Buscar

Revisão Jurisdição Constitucional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Revisão Jurisdição Constitucional
PODER JUDICIÁRIO: ESTRUTURA E FUNÇÕES
PODER JUDICIÁRIO DO BRASIL 
• O Poder Judiciário do Brasil é o conjunto dos órgãos públicos com os quais a Constituição Federal brasileira atribuí a função jurisdicional. 
• No exercício da função jurisdicional o Poder Judiciário é o principal intérprete do Direito, cabendo aos seus órgãos o dever de apreciar e decidir sobre qualquer questão levada a juízo. 
• A principal função jurisdicional é julgar, dizer o direito no caso concreto, tornar efetivo o Direito Objetivo, solucionando conflitos e promovendo a paz social, valendo-se para tanto de uma estrutura complexa e integrada regulada pelas normas de Organização Judiciária. Direito objetivo é aquele que esta na lei. Subjetivo é o que a pessoa acha que tem.
ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO - Art 92, CF
 
STF - órgão independente
CNJ - não possui jurisdição
STM é o tribunal mais antigo do Brasil. Em casa estado tem 1 TJ. Cada estado tem o seu TRF.
Em cada região dos Tribunais regionais, tem um juiz federal.
O STM é responsável pelos cries militares. Se for da esfera cível ou outra esfera, não trata no STM, mas vai pra justiça estadual. 
ESFERAS DO JUDICIÁRIO 
Tem duas esferas: Federal e Estadual.
ESFERA FEDERAL 
• JUSTIÇA COMUM – TRF e Juízes Federais. 
• JUSTIÇA ESPECIALIZADA – Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar. 
• TRIBUNAIS DE SUPERPOSIÇÕES: 
• STF – questões relativas à constitucionalidade. 
• STJ – questões relativas à legalidade. 
ESFERA ESTADUAL 
• JUSTIÇA COMUM – TJ e Juízes Estaduais. 
• JUSTIÇA ESPECIALIZADA – alguns Estados têm Justiça Militar. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
• O STF é o órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro. 
• Sua principal função é zelar pelo cumprimento da Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas constitucionais. 
• É composto por 11 ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por ele após aprovação pelo Senado Federal. 
• Suas competências estão no art. 102 da CF.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
• É o órgão de controle interno do Poder Judiciário, desprovido de função jurisdicional com sede em Brasília. 
• Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. 
• O CNJ não fiscaliza o STF. Eventuais ilegalidades do CNJ serão apreciadas pelo STF. Finaliza os Tribunais superiores pra baixo. 
• Composto por 15 membros, oriundos do Poder Judiciário, do MP, da advocacia e da sociedade civil e presidido pelo presidente do STF. 
• Eles ocupam mandato de 2 anos, admitida uma recondução. Os membros são nomeados pelo Presidente da República, após aprovado o nome pelo Senado Federal. 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
• Abaixo do STF está o STJ, cuja responsabilidade é fazer uma interpretação uniforme da legislação federal. 
• É composto por 33 ministros, nomeados pelo Presidente da República, escolhidos numa lista tríplice elaborada pela própria Corte. 
• Os ministros do STJ também têm de ser aprovados pelo Senado antes da nomeação pelo Presidente do Brasil. 
• Suas competências estão no art. 105 da CF.
JUSTIÇA FEDERAL 
• A Justiça Federal tem por competência o julgamento de ações nas quais a União, suas autarquias, fundações e empresas públicas federais figurem como autoras, rés, assistentes ou oponentes — exceto aquelas relativas à falência, acidentes de trabalho e aquelas no âmbito da Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
A Justiça Federal é composta por: 
Juízes Federais (atuam na primeira instância);
Tribunais Regionais Federais (atuam na segunda instância) e 
Juizados Especiais Federais (que julgam causas de menor potencial ofensivo e de pequeno valor econômico). 
• As competências dos Tribunais Regionais Federais estão no art. 108 da CF e dos Juízes Federais estão no art. 109 da CF. 
TRF e Juízes Federais - atualmente existem 5 TRF e 27 SJ: 
TRF da 1ª Região: sede em Brasília compreende as Seções Judiciárias do AC, AP, AM, BA, DF, GO, MA, MG, MT, PA, PI, RO, RR e TO. 
TRF da 2ª Região: sede no Rio de Janeiro compreende as Seções Judiciárias do RJ e ES. 
TRF da 3ª Região: sede em São Paulo compreende as Seções Judiciárias de SP e MS. 
TRF da 4ª Região: sede em Porto Alegre compreende as Seções Judiciárias do PR, SC e RS. 
TRF da 5ª Região: sede em Recife compreende as Seções Judiciárias de CE, RN, PB, PE, AL e SE.
JUSTIÇA DO TRABALHO 
• A Justiça do Trabalho julga conflitos individuais e coletivos entre empregados e empregadores. 
• Composta pelos seguintes órgãos: TST, TRT e Juízes do Trabalho. 
• O TST é composto de 27 Ministros. • Os TRT possuem no mínimo 7 desembargadores que são indicados pelo TST. 
• Existem TRT, distribuídos em 24 Regiões. Dentro da Região de cada TRT existem diversas Varas do Trabalho, onde atuam os Juízes do Trabalho. 
• As competências da Justiça do Trabalho estão no art. 114 da CF. 
JUSTIÇA ELEITORAL 
• Composta pelos seguintes órgãos: TSE, TRE e Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais. 
• O TSE é composto de no mínimo de 7 Ministros. 
• Os TRE são compostos de 7 Desembargadores, distribuídos um em cada capital de Estado. 
• Com o objetivo de garantir o direito ao voto direto e sigiloso, preconizado pela Constituição, a Justiça Eleitoral regulamenta os procedimentos eleitorais. 
• É responsável por organizar, monitorar e apurar as eleições, bem como por diplomar os candidatos eleitos. Também pode decretar a perda de mandato eletivo federal e estadual e julgar irregularidades praticadas nas eleições.
JUSTIÇA MILITAR
Composta pelos seguintes órgãos: STM e Juízes Militares distribuídos em 12 Circunscrições Judiciárias Militares (CJM), que por sua vez abrigam uma ou mais Auditorias Militares.
 •O STM tem 15 Ministros nomeados pelo PR e aprovado pelo Senado, dentre os oficiais generais do mais alto posto, sendo 3 da Marinha, 4 do Exército e 3 da Aeronáutica e 5 civis. 
•A Justiça Militar da União tem competência de processar e julgar os crimes militares definidos em lei. 
•Compete à Justiça Estadual processar e julgar os militares estaduais por crimes militares definidos em lei.
JUSTIÇA ESTADUAL 
• A competência da Justiça Estadual é residual, ou seja, cabe processar e julgar qualquer causa que não esteja sujeita à competência de outro órgão jurisdicional (Justiça Federal comum, do Trabalho, Eleitoral e Militar), o que representa o maior volume de litígios no Brasil. 
• A Justiça Estadual é composta pelos: 
Juízes de Direito e Juizados Especiais – que atuam na primeira instância 
Tribunais de Justiça dos Estados – que atuam na segunda instância 
• Os Tribunais de Justiça são órgãos colegiados, com os desembargadores. 
• Os Juízes Estaduais são órgãos monocráticos, organizados em Comarcas. 
• Comarcas são áreas territoriais que estão compreendidas em um ou mais Municípios. As Comarcas são divididas em Varas. 
• Varas são áreas judiciais em que o juiz de primeira instância exerce sua autoridade. Elas podem ser únicas (atendem a todo e qualquer processo), civis, criminais ou atender a outras especializações. 
A JURISPRUDÊNCIA 
• É o conjunto de decisões uniformes prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário sobre uma determinada questão jurídica. Por isso, nunca se usa o termo jurisprudência no plural, uma vez que já representa o coletivo das decisões jurisprudenciais. 
• O que se deseja da jurisprudência é estabelecer a uniformidade e a constância das decisões para os casos idênticos, é em outras palavras a criação da figura do precedente judicial. 
• O juiz, impossibilitado de alegar a lacuna da lei para furtar-se à decisão, constrói por meio de uma interpretação ora extensiva, ora restritiva, regras para os casos concretos que lhe são propostos. 
• Em inúmeros casos os tribunais acabaram criando um Direito novo, embora aparentemente tenham se limitado a aplicar as leis existentes. 
• Reserva-se o termo jurisprudência para as decisões dos Tribunais e precedentesjudiciais para as decisões de juízes de primeiro grau.
• Exemplos de jurisprudência transformada em lei: 
Pensão alimentícia, que era devida apenas após o trânsito em julgado e atualmente é devida desde a citação (alimentos provisórios). 
Os direitos do(a) companheiro(a), já reconhecidos pela jurisprudência com base na sociedade de fato, agora estão contemplados em lei. 
Súmula Vinculante 
• Na edição das Súmulas de efeito vinculante o que se busca é fazer com que a jurisprudência ou precedente judiciário seja fonte do direito com valor normativo, próprio do sistema Common Law. 
