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A sistematização da assistência de enfermagem em saúde ocupacional

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A sistematização da assistência de enfermagem em Saúde Ocupacional
Sistematizar a assistência de enfermagem é, antes de tudo, garantir ao cliente/trabalhador a assistência de enfermagem com qualidade e responsabilidade determinadas em lei, com o objetivo de assegurar a continuidade do trabalho do enfermeiro na atenção à saúde.
A enfermagem do trabalho é uma especialidade do ramo da enfermagem em saúde pública e caracteriza-se pelo conjunto de ações educativo-assistenciais, que visam interferir no processo trabalho-saúde-adoecimento no sentido de promover, proteger e recuperar a saúde do trabalhador.
O processo de enfermagem do trabalho tem como foco principal a interação entre o enfermeiro do trabalho e suas intervenções na promoção, prevenção, manutenção e recuperação da saúde do trabalhador, no seu ambiente de trabalho, frente aos agravos aos quais ele se encontra exposto.
A realização da consulta de enfermagem na saúde do trabalhador resgata a competência técnica do enfermeiro, na prestação direta'da assistência, desenvolvendo as funções primordiais de prevenção e educação em saúde, à medida que integram as ações de saúde desenvolvidas na empresa.
A enfermagem do trabalho
A enfermagem do trabalho é definida como a ciência e prática especializada que providencia e presta serviços de saúde a trabalhadores e populações ativas. A prática incide na promoção, na proteçãò e no restabelecimento de saúde do trabalhador, no contexto de um ambiente de trabalho saudável e seguro.
Nas últimas décadas, ocorreram mudanças significativas na natureza do trabalho e nos postos de trabalho, bem como na economia das organizações e também na prestação de assistência de enfermagem.
Tais mudanças priorizam o ser humano como trabalhador, a qualidade de vida no trabalho e a saúde e segurança no ambiente laborai.
Estes fatores associam a interação saúde-trabalho, com uma importância crescente para o aumento da produtividade, a satisfação no trabalho, aumento significativo nas expectativas de vida e redução significativa nos índices de morbi-mortalidade.
Desta forma os programas de saúde e segurança no trabalho, a prevenção de agravos, doenças profissionais e dos acidentes de trabalho contribuem significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.
Sendo assim, a enfermagem do trabalho tem desempenhado papel decisivo no planejamento da prestação de serviços de saúde e de segurança nos locais de trabalho, onde é percebida significativamente a profundidade da assistência e o caráter global no custo-beneíício.
Estudos demonstram a inter-relação dos custos associados aos cuidados de saúde dos trabalhadores e a preocupação com a qualidade da assistência prestada, verificados pelos administradores e pelas organizações, em uma preocupação constante pelo acréscimo dos programas de saúde e orientação dos trabalhadores quanto à prevenção dos agravos.
É notório que os locais de trabalho têm uma influência significativa na saúde dos indivíduos, e o local privilegiado para a prestação de assistência preventiva à saúde, uma vez que grande parte da vida se passa no ambiente de trabalho.
Os principais focos de atenção da enfermagem do trabalho, nas diversas organizações, incluem a identificação dos trabalhadores, vigilância constante à saúde destes, cuidados primários de saúde, orientação, promoção e proteção de saúde, prevenção dos agravos à saúde e doenças, administração do ambulatório, gestão da equipe e assistência de enfermagem, garantia de qualidade, investigação e colaboração com a equipe de saúde e segurança do trabalho. Portanto, o profissional enfermeiro do trabalho pode ser definido como o profissional enfermeiro especialista em saúde ocupacional que presta assistência de enfermagem aos trabalhadores, promovendo e zelando pela saúde, contra os riscos ocupacionais, atendendo os doentes e acidentados, visando seu bem-estar físico e mental, como também gerenciando a assistência de enfermagem, sendo o responsável técnico pelas ações e pela equipe de enfermagem.
As atribuições do enfermeiro do trabalho:
As atividades do enfermeiro do trabalho se interligam nas atribuições relacionadas com áreas assistenciais, administrativas, educativas, de pesquisa, consultoria e integração com os demais membros da equipe.
Dentre as atribuições do enfermeiro do trabalho, podemos destacar:
O estudo das condições de saúde, segurança e perículosidade da empresa, efetuando as observações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar as necessidades de saúde, segurança e higiene do trabalho.
A coleta de dados estatísticos de morbi-mortalidade da população trabalhadora, investigando possíveis relações com ás atividades laborais.
