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trabalho educação infantil

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Unoesc Xanxerê
Curso: Pedagogia – 5ª fase
Componente curricular: Prática e Investigação Educativa na Educação Infantil 
Acadêmicos: Jean Carlos Siqueira, Juliana Chiavagatti Grade, Jéssica Cristina Canal, Mariely Armenio Lemes
PERIODIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO À LUZ DA ESCOLA DE VYGOTSKY: A TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL E SUAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS
Xanxerê (SC), fev. 2017
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INTRODUÇÃO
A psicologia e a pedagogia se relacionam de tal modo, que o objeto de uma é condição para a outra;
Não é possível compreender a lógica interna do desenvolvimento psíquico infantil desvinculados dos processos educativos;
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Compreender o desenvolvimento e o funcionamento psíquico infantil é uma condição para o planejamento e condução do processo pedagógico;
Concepção naturalizante;
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A concepção histórico-cultural do desenvolvimento humano nos conduz a um questionamento dessa forma de pensar as relações entre desenvolvimento e ensino;
A psicologia oferece à educação uma contribuição fundamental ao proporcionar a compreensão científica do sujeito da educação.
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CONCEPÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
O desenvolvimento psíquico é um processo que se caracteriza por mudanças qualitativas;
Vigotski analisou as mudanças que caracterizam o desenvolvimento do psiquismo a partir da lógica dialética;
Não se trata de um processo natural;
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É a sociedade que deve figurar em primeiro lugar como fator determinante da conduta do homem;
Caráter histórico-cultural;
O elemento decisivo para explicar o desenvolvimento psíquico infantil é a relação criança-sociedade;
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O conceito fundamental para compreendermos essa relação que se estabelece entre a criança e o mundo é a categoria atividade;
Para compreender o desenvolvimento psíquico precisamos analisar a atividade da criança;
Em cada período do desenvolvimento, uma atividade diferente guia o desenvolvimento psíquico.
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PERIODIZAÇÃO HISTÓRICO-DIALÉTICA DO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO
O psicólogo soviético Daniíl B. Elkonin assumiu o desafio e elaborou uma teoria de periodização do desenvolvimento psíquico.
Época: Primeira Infância 0 a 3 anos, Infância 6 a 10 e adolescência 14 aos 17 anos.
Periodos: Primeira infância “primeiro ano de vida” e “primeira infância.” Infância “idade pré-escolar” e “idade escolar.” Adolescência “adolescência inicial e “adolescência.” 
Atividade dominante: primeira infância comunicação emocional direta e atividade objetiva manipulatória. Infância jogo de papeis e atividade de estudo. Adolescência comunicação intima pessoal e atividade profissional/estudo.
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Para entendermos por que cada época, existem duas esferas do desenvolvimento humano. 
Esfera afetivo-emocional: tendo prevalência no primeiro período de cada época a relação criança-adulto social, relações entre pessoas.
Esfera intelectual-cognitiva: ganha prevalência do desenvolvimento intelectual-cognitivo apropriação dos procedimentos socialmente elaborados a relação criança-objeto social. 
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Ganham relevo para a criança o “mundo das pessoas” e o “mundo das coisas”
Cada período do desenvolvimento representa uma mudança qualitativa na relação criança com o mundo reorganização do psiquismo.
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PRIMEIRO ANO DE VIDA: A COMUNICAÇÃO EMOCIONAL DIRETA COM O ADULTO
A criança expressa seus estados emocionais e dessa forma tem suas necessidades atendidas pelo adulto.
O adulto atrai a criança à comunicação e engendra a necessidade de comunicar-se, inexistente com tal nas primeiras semanas de vida.
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O bebê é incapaz de estabelecer uma efetiva comunicação com o adulto que manifesta de forma desorganizada, por meio do choro, de gritos, choramingos, gestos e movimentos.
Desenvolvimento humano a partir da perspectiva histórico-cultural, a comunicação (com o outro) no primeiro ano de vida, comunicação emocional. 
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As funções psíquicas naturais elementares e, portanto, involuntário e espontâneo, responde de modo imediato à estimulação do meio. O que fará avançar o desenvolvimento das funções psíquicas do bebê.
