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Complementos de Mecânica dos Solos e Fundações – Material de Apoio 6 Compactação dos Solos: O que é e para que serve? Ensaio de Proctor e Curva de compactação Métodos alternativos de Compactação Influência da Energia de Compactação Curva de Resistência Estrutura dos Solos Compactados Outros tipos de compactação A Compactação no Campo e Controle de Compactação Ensaio Califórnia 1. O QUE É, E PARA QUE SERVE A COMPACTAÇÃO? A compactação do solo é o processo feito por equipamento mecânico (como, por exemplo, um rolo compressor) ou manual (por exemplo, soquete manual), por meio do qual o solo é densificado, ou seja, tem seus vazios reduzidos e sua resistência ampliada. A compactação é importante porque torna o solo mais estável. Ela é empregada em diversas obras de engenharia, como em aterros para diversas utilidades, nas camadas constitutivas dos pavimentos, em construções de barragens de terra, no preenchimento do espaço atrás dos muros de arrimo com terra, no preenchimento de inúmeras valetas que se abrem nas ruas de uma cidade, etc. O tipo de processo de compactação a ser empregado, bem como a umidade em que o solo deve se encontrar e qual a densidade deve ser atingida, variam de acordo com o tipo de obra que se quer executar e o tipo de solo presente na região. Sabe-se que o aumento do peso específico do solo produzido pela compactação depende especificamente da energia dispendida para que a compactação ocorra e do teor de umidade do solo. Assim, quando se compacta um solo com baixa umidade, o atrito entre suas partículas sólidas não permite uma redução dos vazios do solo de forma significativa. Quando, entretanto, o solo está com a umidade mais elevada, a água provoca um efeito lubrificante entre as partículas sólidas que o compõem, e estas deslizam entre si, acomodando-se em um arranjo mais compacto. A compactação do solo não diminui sua umidade. A redução dos vazios se deve à expulsão do ar dos interstícios entre os grãos. Quando se atinge um certo teor de umidade, a compactação não consegue mais expulsar o ar dos vazios do solo, pois o grau de saturação elevado faz com que o ar fique ocluso (envolto por água). Sabe-se ainda que quanto maior o teor de umidade do solo, maior será sua superfície específica (como visto anteriormente no estudo dos argilominerais). Portanto, para uma dada energia aplicada, haverá um certo teor de umidade denominado UMIDADE ÓTIMA, que é a umidade que conduz a uma MASSA ESPECÍFICA SECA MÁXIMA ( ou DENSIDADE SECA MÁXIMA). A técnica de compactação teve inicio com os trabalhos do engenheiro norte-americano Proctor. De seus trabalhos, surgiu o Ensaio de Compactação, um ensaio que é mundialmente padronizado (com pequenas variações) que também ficou conhecido como Ensaio de Proctor. 2. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO (ENSAIO DE PROCTOR) E CURVA DE COMPACTAÇÃO O Ensaio de Proctor é normatizado no Brasil pela norma NBR 7182:2016 da ABNT. Essa norma apresenta diversas alternativas para a realização do ensaio. O ensaio original, e que ainda é o mais empregado, consiste, resumidamente, nos seguintes passos: 1. Seca-se uma amostra do solo ao ar, e procede-se ao seu destorroamento. 2. Acrescenta-se água até que o solo fique com aproximadamente 5% de umidade abaixo da umidade ótima. A umidade ótima é determinada através da percepção. Essa umidade é aquela muito próxima e um pouco abaixo do limite de plasticidade do solo. 3. Coloca-se uma porção do solo em um cilindro padrão de 10cm de diâmetro; 12,73cm de altura; volume de 1.000 cm³. 4. Submete-se o cilindro a 26 golpes de soquete com massa de 2,5kg que cai de uma altura de 30,5 cm. Anteriormente, realizavam-se 25 golpes. Com a atualização da norma, passou-se a executar 26 golpes para ajustar a energia de compactação ao valor de outras normas internacionais, levando-se em conta que as dimensões do cilindro padronizado no Brasil são um pouco diferentes das demais. 5. A porção do solo compactado deve ocupar cerca de um terço da altura do cilindro. 6. Repete-se o processo outras 2 vezes. Ao final, o solo compactado deve ter uma altura um pouco maior que a do cilindro. 7. Acerta-se o volume raspando-se o excesso de amostra. 8. Determina-se a massa específica do corpo de prova obtido. 9. Pega-se uma amostra de seu interior e se determina sua umidade. 10. Calcula-se, a partir da umidade e da massa específica obtidas, a densidade seca do corpo de amostra. Lembrando que a massa específica (sua densidade - ρ) é igual à massa (m) do solo por seu volume (V): 𝜌 = m 𝑉 wot. De onde a densidade seca (ρd) do solo será: 𝜌𝑑 = 𝜌 . 1 1 + 𝑤 100 Onde: ρ = densidade (ou massa específica) úmida do solo e w = teor de umidade do solo. E que o teor de umidade (w) é estabelecido em laboratório, pesando-se a amostra, deixando- a secar em estufa a 105°C e pesando-a novamente (massa da água – mw – é igual à massa do solo natural – mn – menos a massa do solo seco – ms): 𝑊(%) = 𝑚𝑤 𝑚𝑠 𝑥100 11. Destorroa-se a amostra; 12. Aumenta-se a umidade (cerca de 2%) 13. Refaz-se todo o procedimento. 