A execução e avaliação de programas de prevenção dos acidentes e doenças profissionais e não profissionais, fazendo análise dos fatores de insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho, para propiciar a preservação da integridade física e mental do trabalho.
A elaboração, execução e avaliação das atividades de assistência de enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes o atendimento ambulatória.}, no local de trabalho, controlando sinais vitais, coletando material para exames laboratoriais, vacinações e diversos tratamentos, com a finalidade de reduzir o absenteísmo profissional.
A prestação de primeiros socorros no local de trabalho em caso de acidentes ou doenças, fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando medicamentos e tratamentos com a providência do posterior atendimento hospitalar, a fim de atenuar consequências e proporcionar apoio e conforto ao cliente.
O planejamento e execução de programas de educação, divulgando o conhecimento e estimulando a aquisição de hábitos sadios, prevenindo, desta forma, as doenças profissionais e realizando melhorias nas condições de saúde do trabalhador.
Organização e administração do setor de enfermagem nas empresas, prevendo pessoal e material necessários, treinando e supervisionjando a equipe de enfermagem, treinando trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e materiais adequados ao tipo de trabalho, atuando assim na redução da incidência de acidentes e doenças ocupacionais.
Registro de dados estatísticos de acidentes e doenças profissionais, mantendo os cadastros atualizados, a fim de preparar informes para subsídios legais.
As atividades assistenciais compreendem ações relativas ao uso de metodologia assistência própria da enfermagem - o processo de enfermagem desenvolvendo cuidados e ações que visam atender às necessidades de prevenção de agravos, proteção, promoção e recuperação da saúde dos trabalhadores.
As atividades administrativas estão relacionadas ao planejamento, organização, direção, coordenação e avaliação das atividades de enfermagem.
As ações relacionadas à prevenção de acidentes, as palestras e seminários direcionados à população trabalhadora e a educação continuada ao pessoal de enfermagem fazem parte das ações educativas do enfermeiro do trabalho.
Conceituação do processo de enfermagem do trabalho
É a utilização de um modelo conceitual adaptado à especialidade de enfermagem do trabalho. Desta forma o processo de enfermagem do trabalho não difere do processo de enfermagem desenvolvido na área hospitalar e na saúde pública. Sendo assim devem ser seguidos os mesmos conceitos, porém a diferença está no foco de atenção: o trabalhador em seu ambiente laboral e a abordagem do processo sob a forma de consulta de enfermagem, acrescida da identificação dos agravos à saúde do trabalhador.
O processo de enfermagem do trabalho deve ser holístico, não fragmentado, e na assistência de enfermagem aplica-se aos trabalhadores individualmente ou em grupo.Essa visão holística é a base para o desenvolvimento do processo. O enfermeiro considera cada trabalhador um indivíduo único, identificando suas necessidades: biopsicossociais e espirituais.
O processo de enfermagem do trabalho vem implementar o conceito que metade da vida do ser humanose passa no ambiente de trabalho, e que esse ambiente pode apresentar características peculiares como riscos e condições inseguras que podem afetar diretamente o processo saúde-doença, levando a um desequilíbrio biopsicossocial e espiritual e, consequentemente, conduzindo o trabalhador à doença.
Visa também manter o bem-estar do trabalhador por meio de ações planejadas pelo enfermeiro nos níveis primários de saúde (promoção, proteção e prevenção), secundário (manutenção) e terciário (recuperação, reabilitação e readaptação), sendo o primário de maior destaque.
O enfermeiro do trabalho realiza o processo de enfermagem do trabalho em uma população definida como supostamente sadia, desta maneira todo processo é constituído pela consulta de enfermagem, visitas aos locais de trabalho, identificação e investigação dos agravos à saúde e realização dos programas de saúde.
É de suma importância que o enfermeiro conheça a empresa, os locais de trabalho, os hábitos do trabalhador, sua história, e em caso de doença instalada, as suas características e com esses dados sistematizar a sua assistência.
A sistematização de enfermagem do trabalho pode ser efetuada sob duas condições: realizada periodicamente pela procura espontânea do trabalhador ao ambulatório ou pelos programas de saúde desenvolvidos pelo enfermeiro.
Etapas do processo de enfermagem, do trabalho
Conhecimento dos locais de trabalho e das características da classe de trabalhadores
↓
Identificação dos principais agravos no ambiente do trabalho, medidas e saúde e grupos de trabalhadores de risco, acometimento de agravos e doenças.