• Para evitar o risco da instabilidade, pois os juízes decidem de maneira diversa, podendo criar normas contraditórias, estabeleceu-se a Súmula que vincula os demais juízes, editada por órgão hierarquicamente superior.
SÚMULA VINCULANTE 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
• A Lei 11.417/06 regulamentou o instituto da Súmula Vinculante com as seguintes regras: 
Competência: do STF para edição,revisão e cancelamento da SV. 
Objeto: a validade, a interpretação e a eficácia de determinadas normas. 
Requisitos para edição: reiteradas decisões constitucionais que acarretem insegurança jurídica e multiplicação de processos sobre idêntica questão. 
• Legitimados para propor a edição, a revisão ou o cancelamento do enunciado de Súmula Vinculante: 
a)pelo próprio STF de ofício; 
b)por aqueles que podem propor ADI e a ADC (art. 103 da CF/88); e 
c) pelo Defensor-Público Geral Federal, Tribunais Superiores, TJ dos Estados/DF,os TRF, os TRT, os TRE e os Tribunais Militares. 
d)pelos Municípios de forma incidental(quando forem parte). 
• Efeitos da Súmula Vinculante: sobre o Poder Executivo (adm pública) e os demais órgãos do Poder Judiciário, não atingindo o Poder Legislativo no exercício da sua função típica de legislar.
• Da decisão judicial ou ato administrativo que contrariar enunciado da súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplica-lo indevidamente caberá reclamação ao STF, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
JURISDIÇÃO 
• Dá-se o nome de jurisdição (do latim juris, "direito", e dicere, "dizer") ao poder que detém o Estado para aplicar o direito ao caso concreto, com o objetivo de solucionar os conflitos de interesses e, com isso, resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei. 
• O termo em estudo abrange duas definições: 
- Pode ser conceituado como poder, dever, função e atividade do Estado para solucionar litígios e aplicar a lei ao caso concreto. 
- Também pode ser conceituado como a área territorial dentro da qual tal poder pode ser exercido pela autoridade do Judiciário.
• Do ponto de vista da teoria da separação dos poderes,surge a primeira definição, sendo a jurisdição a função típica do Poder Judiciário, que será exercida pela aplicação da lei ao caso concreto a fim de solucionar conflitos entre as partes. 
• É o poder/dever estatal de formular e tornar efetiva a norma jurídica concreta que deve regular determinada situação jurídica. É ao mesmo tempo poder, dever, função e atividade, sendo: 
PODER - A jurisdição é a capacidade estatal de decidir imperativamente e de impor suas decisões. 
DEVER - A jurisdição é dever do estado de prestar a tutela jurisdicional requerida, dentro de período de tempo razoável. 
FUNÇÃO - A jurisdição promove a pacificação dos conflitos de interesses entre os jurisdicionados, mediante o direito e por meio do processo.
ATIVIDADE - A jurisdição é o complexo de atos jurídicos praticados pelo juiz no processo, exercendo o poder que lhe é conferido por lei e cumprindo suas funções.
PRINCÍPIOS RELACIONADOS À JURISDIÇÃO 
INVESTIDURA - Quem exerce esta função tem de estar investido no cargo de juiz, conforme determina o art. 93, I, da CF/88. É uma garantia para o juiz e para o jurisdicionado. 
ADERÊNCIA - Tal como a soberania, a jurisdição não se divide e só pode se manifestar em um território – é una e indivisível.
INDELEGABILIDADE - A jurisdição não pode ser delegada, ou seja, não se pode delegar a terceiros o poder de solucionar conflitos. 
INEVITABILIDADE - A jurisdição é inevitável na medida em que a autoridade de seus órgãos é imposta às partes mesmo contra a vontade destas. 
INAFASTABILIDADE OU PRINCÍPIO DO CONTROLE JURISDICIONAL - Dirige-se aos três Poderes do Estado, veda que a lei suprima do controle jurisdicional qualquer lesão ou ameaça a lesão. Encontra-se expresso no art. 5º, XXXVII, da CF/88. É considerada como uma conquista do jurisdicionado, tendo em vista a necessidade da manutenção da paz social.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO 
DEFINITIVIDADE - As decisões judiciais são protegidas pelo manto da coisa julgada. 
SUBSTITUTIVIDADE - O Estado chamou para si o poder-dever de dizer o direito aplicável, eliminado a vingança privada (autotutela). 
INÉRCIA - A jurisdição só é exercida quando provocada, para que se garanta a imparcialidade. 
EXISTÊNCIA DA LIDE - Também conhecida como potencialidade de lide, quer dizer, a possibilidade de conflito de interesses qualificado pela resistência a uma pretensão, nos limites do pedido. Tem que existir a lide, e a partir dai o juiz vai tomar uma decisão.
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL 
• JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL significa, nos dizeres de Hans Kelsen, “a garantia jurisdicional da Constituição”, “é um elemento do sistema de medidas técnicas que têm por fim garantir o exercício regular das funções estatais”. 
• A expressão jurisdição constitucional é a outorga de poderes a órgãos judiciais para verificar a conformação das leis e demais atos ao texto constitucional. No caso brasileiro, essa competência é exercida por todos os juízes e tribunais, situando-se o Supremo Tribunal Federal no topo do sistema. 
• A jurisdição constitucional compreende duas atuações particulares. 
• A primeira, de aplicação direta da Constituição às situações nela contempladas. Por exemplo, o reconhecimento de que determinada competência é do Estado, não da União; ou do direito do contribuinte a uma imunidade tributária; ou do direito à liberdade de expressão, sem censura ou licença prévia. 
• A segunda atuação envolve a aplicação indireta da Constituição, que se dá quando o intérprete a utiliza como parâmetro para aferir a validade de uma norma infraconstitucional (controle de constitucionalidade) ou para atribuir a ela o melhor sentido, em meio a diferentes possibilidades (interpretação conforme a Constituição). 
• Em suma: a jurisdição constitucional é o poder exercido por juízes e tribunais na aplicação direta da Constituição, no desempenho do controle de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público em geral e na interpretação do ordenamento infraconstitucional conforme a Constituição.
Questão 1
Relativamente à organização e às competências do Poder Judiciário, assinale a opção correta. 
(A) Cabe reclamação constitucional dirigida ao STF contra decisão judicial que contrarie súmula vinculante ou que indevidamente a aplique. O modelo adotado naCF não admite reclamação contra ato que, provindo da administração, esteja em desconformidade com a referida súmula. 
(B) O Conselho Nacional de Justiça, órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar da magistratura, é composto por membros do Poder Judiciário, do MP, da advocacia e da sociedade civil. 
(C) As causas em que entidade autárquica, empresa pública federal ou sociedade de economia mista seja interessada na condição de autora, ré, assistente ou oponente são de competência da justiça federal. 
(D) A edição de súmula vinculante pelo STF poderá ocorrer de ofício ou por provocação de pessoas ou entes autorizados em lei, entre estes, os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade. O cancelamento ou revisão de súmula somente poderá ocorrer por iniciativa do próprio STF.
Questão 2
• Julgue os itens a seguir, acerca da composição do Poder Judiciário: 
O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) não é um órgão do Poder Judiciário. 
Não integram o Poder Judiciário os membros do Ministério Público que oficiam perante o TRE. 
O Conselho Nacional de Justiça – CNJ integra a estrutura do Poder Judiciário. 
a) Todas as afirmativas estão corretas. 
b) Todas as afirmativas estão erradas. 
c) Somente a afirmativa I está correta. 
d) Somente as afirmativas I e II estão corretas. 
e) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
Aula 2
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
• O Supremo Tribunal Federal é o órgão da cúpula do Poder Judiciário. 
• A defesa da Constituição da República representa o encargo mais relevante do Supremo Tribunal Federal. Assim, o STF se torna o guardião da integridade do sistema político, da proteção das liberdades públicas, da estabilidade do ordenamento normativo do Estado, da segurança das relações jurídicas e da legitimidade das instituições da República. 
• O STF não é somente uma Corte Constitucional, haja vista que no seu rol de competências, incluem-se o julgamento de habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, mandado de injunção, crimes cometidos pelo Presidente da República e outros. 
• É composto por onze Ministros, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
•Requisitos para nomeação: 
a)ser cidadão entre 35 e 65 anos de idade, 
b)ser brasileiro nato, 
c) estar em pleno exercício dos direitos políticos, 
d)lograr de reputação ilibada e 
e) deter notável saber jurídico (não se deduz alguém que não seja graduado em Direito). 
•O STF possui um Pleno e duas Turmas.
 
JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA 
• Jurisdição é uma função/poder/atividade do Estado que tem como finalidade resolver os conflitos que acontecem na sociedade. É a forma de resolução de conflitos por meio de um terceiro estranho a lide, formando a chamada heterocomposição. 
• Competência é a fixação das atribuições de cada um dos órgãos jurisdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos quais podem eles exercerem a jurisdição. Neste sentido, juiz competente é aquele que, segundo limites fixados pela lei, tem o poder para decidir certo e determinado litígio. 
• A competência jurisdicional é originária ou derivada. 