14. Repetem-se todas as etapas até que se perceba que a densidade seca, depois de ter subido, tenha caído em duas ou três operações sucessivas. Nota-se que quando a densidade úmida se mantém constante por duas operações sucessivas, a densidade seca já caiu. Se o ensaio tiver começado com uma umidade 5% abaixo da umidade ótima, e a cada determinação forem adicionados em torno de 2% de umidade a mais, com 5 determinações o ensaio estará concluído. Mas, geralmente, são necessárias 6 ou mais determinações. Com os dados obtidos, desenha-se a CURVA DE COMPACTAÇÃO. Curva de Compactação A curva de compactação é a curva que descreve os resultados obtidos no Ensaio de Compactação (Ensaio de Proctor) ao se plotar o pontos em um gráfico de teor de umidade (w %) pela densidade seca (ρd kg/dm3): Retirada de Pinto (2006) Pela curva, determina-se a densidade seca máxima (ρd máx.), que é o ponto mais “alto” da curva no gráfico. Essa densidade seca máxima estabelece uma umidade ótima (wot.). Sabendo-se a massa específica dos grãos (ρs) e a massa específica (densidade) seca máxima (ρd max.) de uma amostra de solo, pode-se calcular o seu grau de saturação para o ponto de densidade seca máxima e umidade ótima. Para tanto, parte-se do princípio (já estudado anteriormente) que o índice de vazios é: 𝑒 = 𝜌𝑠 𝜌𝑑 -1 Ao se descobrir o valor de e, utiliza-se a equação do grau de saturação do solo (também já estudada anteriormente): 𝑆 = 𝜌𝑠𝑤 𝑒𝜌𝑤 Onde: ρs = massa específica (densidade) dos sólidos do solo; ρd = densidade seca do solo; ρw = densidade da água = 1g/cm³; e = índice de vazios do solo; S = grau de saturação. A relação entre o grau de saturação, a densidade seca e a umidade é determinada pela seguinte equação: 𝜌𝑑 = 𝑆. 𝜌𝑠. 𝜌𝑤 S. 𝜌𝑤 + 𝜌𝑠. 𝑤 Onde: ρd = massa específica seca; S = grau de saturação; w =umidade e ρs = massa específica dos sólidos do solo; ρw = densidade da água = 1g/cm³. Para S =1: 𝜌𝑑 = 𝜌𝑠. 𝜌𝑤 𝜌𝑤 + 𝜌𝑠𝑤 Essas equações determinam famílias de curvas de saturação, como as apresentadas no gráfico acima. O solo pode estar em qualquer lugar abaixo da curva de saturação, mas nunca acima dela. Os pontos ótimos (pontos de densidade seca máxima e umidade ótima) se situam em torno de 80 a 90% de saturação. Apesar de os ensaios apresentarem resultados diferentes para amostras de mesma procedência, existem valores indicativos de tipos de solos pelaordem de grandeza de seus teores de umidade ótima e densidade seca máxima. O gráfico abaixo demonstra esses valores típicos: Gráfico de curvas de ensaio de Proctor típicas de alguns tipos de solo. Retirado de Caputo (2006) De maneira geral: Solos argilosos: densidades secas baixas e umidades ótimas elevadas. Umidades ótimas de 25 a 30% equivalem a densidades secas máximas de 1,5 a 1,4 kg/dm³. Solos siltosos: valores baixos de densidade, frequentemente com curvas de laboratório bem abatidas. Areias com pedregulhos bem graduadas e com pouca argila: densidades secas máximas elevadas da ordem de 2 a 2,1 kg/dm³, e umidades ótimas baixas, de aproximadamente 9 a 10%. Areias finas argilosas lateríticas, mesmo que com as areias mal graduadas: podem ter umidades ótimas de 12 a 14% com densidades secas máximas de 1,9kg/dm³. Solos lateríticos: o ramo ascendente da curva é nitidamente mais íngreme que solos residuais e solos sedimentares (transportados, alóctones) não laterizados. 3. MÉTODOS ALTERNATIVOS DE COMPACTAÇÃO Pela norma brasileira de ensaios de compactação, existem os seguintes métodos alternativos: Ensaio sem reuso do material O Ensaio de Proctor é realizado com a utilização de amostras virgens para cada ponto da curva de compactação. Apesar de ser um ensaio mais fiel, ele é também menos utilizado porque demanda a utilização de uma quantidade muito maior de amostra. Entretanto, em alguns casos, é imprescindível que ele seja efetuado dessa maneira, devido a uma série de fatores como, por exemplo, como quando as partículas do solo são tão quebradiças que a amostra reutilizada para o segundo ensaio já se mostre diferente daquela do primeiro. Ensaio sem secagem prévia do solo Por experiência, se tem percebido que a pré-secagem da amostra influencia as propriedades e, por conseguinte, o comportamento do solo. Esse procedimento também dificulta a posterior homogeneização da umidade incorporada. Por exemplo, em solos areno-argilosos lateríticos a pré-secagem provoca umidades ótimas menores com pouca influência na densidade seca. Em solos argilosos gnáissicos (solos provenientes da rocha gnaisse), ela provoca umidades ótimas menores e densidades secas máximas maiores. Em solos siltosos gnáissicos, uma maior densidade seca máxima, sem muita influência na umidade ótima. A umidade do solo utilizado para a construção de aterros tem sua umidade modificada, para cima ou para baixo até que se atinja a umidade especificada. Dessa forma, é lógico que o ensaio de Proctor do solo seja realizado com o solo apresentando sua umidade natural. Neste caso, os diversos pontos da curva são obtidos ou pela