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COMPACTAÇÃO DOS SOLOS 1 - Considerações iniciais 2 - Compactação – Conceito de compactação – Curva típica de compactação – Efeito do tipo de solo compactado – Energias de compactação – Efeito da compactação na estrutura dos solos – Escolha da umidade e da densidade de compactação – Compactação de campo – Controle da compactação 3 - Índice suporte Califórnia COMPACTAÇÃO DOS SOLOS 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS • Em diversas obras, dentre elas os aterros rodoviários e as barragens de terra, o solo é o próprio material resistente ou de construção. • Necessário é nestes casos que se garanta uma determinada resistência de projeto para o solo durante a vida útil da obra. • Em vista disto, alguns métodos de estabilização ou de melhoria das características de resistência e deformabilidade destes solos foram desenvolvidos. • Os fundamentos da compactação de solos são relativamente novos e foram desenvolvidos por Proctor (década de 20): função de quatro variáveis: Peso específico, umidade, energia de compactação e tipo de solo. 2 - COMPACTAÇÃO CONCEITO DE COMPACTAÇÃO • Entende-se por compactação o processo manual ou mecânico que visa reduzir o volume dos vazios do solo, e, assim, aumentar a sua resistência, tornando-o mais estável. • A compactação de um solo visa melhorar as suas características não só quanto a resistência, mas também nos aspectos de deformabilidade e permeabilidade. • A diminuição dos vazios do solo se dá por expulsão do ar contido nos vazios do mesmo, de maneira diferente do processo de adensamento. • A energia de compactação utilizada na realização destes ensaios é hoje conhecida como energia de compactação “PROCTOR NORMAL” Resumo: Melhora as características: ■Resistência; ■Permeabilidade; ■Compressibilidade; ■Absorção; ■Aumenta a estabilidade de taludes de aterros. ■ O grau de compactação é medido com base em seu peso específico seco; ■ Acima de um determinado teor de umidade, qualquer aumento desse teor de umidade tende a reduzir o peso específico seco. A água passa a ocupar o espaço das partículas sólidas. Para fins práticos: 𝛾𝑑 = 𝛾 1 + 𝑤 Curva de saturação ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR NORMAL Procedimento COM reuso de material: 1. Fixar o molde à base e acoplar o colarinho; 2. Colocar uma folha de papel-filtro com diâmetro igual ao do molde utilizado para evitar a aderência do solo compactado à superfície metálica da base; 3. Tomar 3kg da amostra e adicionar água destilada gradativamente e revolver o material a fim de se obter um teor de umidade 5% abaixo da umidade ótima prevista; 4. Após homogeneização, proceder à compactação atentando-se sempre ao soquete, ao número de camadas e ao número de golpes correspondentes à energia selecionada; 5. Os golpes dos soquetes devem ser aplicados perpendicularmente e distribuídos uniformemente sobre a superfície de cada camada ; 6. As alturas das camadas devem ser aproximadamente iguais; 7. A compactação de cada camada deve ser precedida de uma leve escarificação da camada subjacente; 8. Após a compactação da última camada, retirar o colarinho, depois de escarificar o material em contato com a parede do mesmo, com auxílio de espátula; 9. Rasar os excessos com auxílio de uma régua biselada; ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR NORMAL Procedimento COM reuso de material (continuação): 10. Remover o molde cilíndrico da base e pesar o conjunto. Por subtração do peso do molde, anotar o peso do solo úmido [Mh]; 11. Retirar o corpo de prova com auxílio de um extrator e tomar uma amostra do centro do CP para determinar o teor de umidade; 12. Destorroar o material restante, até que o mesmo passe integralmente na peneira de 4,8 mm ou 19 mm, conforme a amostra; 13. Juntar com o remanescente na bandeja e adicionar água destilada para incrementar aproximadamente 2% de umidade à amostra. Repetir os itens anteriores até que se obtenham, no mínimo, 5 pontos, sendo 2 no ramo seco, um próximo à umidade ótima e 2 no ramo úmido da curva de compactação. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR NORMAL Procedimento SEM reuso de material: 1. Fixar o molde à base e acoplar o colarinho; 2. Colocar uma folha de papel-filtro com diâmetro igual ao do molde utilizado para evitar a aderência do solo compactado à superfície metálica da base; 3. Dividir a amostra em 5 partes. Adicionar determinada quantia de água destilada gradativamente e revolver o material. O primeira amostra deverá apresentar teor de umidade 5% abaixo da umidade ótima prevista. As demais devem apresentar teores de umidade sempre em torno de 2% superior à amostra anterior; 4. Após homogeneização, proceder à compactação atentando-se sempre ao soquete, ao número de camadas e ao número de golpes correspondentes à energia selecionada; 5. Os golpes dos soquetes devem ser aplicados perpendicularmente e distribuídos uniformemente sobre a superfície de cada camada; 6. As alturas das camadas devem ser aproximadamente iguais; 7. A compactação de cada camada deve ser precedida de uma leve escarificação da camada subjacente; 8. Após a compactação da última camada, retirar o colarinho, depois de escarificar o material em contato com a parede do mesmo, com auxílio de espátula; ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR NORMAL Procedimento SEM reuso de material (continuação): 9. Rasar os excessos com auxílio de uma régua biselada; 10. Remover o molde cilíndrico da base e pesar o conjunto. Por subtração do peso do molde, anotar o peso do solo úmido [Mh]; 11. Retirar o corpo de prova com auxílio de um extrator e tomar uma amostra do centro do CP para determinar o teor de umidade; 12. Descartar o material utilizado na moldagem do CP; 13. Com o remanescente na bandeja, adicionar água destilada para incrementar aproximadamente 2% de umidade à amostra. Repetir os itens anteriores até que se obtenham, no mínimo, 5 pontos, sendo 2 no ramo seco, um próximo à umidade ótima e 2 no ramo úmido da curva de compactação. Esquema de distribuição de golpes ENERGIAS DE COMPACTAÇÃO USUAIS Proctor normal: 6 kgcm/cm3 Proctor Intermediário:12,6 kgf.cm/cm3 Proctor modificado: 25 kgcm/cm3 EFEITO DA ENERGIA DE COMPACTAÇÃO NAS CURVAS DE COMPACTAÇÃO OBTIDAS PARA UM MESMO SOLO. Á medida em que se aumenta a energia de compactação, há uma redução wotimo e uma elevação do valor dmáximo. Novos equipamentos de campo de grande porte: necessidade de se criar em laboratório ensaios com maiores energias: Proctor Modificado e intermediário EFEITO DO TIPO DE SOLO COMPACTADO SOLOS ARENOSOS • Maiores valores de d; • Curvas de menor amplitude; • Menores valores de Wot. SOLOS ARGILOSOS • Menores valores de d; • Curvas de maior amplitude (mais abertas); • Maiores valores de wot. Diferentes solos compactados com a mesma energia EFEITO DA COMPACTAÇÃO NA ESTRUTURA DOS SOLOS Ramo seco: estrutura floculada w tensões capilares (opõem ás forças de compactação) solo de baixa umidade melhor rearranjo das partículas ( tensão capilar) solo + denso Ramo úmido: estrutura dispersa tensões capilares água livre (absorve grande parte da energia de comp.) solo menos denso ESCOLHA DA UMIDADE E DA DENSIDADE DE COMPACTAÇÃO Os valores de d e wót escolhidos devem propiciar os máximos valores de rigidez e resistência estáveis possíveis. Pela análise da figura ao lado, temos como