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA 
Competência originária é atribuída ao órgão jurisdicional diretamente, para conhecer da causa em primeiro lugar; pode ser atribuída tanto ao juízo monocrático, o que é a regra, como ao tribunal, em algumas situações, como por exemplo, ação rescisória e mandado de segurança contra ato judicial. 
COMPETÊNCIA DERIVADA 
Competência derivada ou recursal é atribuída ao órgão jurisdicional destinado a rever a decisão já proferida; normalmente, atribui-se a competência derivada ao tribunal, mas há casos em que o próprio magistrado de primeira instância possui competência recursal, por exemplo, nos casos dos embargos infringentes de alçada, cabíveis na forma do art. 34 da Lei de Execução Fiscal, que serão julgados pelo mesmo juízo prolator da sentença. 
COMPETÊNCIAS DO STF (Art. 102 da CRFB)
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;  
Não vale para leis municipais. Ele não tem Competência
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
Tem que pedir autorização da câmara dos deputados, ex: caso Temer.
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;  
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
Se for município, vai pra o STJ.
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; 
Coator - tem Competência para tirar a liberdade
Paciente - a pessoa presa.
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
Quando é cabível mandado de injunção? É quando a CF diz que tem que ter uma lei, mas a lei não foi feita. Quando eles deveriam ter feito alguma norma regulamentadora e não fizeram, dai o mandado de injunção é enviado ao STF.
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; 
COMPETÊNCIA RECURSAL ORDINÁRIA DO STF
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
Crime político cometido por qualquer pessoa.
COMPETÊNCIA RECURSAL EXTRAORDINÁRIA DO STF
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.  
Questão 1
(FCC-CNMP-2015) Compete ao Supremo Tribunal Federal, processar e julgar, originariamente: 
a)o crime político. 
b)a extradição solicitada por estado estrangeiro. 
c)a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. 
d)nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal e, nestes e nos de responsabilidade, os Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal. 
e)o habeas corpus, mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão.
Questão 2
Compete ao STF processar e julgar originariamente os litígios Entre Estado estrangeiro e Estado membro da federação?
Sim, de acordo com o Art 102, I, e.
Aula 3
O FENÔMENO DA INCONSTITUCIONALIDADE
INCONSTITUCIONALIDADE 
• Segundo Sylvio Motta e Willian Douglas, Inconstitucionalidade é:
• “o vício da norma elaborada sem observância das normas constitucionais concernentes ao processo legislativo ou aos limites do poder de reforma do texto constitucional.” 
• “a desconformidade do ato normativo primário ou da norma constitucional derivada com o conteúdo material da Constituição.” 
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
- POR AÇÃO – POSITIVA (POR ATUAÇÃO)
- POR OMISSÃO – NEGATIVA (“SILÊNCIO LEGISLATIVO”)
•A inconstitucionalidade por ação, decorrente de conduta positiva ou comissiva, ocorre quando é editado lei ou ato do Poder Público incompatível com a Constituição. Ex: a edição de uma lei inconstitucional. 
•A inconstitucionalidade por omissão, decorrente de conduta negativa, ocorre quando da inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada. É o caso de todas as previsões constitucionais de lei para regulamentar determinada matéria que ainda não foram editadas. Ex: a Lei que cria a aposentadoria especial para servidores portadores de deficiência (art. 40, § 4º, I da CF), ainda não editada.
INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO - VÍCIO FORMAL – ORGÂNICA
							 FORMAL PROPRIAMENTE DITA
					 VÍCIO MATERIAL
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL
 •A inconstitucionalidade formal, ou nomodinâmica, verifica-se quando a lei ou ato normativo contiver algum vício em sua “forma”, ou seja, em seu processo de formação, seja no processo legislativo de sua elaboração, seja por ter sido elaborada por autoridade incompetente. 
Podem ser: 
Inconstitucionalidade formal orgânica 
Inconstitucionalidade formal propriamente dita 
• A inconstitucionalidade formal orgânica, decorre da inobservância da competência federativa para legislar. Alguns exemplos de vício formal orgânico: 
Leis municipais que disciplinam o uso do cinto de segurança (contraria o art. 22, XI – compete a União legislar sobre trânsito e transporte).
ADI 1.595-MC/SP movida contra Lei estadual que regula obrigações relativas a serviços de assistência médico-hospitalar regidos por contratos privados, universalizando cobertura de doenças (contraria o art. 22, I e VII – compete a União legislar sobre direito civil, comercial e política de seguros).
• A inconstitucionalidade formal propriamente dita decorre da inobservância do devido processo legislativo, ou seja, a ocorrência de vícios nas fases do processo legislativo. 
Pode ser vício formal subjetivo e objetivo. 
• Vício formal subjetivo: verifica-se na fase da iniciativa, relativa ao sujeito que encaminha o projeto. Ex: Lei de aumento de servidores federais de iniciativa de Deputado Federal (contraria o art. 61, § 1º, II, “a” da CF – iniciativa do Presidente da República). 
• Vício formal objetivo: verifica-se nas demais fases do processo legislativo. Ex: uma Lei Complementar sendo aprovada com quórum de maioria simples (contraria o art. 69 da CF – a aprovação de Lei Complementar se dá por maioria absoluta). 
INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL 
•A inconstitucionalidade material, ou nomoestática, verifica-se quando o conteúdo, a substância, a matéria da lei afrontar qualquer regra ou princípio constitucional. Por exemplo: 
Lei que fixa remuneração de determinada categoria de servidores públicos acima do teto constitucional – afronta a regra do art. 37, XI da CF. 
Lei que restrinja ilegitimamente a participação de candidatos em concurso público, em razão de sexo ou idade – contrariando o princípio da isonomia, previsto no arts. 5º, caput e 3º, IV da CF. 
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE 
•A inconstitucionalidade poderá ainda ser classificada como total ou parcial. 
•Inconstitucionalidade total quando o vício abranger toda a lei ou todo o ato normativo. Em síntese: como nada poderá ser "salvo", tudo será nulo. 
•Inconstitucionalidade parcial alcança apenas uma parte da lei ou do ato normativo. 
Então, alguns trechos da lei ou do ato administrativo poderão continuar existindo, posto que não desobedecem a norma constitucional. 
NATUREZA DA NORMA INCONSTITUCIONAL 
• Existem dois sistemas de controle de constitucionalidade das normas: o austríaco e o norte-americano. 
• No sistema austríaco (Kelsen): a Corte Constitucional anula ou cassa lei inconstitucional, considerando, até o momento da anulação, seus efeitos sendo válidos, logo serão efeitos ex-nunc. 
• No sistema americano (Marshall): considera a lei inconstitucional absolutamente nula, tornando-a ineficaz, logo a Corte Constitucional não apenas declara a sua nulidade, sendo seus efeitos retroativos a sua edição, efeitos ex-tunc. 
• O Brasil seguiu em parte o sistema norte-americano privilegiando o princípio da nulidade da lei inconstitucional. 
• A lei por ser norma hierarquicamente inferior à Constituição e por possuir nesta os fundamentos de validade e sustentação, não será permitida a sua coexistência no ordenamento jurídico se seu conteúdo contrariar a Constituição, uma vez que somente com fundamento na Lei Maior é que ela poderia ser validada. 
• Por esse princípio, atribui-se nulidade absoluta e ineficácia plena à lei incompatível com a Constituição Federal, por lhe faltar o fundamento de validade. 
• O juiz não anula a lei inconstitucional, esta, por natureza, é nula em si mesma, competindo ao juiz, ao exercer a função de controle, o dever de declarar a nulidade, que é preexistente. 
•No âmbito do Supremo Tribunal Federal, desde o início da década de 1970, já existia posicionamento pela mitigação dos efeitos do princípio da nulidade, possibilitando em alguns casos o efeito ex nunc. 
•O objetivo não é fomentar a elaboração de normas inconstitucionais pela possível convalidação de leis inconstitucionais, mas sim que a dosagem da retroatividade não provoque situações irreversíveis, ferindo os ideários do Direito e da justiça. Tal teoria é denominada de Teoria da Modulação Temporal dos Efeitos da Decisão de Inconstitucionalidade, prevista no art. 27 da Lei 9.868/99.
Questão 1
(CAIP-IMES) Uma norma infraconstitucional pode padecer de vício de inconstitucionalidade. Nessa linha de raciocínio podemos asseverar a possibilidade de: 
I - inconstitucionalidade por ação (positiva) que retrata a incompatibilidade vertical dos atos inferiores praticados pelo Poder Público com o texto da Constituição. 
II - inconstitucionalidade por omissão, hipótese em que ocorre, indevidamente,o “silêncio legislativo”. 
III - inconstitucionalidade formal, decorrente da inobservância do processo legislativo. 
IV- inconstitucionalidade formal propriamente dita pode ser um vício formal objetivo, afetando o procedimento legislativo na fase da iniciativa ao descumprir as reservas legais definidas sobre a competência exclusiva, e subjetivo, que recai sobre as demais fases do processo legislativo após a fase de iniciativa. É correto o que se afirma apenas em: a)I, II e III. 
b)I, II e IV. 
c)II e III. 
d)II,III e IV.