↓
Elaboração e aplicação dos programas de saúde a grupos prioritários
 ↓
Verificação dos trabalhadores com predisposição a agravos e doenças
↓
Consulta de enfermagem aos trabalhadores predispostos aos
agravos
↓
Monitorização contínua dos trabalhadores inseridos nos programas e consultados pelo enfermeiro
Observações:
Todas as etapas devem ser documentadas pelo enfermeiro do trabalho.
Nos casos de emergências, acidentes e eventualidades envolvendo a assistência de maior complexidade, é essencial a elaboração de um relatório envolvendo toda a situação e assistência prestada pela enfermagem.
Além de metodologia, o processo de enfermagem do trabalho é um registro legal para a empresa e para os profissionais de enfermagem responsáveis pelo atendimento aos clientes/trabalhadores, pois fornece dados para o planejamento da assistência a curto, médio e longo prazos, e pode ser utilizado como fonte de pesquisas e avaliação da qualidade da assistência de enfermagem.
Aplicação do Processo de Enfermagem a grupo de Trabalhadores
As fases do processo de enfermagem do trabalho aplicadas a um grupo de trabalhadores se iniciam com as visitas aos locais de trabalho, identificação dos grupos de trabalhadores e riscos inerentes ao trabalho, com as coletas de dados, diagnóstico de enfermagem ao grupo de trabalhadores, implantação e desenvolvimento dos programas de saúde e intervenções de enfermagem para o grupo e levantamento dos trabalhadores com maior susceptibilidade para serem encaminhados as consultas de enfermagem.
A identificação do estado de saúde do grupo de trabalhadores necessita de coleta de dados relevantes, produção de dados e interpretação destes, com auxílio da epidemiologia e estatística.
Alguns dados possivelmente já estão computados e descrevem a demografia da empresa e seus colaboradores: idade, sexo, distribuições socioeconômicas, morbimorbidade,' encaminhamentos a instituições e organizações de saúde e os procedimentos como exames, consultas e cuidados realizados pela equipe de enfermagem e de saúde.
Os principais métodos de coleta de dados são: entrevistas (consultas de enfermagem), observação participativa (visitas aos locais de trabalho), rastreio de colaboradores que não aderem ao grupo.
O enfermeiro deve separar problemas individuais de coletivos e realizar interação com o grupo (saber ouvir) sem pré-julgamentos, desta forma garantindo confiabilidade e confidencialidade no trabalho a ser desenvolvido.
Visita aos locais de trabalho:
Não basta apenas que o enfermeiro conheça apenas o trabalhador, a filosofia da empresa e suas características. É necessário o conhecimento do ambiente em que esse trabalhador está inserido, pois ele pode levá-lo a um problema que requeira uma intervenção de enfermagem.
O enfermeiro do trabalho, além do seu conhecimento técnico-científico, deve possuir uma visão ampla dentro da empresa, que supere os horizontes da enfermagem, porém sem interferir ou exercer outra função não inerente às suas atividades.Um profissional isolado não consegue contemplar a abrangência entre a relação de trabalho e saúde.
Em saúde ocupacional deve haver convergência entre as informações e os profissionais com a finalidade de preservar a qualidade de vida do trabalhador.
O conhecimento em questões relacionadas à engenharia, segurança ocupacional, toxicologia, ergonomia, meio ambiente, ambiente de trabalho, epidemiologia, estatística e ciências sociais está intimamente interligado à prática de enfermagem do trabalho.
Posto isto, a visita pode contar com a presença de outros profissionais como engenheiros, técnicos de segurança, médico do trabalho, chefias de setor, pois eles possuem especificações dentro de sua área de atuação e que vem somar-se ao conhecimento de enfermagem, tudo isso para detectar fatores que interferem na saúde do trabalhador.
As visitas realizadas aos locais de trabalho servem para avaliação e controle de riscos ocupacionais. Por meio das visitas podem ser propostas melhorias às condições de saúde ou segurança já existentes, as quais podem ser programadas com a utilização de um cronograma.
Aconselha-se a comunicação prévia à chefia do setor ou área a ser visitada com a finalidade de acompanhar o procedimento.
As visitas aos locais de trabalho devem ser feitas nas empresas durante o horário de serviço e durante turnos, observando-se as especificações de cada horário.
Cabe ao enfermeiro elaborar um roteiro para nortear a visita e garantir um registro sistemático dos dados observados.
