
entre os próprios seres humanos.
3 CARACTERÍSTICAS DA CIÊNCIA E DO SEU PESQUISADOR
No dia a dia, a vida de cientista depende muito do tipo de ciência que se deseja 
fazer e que se pratica. Existem aqueles que trabalham na indústria e que, portanto, usam 
a sua pesquisa para aprimorar processos ou produtos para a empresa que os abrigam. 
Isso pode ocorrer, por exemplo, com a indústria farmacêutica, que emprega biólogos 
e químicos, ou ainda, na indústria aeroespacial, que emprega físicos e engenheiros 
(GLEISER, 2007).
Nesse tipo de trabalho existe muita prática experimental, e esse tipo de trabalho 
também é muito comum em universidades e centros de pesquisa. No entanto, nas 
instituições de ensino, normalmente busca-se aprofundar o conhecimento sobre 
determinada prática ou experimento, assim como nosso entendimento sobre o meio 
ambiente que nos cerca. E nas universidades vamos encontrar ainda os pesquisadores 
que, além de conduzirem seus experimentos práticos, dividem suas horas em sala de 
aula, dedicando-se ao ensino. Os mais teóricos tendem a trabalhar em suas salas, com ou 
sem computadores, sozinhos, ou mais comumente, em grupos de pesquisa. Discutem-se 
ideias, equações e gráficos, e têm como objetivos principais a validação de hipóteses, 
antes mesmo de testá-las em um laboratório.
Os cientistas que trabalham nas universidades funcionam como um tipo de 
“controle de qualidade”. Isso para evitar que os cientistas experimentais percam o 
seu tempo com ideias que não têm a mínima chance de estarem corretas. E isso ocorre 
através da busca de erros matemáticos na formulação da teoria, ou ainda, por erros em 
programas de computadores e conceitos aplicados erroneamente.
12 METODOLOGIA DA PESQUISA
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3.1 A CIÊNCIA NO BRASIL
Diferentemente de países do primeiro mundo, no Brasil a pesquisa se faz 
essencialmente nas universidades. Como vimos anteriormente, os docentes pesquisadores 
normalmente validam e testam ideias ou hipóteses, mas não é comum o desenvolvimento 
de produtos ou serviços. E dentro dessa ótica, o cientista da universidade deveria se 
aproximar das empresas, ou ainda, a indústria deveria investir mais em inovação. Ou 
seja, o cientista deveria encontrar muito mais espaço de trabalho nas empresas, e não 
buscar somente nas escolas espaços para seguir uma carreira profi ssional.
 
Esse cenário é completamente diferente nos países desenvolvidos, onde as 
indústrias mais competitivas admitem pesquisadores para pensarem novos produtos, 
processos e serviços. E muitas dessas ideias poderiam ter origem na universidade, já 
testadas como protótipos e projetos, e se desenvolverem para a produção em escala nas 
empresas. O Brasil ainda adota uma postura passiva e prefere esperar a aquisição das 
tecnologias emergentes. Em suma, não desenvolve e paga por aquilo que outros países 
desenvolvem. Prova disso é que em muitos casos e áreas do conhecimento, sempre 
fi gura atrás em rankings de inovação e desenvolvimento. Outras áreas ainda podem ser 
consideradas inovadoras no Brasil, como é o caso da exploração de petróleo em águas 
profundas, mas são exceção à regra. Em nosso país, o “ouro negro” só existe em grandes 
profundidades, e para que esse recurso natural pudesse ser utilizado, se fez necessário 
o desenvolvimento de novas tecnologias que nem mesmo outros países dispunham.
 
Ao que parece, as autoridades brasileiras sabem qual é o caminho a seguir para 
tornar o país mais competitivo. Nossos cientistas estão entre os mais proeminentes, 
porém ainda sem o prestígio que lhes deveria ser dado. Outros seguem carreira no 
exterior, nas mais prestigiosas empresas e universidades. Enquanto isso, nadamos 
contra a maré, em total desvantagem na corrida do desenvolvimento.