Questão 2
(MPE/PR–MPE/PR–Promotor): Examine as afirmações abaixo e após responda: 
I-Projeto de lei de iniciativa de deputado federal visando criação de cargos na administração federal padecerá de vício de inconstitucionalidade material. 
II- Lei ordinária que estabeleça a desnecessidade de contraditório em processo administrativo visando a imposição de sanções a servidores da administração direta padecerá de vício de inconstitucionalidade formal. 
III- Lei ordinária dispondo sobre normas gerais de direito tributário padece de vício de inconstitucionalidade material. 
IV- Há inconstitucionalidade material quando a lei é produzida em desconformidade com as normas de competência ou com o procedimento estabelecido para seu ingresso no mundo jurídico. 
V- Há inconstitucionalidade formal quando o conteúdo da lei estiver em contrariedade com norma substantiva integrante da Constituição Federal. 
a)todas as afirmativas são corretas. 
b) apenas as afirmativas I e II são corretas. 
c) a afirmativa III é a única incorreta. 
d) as afirmativas IV e V são as únicas incorretas. 
e)todas as afirmativas são incorretas.
Aula 4
O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
• “Controle de constitucionalidade é, pois, a verificação da adequação de um ato jurídico (particularmente da lei) à Constituição. Envolve a verificação tanto dos requisitos formais – subjetivos, como a competência do órgão que o editou – objetivos, como a forma, os prazos, o rito, observados em sua edição – quanto dos requisitos substanciais – respeito aos direitos e às garantias consagrados na Constituição – de constitucionalidade do ato jurídico.” (Manoel Gonçalves Ferreira Filho) 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
QUANTO AO ÓRGÃO 
• Controle político é aquele exercido por órgão que não detém função jurisdicional típica (pelo Executivo, Legislativo, Tribunal de Contas). 
• Controle judicial é aquele exercido por órgão que possui função jurisdicional típica (pelo Judiciário). 
QUANTO AO MOMENTO 
• Controle preventivo é exercido antes do aperfeiçoamento do processo legislativo, das seguintes formas: 
a) pelo Legislativo, por meio das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ), que possuem parecer vinculativo, e pelo próprio Plenário; 
b) pelo Executivo, através do veto jurídico do Presidente (art. 66, §1º da CF); 
c) pelo povo por meio do plebiscito. 
• Controle repressivo é exercido após o aperfeiçoamento do processo legislativo. 
Poderá ser exercido: 
a)por todos os órgãos do Poder Judiciário por meio do controle difuso e concentrado; 
b)pelo povo, através de referendo; 
c) pelo Tribunal de Contas (súmula 347 do STF). Somente controle difuso; 
d)pelo Legislativo, nas seguintes hipóteses: 
1) art 49, V, CF (quando o Congresso sustar os atos do Executivo que exorbitem o poder regulamentar); 
2) art 52, X, CF (quando o Senado Federal sustar lei declarada inconstitucional pelo STF); 
3) art 62, CF (quando o Congresso não aprovar MP). 
CONTROLE JURISDICIONAL DA CONSTITUCIONALIDADE 
• É o controle de constitucionalidade das leis e atos normativos, fruto do modelo norte-americano, é realizado por qualquer juiz ou Tribunal, de forma difusa, por todos os órgãos jurisdicionais do Poder Judiciário. 
•No controle difuso, o juiz, ao sentenciar em um caso concreto, deixa de aplicar determina lei sob o argumento de considerá-la inconstitucional. 
•O controle jurídico ou jurisdicional da constitucionalidade ocorre de duas formas: 
a) CONTROLE DIFUSO 
b) CONTROLE CONCENTRADO CONTROLE DIFUSO OU ABERTO 
CONTROLE DIFUSO OU ABERTO 
• É chamado de controle difuso, por ser difundido por todo o Poder Judiciário.Outras denominações de controle difuso: 
a) controle concreto, pois é realizado durante o julgamento de um caso concreto. 
b) controle por via de exceção, pois a declaração de inconstitucionalidade é uma exceção processual que deve ser enfrentada pelo juiz antes do julgamento de mérito. 
c) controle incidental, pois o pedido não é a declaração de inconstitucionalidade, mas sim o pedido referente ao caso concreto. A inconstitucionalidade é uma simples questão incidental. 
CONTROLE CONCENTRADO OU FECHADO 
• É o controle de constitucionalidade das leis e atos normativos, fruto do modelo austríaco, é realizado somente pelo STF.
 •O controle concentrado é materializado por meio das decisões do STF nas ações referente à constitucionalidade (ADI, ADC, ADO, ADPF).
 •O controle concentrado recebe esta denominação pelo fato de “concentrar-se” em um único tribunal, o STF. 
• Também denominado de controle abstrato, pois procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto. A declaração de inconstitucionalidade é, pois, o objeto principal da ação. 
Questão 1
Sobre o controle preventivo assinale a alternativa correta: 
a) Ocorre anteriormente à promulgação da lei e possui natureza jurídica sempre. 
b) Ocorre anteriormente à promulgação da lei e possui natureza política em regra. 
c) Ocorre após a promulgação da lei e se dá de forma concentrada no Supremo Tribunal Federal. 
d) Ocorre após a promulgação da lei, momento em que se deve iniciar a atividade política.
Questão 2
Sobre o controle repressivo difuso responda: 
I) Tem como pressuposto um caso concreto. 
II) O juiz de 1º grau tem competência para julgamento. 
III)Deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, como única instância. 
a) V, F, V. 
b) F, V, V. 
c) V, F, F. 
d) V, V, F.
Plano 5 e 6
O CONTROLE INCIDENTAL DE CONSTITUCIONALIDADE
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
•Verificação da adequação da lei ou ato normativo à Constituição. 
• Envolve a verificação de: 
a) requisitos formais: 
1) Subjetivos: como a competência do órgão que o editou, 
2) Objetivos: como a iniciativa, a forma, os prazos, o rito, observados no processo legislativo; 
b)requisitos materiais ou substantivos: respeito as regras e princípios consagrados no texto da Constituição. 
CASO "MARBURY VERSUS MADISON” 
• O Caso "Marbury contra Madison" foi decidido em 1803 pela Suprema Corte dos Estados Unidos, sendo considerado a principal referência para o controle de constitucionalidade difuso exercido pelo Poder Judiciário. 
• Na eleição presidencial dos EUA de 1800, Thomas Jefferson derrotou John Adams, atual presidente. 
• Após a derrota, John Adams resolveu nomear William Marbury, nomeado Juiz de Paz. 
• O secretário de justiça de John Adams, devido ao curto espaço de tempo, não entregou o diploma de nomeação a Marbury. • Já com Jefferson presidente, o novo secretário de justiça, James Madison, negou-se, a pedido de Jefferson, a intitular Marbury. 
• Marbury, inconformado, apelou para a Suprema Corte Norte-Americana exigindo a entrega do diploma. 
• O processo foi relatado pelo Chefe da Suprema Corte, Juiz John Marshall, em 1803, no qual concluiu que a lei federal que dava competência originária à Suprema Corte para decidir em tais casos contrariava a Constituição Federal que só lhe reconhecia competência de apelação nos casos não indicados por ela mesma como de competência originária. 
• Como a lei que dava competência a Suprema Corte era inconstitucional, não cabia à Suprema Corte decidir o pedido da apelação. 
• O controle difuso foi difundido em muito pela decisão de Marshall: “...assim, a ‘fraseologia” particular da Constituição dos Estados Unidos confirma e corrobora o princípio essencial a todas as constituições escritas, segundo o qual é nula qualquer lei incompatível com a Constituição; e que os tribunais, bem como os demais departamentos, são vinculados por este instrumento”. 
• O caso é considerado a origem do controle de constitucionalidade difuso, fruto, como se vê, de uma jurisprudência americana e não de uma previsão expressa do legislador constituinte. Nessa decisão se dá a possibilidade dos demais órgãos do Judiciário decidirem também acerca de matéria de constitucionalidade. 
•Nesse julgado, ainda, firmou-se a regra da supremacia da Constituição, cabendo aoJudiciário afastar como nulas leis que contrariam a Constituição. Isso permitiu a chamada "Judicial Review" , a possibilidade de o Judiciário rever mesmo leis federais que contrariam a Constituição. Com isso a separação de poderes foi redefinida, aumentando a importância do Judiciário. 
CONTROLE JURISDICIONAL DA CONSTITUCIONALIDADE
 •O controle jurídico ou jurisdicional da constitucionalidade ocorre de duas formas: 
a) CONTROLE DIFUSO 
b) CONTROLE CONCENTRADO
CONTROLE DIFUSO OU ABERTO
 • O controle difuso é aquele realizado por qualquer juiz ou tribunal, respeitadas as regras de competência de cada órgão. É um controle repressivo, ou posterior. 
• Realizado em um caso concreto, em que se busca a declaração de inconstitucionalidade de determinada norma, de forma incidental, prejudicialmente ao exame do mérito. 