adição de água à amostra, ou por sua secagem. Pela norma este procedimento é denominado “ensaio sem secagem prévia”. Ele consiste na redução do teor de umidade em até cerca de 5% da umidade ótima, evitando-se apenas a total secagem do solo. Apesar de este ensaio, sem secagem prévia, ser mais representativo, a prática corrente é a de se realizar o ensaio de compactação com a secagem prévia da amostra, provavelmente porque assim se torna mais fácil padronizar os procedimentos laboratoriais, o que, por sua vez, diminui o grau de supervisão necessário para que tais experimentos sejam executados. Preparação de amostras com umidades diferentes O Ensaio de Proctor original indica que a amostra deve possuir inicialmente uma umidade de 5% abaixo da umidade presumivelmente ótima. Outras duas alternativas de preparação das amostras são a preparação com secagem prévia até a umidade higroscópica, e a preparação da amostra até que se atinja 3% acima da umidade presumivelmente ótima. Ensaio em solo com pedregulho Quando há muitos pedregulhos no solo, sua compactação no cilindro de 10cm de diâmetro se torna difícil. Os pedregulhos pesam mais e requerem menor quantidade de água que os solos, de forma que a comparação entre os pontos obtidos para a curva de compactação pode ficar comprometida. Por isso, o ensaio de compactação com a utilização do cilindro de 1000cm³ só é realizada para solos com partículas que tenham diâmetro máximo de 4,8mm. A norma NBR 6457:2016 da ABNT determina que, para os casos em que o solo apresente partículas maiores, o teste seja efetuado em um cilindro maior. Pela norma NBR 7182:2016 da ABNT este cilindro deve ter 15,24cm de diâmetro e 11,43cm de altura, com um volume de 2.085cm³. Neste caso, o solo é compactado em cinco camadas, e não em três como no experimento original, e se aplicam 12 golpes por camada, com um soquete de 4,536kg caindo de uma altura de 45,7cm. Como se pode notar, a energia aplicada por volume de solo é a mesma que a do ensaio original, sendo considerada igual ao produto da massa pela aceleração da gravidade, pela altura da queda e pelo número total de golpes aplicados (vide o próximo tópico). Caso o solo tenha partículas maiores que 19mm, estas devem ser substituídas por igual massa de pedregulhos com diâmetros entre 4,8 e 19mm. Mantém-se a mesma quantidade em massa de pedregulhos do solo original, apesar de terem tamanhos menores. Caso não se disponha de um cilindro maior para que se execute o ensaio em solos de pedregulhos, ou caso a quantidade de amostra não seja suficiente para a realização do ensaio no cilindro maior, então o ensaio é executado no cilindro de menor volume, apenas com a fração do solo menor que 4,8mm. Neste caso, se considera que, quando o solo estiver compactado, os pedregulhos ficarão envoltos pelas partículas mais finas do solo. A massa específica e a umidade são então calculadas como médias ponderadas dos dois tipos de material (a mistura de solo fino compactado e os pedregulhos). Nesses cálculos, considera-se que o pedregulho fique envolto pela massa fina de solo compactado com um teor de umidade igual ao seu teor de absorção de água (que equivale ao teor de umidade do pedregulho quando, depois de submerso em água, é seco com uma toalha. Este teor de umidade é calculado pelo procedimento de obtenção de umidade do solo em laboratório). Este procedimento só se aplica quando a porcentagem de pedregulhos no solo não é tão elevada (até em torno de 30-45%), de maneira que seus grãos possam ser envoltos pela massa fina de solo compactado. Caso contrário, os grãos de pedregulho poderiam se tocar, criando espaços vazios onde o solo não ficaria bem compactado. Portanto, em solos cuja porcentagem retida na peneira de 19,1mm seja superior a 30% da amostra, o Ensaio de Proctor não é recomendado. Diferentes Energias de Compactação O Ensaio de Proctor pode ser realizado com 3 energias diferentes: Energia normal: o soquete de 2,5kg golpeia cada uma das 3 camadas da amostra 26 vezes caindo de uma altura de 30,5cm; e o soquete de 4,5kg golpeia cada uma das 5 camadas da amostra 12 vezes caindo de uma altura de 45,7cm. Energia intermediária: só pode ser realizada com o soquete de 4,5kg. Para o cilindro pequeno, 21 golpes são dados em cada uma das 3 camadas de amostra do solo. Para o cilindro grande, 26 golpes são dados em cada uma das 5 camadas de amostra do solo. Energia modificada: só pode ser realizada com o soquete de 4,5kg. Para o cilindro pequeno, 27 golpes são dados em cada uma das 3 camadas de amostra do solo. Para o cilindro grande, 55 golpes são dados em cada uma das 5 camadas de amostra do solo. O próximo tópico trata das energias de compactação com maiores detalhes. 