IMPORTANTE
Universidade: doutores que não chegam às empresas e à pesquisa na indústria do Brasil
A maior parte dos pesquisadores brasileiros está nas instituições de Ensino Superior – 67,5% do total em 
2010 –, enquanto nas empresas a proporção é de apenas 26,2%, bastante abaixo dos índices de Estados 
Unidos, Coreia, Japão, China, Alemanha, França e Rússia. Essa situação, reconhece o documento Balanço 
das Atividades Estruturantes 2011, do MCTI, é uma das causas da dissociação entre o avanço científi co e a 
incorporação da inovação tecnológica à base produtiva, especialmente na indústria do Brasil.
De acordo com o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, uma pesquisa feita em 2008 com todos os doutores 
brasileiros formados entre 1996 e 2006 revelou que quase 80 mil deles estavam no Brasil, 97% empregados. 
Desse total, 80% atuavam no setor educacional. Outros 11% estavam na administração pública e menos de 
5% nas empresas. Nos Estados Unidos, a proporção de doutores na indústria chega a 40%, informou Oliva.
Segen Estefen, diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbrade Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia 
(Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afi rmou durante o seminário promovido pela 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
CCT do Senado que, “no Brasil, os doutores não vão para as indústrias, com raras exceções, como as estatais, a 
Petrobras e algumas empresas do setor elétrico. As empresas privadas não criam núcleos para fazer interface 
com a universidade. Sem um grupo de doutores, não tem como fazer a interface”.
Não é possível esperar que os menos de 50 mil cientistas que trabalham em pesquisa na indústria brasileira 
possam competir com os 166 mil que trabalham em empresas na Coreia do Sul e mais de 1 milhão de 
cientistas em empresas nos EUA, de acordo com Carlos Cruz, professor da Fapesp. “Mesmo que o Brasil 
tenha demonstrado alguns sucessos nessa área — como a Embraer, a Petrobras ou o agronegócio movido 
pela Embrapa —, falta-nos a capacidade de realizar isso repetida e continuamente”, alerta.
Exigências para professores das universidades públicas do Brasil, como a dedicação exclusiva ou em tempo 
integral, foram consideradas por vários dos palestrantes como entraves à parceria com empresas e à 
participação desses pesquisadores em projetos inovadores fora do ambiente das universidades. A excessiva 
regulamentação, a falta de autonomia das universidades para firmar parcerias com a indústria e dispor 
do tempo dos professores e dos recursos completam o cenário inóspito para a pesquisa traçado pelos 
participantes do seminário.
Glaucius Oliva cita o exemplo norte-americano: “O professor universitário nos Estados Unidos pode abrir 
uma empresa no seu departamento, sem que esteja violando a legislação do tempo integral e educação 
exclusiva. No Brasil não pode. Se abrir uma empresa, pode ser processado, porque está violando o tempo 
integral e você é um funcionário público”. 
“Nos Estados Unidos, um projeto entre uma empresa e uma universidade não passa pelo governo. Tem que 
ser feito dentro das linhas oficiais, mas não existe controle governamental sobre o que a indústria pode ou não 
fazer com a universidade. Se a Sloan Foundation, que dá muito dinheiro à pesquisa, resolve dar US$ 20 milhões 
para pesquisa em desenvolvimento de tecnologia de raios X espacial, por exemplo, várias universidades vão 
apresentar projetos para a fundação. É uma competição duríssima, completamente desligada do governo”, 
exemplifica o cientista Marcelo Gleiser. Eles têm carga horária de seis a 12 horas de aula por semana, devendo 
dedicar o restante do tempo à pesquisa.
Fonte: BRASIL, 2010. Universidade: doutores que não chegam às empresas e à pesquisa na indústria do 
Brasil. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/inovacao/universidade-
doutores-empresas-pesquisa-na-industria-do-brasil.aspx>. Acesso em: 3 abr. 2017.
3.2 FINANCIAMENTO DOS PROJETOS DE PESQUISA NO BRASIL
No Brasil, algumas agências de fomento à pesquisa atuam de forma expressiva. 
Normalmente, essas autarquias provêm recursos para que os pesquisadores, seja na 
indústria, ou ainda nas universidades, possam dar continuidade a suas pesquisas. 
Normalmente, a cada ano, os editais são lançados, e os cientistas precisam disputar parte 
dos recursos disponibilizados pelo governo federal. É o caso do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), que todos os anos disponibiliza 
recursos para diversas modalidades de pesquisa, seja para acadêmicos ou pesquisadores 
seniores.