• Assim, o pedido principal é do caso concreto, onde se busca que o juiz, ao sentenciar, deixe de aplicar determinada lei sob o argumento de considerá-la inconstitucional. 
• Ex: A MP editada por Color que bloqueou os cruzados. O pedido era o desbloqueio dos cruzados , sob o argumento de que a MP era inconstitucional. 
LEGITIMIDADE NO CONTROLE DIFUSO 
• Quem, no controle difuso, é legítimo para suscitar a inconstitucionalidade de lei? 
• Qualquer pessoa no exercício do seu direito de ação. 
Assim são legitimados: 
a) a parte autora, b) a parte ré, 
c) o Ministério Público, ou 
d) o próprio juiz de ofício. 
COMPETÊNCIA PARA A PRONÚNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CONTROLE DIFUSO 
• O controle difuso de constitucionalidade enseja o exercício da jurisdição por qualquer membro do Poder Judiciário, tanto pelos juízes singulares, quanto pelos órgãos colegiados(tribunais). 
• Para solucionar o conflito discutido em juízo (objeto da ação), o magistrado ou tribunal deve examinar, primeiramente, acerca da constitucionalidade da norma (questão prejudicial) para, somente após, decidir sobre o objeto principal da ação. 
• A análise da constitucionalidade do ato normativo é questão prejudicial que deve ser apreciada pelo Judiciário para o desfecho do caso concreto, portanto, considerada como causa de pedir ou razão de decidir, jamais como pretensão principal. 
A CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
• Em relação aos tribunais, o art. 97 da Constituição Federal exige a chamada cláusula de reserva de plenário (full bench).
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Art. 93. XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais da competência do tribunal pleno.
• Assim, nos casos dos tribunais, que são órgãos colegiados, diferentemente do juízo monocrático, existe a obrigatoriedade de que questão prejudicial de constitucionalidade, somente esta questão, seja decidida pela maioria absoluta dos membros integrantes do pleno ou do órgão especial do tribunal.
• Como regra geral, no tribunal competente é distribuído o processo para uma turma, câmara ou seção (órgãos fracionários). 
• Quando verifica-se que existe questionamento incidental de lei ou ato normativo, suscita-se uma questão de ordem e a análise da constitucionalidade da lei será remetida ao pleno, ou órgão especial do tribunal para resolver tal questão. 
• Então, aplica-se a cláusula de reserva do plenário prevista no art. 97 da Constituição somente para decidir a questão incidental da constitucionalidade, após tal decisão, o processo volta ao órgão fracionário para que este decida acerca do mérito do caso concreto. 
MITIGAÇÃO À CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO 
SÚMULA VINCULANTE Nº 10 
• A interpretação da aplicação da cláusula de reserva de plenário em, alguns casos, havia divergências, quando, por exemplo, o órgão fracionário do tribunal decidia o mérito, sem declarar a inconstitucionalidade da lei, mas afastava a sua incidência. Em decorrência dessa prática, o STF editou a Súmula Vinculante nº 10:
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
• Apesar da SV nº 10, visando-se o princípio da economia processual, da segurança jurídica e da racionalização orgânica do Judiciário, percebe-se a mitigação à cláusula nesses casos: 
a) na hipótese do art. 949, p. ú. do CPC: “Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”; 
b)se tribunal mantiver a constitucionalidade da norma; 
c) nos casos de normas pré-constitucionais, pois discute-se recepção ou revogação; 
d) quando o tribunal usar a técnica de interpretação conforme a Constituição, pois não haverá declaração de inconstitucionalidade; 
e) nas hipótese de decisão em sede de medida cautelar, pois não é definitiva. 
A CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO 
• O STF possui 2 turmas que julgam recursos extraordinários. 
• A cláusula de reserva de plenário aplica-se ao STF? 
• Apesar das críticas doutrinárias, o RISTF permite que em alguns casos a turma ou Ministro relator do STF verifique o preenchimentos de requisitos para se remeter a incidental de inconstitucionalidade ao plenário do STF. 
• O art. 11, I, do RISTF permite que a turma remeterá a incidental quando: 
a) considerar relevante a arguição de constitucionalidade; 
b) mesmo sendo considerada inconstitucional por outro plenário, algum Ministro propuser o seu reexame; 
c) algum Ministro propuser revisão de jurisprudência sumulada. 
• O art. 22 do RISTF permite que o relator da turma afete a incidental ao plenário quando: 
a) houver matérias que divirjam as turmas entre si ou alguma delas em relação ao plenário; 
b) em razão da relevância da questão jurídica ou da necessidade de prevenir divergência entre as turmas, convier pronunciamento do plenário. 
• A cláusula de reserva de plenário aplica-se às Turmas Recursais dos Tribunais Especiais?
 • Não, pois embora trate-se de órgão recursal, as Turmas Recursais dos Tribunais Especiais não são consideradas “tribunais”. 
EFEITOS DA DECISÃO PROFERIDA NO CONTROLE DIFUSO 
• Regra geral é de que, os efeitos de qualquer sentença valem somente para as partes que litigaram em juízo, não extrapolando os limites estabelecidos pela lide. 
• Os efeitos da decisão ainda retroagirão somente para as partes, tornando a lei nula desde de sua edição. 
• Assim no controle difuso, para as partes, os efeitos serão: 
a) inter partes e 
b) ex-tunc. 
• Ressalte-se que o STF já entendeu que, mesmo no controle difuso, cabe o efeito ex nunc pro futuro, como por exemplo: 
• No julgamento do RE 197.917, o STF reduziu o nº de vereadores do Município de Mira Estrela de 11 para 9 e determinou que a decisão só atingisse a próxima legislatura. 
• Há exceção à regra dos efeitos somente inter partes no controle difuso? 
• Não seria lógico, que para as decisões do STF, para o controle difuso e para o controle concentrado, que ocorrem nos mesmos moldes, para o primeiro os efeitos fossem somente inter partes e para o segundo fossem erga omnes. 
• Desse modo, a decisão proferida em sede de controle difuso pelo pleno do Supremo Tribunal Federal deixa de ser vista como mais um grau de jurisdição para as partes apenas, para se transformar em verdadeiro instrumento de efetivação da jurisdição constitucional. 
• Pois, o maior objetivo do controle difuso é ser importante instrumento de efetivação de direitos fundamentais, pois possibilita que qualquer cidadão provoque a jurisdição constitucional. 
A REGRA DO Art. 52, X, DA CRFB 
• Nas ações em que é solicita determinado direito, em sedede controle difuso de lei, interessante seria que tivesse um instrumento que estendesse a decisão aos demais casos similares, evitando-se uma enxurrada de ações com o mesmo pedido? 
• O mecanismo já existe é baseado no art. 52, X, da CF.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
• O Senado, ao conhecer da decisão, mediante Resolução, suspende a execução, no todo ou em parte da lei declarada inconstitucional, por meio de procedimento previsto no art. 386 do RI do Senado Federal.
• A suspensão da eficácia proferida pelo Senado se dá em relação às leis federais, estaduais e municipais. 
• O Senado suspenderá toda a lei ou somente a parte que foi declarada inconstitucional pelo STF. 
• O termo suspensão da eficácia, gera o efeito ex nunc, significa dizer que suspende a partir de certo tempo, não retroagindo para atingir efeitos passados. 
• Assim, com a declaração do STF de inconstitucionalidade de lei em controle difuso e com a publicação da Resolução do Senado Federal, os efeitos serão erga omnes, porém, ex nunc a partir da data da referida publicação.
 CONTROLE DIFUSO EM SEDE DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
• A Ação Civil Pública é regida pela Lei 7.347/85, buscando resguardar interesses coletivos, possui como característica, em alguns casos, o efeito erga omnes. 
• Não se aplica o controle difuso, neste tipo de ação, quando o objetivo seja substitui-la pelas ações do controle concentrado, que trata-se de controle abstrato erga omnes. 
• Entretanto, nos demais casos em que os efeitos reduzam-se somente às partes, caberá o controle difuso, como exemplo:
• Ação Civil Público do MP em defesa do patrimônio público, visando anular licitação baseada em lei municipal, incompatível com a previsão constitucional, declarando o juiz a inconstitucionalidade da referida lei, reduzidos os seus efeitos somente entre as partes.
Questão 1
(FCC-TRT/9-2013) De acordo com a Constituição Federal brasileira, em matéria de controle difuso de constitucionalidade, o Senado Federal poderá editar uma resolução suspendendo a execução, no todo ou em parte, de lei ou ato normativo declarado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. Esta resolução senatorial 
a)não terá efeitos erga omnes, sendo que os efeitos inter partes serão ex nunc,ou seja, a partir da sua publicação. 
b)terá efeitos erga omnes e ex tunc, ou seja, anteriores a sua publicação. 
c)somente terá efeitos ex tunc depois de aprovada por maioria absoluta do Senado Federal e um terço do Congresso Nacional. 
d)não terá efeitos erga omnes, porém os efeitos inter partes serão ex tunc, ou seja, anteriores a sua publicação. 
e)terá efeitos erga omnes, porém ex nunc, ou seja, a partir da sua publicação.