4. INFLUÊNCIA DA ENERGIA DE COMPACTAÇÃO Os valores da umidade ótima e da densidade seca máxima de um solo são dependentes da energia aplicada para a sua compactação. Quando não sefaz qualquer referência à energia do ensaio de compactação, subentende-se que essa energia é adotada de forma a corresponder à energia que seria utilizada pelos equipamentos convencionais de campo para compactar o solo analisado. Mas, é claro, ensaios semelhantes podem ser realizados com energias diferentes em laboratório, assim como equipamentos mais pesados podem ser utilizados em campo para a construção de aterros. Para se entender a diferença da energia de compactação em um mesmo solo, são realizados ensaios modificados. Um desses ensaios é denominado ENSAIO MODIFICADO DE COMPACTAÇÃO (ou Ensaio de Proctor Modificado), e consiste em realizar o Ensaio de Proctor em cilindro grande conforme indicado anteriormente, mas com 55 golpes do soquete em cada uma das cinco camadas. O Ensaio Modificado de Compactação é geralmente tomado para as camadas mais importantes do pavimento, para as quais a melhoria do comportamento do solo adquirida por meio da tomada de maior energia de compactação justifica o aumento dos custos da obra. Outro ensaio é o ENSAIO INTERMEDIÁRIO DE COMPACTAÇÃO, no qual 26 golpes do soquete são aplicados para cada uma das cinco camadas da amostra de ensaio. Esse teste, desenvolvido pelo Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (DER), é aplicado a camadas intermediárias do solo. A aplicação de uma maior energia de compactação do solo provocará um aumento da densidade seca máxima do solo quando este se encontrar com umidade abaixo da ótima. Ou seja, o solo se tornará mais compacto mediante o esforço aplicado sobre ele. Mas quando a umidade for maior que a ótima em um solo, um maior esforço de compactação não provocará – ou provocará muito pouco – aumento da densidade do solo, porque acima da umidade ótima não é mais possível expulsar o ar dos vazios do solo. Portanto, em campo, a insistência em se passar equipamento compactador em solos muito úmidos provoca o fenômeno que é conhecido como borrachudo, no qual o solo se comprime durante a passagem do equipamento sobre ele e, logo em seguida, se dilata, como se fosse uma borracha. Isso ocorre porque, quando o equipamento passa sobre o solo, ele comprime as bolhas de ar oclusas, mas não expulsa esse ar dos vazios do solo, porque, como já visto anteriormente, o ar ocluso não pode ser expulso do solo. Pode-se concluir, portanto, que quanto maior for a energia de compactação aplicada a um solo cuja umidade permita uma diferenciação de compactação, maior será a densidade seca máxima daquele solo, e menor será a sua umidade ótima. Portanto, de acordo com o ensaio realizado, tem-se um efeito de deslocamento para a esquerda da curva de compactação no gráfico conforme mostrado na imagem abaixo: Retirado de Pinto, 2006. Os pontos de representação da densidade seca máxima e da umidade ótima dessas linhas, para vários ensaios de compactação com energias diferentes aplicadas, formam uma linha com aspecto semelhante à linha de saturação. A energia de compactação (EC), portanto, pode ser definida pela seguinte equação: 𝐸𝐶 = M. H. Ng. Nc V Onde: M = massa do soquete; H = altura da queda do soquete; Ng = número de golpes dado por camada de solo; Nc = número de camadas de solo utilizadas no ensaio e V = volume do solo compactado. Experimentalmente, verificou-se que a energia aplicada à compactação e a densidade seca do solo se relacionam da seguinte forma: 𝜌𝑑 = a + b log EC Onde: ρd = densidade seca do solo; a e b são coeficientes de correlação que apresentam diversos valores; EC = energia de compactação. Observação: às vezes, usa-se a denotação peso específico do solo seco (ɣd) em substituição à da massa específica seca (ρd) dos solos para os ensaios de compactação, como em Caputo (2000). Os gráficos da curva de compactação são, então, expressos em termos de peso específico versus umidade. Ainda experimentalmente, constata-se que quanto mais argiloso for o solo, maior será o parâmetro “b”. Assim, pode-se afirmar que quanto mais argiloso for o solo, maior será a energia de ρd w1 wot . w2 w compactação necessária para se atingir a densidade seca máxima daquele solo. Portanto, quanto mais argiloso for o solo, mais difícil será atingir as especificações na sua compactação. 5. CURVA DE RESISTÊNCIA Além da curva de compactação, é comum que se meça a resistência do solo à medida que ele vai sendo compactado, e se trace, também, a curva de resistência daquele solo. Essa curva de resistência é a curva que representa graficamente a variação de resistência que aquele solo apresenta em relação à sua umidade. Para se medir a resistência de um solo, utiliza-se uma agulha padrão, denominada Agulha de Proctor. Esquema da agulha de Proctor. Retirada de Caputo (2000). Este aparelho possui um dinamômetro que permite medir o esforço necessário para cravar no solo ou no corpo de prova dentro do cilindro do ensaio de Proctor uma agulha de dimensões padronizadas. Para a umidade ótima, se obterá uma resistência R, com a qual também se poderá controlar a compactação feita em campo. Obtidas as leituras, elas são convertidas em um gráfico de resistência versus umidade: Modificada de Caputo (20000) Pelo que se pode observar no gráfico, quanto maior for a umidade do solo, menor