 
O grande problema ainda é a dependência dos recursos públicos. Se houvesse 
maior integração entre os setores público e privado, as chances de caminharmos a passos 
mais largos seria maior. A dependência de aporte de recursos financeiros somente dos 
recursos públicos diminuiria e o desenvolvimento de produtos e processos pensados à 
necessidade das empresas alcançaria patamares expressivos.
 
14 METODOLOGIA DA PESQUISA
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Fora o CNPQ, outras instituições financiam projetos. Não somente públicas, 
obviamente. Nos dias atuais é mais comum termos convênio entre empresas e 
universidades, para a prestação de serviços ou desenvolvimento de projetos com alguma 
necessidade específica, mas ainda longe do ideal. Fundações sem fins lucrativos e de 
diversas naturezas oportunizam a pesquisadores premiações distintas ou ainda valores 
significativos na busca de incentivar a pesquisa nos campos experimental e teórico. 
Outras autarquias públicas são as Fundações de Amparo à Pesquisa Estaduais (FAPESC, 
FAPESP etc.), ou ainda, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Bolsas de 
pesquisa também são mais comuns entre professores-pesquisadores, e se comprovadas 
experiências na sua produtividade científica, recebem recursos para continuidade da 
pesquisa. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) 
também auxilia professores do Ensino Superior a realizarem seus trabalhos, seja com 
aporte de insumos financeiros e/ou bolsas para mestrado e doutorado. Em alguns casos 
essas bolsas levam o cientista para outros países, a fim de compartilhar experiências e 
fomentar o intercâmbio e desenvolvimento de uma área específica desses países.
Em resumo, o Brasil, ainda que tenha proporcionado oportunidades aos seus 
pesquisadores, precisa perceber a necessidade de investir cada vez mais em pesquisa 
e desenvolvimento. Isso não implica necessariamente inventar a roda, mas de não 
depender única e exclusivamente de tecnologias importadas a um custo bem alto. 
Crescemos muito em nossa produção científica, ou seja, publicação de artigos em revistas 
científicas, mas ainda não somos referenciados por outros pesquisadores, justamente 
por não termos tradição nessa área.
Como brasileiros, precisamos aprender a dar valor às ideias originadas em 
nosso país. Nas escolas e universidades precisamos entender que a pura repetição de 
conhecimento não leva a caminhos profundos de aprendizado. E assim, entender de uma 
vez por todas que nosso modelo de educação também está atrasado. Os acadêmicos e 
professores precisam ensinar através de projetos e em um ambiente em que o aluno seja 
o protagonista. Em uma era cada vez mais dependente de tecnologia, ainda caminhamos 
a passos muito lentos dentro de uma proposta robusta para o desenvolvimento científico 
e tecnológico, e muito há de ser feito. Precisamos acordar!
3.3 INÍCIO DA CARREIRA CIENTÍFICA
Certamente, todo início da carreira de um cientista, não só no Brasil, começa com 
o seu envolvimento em projetos de pesquisa de caráter básico e experimental. E nessa 
frente o professor que orienta o acadêmico tem papel decisivo em estimular ou anular 
o futuro pesquisador. Digo isso, pois, muitas vezes, por pura vaidade, o professor-
orientador apenas utiliza a “mão de obra aprendiz” para executar tarefas que ao cientista 
sênior já não interessam mais.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
E nessa etapa da educação universitária, os professores deveriam estimular todo 
e qualquer candidato que se proponha a desenvolver alguma ideia, por mais absurda 
que pareça. Obviamente que muitos dos acadêmicos surgem com projetos que precisam 
ser lapidados, e torná-los exequíveis é parte do processo de entendimento de que ciência 
se constrói de forma contínua. É preciso entender que às vezes nossas ideias são uma 
pequena porção de um todo.
Todo o processo de construção de um projeto de pesquisa, assim como as 
possibilidades de financiamento, iremos ver mais adiante. Para agora, é preciso 
entender que as possibilidades existem, mesmo para alunos do início da faculdade. 
Normalmente, esse perfil de estudante irá seguir a carreira acadêmica, e posterior à 
graduação inicia o seu mestrado, doutorado e pós-doutorado. Por exemplo,o CNPQ, 
citado anteriormente, tem um programa chamado de PIBIC, que auxilia jovens em 
início de carreira científica, concedendo ao professor-orientador do projeto e também ao 
acadêmico, bolsas de iniciação científica. Alguns estados da federação também concedem 
esse tipo de benefício. É o caso do Estado de Santa Catarina com o programa UNIEDU, 
no qual acadêmicos podem desenvolver ideias e terem descontos em suas mensalidades.