Questão 2
(FCC-TRT/6-2012) Um juiz de primeiro grau, ao declarar a inconstitucionalidade de lei em sentença, 
a) pode, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, determinar que a declaração de inconstitucionalidade tenha eficácia erga omnes ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado. 
b)realiza controle de constitucionalidade difuso, no qual o exame da compatibilidade de uma lei com a Constituição é incidental e relacionado a um determinado caso concreto. 
c) deve demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso como condição preliminar de mérito da decisão. 
d)deve submeter sua decisão ao duplo grau de jurisdição para que o exame da constitucionalidade da lei seja realizado por um Tribunal, em respeito à cláusula constitucional de reserva de plenário. 
e) deve comunicar ao Supremo Tribunal Federal o teor de sua decisão para fins de uniformização jurisprudencial, evitando-se, futuramente, decisões contraditória sem matéria de controle de constitucionalidade.
Questão 3
(FCC-TRT/1-2012) Na hipótese de uma Turma do Tribunal Regional do Trabalho deparar-se com questão ainda não examinada pelo Supremo Tribunal Federal, atinente à constitucionalidade de lei, prejudicial à decisão de um caso concreto submetido a seu julgamento, o órgão julgador, em virtude do quanto dispõe a Constituição da República, a) estará impedido de pronunciar-se, até que sobrevenha decisão sobre a constitucionalidade da lei proferida pelo Supremo Tribunal Federal, ao qual compete a guarda da Constituição. 
b) estará impedido de pronunciar-se, até que sobrevenha decisão sobre a constitucionalidade da lei proferida pelo Tribunal Superior do Trabalho, instância jurisdicional final em matéria trabalhista. 
c) poderá afastar a incidência da lei, desde logo, mas não declarar sua inconstitucionalidade expressamente, sem que haja decisão anterior proferida a esse respeito pela maioria absoluta dos membros do Tribunal Regional do Trabalho ou de seu Órgão Especial. 
d) não poderá declarar a inconstitucionalidade da lei, tampouco afastar sua incidência, sem que haja decisão anterior proferida a esse respeito pela maioria absoluta dos membros do Tribunal Regional do Trabalho ou de seu Órgão Especial.
Aula 7
CONTROLE CONCENTRADO: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE
• O controle concentrado de constitucionalidade é também chamado de austríaco, pois foi criado por inspiração do austríaco Hans Kelsen e integrou a Constituição da Áustria de 1920. 
• Como forma de garantia da supremacia da Constituição, previa a criação do Tribunal Constitucional com exclusividade para exercer o controle judicial de constitucionalidade, em oposição ao já tratado modelo norte-americano. 
• Ao mesmo tempo, a Constituição alemã de Weimar de 1921 trouxe o Tribunal do Estado, com atribuições para revisão jurisdicional de leis federais. 
• A Constituição de 1891 fortemente influenciada pelos norte americanos,somente previa o controle difuso de constitucionalidade. 
• A Constituição de 1934,sob influência da Constituição de Weimar, foi a primeira a prever o controle concentrado de constitucionalidade. 
• As Constituições de 1937 e 1946 retornam a somente aplicar o controle difuso de constitucionalidade. 
• As Constituições de 1967 e 1969 mantiveram o controle difuso e retomaram a aplicação do controle concentrado de competência do STF. 
• A Constituição de 1988 amplia significativamente os meios de proteção judicial e consequentemente o controle de constitucionalidade das leis. 
• O controle concentrado ou fechado de constitucionalidade das leis e atos normativos é realizado somente pelo STF. • O controle concentrado recebe esta denominação pelo fato de “concentrar-se” em um único tribunal, o STF. 
• Também denominado de controle abstrato, pois procura-se obter a declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto. A declaração de inconstitucionalidade é, pois, o objeto principal da ação.
• O controle concentrado é materializado por meio das decisões do STF por meio das ações judiciais referentes à constitucionalidade.
	AÇÃO
	FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL
	REGULAMENTAÇÃO
	ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade 
	Art. 102, I, “a”
	Lei 9.868/99
	ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade 
	Art. 102, I, “a”
	Lei 9.868/99
	ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
	Art. 102, § 1º
	Lei 9.882/99
	ADO – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 
	Art. 103, § 2º
	Lei 12.063/09
	RI – Representação Interventiva (ADI Interventiva) 
	Art. 36, III, c/c art. 34, VII
	Lei 12.562/11
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
• Na ADI genérica, a ação tem o intuito declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos federal, estadual ou distrital, que incorram em violação das normas dispostas na CF/88 posteriormente sua promulgação. 
• Sua finalidade precípua, como bem descreve Alexandre de Moraes: “[...] é a de retirar do ordenamento jurídico lei ou ato normativo incompatívelcom a ordem constitucional, constituindo-se, pois, uma finalidade de legislador negativo do Supremo Tribunal Federal”. 
• A ADI possui disposição legal nos artigos 102, I, “a” e 103, da CF, bem como legislação especifica, Lei 9.868/99, dispondo sobre o seu processo e julgamento perante o STF.
LEGITIMIDADE ATIVA 
• Segundo o art. 103 da CF, podem propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade: 
a) Presidente da República; 
b) Mesa do Senado Federal; 
c) Mesa da Câmara dos Deputados; 
d) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
e) Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
f) Procurador-Geral da República; 
g) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
h) Partido político com representação no Congresso Nacional;
i) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
LEGITIMADOS UNIVERSAIS 
• No entendimento do Supremo existem os legitimados universais que não necessitam demonstrar a pertinência temática para propositura das ações, são eles: 
a) Presidente da República; 
b) Mesa do Senado Federal; 
c) Mesa da Câmara dos Deputados; 
d) Procurador-Geral da República; 
e) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
f) Partido político com representação no Congresso Nacional. 
LEGITIMADOS ESPECIAIS 
• Os legitimados especiais, órgãos e entidades de atuação restrita às questões que repercutem diretamente sobre sua esfera jurídica ou de seus filiados e em relação às quais possam atuar com representatividade adequada, necessariamente estão obrigados a demonstrar pertinência, são eles: 
a) Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa; 
b) Governador do Estado ou do Distrito Federal; 
c) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
LEGITIMIDADE ATIVA
 • O Governador de Estado, a Mesa de Assembleia Legislativa, Confederação sindical e entidade de classe de âmbito nacional são considerados legitimados especiais, ou seja, devem comprovar a pertinência temática, consistente na relação de interesse entre o objeto da ação e a classe profissional, social, econômica ou política por eles representada. 
• Os demais são considerados universais e, portanto, a pertinência temática é dispensada. 
• Os partidos políticos devem estar representados por seus diretórios nacionais e ainda ter representação no Congresso Nacional, em pelo menos uma das Casas, aferida no momento da propositura. A perda da representação no curso da ação não gera a extinção do feito sem julgamento do mérito, tendo em vista a matéria de ordem pública objeto da ação. 
• As confederações sindicais devem ser constituídas na forma do art. 535 da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo formadas por pelo menos 3 federações. O STF não reconhece a legitimidade às federações e aos sindicatos nacionais, fazendo uma interpretação estrita do dispositivo constitucional. 
• As entidades de classe devem ter representação em pelo menos 9 Estados da Federação, adotando-se por analogia o art. 8º da Lei 9.096/95, para que se lhes reconheça o caráter nacional. 
• Exige-se, ainda, que os filiados das entidades de classe estejam ligados entre si pelo exercício da mesma atividade econômica ou profissional. Com base nesse entendimento, o STF negou legitimidade à UNE. 
• Na ADI 127, ficou consignado que os partidos políticos, as confederações sindicais e as entidades de classe precisam de advogado para propor ADI, dispensada essa representação para os demais legitimados, que possuem capacidade processual plena. 
AMICUS CURIAE 
• No controle concentrado de constitucionalidade, o ordenamento jurídico pátrio não prevê legitimidade popular. 
• Para que as decisões estejam coerentes com a realidade do país, foi introduzida formalmente no ordenamento brasileiro a figura do amicus curiae, prevista no art. 7º, §2º, da Lei 9.868/99. 
• A expressão significa literalmente "amigo da corte", designação dada a pessoas ou organizações distintas das partes do processo, admitidas a apresentar suas razões, por terem interesse jurídico, econômico ou político no desfecho do processo. 
• O amicus curiae não é parte formal no processo, mas tão somente um colaborador. Mesmo porque a ADI não admite intervenção de terceiros(Lei nº 9.868/99, art. 7º). 
• O pedido de participação é dirigido ao relator da ação. O despacho que defere a manifestação do amicus curiae é irrecorrível (art. 7º, §2º, da Lei 9.868/99). Alguns autores e o próprio STF admitem agravo interno nos casos de indeferimento. 