será a sua resistência. Ainda, conforme se pode notar no gráfico, se o solo fosse compactado com uma umidade inferior à umidade ótima (wot.), sua resistência seria superior àquela obtida para a umidade ótima. Entretanto, se o solo não apresentar a umidade ótima, e sim uma umidade inferior à ela (como W1), ele pode vir a se saturar em campo (por exemplo, se houver um período de chuvas intensas), devido à existência de vazios que permitiriam a percolação das águas da chuva. Com isso, ele pode vir a alcançar uma umidade correspondente à curva de saturação do solo (W2). Para um valor de umidade do solo correspondente a esta curva (W2), sua resistência cairia consideravelmente, sendo praticamente nula, o que pode ser facilmente verificado no gráfico acima. Já para um solo compactado com sua umidade ótima, o valor de sua resistência cairia um pouco caso o solo passasse a se apresentar saturado (de R passaria a r), mas ainda assim este solo apresentaria uma resistência (r) razoável. Portanto, a compactação de um solo, para quaisquer finalidades, deve ser feita nas condições de sua umidade ótima. 6. ESTRUTURA DE SOLOS COMPACTADOS A estrutura que o solo apresenta após a sua compactação é dependente da energia que foi utilizada para compactá-lo e da umidade que ele apresentava quando foi compactado. O professor Lambe do M.I.T (apud Pinto, 2006) sugeriu o seguinte gráfico esquemático que ilustra a mudança da estrutura dos solos compactados de acordo com seu grau de umidade, seu peso específico seco e sua energia de compactação: Mudanças da estrutura dos solos de acordo com a energia de compactação, teor de umidade e peso específico seco do solo. Retirada de Pinto (2006). Como se pode perceber pelo gráfico: Baixa umidade: estrutura floculada (A e E). A atração face-aresta das partículas não é vencida. Alta umidade (próximo à saturação): estrutura dispersa (C e D). A repulsão entre as partículas sólidas do solo aumenta, e a compactação as orienta paralelamente umas às outras. Mesma umidade e energia de compactação distinta: quanto maior for a energia de compactação, maior será o grau de dispersão das partículas. 7. OUTROS TIPOS DECOMPACTAÇÕES Os métodosdescritos anteriormente podem ser agrupados no que se denomina COMPACTAÇÃO DINÂMICA. Nela, a compactação se dá pela queda do soquete na amostra de solo. Existem outros três tipos de compactação, entretanto, denominados ESTÁTICA, DE PISOTEAMENTO e POR VIBRAÇÃO. Na Compactação Estática, a compactação do solo é atingida pela colocação de um peso sobre a amostra. Na Compactação de Pisoteamento, procura-se, em laboratório, reproduzir o efeito da compactação do rolo pé de carneiro. Para este ensaio, um pistão com molas é aplicado no solo, em substituição à queda do soquete. O pistão penetra no solo e começa a sua compactação pela porção inferior da camada, como faz o pé de carneiro em campo. Solos mais arenosos e pedregulhosos são compactados por vibração. Nela, são utilizadas máquinas vibratórias que produzem uma sequência de ondas de pressão que se espalham em todas as direções do solo, reajustando o posicionamento das partículas entre si e eliminando os vazios. Para as areias, sua compactação é controlada por meio de sua compacidade relativa (vista anteriormente). Geralmente, estipula-se que seja atingida uma compacidade relativa igual ou superior a 65 ou 70%, que deve estar associada aos grupos de compacidade das areias estabelecidos por Terzaghi (Classificação pela compacidade relativa, vide notas de aula sobre grau de compacidade). 8. COMPACTAÇÃO NO CAMPO A compactação dos solos em campo consiste das seguintes etapas: Escolha da área de empréstimo (área da qual se trará o solo para compactação); Transporte e espalhamento do solo; Acerto da umidade do solo a ser compactado; Compactação; Controle da compactação. Escolha da Área de Empréstimo Áreas de Empréstimo são áreas indicadas no projeto, ou áreas localizadas e selecionadas na obra, de onde são escavados e retirados os materiais (solos) que serão compactados. Este primeiro passo é um problema técnico-econômico. Aqui, devem ser consideradas as distâncias de transporte, características geotécnicas dos materiais, umidade natural da área de empréstimo em relação à umidade ótima de compactação, etc. Procura-se sempre otimizar o empreendimento para os menores custos possíveis. Transporte e Espalhamento do Solo Nesta etapa, é necessário se estabelecer quanto de material será necessário, levando-se em consideração que a espessura da camada solta a espalhar deve ser compatível com a espessura final. Essa espessura geralmente é estabelecida como entre 15 a 20 cm, pois o efeito dos equipamentos utilizados em campo geralmente não ultrapassa essas profundidades. A espessura dos espalhamentos depende do tipo do solo, mas em geral uma camada de 22 a 23cm de solo solto gera uma camada em torno de 15 cm de solo compactado. O espalhamento deve ser o mais uniforme possível, formando camadas mais ou menos horizontais. Acerto da Umidade É atingido por meio de irrigação ou