 
Enfim, as oportunidades existem. Porém, o que se observa nas universidades 
é que é cada vez menor o interesse do acadêmico pesquisador. Afinal de contas, você 
precisa dedicar parte do seu tempo à pesquisa que se propõe. E corroborando o fato de 
que estamos em um tempo onde a informação já não é mais o problema, afinal de contas, 
está em todos os lugares, gerar novo conhecimento é a grande chave para o sucesso 
profissional. É preciso entender que são atividades desse caráter que irão desenvolver 
e diferenciar cada acadêmico em sua trajetória profissional. É esse tipo de profissional, 
criativo e inovador, que pensa soluções para as suas necessidades e empresas, que terá 
as mais ricas experiências e oportunidades.
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LEITURA COMPLEMENTAR
A ciência da fé
“Como você professa sua fé?”, pergunta o médico Paulo de Tarso Lima a seus 
pacientes na primeira consulta. Conversar sobre isso virou rotina no setor de oncologia 
em um dos mais conceituados hospitais do Brasil, o Albert Einstein, em São Paulo, 
onde Lima é coordenador do Serviço de Medicina Integrativa. Se o doente vai à missa, 
ele anota na receita: aumentar a frequência aos cultos. Se deseja a visita de um padre, 
rabino ou pastor, o hospital manda chamar. Se quiser meditar, professores de ioga são 
convocados. No hospital, a fé é uma arma no tratamento de doenças graves.
A Santa Casa de Porto Alegre também trabalha nesse sentido. O hospital 
está realizando uma pesquisa inédita, em parceria com a Universidade Duke, nos 
Estados Unidos, para mensurar os benefícios biológicos da fé. O objetivo é descobrir 
se os pacientes espiritualizados submetidos à cirurgia de ponte de safena têm menos 
inflamações no pós-operatório – hipótese já levantada por outros estudos. “Existe um 
marcador de inflamação que parece apresentar menores níveis em religiosos”, explica 
o cardiologista Mauro Pontes, coordenador do Centro de Pesquisa do Hospital São 
Francisco, um dos sete hospitais do complexo Santa Casa da capital gaúcha.
Hoje, as principais faculdades de medicina americanas dedicam uma disciplina 
exclusiva ao assunto. E, na última década, uma série de estudos mostrou que os benefícios 
da fé à saúde têm embasamento científico. Devotos vivem mais e são mais felizes que 
a média da população. Após o diagnóstico de uma doença, apresentam níveis menores 
de estresse e menos inflamações. “O paciente com fé tem mais recursos internos para 
lidar com a doença”, diz Paulo Lima. Fé tem uma participação especial no que médicos 
e terapeutas chamam de coping: a capacidade humana de superar adversidades. “Não 
posso prescrever bem-estar, mas posso estimular que o paciente vá em busca de 
serenidade para encarar um momento difícil”, explica o médico. É por isso que mais 
profissionais têm defendido essa relação. “Atender às necessidades espirituais tem de 
ser, sim, tarefa do médico”, defende o cirurgião cardíaco Fernando Lucchese, que está 
escrevendo o livro A Revolução Espiritual com o psiquiatra americano Harold Koenig, 
autoridade no assunto.
Há um século, o canadense William Osler, ícone da medicina moderna, já defendia 
isso. Em 1910, ele escreveu um artigo cheio de floreios elogiosos às crenças das pessoas: 
“a fé despeja uma inesgotável torrente de energia”.
A designer Juliana Lammel, 33 anos, vivenciou isso. Em 2005, cansada de tantas 
operações sem sucesso para corrigir um estreitamento no ureter, canal que liga os rins à 
bexiga, ela resolveu fazer uma cirurgia espiritual, mesmo sem ter nenhuma ligação com 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
o espiritismo. “Para mim, era sinônimo de filme de fantasma”, lembra. Ela topou – e sem 
ceticismo. Para ter resultado, Juliana teria de acreditar piamente, já que o tratamento 
espírita exige fé do paciente.