• Na ADI 4071, o STF, por maioria, afirmou que a possibilidade de intervenção do amicus curiae está limitada à data da remessa dos autos à mesa para julgamento. Logicamente, sua participação ficará a critério do relator, mas, uma vez admitida, inclui também o direito de sustentação oral, oferecimento de memoriais e requerimento de perícias. 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
• A legitimação passiva, na ação direta de inconstitucionalidade, não apresenta maior dificuldade: recai sobre os órgãos ou autoridades responsáveis pela lei ou ato normativo objeto da ação, aos quais caberá prestar informações ao relator do processo (art. 6º da Lei 9.868/99). 
• Segundo já decidiu o STF, entidades meramente privadas não podem figurar como litisconsortes passivos necessários em sede de ação direta de inconstitucionalidade. 
PARTICIPAÇÃO DO AGU 
• A defesa, propriamente dita, da norma impugnada, seja ela federal ou estadual, cabe ao Advogado-Geral da União (art. 103, §3º, da CF), que funciona como uma espécie de curador especial da presunção de constitucionalidade dos atos emanados do Poder Público. 
• Em 2009, no julgamento da ADI 3916, o STF firmou entendimento no sentido de que o AGU tem a faculdade de escolher como se manifestar, conforme a sua convicção jurídica, não sendo obrigado a necessariamente defender o ato normativo impugnado. 
PARTICIPAÇÃO DO PGR 
• No que se refere ao Procurador-Geral da República, de acordo com o art. 103, §1º, da CF, atuará como fiscal da lei em todas as ações que tramitam perante o STF. Ressalte-se, inclusive, nas ações por ele propostas, não se vinculando ao posicionamento inicialmente manifestado na ação. 
• A mudança de entendimento do PGR não equivale à desistência da ação, pois nenhuma das ações do controle concentrado de constitucionalidade permite desistência do pedido (arts. 5º, 12-D e 16 da Lei 9.868/99), haja vista versarem sobre matéria de ordem pública. 
MEDIDA CAUTELAR 
• A Constituição prevê expressamente a possibilidade de pedido cautelar nas ações diretas de inconstitucionalidade (art. 102, I, “p”). 
• A natureza jurídica da liminar concedida em controle concentrado é de antecipação da tutela. Isso porque, segundo a jurisprudência do STF, o provimento liminar em ADI é o de suspender, até julgamento da ação, a eficácia da norma atacada. 
• Os requisitos para a concessão da liminar, segundo a jurisprudência do STF, são: 
a) plausibilidade jurídica da tese exposta (fumus boni iuris); 
b) possibilidade de prejuízo decorrente do retardamento da decisão postulada (periculum in mora); 
c) irreparabilidade ou insuportabilidade dos danos emergentes dos próprios atos impugnados; e 
d) necessidade de garantir a posterior eficácia da decisão. 
• O art. 10 da Lei 9.868/99 estabelece que a medida cautelar na ADI será concedida por maioria absoluta do pleno do STF. 
• A cautelar em ADI tem eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. Quanto aos efeitos temporais, são ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa (art. 11, §1º, da Lei 9.868/99). 
OBJETO DA ADI 
• O objeto da ADI são as leis ou atos normativos federais, estaduais ou distritais que se mostrarem incompatíveis com o Carta Magna de 1988. 
• Entendam-se por leis todas as espécies normativas do art. 59 da CF, quais sejam: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. 
• Atos normativos, segundo Castanheira A. Neves é “ato revestido de indiscutívelcaráter normativo”, incluídos inclusive os regimentos internos dos tribunais. Tais atos normativos devem ser genéricos e abstratos. 
OBJETO DA ADI - SÚMULAS 
• As súmulas não são marcadas pela generalidade e abstração, diferentemente do que acontece com as leis, não se pode aceitar a técnica do “controle de constitucionalidade” de súmula, mesmo no caso da súmula vinculante. 
• O que existe é um procedimento de revisão pelo qual se poderá cancelar a súmula. 
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
• O controle de constitucionalidade é legitimo sobre o poder constituinte derivado, o qual é fruto do trabalho de criação do originário, estando, portanto, a ele vinculado. É, ainda, um “poder” condicionado e limitado às regras instituídas pelo originário. 
OBJETO DA ADI - MEDIDAS PROVISÓRIAS 
• Como a medida provisória tem força de lei, poderá ser objeto de controle, pois trata-se de ato estatal em vigor. 
• No entanto, sendo ela convertida em lei, ou tendo perdido a sua eficácia por decurso de prazo, nos termos do art. 62, § 3º, da CF, considerar-se-á prejudicada a ADI (que questionava a constitucionalidade da MP) pela perda do objeto da ação. O autor da ADI, na primeira hipótese, deverá aditar o seu pedido à nova lei de conversão. 
TRATADOS INTERNACIONAIS 
• Tratados internacionais, após serem internalizados, tem natureza de lei ordinária, portanto, passível de controle de constitucionalidade. 
OBJETO DA ADI - NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS 
• As normas constitucionais fruto do poder constituinte originário serão sempre constitucionais, não se podendo falar em controle de sua constitucionalidade. Os aparentes conflitos devem ser harmonizados por meio da atividade interpretativa, de forma sistêmica. 
NORMAS PRÉ-CONSTITUCIONAIS
• O RISTF prevê que não cabe ADI para questionar validade de lei editada no regime constitucional anterior. 
• Deve-se verificar se foi ou não recepcionada pelo nova Constituição. Sendo compatível, será recepcionada. Não sendo, não será recepcionado e, portanto, revogada pela nova ordem, não se podendo falar em inconstitucionalidade superveniente.
Questão 1
(FGV-VII Exame da Ordem-2014) De acordo com entendimento consolidado do STF e da doutrina, qual, dentre os órgãos e entidades listados abaixo, NÃO precisa demonstrar pertinência temática como condição para ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade? 
A) Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa (DF). 
B) Conselho Federal da OAB. 
C) Entidade de Classe de âmbito nacional. 
D) Confederação Sindical.
Questão 2
(UFPR-ITAIPU-2011/ Adaptada) Sobre a fiscalização abstrata de constitucionalidade no Brasil, assinale a alternativa correta. 
a) Não se admite a concessão de medida cautelar em sede de controle abstrato de constitucionalidade. 
b) O impetrante da Ação Direta de Inconstitucionalidade poderá desistir da ação a qualquer tempo, desde que o feito não tenha sido julgado de forma definitiva. 
c) Na Ação Direta de Inconstitucionalidade não é admitida a intervenção de terceiros. 
d) Lei com data de vigência anterior à promulgação da Constituição de 1988 é passível de sofrer Ação Direta de Inconstitucionalidade. 
e) A decisão do STF acerca de medida cautelar tem efeito erga omnes e ex tunc, desde que a decisão seja dada por maioria absoluta de seus membros.
Aula 8 e 9
CONTROLE CONCENTRADO: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE II
COMPETÊNCIA PARA JULGAR ADI 
• A competência para processar e julgar as ações diretas de inconstitucionalidade será definida em conformidade com a natureza do objeto da ação, qual seja lei ou ato normativo federal, estadual, distrital ou municipal.Vejamos as hipóteses: 
• LEI OU ATO NORMATIVO FEDERAL OU ESTADUAL EM FACE DA CF: 
Competência do STF, conforme o art. 102, I, “a” da CF. 
• LEI OU ATO NORMATIVO ESTADUAL OU MUNICIPAL EM FACE DA CE: 
Competência do TJ estadual a instituição de representação de inconstitucionalidade, conforme o art. 125, § 2º da CF. 
• LEI OU ATO NORMATIVO MUNICIPAL EM FACE DA CF: 
Não há controle concentrado por meio de ADI, somente difuso. Há contudo a possibilidade de ajuizamento de ADPF. 
• LEI OU ATO NORMATIVO DISTRITAL EM FACE DA CF: 
Não há previsão constitucional quanto ao controle concentrado das leis ou atos normativos distritais (art. 102, I, “a” da CF), porém o art. 32. §1º da CF dispõe que compete ao Distrito Federal as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Assim a competência do controle concentrado do DF depende da natureza da norma que se verifica a constitucionalidade, vejamos: 
Compete ao STF julgar norma distrital de natureza estadual; 
Quanto a norma distrital de natureza municipal, não há controle concentrado,somente difuso. Cabendo tão somente ADPF. 
• LEI OU ATO NORMATIVO DISTRITAL EM FACE DA LEI ORGÂNICA DISTRITAL: 
Compete ao TJDF, conforme os arts. 206 e 207 do RI TJDF. 
DECISÃO DO STF 
• A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada pela maioria absoluta (6 Ministros) se presentes na sessão ao menos 8 Ministros. 
• A decisão tem caráter dúplice ou ambivalente, pois proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ADI ou procedente eventual ADC; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ADI ou improcedente eventual ADC. 
• Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato. 
• Essa decisão é irrecorrível, cabendo apenas embargos declaratórios. (esse embargos servem para omissões e esclarecimentos).
EFEITOS DA DECISÃO DO STF 
• Dentro do prazo de 10 dias após o trânsito em julgado da decisão, o STF publicará no Diário da Justiça e no Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão. 