condições ideais de compactação: W = Wot e = dmax Porque os solos não são compactados em campo com valores de umidade inferiores ao valor ótimo? A resistência deve permanecer estável durante todo o tempo de vida útil COMPACTAÇÃO EM CAMPO PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Próprios para a compactação de areias, onde os rolos pneumáticos ou pés-de carneiro não atuam com eficiência. Espessura máxima da camada: 15 cm. " ROLOS VIBRATÓRIOS - A compactação de campo se dá por meio de esforços de pressão, impacto, vibração ou por uma combinação destes; " ROLO PNEUMÁTICO • É indicado para solos de granulação fina a arenosa,compactação de capas asfálticas, bases e subbases de estradas. • Possui área de contato variável, função da pressão nos pneus e do peso do equipamento. • Pode ser utilizado em camadas de até 40 cm. • Possui a desvantagem de gerar uma superfície compactada lisa, havendo a necessidade de escarificação. ROLOS ESTÁTICOS Indicação: - Areia, pedregulho e pedra britada, lançados em esp < 15cm - Cilindro oco: alteração da pressão (areia úmida) - Camadas finas (5 -15cm) e acabamentos superficial Desvantagens: - Pequena área de contato - Em solos moles afundam demasiadamente dificultando a tração. " ROLO COMPACTADOR LISO Pesos 1 a 20 tf ROLOS PÉ-DE-CARNEIRO • Indicado para outros tipos de solo que não areia; • Promove um grande entrosamento entre as; camadas compactadas • Espessura de camada: cerca de 15cm; • No. de passadas: 4 a 6 solos finos; • Cilindro oco: alteração da pressão. Tambor metálico com patas (tronco-cônica) COMPACTADORES DE IMPACTO: SOQUETES Soquetes manuais ou mecânicos (sapos): • Utilizados em áreas de difícil acesso para os rolos compressores (apiloamento de valas e trincheiras) e construções de pequeno porte • Possuem peso mínimo de 15kg • Espessura da camada compactada: 10 – 15 cm (solos finos) e 15cm (solos grossos) CONTROLE DA COMPACTAÇÃO Cuidados a serem tomados: - A espessura da camada lançada não deve exceder a 30 cm, sendo que a espessura da camada compactada deverá ser menor que 20 cm; - Definição do equipamento e no de passadas através de aterros experimentais; - Manutenção da umidade do solo o mais próximo possível da umidade ótima; - Homogeneização do solo a ser lançado, tanto no que se refere à umidade quanto ao material. Especificações usuais: Wcampo -2% <Wot<Wcampo + 2% Gc(%) > 95% Graus de compactação recomendados: Finalidade Recomendação Aterro rodoviário 90-95% do Proctor modificado(topo do aterro,60 cm) 95-100 % do Proctor normal Barragens de terra 95-100 % do Proctor modificado Aterros sob fundação de prédios 90-95% do Proctor modificado (topo do aterro) 95-100 % do Proctor normal Camadas de base de pavimentos 95-100 % do Proctor modificado Exemplo: ■Num ensaio de compactação foram obtidos os seguintes valores: w (%) 7,1 10,0 13,4 16,7 20,1 (kN/m³) 19,1 20,6 21,4 21,6 20,6 • Determinar a umidade ótima e o peso específico seco. Controle de Compactação Para verificar se a compactação está sendo feita devidamente, deve-se determinar sistematicamente w e d do material. Para esse controle pode ser utilizado o “speedy” na determinação da umidade, e o processo do “frasco de areia” na determinação do peso específico. Controle de Compactação Grau de compactação: ⚫ Gc = [d(campo)/d,max(lab)] 100 Não atingida a compactação desejada, revolve-se e compacta-se novamente. Cravação no solo de um cilindro com volume conhecido: • não recomendável para solos muito densos e muito arenosos Determinação da massa específica de campo: " Cravação no solo de um cilindro com volume conhecido: - não recomendável para solos muito densos e muito arenosos Determinação da massa específica