Uma vez por semana, por um mês, na mesma hora, ela deitava na própria cama 
por 30 minutos, ao mesmo tempo em que o grupo espírita fazia a concentração. Ela em 
São Paulo, eles no Rio de Janeiro. No fim, Juliana voltou ao médico com novos exames. 
Ele viu os resultados e não conseguia explicar por que os componentes alterados do 
rim tinham voltado a níveis quase normais. Juliana foi operada mesmo assim, mas o 
procedimento foi bem menos agressivo do que o previsto, graças, segundo ela, à cirurgia 
espiritual. O episódio mudou a forma como a designer lida com a fé. “Antes, me forçava 
a acreditar em algo. Depois disso, passei a acreditar de verdade”.
Vantagens no dia a dia
Uma das maiores pesquisas feitas até hoje, divulgada em 2009, revisou 42 estudos 
sobre o papel da espiritualidade na saúde, que envolveram mais de 126 mil pessoas. 
O resultado mostrou que quem frequenta cultos religiosos pelo menos uma vez por 
semana tem 29% mais chances de aumentar seus anos de vida em relação àqueles 
que não frequentam. Não é intervenção divina. Não é feitiçaria. É comportamento. 
Os entrevistados que são religiosos apresentaram um comprometimento maior com a 
própria saúde. Iam mais ao dentista, tomavam direitinho remédios prescritos, bebiam 
e fumavam menos. A pesquisa confirmou ainda os dados de um estudo populacional 
feito em 2001 pelo Centro Nacional de Adição e Abuso de Drogas dos EUA: adultos 
que não consideram religião importante em suas vidas consomem muito mais álcool e 
drogas do que os que acham os credos relevantes. É a versão real dos Simpsons e seus 
exageros estereotipados. Homer faz pouco de qualquer fé, é obeso e alcoólatra. Já seu 
vizinho, o carola Ned Flanders, é regrado, tem saúde perfeita e corpo sarado.
Andar na linha é mais comum entre os crentes, e a razão está no poder de 
autocontrole, dizem os cientistas. É o que defende o psicólogo Michael McCullough. 
Professor da Universidade de Miami e parceiro de Harold Koenig em pesquisas sobre 
espiritualidade, ele diz que a fé facilita a árdua tarefa de adiar recompensas, algo 
fundamental para muita coisa, de fazer dieta a estudar para concursos.
A fé também tem uma relação íntima com a felicidade. Um estudo feito na Europa 
mostrou que pessoas espiritualizadas se dizem mais satisfeitas do que aquelas que não 
se consideram como tal. Parte disso se explica na natureza de ateus e céticos em geral. 
Quem não acredita em nada pode ter mais propensão ao pessimismo porque faz uma 
leitura objetiva da vida, sem crer em algo divino que mude as coisas. Por outro lado, 
a certeza da existência de uma recompensa divina muda a vida das pessoas. E não é 
questão somente de otimismo. Tem algo pragmático aí.
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Religiões estimulam algo essencial para o ser humano: o espírito de comunidade. 
Devotos normalmente não estão sozinhos, o que ajuda nos problemas da vida. Para 
Andrew Clark, um dos autores desse estudo europeu e professor da Escola de Economia 
de Paris, as religiões ajudam as pessoas a superar choques ou a pelo menos não se 
desesperar tanto com os tropeços da vida. Por exemplo, segundo a pesquisa, a queda no 
indicador de bem-estar foi menor entre os desempregados religiosos do que entre os não 
religiosos. “A religião oferece ‘proteção’ contra o desemprego”, diz Clark. Na hora do 
aperto, há sempre alguém para estender a mão. Outra pesquisa, feita pela Universidade 
de Michigan, EUA, comparou duas formas de amparo recebidas por idosos: o oferecidopelas igrejas e o proporcionado por serviços sociais estatais. A discrepância a favor 
do suporte religioso foi tão significativa que o autor do estudo, o gerontologista Neal 
Krause, acredita haver algo de único nesse tipo de apoio.