Não ha necessidade que os orgãos suspendam a eficacia da lei ou ato normativo, como nos casos do controle difuso. 
• A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos (erga omnes) e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. 
• Como regra, os efeitos serão ex tunc, retirando do ordenamento jurídico a lei ou ato normativo desde sua edição, trata-se, pois, de ato nulo. 
Entende que a lei é nula desde o ato de sua edição.
• No entanto, o art. 27 da Lei 9.868/99 introduziu a técnica da declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade. Na qual, o STF, por maioria de 2/3, poderá restringir os efeitos da declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado, devido a razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social. Ou seja, o STF poderá dar efeito o ex nunc. 
• Resumindo, os efeitos serão:
erga omnes; 
ex tunc, excepcionalmente ex nunc (decisão por maioria de 2/3); e 
vinculantes aos órgãos do Judiciário e da Administração Pública. 
Art. 102. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
• Tais decisões não vinculam o Legislativo, na sua função típica de legislar, nem tão pouco o Executivo e o Judiciário na sua função atípica de legislar. Com isso, evita-se o inconcebível fenômeno da fossilização da Constituição, ou petrificação da evolução social.
Por causa da separação e independência dos poderes, e por mudar as cabeças no congresso, pode ser que uma coisa que foi declarada inconstitucional, passe a ser declarada constitucional por outras pessoas. 
PRINCÍPIO DA PARCELARIDADE E DO LEGISLADOR NEGATIVO 
• O principio da parcelaridade aplica-se ao controle concentrado. O STFpoderá julgar parcialmente procedente o pedido de declaração de inconstitucionalidade, retirando do texto legal apenas uma palavra, uma expressão, diferente do que ocorre com o veto presidencial (tem que vetar o dispositivo completo). 
• Trata-se de interpretação conforme com redução de texto, verificada, por exemplo, na ADI 1227-8, suspendendo a eficácia da expressão “desacato” do art. 7º, § 2º, do Estatuto do Advogado. 
• Por vezes, o STF, não altera o texto, porém indica que a inconstitucionalidade reside em determinada aplicação da lei, ou em dado sentido interpretativo. 
• A interpretação conforme (dando nova interpretação mais favorável à Constituição) só será admitida quando o legislador deixou um espaço para decisão do Judiciário. Ressalte-se que o STF não poderá funcionar como legislador positivo, sendo-lhe portanto vedado instituir norma diversa daquela produzida pelo Legislativo. 
EFEITO REPRISTINATÓRIO 
• A decisão de inconstitucionalidade reconhece a nulidade dos atos inconstitucionais e, por consequência, a inexistência de qualquer carga de eficácia jurídica. 
• Assim, a declaração de inconstitucionalidade da norma que tenha revogado outra norma, provoca o restabelecimento da norma anteriormente revogada, quando a decisão tiver efeito retroativo. 
• É caso de efeito repristinatório, pois se a lei é nula ela nunca teve eficácia. Se nunca teve eficácia, nunca revogou outra norma. Logo, aquela que teria sido supostamente revogada continua tendo eficácia. 
• Não confundir o efeito repristinatório da declaração de inconstitucionalidade, com a repristinação da norma prevista no art. 2º, § 3º da LINDB. Nesse caso, lei revogada não volta a ter eficácia com a perda da vigência da lei revogadora, para que isso ocorra, é necessária previsão expressa na lei que revoga a lei revogadora. 
• O legitimado que propor a ação direta de inconstitucionalidade, caso queira, deve fazer pedido expresso na ação para que seja apreciada também a inconstitucionalidade das normas que voltarão a produzir efeitos em caso de procedência quanto à norma revogadora. 
• Segundo a jurisprudência do STF, é necessário pedido expresso para impugnar toda a cadeia ou complexo normativo caso exteriorizem os mesmos vícios de inconstitucionalidade. 
• o STF poderá apreciar de ofício a constitucionalidade da lei revogada que, em tese, voltaria a ter eficácia. Trata-se de exceção ao princípio da nulidade, bem como de modulação de efeitos da decisão, que pode manter o efeito da norma declarada inconstitucional de revogar norma em contrário. 
COISA JULGADA E AÇÃO RESCISÓRIA 
• A coisa julgada fruto da ADI deve ser respeitada, salvo se tratar de matéria penal, pois a Constituição permite revisão criminal a qualquer tempo, conforme art. 5º, XL (“a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”). 
A ação rescisória tem por objetivo restabelecer a coisa julgada.
• O STF somente admite a ação rescisória quando o novo posicionamento jurisdicional é firmado por meio de controle concentrado, ou súmula vinculante que anula ato normativo que fundamente decisão de mérito transitada em julgado. 
• Não cabe ação rescisória em decorrência de controle difuso, mesmo após suspensão pelo Senado Federal. 
• Processualmente, a desconstituição da coisa julgada só pode se dar via ação rescisória, respeitando-se o prazo decadencial de 2 anos. Após esse período, ela se torna coisa soberanamente julgada e não pode ser revista.
Questão 1
(CETRO - Prefeitura SP - Auditor Fiscal) Os efeitos da declaração de inconstitucionalidade no controle abstrato brasileiro são, em regra: 
a) erga omnes, ex-nunc, vinculantes e repristinatórios. 
b) inter partes, ex-nunc e vinculantes. 
c) erga omnes, ex-tunc, vinculantes e repristinatórios. 
d) erga omnes, ex-tunc, não vinculantes e repristinatórios. 
e) inter partes, ex-tunc, não vinculantes e repristinatórios.
Questão 2
(FCC – PGE/MT – Procurador do Estado): Ao julgar ações diretas de inconstitucionalidade tendo por objeto dispositivos de lei definidora de critérios para o rateio dos Fundos de Participação dos Estados e do Distrito Federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade, sem pronúncia de nulidade, dos dispositivos atacados, assegurada sua aplicação até 31 de dezembro de 2012 (ADI 875, ADI 1.987 e ADI 2.727, Rel. Min. Gilmar Mendes, Plenário, publ. DJE de 30-4-2010). No caso em tela,
a) a decisão é nula, uma vez que o vício de inconstitucionalidade pressupõe a nulidade do ato, devendo a declaração de inconstitucionalidade produzir efeitos retroativos e eficácia contra todos. 
b) a decisão é nula, uma vez que somente se admite a possibilidade de restrição do alcance subjetivo da declaração de inconstitucionalidade em sede de controle concentrado. 
c) a decisão somente produzirá efeitos se vier a ser editada Resolução do Senado Federal suspendendo a eficácia dos dispositivos legais declarados inconstitucionais pelo STF. 
d) as ações foram julgadas parcialmente procedentes, uma vez que não foi pronunciada a nulidade dos dispositivos legais tidos por inconstitucionais. 
e) o STF procedeu à modulação dos efeitos temporais da declaração de inconstitucionalidade, consoante faculdade prevista expressamente em lei.
Questão 3
(FGV-XXIII Exame da Ordem-2017) A lei federal nº 123, sancionada em 2012, é objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por partido político com representação no Congresso Nacional. O referido diploma legal é declarado materialmente inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2014. Em outubro de 2016, membro da Câmara dos Deputados apresenta novo projeto de lei ordinária contendo regras idênticas àquelas declaradas materialmente inconstitucionais. Tomando por base o caso apresentado acima, assinale a afirmativa correta.
a) A decisão proferida pelo STF produz eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, inclusive nas suas funções típicas; logo, o novo projeto de lei ordinária, uma vez aprovado pelo Congresso Nacional,será nulo por ofensa à coisa julgada. 
b) Em observância ao precedente firmado na referida Ação Direta de Inconstitucionalidade, o plenário do STF pode, em sede de controle preventivo, obstar a votação do novo projeto de lei por conter regras idênticas àquelas já declaradas inconstitucionais. 
c)A decisão proferida pelo STF não vincula o Poder Legislativo ou o plenário do próprio Tribunal em relação a apreciações futuras da temática; logo, caso o novo projeto de lei venha a ser aprovado e sancionado, a Corte pode vir a declarar a constitucionalidade da nova lei. 
d) A decisão proferida pelo STF é ineficaz em relação a terceiros, porque o partido político com representação no Congresso Nacional não está elencado no rol constitucional de legitimados aptos a instaurar o processo objetivo de controle normativo abstrato.
AV2
Plano 10
CONTROLE CONCENTRADO: ADI POR OMISSÃO E MANDADO DE INJUNÇÃO
AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO – ADO 
• Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO: é a ação pertinente para tornar efetiva norma constitucional em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo. 
• Como a Constituição Federal possui grande amplitude de temas, algumas normas constitucionais necessitam de leis que a regulamentem. A ausência de lei regulamentadora faz com que o dispositivo presente na Constituição fique sem produzir efeitos. (norma de eficacia limitada, pois necessita de outra lei para que ela venha a ter validade).
FUNDAMENTOS JURÍDICOS DA ADO
Art. 103. § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
• A ADO tem o objetivo de provocar o Judiciário para que seja reconhecida a demora na produção da norma regulamentadora. O judiciário

Outros materiais