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Fichamento A Ilustração e Capitalismo História Contemporânea 1

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Fichamento –História Contemporânea 1
FONTANA, Josep. História: análise do passado e projeto social. Bauru: EDUSC, 1998.
Cap. 3 – A Ilustração
a. Biografia do autor e obras:
b. Resumo:
c. Identificar os objetivos principais: listá-los em forma de citação.
d. Identificação do tema: o tema não é o problema ou o objetivo do texto, mas o assunto que está sendo tratado. Por isso é só listar os temas principais abordados pelo (s) autor/es.
e. Tese (s) do autor (es): nem sempre a tese está explicita, nem mesmo no início do texto; ela pode estar nas entrelinhas ou no final do texto.
f. Ideias:
1)- O que a Ilustração? Kant definiu-a em 1784 como: “A saída do homem da sua minoridade voluntária. Minoridade, isto é, incapacidade de servir-se de seu entendimento sem a direção de outro. Voluntária, já que a causa não reside numa deficiência do entendimento, mas sim na falta de decisão e de valor para servir-se dele sem a direção de outro. Sapere aude! Ouse servir-se de sua própria razão. Eis aí a divisa da Ilustração – Pg. 59.
2)- O importante, não obstante, não é datar, mas sim definir a natureza do processo. As investigações costumam limitar-se ao terreno cultural: analisam os autores e as suas obras, as influências que se exercem entre eles, a transmissão de temas isolados de uns livros a outros. Esse tratamento separa as ideias do seu contexto histórico, desliga-as dos sistemas de pensamento de que são parte, e favorece uma concepção imanentista, que se limita a considerar a gênese e o desenvolvimento de temas e aspectos concretos. É possível que esse método de literatura, porém não nos serviria para nosso propósito de relacionar a visão da história dos ilustrados com as suas concepções da sociedade. Um objetivo semelhante requer uma ótica mais globalizada – Pg. 59.
3)- É o que corresponde, no terreno da política, ao que se costuma chamar o “despotismo ilustrado”, ou seja, ao fracassado intento de conjugar os interesses de uns soberanos que não pretendiam outra coisa que reforçar o Estado absolutista – nos terrenos financeiro, administrativo e militar -, e alguns setores reformistas que os ajudaram nessa tarefa porque acreditaram, equivocadamente, que “os reis filósofos” pensavam ir mais além, transformando as sociedades que governavam – Pg. 60.
4)- Ainda que seja que existam influências de pensamento e estilo entre eles, há algo que os separa claramente: o fato de que vivem em sociedades muito distintas e que, em consequência, seus objetivos a respeito destas têm de ser também diferentes – Pg. 61.
5)- Daí que, ainda quando a Ilustração francesa e a escola histórica escocesa seja contemporâneas, se tenha escolhido falar primeiro dos que, como os ilustrados, representam uma etapa anterior no processo de desenvolvimento que conduz até a sociedade do capitalismo – Pg. 61.
6)- Devemos buscar o primeiro desses antecedentes no renovado interesse pelas ciências da natureza e, em especial, pela física newtoniana, que leva os ilustrados a transportar os esquemas destas disciplinas para o campo das ciências sociais, tratando de estabelecer uma espécie de física da sociedade. O segundo é a herança do libertinismo, por onde se transmite boa parte do caudal crítico iluminado pelo Renascimento – Pg. 62.
7)- [Voltaire] – Tampouco é justo acusa-lo de ambiguidade. Há que recordar, para começar, os riscos do ofício na França do antigo regime. Não é por diversão que publica suas obras anonimamente ou com uma rica e variada coleção de pseudôminos, ou que vive na fronteira preparado para escapar do outro lado, como o fará, por precaução em diversas ocasiões. Esse homem foi espancado pelos criados de um aristocrata, por não conduzir-se com o devido respeito, foi preso sem processo e viu suas obras serem perseguidas cegamente – Pg. 66.
8)- Convém analisar as razões desse interesse obsessivo pelo cultural, Voltaire penetrou na sociedade inglesa através de sua ciência e de seu pensamento, e soube entender que estes guardavam relação com a organização social e o desenvolvimento econômico, porém não acertou no modo de ver a natureza dos nexos existentes entre esses diversos planos. Sabe que o conhecimento é uma ferramenta para criar consciência, e pensa que com isso se pode chegar a modificar a própria realidade social, a transformar o mundo – Pg. 67.
9)- [...] Charles-Louis de Secondant (1689-1755) [...] Sua reflexão, diferentemente da de Voltaire, não parte da crítica histórica, mas sim da teoria política, e a sua preocupação é a de dar uma explicação racional da natureza das formas de governo e das leis que correspondem a elas. Sua grande obra é O Espírito das Leis, aparecida em 1748 – Pg. 68.