de campo: Determinação da massa específica de campo: * no de passadas do rolo: dependerá do tipo de solo, tipo de equipamento e condições particulares : Aterros Experimentais * 8 a 12 passadas é suficiente * Se com 15 passadas não atingiu o valor d determinado, recomenda-se modificar as condições antes fixadas Método do frasco de areia: • Escavação de um cilindro na camada compactada até 3/4 da esp. da camada; • Determina-se a massa do material retirado; • Enche-se o furo com areia pesada (ou óleo), por diferença de peso antes e depois determina-se a massa usada no ensaio, tornando possível obter o volume do furo (igual V areia); • Determina-se a densidade do solo. ENSAIO DE EXPANSÃO: - Corpo de prova compactado na W = Wot; - Imersão do cilindro com amostra compactada, por um período de 4 dias, sujeito a uma sobrecarga não inferior a 4,5 kgf;; - São realizadas leituras a cada 24 hs da expansão do material. ESPECIFICAÇÕES: - Subleitos: Expansão < 3% - Sub-bases: Expansão < 2% DETERMINAÇÃO DO I.S.C. ou CBR (California Bearing Ratio) • Três corpos de prova são preparados na umidade ótima com 12, 26 e 55 golpes, determinando-se o valor de d obtido para cada C.P. • Cada camada deve receber 12 golpes do soquete, no caso de material de subleito, 26 ou 55 golpes, nos casos de materiais de sub- base ou base, respectivamente (DNIT) • Os corpos de prova são imersos em água durante 4 dias. • Mede-se a resistência à penetração de um pistão com f = 5 cm, a uma velocidade de 1,25 mm/min, para alguns valores de penetração (0,63mm; 1,27; 1,91; 2,54; 3,81; 5,08, etc). I.S.C: representa a capacidade de suporte do solo se comparada com a resistência à penetração de uma haste de 5cm de diâmetro em uma camada de pedra britada, considerada como padrão (CBR=100%). DETERMINAÇÃO DO I.S.C. O I.S.C. utilizado no dimensionamento de pavimentos corresponde a um valor de penetração de 0,1”, a menos que o índice para 0,2” seja maior. Os valores de resistência ao puncionamento assim obtidos são expressos em porcentagem das pressões padrão (correspondents a um ensaio realizado com pedra britada. 0x10 Padrão Pressão calculada Pressão =CBR O I.S.C. utilizado no dimensionamento de pavimentos corresponde a um valor de penetração de 0,1”, a menos que o índice para 0,2” seja maior. DNIT Norma DNIT 172/2016 Exercícios: 4ª Prova Parcial de Mecânica dos Solos – 1º/2004. 1. Em um ensaio de compactação, os resultados obtidos são mostrados na tabela abaixo. i) trace a curva de compactação, fornecendo dmáx e wot (0,5 pt.); ii) trace a curva de grau de saturação igual a 80 % (0,5 pt.); iii) se o controle de compactação no campo fornece as informações apresentadas na w (%) 9,8 12,6 15,6 18,1 22,4 (g/cm3) 1,75 2,12 2,14 2,07 1,91 tabela abaixo, em três pontos de testes, verifique se haverá objeção na aceitação das compactações nos referidos pontos (0,5 pt.); iv) em seguida, descreva os processos que deverão ser levados a cabo, a fim de que tais compactações sejam aceitas (0,5 pt.). As especificações técnicas exigem Gc 97 % da mesma energia utilizada em laboratório, além de w = 1,5 %. Ponto Local (g/cm3) w (%) 1 Eixo 2,19 13,0 2 BD 2,00 14,9 3 BE 2,21 16,5 Exercícios: 1. Um ensaio de compactação normal foi realizado numa amostra de solo. Os resultados estão indicados abaixo: (g/cm3) 1,64 1,78 1,82 1,81 1,80 w (%) 14 17 20,5 21,5 23 i) Trace a curva de compactação (1 pt.); ii) Trace a curva de saturação (0,7 pt.); iii) determine a umidade ótima e a massa especifica aparente seca máxima (0,5 pt.); iv) o que aconteceria com estas duas variáveis geotécnicas, se o solo fosse compactado na energia modificada? (0,3 pt).
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