Dentro das empresas, assim como em outros locais, o trabalhador pode estar exposto a riscos físicos, biológicos ou ergonômicos, e de certa maneira podem ocasionar danos à sua saúde. A visita é útil para relacionar uma suposta queixa do trabalhador com a exposição relacionada ao trabalho. Sendo assim é possível classificar as visitas em três tipos: de avaliação inicial ou investigação, periódica ou relacionada a uma queixa específica.
Para realizar a visita, o enfermeiro deve avaliar alguns fatores:
Tipo e número de trabalhadores expostos direta ou indiretamente; 
Tipos de agentes presentes no ambiente de trabalho (físicos, químicos,ambientais, biológicos e fatores ergonómicos e psicossociais):
Limpeza do ambiente de trabalho; 
Meio ambiente;
Funcionamento e manutenção dos equipamentos;
Riscos potenciais relacionados ao agente ou processo de trabalho; 
Frequência, ocorrência, concentração e localização da exposição; 
Vias de contato com o trabalhador (respiratória, cutânea ou digestória);
Fatores que contribuem para exposição (susceptibilidade do indivíduo, uso de equipamento de proteção individual e coletivo,desempenho da tarefa e prática do trabalho).
Tendo em vista a saúde do trabalhador como foco principal para enfermagem, cabe aos enfermeiros conhecer os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos para a prevenção e manutenção da saúde e, além disso, preparar-se para possíveis situações de
urgências/emergências, que possam ser oriundas de tais riscos a fim de participar na elaboração de propostas para melhoria nas condições de saúde e segurança já existentes.
Informações fundamentais a serem verificadas na realização das visitas aos locaisde trabalho
Descrição da função: atividades e tarefas realizadas pelo trabalhador em, sua, função e etapas do seu -trabalho, substâncias, materiais, instrumentos, máquinas e equipamentos que são utilizados, bem como os mecanismos de controle da produção. É uma tarefa qualificada ou fragmentada? Requisita potencial mental (cognição, atenção e raciocínio)? Envolve responsabilidade? Há possibilidade de decisão, iniciativa, criação e adaptação? A tarefa é interessante ou repetitiva? Qual é o fluxograma do processo de produção? Qual é o organograma?
Atividades anteriores, devem ser exploradas as atividades anteriores do trabalhador, particularmente aquelas relacionadas com a queixa atual ou o quadro apresentado pelo trabalhador, de modo detalhado como a ocupação atual.
Relações de trabalho: contrato de trabalho, jornada diária e semanal, pausas, horas extras, férias e benefícios. Relacionamento e interação com chefias e demais trabalhadores, grau de satisfação/realização no trabalho. Sindicalização. Grau de comprometimento e responsabilidade quanto à atividade desenvolvida.
Condições de trabalho: descrição do posto de trabalho, da postura adotada no posto de trabalho, do ritmo de trabalho, da forma como é realizado o trabalho e dos riscos ocupacionais (físicos, químicos, biológicos, mecânicos, emocionais, ergonómicos e relacionados à organização do trabalho).
Medidas de proteção: descrição das medidas de proteção coletiva (enclausuramento, isolamento espacial, umidificação, exaustão, etc.) e de proteção individual, avaliando sua adequação e uso efetivo e eficaz em relação aos riscos ocupacionais.
Informações sobre saúde no trabalho: natureza e resultado dos exames admissionais, periódicos, retorno ao trabalho, mudança de função e demissionais realizados. Cursos e treinamentos sobre saúde no trabalho. Existência de outros trabalhadores com problemas de saúde e/ou queixas causadas pelo trabalho.
Percepção do trabalhador sobre o trabalho: quais são os sentimentos com relação ao trabalho? Sente tensão? Medo? Qual o relacionamento interpessoal? Qual a influência do trabalho nas relações familiares e sociais?
Programas de Saúde Ocupacional
Os programas de saúde desenvolvidos pela equipe de saúde dentro da empresa visam à educação para a saúde e treinamento, levando os trabalhadores a adquirir conhecimentos, e a partir destes, melhorar as condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho.
O enfermeiro deve se basear no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, elaborado pelos médicos e de conformidade com a legislação vigente.
É a assistência educativa prestada pelo enfermeiro do trabalho no ambulatório de saúde Ocupacional que tem a finalidade de ensinar o trabalhador a promover, proteger e recuperar sua saúde. 
Como ações o enfermeiro pode utilizar: o planejamento (conhecimento dos grupos, suas necessidades e recursos, elaboração dos objetivos, conteúdo, estratégias de ensino e de meios de avaliação), execução do projeto, avaliação dos resultados.