10)- É sabido que Montesquieu insistiu na importância do clima em relação com as formas de organização social, o que é explicável no caso de um agricultor que vivia numa sociedade em que o bem-estar ou o desastre dependiam das flutuações climáticas, e também muito que ver com as preocupações científicas do seu tempo, das quais compartia – Pg. 69.
11)- Duas são as contribuições de Montesquieu para a teoria da história, que nos interessa destacar. A primeira, exposta nas Considerações sobre as causas da grandeza e decadência dos romanos é a distinção entre o meramente acidental e aquilo que tem uma importância estrutural para explicar os fenômenos históricos: a afirmação de que existem umas “causas gerais” que permitem dar conta da evolução histórica e que justificam o estudo científico desta – Pg. 69.
12)- Agricultor numa França feudal, porém, ligado ao comércio exterior, Montesquieu reflete em suas contradições as da sociedade em que vive. Assim, ao lado dessa clara antecipação da sociedade capitalista, o encontramos defendendo a justiça senhorial, base da sobrevivência do feudalismo; junto a sua condenação incisiva da escravidão, em nome dos princípios do direito natural, achamos a aceitação da dos negros, sustentada com argumentos claramente capitalistas, sendo entre eles o mais importante, o de que “o açúcar seria muito caro, se não se fizesse trabalhar por escravos a planta que o produz” – Pg. 70.
13)- Se Voltaire foi um homem de intenções subversivas que subverteu muito pouco, porque empregou suas forças de forma inadequada, Montesquieu foi um conservador que, pela direção que deu ao seu pensamento, teve consequências revolucionárias. Poucas pessoas viram o alcance real da sua obra com tanta claridade, como o editor genebrino Jacob Vernet, que lhe escrevia em setembro de 1748, quando acabava de aparecer O Espírito das leis [...] – Pg. 71.
14)- A primeira dessas ideias, a da civilização como origem da corrupção do ser humano, é a que melhor integrou-se no desenvolvimento ulterior da sua obra, na medida em que o conduziu a dedicar-se aos problemas relacionados com a educação. Pelo contrário, a condenação à propriedade privada da terra, considerada como causa do aparecimento da desigualdade entre os homens, não só corresponde àquele “tom duro e sombrio” que confessa dever à influência de Diderot, como que poderia muito bem pertencer literalmente a ele – Pg. 72.
15)- Se a propriedade é a origem de todos os males não se entende por que não tenha a obra de Rousseau preocupação alguma com os procedimentos que poderiam empregar-se para aboli-la, coisa na qual já haviam pensa outros coetâneos seus – Pg. 72.
16)- O marco teórico proposto por Montesquieu será o dominante na maior parte das reflexões históricas dos ilustrados franceses, inclusive daqueles que conservaram a linguagem e algumas das preocupações de Voltaire – Pg. 73.
17)- Marx fez justiça aos seus méritos, e às suas limitações, ao defini-la como “uma reprodução burguesa do sistema feudal, do império da propriedade da terra” – Pg. 73.
18)- O estudo das “raízes naturais” do sistema social francês, iniciado por Montesquieu, tinha conduzido a fazer a crítica das suas limitações fundamentais e a propor um programa de reformas a partir do interior. O fracasso desse programa deixava os problemas pendentes, enquantoque a crítica começava a ultrapassar o ponto a que tinham chegado os fisiocratas, dirigindo-se às “raízes sociais” do sistema – Pg. 74.
19)- Como Montesquieu, acredita que nas origens da história humana não existia a propriedade privada, e, como o Rousseau influenciado por Diderot, pensa que a apropriação da terra criou a desigualdade das fortunas e, com ela, “todos os vícios da riqueza, todos os vícios da pobreza, o embrutecimento dos espíritos e todos os preconceitos e paixões”, cujas consequências serão “governos injustos e tirânicos, leis parciais e opressivas e, para dizer tudo em poucas palavras, essa multidão de calamidades sob as quais gemem os povos – Pg. 75.
20)- Diderot é consciente da novidade e da natureza insólita desse tipo de discursos histórico, e o defenderá como arma de luta contra a tirania. “Se desde o seu começo a história tivesse tomado e arrastado pelos cabelos aos tiranos civis e aos tiranos religiosos, não creio que eles tivessem melhorado, porém teriam sido mais detestados e seus desditados súditos teriam sido menos pacientes” – Pg. 76.
g. Problematizações principais
h. Listar as fontes e os principais autores (historiografia) mencionados no texto
i. síntese crítica do texto:

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