aeração, geralmente realizada por caminhão pipa, seguida de revolvimento mecânico do solo de maneira a homogeneizá-lo. Compactação Os equipamentos de compactação dos solos utilizados em campo devem ser escolhidos de acordo com o tipo de solo a ser compactado. Os equipamentos geralmente utilizados, e seus respectivos tipos de solo são: Rolos pé de carneiro: adequados para solos argilosos. Eles penetram as camadas do solo solto, compactando-o de baixo para cima, de modo que evitam a formação de uma placa superficial de solo fino que possa reduzir a ação do equipamento em profundidades maiores. Rolos pneumáticos: eficientes para uma grande variedade de solos. É mais utilizado, entretanto, em operações de pequeno a médio porte. Ele compacta os solos pela pressão exercida pelo peso de seus pneus ao passar sobre as camadas soltas. O peso e a pressão desses pneus devem ser adaptados a cada caso de compactação. Rolos vibratórios: especialmente aplicados para solos granulares. Pode ser de dois tipos: rolo liso, e rolo com pé. Utiliza a vibração para redistribuir as partículas do solo e diminuir seus vazios. O rolo liso promove pressão, impacto e vibração durante o processo de compactação. O rolo com pé ainda promove a compactação por amassamento. Rolos combinados: são uma combinação de dois ou mais tipos de rolo. Utilizados quando há uma mistura de tipos de solo (granulometria e mineralogia diferentes em um mesmo solo). Rolos lisos: seu tambor de aço pode estar vazio ou cheio com água, areia ou pó de pedra dependendo da energia necessária para a compactação. É mais utilizado na compactação de solos granulares. Pilões manuais: utilizados para trabalhos secundários (como em reaterros de valas). Pilões a explosão (sapo) ou a ar comprimido: utilizados em quase todos os tipos de solos, em áreas fechadas ou restritas, ou em operações complementares. Outros tipos: os próprios caminhões de transporte dos solos podem ser utilizados como equipamento de compactação, dependendo do tamanho da obra. Nesses casos, uma atenção grande deve ser dispendida para se averiguar a homogeneização da compactação devido à pequena área dos pneus. 9. CONTROLE DA COMPACTAÇÃO – GRAU DE COMPACTAÇÃO (GC) O controle de compactação serve para verificar se a compactação, em campo, está sendo executada corretamente, de acordo com as especificações transmitidas pelos ensaios laboratoriais. Essas especificações fixam intervalos de umidade e de densidade seca a serem obtidos (por exemplo, entre wot-1 e wot +1, ou entre wot-2 e wot, etc.) e um grau de compactação mínimo (por exemplo, GC de no mínimo 95%). Para que o controle ocorra, então, é necessário que se estabeleça o Grau de Compactação (GC) do solo que está sendo compactado. Para tanto, são tomadas, sistematicamente, medidas da densidade seca (ou peso específico seco) e da umidade do solo. Para se medir a umidade do solo em campo, geralmente se utiliza o “speedy” (um aparelho portátil de medição e umidade dos solos) e, para o peso específico, o processo do “frasco de areia” (método no qual se utiliza uma balança, um frasco cheio de areia, um funil, uma bandeja com um orifício circular no centro, e uma cavidade cilíndrica no solo de tamanho específico. O escoamento da areia entre o frasco, o funil e o orifício cilíndrico determinam seu peso, a partir do qual se obtém a densidade seca (peso específico seco) do solo). Retirada de Caputo (2000). Dessa forma, haverá uma medição de campo, que pode ser comparada à medição realizada no Ensaio de Compactação do laboratório. O GRAU DE COMPACTAÇÃO (GC) será, então, o quociente da densidade seca (peso específico seco, ou massa específica aparente seca) do solo obtida em campo pela densidade seca máxima (ou peso específico seco máximo, ou massa específica aparente seca máxima) obtida em laboratório: 𝐺𝐶 = 𝜌𝑑(campo) 𝜌𝑑 𝑚á𝑥.(𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜) 𝑥 100 Onde: ρd = densidade seca e ρd máx. = densidade seca máxima. Lembrando que: ρ = 𝑚 𝑉 Onde: ρ é chamada tanto de massa específica, quanto de densidade; m = massa e V = volume. E que: ɣ = 𝑃 𝑉 De onde: ɣ = ρ.g Onde: ɣ é o peso específico, ρ = massa específica, P = peso, V = volume e g = aceleração da gravidade = 10m/s². Dessa forma, GC também pode ser encontrado por: 𝐺𝐶 = ɣ𝑑(campo) ɣ𝑑 𝑚á𝑥.(𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜) 𝑥 100 Caso os critérios de compactação (o intervalo de umidade ótima e o grau de compactação mínimo) exigidos não sejam alcançados em campo, o solo é revolvido e recompactado. As especificações da compactação são feitas caso a caso, de acordo com as propriedades do solo pretendidas para o aterro. Paraaterros de menor responsabilidade, são estabelecidos um GC de 95% e a umidade fica a critério do construtor, que poderá ajustá-la de forma a melhor aproveitar seu equipamento. Aterros Experimentais Quando a obra que está sendo executada é grande, justifica-se a construção de um aterro experimental. Este aterro é um pequeno aterro que é construído com o (s) solo (s) selecionado (s) para a obra. Ele tem aproximadamente 200m de extensão e é subdividido de 4 a 6 subtrechos. Estes subtrechos terão umidades diferentes, que serão compactados com o equipamento previsto para a obra. Depois de uma certa quantidade de passadas (número de vezes em que se passa o equipamento sobre o solo para compactá-lo), medem-se a umidade e a densidade seca atingidas. Repete-se então o procedimento para diversos números de passadas do equipamento, ou com a utilização de equipamentos diferentes. Desses testes, várias curvas são construídas, ou a eficácia do equipamento é estabelecida. O gráfico abaixo foi obtido de um exemplo de aterro experimental de Euclides da Cunha, no rio Pardo, interior de São Paulo, de um aterro experimental realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) (apud Pinto, 2006): Curvas de aterro experimental de Euclides da Cunha, SP. Retirada de Pinto (2006) Pelo gráfico, pode-se notar que após uma passada de equipamento na argila plástica vermelha, foi obtido um grau de compactação de cerca de 99% (ou seja, uma densidade máxima de cerca de 99%). Já para a argila siltosa amarela, após 4 passadas com o mesmo equipamento, obteve-se grau de compactação de 97%, não havendo qualquer melhoria para passadas adicionais do equipamento. A mistura entre os dois solos obteve valores intermediários. Estes aterros experimentais orientam sobre a escolha do equipamento que melhor serve para o aterro que se pretende realizar, as umidades mais adequadas do solo para cada equipamento, as espessuras das camadas do solo a ser compactado, o número de passadas do equipamento a partir do qual não se obtém mais resultados, etc. Permitem, ainda, a visualização do comportamento do solo mediante a compactação, possibilitando a descoberta de eventuais problemas de laminações ou trincas. Ainda fornecem amostras bem representativas para ensaios mecânicos. Por meio deles, portanto, é possível em última análise melhorar a obra, abaixando seus custos. 10. ENSAIO CALIFÓRNIA Muito utilizado na técnica rodoviária, o Ensaio Califórnia foi idealizado pelo engenheiro O. J. Porter, em 1929, na Califórnia, EUA. Este ensaio, ainda muito prestigiado, é utilizado para que se estabeleçam o índice de Suporte Califórnia (I.S.C., ou California Bearing Ratio - CBR) e a expansão do solo compactado (E). Com isso, se torna possível determinar qual será a expansão de um solo sob um pavimento quando este estiver saturado (ensaio de expansão), bem como qual será a perda de resistência desse solo mediante a sua saturação (determinação do I.S.C.). Em laboratório, este ensaio segue os seguintes passos: 1. Determinação da umidade ótima e da densidade seca máxima (peso específico máximo) do solo, por meio do Ensaio de Proctor. 2. Determinação das propriedades expansivas do solo compactado (E) 3. Determinação do I.S.C. Ensaio de Expansão Molda-se um corpo de prova com umidade ótima (ou bem próxima a ela) em um molde cilíndrico com, aproximadamente, 15cm de diâmetro e 17,5cm de altura, provido de um colarinho de extensão com 5cm de altura. O fundo deste cilindro é, na verdade, um disco espaçador de também 5cm: Características do molde cilíndrico usado para o teste de CBR. Retirada de Caputo (20000) O corpo de prova colocado dentro deste cilindro terá 5 camadas compactadas com 55 golpes com um soquete de 4,5kg e altura de queda de 45,7cm. Após compactado com a umidade ótima, a rebarba do solo deve ser retirada. Inverte-se o conjunto e se retira, também, o disco espaçador e se pesa o conjunto cilindro + amostra compactada. O conjunto é apoiado a uma base circular rija, com o espaço deixado pelo disco espaçador voltado para cima. Sobre a amostra de solo compactado, coloca-se um papel filtro e, em seguida, um prato perfurado munido de uma haste ajustável e, sobre ele, uma sobrecarga que não deverá ser inferior a 4,5kg, feita com discos anulares que devem equivaler ao peso do pavimento. Sobre a haste ajustável do prato é apoiada a haste do relógio comparador, fixada a um porta-extensômetro (com sensibilidade de 0,01mm) montado em tripé. Anota-se uma leitura inicial e então o conjunto é submerso em água durante 4 dias. A cada 24 horas, durante estes 4 dias, outras leituras são realizadas. A expansão do corpo de prova é definida como a relação entre o aumento de altura do corpo de prova e sua altura inicial, expresso em porcentagem. Esquema da fase de ensaio de expansão do Ensaio Califórnia. Consideram-se os seguintes critérios: Subleitos Bons: expansões menores que 3% Materiais para sub-bases: expansões menores que 2% Bases: expansões menores que 1% Sendo que subleitos são os solos compactados, preparados para receber o pavimento industrial. Sub-bases são elementos estruturais intermediários entre os subleitos e o piso em concreto, e bases são elementos estruturais intermediários entre as sub-bases e a superfície da pavimentação. Soquete grande Cilindro Cinco camadas de solo Disco espaçador Relógio comparador Porta-extensômetro Discos de sobrecarga Prato perfurado com haste ajustável Solo compactado