Até mesmo os ateus são beneficiados pelo espírito solidário oferecido pelas 
instituições religiosas. Um estudo feito por Clark investigou o efeito da religiosidade dos 
outros sobre o bem-estar de uma comunidade. A descoberta foi intrigante. As pessoas sem 
religião de regiões de maioria ateia são menos felizes do que aquelas sem religião de áreas 
onde a maior parte da população professa uma fé. “Isso não é nada bom para os ateus: 
eles parecem menos felizes e também fazem os outros menos felizes”, concluiu Clark. A 
explicação para isso pode estar na compaixão incentivada pelas religiões. A escritora e 
ex-freira inglesa Karen Armstrong, autora de mais de 20 livros sobre o tema, acredita que 
o princípio da compaixão está no centro de todas as tradições religiosas. É ela que nos 
leva a pensar no próximo e a fazer de tudo para aliviar o sofrimento e as angústias dele.
Antônio Gilberto Lehnen, 78 anos de catolicismo ativo, sentiu os efeitos dessa 
rede de apoio após enfrentar duas cirurgias que quase lhe custaram a vida. Aos 67 anos, 
ele teve de passar por um transplante cardíaco. Na lista de espera por um novo coração, 
sem saber ao certo se aguentaria, sua atitude era de gratidão. “Lembro de ele me dizer, 
com toda a tranquilidade: ‘Planeja tudo aqui que o papai do céu está cuidando de mim’. 
Era uma atitude confiante”, lembra o cirurgião Fernando Lucchese, que fez a operação. 
Antônio é grato até hoje. “Não sei quem foi o doador, mas não deixo nem um dia de 
rezar por ele e pela felicidade da sua família”, diz.
Na Antiguidade, as religiões eram essenciais para unir uma comunidade. “Nas 
sociedades primitivas, a religião sempre exigiu tanto esforço (de união) que não pode 
ser encarada só como um acidente evolutivo”, diz Nicholas Wade, autor de The Faith 
Instinct (“O instinto da fé”, sem edição no Brasil). Essa união foi questão de sobrevivência 
por milênios. É o que afirma Karen Armstrong em Os 12 Passos para uma Vida de 
Compaixão. Organizado em pequenos grupos, o homem primitivo precisava partilhar 
os parcos recursos a mão. Muito antes do surgimento das grandes religiões, altruísmo 
e generosidade já eram características primordiais a um bom líder tribal.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
A genética também ajuda a explicar a origem da fé. O geneticista americano 
Dean Hamer causou rebuliço no meio científico em 2004 ao anunciar a descoberta dos 
genes da fé – ou, como ele preferiu chamar, o gene de Deus. Batizado de VMAT2, trata-
se de um conjunto de genes que ativam substâncias químicas que dão significado às 
nossas experiências. Eles atuam no cérebro regulando a ação dos neurotransmissores 
dopamina, ligada ao humor, e serotonina, relacionada ao prazer. Durante a meditação, 
por exemplo, esses neurotransmissores alteram o estado de consciência. “Somos 
programados geneticamente para ter experiências místicas. Elas levam as pessoas para 
algo novo, ouvem Deus falar com elas”, explica Hamer. O pesquisador aplicou um 
questionário para medir o grau de espiritualidade em um grupo de 1.001 voluntários. 
Desenvolvido pelo psiquiatra Robert Cloninger, da Universidade de Washington, o 
levantamento trazia perguntas ligadas a crenças e rituais. Hamer avaliou os genes dos 
voluntários e percebeu que as diferenças nas respostas estavam relacionadas com as 
variações no gene de Deus. Essas variações explicariam por que algumas pessoas são 
mais espiritualizadas que outras.
Dá para visualizar isso, literalmente. Exames de neuroimagem mostram a 
atividade de crenças espirituais no cérebro. O time de cientistas liderado por Andrew 
Newberg, professor da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, e autor do livro How 
God Changes Your Brain (“como Deus muda o seu cérebro”, sem edição no Brasil), 
demonstrou que Deus é parte da nossa consciência: quanto mais pensamos nele, mais 
nossos circuitos neurais são alterados. No primeiro de seus estudos a respeito, Newberg 
avaliou o impacto da fé ao analisar imagens cerebrais de freiras rezando e budistas 
meditando. Ele detectou aumento de atividade em áreas relacionadas às emoções e 
ao comportamento e redução na zona que dá senso de quem somos. A diminuição 
de trabalho nessa região específica, segundo Newberg, representa a possibilidade 
de atingir com a meditação um estado em que se perde a noção de individualidade, 
espaço e tempo. “Você se torna um único ser com Deus ou com o Universo”, escreveu. 