Com a finalidade de promover, proteger e recuperar a saúde do trabalhador, os programas de saúde são desenvolvidos, a fim de detectar alterações no continuam saúde-doença e as necessidades afetadas relacionadas ao trabalho.
O enfermeiro deve colaborar e participar da elaboração e execução dos programas e treinamentos, que podem variar de acordo com as características da empresa e dos trabalhadores.
A determinação dos programas pode ser feita por pesquisas realizadas na empresa com os trabalhadores.
É importante a interação entre o enfermeiro e gerência e chefia do setor na determinação dos temas a serem abordados e no incentivo da prática de educação de saúde para os trabalhadores.
Podem ser desenvolvidos temos como a prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, hipercolesterolemia, neoplasia, uso de drogas como tabagismo e alcoolismo, distúrbios auditivos e visuais, imunização, higiene corporal, saneamento básico, infecções sexualmente transmissíveis ou não, intoxicações, acidentes de trabalho, noções de primeiros socorros, saúde e qualidade de vida,
É importante que o enfermeiro desenvolva nos programas educativos o estímulo e a consciência dos trabalhadores em saúde e higiene, dentro e fora do ambiente de trabalho.
Nos programas o enfermeiro detecta os trabalhadores com maior grau de dependência e necessidade para a realização das consulta de enfermagem.
A explicação dos objetivos e finalidades dos programas devem ser elucidadas formalmente aos dirigentes da empresa, para que tenham consciência dos benefícios para a saúde do trabalhador e para a empresa no que condiz à produtividade.
O enfermeiro deve lançar mão de estratégias para reunir os trabalhadores durante seu horário de trabalho, pois para a visão administrativa das empresas, esse tempo de ensino relacionado com a saúde gera diminuição e/ou paralisação de áreas do processo fabril, causando dano à produção.
Cabe ao enfermeiro agendar os programas e consultas de acordo com cada dirigente de setor ou com a gerência geral, a fim de não serem prejudicados o funcionamento da empresa e, conseqúentemente, o trabalhador.
Outro fator observado é com relação aos trabalhadores escalados para horários noturnos. O enfermeiro deve programar e agendar os programas de saúde e as consultas de enfermagem. A programação deve envolver um planejamento e divulgação prévia pelos meios de comunicação, cuja participação do trabalhador deve ser enfatizada.
Mesmo que não seja possível abranger toda a comunidade de trabalhadores durante as reuniões / programas e consultas, é essencial que um ou dois elementos das diversas áreas da empresa participem, os quais podem propagar e divulgar as informações aos demais.
Também é importante que os dirigentes das empresas participem desses programas, para tomarem conhecimento da sua importância e necessidade.
O enfermeiro pode dispor de recursos materiais e humanos e delimitar os programas de saúde somente aos trabalhadores ou estendê-los a seus familiares, a fim de monitorar os benefícios e a satisfação dos colaboradores com a empresa e saúde no trabalho.
Para implantação dos programas, o enfermeiro deve conhecer as características dos trabalhadores que farão parte do programa, além de conhecer bem o assunto a ser abordado.
A divulgação de tais programas é importante para que eles obtenham êxito, a qual pode ser feita por meio de recursos como panfletos, divulgação verbal nos setores de trabalho, folders, intranets - comunicação interna por computadores, divulgação pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e até mesmo durante a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT).
O enfermeiro pode contar ainda com a participação de outros profissionais como dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e médicos, os quais podem abordar diversos temas relacionados à prevenção de doenças, lesões e melhoria na qualidade de vida.
Em resumo: o conhecimento dos trabalhadores que farão parte dos programas, bem como de seus setores de trabalho e as condições de riscos à saúde, é fundamental no planejamento dos programas e início da sistematização em saúde ocupacional.
Além disso, o enfermeiro dentro da empresa, ao planejar os programas de saúde, com o objetivo de minimizar os agravos e reduzir ou anular suas consequências, realiza a investigação epidemiológica, e deve ter sempre registradas as condições de trabalho e os dados demografoepidemiológicos, como índices de morbimortalidade específicos, absenteísmo, acidentes de trabalho com ou sem afastamento e doenças ocupacionais.
Referências bibliográficas:
Haag, G. S.,Lopes, M. J. M. & Schuck, J. S. A enfermagem e a saúde dos trabalhadores.2.a ed. Goiânia: AB Editora, 2001.
Lucas, A. J. O processo de enfermagem do trabalho. São Paulo: Iátria, 2004.
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