Cilindro Determinação do I.S.C. (ou CBR) Para a determinação do I.S.C., 3 corpos de prova são preparados com a umidade ótima, contendo 5 camadas de solo, sendo golpeados por soquete de 4,5kg caindo a uma altura de 45,7cm, sendo um deles golpeado 55 vezes, outro 26 vezes e outro 12 vezes (energias de compactação, respectivamente, modificada, intermediária e normal.). As umidades e os pesos específicos desses corpos de prova são determinados. Em seguida, satura-se cada um desses corpos de prova durante 4 dias, procurando-se dessa forma reproduzir a condição mais desfavorável que possa vir a ocorrer, que é a de saturação do solo no local da obra. Os conjuntos de cilindro + solo compactado +anéis de sobrecarga são levados para o prato de uma prensa e são centralizados, de forma que o eixo da prensa caia perfeitamente no centro dos orifícios dos anéis de sobrecarga. O pistão da prensa é assentado na superfície do topo do corpo de prova. Este pistão deve ter 5cm de diâmetro. Os extensômetros são ajustados para uma primeira medição igual a zero, e sua haste deve ser mantida na vertical. O pistão então punciona a amostra em sua face superior sob uma velocidade de 1,25mm/min. A deformação é medida pela leitura de um deflectômetro com sensibilidade de 0,01mm, que é fixo no pistão e apoiado no cilindro recipiente da amostra. As cargas correspondentes são determinadas pela leitura em um micrômetro com sensibilidade de 0,001mm que integra o anel dinamométrico e da curva de aferição deste anel. Essas leituras devem ser efetuadas nos tempos correspondentes para as deformações (penetrações) de acordo com o quadro seguinte: Tempo Deformação 0,5 min 0,63 mm 1,0 min 1,27 mm 2,0 min 2,54 mm (0,1”) 4,0 min 5,08 mm (0,2”) 6,0 min 7,62 mm (0,3”) 8,0 min 10,16 mm (0,4”) 10 min 12,70 mm (0,5”) Tabela com valores do teste de CBR. Retirada de Caputo (2000). Conjunto para otestde de CBR. Modificada de Caputo (2000). As cargas do pistão, divididas por sua área, fornecerão as pressões aplicadas à amostra. Em seguida, traçam-se as curvas de pressão pela penetração, colocando-se no eixo das ordenadas os valores de pressão e no eixo das abscissas os valores de penetração. Caso a curva apresente um ponto de inflexão, ela deverá ser corrigida. Para tanto, traça-se uma tangente ao ponto de inflexão, sendo a sua interseção com o eixo das abscissas a nova origem da curva. Essa nova origem deverá ser tomada para os valores de penetração. A imagem a seguir mostra duas curvas: uma com a necessidade da correção, e outra sem a necessidade da correção: Cuvas do ensaio CBR. Imagem retirada de Caputo (2000). Anel dinamométrico com micrômetro Pistão Corpo de prova Macaco Deflectômetro O Índice de Suporte Califórnia (I.S.C.), ou C.B.R, é obtido para cada corpo de prova pela equação: 𝐼. 𝑆. 𝐶. = pressão calculada ou pressão corrigida 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑥 100 Sendo que as pressões padrões correspondem à resistência que apresenta a pedra britada, conforme reproduzido no quadro abaixo: Penetração Pressão Padrão Mm pol Kg/cm² lb/pol² 2,54 0,1 70 1.000 5,08 0,2 105 1.500 7,62 0,3 133 1.900 10,16 0,4 161 2.300 12,70 0,5 182 2.600 Tabela de valores referentes às pressões obtidas pelo teste CBR. Retirada de Cauto (2000). Geralmente, para pavimentos flexíveis (como no caso de asfaltos de estradas), o I.S.C. empregado é aquele equivalente à penetração de 0,1”, a menos que o índice para 0,2” seja maior. Se isto ocorrer, o segundo será adotado. Dessa forma, da fórmula acima, se chamarmos de p a pressão obtida para uma penetração equivalente a 0,1”, o I.S.C. será: 𝐼. 𝑆. 𝐶. = 𝑝 70 𝑥 100 Com os Índices de Suporte Califórnia obtidos para os 3 corpos de prova, submetidos aos 55, 26 e 12 golpes, traça-se uma curva com as densidades secas (ou peso específico seco) obtidos quando estes corpos foram compactados no eixo das ordenadas e os ISC no eixo das abscissas: Gráfico de ISC versus densidade seca do solo. Modificado de Caputo (2000) O I.S.C. final, aquele que será utilizado para cálculos posteriores, será o que graficamente corresponder a 95% da densidade seca máxima (ou peso específico seco máximo), obtida anteriormente. ρd ρd máx. O I.S.C. também pode ser obtido no local em que a obra está sendo efetuada, caso se disponha de um dispositivo que permita a penetração do pistão no solo. Entretanto, essa determinação estará sujeita a uma série de restrições e, portanto, ela é muito pouco utilizada. 11. BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7182:2016. Solo- ensaio de compactação. Rio de Janeiro: ABNT. 2016. 13p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457:2016. Amostras de solo – preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro: ABNT. 1986. 9p. CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Vol.1. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e científicos Editora S.A. 2000. 242 p. PINTO, C.S. Curso básico de mecânica dos solos. 3ª ed. São Paulo: Oficina de Textos. 2006. 355p.
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