É o mesmo efeito descrito por Hamer. A ciência não pode provar que Deus existe, mas 
consegue medir os efeitos da crença no divino nas pessoas.
Seria possível, então, transformar esses efeitos da fé em um botão no cérebro, que 
poderíamos ativar quando quiséssemos? O canadense Michael Persinger quis provar 
que sim ao criar o “capacete de Deus”. Trata-se de um aparelho que estimula uma área 
específica do cérebro, onde nascem pensamentos místicos e espirituais. Persinger queria 
saber se dava para simular a sensação de uma prece intensa ou da meditação apenas 
estimulando essa região cerebral. Ele recrutou voluntários religiosos e não religiosos 
para o teste. Depois de ficarem uma hora com o capacete, quatro de cada cinco pacientes 
relataram sentir um estado de transe, com uma sensação de deslocamento para fora 
do corpo. A maioria dessas pessoas tinha uma predisposição à fé, mas, mesmo assim, 
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o aparelho conseguiu simular experiências religiosas em laboratório. Ou seja, com ele 
não é preciso rezar para sentir os mesmos efeitos benéficos descritos na reportagem. Da 
mesma forma que não é preciso seguir uma religião para ter esses benefícios.
Como trabalhar sua fé
Que fique claro, fé e religião são coisas diferentes. A religião é uma maneira 
institucionalizada para se praticar a fé, por meio de regras específicas e dogmas. Já a fé é 
algo pessoal, ligado à espiritualidade, à busca para compreender as respostas a grandes 
questões sobre a vida, o universo e tudo mais. Isso pode ou não levar a rituais religiosos. 
Você pode buscar essas respostas pulando sete ondinhas, acendendo velas, consultando 
o horóscopo da Susan Miller, pregando faixas de Santo Expedito ou investigando quilos 
de livros de física quântica. Cada um tem seu jeito próprio.
Vale até ficar louco de cogumelo. Foi o que Roland Griffiths, professor da 
Universidade Johns Hopkins, nos EUA, propôs. Sua equipe deu a 36 voluntários cápsulas 
com altas doses de psilocibina, substância presente em cogumelos alucinógenos. O grupo 
deitou em sofás com olhos vendados ao som de música clássica. Depois de uma sessão 
de seis horas, passado o efeito, a maioria relatou ter experimentado uma forte conexão 
com os outros, um sentimento de união, amor e paz. Até aí, parecia papo de doidão. 
Mas o professor voltou a falar com os voluntários um ano depois. Eles disseram que 
se sentiam diferentes. A experiência os tornou pessoas melhores, o que foi confirmado 
pelas famílias deles. “Se a psilocibina pode causar sensações místicas idênticas àquelas 
que ocorrem naturalmente, isso prova que esse tipo de experiência é biologicamente 
normal”, disse Griffiths no fórum de palestras TED. Mais que isso: talvez, drogas 
alucinógenas tenham benefícios.
Mesmo sem cogumelos alucinógenos ou um capacete de Deus, é possível atingir 
artificialmente as benesses da fé. Cientistas garantem que basta ter uma forte crença 
em algo – e nem precisa ser uma divindade ou força superior. Pode ser qualquer coisa 
realmente importante para a pessoa. “Se para os crentes é Deus, para os ateus pode ser 
família ou amigos”, diz Michael Shermer,diretor da Sociedade Cética e autor do livro 
The Believing Brain (“o cérebro crente”, sem edição no Brasil). “Teoricamente, um ateu 
pode ter uma poderosa experiência mística”, endossa Andrew Newberg. O pai do gene 
de Deus, Dean Hamer, segue a mesma linha. “Algumas das pessoas mais espiritualizadas 
que conheço não acreditam em divindade nenhuma”, escreveu no trabalho em que 
relatou a descoberta genética. Outra grande autoridade no assunto, o psicólogo Kenneth 
Pargament, do Instituto de Espiritualidade e Saúde do Centro Médico do Texas, sugere 
cultivar a espiritualidade exercitando o que ele chama de santificação ateísta. Significa 
dar a algo importante da vida um status sagrado, mesmo sem acreditar em Deus. A 
foto do seu filho quando bebê pode ser muito mais sagrada para você que a imagem 
de Santo Antônio, por exemplo.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Não se trata de banalizar a sacralização, mas o contrário: exercitar a fé dessa 
forma é uma postura antibanalização da vida, qualquer aspecto pode assumir um caráter 
divino. E esse hábito de sacralizar aspectos do cotidiano é capaz até de alterar nosso 
comportamento, segundo uma pesquisa que acompanhou recém-casados. Os casais que 
consideravam o casamento e o sexo sagrados estavam mais felizes – e transavam mais! 