O adulto não somente satisfaz as necessidades da criança, mas organiza também seu contato com a realidade, a partir da segunda metade do primeiro ano de vida a relação “criança-adulto” cede lugar à indireta “criança-ações com objetos-adultos.” 
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PRIMEIRA INFÂNCIA: A ATIVIDADE OBJETAL MANIPULATÓRIA 
A primeira infância vai dos 2 aos 3 anos de idade.
O que caracteriza a situação social de desenvolvimento da criança nesse período Vygotsky (1996) chama de dependência da situação. 
Na medida em que vai apropriando-se da linguagem a percepção da criança vai sendo reorganizada, convertendo-se em percepção generalizada do mundo. Esse desenvolvimento é guiado pela atividade objetal manipulatória.
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É por meio da atividade objetal manipulatória que a criança se apropria da função social do objeto, de seu significado.
Neste processo são importantes dois destaques: o primeiro é o papel do adulto.
O segundo destaque refere-se à constatação de que no interior da atividade objetal manipulatória começa a nascer uma nova atividade: o faz de conta, a brincadeira de papéis. É o início da ação lúdica.
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A IDADE PRÉ-ESCOLAR: O FAZ DE CONTA COMO ATIVIDADE DOMINANTE
O brincar de faz de conta é com grande frequência pensado como algo natural da criança, como uma expressão de sua suposta natureza imaginativa.
Costuma-se pensar que a criança “tem muita imaginação”, e por isso gosta de brincar. Mas Vygotsky (2002) demonstrou com clareza que isso é uma inversão.
A imaginação não é a causa da brincadeira, ao contrário, a brincadeira é uma atividade que demonstra a criação da situação imaginária pela criança.
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Valeria Mukhina (1996) afirma que quanto mais ampla for a realidade que as crianças conhecem, tanto mais amplos e variados serão os argumentos de seus jogos.
E o inverso também é verdadeiro: quanto mais restrito for o contato da criança com a realidade social, mais pobres e monótonos serão os argumentos de seus jogos.
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Cabe ao professor, não só ampliar o conhecimento de mundo da criança de modo que forneça matéria-prima para o faz de conta, mas enriquecer a atividade lúdica e torná-la mais complexa.
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A TRANSIÇÃO À IDADE ESCOLAR
A idade pré-escolar é um período do desenvolvimento em que se coloca como foco o sentido social das atividades humanas. A centralidade está no mundo das pessoas, na relação criança-adulto social. Nesse período predomina o desenvolvimento do aspecto afetivo/motivacional da personalidade, por meio da assimilação dos sentidos fundamentais da atividade humana.
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É possível compreender que cada época envolve dois períodos ligados entre si, no primeiro se desenvolvem intensamente os motivos da atividade da criança, e no segundo sobre a bases desses motivos, a criança avança no domínio das ações e operações com os objetos da cultura, desenvolvendo suas possibilidades técnicas operacionais.
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IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS DA PERIODIZAÇÃO HISTÓRICO–DIALÉTICA DO DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO
As principais implicações dessa teoria para a ação pedagógica, sem a possibilidade de esgotarmos essa análise:
A primeira decorre da afirmação do caráter não natural do desenvolvimento psíquico. A tese central reafirmada pela obra vigotskiana, em que o desenvolvimento não se produz espontânea ou naturalmente: a aprendizagem é a fonte de desenvolvimento psíquico da criança por excelência. 
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A segunda preposição refere-se à compreensão de que a transição a novos períodos do desenvolvimento é marcada por crises, saltos qualitativos, ou seja, que o desenvolvimento não é um processo linear mas envolve evoluções, revoluções e por vezes involuções. 
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Com a terceira preposição, destaca-se as premissas para cada atividade alcançada ao posto de dominante são gestadas no período anteriordo desenvolvimento. Não basta conhecer as características do período em que se encontra a criança. Esse entendimento é sem dúvida fundamental, mas só potencializa de fato a ação pedagógica se esse momento for compreendido como parte de um processo, ou seja, se tivermos como horizonte o vir a ser do desenvolvimento psíquico infantil.
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Como quarta e última preposição diretamente relacionada às duas anteriores, a importância de compreender essa teoria e o fenômeno que ela pretende decodificar não como um objeto estático, mas em movimento. Sem a perspectiva do movimento, a teoria perde seu caráter explicativo, por que desenvolvimento é movimento.

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