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Imputação do Resultado no Direito Penal

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UNIDADE III –TEORIA GERAL DO CRIME. O CRIME COMO FATO SOCIAL E JURÍDICO
TEMA 5: IMPUTAÇÃO DO RESULTADO.
PLANO DE AULA
9ª AULA: O RESULTADO NO DIREITO PENAL. A IMPUTAÇÃO DO RESULTADO. REGRAS CAUSAIS.
PREVISÃO: 22 DE OUTUBRO DE 2014 – 21h10/22h50
BIBLIOGRAFIA BÁSICA: ESTEFAM, p. 203 a 211; JACOB, Unidade III, p. 98 a 115. TEXTO DE APOIO 
BIBLIOTECA VIRTUAL: PEREIRA, Gisele Mendes. Direito Penal I. RS: 2012, Editora EDUCS, p.70 a 74.. 
OBJETIVO: Dados os conceitos de resultado e causa, enunciar as regras determinadoras da eficácia causal da conduta.
ROTEIRO DE AULA EXPOSITIVA
RESULTADO
	Efeito material da conduta descrito no tipo.
	Espécies de crimes (tipos) quanto ao resultado:
1. Materiais: o tipo descreve e exige o resultado. 
2. Formais: o tipo descreve mas não exige o resultado. 
3. de Mera Conduta: o tipo não descreve resultado algum. 
CAUSALIDADE 
	Causa: qualquer antecedente que se apresente como condição necessária ou suficiente para que o resultado ocorra como ocorreu. 
	Regras determinadoras da eficácia etiológica da conduta:
1ª Regra (geral): a conduta será causa do resultado sempre que, sem a sua pre​sença, o resultado não se verificar. 
a) teoria da conditio sine qua non (ou equivalência dos antecedentes)
b) processo de eliminação hipotética de Thyrén.
2ª Regra (concorrência causal): a conduta será causa do resultado mesmo que somente o tenha causado com o concurso de outra causa.
 a) concorrência causal - situações concorrentes: preexistentes, concomitantes ou supervenientes à conduta, sem os quais a conduta não levaria ao resultado.
 b) a exclusão causal: situações exclusivas: antecedentes preexistentes, concomitantes ou supervenientes à conduta, que excluem a eficá​cia causal da conduta.
 3ª Regra (superveniência causal): a causa superveniente será concorrente se decorrer do desdobra​mento causal da conduta
 a) o desdobramento causal 
 b) a superveniência causal exclusiva.
TEXTO DE APOIO: SUPERVENIÊNCIA CAUSAL
	A teoria da equivalência dos antecedentes, ou da conditio sine qua non, considera a conduta etiologicamente eficaz sempre que, sem a sua presença, o resultado não se produzir. Para identificar a causalidade da conduta, emprega o processo de eliminação hipotética. É o que prescreve o artigo 13, caput, do Código Penal.
	Entretanto, muitas vezes, além da conduta, surgem outras situações que também podem ter eficácia etiológica. Identifica-se, assim, o problema das causas concorrentes e das causas excludentes.
	Há concorrência causal quando a conduta somente produz o resultado com o concurso de outras situações, quer sejam eles pré-existentes, concomitantes ou supervenientes. Se, entretanto, verifica-se que as outras situações conduzem ao resultado independentemente da conduta, há excludência causal, e o resultado que então se verificou não será atribuído à conduta.
	Daí podermos inferir que a conduta será causa do resultado mesmo que somente tenha levado à sua produção com a concorrência de outra causa. Essa é a regra da concorrência causal. Contudo, a eficácia etiológica da conduta será excluída sempre que outra causa tenha sido idônea a, por si só, produzir o resultado. Fala-se então em excludência causal.
	A causa superveniente exerce sua eficácia etiológica depois da conduta. Esse suceder cronológico gera questões na causalidade superveniente que não se apresentam nas demais hipóteses. Afinal, como a causa superveniente é posterior à conduta, muitas vezes é preciso estabelecer, através de um raciocínio complementar, se houve concorrência ou excludência causal. A pergunta aqui é a seguinte: quando a causa superveniente é concorrente? Quando é excludente?
	A lei, no artigo 13, § 1º, responde: a causa superveniente exclui a eficácia etiológica da conduta nos mesmos termos das pré-existentes e das concomitantes, isto é, quando por si só produz o resultado. Esta resposta não é satisfatória. Afinal, há situações em que fica difícil, ou mesmo impossível, definir essa autonomia etiológica da causa superveniente.
	Então, a regra exige interpretação. Qual o sentido da locução por si só empregada pela lei? A doutrina e a jurisprudência propõem o seguinte critério: a superveniência causal é concorrente quando está na mesma linha de desdobramento causal imposto pela conduta; caso contrário, isto é, se não está compreendida pelo desdobramento causal da conduta, é excludente.
	Se a conduta dá causa à causa superveniente, então a conduta é causa, em concurso com a causa superveniente, do resultado. Se a conduta não dá causa à causa superveniente, então a conduta não é causa do resultado, que deve ser atribuído exclusivamente à superveniência causal.
	Ou, aplicado o critério da eliminação hipotética: se, mentalmente eliminada a conduta, elimina-se mentalmente a causa superveniente, então há concorrência causal. A conduta, neste caso, também é causa do resultado.
	Como se pode perceber, a solução do problema exige que se faça uma relação causal entre a conduta e a superveniência, o que é possível pela aplicação correta do processo de eliminação hipotética.

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