No trabalho é a mesma história. Outro estudo, realizado no ano passado, avaliou 200 
mães de família que haviam acabado de concluir uma pós-graduação. Apesar da dupla 
jornada, aquelas que encaravam a carreira como parte de algo maior (e não só a fonte de 
renda para pagar as contas do mês) se disseram muito mais felizes profissionalmente 
– e menos cansadas.
Em tese, portanto, é possível usufruir de benefícios semelhantes aos proporcionados 
pelas crenças divinas apenas focando as energias naquilo que faz bem a você. O psicólogo 
Elisha Goldstein, autor do best-seller The Now Effect (“o efeito ‘agora'”, sem edição no 
Brasil), desenvolveu um método que consiste em cultivar momentos sagrados. Primeiro, 
você escolhe objetos que trazem boas lembranças. Valem fotos de infância, o relógio do 
avô, uma carta de amor, o primeiro gibi. Todos os dias, preste atenção a esse amuleto por 
no mínimo cinco minutos. Deixe que os pensamentos invadam sua mente. Relaxe. Após 
três semanas, avalie suas emoções. Segundo Goldstein, os voluntários que participaram 
do experimento relataram sentimentos de gratidão, humildade e empatia. Isso porque 
eles se reconectaram àquilo que realmente importa. Consequentemente, se sentiram 
menos ansiosos e pessimistas e mais dispostos a ajudar quem precisa. Isso sem ter de 
orar ou meditar seguindo preceitos religiosos.
Esses benefícios dependem da intensidade da crença. Quem vai à igreja e fica 
jogando Candy Crush Saga no celular dificilmente vai usufruir das vantagens da fé. 
Newberg resolveu passar isso a limpo e pediu a um grupo de ateus que pensassem 
em Deus. Nenhuma mudança significativa ocorreu. Para eles, não fazia o menor 
sentido. Então, o melhor é se engajar em atividades em que você realmente acredita. 
Se seu negócio não é integrar uma igreja, o psicólogo Michael McCullough lembra que 
algumas ONGs têm regras de conduta e convivência semelhantes, reproduzindo os 
mesmos mecanismos das religiões que incentivam compaixão, autocontrole, senso de 
comunidade e comportamento ético.
Da mesma forma que é possível ter os benefícios da fé mesmo sem religião, há 
ocasiões em que ela faz mal – e nem precisamos entrar no mérito das guerras religiosas. 
Atribuir a Deus poder milagroso pode levar pacientes a abandonar tratamentos. Há 
também um outro componente preocupante. Em algumas pessoas, ocorre o que os 
especialistas chamam de conflito religioso, sentimento que leva a acreditar que a doença 
ou os sofrimentos são punição divina. Nesses casos, a religião tem um efeito desastroso. 
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Um estudo publicado na revista científica americana Archives of Internal Medicine 
mostrou que esse conflito está associado a depressão, ansiedade e maior índice de 
mortalidade. Se fosse bom, fé cega não teria esse nome.
Fonte: REVISTA SUPERINTERESSANTE, 2015. A Ciência da Fé. Disponível em: <http://
super.abril.com.br/ciencia/a-ciencia-da-fe/>. Acesso em: 3 abr. 2017.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
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Janeiro: Elsevier, 2007.
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Breve histórico e reflexões. Inf. Inf., Londrina, v. 11, n.1, jan./jun. 2006. Disponível em: 
<http://www.uel.br/revistas/informacao/include/getdoc.php?id=494&article=99&mod
e=pdf>. Acesso em: 11 jul. 2017.
LÍVIA, A. F. L.; EDNÉA, Z. B. Ciência da informação, ciência e revolução científica: 
breve histórico e reflexões. Londrina, v. 11, n. 1, jan. / jun. 2006.
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ciência. São Paulo: Editora UNESP, 2002.
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Cadernos Pagu 10: 369-397. 1998.
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Rodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito
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